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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA. FACULDADE DE ClENCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA GEOGRAFIA AMBlENTAL TRILHAS INTERPRETATIVAS- TURISMO. GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE: ESTUDO DE CASO NO CAMINHO DA GRACIOSA (PRJ CURlTIBA 2004 SETORIAl BAR!GUI CONSULTA INTERNA

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.FACULDADE DE ClENCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

GEOGRAFIA AMBlENTAL

TRILHAS INTERPRETATIVAS-TURISMO. GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE:

ESTUDO DE CASO NO CAMINHO DA GRACIOSA (PRJ

CURlTIBA2004 SETORIAl BAR!GUI

CONSULTAINTERNA

GILNEI DE ANDRADE

TRILHAS INTERPRETATIVASTURISMO, GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE:

ESTUDO DE CASO NO CAMINHO DA GRACIOSA (PRJ

Monografia apresentada como requisitoparcial para obtem;ao do titulo de Especialistaem Geografia Ambiental, peJa Faculdade deCiencias Exatas e de Tecnologia, daUniversidade Tuiuti do Parana, sob aorientayao da Prof'. Dirce Granda Diaz Santis

CURITIBA2004

TERMO DE APROV A(:AO

Gilnei de Andrade

TRILHAS INTERPRETATIVAS-TURISMO, GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE:

ESTUDO DE CASO NO CAMINHO DA GRACIOSA (PR)

Esta llIollografia roi julgad:J c aprovada para obtcn~iJo do [ilulo de Especialista, 110Curso de Especializm;ao emGcografi:l Ambient:!!' ]1.;\Faculdade de Cicncias Exalas c Tecilologia da Univcrsidadc Tuillti do Paranil.

Andrea Cristina Giongo HauchCoordenadora I Curso de Geografia Ambiental

Universidade Tuiuti do Parana

~~rI/'M-LOrientador: Prof'~;;e Grande Diaz Sanlis

Departamento de Geografia

Defesa Publica em: 10/1212004

Nota: 9 0

CUHITIBA

cS/ffnuiefP (I, ~,...U& a fo.;.;t'bt"4i/(f(le (Ie e;mcugr/o. (IeJ& trffb«/IIO, e em

e,;jteciat n 1II""lfha cifftllut,;a 'lite 71NaUM 'fJexe"J lHe r-"/fcelflvvo((. iWJ

lII()iJJe~"w rlijt(.V'UJ e /rlmbem ((0 liMn QSLf,myo ~i'jO '$;lr/w a.!-,klll/tft

'lac me {f(l:.l7:It;()((, no.; {!'aba/to.; .Ie (XImfo e at);; f?l!J'ofi.;.;o~"e;(lalD£lnWeJ'.;t(/m/e r.;f1;;tuk do '!?I~V'«lId-tOtI~

SUMARIO

1- ESPAC;:OE PAISAGEM_~~~~~~~~~~~~_

2 - TURISMO E ECOTURISMO_~~~~~~~~~~~_

3- TRILHAS~~~~~~~~~~~~~~~~~~_

3.1 - TRILHA E CAMTNHO~~~~~~~~~~~~_

3.2 - TRILHAS INTERPRETATlVAS~~~~~~~~~_

3.3 - SINALlZAc;:Ao TURisTICA

3.4 - APLlCAc;:Ao DE GEOREF'ERENCIAMENTO EM

SINALlZAc;:Ao TURisnCA ~~~~~~~~~_

4 - HISTORICO ~~~~~~~~~~~~~~~~~_

4.1 - 0 CAMJNHO DA GRAClOSA - HISTORJCO ~~~~_

4.2 - DESCRIc;:AO DA AREA DE ESTUDO ~~~~~~_

4.3 - MATERIAlS, METODOS E APLlCAc;:Ao DO

GEOREFERENCIAMENTO_~~~~~~~~ _

5- CONCLUsAo_~~~~~~~~~~~~~~~~_

REF'ERENCIA BlBLIOGRAFICA _~~~~~~~~~_

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RESUMO

o presente trabalho de lema: TriUlas lnterpretativ3s - Turismo, Geografia e Meio

Ambiente: ESllJdo de caso no Camjnho da Graciosa, tem como objetivo apresentar a

importiincia das trilhas interpretativas em areas ambientais, dcmostrando a aplicayao do

Georeferenciamento como instrumcnto de trabalho em trilhas.

Justifica-se 0 estudo pela escassez de trabalhos envolvendo informa90es gerais e

especificas a respeito de tlilhas interpretativas e a aplicay80 de Georeferenciamcllto.

No trabalho utilizou-se fontes bibliogrMicas e clados geognlficos, au seja,

pesquisoll-se as teorias ja existentes sabre 0 tema e compiementoll-se as infonnayoes a

partir de dados coletados 4'in loco" na area de estudo e em outras regioes correlatas.

Com a aplicayao de Georeferellciamento e a utilizayiio de Sojiware tipo SIG no Caminho

Hislorico da Graciosa, elaborou-se mapas e cadastrou-se pontos interpretativos,

demostrando que 0 Georeferenciamento e uma ferramenta importante para a elaborayao

de projetos de Trilhas lnterpretativas em area ambientais e na area de estudo do turisI11o.

ABSTRACT

This work has the theme lnte'l)reting Tracks - Tourislll, Geography and

Envirollment: Case Study in the Graciosa Road. It has the purpose to show the impOTtance

of the interpreting tracks in environmental areas demonstrating the lise of the

Georejerel1Ciamellfo as na instrument of work in tracks.

The justification of the present study is the shortage of research involving general e

specific infonnation concerning interpreting tracks, as well as how to apply

Georeferenciamcl1lO.

[n the present work bibliographyc and geographical information were used.

Research was done on actual theoriies about the theme, and it were added with

information from "in loco" datum in the area of the study and in other regions related to

the focus of the research. Maps were developed and interpreting points were recorded

with Geore}erenciamelllo and with the use of the software king SIG in the Historic Road

of Graciosa, demonstTating that Geore}el'enciamenlo is na impOltant tool for project

development 0 Jnterpretlng Tracks in environmental areas, and on subject of tourism.

INTRODU<;:AO

o presente (Tabalho teve como objctivo geTal apresentar a importancia

das trilhas interpretativas em areas ambicntais, aprescntando tambem a

aplicar;fio do Georeferenciamento como instrumenla de trabalho no

planejamcnto, projetos, execlIcao e manutenyao de trilhas interpretativas, e

como objetivos especificos apresclltar as definiyoes de espar;o e paisagcm;

diferenciar tfilha de caminho; apresentar definir;30 de Trilha

Interpretativa; apresentar as fUI1r;oes, objetivos, Farmas e grau de

dificuldade das I'rilha5; apresentar sinalizar;ao tUristica aplieave) em trilhas;

apresentar a importancia da aplica<;:ao do Georefercnciamento em Trilhas

Interpretativas, aplicalldo 0 Georeferenciamento na area do Caminho da

Graciosa no litoral do Estado do Parana.

COIllO jLlstificativa para est a pesquisa tem-se a escassez de trabalhos

envolvendo informayoes gerais e especificas a respeito de trilhas

interpretativas e a aplicayao de Georeferenciamento.

o problema levantado refere-se no desenvoivimcnto economico e 0

crescimento do turismo e 0 crescente uso de areas naturais visando

aprofundar a relavao Homem x Meio Ambiente. A implantayao OLI 0 usa de

trilhas selll LIm planejamento adequado para acessar areas natura is, para

fins turisticos podcm impactar de maneira negativa estas areas?

Como hipotese tem-se: Com a implantay30 planejada de trilhas em

areas naturais, minimiza-se impactos ambientais e aican~a-se mais

facilmente os objetivos pelas quais as trilhas foram criadas.

