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Revista do Legislativo Maringaense, Vol. 1, Ano I, 2013.
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Expediente
CÂMARA MUNICIPAL DE MARINGÁ-PR
Ulisses de Jesus Maia Kotsifas Presidente
Luciano Brito
1º Vice-Presidente
Francisco Gomes dos Santos 2º Vice-Presidente
Edson Luiz Pereira
1º Secretário
Márcia Socreppa 2ª Secretária
Luiz Pereira 3º Secretário
Adilson de Jesus Cintra
Belino Bravin Filho Carlos Emar Mariucci
Carmen Inocente Humberto Henrique Ideval de Oliveira
Jones Darc de Jesus Manoel Álvares Sobrinho
Mário Verri
Revista do Legislativo Maringaense Vinculada à Escola Legislativa da Câmara Municipal de Maringá-PR
Elaboração e Textos: Joaquim Francisco dos Santos Neto Tiago Valenciano Previatto Amaral
Agradecemos especialmente ao Historiador João Laércio Lopes Leal, da Gerência de Patrimônio Histórico, pelo fornecimento de dados e informações.
Maringá, Câmara Municipal de.
M337r Revista do Legislativo Maringaense – Personagens
& História: as ruas da região central do Município. /
Câmara Municipal de Maringá. –- Maringá, 2013.
24 f.
1. Câmara de Vereadores – Maringá
(PR). 2. Câmara Municipal. 3. Estudos
Legislativos.
CDU 1.ed. 342.328
Revista do Legislativo Maringaense, Vol. 1, Ano I, 2013.
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Sumário Apresentação...........................................................................................................05
Editorial......................................................................................................................06
INTRODUÇÃO
A Lei das Leis: a nomenclatura dos nomes das vias públicas de Maringá......07
CAPÍTULO I – Datas comemorativas
Avenida 19 de Dezembro.......................................................................................09
Avenida XV de Novembro......................................................................................09
CAPÍTULO II – Pátria, Estados e Municípios
Avenida Brasil............................................................................................................10
Avenida Guaíra........................................................................................................10
Avenida Paraná.......................................................................................................10
Avenida São Paulo...................................................................................................11
CAPÍTULO III – Políticos de Maringá e do Paraná
Avenida João Paulino Vieira Filho..........................................................................12
Avenida Advogado Horácio Raccanello Filho....................................................12
Avenida Governador Parigot de Souza................................................................12
Rua Basílio Saltchuk..................................................................................................13
Rua Néo Alves Martins.............................................................................................13
CAPÍTULO IV – Personagens da história de Maringá
Rua Arthur Thomas...................................................................................................14
Rua Joubert de Carvalho........................................................................................14
CAPÍTULO V – Escritores
Rua José de Alencar................................................................................................16
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Travessa Guilherme de Almeida.............................................................................16
Travessa Júlio de Mesquita Filho.............................................................................17
CAPÍTULO VI – Personagens históricos
Avenida Colombo....................................................................................................18
Avenida Duque de Caxias......................................................................................18
Avenida Getúlio Vargas..........................................................................................19
Avenida Herval.........................................................................................................19
Avenida Prudente de Moraes................................................................................20
Avenida Tamandaré................................................................................................20
Avenida Tiradentes..................................................................................................21
Rua Santos Dumont..................................................................................................21
Rua Silva Jardim........................................................................................................22
Rua Piratininga..........................................................................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................23
REFERÊNCIAS.............................................................................................................24
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Apresentação
Diante do aniversário de comemoração dos 60 anos de emancipação
política do Município de Maringá, lançamos este primeiro número da Revista
do Legislativo Maringaense, visando a (re) apresentar o significado dos
nomes das ruas da área central. O objetivo desta revista é reunir em
coletâneas as principais leis do Município por áreas temáticas, variando os
assuntos de acordo com as respectivas edições.
Esta iniciativa condiz com a política implementada na Câmara
Municipal de Maringá nesta 15ª Legislatura: modernizar as atividades do
legislativo e resgatar um importante papel que estava esquecido nos últimos
anos, que é de possibilitar o acesso à população às leis promulgadas pelos
Vereadores e pelos Prefeitos.
