Revista Adventist World - Janeiro 2008

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Janeiro 2008 14 Atrás das Grades 22 Vivendo Nossa Crença 8 Compartilhando Responsabilidade e Confiança Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia G u a á C r a a os Uma

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Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Jane iro 2008

14 Atrás das Grades 22 Vivendo Nossa Crença

8 Compartilhando Responsabilidade e Confiança

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Gua áCrançaos

Uma

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Jane iro 2008

A I G R E J A E M A Ç Ã O

Editorial. ....................... 3

Notícias do Mundo 3 Imagens & Notícias

Janela 7 A Tailândia por Dentro

Visão Mundial 8 Compartilhando

Responsabilidade e Confiança

S A Ú D E

Cistite Intersticial ..... 11Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Amor em Todas as Direções ................. 26Por Angel Manuel Rodríguez

E S T U D O B Í B L I C O

Jesus: O Conquistador Poderoso ..................... 27Por Mark A. Finley

I N T E R C Â M B I O M U N D I A L

29 Cartas30 O Lugar de Oração31 Intercâmbio de Idéias

O Lugar das Pessoas ........................ 32

A R T I G O D E C A P A

Uma Criança os GuiaráPor Wilona Karimabadi .............................................................. 16Pode-se ver que são crianças, mas sua mensagem não é nada infantil.

D E V O C I O N A L

Preparando-me para Cultivar Maçãs Por D. Reid McCrary ................................................................... 12O que devemos saber antes de tentar cultivar o fruto do Espírito.

V I D A A D V E N T I S T A

Atrás das Grades Por George Uba ........................................ 14Os adventistas da Romênia têm uma perspectiva singular do que significa “libertar os cativos”.

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

O Que é Ser Cristão? Por Robert K. McIver ........................ 20É necessário apenas um momento para nos tornarmos cristãos, e a vida inteira para sermos realmente cristãos.

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Vivendo Nossa Crença Por Ellen G. White ......................... 22

S E R V I Ç O

Sendo as Mãos de Deus Por Jill Walker Gonzalez .............. 24Um novo e audacioso programa envia pessoas onde elas realmente são necessárias. Capa: PREGAÇÃO PODEROSA: Kevin e

Dailyn Patiño pregam e cantam sobre o evangelho há anos, e eles ainda estão na escola primária.

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 1, Janeiro de 2008.

Tradução: Sonete Magalhães Costa

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ORANDO JUNTOS: Da esquerda para direita, Barry Oliver, Lawrence Tanabose, Laurie Evans, presidente jubilado da DPS, e Jan Paulsen, presidente da igreja mundial, durante reuniões administrativas nas quais Oliver foi eleito presidente da DSP, e Tanabose, secretário-geral da divisão.

■ Líderes da Comissão Diretiva da Di-visão do Sul do Pacífico (DSP) elegeram Barry Oliver, atual secretário geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul do Pacífico, como o novo presidente da região.

Laurie Evans, presidente da DSP desde 1998, anunciou sua jubilação na reunião de 13 de novembro de 2007.

Durante seu mandato como pre-sidente, Evans promoveu uma reor-ganização dos recursos (reduzindo o número de administradores para cortar despesas). Dirigiu também a reestruturação legal na incorporação do Sanitarium Health Food Company (Companhia de Alimentos Saudáveis) e o Hospital Adventista de Sidney,

Aquele que Está no Centro

Há aproximadamente 90 anos, o poeta irlandês William Butler Yeats lamentou o caos absoluto de um mundo

manchado pelo pecado. No poema místico intitulado “A Se-gunda Vinda”, Yeats anunciou: “Tudo desmorona; o centro não pode suportar.”

A declaração de Yeats foi uma das frases mais famosas de seu tempo. Era tanto a afirmação de fatos como uma profecia do século mais anárquico e violento que o mundo conheceu. Esse mundo carente de uma crença central e organizada em um Deus bom, com sua força centrífuga natural dos corpos em movimento, atira pessoas, grupos, culturas e sociedades em impetuosas e violentas colisões. “As torrentes de sangue são liberadas”, diz Yeats em desespero, “e em toda parte é sub-merso o rito da inocência.”

Os cristãos, de um modo geral e especificamente os adven-tistas, enxergam a vida através de lentes totalmente diferentes. Embora tenhamos de concordar que o mundo está enlou-

quecendo com orgulho, lascívia, cobiça e violência – todos os chamados “pecados mortais” – afirmamos que existe uma força coesiva no centro de todas as coisas, a qual preserva os elementos de racionalidade e bondade que ainda existem no mundo. “Ele [Cristo] é antes de todas as coisas”, o apóstolo Paulo escreveu em um hino que só Cristo poderia ter inspira-do: “Nele, tudo subsiste” (Cl 1:17).

O simples fato de nos reunirmos para adorar o Senhor ressurreto é um testemunho de Seu poder coesivo – na Sua igreja e em todo o mundo. O divino desejo que sentimos de encontrar outros cristãos para com eles aprender e orar, é um testemunho de Sua autoridade sobre as forças de certa forma caóticas que ameaçam nossa paz. A presença do povo rema-nescente no mundo – os 15 milhões que somos – como povo de esperança e comunidade de fé, relembra ao mundo em de-sespero que não fomos destinados a um fim inexpressivo. Por meio do poder dAquele que sustenta todas as coisas, incluindo Sua preciosa igreja, podemos viver com alegria e confiança, enquanto esperamos pela Segunda Vinda.

Elevamos um hino na noite de gemidos de um mundo perdido: Cristo sustém todas as coisas. Cristo, o centro, sustém Seu povo com tenacidade grandiosa e amorável.

—Bill Knott

conhecido como “the San”. Evans era conhecido como forte patrono por usar a tecnologia moderna para cumprir a missão da igreja, principalmente da televisão via satélite e a vídeo- conferência.

Oliver serviu a Igreja Adventista do Sétimo Dia do sul do Pacífico como pastor, evangelista, professor e adminis-trador. É casado com Julie, que é profes-sora e tem três filhos.

Oliver nasceu em lar adventista em Goulburn, New South Wales. Fre-qüentou o Avondale College, escola de terceiro grau da igreja, onde cursou teo-logia. Em 1973, a família Oliver aceitou o chamado para pastorear a igreja em Queensland. Cuidaram de igrejas em

Barry Oliver é Eleito Líder Adventista no Sul do Pacífico Lawrence Tanabose, um ilhéu, é o novo secretário geral

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Editorial

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Maryborough e Hervey Bay, ao sul de Brisbane e na Darling Downs durante os cinco anos seguintes. Foi ordenado ao ministério em 1976.

Foi chamado para trabalhar como supervisor distrital, evangelista e cape-lão universitário em Port Moresby, dis-trito de Papua-Nova Guiné, no fim de 1978. Foi transferido para Rabaul, como presidente da Missão da Nova Bretâ-nha/Nova Irlanda, após um ano. Cinco anos mais tarde, Oliver foi admitido no corpo docente do Avondale, onde com-pletou seu mestrado em religião.

Mudou-se, com sua família, para a Universidade Andrews, em Michigan, Estados Unidos, no fim de 1985, onde cursou o doutorado em Ministério Pastoral, focalizando a estrutura or-ganizacional adventista. Retornou a Avondale, onde permaneceu por mais nove anos e desenvolveu um programa de treinamento ministerial, baseado no campo, integrando a teoria com a prática. Foi, ainda, pioneiro no treina-mento de evangelistas que ajudaram a preparar centenas de pessoas para o batismo.

Oliver foi eleito secretário geral da Divisão do Sul do Pacífico em 1997. Serviu por 10 anos como segundo ofi-cial para a igreja naquela região.

Como autor reconhecido, Oliver escreveu mais de 100 artigos para os pe-riódicos da igreja, incluindo artigos de capa para as revistas Adventist Review e Adventist World.

Substituindo Oliver como secretário geral, Lawrence Tanabose tornou-se o primeiro ilhéu do Pacífico a ser es-colhido como administrador da Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul do Pacífico.

Atual presidente da União Missão Trans-Pacífico (UMTP), Tanabose e sua esposa, Rosina, servem a Igreja Adventista desde 1974. Foi eleito pre-sidente da UMTP em 2005. Aproxi-madamente 90 mil membros da igreja residem na região, que inclui países como Fiji, Tonga, Kiribati, Vanuatu e as Ilhas Salomão.

Em seu primeiro ano como pre-sidente, Tanabose dirigiu a formação e uma única estrutura administrativa para a igreja nas Ilhas Salomão. Ante-riormente, havia na ilha três missões: Missão Oriental das Ilhas Salomão, Missão do Malaita e Missão Ocidental das Ilhas Salomão, que atendiam os 34.387 membros das 417 igrejas organi-zadas e grupos do país.

Tanabose, 54, nasceu em Papua-Nova Guiné e é filho de pais missioná-rios, das Ilhas Salomão. Serviu a igreja como instrutor bíblico, pastor, evange-lista do campo, departamental e secre-tário geral na UMTP. Trabalhou como representante da Igreja Adventista para os governos de Vanuatu, Ilhas Salomão e Fiji.

É formado em administração e tem doutorado em teologia. Ele e sua esposa têm uma filha e três filhos. Conhecido por sua paixão pelo evangelismo e o de-sejo de levar pessoas a Cristo, Tanabose ainda prega, regularmente, em campa-nhas evangelísticas.

Jan Paulsen, presidente da igreja mundial, dirigiu a nomeação dos ad-ministradores da igreja. Um presidente de divisão é também vice-presidente da Associação Geral (AG) e, como tal, a recomendação da comissão diretiva da DPS é submetida à ratificação da co-missão diretiva da AG.

Paulsen expressou sua apreciação pela liderança de Evans: “Trabalhamos bem de perto e sempre apreciei a expe-riência e participação criativa de Laurie no trabalho da igreja global”, disse. “A meu ver, ele fez um bom trabalho nesta divisão.

“Estou, também, extremamente satisfeito com a recomendação que nos chega agora”, disse Paulsen, ao cumpri-mentar Oliver por sua nomeação.

Oliver disse: “Sempre me senti feliz e satisfeito em trabalhar onde Deus me coloca, mesmo que o lugar e as ativida-des sejam diferentes.”

Ele compartilhou a reação de sua esposa, Julie, à notícia de sua nomeação pelos membros da comissão. “Ela me

disse que ‘sempre cremos que onde o Senhor nos chamasse e o que pedisse que fizéssemos, Ele nos ajudaria a reali-zar o trabalho. E agora não vai ser dife-rente’. Conto com suas orações e orarei por vocês também.”

Oliver disse que está entusiasmado com as possibilidades e, particular-mente, com o povo da igreja no sul do Pacífico. “Temos que continuar fazendo bem as coisas como fizemos até aqui e descobrir novas maneiras de fazer o que não fizemos e o que deveríamos ter feito”, comenta ele. “Quero que a igreja esteja aberta e pronta para seguir na di-reção para onde Deus está nos guiando. Gostaria de ver a igreja utilizando todo o seu potencial, usando sua diversidade e vários talentos para que, juntos, cum-pramos a missão.” – Por Melody Tan, diretor de Comunicação da Divisão do Sul do Pacífico (DSP), e Nathan Brown, editor/Record.

HOLANDA: Aumenta o Número de Membros e Novos Líderes são Eleitos em Reuniões de Fim de Ano. ■ Wim Altink, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia em The Ha-gue, Holanda, é o novo presidente da igreja naquele país, que é uma das na-ções mais seculares da era “pós-moder-na”, na Europa. Por muito tempo pastor distrital, Altink é o sucessor de Reinder Bruinsma, líder veterano da igreja, que decidiu se aposentar.

Foram anunciadas mais duas mu-danças na liderança: Gerard Frenk, que serviu como diretor do Departamento de Escola Sabatina e secretário minis-terial por 15 anos, é o novo secretário geral, enquanto J. Andre Amsen foi elei-to tesoureiro.

Durante os últimos cinco anos, o número de membros da Igreja na Ho-landa cresceu quase cinco por cento por meio de batismo, não por imigração, anunciaram os líderes da igreja local durante as reuniões dos líderes. O nú-mero total de membros chega a aproxi-madamente 5 mil nessa nação de 16,6 milhões de pessoas.