Como procedirnentos metodol6gicos optou-se par dividir a pesquisa em tn!s

momentos. No primeiro levantou-se dados e infofmayOeS obtidos atraves de pesquisa

bibliograhca, com a imenyao de fundamentar teoricamente 0 tema abordado. No segundo

momenta, complcmentou-se a pesquisa com infonnac;oes a partir de dad os coletados "in

loco" na iuea de estudo e, para 0 lerceiro momento reservou-se a analise dos dados

obtidos no deconer dos trabalhos e apresentayao dos resultados, com destaque it aplicayao

de Georeferenciamento, utilizayao de Software tipo SlG no Caminho Historico da

Graciosa.

A apresenta¥30 do trabalho e feita em cinco capituios. No primeiro discorre-se

sobre Espaco e Paisagem; no segundo, sobre Turismo e Ecohlrismo; no terceiro sobre

trilha, no qual se insere wna discussiia sabre trilha de camillho, t:rilhas inteqJretarivas e

sinalizacao hll"istica vollada para trilhas~ no qualto apresenta-se 0 estudo de caso sobre 0

CaminJlO da Graciosa: historico~ descri¥ao da area de estudo; materiais, metod os e

aplicacao do Georeferenciamento;. Para 0 quinto capitulo reservou-se a conciusao.

J - ESPA(:O E PAISAGEM

Quando fala-se em turismo e geografia logo surge a ideia de

paisagcm e espa90, desta forma e necessaria conhecer os sellS

significados.

A respeito de espal'o e paisagem MILTON SANTOS diz:

"Paisagem e espaco nao sao sin6njmos. A paisagem e 0 conjuntode ronTIas que, num dado momento, exprimcm as herancas quereprescntam as slicessivHs relacoes localizadas entre homcm enatureza. a espaco sao essas fonnas mais a vida que asanima"(SANTOS,1997,p.83).

Em relacao a paisagcm, lTIuitas vezes ainda e lIsada a exprcssao

configuracao territorial, que e em sintcse 0 conjunto dos elementos

naturais e artificiais em uma detcrrninada {Irea. H.o eSIH1Co e 0 conjullto

dos elementos naturais e artificiais c-m lima determiuada area somando-se

a sociedade, esta, capaz de transformar, modificar formas-objelos

cQnsla nte mente.

No estudo do turismo, Boullan em seu livro J)Janificaci6n del

Espacio Tur/slico (1997), diz que 0 esp8yo fisico depende da escala que

usamos, 0 espayo pode estender-se desde 0 universo ate lima pequena

poryao de terra. E que de todas as variantes envolvidas a unica que

interessa atualmente (via vel) para 0 turismo, e a que se refere ao espayo

terreslre, espayo limite do nos so planeta.

10

Ainda segundo Bou1l6n (1997), 0 espayo nao existiria sem a

capacidade perceptiva do homcm e scm corpos-objetos de referencias. 0

tamanho dos objetos e a disUincia que os separam resultam em classes

de espayo, senda:

Espayo plano: que possui duas dimensoes (largura e altura);

Espac;o volumetrico: que possui tres dimens6es (Iargura, altura e

profundidade);

Espayo tempo: agrega as tres dimcnsoes anteriores 0 tempo, que

um observador leva para reconhecer tim espa<;:o~

Com base no exposto, 0 espayo fisico possui por sf, somcnte tres

dimcnsoes, adquirindo a quarta. quando 0 homem intervem como

observador, scnelo esta ultima subjetiva.

o espayo tempo. e muito irnportante, pais com a analise cia

qualidade cia paisagem pode-se definir 0 tempo ideal para cada visita a

um determinado atrativo turistico.

Com base no que Milton Santos e Roberto C. Boull6n dizem a

respeito do espa90, entende-se que 0 espa90 e composto por elementos

tangiveis, sen do que 0 hornern e 0 elemento capaz de modificar e

observar este espayo.

Boul16n referindo-se a paisagem, sugere uma interpretayao visual

simples e uma cientifica, senrlo, que a versao cientifica para paisagem,

II

limita-se ao espaco natural, e a interpretacao visual simples para as

paisagens urbanas (modificadas), estas. distintas da paisagem naturaL

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2 - TURISMO - ECOTURISMO

Nas ultim3S decadas assiste-se ao crescimcnto das viagens a

3mbientes naturais, segundo Sauer (1975,p.364): "As condit;:oes de vida

tem se deteriorado nos grandes conglomerados urbanos e conduzem ao

falO de que lima parcela crescente da populacao busca, durante as ferias,

os fins de semana e os feriados, as regioes com belezas naturais - longe

das cidades". Estas viagens a ambientes naturais deram origem ao que

chama-se atualmente de ecoturisillo.

The /';"COlllrislJ1 Societ/ oferece lima definici'io lJln poueo

mais completa:'< Ecoturismo e a viagem responsitvel a areas natllrais,

visando preservar 0 meia ambicnte e promover 0 bem-estar cia populacao

local".

Conceituando ainda- ecoturismo LasclIrain diz:

(. ..) turismo que consislc em viajar para :ireas nalurais 115.0degradadas oun5.o poluidas, com 0 objcrivo espccifico de cstudar, admirar e fmir apaisagclll e suas plantas e animals. tanto quanta ll1anifcsra~ocs cuhurais (dopassado c do prcscntc) cncontracias nessas arcas. Ncsses tcrmos, 0 turismoorientado pam a naturcza implica uma coloca(Jao eientiflca. estelica oufilos6fica pam cientistas. artistas Oll til6sofos profissionais. 0 pontoprincipal c que a pessoa que prarica ecoturismo tcm a oportunidnde demergulhar na naturcZ.:"lde uma maneira 110rmalmcntc nao possivcl no mcioambicntc urbano.(Hcctor Ccballos-L'lscurain, in: E. Boo, Ecoturislll: lllepotcntinl and pitfalls)

1 'f1!e fc%uris//! Society (Socicdadc dc Ecoluris1l1o) C LUna organiz.:.I(J;10 intemacional scm rUls IlIer.Hivos.inlcir.llllcnlc dcdic~lda a loca.lizal;.io de rceursos e a eOllSlmyiio do COll.hccimcnlo cSI>ccializado necess;'lrio parafaz.er 0 lurislllo um mcio vi;h·cI para a oonsc"";u;;10 c 0 dcsenvoh"imcnto SIlSlcnt;"lvcl. Fonte- Eeoillrismo:um glliadc plancjamcllio c gcsl<1o.

13

Em agosto de 1994, no Brasil, 0 Grupo de Trabalho

Interministerial em Ecoturislllo. que reuniu 0 Ministerio da Indllstria,

Comercio e Turismo e 0 Ministerio do Meio Ambiente e cia Amazonia

Legal, aicm da EMBRATUR2, IBAMAJ, empresarios e consultores,

chegou a seguinte conceitu89iio:

'-Eco[urismo e lim scgmcnto da atividade turistica que utiliza,de forma SlIslcl1tavcl, 0 patrimonio natural c cultural, inccntivasua conscrva~;1o c busca a fortlla~ao de lima conscicnciaambicntalista atraves da intcrprcra((ao do ambicntc,prolllovcndo 0 bCI11-cstar das populal'jocs cllvolvidas" (Dirctrizcs par;) \I IIIa Politica Nacional de Ecoturismo.tvllCT/MMA,mar.,o de 1995).

As trilhas sao urn importante instrumento de apoio as atividades

ecoturisticas, sendo que, as trilhas por Sl, constituem-se tnuilas vezes no

proprio atrntivQ turistico pelas suas caracteristicas paisagisticas e

geogrftficas.

= EMERATOO· InSlill/IO Bmsilciro dc TurislIlO3 lBAMA • 11lstilulO Brasileiro do Meio Ambienle e dos Rccursos Nalurais RCllov;lveis. roi erindo peln Lei nO7.735. dc 22 de rcverciro de 19~9.

14

3- TRILHAS

3.1 - TRILHA E CAMINHO

A defini~ao de Trilha e Caminho e elucidado quando busea-se 0

seu significado, AURELIO diz:

trilha. l de verbal de trilhar.l s.f. Ato au cfcilO de trilhar.trilhar. 1. Abrir caminho por~ andar por: Trilhar a mala.