Além de cumprir um papel histórico de grande relevância, a Revista
do Legislativo Maringaense almeja estimular pesquisas no campo do direito,
da história, da literatura, da política, enfim, das humanidades em geral,
encurtando os caminhos e facilitando os acessos ao nosso acervo histórico
de leis, disponibilizado integralmente na internet.
Assim, a Revista do Legislativo Maringaense preenche a lacuna
existente no legislativo municipal, apresentando a todos os cidadãos de
Maringá um novo veículo de comunicação via internet, demonstrando que
o Poder Legislativo está de fato inserido nas novas mídias globais.
Ulisses de Jesus Maia Kotsifas
Presidente da Câmara Municipal de Maringá
Revista do Legislativo Maringaense, Vol. 1, Ano I, 2013.
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Editorial
Nos 60 anos de instalação da Câmara Municipal de Maringá, a
presente edição da Revista do Legislativo maringaense – o número 1 –
propõe-se a relembrar a história, procurando reavivar na memória dos
moradores da cidade fatos aqui acontecidos.
Assim é que, neste número inicial, propusemo-nos a investigar a
denominação das ruas centrais de Maringá, uma tarefa que leva aos
primórdios da colonização da região. Tal empreitada não é trabalho fácil,
haja vista que a maioria dessas ruas não teve seu nome estabelecido por
Decretos do Executivo ou Leis de autoria do Legislativo, como hoje costuma
ser feito com base na Lei n. 7.780/2007, que disciplina o assunto.
O que se pode notar é que, com algumas exceções, a designação de
tais ruas foi realizada pela Companhia de Terras do Norte do Paraná e
obedeceu a alguns propósitos que colocam em evidência a intenção da
empresa em dar destaque a valores com os quais se queriam imergir o
empreendimento. Entre esses valores se destacam o nacionalismo, o
heroísmo, a coragem, a valentia. Almirante Tamandaré, Cristóvão Colombo,
Silva Jardim são alguns exemplos de figuras históricas que personificam tal
propósito. Na mesma linha, outras ruas homenageiam o País, os Estados e
cidades irmãs. É o caso da Avenida Brasil, São Paulo, Paraná e Guaíra. A
partir do momento em que as denominações passaram a ser feitas pelo
Legislativo e pelo Executivo, invariavelmente, a mudança dos nomes ou a
criação de novas ruas passam a homenagear homens públicos que
contribuíram para o desenvolvimento da cidade.
Deste modo, esta primeira edição da Revista do Legislativo
Maringaense espera contribuir para a história do Município, destacando as
avenidas e as ruas pelas quais passamos todos os dias – mas que pouco
sabemos das origens dos significados de seus nomes.
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Introdução
A Lei das Leis: a nomenclatura dos nomes das vias públicas de Maringá
A Lei Ordinária n. 7.780/2007 surgiu no sentido de disciplinar a
nomenclatura dos próprios públicos de Maringá. Revogando as Leis n.ºs
3.434/1993, 5.436/2001, 6.256/2003 e 6.502/2004, tal ordenamento jurídico visa
disciplinar as nomenclaturas utilizadas no Município, pois algumas avenidas
da região central, por exemplo, possuíam (em) mais de um nome. No sentido
de evitar problemas futuros deste gênero, os Vereadores Marly Martin Silva,
Umberto Becker, Norma Deffune Leandro, Belino Bravin Filho e Aparecido
Domingos Regini elaboraram-na, ainda em vigor na legislação municipal.
Em seu Artigo 1.º, os próprios públicos passaram a ser denominados
com vultos históricos, pioneiros, cidadãos que exerceram cargos públicos
eletivos, dos que prestaram serviços relevantes à comunidade local em
qualquer categoria, fatos históricos ou geográficos e de árvores, pássaros,
pedras preciosas, cidades, estados, entre outros.
A premissa básica para denominar uma nova rua é verificar o cadastro
de pioneiros do município, existente na Gerência de Patrimônio Histórico da
Secretaria Municipal de Cultura. É considerado pioneiro o cidadão que
transferiu a residência para Maringá até 1950 e é pioneiro na profissão ou
que transferiu o domicílio entre 1951 e 1960. A categoria de pioneiro é
validada por um diploma, emitido pela gerência citada.
Outro destaque é a proibição de denominar próprios públicos
homenageando pessoas vivas ou que tal pessoa seja contemplada com
dois próprios públicos alusivos à sua memória. É permitida ainda, por força do
Artigo 4.º, a unificação de denominação de via que tenha continuidade,
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além de alterar vias que contenham nomes numéricos ou alfanuméricos,
algo muito comum no legislativo.