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O item-chave foi a adoção de um relatório sobre a “Unidade na Diversi-dade da Igreja Adventista Holandesa”. O documento passou por intenso proces-so preparatório com o objetivo de servir como diretriz que mostra como o diá-logo construtivo pode ser útil em meio à considerável diversidade em pontos de vista teológicos e éticos. Nos últimos anos, a igreja holandesa tornou-se mul-ticultural e multiétnica. A liderança da igreja motivou seus membros a enfren-tar tais desafios com uma abordagem proativa, identificando as possibilidades de estimular o crescimento e enriqueci-mento mútuo.

Dezesseis recomendações foram pro-cessadas pela comissão de planejamento e aprovadas pelo fórum de 170 delega-dos. As recomendações cobriam uma grande variedade de assuntos, desde o evangelismo e trabalho com os jovens até a inovação do uso da Internet, tanto

para comunicação interna como para treinamento.

No fim da cerimônia, Bruinsma referiu-se brevemente às palavras de Moisés ditas ao seu sucessor sobre como confiar no apoio irrestrito de Deus. Altink estimulou os delegados a concentrar-se na importância da co-munidade da igreja como uma força na restauração do mundo. – Equipe da AW, com reportagem da União Holandesa

POLÔNIA: Adventistas se Unem a Outros Protestantes Denunciando Ataques a Martinho Lutero■ Líderes protestantes de uma das maiores cidades polonesas condenaram uma campanha com cartazes denun-ciando Martinho Lutero, o líder pro-testante alemão do século XVI, como blasfemo e herege, segundo reportagem publicada na revista Notícias Ecumêni-cas Internacionais (NEI).

“O que aconteceria se alguém de-pendurasse cartazes nas paredes de uma igreja católica acusando o Papa João Paulo II de blasfemo e herege? Ou a ‘Maomé de herege’, em uma mesquita?” pergunta Mariusz Maikowski, pastor da igreja adventista do sétimo dia em Lublin, no leste da Polônia. “Essas são ações ilegais (na Polônia); entretanto, a justiça local não se pronunciou”, disse Maikowski na revista Notícias Ecumêmi-cas Internacionais.

Cartazes diziam: “A blasfêmia e he-resia de Marinho Lutero”, e estampavam

a figura do diabo cochichando ao ouvi-do do reformador protestante.

Os cartazes foram expostos em toda a cidade de Lublin, para anunciar as conferências de Ryszard Mozgol, oficial do Instituto da Memória Nacional da Polônia, instituição encarregada dos relatórios da polícia secreta do país na era pós-comunista.

As conferências foram realizadas nos dias 15 e 31 de outubro, no 490° aniversário da Reforma Protestante de Lutero, e foram planejadas pela Organi-zação Polonesa Monarquista. Fundado em 1989, o grupo alega ter alguns mi-lhares de membros e busca estabelecer um “Estado Católico” na Polônia.

Dos 38 milhões de habitantes da Polônia, 95% são católicos. “É chocante e inacreditável que retratos de Mar-tinho Lutero como anti-cristo ainda apareçam em pleno século XXI”, disse Maikowski à revista.

Maikowski disse ainda que a cam-panha “causou ofensa profunda” às comunidades protestantes e ortodoxas de Lublin. Disse também que o pro-motor público local deveria abrir uma investigação.

O Rev. Dariusz Chwastek, pastor luterano de Lublin, descreveu os cartazes como “altamente ofensivos”. Chwastek, administrador da paróquia da Santa Trindade em Lublin, disse: “Penso que muito sangue foi derramado e muitas fogueiras foram acesas, para que reinicie-mos essa disputa, tantos séculos depois.”

O presidente da organização mo-narquista, Lukasz Kluska, se negou a pedir desculpas e foi citado pelo jornal polonês Dziennik Wschodni como tendo dito que os representantes da igreja mi-noritária deveriam ter apresentado sua opinião durante as conferências.

A igreja adventista central de Var-sóvia foi a única igreja protestante, no país, a organizar uma comemoração pelos 490 anos do Movimento da Refor-ma, informa a igreja na Polônia. – Por Jonathan Luxmoore, Notícias Ecumêni-cas Internacionais, com equipe da Rede Adventista de Notícia (ANN)

BATISMO NO MAR DO NORTE: Wim Altink, à esquerda, batiza jovem de 17 anos nas águas geladas do Mar do Norte, em março de 2004.

Por muito tempo pastor distrital, Altink é agora o presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Holanda.

APOIANDO A REFORMA: Mariusz Maikowski, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Lublin, leste da Polônia, expressou a preocupação de centenas de pro-testantes do país, sobre a recente campanha publicitária comparando o reformador Martinho Lutero com o diabo. Segundo ele, a campa-nha foi “chocante” e “altamente ofensiva”.

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N O T Í C I A S D O M U N D O

Quando os oficiais da igreja e convidados se uniram à mul-tidão de 500 pessoas para a inauguração da nova casa de culto em Buey Arriba, Raul Alvarez recebeu calorosos aplausos.

Pastor recentemente jubilado, Alvarez foi recebido como herói por sua contribuição para com a congregação adventista do sétimo dia que, no domingo, 4 de novembro, dedicou ofi-cialmente um novo santuário.

Anteriormente conselheiro político dos líderes da revo-lução cubana no início dos anos 60, Alvarez abraçou a men-sagem adventista e respondeu a um chamado diferente. Até recentemente, serviu como presidente da igreja na região. Al-varez retornou faz pouco tempo a uma cidade, ao pé da mon-tanha, a sudeste da Sierra Maestra, em Cuba, para celebrar a vitória da graça de Deus.

Na cerimônia de corte da fita inaugural, junto a centenas de outras pessoas, Alvarez não conseguiu esconder a emoção. Os anos gastos tentando construir um santuário, com recursos limitados, culminaram na noite daquele domingo em abraços emocionados e lágrimas de alegria.

Denominada “Casa de Luz de Buey Arriba”, a igreja – uma casa pastoral cuja sala de estar acomoda 200 membros senta-dos – foi inaugurada em grande estilo.

As pesadas chuvas que caíram no dia da celebração atra-saram a chegada dos líderes vindos dos Estados Unidos – da organização Voluntários Internacionais Maranata (VIM) – res-ponsáveis pela construção do templo, e dos oficiais da igreja adventista. Quando chegaram, às 18 horas, já estavam duas horas atrasados para a cerimônia. Uma multidão de mais de 500 pes-soas, porém, lotava o local construído para 250 pessoas apenas.

Laura Noble, do VIM, se lembra de quando visitou a casa de culto de Buey Arriba, há alguns anos. Em suas muitas via-gens, esse foi um dos lugares onde realmente ficou assustada. O telhado era feito com telhas bem pesadas, sobre um madei-ramento no qual as vigas eram presas, em cada junção, com apenas um prego. Pior ainda, ela se lembra, cada viga estava infestada de cupins.

Segundo Adalberto Gonzalez, pastor da igreja, a necessida-de de uma nova casa de culto tornou-se ainda maior quando a congregação cresceu para 200 pessoas. Mas, em lugar de apro-var os planos da construção de uma nova igreja, o governo cubano estendeu a permissão para construir a “Casa de Luz”.

A Casa de Luz Maranata serve de casa pastoral e como casa de culto. “Mas é suspeitamente parecida com uma igreja!” dis-se Noble. Após a cerimônia de dedicação, dez pessoas foram batizadas.

Daniel Fonatine, presidente da Igreja Adventista do Sé-timo Dia em Cuba, expressou sua gratidão pela Casa de Luz em Buey Arriba. “Para nós é muito significativo. Pelo menos podemos ter um lugar, uma luz, onde as pessoas podem ir em busca da paz e esperança que só Jesus Cristo pode dar. Estamos também muito gratos ao nosso país por permitir que tivéssemos um lugar como esse”, disse ele.

Em Havana, a igreja adventista local deu as boas-vindas a Jan Paulsen, presidente da Igreja Adventista mundial. No dia 2 de novembro, sexta-feira, Paulsen uniu-se aos 80 delegados da igreja na região da Divisão Interamericana (DIA) que foram participar do concílio anual de sua comissão diretiva. Caridad Diego, diretora de Assuntos Religiosos do Governo de Cuba, recebeu Paulsen no aeroporto de Havana.

Ao falar no culto de sábado no templo adventista de Víbo-ra, em Havana, Paulsen disse aos ouvintes: “Sinto a força de seu comprometimento e espiritualidade. Há tanto fervor!

“Esta visita a Cuba é muito significativa, especialmente para a igreja e o governo”, disse Israel Leito, presidente da igre-ja na Divisão Interamericana.

Segundo fontes da própria igreja, embora Cuba seja um dos 15 maiores territórios da região, não sediou nenhuma reunião da comissão diretiva da igreja nos últimos 62 anos. No meio dos anos 40, por dois anos, a Divisão Interamericana teve sua sede em Cuba. Com mais de três milhões de mem-bros, espalhados por 36 países, essa divisão representa a maior região da igreja adventista mundial.

TAILÂNDIACapital BangkokLínguas Thai, inglês e dialetos étnicos regionaisReligiões Budistas 94,6%; Muçulmanos 4,6%;

Cristãos 0,7%População 65 milhõesMembros Adventistas 11.555Proporção 1 adventista para 5.625 habitantesPastores 35 ordenados, 34 licenciadosIgrejas e grupos 40 igrejas organizadas, 81 grupos

Presidente Mundial da Igreja Visita a Ilha e Divisão Realiza Reuniões.

Por Rajmund Dabrowski, diretor do Departamento de Comunicação da Associação Geral, escrito por Buey Arriba, Cuba

R A J M U N D D A B R O W S K I / A D V E N T I S T N E W S N E T W O R K

cuba:

A Igreja em Ação

Dedicação do Templo“Casa de Luz”

Esquerda: LOTADO: Mais de 500 pessoas ocupam os assentos disponíveis e

se espremem junto das janelas, durante a dedicação da Casa de Luz em Buey Arriba, dia 4 de novembro. A casa de culto é uma das muitas em Cuba, as quais servem como casa pastoral e templo. Direita: DIÁLOGO EM CUBA: Durante sua visita de quatro dias a Cuba, o presidente da Igre-ja Adventista mundial, pastor Jan Paulsen, dialogou com Daniel Fontaine, presidente da igreja adventista na ilha, sobre a posição da igreja no país, que, no mês de novembro, sediou reuniões da administração regional pela primeira vez em 62 anos.

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J A N E L A

A Tailândia é uma nação com beleza natural, rica em cul-tura e uma herança religiosa peculiar. Os habitantes da

“Terra do Sorriso” são conhecidos por seu calor, hospitalidade e gentileza.

A Tailândia é a única nação a sudeste da Ásia que nunca foi colonizada pelo poder europeu. Foi governada pela dinastia Chakri desde 1782, embora em 1932 o país tenha se tornado uma monarquia constitucional. No ano de 2007, o rei Bhu-mibol Adulyadej completou seu sexagésimo ano de reinado. Embora ele não dirija os problemas do dia-a-dia do governo, o povo o respeita e estima.

A despeito de a maioria dos tailandeses serem budistas, outros grupos de pessoas vivem no país. O sul da Tailândia é predominantemente muçulmano. Nos últimos anos, essa região tem experimentado muita violência pela tensão entre vários grupos. O governo atual tem negociado a paz para a região com os líderes dos grupos do sul.

O maior grupo de minoria étnica na Tailândia é o thai-chinês, mas eles são muito importantes nos negócios da nação. Estima-se que 49% dos residentes de Bangkok sejam parcial-

mente descendentes dos chineses. Outro grupo inclui os Hmong, Shan, Khmer,

Karen, Mien, Akka, Lahu e outros grupos tribais que habitam os limites do norte do país. O trabalho dos

missionários é mais efetivo entre esses grupos, en-quanto a maioria étnica Thai continua difícil de

ser alcançada pelo evangelho, pois é fiel à sua herança budista.