2. Marcar com pcgadas au com rastro: Trilhar a terra.Caminho. I Do celt a, pelo lat. Vulg. Cammini.] S.m. Faixa deterra destinada ao trans ito de urn para outro ponto; estrada;vcrcda; via; trilho.(AURELIO,2004,p.I03)

Quando pesquisa-se a historia de alguns caminhos como: 0

Caminho do Peabiru, 0 Caminho do Via mao, o Caminho dos

Arnbr6sios, 0 Caminho do Arraial, 0 Caminho do ltupava e 0 Caminho

da Graciosa; estes na regiao sui do Brasil, as iTlfoTma~5es que nos

chegal11 e de que muitos destes caminhos inicialmente eram trilhas

primitivas, como 0 caso do Caminho do ltupava que teve seu inicio

(1625-1650) com a abertura de uma pequena "trilha" aberta na mata

(Floresta AtHilltica) com 0 objetivo de capturar uma Anta, segundo a

obra hist6rica "0 Caminho das Comarcas de Curifiba e ParanagtUl" do

escritor e pesquisador Julio Estrela Moreira.

JULIO ESTRELA MOREIRA referindo-se a trilhas no territorio

paranaense ainda diz: "Sao bastante escassas as inforrnac;oes sobre a

chegada dos primeiros exploradores de ouro em Paranagua e das trilhas

que Ihes de ram acesso aos campos de Curitiba" (MOREIRA, 1975,p.261),

trilhas que paulatinamente foram transformadas em Caminhos.

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Como exemplo de trilhas cita-se: trilha do Morro do Canal, trilha

do Morro do Anhangava (Serra da Baitaca-PR) e as trilhas do Parque

Estadual do !Vlarumbi e Parque Estadual do Pico Parani, entre outras, que

sao largamente utilizadas para 0 Ecoturisl11o e Turisl110 de Aventura na

regiao da Serra do Mar no Estado do Parana.

Com base nas informa90es hist6ricas acima descritas e a forma

com que sao utilizados atualrnente os termos trilha e caminho, pode-se

definir trilha da seguinte forma: "Trilhas sao carninhos planejados Oll

nao que ainda BaO agregaram valor Hist6rico

Cultural. "(Andrade,2004)

to

3.2 -TRlLHAS rNTERPRETATIVAS

Em areas naturais cnde pode-se descnvolver atividades

Ecoturisticas e atividades de Turismo Historico-Cultural, seja, em

Unidades de Conserva9ao Oll mesmo em areas particuiares, as trilhas

interpretativas sao urn importante instrumcnto de apoio a estas

atividadcs, segundo Dutra; Herculiani (!990.p.193): "Dentre os objetivos

de lim sistema de trilhas esta a interpretay80 da natureza, ferramenta

indispens3vei para 0 manejo de Unidades de Conservayao, pais desperta

nos visitantes a ideia da importancia da Area Silvestre"

Para Hypki; Loomis citado pOT Lemos,A.(1999,p.152): "As Irilhas

interpretativas naa servem apenas para a cotnunicayao de fatos e clatas,

mas tambem para compartilhar experiencias que levem os visitantes a

apreciar, entender e cooperar na conSerVayaO de um recurso natural"

As trilhas de lima maneira gerai sao ulilizadas como vias de

aces so, e quando localizadas elll areas naturais podem ser classificadas

quanto it funy3o, forma e grau de dificuldade, confonne se segue:

• Fun~ao dHS Trilhas: serviyos administrativos, atividades

educacionais, recreativas, interpretayaO do ambiente natural, viagens

de travessia.

• Forma dus Trilhas: circular, oito, linear e atalho.

• Grau de .Dificuldadc: caminhada leve, semipesada e pesada.

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No planejamcnto e implantayao de trilhas interpretativas deve-se

observar a fisiografia da regifio.

A analise de elementos fisiognlficos como: relevo, solo, clima,

vegetHyao e fauna do local da trilha interpretativa sao fundamcntais para

lim eSludo de viabilidade adequa,ao do projeto de trjlhas

interpretat ivas.

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3 - SINALlZAC;Ao TURiSTICA

Muitas trilhas e caminhos encontram-se dentro de AEIT4

Unidadcs de Conserva.;:ao au meslllo dcntro de propriedades particulares,

e l11uitas vezes constituem-se em patrimonio tanto cultural, quanta

natural, possibilitando um usc sustentavel. 0 tphanS jUlltamcnte com a

Embratur e 0 Denatran6 elaboraram 0 Guia Brasileiro de Sinalizay30

Turistica, este guia, surge como uma importante ferramenta de auxilio na

elaborayao de sinaiiz8yaO turistica em trilhas interpretativas.

A sinaliz8C(ao turistica para pedestres visa principalmente informar

e orientar 0 lIsliario, em suas decisoes, sellS trajetos, e procedimcntos

mais adequados para um usc comodo e segura, independcnte da origem

e do idioma do lISUiHio, nacionai Oll estrangeiro.

As pJacas de sinalizayHo para pedestres, podem ser do ripo

direcionais e interpretativas, como segue:

As placas direcionais s50 fundamentais no processo de informa~50 esensibilizac;:no do visitante, permitindo que ele se localize com faeilidade erealize 0 maior nlllllero possivel de deslocamelltos a pc, em roteiros devisitac.10 cstruturados

As placas intcrpretativas comunicam de forma plancjada ossignificados do patrimonio cultural e natural, eriando e transmitindo umae:xpericllci.l singular ao visi[.lllte.

A sill.lliza>;iio de orientacao turistica para pedcstrc dcvc serarticulada a olltras formas de cOl11unicac;:ao, intcgrada a llill planejamelltoque garanta a coerencia entre os roteiros sinalizados, os mapas C aspublicacoes. a localizac;::io dos scrvic;:os de informacoes etc.

Antes de tudo porcm, dcvc-sc cstabelecer os critcrios quedetcrminam 3 real neccssidade de cada placa, de forma a nao faltarinformac;:oes importantcs, l1em haver cxccsso de "objctos" 113 area. Quando

·1 AEIT ~ Arc;] Especial de Interesse Turistico5 Iphan ~ Instituto do Patrimonio Hist6rico e Artistico Nacional(, Denatr:ll1 - DepartamclUo Nadonal de Tmllsito

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coexislircm as duas modalidadcs de circulacao -vciculos c PCdCSlfCS- deveser dada priori dade a coloC.:\I;5.o de placas para alcndcr aos usuarios de"cjeulos. lima vez que cssa sinalizacao permite a Jeilura pclos pedestrcs. cnao 0 cOlllrftrio.(Guia Brasi]ciro de Sinaliz39:l0 Turfstica.2001,pag. 96)

As mensagens das pJacas devem ser organizadas de acordo 0

percurso a seT indicado para os pedestres em funyao dos roteiros

adotados como prioritarios e da hierarquizayao das informa90es, Ilao

devendo ser abreviados os toponimos a serem utilizados.

As pincus illlcrprctativas 5.10 a tradUI;50 por mcio de uma Iinguagcmprazcrosa c de ffleil com preen sao. Objctivam cnriqucccr a vida dus pcssoas.aprcscntando-Ihes alga em que pcnsar, lembrar ou c.xplornr. Devem destacnre disscminar illforma;;:ocs c tcnUH mudar comportamentos, scr atracntcs cplancjadas para durar, com cs[rutura resistcntc c contCLldo prcciso.(GuiaBrasileiro dc Sillalizn;;:fio Turlsticn.2001,pag. 104)

As eSl'ruturas das placas de sinaliz8't80 devem levar em

considera'tao as caracteristicas fisicas do local (meio ambiente), os

meios de prodll~ao. os recursos financeiros disponiveis e a durabilidade

dos materiais, visando, a facilidade de manllten~ao das placas. Algumas

alternativas de materiais para a rabrica~ao de pJacas sao: aluminio,

policarbonato, fibra de vidro, plaSfico revestido, metal, madeira e pedra.

o texlo da sinalizayao int'erpretat'iva pode visar lima regHio, uma

area, lim sitio arqllcol6gico ou lim mOllllmento, sempre que possivel 0

texto deve ser dividido em bloeos com titulos e subtitulos, SCI' sintetico,

interessante e com ilustray6es que apresentes situayoes importantes. Nao

se deve usaf ilustra,5es apenas como deCOfa,ao.