Ressaltamos ainda que, na possibilidade de um novo Projeto de Lei
para denominação de próprio público, o Vereador deve incluir basicamente
a biografia do homenageado, a certidão de óbito emitida pelo cartório e o
diploma de pioneiro (quando for), além de declaração da Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Urbano, Planejamento e Habitação,
alegando a inexistência de próprio público com o nome previsto.
Por fim, ressaltamos que a Lei Ordinária n. 7.780/2007 é importante
instrumento para quem almeja prestar alguma homenagem em Maringá a
partir da denominação de próprio público. Pretende-se, nos próximos
capítulos, elucidar e justificar os motivos da nomenclatura das principais vias
públicas da área central de Maringá.
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CAPÍTULO I – Datas comemorativas
Avenida 19 de Dezembro
Quem passa pela Avenida 19 de Dezembro
todos os dias não imagina que seu nome é
uma homenagem à emancipação política
do Estado do Paraná. Na verdade, o
Paraná era uma comarca do Estado de
São Paulo, elevada à categoria de
província a partir do Decreto Imperial n.
704, assinado por Dom Pedro II em 29 de
agosto de 1853. Ainda que o imperador
assinasse o decreto em agosto, a instalação
ocorreu em 19 de Dezembro de 1853,
marcando definitivamente a autonomia
política paranaense.
A emancipação do Paraná expressava um espaço de união entre São
Paulo e Minas Gerais com o Rio Grande do Sul, produtor de erva-mate,
fixando o estado como um ponto de apoio entre estas regiões. A capital
escolhida foi a cidade de Curitiba. O primeiro presidente da província foi
Zacarias de Góis e Vasconcelos, que estava preocupado em colonizar toda
a expressiva extensão territorial.
Avenida XV de Novembro
A Avenida XV de Novembro marca a
data da proclamação da república no
Brasil, ocorrida em 15 de Novembro de
1889. Diante da perda de prestígio da
monarquia – na época capitaneada por
Dom Pedro II e face à abolição da
escravatura ocorrida no ano anterior, a situação político-militar no país
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tornou-se insustentável. Aliado a isso, o positivismo francês de Auguste Comte
influenciou os militares com as ideias de progresso científico – o que não
condizia com a disputa envolvida entre os bispos da época e o império.
Foi neste contexto que em 15 de Novembro daquele ano os militares
instauraram um golpe no país, liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca
e Benjamin Constant.
CAPÍTULO II – Pátria, Estados e Municípios
Avenida Brasil
A Avenida Brasil compreende um trecho da antiga estrada aberta pela
Companhia de Terras do Norte do Paraná, em direção a outras cidades e
povoados da região. Como é comum em muitas cidades brasileiras, a
avenida insere no coração da cidade a representação da pátria e nos faz
lembrar constantemente da nossa identidade como nação.
Avenida Guaíra
Homenagem da Companhia de Terras do Norte do Paraná, à cidade de
Guaíra, elevada à categoria de Município em 1951. O nome do município,
em tupi-guarani Guayrá, significa lugar de difícil acesso e sua história está
intimamente ligada à missão jesuítica espanhola de mesmo nome que ali se
desenvolveu e, posteriormente, à exploração da cultura do mate.
Avenida Paraná
Sendo uma Empresa sediada no Estado de São Paulo, a Companhia de
Terras Norte do Paraná - CTNP, ao denominar ruas e avenidas das cidades
que fundava, preocupou-se em valorizar também os elementos do contexto
social e histórico das terras que colonizava. Essa preocupação,
evidentemente tinha forte caráter propagandista. Nesse sentido, uma das
mais belas avenidas de Maringá, recebeu o nome de Paraná, em
homenagem ao Estado, de quem a CTNP adquiriu aproximadamente 500 mil
alqueires de terra.
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Avenida São Paulo
A designação de Avenida São Paulo para uma das principais avenidas de
Maringá deve-se ao fato de a Companhia de Terras do Norte do Paraná –
CTNP – ter sua sede no Estado de São Paulo. Sendo paralela à Avenida
Paraná, a denominação da avenida denota, por parte dos gestores da
Companhia, a preocupação com a ideia de desenvolver laços de
fraternidade cultural e econômica entre os Estados vizinhos e
estrategicamente colocar em destaque o empreendimento da Companhia,
cujo acesso era pelas terras paulistas.