Os Adventistas na Tailândia

O primeiro pioneiro adventista, R. A. Caldwell, chegou à Tailândia

em 1906 para distribuir nossa literatura. Após mais de 10 anos, chegaram outros colportores e descobriram grupos de guardadores do sábado em Bangkok. Um empresário chi-nês, Tan Thiam Tsua, estabeleceu-se em Bangkok e ajudou a fundar a primeira igreja adventista do país, que, a princípio, cresceu entre os chineses que moravam na cidade. A Missão Adventista da Tailândia foi organizada em 1919 pelas famílias missionárias de E. L. Longway e Forrest A. Pratt.

O desenvolvimento das instituições adventistas foi mui-to importante para o crescimento da igreja na Tailândia. O Colégio Missionário oferece um curso de quatro anos, com certificado, tanto em thai como em inglês, e agora oferece também um mestrado. Há várias escolas de ensino funda-mental e médio em funcionamento em várias partes do país, além da dinâmica escola de inglês em Bangkok. Há ainda dois hospitais: Hospital Adventista de Bangkok e Hospital Missão Phuket. A Missão opera uma fábrica de alimentos saudáveis que fabrica e distribui vários produtos. Logo depois do tsuna-mi de dezembro de 2004, a ADRA/Tailândia e o Hospital Mis-são Phuket desempenharam papéis importantes nos esforços de recuperação do país.

Um dos maiores desafios da Missão está na região de Bangkok, onde apenas sete igrejas organizadas têm mais de 10 milhões de pessoas para evangelizar. Em 2006, vários centros comunitários foram abertos para ensinar inglês aos residentes das redondezas. Cada um desses centros tem uma equipe formada por um professor de inglês estrangeiro e um implan-tador de igrejas tailandês.

Hoje, mais de 11 mil membros de igreja servem a Deus na Tailândia. A Missão Tailandesa, em convênio com o Ministério de Missão Global e outros ministérios, iniciou 81 novas con-gregações ou grupos em toda a nação. As novas congregações, com o esforço evangelístico dos membros, instituições e igrejas, indicam um futuro brilhante para a igreja na Tailândia, com a esperança na eternidade.

Preparado por Rick McEdward, diretor de Missão Adventista, Divisão do Sul do Pacífico.

Ta lândia

TAILÂNDIACapital BangkokLínguas Thai, inglês e dialetos étnicos regionaisReligiões Budistas 94,6%; Muçulmanos 4,6%;

Cristãos 0,7%População 65 milhõesMembros Adventistas 11.555Proporção 1 adventista para 5.625 habitantesPastores 35 ordenados, 34 licenciadosIgrejas e grupos 40 igrejas organizadas, 81 grupos

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V I S Ã O M U N D I A L

Esta é uma adaptação do sermão do Pastor Jan Paulsen, presi-dente da Associação Geral, proferido no sábado, 13 de outubro, no Concílio Anual (reunião dos líderes de todas as divisões da igreja mundial).

O apóstolo Paulo confrontou-se com um dilema que ele mesmo descreve em 1 Coríntios 8 a 10. Trata-se do dilema que todo líder da igreja en-frenta, não importa se é pastor distrital ou admi-

nistrador. Um dilema que atinge frontalmente a unidade da igreja.

A questão diante de Paulo era: que conselho dar às pesso-as sobre comer ou não carne oferecida aos ídolos? Sua con-clusão foi: “A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos” (1Co 8:8 NVI).

E completa – e aqui está o ponto crítico – dizendo que se o exercício da minha liberdade causa dano a alguém, está errado e não está em harmonia com a vontade de Cristo. A prática do amor e cuidado pelos outros deve ser pautada pelo exercício da minha liberdade e pelas escolhas que faço. Esse princípio bíblico deve definir as ações de todos os que exercem liderança na igreja. “Todas as coisas me são lícitas”, diz Paulo, “mas nem todas edificam.” E acrescenta: “Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem” (1Co 10:23, 24). Então conclui dizendo: “Sede meus imitadores, como também sou de Cristo” (1Co 11:1).

É claro que, para Paulo, não se trata de um assunto sobre alimentação. O alimento é apenas uma ilustração. O assunto é: Quais são os valores que dirigem suas ações e decisões? Sua resposta é clara: consideração e deferência. Ou seja, renunciar a direitos em vez de reivindicá-los. É perguntar: Se eu fizer isso – e está no meu direito fazê-lo –, qual será o impacto sobre os outros? É o reconhecimento genuíno de que nosso dever para com os outros é mais importante do que para

conosco. Essa passagem consiste em descobrir o que signifi-ca ser parte de algo maior que qualquer um de nós e nossas comunidades. É um princípio muito importante para nós, como igreja mundial.

Permita-me destacar alguns pensamentos que podem ser extraídos desse texto.

1. Aprendendo a confiar. É bom ser capaz de partilhar re-cursos e, ao mesmo tempo, delegar o controle. Sem confiança, não podemos funcionar como igreja. Você e eu temos áreas de responsabilidade delimitadas. Façamos o nosso melhor em nossa área e confiemos em outros para cuidar da vida e da missão da igreja onde estão. Todos teremos que prestar conta de nosso procedimento, se não nesta vida, na por vir, com certeza.

2. Aceitando as diferenças. As palavras de Paulo nos aconselham também a aceitar quem é diferente de nós e de nossa maneira de pensar. “Aceitação” não significa, neces-sariamente, assumir algo como meu, mas não impor sua importância sobre os que vivem em diferentes circunstâncias e culturas. Não somos filhos da mesma cultura, mas compar-tilhamos dos mesmos laços de família. Estamos ligados pela unidade e temos que confiar que todos nós faremos o que é correto.

3. Compreendendo o essencial. Esse texto nos aconselha a sermos sensíveis ao que está no coração da fé adventista e ao que não está; que não elevemos excessivamente nosso ponto de vista particular, e o imponhamos a outros; que não supe-restimemos o valor de nossa cultura ao relacionar-nos com outros.

4. Cultivar os laços familiares. Um ponto fundamental desse texto está relacionado ao cultivo dos laços que nos mantêm unidos como “família”. A Igreja Adventista do Sé-timo Dia é assim. Você apóia essa família por causa de seu amor e lealdade para com o Senhor e Seu povo, mas não apóia os que têm a tendência de pensar que foram

ConfiançaResponsabilidade

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A Igreja em Ação

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“chamados” para dar declarações judiciosas e mensagens de crítica negativa que se tornam uma ofensa ao Senhor e aborrecimento para a igreja e seus líderes. Esse é um hábito perigoso, por ser prejudicial e destrutivo para a igreja como família.

5. Representando a Cristo e Seus valores. Tudo que faço, diz Paulo, quero que seja aprovado por Cristo. Embora eu seja livre, me faço de escravo, disciplino a mim mesmo pela causa do evangelho e por Seu povo. Em tudo que faço, diz Paulo, faço “para ganhar tantos quantos seja possível”, de tal maneira que a voz de Cristo e Seu amor pela igreja sejam constrangedores e claros.

O conceito de responsabilidade e confiança comparti-lhado por Cristo e pela unidade da igreja define a liderança adventista. A igreja está longe de ser uma comunidade perfei-ta. Mas é o povo de Deus, o corpo de Cristo, e cuidar da igreja é um ato de adoração.

Seja qual for sua esfera de responsabilidade, sempre ha-verá a tentação de assumir responsabilidades delegadas a ou-tros, ou desafios interessantes que não se recusaria a assumir. Você pode ser solicitado a intervir em algo que esteja aconte-cendo em algum lugar na igreja mundial. Você pode envolver-se profundamente, achando que tem a solução.

Meu conselho é: “Não faça isso!” Provavelmente você não percebeu o quadro completo. Freqüentemente, recebo o que chamo de “10% das histórias” – mas é nos 90% do que não me contaram que encontramos a verdadeira causa do problema.

Mantenha seu foco, portanto, no trabalho para o qual foi chamado. Deixe que outros lidem com as responsabilidades confiadas a eles. Se, no fim, tiverem êxito ou fracasso, terão que responder ao Senhor, como cada um de nós.

O que você faz como líder de igreja, faça pelo amor ao Senhor e pelo Seu povo, faça com integridade e mantenha seu coração limpo, pois a meu ver é isso que o Senhor espera de nós.

Comprometimento com a Unidade

A igreja é única. Não é apenas uma idéia de Deus, mas uma comunidade de alto valor para Ele. Ellen White escre-veu: “Fraca e defeituosa como possa pa-recer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção.”* A igreja é profunda-mente amada por Deus. É �o cenário de Sua graça e Ele tem firme compromisso com ela. A mensagem da Escritura, da pena de Ellen White e de nossa própria história, confirma que Deus quer que Sua igreja permaneça unida.

De tempos em tempos, surgem pro-blemas que testam nosso comprometimento com a unidade. É aí que o compartilhamento da confiança e da responsabili-dade sinaliza o caminho para frente.

Crenças CompartilhadasNão conheço nada com maior potencial para dividir a

igreja que a Teologia. Sempre foi assim. Alguns de vocês, que estudam a história da igreja, devem se lembrar de que, muitos séculos atrás, houve uma controvérsia que dividiu a igreja do Oriente da igreja do Ocidente. Constantinopla separou-se de Roma, a Igreja Ortodoxa, do Cristianismo ocidental. O âmago do problema ficou conhecido como a controvérsia do “Filioque”. O problema tinha que ver com a procedência do Espírito Santo após a ascensão de Cristo. Os cristãos do Oriente diziam que o Espírito Santo procedia do Pai, enquan-to a igreja do Ocidente adicionava “e do Filho”. E a igreja foi dividida.

Como adventistas do sétimo dia, temos forte convicção a respeito das doutrinas e da Teologia. Isso não deveria sur-preender-nos, pois está relacionado às nossas raízes e à nossa compreensão do assunto. Tem que ver com escatologia e com o fato de preparar um povo para estar pronto para o retorno de Cristo.

Digo a todos os líderes da igreja: Temos 28 crenças funda-mentais que mantêm a unidade do cerne de nossa identidade em termos de fé e doutrina. Isso resiste a qualquer tendência de desestabilizar uma delas para transformá-la em nova dou-trina que possa dividir a comunidade global dos adventistas do sétimo dia! Hoje estamos crescendo tão rapidamente como igreja mundial que, para mim, é importante que tenhamos as 28 crenças fundamentais, como declaradas, bem compreendi-das e aceitas por todos os novos membros que estão se unindo a nós. Esse é um desafio monumental. O maravilhoso fato de estarmos crescendo rapidamente ao redor do globo é também nosso grande desafio, e não podemos distrair-nos.

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áreas: coabitação, casamento e relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Essa já é uma controvérsia entre a sociedade e a igreja. As leis impactarão, cada vez mais, nossa conduta como igreja e talvez em assuntos trabalhistas e na maneira como administramos nossas instituições. Posso antever ten-são entre o fato de, por um lado, sermos justos com todos e não atrair litígio, e por outro, permanecermos firmes aos va-lores bíblicos importantes.

Somos um povo que respeita as leis, em qualquer país somos cidadãos obedientes; mas a obediência a Deus é prio-ritária. É importante não perdermos isso de vista quando os valores dos dois mundos diferentes colidirem.

Mesmo quando isso acontecer e as coisas se tornarem difíceis, temos que nos perguntar: Como cumpriremos nos-

sa missão em um mundo imperfeito, repleto de valores sociais e legais que não podemos aceitar? Em tal cenário, creio que precisamos nos lembrar de que somos chamados para cumprir a missão em um mundo dominado pelo pecado. Em alguns casos, as leis do país podem restringir nossa reação pública com o que não compactuamos. Isso é di-fícil, mas assim é o mundo em que vivemos e não podemos sair dele. É onde fomos colocados para cumprir nossa missão.

ObediênciaO que é, então, realmente importante quando

tudo é dito e feito a nós, individual e pessoalmen-te e também como líderes desta igreja que cremos ser a comunidade de Deus nos últimos dias da

história da Terra? Se tivesse que me expressar em apenas uma palavra, provavelmente usaria a palavra “obediência” – obediência a Deus. Porque obediência expressa o lado prático da fé; seu ponto de referência é sempre alguém ou alguma coisa fora da minha pessoa. Não há outra maneira de expressar fé.