20

Diversas placas podem ser utilizadas para a sinalizacao tUrlstica,

dentre elas destacam-se as seguintes tipos:

• Placa de Mirante - lmplantada em pontes estrategicos de

observacao. Contemplarn informacoes gerais sabre a regiao e

paisagem a ser observada. Pode conter mapa com rateiro

regional.

• Placa de Rcgiao - ImpJantada em areas abertas e de grande

circulacao. Dcvem contcr infofmacoes gerais no contexto

regional e hist6rico, podem conteI' informac;oes de distancias

entre atrati vas.

• Placa de Area Tombada - ImpJantada em areas de grande

circulacao, preferenciaimcnte proxima a mOl1umentos de maior

relevancia para 0 conjunto tombado. Deve informar 0 peri metro

de tombamento ern relacao a regiao au cidade, seu entorno e

principais bens, sejam eles de caracter arqueol6gico, natural ou

arquitet6nico. Para melhor informar 0 visitante, 0 significado do

termo "tombamento" pode der indicado na placa da seguinte

forma: Tombarnento e 0 instrumento juridico, do Poder Pllblico.

de protey:ao legal de urn bern cultural.

• Placa Externa de l\1onumcnto - lmplantada na fachada do

monumento. confeccionada em material transparente, deve

conteI' informayoes basicas, situando-o no contexto geral do

lugal".

21

• Plaea Interna de Monumento - Deve seT confeccionada de

forma a nao interferir no bem cultural, contelldo informac;oes

sabre 0 Illonumento, sempre que passivel deve seT ilustrada,

para facilitar a intcrpretac;ao.

• Placa de Sitio Arqueologico c Patrimonio Natural - dcvcm

estar descritos os pontos relevantes que sao objetos de

interpreta<;:ao. Deve estar localizada no principal acesso,

contcmpiando tadas as possibilidades de visitayiio, os rateiros e

lim breve texto de interpreta9ao gcnerico. As placas de

sinaiizay30 de sitios arqueol6gicos, que sao protegidos pOl'

legislayao especifica, exigem a inclusao obrigat6ria do seguinte

texto: Este sitio faz parte do Patrimonio Cultural Brasileiro e

est a protegido pela COllstituic;ao Federal e pel a Lei n° 3.924/61.

A destruic;ao ou retirada de qualquer material all remoc;ao de

terra deste local constirui crime sujeita as penas de J11uita e

detenc;ao.

• Placa de [dentificac;ao de Especies Vegct~lis - lmpiantadas em

areas de patrimonio natural au especies vegetais de relevante

importfincia, identificando as especies vegetais, pel os nomes

cientificas e populares, e ainda quando passivel, origem, plantio

ou raridade de uma especie.

• Illaca de Bronze - A placa de bronze e 0 selo de identificac;ao

de monumento tombado em nivel nacional e cleve ser fixada em

22

sua base. Dcve conteI' a inscric;ao Pafril11ril1iu His/fJricu e

A,.,;Sfico Nacional.

3.4 - APLICA<;:Ao DE GEOREFERENCIAMENTO EM SINALlZA<;:AO

TURisTICA

Em Trilhas Lnterpretativas padc-se fazer usa de soj/wares do tipo

SIG (Sistema de Informal'oes Geogn\ficas) como 0 SPRING para 0

cadastramcnto de placas de sinalizayao turistica. pontos interpretativos,

estruturas, etc.

A utilizayao de Cartas Imagem de Satelite juntamente com a

Georeferenciamcnto de pontos utilizando-se de receptor GPS7 e lJlll

posterior cadastramento destes pontos, fUllcionam como lim banco de

dad os, indicando com precisao a localizar;80 geografica dos pontos

cadastrados, disponibilizando informar;oes referentes ao relevo,

localizaf;3o de pontos visando manutenr;8o e fiscalizaf;8o, distancias,

acompanhamento de deslacamcntos, etc.

GPS - Sistcma dc Posicionamcnto Global

23

4 - HISTORICO

As infarm<lyoes sabre as trilhas eu caminhas que permitiram e

acesso do literal paranaense ou mais precisamente da cidade de

Paranaguit em direyao ao primeiro plana ito ou aos campos do primeiro

planalt"o, dando origem a cidade de Curitiba e aos povoados adjacentes,

atualmente municipios da regiao metropolitana, sao escassas.

Sao tres os caminhos percorridos pel os exploradores da epoca

sendo: 0 Caminho do Arraial, datando de 1585, 0 Caminho do [tupava

(1625-1650) e 0 Caminho da Graciosa (1653), sendo, este ultimo 0

objeto de estudo deste trabalho.

ESTRE LA MOREIRA (1975,p.261) diz: "Sao bastante escassas as

informa~5es sabre a chegada dos primeiros exploradores de Duro em

Paranaguft e das trilhas que Ihes dentm aces so aos campos de Curitiba".

A obra hisl'orica "0 Caminho das Comarcas de Curifiba e

Paranaglfo" do escritor e pesquisador Julio Estrela Moreira apresentau-

se como referencia bibliografica

Graciosa.

o autor pesquisou documentos como as provimentos do Ouvidor

sobre 0 Caminho Hist6rico da

Rafael Pires Pardinho, dat"ados de 1721, plantas da baia de Paranagua

divulgada por Moises Marcondes, documentos baseados em antiga

tradiyao oral registrados depois de muitos anos, entre outros.

2'

4.1 - 0 CAMINHO DA GRACIOSA

Os pioneiros au exploradores com arrojo e coragem, sem qualquer

organizac;ao e sujeitos as leis Tudes da regdio da Serra do Mar,

comprecndida entre 0 litoral e 0 primeiro planalto paranaense,

percorreram os riachos e sopes das Illontanhas garimpando e deixando

vestigios da sua passagem, vestigios estes que ate a data de hoje

continu3m surprecndendo. Recentemente encontrou-se na regiao da Serra

do LeaD - Rio dos Cachorros (nascente do Rio do Zinco- proximo ao

limite Sudoesle do Parque Estadual do Marumbi) UI11 desvio (corte na

foeha) deste rio, formando assim lllll canal artificial, para facilitar 0

garimpo de ouro e ate meS1l1O diam3nte, segundo relate de antigos

1l1oradores da regiao pr6xima a serra.

Admite-se qlle Ilas andallcas destes exploradores, estes tenham

encontrado e utilizado 0 antigo caminho dos indios Carijos, que segundo

WACHOWICZ (1967,p.3) "predominavam no litoral e a Noroeste e Oeste

do Estado do Parana, os Carij6s foram os prillleiros a entrarelll em

contato com as portugueses" e sen do nomades, tinham como rotina

descer para mariscar no litoral e subir no tempo de pinhao para coleta-Io

no plana Ito.

Valiosos documentos esclarecem que 0 Capitao-povoador de

Paranagua - Gabriel de Lara, fundou em 1646, 0 Arraial Queimado -

toponimo dado a lima pequena povoacao, situada pr6ximo a regiao

25

atualmente conhecida como Borda do Campo - Municipio de Quatro

Barras, presumivelmente nesta data foi aberto 0 caminho a partir do rio

da Graciosa ate 0 Arraial Queimado.

A planta da bala de Paranagu:l, mandada elaborar por Moises

.Marcondes, esclarece fates que levam a admitir que a Picada da

Graciosa e 0 Arraial Queimado jit eram existentes em 1653.

o caminho enUlO e abandonado um pouco antes de 1653 em

beneficio do Caminho do ltupava.

A Iloticia sobre a trilha da Graciosa nos chegou pelos valiosos

provimcntos do Ouvidor Rafael Pires Pardinho, datados de 1721, dentre

os 129 provimentos destaca-se os de nllIllero 53,54 e 108 que se referem

ao Caminho cia Graciosa.

