Revista Sabiá Quatro

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Magazine also available in ENGLISH Revista disponible también en ESPAÑOL ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA Fevereiro de 2012 Ano 2 Edição 4 Q U 4 T R O

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Revista de arte brasileira contemporânea Sabiá.

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Revista disponible también en ESPAÑOL

ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Fevereiro de 2012Ano 2

Edição 4

QU4TRO

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© Todos os trabalhos contidos na revista são propriedade dos respectivos artistas e sua publicação foi autorizada exclusivamente para a Revista Sabiá. Não é permitido o uso das imagens com outros fins. Caso haja interesse, entre em contato com o artista.

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Derlon Almeida

Eduardo Taborda

Gabriela Camerotti

Guilherme Marques “Guma”

Leonardo Mathias

Ninhol

Rafael Hoffmann Maurilio

Rogério Miranda

Sandra Javera

Studio Makkink & Bey

Idealização e curadoria: Jonathas MelloEdição de texto: Luisa FreyCoordenação de produção e reportagem: Vitor Vieira de OliveiraIlustração da capa: Ninhol

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Nasceu e vive em Recife, PE

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DerlonAlmeida

Em busca de uma identidade própria, Derlon Almeida começou a pesquisar xilogravura e street art. Desenvolveu obras que misturam esses dois gêneros da arte popular, criando um novo projeto de linguagem contemporânea. Em seus trabalhos, integra elementos do graffiti – que pratica desde a adolescência – e dos cartazes em xilogravura, estendendo e subvertendo ambos os meios. Com poucas e contrastantes cores, criou uma simbiose entre a intervenção urbana e a xilogravura – um dos principais meios de comunicação impressa da cultura popular.

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Nasceu e vive em Porto Alegre, RS

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Eduardo Taborda desenha desde criança como uma alternativa de entretenimento por não ter tido muitos amigos e ter crescido de forma bastante “hermética”. Seu trabalho busca ser um diagnóstico das distâncias, profundidades, ilusões e do quanto um objeto deve se aprofundar a ponto de virar um símbolo. “A ordem simbólica é algo que me atrai, porque criando ou me apropriando da construção de simbolismos eu consigo estabelecer uma área movediça no tempo-espaço de um olhar espectador”, relata Eduardo.

“A atmosfera da série de desenhos a seguir é a matéria escura, que denominei ‘Breu’ – em analogia com a ideia da graxa de sapatos, ou do asfalto derretido, ou seja, da pasta negra constituída de átomos de mistério. Não sabemos o que é. Lembro de ter ouvido um monge falando que tentar compreender o além do compreensível a partir dos nossos cinco sentidos é o mesmo que tentar ir à Lua em carro de boi. Acredito que arte é isso: sentir através de um sentido mais tênue, compreender de forma mística. Em japonês, a pronúncia da palavra referente a ‘breu’ é ‘pitchi’ – quase o mesmo que piche, asfalto. Tal palavra em língua japonesa também significa passo. Em latim, o termo “breu” significa breve, o que não dura, é efêmero. Breu designa a nova série de desenhos que estou produzindo. Tratam do mistério, da chamada matéria escura, no espectro astronômico, de elementos que o os cinco sentidos não capturam e também das sombras nebulosas da ignorância.”

EduardoTabordawww.flickr.com/lantejoulas

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Desdobramento/GangorrasNanquim sobre papel

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O engraxateNanquim sobre papel

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Vialacta MucamaNanquim sobre papel

Uranium bilboquêNanquim sobre papel

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Ossos de melNanquim sobre papel

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Nasceu e vive em São Paulo, SP

GabrielaCamerotti

www.gabrielacamerotti.com

Gabriela Camerotti começou fotografando amigos com uma câmera qualquer – sem pretensões. Tentou o curso de Letras, sempre com a máquina por perto. Foi então que as solicitações para trabalhos começaram a aparecer. E não pararam mais. Pelo contrário, a vida de fotógrafa engrenava, e Gabriela trocou as palavras pelas imagens.A partir daí, a profissional tomou forma, e Gabriela buscou em suas criações uma nova perspectiva para a fotografia de moda. “É uma procura pela beleza em tudo e em todos, sempre retratando o mundo da forma que eu gostaria de vê-lo”, define.Menina fashion, inspira-se, inconscientemente, na mistura das maluquices surreais de Tim Walker com as loucuras cruas de Jerry Witterson. A fotógrafa de 22 anos gosta de fugir da realidade, explorar o lúdico em parques e cidades do interior e tirar a melhor obra de sua principal inspiração: os dias chuvosos e a casa antiga da avó.As influências e as perspectivas da artista são “bem do mato”, como a música Animal, de Mike Snow, que fala das mudanças de forma para cada espaço do cotidiano — mesmo que no fundo, a forma final seja sempre selvagem. O lado animal de Gabriela, no entanto, é bem mansinho.Com seus cliques, ela capta o começo de uma história em cada foto e seguindo tal premissa apresenta este ensaio exclusivo para a Revista Sabiá.