Como os dirigentes da igreja deveriam reagir a questões difíceis? Como deveríamos tomar decisões quando as conse-qüências podem ser incertas ou imprevisíveis? Se, após ter-mos discutido o assunto, orado por ele, nossa mente estiver em paz com o que acreditamos ser correto, é importante que a perspectiva das conseqüências incertas não nos impeça de avançar. Se você tem certeza do que é correto, vá em frente. Não seja político. Conserve limpo seu coração. Seja auto-crí-tico em relação a potenciais conflitos de interesses e só faça o que sabe ser correto. Você vai dormir melhor, pois fez o máxi-mo para ser leal e obediente a Deus. Neste mundo incerto, de futuro incerto, esta é, creio eu, a única atitude segura que um líder da igreja pode assumir.

*Atos dos Apóstolos, p. 12

V I S Ã O M U N D I A L

Encontrando um ConsensoHá ainda desafios como o tão discutido assunto do papel

da mulher no ministério. Esta é uma preocupação que vem à tona de tempos em tempos, tanto em minhas conversas com jovens como durante uma recente conversa, televisionada, com um grupo de pastores da América do Norte. Alguns perguntaram: “Temos que continuar falando sobre isso?” Pa-rece-me que sim. Podemos inclusive achar que deveríamos ter lidado com o problema de maneira diferente, desde o princí-pio. Entretanto, aconselhamo-nos como uma família mundial e chegamos a uma conclusão. Houve decisões a respeito, das quais todos participaram e não podemos nos desviar delas, dizendo: “Eu não gosto disso! Não importa o que os outros digam, vou corrigir no meu território o que, a meu ver, é um

engano.” Não funciona assim na igreja. Antes de tomarmos um novo caminho, especialmente quando se trata de um ponto difícil e, potencialmente, divisor, deve haver amplo consenso entre a liderança, disposição para ouvir uns aos outros e para concluir que chegou o momento de pensar de maneira diferente.

A grande preocupação de muitas mulheres que se sentem chamadas ao ministério, e que possuem formação profissio-nal para tanto, não é a ordenação, mas apenas o fato de serem admitidas e ter a oportunidade de trabalhar no ministério. As igrejas locais são relutantes e as associações encontram dificuldade para empregá-las. Essa é, em minha opinião, uma grande falha. Os jovens, tanto homens quanto mulheres, devem aceitar o chamado que Deus colocou em seu coração. Vamos necessitar de todos para concluir nossa missão e ser-mos recebidos por Deus na eternidade.

A Missão e um Mundo ImperfeitoA sociedade secular e a igreja fazem parte do mesmo

mundo, mas são divididas por valores muito importantes. A sociedade, porém, irá testar nossa conduta em algumas dessas

Como cumpriremos nossa missão em um mundo

imperfeito, repleto de valores sociais e legais que não

podemos aceitar?

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Recebi de meu médico o diagnóstico de cistite intersticial, a qual tem me causa-do muitos problemas. Vocês têm algum conselho que me ajude?

A cistite intersticial (CI) é uma inflamação crônica da bexiga, que continua sendo um enigma

no campo da urologia. Estudos sobre sua epidemiologia e sintomas trouxeram algum esclarecimento, mas a questão principal sobre sua causa ainda não foi identificada. Pessoas que têm história de CI na família, por exemplo, apresentam grande potencial para desenvolver a do-ença, assim como aqueles que ‘urinaram na cama’ após os cinco anos de idade, têm grande possibilidade de adquiri-la. A CI ocorre predominantemente em mulheres. É caracterizada por problemas na bexiga, necessidade e incontinência urinária, além de dor no baixo abdome. A princípio, as pessoas são diagnostica-das como recorrentes de infecção do tra-to urinário, mas tal diagnóstico requer cultura da urina, não apenas o exame comum. Se a cultura não é realizada, pode-se não obter o diagnóstico correto.

Estudos recentes sobre a CI têm levado os médicos a crer que esse é um problema mais comum do que imagina-vam. De cada grupo de 1.000 pacientes, 200 apresentam algum grau da doença. Ela é freqüentemente associada a outros sintomas como a síndrome de irritação intestinal e a vulvovaginite, nas mulhe-res (ou dor). Acredita-se que quando há dor prolongada, necessidade e disfun-ções na bexiga, tanto mais difícil será obter a cura.

Existe um mecanismo pelo qual a dor crônica sensibiliza os nervos da me-dula espinal, aumentando sua atividade e refletindo em outros órgãos da região,

causando irritabilidade e dor. Cerca de 80% dos pacientes com CI desenvolvem irritabilidade nos músculos da pelve, conhecido como ‘levantador do ânus’. Essa irritação pode tornar-se espasmó-dica, interferindo na função sexual. Os músculos podem estar tensos à apalpa-ção, dando aos médicos a sensação de faixas estiradas. Quanto mais tempo o paciente demorar em iniciar o trata-mento, mais difícil será obter um bom resultado.

Muitas pessoas são beneficiadas pela mudança na dieta e na ingestão de líqui-dos. Condimentos, ácidos e grande in-gestão de cítricos podem irritar a bexiga. Cafeína e café são também elementos irritantes para a bexiga em muitos por-tadores da síndrome. Alguns reduzem a ingestão de líquidos no desejo de dimi-nuír a freqüência da diurese, mas isso aumenta a concentração de substâncias irritantes na urina.

O controle da diurese permite ava-liar quantas vezes a pessoa, de fato, urina nas 24 horas (o que normalmente acontece oito vezes, na média).

Administrar a CI nem sempre é fácil, pois requer paciência e disciplina. O primeiro passo é modificar a dieta e controlar o consumo de água. Uma die-ta mais alcalina, como a vegetariana, é mais benéfica.

É muito importante, também, que seu médico tenha certeza do diagnóstico. É provável que ele solicite alguns exames, que podem incluir um questionário, ins-tilação de cloreto de potássio na bexiga e até uma solução anestésica. A citoscopia

é usada como o principal exame para o diagnóstico, embora seja eficiente para confirmar casos crônicos, pode não de-tectar a doença em seu início, quando melhor responde ao tratamento.

O tratamento previne a elevação dos níveis de dor, como também limita a zona de desconforto. Geralmente, é utilizada uma medicação chamada ami-triptilina em pequenas doses. Outra me-dicação que ajuda a tornar a parede da bexiga menos permeável a irritantes, é o polissulfeto de pentosano. Esta, porém, pode levar semanas para fazer efeito. Medicações mio-relaxantes (relaxantes musculares) podem ser usadas para re-laxar os músculos da pélvis, e ainda para dissimular a alta freqüência elétrica, o que geralmente reduz bastante a dor e o desconforto. Freqüentemente, requer-se uma equipe composta por ginecolo-gistas, urologistas, fisioterapeutas, nu-tricionistas e enfermeiros para se obter melhores resultados.

Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo da ICPA e diretor associado dos Ministérios da Saúde.

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

CistiteIntersticial

S A Ú D E N O M U N D O

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Neste artigo, vários termos e expressões podem ser peculiares aos Estados Unidos. Acreditamos, porém, que os leitores não terão dificuldade em relacioná-los à sua experiência, não importando em que par-te do mundo vivam. — Os Editores

Minha esposa e eu desejávamos plantar um pequeno pomar em nosso quintal. Por isso,

pesquisamos nos catálogos não apenas as qualidades de vários tipos de frutas, como também os vários tipos de uma mesma fruta. Como nosso espaço era limitado, resolvemos plantar apenas

duas macieiras e uma ameixeira.Foi nesse ponto que nossa diversão

começou.Ao ler todos aqueles catálogos e li-

vros sobre pomar, mergulhamos numa multidão de opções. O que, a princípio, parecia algo para ser decidido facilmen-te, em cinco minutos tornou-se um labi-rinto de possibilidades.

Uma Maçã é uma Maçã? Na Realidade, Não.

De repente, descobrimos que exis-tem mais de duas dúzias de variedades de maçãs, das quais conhecíamos menos de cinco, como a “Red Delicious, Jonathan e Winesap.” Nunca antes havíamos ouvido falar na maioria dos outros tipos, como “Holland, North Spy e Buckley Giant”.

Pensei que a escolha ainda seria simples. Seria, apenas, escolher uma das maçãs que conhecíamos desde pe-quenos e desfrutarmos dos frutos. Mas não é bem assim. Devo acrescentar que crescemos ignorando que vivíamos na

Essa experiência me ensinou algumas

coisas sobre as pessoas.

(chamada) área da zona 17. Mas agora vivemos na área da zona 1 (ou seria zona 2?). Tínhamos que decidir, ainda, quando gostaríamos de comer as ma-çãs: se em junho, julho, agosto ou mais tarde. Além disso, podíamos optar entre maçãs vermelhas, vermelho-escuro, verdes, verdes com listras vermelhas ou vermelhas com listras verdes. De que tamanho deveriam ser? Do tamanho de maçã para lanche, ou bem grande, sufi-ciente para duas pessoas?

Tínhamos que decidir ainda se gos-taríamos que fossem doces ou ácidas, crocantes ou macias. Iríamos usá-las em tortas para o almoço de sábado? Em purê de maçã? Iríamos desidratá-las para usá-las nos presentes de Natal? Ou queríamos, simplesmente, comer nossas maçãs colhidas da árvore? Qual o tipo de maçãs seria mais resistente para guar-darmos no porão durante o inverno?

Para tomar nossa decisão final, tínhamos de considerar mais de uma dúzia de diferentes características em cada maçã. Todas eram maçãs, claro,

D. Reid McCrary e sua esposa, Marilyn, se aposentaram após muitos anos de serviço como professores em pequenas

escolas da Associação Norte do Pacífico. Residem nas colinas de Orofino, Idaho (Estados Unidos).

Cultivarpreparand o-me para

MaçãsPor D. Reid McCrary

R A C H E L K I R K / M O D I F I C A D O D I G I T A L M E N T E

D E V O C I O N A L

12 Adventist World | Janeiro 200812 Adventist World | Janeiro 2008

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mas cada uma delas assimilava de ma-neira diferente a luz do sol, água e os nutrientes de maneira que isso as torna-va distintas em cor, sabor, utilidade, etc. Aprendemos, então, que existem milha-res de diferentes variedades de maçãs.

Após termos tomado tão significati-va (e erudita) decisão, percebemos que nem havíamos começado a pesquisar sobre peras e ameixas.

Para “pomicultores” novatos, essa não era uma decisão fácil. Mesmo sa-bendo que nossa decisão teria sido mui-to mais fácil se tivéssemos apenas uma opção de maçã, estou grato pela imensa variedade que Deus nos oferece.

Agora Posso Ver Melhor Após essa aventura de perplexidade

mental pelos catálogos de cultivo de po-mar, pude compreender, mais claro que nunca antes, a diversidade do “fruto do Espírito” descrita em Gálatas 5:22 e 23. O apóstolo diz: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, man-sidão, domínio próprio...”

Se tivéssemos que pesquisar o catá-logo do Pomicultor celestial e exami-nássemos, atentamente, as variedades de amor por Ele listadas (sem mencionar alegria, paz, paciência, etc.), creio que encontraríamos uma variedade igual à dos seres humanos que vivem ou já vi-veram na Terra.

Para escolher as maçãs, tivemos que

considerar o clima, formato, tamanho, sabor, data de maturação, cor, textura, resistência a pragas, necessidade de po-linização e uso. É o fato de levarmos em consideração “clima”, “sabor”, “resistên-cia a pragas”, “uso”, etc., o que faz de nós o que somos, com as ilimitadas possibi-lidades de combinações.

Todos os fatores descritos a seguir (há ainda muitos, muitos mais) ajudam a moldar nossa individualidade.

1. O Clima. Em que país você cresceu? Era democrático? Comunista? Facista? Você viveu em época de crise econômica ou de prosperidade? Sua fa-mília era grande ou pequena? Com pais separados ou com ambos os pais? Que tipo de irmãos e irmãs você tem? Que lugar você ocupa na família – primeiro filho, do meio, caçula? Você viveu em ambiente violento ou amoroso?

2. Sabor. Sua cultura era reservada ou expressiva? Cresceu em lar cristão? Qual a sua nacionalidade? Você cresceu em lar “racista” ou seu lar foi vítima de racismo e discriminação? Qual é seu vínculo cultural? Seu tipo de personali-dade? De que gosta e de que não gosta? Qual é seu temperamento?