"53 - Proveu que suposta a noticia que hit de se poder abrircaminho entre Jaguarapira e os Orgaos, que vai sail' no rio daGraciosa, pOl' onde dizem jit antigamente se andou com maissuavidade que pelo caminho que hoje se frequenta. Os juizes eoficiais da camara (aberta a picada que se entenda) apellandotodos os moradores desta vila e seu termo. VaG abrir 0 ditocaminho e fazer nele estrada pOl' ollde todos se possam servir;porque ainda que nesse caminho haja as mesmas subidas de serrae morros que se experimentam no caminho que hoje se frequenta,scmpre sera. mais conveniente ao bem comum, por se evitarem asitaupabas, desgrayas e riscos que hit no rio Cubatao."

Entenda-se que Jaguarapira foi cham ada posteriormcilte de Serra

da Mae Catira, de vi do ao rio de mesmo nome, atualmente, a regiao e

oficialmente chamada de Serra da Graciosa, continua~iio da Serra da

farinha Seca.

26

Orgaos e 0 top6nimo da Serra dos Orgaos, regiao a Leste da

Serra cIa Graciasa, onde localiza-se 0 Distrito de Sao J080 da Graciasa,

conformc carta topognHica atual (Anexo) .

Rio da Graciosa citado e 0 nome dado ao Rio Faisqueira I Rio

Moura, lim des formadores do Rio Xaxim na baia de Antonina.

o nome Graciosa nao fieol! restrito a toponimos na regiao

maritima, subiu em dire~ao ao planalto, ao longo da trilha de meslllo

nome.

Rio CubaUio e 0 antigo nome do Rio Nhundiaquara, localizado no

tvlunicipio de Morretes.

A citaQ80 ",. caminho que hoje se frequenta.", refere-se aD

Caminho de Quereitiba (Planta de Paranagua de 1653) e ao Caminho do

Itupava toponimo recebida apos 1844 e que batizou para a posteridade

aqueJa importanle via; caminho que iniciava na regiao do rio Cubatao

proximo ao Distrito de Porto de Cima - Municipio de Morrctes, subindo

a ingreme serra fumo it regiao do primeiro planalto, esse era 0 eaminho

mais utilizado fla epoea.

"54 - Proveu que no caso que se abra 0 dito caminho pelo rio daGraciosa, os juizes e oficiais da Camara fal(am suas posturas eacordiios, COIll as pen as convenientes em que proibam que por elese nao leve gado vacum, e as eguas e eavalos de man ada para aVila de Paranagua, pela grande destruic;ao que eostumam fazernos caminhos, os quais entao se eondllzirao pelo eaminho quehoje ha pelo rio Cllbatao, aoude 0 tern para 0 sitio a que cham amdas Carnil(as."

"108 - Se aeaso se efetuar, como intentam os moradores deCuritiba, abrir-se a picada pelo rio da Graeiosa, que ja

27

antigamente se freqiientou, OS ofieiais clesta Camara, sendoavisados, que vern abrir e fazer 0 dito carninho ate 0 pi co da serra,mandariio de cit faze-la, tambem, do dito pieo ate a porto, pelagrande utili dade que resultara ao bem eornum, evitando-se asriseos e trabalhos que hft de se andar pelo rio Cubatiio."

Ap6s reeomendar;:ao do ouvidor Rafael Pires Pardinho,

executou-se a abertura da via no allo de 1738, desde a Borda do Campo

ate 0 porto de Antonina. Ap6s trinta allos foi revigorada a primitiva

trilha do Curitibaiba em 1770.

Curitibaiba foi 0 ponto inicial em que os mineradores firmaram as

pes a fim de alcanr;:ar 0 alto da serra, transp6-la e chegar aos campos

planaltinos, atualmente c possivel localizar t"opograficamente aquele

local, nas proximidades do Cfuzamento da estrada PR-340 que cia acesso

a usina hidreletrica Governador Pari got de Souza com 0 rio Curitibaiba.

No ano de 1782 ,\ ] 807 0 Caminho da Graciosa foi fechado por

ordem da Junta Real de Sao Paulo, a pedido do contratador das canoas

do rio Cubatao.

Em 1807, 0 caminho foi reaberto durando 13 anos e Ilovamcntc

fechado.

o fechamento do Caminho da Graciosa tinha como principal

motivo os interesses economicos de Paranagua. Os viajantes e tropeiros

que desciam de Curitiba, assim como as cargas que tin ham como destino

a Vila de Paranagua, cram tTansportados por canoas ao longo do Rio

Cubatilo - por dificuldade administrativa 0 Governo transferiu a

execucao do trabalho para terceiros (arrendamento), estc sistema

constituiu apreciitvel fonte de renda, medida esta que bencficiava 0

govcrno de Paranagurl, utilizava-se as canoas e, consequentemente,

pagav3m os tribulOS previsto no contralo (Contralo das Passagens do Rio

Cubatiio) beneficiando tambem os comerciantes de Morretes.

Morretes era 0 ponto para a cObrany3 dos tributos para quem

utilizava os caminhos do Arraial e Itupava. Os caminhos da Graciosa e

dos Ambr6sios (0 Caminho dos Ambr6sios rumava para a Vila de Sao

Francisco-SC) nao cram tributarios do porto de ~IJorretes, desta forma,

quem transitava por eles nao necessitava das canoas. 0 governo no ano

de 1830 determinoll nova direyao do Caminho da Graciosa. Deveria ele

scr rcfeito pelo rio Mae Catira ate 0 alto da serra, e dai em diante, fumar

em direl;ao a Vila de Castro, dcixando Curitiba fora do trajeto.

o caminho come<;:a a transformar-se em estrada, teve sell trajeto

iniciado em 1849, tropas carregadas ja transilaram segundo relatos,

assim mesmo nao parou a oposi<;:Bo dos moradores de Morretes.

A estrada referida era a primeira tentativa de abertura de uma

eSlrada que, partindo de Cllritiba passava por Qllalro Barras e seguia

para 0 norte para aicanyar a Graciosa, atravessando 0 Rio Capivari-

Mirim, Rio do Mcio, Rio Taquari e Rio do Corvo. Este trecho do

caminho pode ser identificado na carta topografica alual (Anexo), 0

trecho proximo ao rio Taquari eo Rio do Corvo, onde se localiza a Casa

das Pedras (illicio da descida da serra), atualmente abandonado e em

estado bastante precario.

29

Em meados de agosto de 1854, foi encarregado 0 engenheiro

Saturnino Francisco de Freitas Vilalva a dar inicio as obras. A Estrada

da Graciosa, durante 0 periodo em que Curiliba dependia do governo de

Sao Paulo, nao passava de um caminho estreito, grosseiramente calyado

no trecho da serra.

Somente depois da eIl1ancipa~ao da Provincia (1853) tomOll

aspecto de estrada carrocavel em toda a sua extensao.

Os trabalhos tiveram inicio com 0 tenente-coronel na qualidade de

oficial de engenheiros - Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire Rohan,

no governo de Zacarias de Goes e Vasconcelos, sen do este 0 primeiro

Presidente da Provincia do Parana, governando de J 853 a maio de 1855.

Finalmente, no ano de 1873, apos 19 cmos de trabalho, e

cOllcluido 0 trecho do Morro do Bicho (trecho de maior dificuldade) e

oficializada a abertura para 0 trafego na Estrada da Graciosa.

4.2 - DESCRl<;AO DA AREA DE ESTUDO

A area de estudo na qual fai desenvolvido a atividade de

Georeferenciamento em Trilhas 1nterpretativas, e tambem a {uca que se

encontra a pOfy30 mais hem preservada do Caminho da Graciosa.

A area localiza-se no Estado do Parana, na AEIT Jvlarumbi que

compreende a area proxima da BR-277 (Curitiba-Paranagua) sentido

noroeste atc a regiao do Pico Parana, cnglobando a Serra do Marumbi,

Serra da Farinha Seca, Serra da Graciosa c Serra dos Orga~s.