CAPÍTULO III – Políticos de Maringá e do Paraná
Avenida João Paulino Vieira Filho
João Paulino Vieira Filho foi promotor e político
maringaense. Destacou-se na função de prefeito
do município. Considerado o primeiro líder político
do Município, foi eleito com 5.824 votos (39,6% do
total) em 1960 para um mandato de 4 anos, que
durou até 1964. Foi novamente eleito prefeito de
Maringá para o período 1977-1982, sendo o primeiro
a ocupar o cargo por mais de um mandato.
Através da Lei n. 6.762/ 2004, de autoria dos
Vereadores Edmar Arruda e Walter Guerlles, uma
série de Alamedas da região central de Maringá denominadas pelo decreto
n. do Prefeito Said Felício Ferreira foram renomeadas. Assim, a Avenida João
Paulino Vieira Filho passou a contar com denominação específica,
homenageando este personagem da política local.
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Avenida Advogado Horácio Raccanello Filho
Advogado, formado em Direito pela Universidade
de Direito do Largo São Francisco, Horácio veio
para Maringá em 1966. Combateu a ditadura
militar e foi candidato a Prefeito em 1976,
obtendo 12.025 votos, representando a
“novidade” política daquela eleição. Professor da
Universidade Estadual de Maringá por muitos
anos, exerceu os cargos de procurador geral do
Município e de Secretário da Justiça do Estado do
Paraná de 1982 a 1986.
Além de denominar a referida via pública, o Centro Acadêmico do
curso de Direito da UEM também leva sua alcunha. Outro destaque fica por
conta do conhecido “plenarinho” da Câmara Municipal de Maringá, assim
popularmente conhecido, mas que também possui o nome de Horácio
Raccanello. O registro histórico indica que a via recebeu este nome em 2003,
durante o governo de José Cláudio Pereira.
Avenida Parigot de Souza
Pedro Viriato Parigot de Souza, nasceu em
Curitiba, em 1916. Tornou-se Governador do Estado
do Paraná entre 1971 e 1973, após a renúncia de
Haroldo Leon Peres, acusado de corrupção. Em
uma época em que os governadores eram eleitos
indiretamente, também não chegou a cumprir o
mandato, pois faleceu em julho, em decorrência
de um câncer. Foi Engenheiro Civil e professor de
engenharia hidráulica na Universidade Federal do
Paraná. Além disso, fundou o Centro de Estudos
Hidráulicos do Paraná e também foi diretor da Companhia Paranaense de
Energia – COPEL.
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Sua inteligência, probidade, capacidade de planejamento e
administração são justificativas para o Projeto de Lei de iniciativa do Poder
Executivo, representado na época pelo Sr. Sílvio de Magalhães Barros, que
tramitou na Câmara Municipal de Maringá em 1973. Com a publicação da
Lei n. 1043, em 22 de dezembro, o nome do governador passou a denominar
a antiga Avenida Willie Davids, que havia sido homenageado também com
a denominação do Estádio Municipal.
Rua Basílio Sautchuk
Vereador eleito no ano de 1952 para compor a
primeira legislatura da Câmara Municipal de
Maringá, Basílio Sautchuck nasceu em 10 de
agosto de 1916, em Mallet, no sul do Paraná.
Chegou a Maringá em meados de 1947, como
chefe do escritório da Cia de Terras Norte do
Paraná, tendo inclusive participado da
solenidade de fundação da cidade. Faleceu em
09 de abril de 1972, quando, como suplente do
Movimento Democrático Brasileiro, tinha
assumido a cadeira do Vereador Leonardo Grabois. Seu nome passou a
denominar a antiga Rua General Câmara, localizada na Zona 1 da cidade,
a partir de 30 de dezembro de 1972, quando foi publicada a Lei n. 917/1972,
de iniciativa do Executivo Municipal, representado pelo Sr. Adriano José
Valente.
Rua Néo Alves Martins
Filho do importante historiador paranista Romário
Martins, Néo Alves foi pioneiro em Maringá,
mudando-se para o Município no sentido de atuar
como coletor de rendas. Eleito Deputado Estadual
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em 1958 pelo PSD, foi o primeiro a ocupar o cargo representando a cidade.