3. Resistência a Doenças. Quais as tendências herdadas ou cultivadas você tem para o mal? Com que defeitos você nasceu? Que problemas de saúde você herdou?

4. Uso. Quanta habilidade, talento e educação você recebeu?

Na verdade, são necessários com-putadores celestes para registrar tudo isso. Por essa experiência, cheguei à conclusão de que se sou uma maçã transparente, quem sou eu para dizer à ‘Granny Smith’ que ela demora mui-to para amadurecer? Ou se sou uma ‘Gravenstein’(cujo sabor é potencia-lizado sob calor e pressão e liberado quando transformado em purê de maçã), como posso criticar a ‘Red June’ que, por natureza, é boa para se comer fresca? Como posso criticá-la por ser muito macia para agüentar o calor? Ou, talvez, sou uma ‘Jonathan’, que não necessita de polinização. Será que isso me dá o direito de criticar a ‘McIntosh’ só porque precisa de uma ajuda extra?

Respeitando Nossas DiferençasTudo isso me lembra o capítulo no

livro A Ciência do Bom Viver, intitulado “Em Contato com os Outros” (p. 483): “Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio próprio, paciência e simpatia. Diferimos tanto uns dos ou-tros em disposições, hábitos e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as coisas. Julgamos diferentemente. Nossa compreensão da verdade, nossas idéias em relação à conduta de vida não são idênticas sob todos os pontos de vis-ta. Não há duas pessoas cuja experiência seja igual em cada particular. As provas de uma não são as provas de outra. Os deveres que para uma se apresentam como leves, são para outra mais difíceis e inquietantes .”

Isso, também, dá um novo signi-ficado para o texto do salmo 87:6: “O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu lá.”

Enquanto vivemos nos “pomares” da sociedade, todos nós recebemos a mes-ma luz do sol, a mesma água, os mesmos nutrientes. Mas a maneira singular como aproveitamos tudo isso faz de nós expressões peculiares do fruto do Espíri-to: amor, alegria, paz, paciência, bonda-de, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

MaçãsOnde você cresceu? Em uma

grande ou pequena família? Com pais separados ou com ambos os

pais? Seus pais eram rudes ou gentis?

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Ninguém está fora do alcance de Deus, mesmo os que estão na prisão pelo fato de terem

roubado, assassinado e abusado de outros. Eles também são de inestimável valor para nosso Pai celestial e somos instruídos, em Mateus 25, a não negli-genciá-los (veja versos 31 a 46). A igreja adventista na Romênia está levando a sério essa incumbência.

O InícioApós a queda do comunismo

em 1989, a União Romena da Igreja Adventista do Sétimo Dia fundou uma instituição para o ministério nos cár-ceres: Serviço Humanitário nas Prisões (SHP). Tanto pastores como membros voluntários leigos são dedicados à mis-são e estão levando a mensagem aos prisioneiros que cumprem sentença nas prisões romenas. O pastor adventista Lucian Cristescu, pioneiro do projeto SHP e coordenador do programa nas seis associações da união, centenas de voluntários e indivíduos comprometi-dos com a missão nos Estados Unidos, participam do florescente projeto e lhe dão apoio.

Primeiro os coordenadores e vo-luntários entregam Bíblias aos prisio-neiros, seguida do livro O Desejado de Todas as Nações e outros livros impressos especialmente para esse fim. Milhares de livros já foram distribuídos nas prisões.

O programa evolui à medida que recebe apoio financeiro. Desde que o pastor Lucien foi nomeado diretor e coordenador do SHP na União Rome-na, em 2005, o número de voluntários aumentou de 450 para 1.200.

O Serviço Humanitário nas Prisões é reconhecido como uma das organiza-ções humanitárias mais expressivas da Romênia. De um total de 44 presídios e cinco hospitais penitenciários exis-tentes hoje naquele país, o SHP fun-ciona em 42 presídios e dois hospitais penitenciários. Os coordenadores das seis filiais do SHP nas seis associações

Um adventista romeno destaca ministério nas prisões.C

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Grades Por George Uba Por George Uba

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da união reúnem-se regularmente com os departamentais de Escola Sabatina e Ministério Pessoal da União Romena para planejar e desenvolver projetos que supram as necessidades dos prisioneiros.

Projetos em FuncionamentoUm empreendimento arrojado, que

já está em seu estágio final de desen-volvimento, desafia as igrejas locais a “adotar” uma prisão e suprir as várias necessidades de seus prisioneiros e administradores. Adotar uma prisão inclui dar palestras sobre saúde, cursos de capacitação profissional, seminários sobre como deixar de fumar e estudos bíblicos.

O SHP criou também um curso bíblico por correspondência que atu-almente possui mais de 1.500 alunos. Os organizadores esperam dobrar esse número em 2008.

O esforço intenso está resultando em vidas transformadas e prisioneiros aceitando Jesus como seu Amigo e Salvador. Nos últimos meses, 13 pre-sos foram batizados, nove dos quais cumprem prisão perpétua. Mais de 200 outros já expressaram o desejo de ser batizados.

Centenas de membros da igreja escrevem cartas para os prisioneiros das 42 penitenciárias. As muitas visitas geralmente desenvolvem forte amizade e lhes dão apoio espiritual e emocional.

Unindo as FamíliasOs coordenadores do SHP com-

preendem a importância de manter o relacionamento entre os prisioneiros e seus filhos.

“Durante as reuniões com as mu-

De cima para baixo: MÃES ORGULHOSAS: Ministério adventista em prisões da Romênia cria oportunidades para que mães prisio-neiras falem com os filhos – para algumas delas, isso ocorre pela primeira vez muitos anos depois. PRESENTEANDO: Mães presas dão presentes singelos a seus filhos durante período de visitação.

lheres do presídio de Moldávia, en-quanto estudavam sobre a família,” diz Mihai Enea, diretor assistente do SHP na Associação de Moldávia, freqüen-temente surgia a pergunta: ‘Será que ainda sou mãe?’

“Devolvíamos a pergunta: ‘O que a faz crer que você não é mais mãe?’ A resposta, geralmente entre lágrimas, era: ‘Que tipo de mãe sou eu se meus filhos estão crescendo em orfanatos ou com outras famílias? Eu mereço minha sentença, mas que culpa têm meus filhos? Não os vejo há anos... Será que ainda se lembram de mim? Quais são seus sentimentos a meu respeito?’”

Enea diz que muitas vezes pergunta a si mesmo o que Jesus faria se estivesse em seu lugar. “Muitas vezes tenho feito essa pergunta ao Senhor, em minhas orações pessoais,” diz ele. “Mas tenho certeza de uma coisa – essas mães merecem uma segunda chance.” Por isso, ele e outros coordenadores organi-zaram visitas dos filhos às suas mães na prisão.

Enea descreve a parceria da Peniten-ciária de Botosani com o Departamen-to de Proteção à Criança no projeto que enfatiza as necessidades das famí-lias dos prisioneiros. Após identificar as prisioneiras que não têm visto os filhos por muito tempo, os coordenadores do SHP organizam uma visita. Enea re-lembra claramente a experiência.

“Não podemos nos esquecer do momento em que as crianças [...] que foram adotadas por diferentes famílias e em diferentes países, se encontraram (com suas mães) pela primeira vez em três ou quatro anos”, diz ele. “Quando as mães entraram no salão e viram seus filhos, foi um momento dramático. Elas choravam e não sabiam qual dos filhos abraçar primeiro.”

Embora quase todas as famílias es-tivessem muito felizes por poderem ver uns aos outros, nem todos os encontros eram alegres.

Um garoto de 14 anos de idade, chamado Ionut, disse que não queria falar com sua mãe. Ela tentou oferecer-lhe um presente, mas ele se recusou a aceitá-lo e perguntou: “Por que você

me abandonou? Por que tive que ser criado por estranhos?”

São desafios como esses que levam o SHP a ajudar as famílias na solução de seus problemas.

Expandindo a VisãoO SHP está organizando um centro

de reintegração social em Buciumeni, no município de Dambovita. O local será equipado para acomodar 16 pes-soas, por um período de mais de seis meses. Os colaboradores do centro so-cial irão prestar apoio na recuperação emocional e espiritual dos prisioneiros libertados e introduzidos na sociedade e apoiarão ex-presidiários que não têm família ou abrigo na reintegração social e profissional. Em conjunto com esse projeto, o SHP tem planos de desen-volver outro centro em uma proprie-dade doada em Targsor, município de Dambovita, para reintegração social de ex-prisidiárias.

Resultados AnimadoresÉ animador ver ex-presidiários

que, agora, compartilham seu amor por Jesus com outros, servindo como voluntários no SHP, sendo donos de seu próprio negócio, oficiais de igreja, assistentes sociais e ajudando em ou-tras áreas.

Somos todos “prisioneiros” neste mundo, mas muito em breve, quando Jesus vier para nos levar para o Céu com Ele, encontraremos nossos queri-dos outra vez. As mães verão seus filhos. Os filhos correrão para suas mães e pais. Mas, até lá, nós da União Romena estamos fazendo o que está ao nosso alcance para oferecer espe-rança e alegria aos que estão atrás das grades.

George Uba é diretor do Departamento de Escola Sabatina e do Minis-tério Pessoal da União Romena.

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Gua áWilona Karimabadi é editora chefe e dire-tora de marketing da KidsView, revista para crianças.

Ao subir ao púlpito, o pregador ora silenciosamente, enquan-to se prepara para dar a mensagem à congregação expectan-

te. A cantora, à sua frente, é sua irmã e preparou os ouvintes por meio da música. Ele está pronto.

Cumprimenta o auditório com entusiasmo e vigor, com um belo sorriso nos lábios, enquanto observa a multidão. Com a Bíblia na mão, comprometido mentalmente com a mensagem e com o zelo pela Palavra de Deus no coração, ele começa. Prega com entusiasmo, poder e convicção. Agita a Palavra com ênfase, movimenta-se com energia, proclama o evangelho com paixão sem precedente. A multidão está nitidamente emocionada e o apelo, no fim do sermão, é muito bem aceito. Esse pregador tem tocado poderosamente o coração das pessoas com a mensagem de Cristo. Está inflamado com o fogo do Senhor. Esse pregador tem sete anos de idade.

O cenário acima está longe de ser uma ficção; ao contrário, é apenas um vislumbre da vida de um verdadeiro pregador-mi-rim – Kevin Patiño. Com apenas 7 anos de idade, Kevin já prega há algum tempo. É filho de Edgar Patiño, pastor da Divisão In-teramericana, que mora e trabalha no México.

Kevin e sua irmã de seis anos de idade, Dailyn, são extre-mamente ativos em seu ministério para o Senhor, pregando e cantando em locais grandes e pequenos através do território de sua divisão.

O InícioComo é que essas duas crianças que acabaram de entrar

na escola se envolveram com a pregação? Essa é uma ativida-de que, para ser assumida, requer geralmente anos de estudo e experiência. Será que essas crianças iniciaram esse trabalho por aventura? Ou foi, realmente, um chamado de Deus?

Desde seus primeiros anos de vida, Kevin e Dailyn sempre participaram ativamente em sua classe da Escola Sabatina, decorando perfeitamente os versos e hinos. Seus professores perceberam e reconheceram que eles possuíam algo muito es-pecial. Como resultado, Kevin foi convidado para fazer seu primeiro sermão no programa do dia das crianças. O pastor Edgar Patiño diz: “Minha esposa e eu começamos a preparar o Kevin e a Dailyn, mas o que não sabíamos era que, na realida-de, o Senhor estava preparando um ministério especial para eles. Quando iniciamos nosso trabalho com eles para aquela ocasião, percebemos que ambos aprendiam muito rapida-mente. Dailyn estava com apenas 2 anos de idade e Kevin, 3. Não encontramos limitação alguma por causa da idade, para o que poderiam fazer. Na verdade, eles ainda não sabiam ler. Para eles, não havia nada mais divertido do que participar das atividades da igreja.”

A R T I G O D E C A PA

CrançaUma

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Esquerda: FAMÍLIA PATIÑO: Jogly, Edgar, Dailyn e Kevin. Direita: Kevin e Dailyn Patiño pregam e cantam a Palavra anos antes de entrarem na escola.