A AEIT Marumbi atualmcllte esta dividida em Parques

Estaduais, senda: Parque Estadual do Marumbi, Parque Estadual da

Graciosa, Parque Estadual Roberto Ribas Basiange, Parque Estadual do

Pau Oeo e Parque Estadual do Pico Parana.

o trecho do Caminho da Graciosa preservado parcial mente

encontra-se no Municipio de Morretes - PR, lim pequeno trecho do

Caminho da Graciosa proximo ao Recanto Eng. Lacerda (Alia da Serra)

eSla dentro do Parque Estadual da Graciosa com area total de 1 159,58

he, 0 restante, a maior extensao, encontra-se dentro dos Iimites do

Parque ESladual Roberto Ribas Baslange. com area de .689,32 he no

tvlunicipio de Morreles e 1.009,37 he no Municipio de Ant-onina

(lAP/Lilor"I).

31

4.3 - MATERIAlS, METODOS E APLlCA<;:AO DOGEOREFERENCIAMENTO

Neste trabalho utilizou-se Software do tipo SlG (Sistema de

Informa9ao Geografica) SPRING versao 4.0 do INPE (Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais).

No sistema SPRING, foi criado um Banco de Dados chamado

SD GILNEI_GRACIOSA con tendo um projeto chamado

CAMINHO_GRACIOSA com relangulo envolvenle com coord en ad as

planas (m) como segue:

X m:\ximo = 710000.000 = 0 48° 54" 49'.68

X minimo = 714000.000 = 0 48° 52" 23'.30

Y maximo = 7192000.000 250 22" 26' .06

Y minima = 7198000.000 = s 25° 19" 9'.08

Estabeleceu-se sistema Datum UTM modelo SAD69, zona de

longitude 22 e a banda de latitude Longitude J (22J).

Na modelagem de clados [oram criadas categorias com Planas de

Infofma9ao (PI) confOfme tabela l:

32

TABELA 1- Dados Projeto

Modelo Catcgorias PIMNT Altimetria Mapa curvasRede BD Estrada Mapa Estrada GPS

Tematico BD -Trilha -GPS Mapa_ Trilha -GPS

Mapa_ Trilha -GPS - IMapa Trilha GPS 2

Hidrografia Mapa RiosImagelll Landsat? -SEMA - RGB -543

2000 banda -3banda -4

banda -5

FONTE: Andradc,2004

Para os pianos de inforrnacao relacionados as categorias de

Hidrografia, Altimetria, Landsat? _SEMA_2000 (Bandas 3,4 e 5), foram

imponados do LabGeo da Universidade Tuiuti do Parana, Acervo

Digital: Projeto Parana e lVlunicipios.

Os dados dos pontos adquiridos via receptor GPS modelo

GARM IN 48 (campo) foram importados para 0 SPRING atraves de

arquivos tipo ASCli (texto) em Word Pad.

o tra,ado da trilha (Caminho da Graciosa) foi obtido apos a

importa,ilo do arquivo de texto para 0 PI (Mapa_Trilha_GPS) no

SPRING, sen do, tambern criado outros dois PI's: Mapa_Trilha_GPS_1

(tabela 2) e Mapa_Trilha_GPS_2 (tabela 3) devido a trilha possuir duas

interrupcoes de grande extensao. 0 tracado da estrada roi obtido apcs a

importa,"o do arquivo de texto para 0 PI (Mapa_Estrada_GPS),

conforme coordenadas adquiridas via GPS (tabela 4 - Apendice).

13

TABELA - Trilha Parte I - Caminho tla Graciosa

Ponto Coordenada X Coordenada Y Descric;ao,,01 711038.000000 7196711.000000 Inicio Trilha

2 711133.000000 7196703.000000 Ponto Sem descric;;:ao

3 711207.000000 7196709.000000 Trilha preservadaVegetacao Fechada

4 711248.000000 7196703.000000 Ponto -Sem descric;ao

5 711304.000000 7196681.000000 Ponto Sem descric;ao

6 711369.000000 7196661.000000 Placa CaminhoGraciosa - ReinicioTrilha

7 711413.000000 7196644.000000 Trilha pr6ximo aoRec. Eng. LacerdaFoto nO 1 Apendice

8 711456.000000 7196622.000000 Ponto Sem descric;ao

9 711489.000000 7196658.000000 Ponto Sern descric;ao

10 711574.000000 7196681.000000 Ponto -Sem descric;ao

11 711626.000000 7196681.000000 Ponto -Sem descric;ao

12 711684.000000 7196635.000000 Trilha cruzar aEstrada

13 711763.000000 7196618.000000 Trilha descidaacentuada

14 711810.000000 7196571.000000 Ponto Sem descric;ao

15 711735.000000 7196515.000000 Trilha Pequenocorrego

16 711788.000000 7196434.000000 Ponto Sem descrit;ao

17 711885.000000 7196431.000000 Trilha interrompidaarvores caidas

18 711914.000000 7196343.000000 Ponto Sem descric;:ao

19 711985.000000 7196252.000000 Ponto Sern descric;:ao

20 712067.000000 7196048.000000 Trilha C6rregopequeno

21 712108.000000 7195926.000000 Trilha entre RioCascata e Rio GrataFunda- Foto n04 Apendice

22 712081.000000 7195821. 000000 Trilha - C6rregopequeno

23 712062.000000 7195758.000000 Ponto -Sem descric;:ao

24 712083.000000 7195771.000000 Trilha/ Rio GrataFundaFoto n03 Apendice

25 712126.000000 7195761.000000 Ponto -Sem descricao

35

26 712128.000000 7195753.000000 Ponto -Sem descri~ao

27 712057.000000 7195703.000000 Ponto Sem descri~ao

28 712041. 000000 7195682.000000 Trilha danificada

Pedras soltas e Lixo.29 712001.000000 7195678.000000 Interrupc:;aoda Trilha

}l.posRio Grata FundaFONl E. Andradc.2004

TABELA 3 - T,·ilha Parte 2 - C.minho d. Gracios.

Ponto Coordenada X Coordenada Y Descri<yao,,'30 712260.000000 7195167.000000 Estrada/Trilha

Reinicio da Trilha

31 712305.000000 7195125.000000 Trilha em aclive

32 712338.000000 7195137.000000 Ponto Sem descric:;ao

33 712343.000000 7195114.000000 Ponto Sem descric:;ao

34 712423.000000 7195099.000000 Trilha e vegetacaopreservada

35 712431.000000 7195042.000000 Avistado mamifero."Quati"

36 712483.000000 7194932. 000000 Trilha plana epreservada

36

37 712516.000000 7194886.000000 Vegeta~ao danificada-corte de Xaxim- ayaOantr6pica

38 712537.000000 7194840.000000 Ponto -Sem descriyao

39 712582.000000 7194806.000000 Vegetac;ao Preservada

40 712587.000000 7194784.000000 Ponto -Sem descricao

41 712662.000000 7194749.000000 Saida Trilha/EstradaAntes do Rec. BelaVista

42 712747.000000 7194554.000000 Vista do Recanto BelaVista -Feto 5Apendice

43 712731.000000 7194435.000000 Trilha/EstradaRecanto Bela Vista

44 712709.000000 7194398.000000 C6rrego - Plantac;aode bananas- aCaoantropica

45 712713.000000 7194292.000000 Bifurcacao paraEstrada

46 712755.000000 7194231.000000 Trilha bern preservadaVegetacao fechada

47 712821.000000 7194114.000000 Ponto -Sem descricao

48 712887.000000 7194050.000000 Ponto -Sem descriC;ao

49 712928.000000 7193938.000000 Trilha - Descidaingreme

37

50 712936.000000 7l93854.000000 Desvio da Trilha"Lama"

51 712947.000000 7l93785.000000 Trilha interrompidaqueda natural dearvore

52 712961.000000 7l93746.000000 Ponto Sem descri<;::ao

53 7l2936.000000 7l93716.000000 Trilha proximoRecanto FerraduraFoto 2 Apendice

54 712923.000000 7193675.000000 Ponto -Sem descri<;::ao

55 712934.000000 7193637.000000 Quiosques RecantoCurva da Ferradura

56 7l2976.000000 7l93584.000000 Recanto Curva daFerradura

57 7l2989.000000 7l93532.000000 Vegeta<;::aodanificadaacao antropica -corte de Palmi to