Modelo: Lillian Barbieri

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Nasceu e mora em São Paulo, SP www.guma.art.br

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Guilherme Marques, o “Guma”, é aficionado pela anatomia humana, principalmente a “bem brasileira, bem nordestina”. Passou horas nas redondezas da Igreja Matriz – do Largo Treze, em São Paulo –, observando, deformando, destruindo e sensualizando os ordinários com sua caneta Bic. Tornou-se frequentador assíduo do local e fez dessa experiência urbana uma de suas escolas, assim como a fase em que reproduzia os riscos de James Jean e ilustrações da revista Playboy para aprimorar seus traços.Aos 12 anos, achou que desenhar não fosse seu dom, mas, apesar disso, nunca deixou de tentar aprimorar-se. A falta de confiança tornou-o praticante impulsivo.Obcecado por desenhos, desde aquela idade dedica no mínimo quatro horas diárias à criação. “Hoje chego a desenhar 20 horas por dia ”, brinca.Guma tem guardados mais de 20 cadernos, com pelo menos 300 folhas cada – cheios de desenhos de caneta esferográfica, “sem trapaças, sem ctrl+z”. Entretanto, não dispensa programas de pós-produção e edição de imagem, bem como um bocado de nanquim e aquarela para finalizar as ilustrações.O paulistano de 24 anos toma o humor momentâneo como principal inspiração e, por produzir religiosamente todos os dias, suas obras refletem o que está constantemente sentindo.Em 2009, o humor levou o artista à edição de uma publicação – a Junto – com amigos, alguns deles da faculdade. O projeto criativo – colaborativo e esporádico – foi idealizado e é realizado pelo Grupo Elefante, que está sempre em busca de novas plataformas.

Guilherme Marques Guma

Retrato em FloresCaneta esferográfica e Photoshop

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Mulheres, Peixes e PlantasPoska e caneta esferográfica sobre papel Canvas

O JogadorCaneta esferográfica sobre papel Canvas

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Paixão além da imaginaçãoGrafite vermelho

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CalangoGrafite e Photoshop

Terceira Idade ( Dona Aracy)Caneta esferográfica e nanquim em papel canvas

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Terceira Idade ( Dona Mirian)Caneta esferográfica e nanquim em papel canvas

Stand Up Comedy Photoshop

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AstronautaPhotoshop

DNAPhotoshop

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“Meu trabalho exalta a oscilação. Flexiona o nada partindo da desconstrução exposta. É o reinventar, sem pretensão de originalidade. Meu trabalho é o exercício da recombinação de elementos presentes no caos que se apresenta. É a descoberta incontinente, a transição incessante, e o silêncio transbordante entre os dentes.”

A maneira acima é apenas uma das várias como Leonardo Mathias enxerga a si mesmo. Desertor do curso de arquitetura, o paulistano de 24 anos entendeu que a máscara de designer de interiores era insuficiente e buscou outras formas de expressão. Leo dedica-se mais intensivamente às artes ilustradas, mas também escreve desde os 17 anos, quando o fazia sem grandes pretensões. A literatura representa a maior de suas influências, incluindo a filosofia de sobreposições de máscaras de Waly Salomão.A “cachaça” de Leo, porém, são desenho e ilustração. Foi por meio deles que se especializou em completar seus escritos com imagens, ao perceber que as palavras não são suficientes. Nessa transferência de poemas para artes visuais, o designer foi descoberto como escritor pela editora Patuá, pela qual publicou o livro De pé.Apaixonado pela mistura de mídias e texturas, o artista combina tecidos, papéis, desenhos em transparência com nanquim, aquarela ou o que mais parecer ou aparecer de interessante.Excêntrico, prefere as pessoas vistas da cintura para baixo, no bom estilo Michel Haneke ou Muppet Babies. “É na cintura, nas pernas e nos pés que os segredos estão guardados.”

Nasceu e vive em São Paulo, SP

Leonardo Mathiasflickr.com/photos/leonardomathias

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Pega!Técnica mista

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Sequência horizontal de banheiroTécnica mista

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Frestas e ocupações #02Técnica mista

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Nasceu em Olinda, PEVive em Fortaleza, CE