Gua áO programa do dia das crianças deveria ter uma audiência

de mais de 250 pessoas. Os Patiños decidiram que seria melhor se Kevin tivesse a oportunidade de pregar em outro lugar, antes desse evento. O pastor distrital foi consultado e, alegremente, convidou Kevin para falar numa reunião com 150 pessoas. Kevin acabara de completar 4 anos de idade e sua irmã Dailyn, apenas 3.

“Como pais, estávamos muito preocupados com a ex-pectativa da congregação,” disse o pastor Patiño. “As pessoas perguntavam como uma criança tão pequena iria pregar. Os adultos esperam que as crianças recitem alguns versos bíblicos e outras coisas de memória, mas não era isso. O Espírito Santo estava no comando e, quando Kevin terminou o sermão de 25 minutos, na hora do apelo toda a igreja se levantou e foi à frente, alguns chorando, outros louvando a Deus pelo que haviam acabado de ouvir.”

É evidente que Kevin e Dailyn Patiño estão desenvolvendo uma obra especial para o Senhor. “Como pais, nunca imagina-mos que essa apresentação fosse causar tal impacto na igreja,” acrescenta o pai. Mas a notícia logo chegou a outras congre-gações adventistas em todo o Panamá, onde a família morava na ocasião. A notícia da pregação de Kevin e Dailyn havia se espalhado e, quando chegou a data do programa do dia das crianças, os membros da congregação esperavam ansiosos pe-los pregadores mirins.

À Semelhança de Samuel

Talento à parte, como Kevin Patiño reconheceu que estava realmente recebendo um chamado do Senhor para ser prega-dor? Por que agora e não depois de formado em Teologia? O pastor Patiño e a esposa, Jogly, oraram e jejuaram para saber a vontade de Deus sobre esse ministério e se era próprio para seus filhos.

“Eu sempre quis fazer o que meu pai faz, queria imitá-lo, pois assistia a suas pregações e conferências. Meu grande desejo era fazer a mesma coisa”, diz Kevin. “Um dia, uma coisa muito especial aconteceu. Às onze e meia da noite eu estava dormindo, mas meus pais estavam orando sobre o assunto, como haviam feito por mais de seis meses. Eles nunca pediram para ter filhos que pregassem, embora sempre observassem minha irmã e eu brincando de pastor e cantora. Meu pai dissera que, de repente, ouviu uma voz dizendo: ‘Kevin pregará.’ Ele se virou e olhou para minha mãe para perguntar se ela havia dito alguma coisa, mas continuou orando. Outra vez, a voz disse: ‘Kevin pregará.’ Ele foi ao meu quarto, me acordou e disse: ‘Kevin, você quer pregar?’Eu respondi: ‘Claro!’ Então ele me levou para a varanda e me explicou tudo o que estava acontecendo.

“Meu pai disse: ‘Kevin, o Senhor está chamando você para pregar’”, disse ele. “Para dizer a verdade, eu não compreendi e perguntei a Deus se Ele havia me chamado como chamou Sa-muel. Naquela mesma hora, levantamos os braços e entrega-mos tudo o que tínhamos ao Senhor. Então, pregar tornou-se minha missão e mostrar que meu pai não estava inventando isso, mas que Deus havia me chamado. Quando preguei aque-le primeiro sermão, a igreja estava lotada e o Espírito Santo confirmou que meu pai não estava inventando coisas.”

Por Wilona Karimabadi

CrançaA Palavra de Deus é proclamada de maneira incomum.

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Baraka Muganda, diretor do Ministério Jovem da Asso-ciação Geral, tem tido o privilégio de conhecer e trabalhar com pregadores mirins, ao redor do mundo. A seguir, ele dá algumas sugestões simples para identificar esse dom em uma criança, e como reconhecer e estimular o ministério da palavra. — OS EDITORES

n É imprescindível que os pais criem, em casa, um ambiente que ajude a criança a identificar e desenvolver o raro dom da pregação.

n Os pais têm um papel muito importante no desenvolvimento de pregadores mirins, ao demonstrar seu amor pela Palavra de Deus e ao tomar tempo, durante o culto em família, para ler histórias da Bíblia e outros livros de histórias sagradas. Devem pedir às crianças que recitem algumas das princi-pais histórias/conceitos. Enquanto recitam, pode ser ob-servada a habilidade da criança para tal atividade, além de oferecer ajuda para desenvolver as habilidades de falar em público, assim como ajudá-la a fazer da Bíblia algo real em sua vida. Comece com as histórias simples dos evangelhos, introduzindo aos poucos as mais complexas.

n Conte histórias que você sabe de memória. Quanto mais seu filho ouvir você, mais tentará imitá-lo.

n A oração é o alicerce para o sucesso do desenvolvimento dos talentos que Deus deu às crianças. Ore com e por elas, de maneira que reconheçam e apreciem esse dom, à medi-da que crescem.

n Ao participarem dessa nobre experiência, a vida espiritual das crianças é nutrida e amadurecida. Os pais desempe-nham um papel importantíssimo.

n Pela maneira como conduzem o tempo dedicado ao culto familiar, os pais se tornam professores de homilética de seus filhos. É em casa, na hora do culto, o melhor lugar para reconhecer e cultivar o talento das crianças. A Bíblia diz que pela contemplação somos transformados (veja 2Co 3:18); quanto mais as crianças observarem seus pais contando histórias e falando sobre Jesus, mais desejarão imitá-los. Meus pais foram muito importantes na minha vida; sua influência foi tão impactante que me ajudou a responder ao chamado de Deus para o ministério.

A irmãzinha Dailyn, usando diferentes talentos na ocasião, não foi excluída do chamado ao ministério. Ela diz: “No iní-cio do nosso ministério, eu apenas cantava. Minha mãe era o meu maior exemplo. Ela canta muito bem e, como eu, canta desde bem pequena. Então eu também cantava. Quando tinha 3 anos de idade e meu irmão 4, fizemos nosso primeiro pro-grama com música e sermão, chamado: ‘Jesus, Nosso Amigo Verdadeiro’.

“Quando completei 5 anos, decidi que também queria pregar. Dentro de mim, senti que poderia fazê-lo, e louvo a Deus, pois estou pregando!”acrescentou Dailyn. “Eu sei que o Senhor também me chamou, embora não tenha feito comigo exatamente igual ao que fez com a vida do Kevin. Ele permitiu que eu me apaixonasse por isso e hoje me sinto extremamente feliz de servir nosso Senhor.”

Espalhando as Boas NovasDesde aquele primeiro programa no dia das crianças, no

Panamá, o ministério da pregação dos pequenos Patinõs tem crescido constantemente. Definitivamente, não foi fácil, uma vez que as pessoas têm dificuldade para acreditar que crianças possam dar uma mensagem séria pela pregação. Lentamente, porém, pela graça de Deus, as portas continuam a se abrir para a família. O que começou como um programa especial para crianças, transformou-se num ministério internacional, e os Patiños viajam por toda a Divisão Interamericana, pregan-do e cantando sobre a salvação.

Preparar os sermões e pregá-los para as congregações não é tarefa fácil – mesmo para os adultos. Como, então, essas crianças preparam suas mensagens? A família constitui um time de cinco, contando com o Espírito Santo como a força maior por trás dos sermões, uma vez que é Ele quem os ajuda a preparar as mensagens, treina e converte os corações. Segun-do, é o pastor Patiño quem escreve os sermões, após bastante tempo gasto com o Senhor, em oração. Entra em ação aí um componente único no processo de preparação. Jogly, a mãe das crianças, transforma os textos dos sermões em desenhos. Kevin e Dailyn não decoram os sermões, mas usam os esboços para, em sua mente, dar vida aos tópicos. Os sermões, normal-mente, têm a duração de 25 a 30 minutos, fazendo com que uma mensagem, às vezes, contenha de 200 a 300 diferentes desenhos, todos feitos a mão pela mãe.

Segundo o pastor Patiño, “eu contribuo com os sermões, mas Kevin e Dailyn nem sempre pregam tudo o que escrevo. No princípio, isso era um desafio para mim, uma vez que, es-pecialmente o Kevin, nem sempre gostava do que eu escrevia para ele. Como pastor, estudei teologia, homilética, herme-nêutica e exegese bíblica, mas um dia cheguei à conclusão de que precisava do treinamento do Espírito Santo, em lugar de somente o preparo acadêmico. Então, Kevin e eu oramos jun-tos, pedindo a Deus para nos ajudar a combinar nossas idéias de maneira que fosse possível organizar um sermão adequa-do para o Kevin, e Ele nos respondeu imediatamente. Desde aquele momento, toda vez que vou preparar um sermão, chamo o Kevin e lhe faço perguntas. Oramos juntos e pronto! Preparo sermões que são adequados para ele.”

Seu FilhoTem o

Pregar?POR BARAKA MUGANDA

Domde

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Mas o que realmente significa para uma criança ficar em pé, em frente a uma multidão de pessoas muito mais velhas do que ela e pregar? O que passa pela mente de Kevin e Dailyn?

Kevin diz: “Há um texto na Bíblia que se tornou um de nossos versos preferidos. Está em 1 Coríntios 9:16: ‘Se anuncio o evangelho, não tenho do que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!’”

Essa é, realmente, sua responsabilidade no ministério. “Muitas vezes, quando estamos lá na frente, com pequena ou grande audiência, sinto algo especial que me leva a dizer coisas que não estão no esboço do sermão e, às vezes, digo coisas que não sei por que estou dizendo. Mas elas tocam a vida das pes-soas e as levam a tomar a decisão para o batismo.”

Ainda CriançasA despeito de Kevin e Dailyn estarem envolvidos num

trabalho de ‘gente grande’, ninguém se esqueça de que são crianças ainda. “Em 2005, estávamos fazendo uma série evan-gelistica na Colômbia, para mais de 5.000 pessoas. Era sábado à tarde, e tínhamos cantado e pregado. No dia seguinte, demos uma entrevista na emissora local. O pastor que conduziu a en-trevista perguntou: ‘Kevin, do que você mais gostou no evento de ontem?’ E eu lhe respondi: ‘Havia muitas crianças para brincar!.’ Digo isso porque muitos se esquecem de que ainda somos crianças. Quando estamos ao púlpito, podemos parecer adultos porque o Senhor opera milagres em nós. Mas nosso coração ainda é jovem,”Kevin e Dailyn disseram.

Kevin e Dailyn são educados e encorajados na vida diária como muitas crianças. Sua mãe, Jogly, não trabalha fora e leva muito a sério a tarefa de cuidar de suas crianças, partici-pando com eles dos cultos matutinos e vespertinos; estando disponível para responder suas perguntas, alimentando-os com alimento nutritivo e saudável e colocando-os na cama na hora, enquanto os ajuda a lembrar-se de que são, acima de tudo, filhos queridos do Deus vivo. Jogly diz: “Toda sexta-feira

à noite, não importa o que esteja acontecendo ou onde este-jamos, é a noite da família, que as crianças chamam de ‘Mota’. Nessa noite especial, dormimos juntos na mesma cama, bem apertados, mas ninguém se importa. Gostamos disso! Cremos que fazendo coisas como essas, mantemos as crianças felizes e encorajadas.”

Pequenos Vasos, Poderosas Vozes Crianças que têm o dom de pregar estão provando ter

habilidade para esse magnífico trabalho de disseminar o evan-gelho. Como mostra o ministério de Kevin e Dailyn Patiño, o Senhor opera maravilhas com indivíduos – jovens e não tão jovens – quando colocam a vida completamente em Suas mãos.

Kevin e Dailyn declaram ter três alvos para seu ministério: “1. Sonhamos em lotar grandes estádios e batizar muitas pes-soas; 2. Queremos ser apóstolos Paulos modernos, pregadores fiéis à Palavra de Deus; 3. Queremos continuar viajando o mundo todo levando a mensagem da segunda vinda de Jesus.”