Faleceu em 1961, vítima de um acidente automobilístico. Antes de receber
este nome, a rua era conhecida como Aquidaban. Outrossim, diante da
representatividade política de Néo Alves houve a alteração do nome, por
intermédio da Lei n. 154/1961.
CAPÍTULO IV – Personagens da história de Maringá
Rua Arthur Thomas
Fundador da Companhia de Terras Norte do Paraná
– CNTP, em 1925, Arthur Hugh Miller Thomas, ou
Arthur Thomas, nasceu em Edimburgo na Escócia,
em 13 de dezembro de 1889. Como Diretor e
Gerente da CNTP até 1948, foi o principal idealizador
e executor do plano de loteamento da Companhia,
cujas terras se localizavam entre os rios Tibagi, Ivaí e
Paranapanema. De seus projetos, a partir de 1929, quando se iniciou o
povoamento do Norte do Paraná, nasceram Maringá, Apucarana, Cianorte,
Londrina, Umuarama, Arapongas e mais cinquenta e sete cidades da região.
Faleceu em Londrina, em 1960.
Rua Joubert de Carvalho
A antiga Rua Bandeirantes, assim denominada pela
Companhia de Terras do Norte do Paraná, passou a
partir de 06 de novembro de 1958, com a
publicação da Lei n. 110/1958, a chamar-se Rua
Joubert de Carvalho. Abaixo a justificativa do autor
do Projeto, Vereador Alceu Hauare, para a
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mudança de nomenclatura:
Considerando que o nosso município recebeu o nome de MARINGÁ
por decisão inspirada na belíssima canção homônima, de autoria do
celebrado médico brasileiro, poeta e músico Joubert de Carvalho;
Considerando que a beleza do nome influiu no progresso da cidade,
uma vez que atraiu para aqui a atenção de homens de todo o mundo;
Considerando que onde quer que se comente em torno deste
Município, nota-se logo a lembrança de canção que o batizou;
Considerando que aquele ilustre músico tem um amor todo especial à
nossa terra, sendo dela um dos maiores e mais entusiasmados
propagandistas;
Considerando, por isso mesmo, que devíamos de registrar de maneira
imorredoura, a lembrança de Joubert de Carvalho na memória de quantas
gerações cresçam aqui, como reconhecimento justo e homenagem
merecida, ao autêntico padrinho de Maringá;
Considerando que até hoje não mostramos nossa real gratidão e tão
ilustre amigo e de nosso Município;
Considerando, finalmente, que uma das maneiras pelas quais
poderíamos testemunhar justiça e reconhecimento ao célebre autor da
canção “Maringá”, seria dando seu nome a uma das ruas principais desta
cidade;
Considerando ainda que a ideia nasceu da imprensa local,
representada por Norte do Paraná em Revista e que representa o anseio de
um povo que deseja fazer justiça ao homem que nos deu inspiração para
dar tão belo nome a este Município;
Exponho à apreciação desta Casa o presente projeto de Lei.
• A canção Maringá foi composta por Joubert de Carvalho, em 1932.
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CAPÍTULO V – Escritores
Rua José de Alencar
Um dos mais conhecidos escritores brasileiros, José
Martiniano de Alencar, também foi, entre outras
ocupações, jornalista e Senador do Império, à época
de D. Pedro II. Nascido em Mecejana, no Ceará, em 1º
de maio de 1829, Alencar se destaca nas letras
brasileiras pelo seu projeto literário através do qual
explora elementos da identidade nacional logo após
a Independência de Portugal. Concebendo a literatura como um
instrumento para construir e formar a jovem nação brasileira, escreveu
ensaios, crônicas, escritos políticos e peças de teatro, tão famosas à época
quanto seus romances, com os quais se notabilizou. Sua pretensão era traçar
um retrato do Brasil no tempo e no espaço. Assim, escreveu romances
históricos (As minas de prata e A guerra dos mascates), romances indianistas
(O Guarani e Iracema), romances regionalistas (O gaúcho, O tronco do Ipê,
Til, e O sertanejo) e romances urbanos, ambientados na Corte, o Rio de
Janeiro (Cinco minutos, A viuvinha, Lucíola, Diva, Senhora).