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Filho de um “pernambuco megalomaníaco por folclore”, Jamerson Lima – conhecido como “Ninhol” – apresenta um estilo bem particular. Usa muitas cores e traz para suas obras elementos da cultura nordestina e do folclore brasileiro.“Eu até falo, mas evito ao máximo”, brinca sobre sua timidez. A dificuldade em usar palavras foi o que o motivou a usar o desenho para se comunicar. Pernambucano de Olinda nascido há 36 anos, Ninhol desenha desde pequeno – inicialmente nas portas de casa, nos móveis ou em qualquer outra superfície disponível.Mesmo calado, o menino já fazia sucesso com suas ilustrações na 4ª série, quando se tornou o ilustrador oficial da sua classe. Nas aulas de Biologia, o professor aproveitava o talento do aluno e sempre o convidava a desenhar células no quadro negro para que a turma entendesse melhor.O dom o levou a trabalhar como designer freelancer e também como pintor de pranchas – o que lhe rendia alguns trocados. Entretanto, as necessidades aumentaram e a cultura brasileira chegou a perder um de seus pupilos para a máquina estatal, por cerca de dois anos, quando trabalhou no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “Mas é óbvio que não consegui ficar muito tempo longe da arte”, suspira.Largou a estabilidade de funcionário público para retomar sua paixão e se aperfeiçoar, principalmente no que diz respeito à pintura, que executa com primazia.Depois de um período em Belo Horizonte – quando teve suas obras expostas em livrarias da cidade e na “chique” livraria Cultura de São Paulo – Ninhol reside atualmente em Fortaleza. Trabalha com pinturas e ilustrações, utilizando técnicas e materiais diversos.

www.ninhol.com

Ninhol

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Nasceu e vive em Criciúma, SC

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Rafael Hoffmann Mauriliowww.rahmaprojekt.com

Como quase todo garoto que leu quadrinhos na infância, o primeiro contato de Rafael Hoffmann Maurilio com a arte foi através dos gibis. Entre os oito e dez anos, rabiscou inúmeros monstros e super-heróis em folhas de papel. Os primeiros traços, porém, não evoluíram, mas acabaram influenciando em escolhas futuras.Já na adolescência, a escola oferecia, paralelamente ao Ensino Médio, cursos técnicos – entre eles, o de Desenho Industrial. “Eu desenhava, e o curso tinha desenho. Então, uma coisa levou à outra.” Chegou a pensar em estudar Arquitetura, mas acabou escolhendo o Design

Gráfico por identificar um abrangente leque de possibilidades.Apesar de criativo, Rafael não se vê como um artista – considera-se técnico demais, embora não tenha dúvidas de que arte e design caminham juntos. A tentativa de explorar uma veia poética, na verdade, é algo relativamente novo em sua vida. Há mais de dez anos exercendo a profissão, não saía dos trabalhos técnicos e mercadológicos, e isso estava se tornando algo cansativo. Em meio a uma “daquelas” crises pessoais, profissionais, existenciais, precisou achar uma válvula de escape. Há cerca de seis meses, encontrou-a na soma das suas duas grandes paixões: o design e a música – mais especificamente o rock’n’roll –, no que chama de “Rahma Projekt”. Para Rafael, praticamente tudo gira em torno da música – seu “combustível”, não só para as ilustrações, mas para tudo. “Tenho que ter música no carro, no computador, no iPod, em qualquer lugar”, explica.É óbvia a influência da música sobre seu trabalho. Às vezes, ouvindo um trecho de uma letra, Rafael faz o link com alguma imagem antiga, visualiza uma ilustração e tenta passá-la adiante, seja no papel ou no computador. Em contraponto, há ocasiões

nas quais a ideia visual chega primeiro, e ele precisa procurar uma música que nela se encaixe. O Rahma Projekt, exposto aqui na Revista Sabiá, nasceu do desejo e do simples prazer de criar. “Sem briefing, sem pressão, sem cliente, sem pretensão, criando o que eu gosto como eu gosto. Sem me preocupar em dar explicação ou fazer sentido.”

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Rogério Mirandawww.rogeriomiranda.com

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Seu lema é simplificar. Rogério Miranda diz que seu aprendizado não surgiu dos cursos dos quais participou – e com os quais muitas vezes se decepcionou –, mas do trabalho como assistente de fotógrafos, entre eles Manolo Moran, Klaus Mitteldorf e Eduardo Brandão. Rogério decidiu, após nove anos como observador e coadjuvante, engajar-se como um fotógrafo totalmente voltado ao trabalho autoral. Enxergando outro caminho nas imagens que até hoje retrata, “passeia” entre o comercial e o pessoal, buscando manter a simplicidade.Em 1994, abriu seu próprio estúdio, onde realiza trabalhos para várias agências nacionais e internacionais, que lhe renderam prêmios e notoriedade na área. Recebeu o Leão de Ouro em Cannes e teve seu nome incluído em todas as edições do livro 200 Best Advertising Photographers.Influenciado por todas as formas de arte, aprendeu a captar qualquer manifestação artística desde os oito anos de idade, quando assistiu no cinema o filme A Guerra dos Botões – baseado no livro La Guerre des Boutons, escrito em 1913 pelo francês Louis Pergaud.Lado a lado com seu trabalho caminha a ilustração, da qual tenta tirar o que há de mais objetivo para seus ensaios pessoais. Utiliza rascunhos – mesmo se considerando péssimo com um lápis na mão – para visualizar suas ideias antes de começar a clicar. Depois de ver o esboço no papel, em uma espécie de “primeiro teste”, avalia se é realmente aquilo o que deseja.Foi esse o processo seguido para a realização do ensaio apresentado a seguir. O trabalho Cidade em Movimento ainda se encontra em fase de produção.