Baraka Muganda, diretor do Ministério Jovem da Asso-ciação Geral, que viu os irmãos Patiños em ação, diz: “Eu comparo pregadores mirins a gigantes que dormem em nossa igreja. Essas crianças estão prontas para participar da missão da igreja se lhes dermos oportunidade. Têm a mente tão aguçada e aprendem muito rápido. Eles acreditam nos ensinamentos da Bíblia e estão prontos e desejosos de com-partilhar com os outros, sem nenhum temor. São arrojados para defender aquilo em que acreditam. Estou muito impres-sionado com o conhecimento bíblico que possuem. Ouvimos adultos perguntando a si mesmos: ‘Se essas crianças são tão inspiradas pela Palavra de Deus, então deve haver alguma coisa especial nesse livro.’”

Certamente, há algo especial.

Os Patiños aceitam perguntas sobre seu ministério e podem ser contatados pelo seguinte endereço eletrônico: [email protected] ou [email protected]

Em 2002, Don MacLafferty, pastor e líder do ministério infantil e dos adolescentes, iniciou um projeto singular, apenas para crianças. Freqüentemente preparados para o batismo com uma porção de dou-trinas, as crianças, geralmente, têm que descobrir, como caminhar na vida cristã, por elas mesmas. Nem sempre são criadas

POR WILONA KARIMABADI

oportunidades para usarem seus talentos individuais, ou ainda, encontrar pessoas que estejam dispostas a ajudá-las.

Esses padrões, porém, estão mudando no Centro de Discipulado para Crianças da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Colle-geadale, Tennessee, Estados Unidos. Se-gundo sua página na Internet, “o propósito

do centro é encaminhar as crianças para serem discípulos fiéis e que produzam frutos para Jesus Cristo.” Essa missão é realizada de várias maneiras, uma das quais, ajudando a cada criança a desco-brir seus dons e paixão pelo ministério e equipá-la para compartilhá-lo agora — em seus lares, escolas e igrejas. Isso inclui pregando, cantando e muito, muito mais.

As congregações, comunidades e fa-mílias são encorajadas a descobrir como o ministério do discipulado para Jesus pode realizar maravilhas ao ser desenvolvido entre suas crianças. Para mais informa-ções, acesse www.thekidscenter.org.

Ensinando e Capacitandoc r i a n ç a s n o d i s c i p u l a d o :

Jesuspara

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Page 20: Revista Adventist World - Janeiro 2008

O que é ser cristão?Essa pergunta é muito importante, pois muitas pessoas

abandonaram o cristianismo por não compreenderem o que significa ser cristão. O assunto me interessa muito porque, entre essas pessoas, estão amigos meus.

Antes de tudo, precisamos voltar ao processo de como nos tornamos cristãos e examinar como isso acontece.

Tornando-se CristãoGeralmente somos levados ao cristianismo pela combi-

nação da experiência e do conhecimento. Nossa experiência como não-cristãos é muito triste. Quando examinamos como é nossa vida, separados de Deus, percebemos nela muitas coisas das quais não gostamos. Poderíamos aceitar certa por-ção de indolência e descaso como parte de nossa condição humana, mas o problema vai além. Às vezes, agimos de tal modo que só pode ser descrito como ‘do mal’. Fazemos coisas que sabemos estarem erradas, prejudicando a nós mesmos e a outras pessoas.

Pior ainda quando tentamos melhorar e percebemos que não podemos, sequer, mudar nossos atos e motivos. Queremos ser diferentes, e não importa quanto nos esforcemos, sempre falhamos. Para nosso horror, descobrimos que nossa condição, na descrição bíblica, está correta. Todos somos pecadores (Ro 3:9-18).

Essa é a nossa experiência. A verdade que aprendemos da Bíblia (nosso conhecimento) torna, ao mesmo tempo, as coi-sas ainda piores, mas nos dá esperança. Torna as coisas piores porque a Bíblia afirma que Deus é justo e todo pecado diante dEle resulta em morte. Não apenas isso, aprendemos também que Deus irá voltar para dar a recompensa que cada um mere-

ce, tanto aos que estarão vivos quanto aos que estiverem mor-tos (Ap 19:11, 12). Sendo assim, as conseqüências dos nossos maus atos nos seguirão além da tumba!

A Bíblia, porém, nos dá esperança. Encontramos essa esperança em Jesus, que, sendo Deus, Se tornou humano (Fl 2:5-11); embora sem pecado, aceitou nosso castigo ao morrer na cruz por nossos pecados (Gl 1:3, 4; Cl 2:14; 1Jo 2:2; 2Co 5:21). A Bíblia também nos assegura que podemos ser salvos dos nossos pecados se crermos em Jesus e O aceitarmos como nosso Salvador e Senhor (Ro 10:9 e 10; At 16:31). Em outras palavras, me torno cristão quando reconheço meus atos e aceito a salvação oferecida por Jesus. Então faço a oração que Deus sempre ouve: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou peca-dor!” (Lc 18:13, NTLH).

O que significa tornar-se cristão? Uma vez que a pessoa aceita o perdão que Jesus oferece, há um sentimento de alívio, alegria e paz (Ro 5:1; 14:17). Não estamos mais condenados a viver sob a escravidão do pecado (Ro 6:17, 19), mas podemos ser livres em Cristo.

Tudo isso é verdade, mas descobrimos que algumas coisas não são como esperávamos. Descobrimos que, enquanto novos impulsos tomam nossa vida, alguns dos velhos ainda permane-cem e criam uma aparente contradição, pois, afinal de contas, nos tornamos cristãos exatamente para escapar do poder do pecado!

Mas o cristianismo realmente dos dá poder para vencer – para vencer o pecado? Ou o cristianismo é baseado em uma mentira? Não, não é baseado em mentira; mas essas perguntas são importantes porque, ao reconhecemos quão profundo é nosso problema com o pecado, ficamos desanimamos e por isso muitos novos cristãos desanimam.

Como, então, o cristão maduro se relaciona com o pecado em sua vida? Quero abordar essa questão por dois aspectos: o teológico e o prático.

Pecado em minha Vida? Uma Resposta TeológicaA resposta teológica para essa questão está atrelada à ma-

neira como os cristãos crêem no tempo do fim. Eles esperam, com ansiedade, o retorno de Jesus à Terra para colocar um

Robert K. McIver é conferencista, veterano em estudos bíblicos no Avondale College, New South Wales, Austrália.

A resposta depende totalmente do grau de

confiança que temos em Jesus.

O Que éSerCr stão?

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Por Robert K. McIver

N Ú M E R O 1 0

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ponto final na história do pecado. Os mortos ressuscitarão, os maus serão destruídos e todas as coisas serão refeitas de modo que a perfeita vontade de Deus será refletida no mundo. En-tão, morte e pecado não existirão mais (Ap 21:4).

Com a vinda de Jesus (primeira), porém, chegarão as bên-çãos de uma nova era. Se crermos nEle, passaremos da morte para a vida (Jo 5:24); na verdade, podemos ter vida eterna agora (Jo 3:16-18). A ressurreição e a vida eterna fazem parte das bênçãos do Céu, e como cristãos, podemos desfrutá-las agora. Esse prazer, entretanto, é uma antecipação das bênçãos futuras. Quando Paulo explica por que o cristão não deseja mais pecar, ele o faz tendo em vista o batismo. Quando somos batizados,

unimo-nos a Cristo em Sua morte (Ro 6:4 e 5). Ele diz, então, que devemos nos considerar mortos para o pecado e vivos para Jesus (Ro 6:11).

Para Paulo, esse é o segredo de ser cristão. Ainda vivemos neste mundo com a natureza pecaminosa em nós, mas deve-mos viver de acordo com a nova realidade disponível por meio de Jesus. Continuamos sendo filhos de Adão, mas como cris-tãos, temos nova realidade dominando nossa vida. Podemos viver as bênçãos do porvir, agora mesmo, se nos considerarmos

mortos para o pecado e vivos para Jesus. Os cristãos são filhos da esperança; eles estão em Cristo.

Pecado em Minha Vida? Uma Resposta PráticaSe o cristianismo não trouxer mudança para a vida dos

crentes, então estaria baseado numa falsidade que poucos acei-tariam. Na realidade, para cada cristão hipócrita podem existir dois ou três que, a cada dia, se tornam mais semelhantes ao seu Senhor – sendo amáveis, gentis, atenciosos e verdadeiros.

Entretanto, o problema do pecado permanece na vida, até mesmo dos melhores cristãos. Em minha opinião, a resposta depende do ponto de vista de quem observa. Se observado de

fora, pode-se ver que Jesus trouxe mudanças dra-máticas na vida das pessoas e que, mesmo perma-necendo humanos, o caráter vai se tornando mais e mais semelhante ao de Cristo. Mas se pergun-tarmos a essas mesmas pessoas como é a sua ex-periência de estar cada vez mais perto do Senhor, provavelmente responderão que à medida que percebem quão pecadores realmente são, sentem muito mais necessidade de dependerem de Jesus.

Não sei como tem sido sua experiência como cristão, mas a minha tem sido um proces-

so contínuo de aprendizado no qual, longe de Jesus, não con-sigo deixar de pecar. Na verdade, quanto mais conheço a mim mesmo, mais reconheço minha necessidade de Jesus.

Então, o que realmente é ser um cristão? É baseado na razão que aceitamos o cristianismo: sem Jesus, estamos perdi-dos. Ao crescermos como cristãos, crescemos em nossa depen-dência de Cristo. Ao aceitarmos em nossa vida a real vida nova que Jesus nos dá, experimentaremos as bênçãos do porvir, aqui e agora; e desfrutaremos paz, aceitação e alegria.

Em Seu infinito amor e misericórdia, Deus fez de Cristo (que não conheceu pecado) pecado por nós, para que nEle pudésse-mos ser justiça de Deus. Guiados pelo Es-pírito Santo, sentimos nossa necessidade, reconhecemos nossa condição pecami-nosa, nos arrependemos de nossas trans-gressões e exercitamos a fé em Jesus,

Senhor e Cristo, como Substituto e Exem-plo. A fé que aceita a salvação vem por meio do poder divino da Palavra, sendo um presente da graça de Deus. Por meio de Cristo, somos justificados, adotados como filhos e filhas de Deus e libertados do senhorio do pecado. Por meio do Espírito, nascemos de novo e somos santificados; o

Espírito renova nossa mente, escreve a lei de amor de Deus em nosso coração e nos dá o poder para vivermos uma vida santa. Permanecendo nEle, nós nos tornamos participantes da natureza divina e temos a certeza da salvação agora e no julgamento (2Co 5:17-21; Jo 3:16; Gl 1:4; 4:4-7; Tt 3:3-7; Jo 16:8; Gl 3:13, 14; 1Pe 2:21, 22; Rm 10:17; Lc 17:5; Mc 9:23, 24; Ef 2:5-10; Ro 3:21-26; Jo 1:13, 14; Rm 8:14-17; Gl 3:26; Jo 3:3-8; 1Pe 1:23; Rm 12:2; Hb 8:7-12; Ez 36:25-27; 2Pe 1:3, 4; Rm 8:1-4; 5:6-10).

A ExperiênciaSalvaçãoda

Cr stão?Os cristãos são filhos da esperança; eles estão em Cristo.

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Ser um cristão significa ser seme-lhante a Cristo e seguir o Salva-dor. Seguir implica obediência. Nenhum soldado segue seu

líder a não ser que lhe obedeça. Seguir significa imitar. “Aprendei de Mim”, diz o grande Professor para os que adota-ram o nome de cristão. Mantenha os olhos fixos no Modelo. Faça todas as coisas para Sua glória e pelo amor dedi-cado por Ele.

O cristão é a luz do mundo e a única bíblia que muitos podem ler. É por meio dos cristãos que a humanida-de vê a Deus. Quão cuidadosos devem ser aqueles que adotaram o nome de cristãos. Muitos dos que professam ser cristãos, porém, crucificam nova-mente o Filho de Deus e O expõem ao vexame. Falham, ainda, em corrigir os erros mostrados pelo espelho divino,

representando miseravelmente a Cristo perante o mundo. Anjos escondem o rosto com tristeza. O mundo reconhece os que não são o que professam ser e desviam-se dos impostores. Os cristãos estão sob o comando de Cristo ou sob o controle do inimigo. Sua influên-cia pode ser de vida para vida ou de morte para morte. Podem exercer um bem extraordinário ou um mal incalculável.