Travessa Guilherme de Almeida
Denominada pela Lei n. 736/1970, de iniciativa do
Vereador Kazumi Taguchi, a travessa existente ao
lado da antiga rodoviária da cidade, homenageia
Guilherme de Almeida, falecido em 1969. Nascido
em Campinas, em 1890, Guilherme de Andrade de
Almeida participou da Semana de Arte Moderna, em
1922, e viajou pelo Brasil divulgando o movimento. Foi
também um dos fundadores da Revista Klaxon, importante periódico na
divulgação das ideias modernistas. Os livros Meu e Raça, ambos de 1925, são
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considerados suas melhores realizações. Além de poeta, foi advogado,
jornalista e tradutor, tendo traduzido As flores do mal, de Baudelaire.
Apaixonado por haicais, poemas de origem japonesa, Guilherme de
Almeida é considerado um exímio adaptador desse tipo de poesia entre nós,
como atesta, a seguir, o haicai de seu livro Poesia Vária:
Pensamento O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago. No rosto, uma ruga.
Travessa Júlio de Mesquita Filho
Júlio César de Ferreira Mesquita Filho foi
um jornalista brasileiro, filho de Julio
Mesquita, proprietário do jornal “O
Estado de S. Paulo”. Nascido em 14 de
fevereiro de 1892, estudou na Europa e
na Universidade de São Paulo. Fundou
em 1926 o Partido Democrático, que
reunia membros da elite urbana e
intelectual da época. Foi um dos
organizadores da revolução de 1930, foi ativista político, exilado e preso por
algumas vezes durante a ditadura militar.
Após o advento do Ato Institucional n. 05 que restringia os direitos
políticos e as liberdades individuais, Mesquita se desilude da política, vindo a
falecer em 1969. No mesmo ano, o vereador Kazumi Taguchi propôs a
denominação da referida via pública como “Travessa B”, e o projeto foi
emendado pelo vereador Wilson do Amaral Brandão que decidiu
homenagear o jornalista. A Lei n. 735/1970, portanto, denomina Travessa
Júlio de Mesquita Filho a sinalizada via pública.
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CAPÍTULO VI – Personagens históricos
Avenida Colombo
A Avenida Colombo, em Maringá, é a denominação de um trecho da
antiga Estrada Oficial, aberta pelo Governo do Estado do Paraná para ter
acesso, em ações fiscalizatórias, ao empreendimento da Companhia de
Terras do Norte do Paraná. Sua denominação perde-se no tempo e é uma
homenagem do povo maringaense ao espírito desbravador do navegador
Cristóvão Colombo, descobridor das Américas.
Avenida Duque de Caxias
Luís Alves de Lima e Silva, mais conhecido
como Duque de Caxias, nasceu em 25 de
agosto de 1803. Importante militar e estadista
do império, Caxias recebeu as alcunhas de
“o pacificador” e “o marechal de ferro”.
Senador vitalício pelo Rio Grande do Sul, foi
presidente das províncias do Maranhão e do
Rio Grande do Sul, além de Ministro da
Guerra. Recebeu o título de Duque em 23 de
março de 1869, além de ter sido proclamado em 1962 o patrono do exército
brasileiro.
No dia do seu nascimento é comemorado o “Dia do soldado”. Por sua
importante atuação contra os movimentos separatistas do período imperial,
Caxias contribuiu para a consolidação da unidade nacional e para o
fortalecimento do Brasil enquanto país.
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Avenida Getúlio Vargas
Getúlio Dorneles Vargas nasceu em 19 de abril de
1882, em São Borja, no Rio Grande do Sul. Foi
Presidente do Brasil de 1930 a 1945 (1º mandato)
e de 1951 a 1954 (2º mandato). Marcou época
no país com um estilo político próprio conhecido
como “getulismo” ou “varguismo”. Criador de
importantes leis sociais e trabalhistas e com uma
política populista (na tentativa de beneficiar as
classes menos favorecidas), Vargas ficou
conhecido como “o pai dos pobres”.
Além dos benefícios trabalhistas, Getúlio marcou época ao encerrar o
período político denominado de República Velha, sepultando as carreiras
políticas dos seus antecessores e se consolidando como destaque no
cenário político nacional. Suicidou-se em 24 de agosto de 1954, com um tiro
no peito, no Palácio do Catete – então sede do Governo Federal. A Lei n.