“Eu tenho uma pequena ideia do que desejo, mas, assim como a cidade, este trabalho também se movimenta. Tento mostrar o movimento de materiais sólidos que começam a pulsar com o calor, o frio, as luzes, o passar dos carros, das pessoas. Também tento construir uma imagem de mudança de certas áreas de São Paulo, transformadas pelo mercado imobiliário de bairros de pequenas casas em abrigo para enormes edifícios.”

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“Meu desenho é uma coleção de coisas que um dia me tocaram e me encantaram”. Sandra Javera precisa viver para desenhar. Seus traços constituíram-se durante a formação pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da USP. A busca por variedade chega a gerar uma crise de identidade, um sentimento de repetição que a faz mudar de técnica constantemente e experimentar diferentes materiais. Recentemente, começou a usar a fotografia de objetos e espaços por ela criados como ilustração. O interesse de Sandra pela arte intensificou-se quando conheceu os trabalhos multidisciplinares da ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. Lina foi arquiteta e expandiu sua criação ao teatro, ao cinema, às artes plásticas, à cenografia e ao desenho mobiliário, além de participar da curadoria de diversas exposições. Paralelamente, Sandra começou a acompanhar a arte de Catarina Bessel

Nasceu e vive em São Paulo, SP

www.flickr.com/sandrajavera

Sandra Jávera

(colega de universidade que teve suas obras expostas na primeira edição da Revista Sabiá), que lhe permitiu vislumbrar a possiblidade da profissão de ilustradora. Apostou em cursos de cenografia e ilustração oferecidos pelo Instituto Tomie Ohtake para distanciar-se um tanto da arquitetura e chegar mais perto do desenho, e, nesta transição, aproximou-se do lúdico observado em cenários influenciados por temas infantis. Considera-se naïf e em fase de amadurecimento. Apenas “tateia” o artístico, sem procurar estabelecer uma identidade forte. A artista procura deixar sua personalidade instável evidente em suas obras.“Sou uma pessoa que gosta muito de mudar de objetivos”, define-se Sandra. Aos 26 anos, a artista acha que não conseguirá fixar-se a nenhuma meta, pretende nunca ser apenas uma ilustradora e, quem sabe um dia, aproveitar sua paixão infantil para tornar-se educadora.

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Aquarela e caneta sobre papel

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Nova IorqueCaneta sobre papel

Nova Iorque 2Caneta sobre papel

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Adição

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Composição

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Rotterdam, Holanda

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Nem só no Brasil floresce a arte brasileira. Recentemente, ventos tupiniquins sopraram para o outro lado do Atlântico e influenciaram os holandeses Rianne Makkink e Jurgen Bey – arquiteta e designer que, juntos, operam o estúdio Makkink & Bey em Roterdã.Quando convidados pela galeria belga Pierre Bergé & Associates para reinterpretar cinco peças vintage, Makking e Bey quiseram confrontar o conceito de vintage com a realidade contemporânea, dando novas proporções à madeira, combinando-a ao couro e criando uma linguagem própria para suas novas peças – com um toque de humor. O resultado foi a série de cadeiras intitulada “Influência brasileira encontra-se com o estilo brasileiro”, exibida pela primeira vez em 2008. O trabalho remete à longa trajetória do design brasileiro, que misturou influências europeias e nativas, evoluiu rapidamente e estabeleceu uma identidade própria utilizando materiais abundantes no Brasil – como madeira, cana e couro. Por a madeira brasileira ser hoje protegida por lei, as cadeiras neerlando-brasileiras foram produzidas com madeira nobre, como freixo e nogueira.Makkink e Bey abriram seu estúdio em 2002. Seus projetos incluem design de produtos, projetos de espaços públicos, arquitetura, design conceitual e artes aplicadas. Aspectos como análise de conteúdo, relação entre função e forma, design como elemento histórico e a relação entre espectadores, designers e mecenas podem surgir a partir de design conceitual e arquitetura, mas também se utilizam conceitos de outras disciplinas. Urbanismo, arquitetura e paisagismo estão diretamente ligados ao design de produto. “A lâmpada influenciou e influencia a arquitetura, da mesma forma que a construção de uma casa influencia seu interior e um arranha-céu poderia nunca ter existido sem a invenção do elevador.”

Studio Makkink & Bey BVwww.studiomakkinkbey.nl

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Ballerina

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