58 713028.000000 7193501.000000 Ponto -Sem descri<;::ao

59 7l3055.000000 7l93526.000000 Arvore antiga caida -Trilha danificada

60 713122.000000 7193460.000000 Ponto -Sem descricao

61 7l3136.000000 7193438.000000 Ponto Sem descric;ao

62 7l3159.000000 7l93379.000000 Trilha degradada"Lama"

63 713248.000000 7193364.000000 Arvore caida

64 713335.000000 7193362.000000 Desvio, arvore caida- area sujeita aerosao-

65 713418.000000 7193348.000000 Trilha e Vegeta~aobern preservada

66 713473.000000 7193273.000000 Ponto -Sem descricao

67 713524.000000 7193285.000000 Ponto Sem descricao

68 713558.000000 7193278.000000 Ponto Sem descri<;ao

69 713593.000000 7193241.000000 Ponto Sem descricao

70 713615.000000 7193191.000000 Ponto Sem descricao

71 713635.000000 7193169.000000 Trilha Encontrado urn

"buraeo" aCaDantropica

72 713684.000000 7193122.000000 Ponto Sem descric;ao

73 713760.000000 7193103.000000 Fim da TrilhaRecanto Mae Catira

74 713745.000000 7193177.000000 Recanto Mae catiraConstrucao RecenteFoto n° 6 Apendice

FONTE. Andmdc.2004

39

Apos a criar;.ao das categorias e seus respectivos PI '5, foi elaborado

as cartas, no Scarla 4.0 - aplicativo do SPR1NG, recebendo os seguintes

nomes e con tendo as seguintes informayoes:

Mapa I - AREA DO CAMINHO DA GRACIOSA

Informar;.oes: Imagem Satelite. Trar;.ado da Estrada e da Trilha.

Mapa 2 - HIDROGRAFJA

Informayoes: Hidrografia da area da Trilha, Trayado da Estrada eda Trilha.

Mapa 3 - PONTOS GPS TRILHA

Informa<;iies: POlltos GPS dn Trilha, Tra<;ado da Estrada e daTrilha.

Mapa 4 - AL TlMETRIA

Informayoes: Altimetria da area da Trilha, Trayado da Trilha.

Apos a elaborayao das cartas anteriormente descritas, elaborou-se

lllll gritfico com 0 Perfil da Trilha (Apendice) com base 110S dados de

altimetria (Mapa 4), contendo as informayoes do percurso I da trilha

(Perfil I), percurso 2 da trilha (Perfil 2) e tambem a percurso

interrompido (Perfil 3 - estrada).

Mapa 1AREA DO CAMINHO HIST6RICO DA GRACIOSA

0.3 0 0.3 0.6 0.9 1.2 km

Escala 1:30000

Legendo

TrilhaEstrada

LANDSAT no Orbita/Ponto 220/77Banda. 5,.4,3 RCB (SEUA 2000)Pr(lJe~lIo UT\4 - Madero SA069ZtJnCl 22-Merldiano 51 W-GR

El4boracllo: Gllner de Androde.(2004)

-,Mapa 2 - HidrografiaAREA DO CAMINHO HIST6RICO OA GRACIOSA

'10 'll}"" 71,600 712400 713200 114

7'98 , 1'98

I

I

II

7196&00 - 719611D1l

II

7'95800 I ~ 71954500

I

I I

I7194000 t- -- 71940()()

I

II

7193:100 I L --t- 7'932Oil

'" '.('°"0

0

7192 L L ~ ~ J 7192'10 '10'"' 711!1OO 712'00 713100 '14

t· U. -; C G O,ll I . ..::' I "Legenda Projc~Clo UHA- l.Iodcl0 SAD69

RioZone 22-Meridiono 51 W-GR

t ~ccLI 1 :3CC<{) Hidrl>grorlo - Fonte! lat>Gep (2001)- Tritho keNo Oioital/Projela PR a M""idpioe- Estroda[lobo,oeGo:GilneideAndrode.(2004)

.2

Mapa 3 - Pontos GPS TrilhaAREA DO CAMINHO HISTORICO DA GRACIOSA

'10 710Boo 711600 712400 713200 '14

7198 -~I-I

7198

II

I

I I

I7196800 l- 7196800

II

I

"95~ I -+ I "95=

II

7194400 ~ 71944O(l

7192

'10 '14

Legenda Projeci'lo UTM - Modelo SAD69

Zona 22-Meridiono 51 W-GR+ Ponto, CPS Trilho

_r.stmda

Elobo(o~~o: Gil",,; de Androde.(Z004)

------------------ I

Mapa 4 - AltimetriaAREA DO CAMINHO HIST6RICO DA GRACIOSA

La.] 0 0.3 C,6 0.9 '.2 'r<rn Legendo""'""- -Trilhc

Esca'o 1:30000

---------

Projeello UTM- Mode!o SIID69

Zona 22- MeridiOrlO 51 W-GR

Altimclric-Fonle:labGeo(2001) IAccrwJ Oigital-i'rojeto PR e loIun;,:(~;""

EI"borDello: Ciln",; de And'ode.(200~)

5 - CONCLUSAO

Trilha Interpretativa e a Caminha da Graciasa

A AEIT do Marul11bi, 118 qual encontra-se a trilha oa qual roi

aplicado 0 Georeferenciamcnto, atualmente passa por estudos para

transfonnar as Unidades de Conservayao de Categoria de Protcyao

Integral (Parques) para Categoria de Usa Sustentavel - Area de Prote~ao

Ambiental (APA).

Apos a conclusao do ZoneamentoH da area dos parqucs, se faz

necessaria elaborar 0 Zoneamcnto ecol6gico-economico e somente apes

a conclusao deste, elabora-se 0 Plano de Manejo. Os Pianos de Manejo

scmpre contedio zonas de mancjo englobando varios propositos inerentes

as condiyoes locais. Visando estabelecer a categoria apropriada, pelo

menos 70% da area cleve seT manejada pOl' sellS objetivos primarios e

que 0 manejo da paryaa resl'ante nao se realize em conflito com esses

objeti vas.

Os principais objetivos de rnallejo sao os seguintes:

Pesquisa Cientifica

Proteyae de Zonas Silvestres

Preservar;.ao de Especies e da Diversidade Genetica

Manlltellyao dos Servir;.os Ambientais

Proter;.ao das Caracteristicas Naturais e Culturais Especificas

TlirisIllo e Recreayao

Edllcar;.ao

Uso SlIstentavel dos Recursos des Ecossistem3s Naturais

iVlanlltenr;.ao dos Atributos Culturais e Tradicionais

~ ZOllcamCllIO - ESlabdcee 0 lamallho de umn area prolegida. cleve comprecllclcr a superficic deterra Ilcccss;iria para cOlllcmplar SCIIS objelivos dc mancjo.

Como ponto de- partida importanle que se defina "area

protegida". A defini~ao adotada e originaria do Seminario sobre

Categorias, ocorrido no "IV Congresso Mundial de Parques Nacionais e

Areas Protegidas", conforme se segue:

"Uma area de terra ou mar especial mente consagrada a prote9ao e

manutenr;ao da diversidade biol6gica, assim como dos recursos naturais

e culturais associados, e manejada atraves de meios juridicos au outros

meios eficazes"(IV Congresso Mundial de Parques Nacionais e Areas

Protegidas).

A clefinir;ao acima engloba 0 "univers~" das areas protegidas,

scndo que todas devem se enquadrar nela. Embora as areas protegidas

abarquem os requisitos gerais contidos nesta definir;ao, na prittica os

objetivos especificos de manejo sao diferentes.

Com a cria9ao da APA (proposta do 1Ap9) na regii'io do Camillho

da Graciosa, alualmente Parque Estadual da Graciosa e Parque Estadual

Roberto Ribas Baslange, pode-se manejar atividades turisticas,

atividades de Educar;ao Ambiental e promover 0 Uso Sustentavel dos

Recursos Naturais.