358/1965, de autoria do Vereador Dr. José Carlos Rosas mudou a
nomenclatura da então Avenida Ipiranga, passando a se chamara Getúlio
Vargas.
Avenida Herval
Manuel Luís Osório nasceu em 10 de maio de 1808 –
coincidentemente no mesmo em que se comemora
o aniversário de Maringá. Foi Marechal do exército
e político, sendo Senador e defensor da monarquia.
Em 1962 foi declarado patrono da Arma de
Cavalaria do Exército Brasileiro. Recebeu os títulos
de Barão, Visconde e Marquês de Herval. Teve
participação relevante na Guerra do Paraguai, que
ocorreu entre 1864 e 1870. Faleceu em 1879.
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Avenida Prudente de Morais
Prudente José de Morais e Barros nasceu em
Piracicaba, em 1841, sendo Governador e Senador
pelo Estado de São Paulo, presidente da constituinte
realizada em 1891 e Presidente do Brasil de 1894 a
1898. Advogado de profissão é um dos importantes
nomes após a proclamação da república, uma vez
que presidiu o Senado no período da criação da
primeira carta magna do Brasil.
Representante da oligarquia do café paulista que por
muitos anos influenciou a política nacional, faleceu em 1902, vítima de uma
tuberculose na mesma cidade em que nasceu.
Avenida Tamandaré
Joaquim Marques Lisboa, Almirante
Tamandaré nasceu em 13 de dezembro de
1807 e é considerado o patrono da Marinha
do Brasil. Tomou parte ativamente, entre
outros conflitos, nas várias lutas e revoltas
que eclodiram pelo Brasil pela ocasião da
Independência do Brasil de Portugal e
também na Guerra do Paraguai. Por seus
préstimos à Pátria, recebeu do Imperador
Pedro II, o título de Marquês de Tamandaré.
Também em sua homenagem, no dia de seu aniversário, comemora-se o dia
do Marinheiro. Percebe-se, na eleição do nome do Almirante para designar
uma das Avenidas de Maringá, a intenção da Companhia em imprimir ao
empreendimento valores como bravura, heroísmo e humanismo,
constantemente associados pela História à figura do militar.
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Avenida Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, (1746-
1792), foi um dentista, tropeiro,minerador,
comerciante, militar e ativista político que atuou no
Brasil colonial. No Brasil, é reconhecido como mártir
da Conjuração Mineira, patrono cívico e herói
nacional. Se dedicou às práticas farmacêuticas e
ao exercício da profissão de vendedor de alho, o
que lhe valeu a alcunha Tiradentes, um tanto
depreciativa. Não teve êxito em suas experiências
no comércio.
Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais e em 1781,
foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do
"Caminho Novo”. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar,
pediu licença da cavalaria em 1787. Condenado à forca, foi executado em
21 de Abril de 1792, data até hoje rememorada e declarada feriado
nacional.
Rua Santos Dumont
Alberto Santos Dumont nasceu em 1873 e faleceu
em 1932. Figura nacionalmente conhecida, foi
inventor e aeronauta brasileiro. Apaixonado por
balões e dirigíveis, foi em Paris no ano de 1906 que
conseguiu o feito de voar pela primeira vez em
um protótipo movido à gasolina – o 14-bis, testado
entre os dias 19 e 23 de julho daquele ano. Pela
dedicação à aviação e por todas as conquistas
em sua carreira, Santos Dumont era uma das
pessoas mais conhecidas da época e seu legado
Revista do Legislativo Maringaense, Vol. 1, Ano I, 2013.
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permanece até os dias de hoje. Diversas homenagens foram rendidas à
memória de Dumont. Além da rua que leva seu nome em Maringá,
podemos destacar a caracterização como heroi nacional e o Aeroporto
Santos Dumont, localizado no Rio de Janeiro.
Rua Silva Jardim
Antônio da Silva Jardim foi um incansável defensor
da República e do abolicionismo no Brasil. Nascido
em 1960, na antiga Vila de Capivari, hoje Silva
Jardim, no Rio de Janeiro, foi advogado, jornalista e
político. Tendo se envolvido em várias polêmicas por
causa de suas ideias, passou a ser lembrado como
um homem radical e revolucionário após a sua morte
prematura, em 1891, quando sofreu um acidente ao
visitar o vulcão Vesúvio, na Itália.