Embora 0 Caminho da Graciosa tenha side interroll1pido em muitos

trechos pel a constru9ao cia Estrada da Graciasa (PR-410) que

conhecemos atualmente representada no Mapa I, atraves da

implantar;ao de Trilhas lnterpretativas - elemento indispensilvel para 0

manejo de UC, e impiantar;ao de cquipamentos de infra-cstrutura basica,

atividades ecoturisticas podem ser implantadas na {lrea estudada.

As Trilhas Interpretativas podem ajudar 0 turista fla aquisir;ao de

consciencia de que e necessario protegeI' as riquezas naturais e do

patrimonio. Para tanto, deve-se ciaborar um Lnventariolnterpretativo

identificando, localizando e cadastrando elementos naturais (elementos

bioticos e abi6ticos) e culturais que ten ham significados para a

interpretar;ao no percurso da trilha a ser implantada, apos este

inventftrio. deve-se fazer urn estudo das oportunidades e restriyoes

seguin do tecnicas pertinentes.

Percone!" um trecho de um caminho hist6rico como 0 Caminho da

Graciosa, transformada em Trilha Interpretativa sem sombra de

dllvida agradaria muito mais ao turista/visitante do que simplesmente

fazer uma caminhada, ou seja. praticar frekking.

o Carninho da Graciosa apresentou-se bem cOllservado, possuindo

o ealyamento original em muitos treehos, como revel am as fotos 1 e

2(Apendice).

o trecho correspondente entre 0 Reeanto Ferradura - Ponto GPS

n.o j61 Jvlapa 3, e 0 Reeanto Mae Catira - Ponto GPS nO 731 [Vlapa 3, e 0

trecho do eaminho que apresenta as melhores eondiyoes para a

implantayao de lima TriIha Interpretativa. Este trecho do caminho

apresenta-se bem conservado, embora tenha em seu trajeto inclinayoes

superiores a 12%, entendido como ideal, - eorrespondendo a 12 metros

vertieais para cada 100 metros de distiincia horizontal (aproximadamcnte

7 graus), !laO possui atualmente grandes problemas de erosilo,

correspondendo a uma call1inhada de nivel moderado, sem apresentar

grandes riscos de acidentes para 0 visitante.

o local no momento da pesquisa nao apresentava uma boa

condiyao de seguranya, devido a desativayao do posto do Batalhao da

Policia Florestal, que ficava fisicamente ao lade do Recanto Mae-Catira

(Ponto GPS nO 74 - Mapa 3), Emhora, tenha sido eonstruido urn Posto

de lnformac5es Turisticas (Foto 11°6 Apendice ) l1a inea da Trilha. 0

Posta de Informayoes e Contra Ie Turistico podedl trabalhar com a

divulgayao de alguns Principios de Conduta Consciente em Ambientes

Naturais, auxiliando na preserv3yao da Area de Proteyao Ambiental a

ser implantada.

91AP - InSlilulO Ambicmal do Paratl.l.

Implalltando-se um sistema de radio comunica~ao entre os

Recantos Mae-Catira e Recanto Ferradura pode-se controlar 0 accsso

dos luristas lla trilha e evitar problemas como 0 do vandalisl11o.

A implanta930 de sinaliz3y30 turistica ( placas de Idcntificay30 de

Especies Vegetais), auxiliariam 0 visitante na interpreta~ao de pontos

significativos na trillla.

A potencialidade oferecida par atrativos da natureza, podem ser

associados a atrativos culturais, dando origem a projetos de turismo

ecocultural, demOllstrando a importancia dos Patrimonios Natural e

Cuitura ao turismo.

o Georeferenciamento e uso de sojtwares do tipo SlG aplicados

na area do Caminho da Graciosa demostraram ser ferramentas

importantes para a elabora~ao de projetos de Trilhas Interprctalivas.

Atraves do Georeferenciamento, elaboraram-se mapas e cadastraram-se

informa90es bastante precisas de pontos de interesse interpretativos,

gerando informa90cs de grande relev8ncia na area estudacla, sendo os

objetivos do estudo alcan9ados.

Esse estudo revelou, ainda, a importancia de se planejar 0 uso de

Unidades de Conserva9ao para a prMica do turismo, considerando-se

tecnicas utilizadas pelos profissionais da Geografia, neste caso 0

georeferenciamento. com 0 intuito de minimizar os impactos ambientais

negativos que poderao resullar de sse L1SO.

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APENDICE

Perfil da trilha - Percurso 1 e percurso 2

Perfil Trilhill- 2

'"0 1200 24011 JfllIODistlindil

oPerlil-1 "Perfil-2 ? Perfil-J

FONTE: Andmdc.2004

FOTO I : CAMINHO DA GRACIOSA - TRECHO PROX. RECANTO ENGo LACERDAPONTO GI'S n° 7 - FONTE: Andrade.2003

FOTO 3: TRECl-IO RIO GROTA FUNDA

rOTO 4: TRILHA -CAMINHO OA GRACIOSA FOTO 5 : TRJLHA -CAMINHO OA GRACIOSATRECHO ENTRE R10CASCAT AfRIO GROT A rUNDA RECANTO BELA VISTA - MORRO DO SETEPONTO GPS n° 21 - FONTE: Andradc.2003 PONTO GPS nO 42 - FONTE: Andradc.2003

TABELA 4 - Coordenadas Estrada - GPS

Coonh:nadas X Coordcnadas Y

709925.000000 7197047.000000710378.000000 7196619.000000710526.000000 7196592.000000710703.0000ao 7196566.000000710796.000000 7196576.000000710818.000000 7196575.000000710849.000000 7196580.000000710866.000000 7196585.000000710879.000000 7196591.000000710904.000000 7196613.000000710918.000000 7196630.000000710933.000000 7196647.000000710958.000000 7196674.000000710979.000000 7196695.000000710997.000000 7196702.000000711026.000000 7196698.000000711045.000000 7196689.000000711067.000000 7196670.000000711100.0000ao 7196654.000000711137.000000 7196645.000000711163.000000 7196629.000000711175.000000 7196610.000000711241.000000 7196522.000000711285.000000 7196509.000000711296.000000 7196501. 000000711306.000000 7196493. 000000711324.000000 7196488.000000711348.000000 7196497.000000711353.000000 7196508.000000711357.000000 7196538.000000711354.000000 7196564. 000000711344. 000000 7196571. 000000711336. 000000 7196583.000000711332.000000 7196592.000000711320.000000 7196622. 000000711321.000000 7196632. 000000711329.000000 7196642.000000711356.000000 7196660.000000711361.000000 7196672.000000711364.000000 7196682. 000000711371. 000000 7196706.000000711375.000000 7196720.000000711377.000000 7196738. 000000711377. 000000 7196781.000000711381. 000000 7196811.000000711384.000000 7196835.000000711388.000000 7196854. 000000711401.000000 7196865.000000711418.000000 7196866.000000711489.000000 7196885.000000711507.000000 7196896.000000711525.000000 7196904.000000711565.000000 7196913.000000711590.000000 7196911. 000000711611.000000 7196898. 000000711626.000000 7196886.000000711641.000000 7196865.000000711651.000000 7196843. 000000711659.000000 7196820.000000711626.000000 7196794. 000000711607.000000 7196791. 000000711610.000000 7196780.000000711621.000000 7196777.000000

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712508.000000712521.000000712521.000000712523.000000712516. 000000712510. 000000712525.000000712537.000000712567. 000000712602. 000000712668.000000712681.000000712713.000000712736.000000712749.000000712756.000000712761.000000712767.000000712775.000000712784. 000000712789.000000712779.000000712762.000000712734.000000712722.000000712718.000000712725.000000712691.000000712564.000000712584.000000712605.000000712627.000000712637.000000712647.000000712656.000000712658.000000712658.000000712660.000000712673.000000712684.000000712701.000000712724.000000712743.000000712753.000000712765.000000712765.000000712774.000000712785.000000712811.000000712807.000000712854.000000712880.000000712884. 000000712893.000000712894.000000713062.000000713054.000000713051.000000713036.000000712775.000000712780.000000712737.000000712725.000000712729.000000712752.000000712760.000000712816.000000712828.000000

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ANEXO

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