Rua Piratininga
Antônio Joaquim da Rosa, o Barão de Piratininga,
nasceu em 1821 e faleceu em 1886. Presidente
(equivalente a Governador) Interino da província
de São Paulo de 25 de abril a 1º de maio de 1869,
ocupou também os cargos de vereador na Vila
de São Roque, delegado da polícia, presidente
da comissão inspetora das escolas e juiz
municipal. Foi também Deputado Estadual,
Federal e capitão do II Batalhão de Reserva da
Guarda Nacional da Província. Pelos serviços prestados, foi condecorado
com o título de Barão em 13 de novembro de 1872, pelo então Imperador
Dom Pedro II. Além dos trabalhos políticos, é reconhecido como literário,
escrevendo poesias e romances.
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Considerações finais
Entre vários significados, os dicionários definem memória como a
capacidade que as pessoas têm para conservar ou readquirir ideias ou
imagens. Nesse sentido, a definição está intimamente ligada aos fatos
passados e a faculdade de reavivar a História. Foi essa a pretensão do
primeiro número da Revista do Legislativo Maringaense ao comemorar os 60º
aniversário do início dos trabalhos da Câmara Municipal de Maringá. E
simbolizando tão profícua atuação, já na sua 15ª Legislatura, o que se propôs
nesse número inaugural da Revista, foi desautomatizar os nossos hábitos de
passar pelas ruas centrais da cidade esquecidos de que elas também estão
envolvidas em acontecimentos que as individualizam e as tornam únicas na
paisagem do Município. Isso a começar pelos seus nomes.
Por elas, muita gente passou envolta em fatos que constituíram vida.
Elas são testemunhas dos tempos e com olhar atento é possível ver nelas
detalhes de épocas passadas e a presença das pessoas e da ação humana
em prol da cidade. E essa vontade de olhar para as coisas e atribuir-lhes um
sentido que desperte a consciência, indo além das aparências é o que
anima a Revista.
Nos próximos números, outros temas serão tratados, novas propostas
serão apresentadas. A intenção será sempre a busca de significados que
apurem os sentidos de quem quer olhar para a cidade, para sua cultura,
suas instituições e sua gente com olhos de quem quer fugir a mecanismos
involuntários de observação. Quer se tratando de Leis, de assuntos culturais,
geográficos, históricos, matérias polêmicas, ou qualquer motivo que seja, a
intenção será sempre colocar o Legislativo maringaense no lugar de
estimular e promover o conhecimento, objeto capital no atual estágio do
mundo contemporâneo em que vivemos. Vida longa à Revista! Até o
próximo número.
Revista do Legislativo Maringaense, Vol. 1, Ano I, 2013.
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Referências
CÂMARA MUNICIPAL DE MARINGÁ. Base de dados da Câmara Municipal de Maringá. Disponível em: <http://www.cmm.pr.gov.br>. Vários acessos.
______________________________. Acervo da Seção de Arquivo e Mecanografia.
DIAS, Reginaldo Benedito. Da arte de votar e ser votado: as eleições municipais em Maringá. Maringá: Clichetec, 2008.
_____________________. A história além das placas: os nomes de ruas de Maringá (PR) e a memória histórica. Revista História & Ensino, Londrina: v. 6, p. 103-120, out. 2000.
DIAS, Reginaldo Benedito. TONELLA, Celene. A experiência do Legislativo municipal em Maringá – 1947 – 1998. Maringá: Câmara Municipal de Maringá, 1999.
LEAL, João Laércio Lopes. (Des)Conhecida História de Maringá: Novas Possibilidades Temáticas. Revista Espaço Acadêmico, Maringá: n. 121, p. 40-44, jul. 2011.
REIS, Osvaldo. Maringá 60 Anos: a história em conta-gotas. Maringá: Gráfica Primavera, 2004.
SANCHES, Antenor. Maringá: uma história de progresso. Maringá: Clichetec, 2010.
SILVA, Miguel Fernando Perez. Projeto Maringá Histórica. Disponível em: <http://www.maringahistorica.blogspot.com.br>. Vários acessos.
Crédito das imagens
Foto de capa: Marcos Antônio de Oliveira
Foto de Basílio Sautchuk: Arquivo da Câmara Municipal de Maringá-PR
Demais imagens: reprodução.