Os filhos de Cristo foram redimidos do cativeiro de Satanás e devem per-manecer sob a bandeira ensangüentada do Príncipe Emanuel, trabalhando com desprendimento e fidelidade para Aquele que os comprou. Devem sempre lembrar-se das palavras: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glo-rificai a Deus no vosso corpo.” Quando assumiram o nome de cristãos, juraram

para si mesmos ser verdadeiros para com Deus. Estão ligados a Ele e Seus anjos, em relação familiar, porque Jesus os libertou da tirania opressora. Suas ações, em todos os aspectos, devem ser de tal forma que os torne santos. Aban-donando tudo que é impróprio, devem viver vida nova e santa. Agindo assim, mostram que merecem a confiança sagrada, colocada sobre eles; mostram que nasceram de novo, não da carne, mas do Espírito, que não mais vivem para si, mas para Deus, a quem perten-cem e servem.

Paulo diz: “Fazei tudo sem mur-murações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo.” Como bravos e verdadeiros

Estão as pessoas vendo a Cristo em Seus Seguidores?

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

VvendoCrença

Nossa Por Ellen G. White

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soldados, os cristãos devem obedecer às ordens de seu Capitão, pois fizeram juramento sagrado de portar-se bem. Devem esforçar-se com determinação para superar qualquer coisa que os impeça de cumprir sua alta e santa de-cisão. Mente e corpo devem ser tratados com grande respeito, pois são de Cristo. Dia a dia devem ser aperfeiçoados para que, ao serem observados pelos anjos, seja revelado que Cristo não morreu em vão.

Quem assume o nome de cristão promete preparar-se nesta vida para a vida no reino de Deus. Tome a vida de Cristo como modelo. Mantenha os olhos na eternidade. Aja com princípios de justiça, que, com refinada influência, restaurará no homem a imagem moral de Deus. Quando, pela fé, adotamos os princípios que são a expressão da

Esse artigo foi publicado, pela primeira vez, na revista Sings of the Times, de 10 de julho de 1901. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

vida de Cristo, a alma torna-se fonte a jorrar para a vida eterna. A alma transborda com as riquezas da graça de Cristo e refrigera outras almas. Desta forma, o agente humano mostra estar cumprindo o juramento feito. Assim, pode trabalhar em parceria com Cristo, mostrando ao mundo o que significa ser cristão.

O evangelho é a voz do dever e a voz de Deus. O significado de falhar em obedecer aos princípios pode ser visto na história de Satanás que, por sua de-sobediência, foi eliminado do Céu. Os mais altos dons concedidos a uma cria-tura, foram conferidos a Satanás, o que-rubim cobridor. Antes de cair, era um ser glorioso, ocupando a posição mais próxima de Cristo nas cortes celestes. Mas, ao procurar ser igual a Deus, trou-xe sobre si mesmo ruína irreparável.

Com tal lição diante de nós, escon-damo-nos em Cristo. Ele é a fonte de toda sabedoria e poder. Contemple na cruz do Calvário a garantia de nossa salvação. Contemple o Salvador entre-gando Sua vida por nós para que seja-mos cristãos.

Aqueles que vivem a vida do cristão estão lutando contra a mentira do dia-bo – o homem não consegue guardar a lei de Deus. Podemos nós duvidar do resultado desse conflito? Deus vive, Deus reina e está operando milagres diariamente. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e lascívia.” Diante do Universo, mostram que estão tentando viver as palavras: “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o

que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, [...] seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”

“Amor, alegria, paz, longanimida-de, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” − é o fruto da árvore do cristão, e a árvore que possui apenas folhas, a vida que apenas aparenta, deve secar pela maldição de Deus, mesmo que, embora sem frutos, exiba exuberante folhagem diante do Salvador.

Que Deus nos ajude a ser verdadei-ros cristãos, coerentes hoje, coerentes amanhã, corretos nas ações, gentis nas palavras e de pensamentos puros. O verdadeiro cristão vive a vida de Cristo. Em todo procedimento, eleva a bandei-ra da cruz. Quando é mal compreendi-do, não se ofende, mas procura aplainar o seu caminho. É amável, solícito e paciente. Examina-se cuidadosamente, para que nem em atos ou em palavras negue ao seu Senhor. Escolhe as veredas de Deus. Ministra aos outros, com des-prendimento, todos os dias de sua vida. Sua luz é brilhante e silencia as línguas da contenda. Dia a dia, ignorando a si próprio, vive vasta e sublime experiên-cia diante de homens e de anjos. Mostra o que o evangelho pode fazer pelos se-res humanos caídos.

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Estão as pessoas vendo a Cristo em Seus Seguidores?

VvendoCrença

O evangelho

é a voz do

dever e a voz

de Deus.

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Page 24: Revista Adventist World - Janeiro 2008

“Por que não haveriam de os mem-bros de uma igreja, ou de várias pe-quenas igrejas, unir-se para manter um missionário em campos estrangeiros?” perguntou Ellen White (Obreiros Evan-gélicos, p. 466).

A família Radoi precisava de ajuda. O esposo, esposa e oito filhos pequenos moravam em uma pequena vila rome-na, num quarto de uma casa velha, diz Cristian Modan, diretor de jovens na Romênia e assistente do programa de voluntariado. Pior ainda, a casa estava inabitável. “Não havia janelas e o forro estava gotejando”, diz Modan. “Por cau-sa disso, duas das crianças estavam mui-to doentes. O pai contraiu tuberculose e não podia trabalhar, restando à mãe encontrar trabalho, todos os dias, onde fosse possível.”

Essa foi a rotina diária da família Ra-doi até que um grupo de voluntários ro-menos se reuniu para ajudar. Por meio de campanhas para angariar dinheiro, diz Modan, “os voluntários levantaram 6.000 euros e compraram uma casa para aquela família.”

Quem são esses voluntários capazes de fazer tal diferença na vida dessa fa-mília romena? Trata-se de um pequeno grupo, de várias partes do mundo, que participa do programa “Suas Mãos”, um Serviço de Voluntariado Adventista, uma iniciativa que procura estimular os voluntários a servir como as mãos de Deus a um mundo necessitado.

Nascido da NecessidadeCriado no fim de 2006, o projeto “Suas

Mãos” foi inspirado pelo Espírito Santo e pela premente necessidade de voluntários em todo o mundo, mas especialmente em lugares como Camarões e Costa do Mar-fim, na África Ocidental, informa Vernon Parmenter, diretor do Centro Adventista de Voluntariado da Associação Geral. Com a ajuda de uma comissão especial, Parmenter conseguiu fazer do projeto uma ferramenta abrangente.

A idéia original para o projeto “Suas Mãos” era que igrejas e organizações em países desenvolvidos patrocinassem

voluntários para ajudar países de além-mar com projetos missionários específi-cos e de longo prazo.

Todas as despesas deveriam ser pagas pela igreja ou instituição patrocinadora, de maneira que a organização que cha-masse o missionário voluntário o rece-besse sem nenhum custo. Isso é o ideal para as organizações que precisam de ajuda de voluntários, mas não têm como mantê-los.

Quando o “Suas Mãos” foi apre-sentado na Nigéria, foi imediatamente bem aceito, mas de forma um pouco diferente. Gideon C. Nwaogwugwu, presidente da União Missão Nigéria Oriental (ENUM), diz que, pelo fato de raramente irem missionários à Nigéria, “decidimos que não necessitávamos de missionários de outros países. Já tínhamos missionários aqui em nossas igrejas”. Com isso em mente, a ENUM iniciou um programa onde as igrejas nigerianas patrocinam voluntários nige-rianos do “Suas Mãos” para que ajudas-sem projetos em seu país.

Houve um grande avanço como re-sultado da contribuição dos voluntários do projeto “Suas Mãos” nigeriano. N.

John Enang, coordenador do volunta-riado para a Divisão África Ocidental (DAO) relata que um total de 177 pes-soas foram batizadas como resultado do projeto assumido pelos voluntários do “Suas Mãos”.

Um desses projetos foi uma série evangelística no final do ano passado, em Okoita, Nigéria. Na realidade, a história começa muito antes da campa-nha. Bassey Udoh, secretário executivo da ENUM, relata que muitos meses antes de começar a série evangelística, oito voluntários do “Suas Mãos” foram enviados para Okoita. “Eles percorre-ram a cidade dando estudos bíblicos e fazendo amizade com as pessoas”, diz ele. Quando começaram as reuniões, as pessoas daquela cidade, segundo Udoh, “eram muito resistentes à mensagem adventista”, mas agora pareciam prontas para ouvir o que o pregador tinha a di-zer. “Mais de 300 pessoas compareceram todos os dias”, afirma Udoh. “Nunca tínhamos conseguido, em nosso terri-tório, esse tipo de freqüência, mesmo em lugares onde temos forte presença adventista. Muitos já estão demonstran-do interesse pelo batismo.”

Mãoss e rv i n d o c o m o

Adventistas servem a outros ao redor do mundo, em nome de Deus.

S E R V I Ç O

Por Jill Walker Gonzalez

Deusde

24 Adventist World | Janeiro 2008

Page 25: Revista Adventist World - Janeiro 2008

O Próximo PassoAo observar o que estava aconte-

cendo na Nigéria, Parmenter sentiu-se impressionado a repensar a estratégia do programa. Ele concluiu que os vo-luntários do “Suas Mãos” não precisam ir apenas de países desenvolvidos para países não desenvolvidos; poderiam ser patrocinados por seu próprio país e pela divisão. É isso que está acontecendo não só na Nigéria e Romênia, mas também em outros países.

“Suas Mãos” começou bem na Di-visão Euro-Asiática (DEA). Segundo Michael Kaminsky, coordenador do voluntariado e secretário executivo da DEA, têm chegado relatórios animado-res do programa “Suas Mãos” de todas as partes da divisão. Os voluntários do “Suas Mãos” em Belarus introduziram a mensagem adventista do sétimo dia em 25 lugares diferentes, informa Kaminsky, e como resultado, 33 pessoas foram ba-tizadas.

Kaminsky relata a história de um voluntário do “Suas Mãos” de Moldávia: “Na vila de Kishkaren, da Moldávia, Yeshanu Konstantin foi convidado por uma família pentecostal para ir à sua

igreja. Konstantin logo fez amizade com o pastor daquela comunidade e foi convidado para pregar ali. Em seu sermão, Konstantin usou o material do Seminário do Apocalipse. Os membros da igreja ouviram com muita atenção e tentaram anotar cada palavra dita por ele. Uma senhora estava tão interessada na mensagem que pediu a Konstatin para dirigir um Seminário do Apoca-lipse para sua família. É claro que Kons-tantin aceitou e como resultado toda a família uniu-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Yeshanu Konstantin é apenas um dos que, por meio do programa “Suas Mãos”, estão fazendo um grandioso tra-balho – o trabalho das mãos de Deus.

Mais Oportunidades Outros, ao redor do mundo, estão

se dispondo a dedicar os talentos para fazer o trabalho do “Suas Mãos”. Embo-ra o programa seja relativamente novo, a liderança já iniciou atividades relacionadas ao projeto em cinco divi-sões e, como resultado, já está havendo uma grande colheita. Após alguns me-ses somente, pelo menos 224 pessoas

foram batizadas, e isso é apenas o co-meço. Outras divisões, como a Divisão Ásia Pacífico Norte (APN), estáo plane-jando e estruturando um projeto “Suas Mãos” próprio.

Se os voluntários do “Suas Mãos” procedem de seu próprio território ou de outras divisões, é o Espírito Santo quem os guiará para servir em número cada vez maior. Seu trabalho fala por eles; só podemos imaginar o que acon-teceria se muitos mais se comprome-tessem, pelo poder do Espírito Santo, a pregar o evangelho.

Para saber mais sobre o programa “Suas Mãos”, visite o site: hishands.adventist.org. Ali, as divisões podem ob-ter a informação de como divulgar suas necessidades, e as igrejas/instituições como adotar um projeto.

Jill Walker Gonzalez é coordenadora assistente do Serviço Voluntário Adventista.

Mãos Acima: UM PRÉDIO MELHOR: No quarto da antiga casa onde a família Radoi morava, os voluntá-rios preparam a mudança para um lugar melhor e mais adequado.

Abaixo: EXPANSÃO DO MUNDO ADVENTISTA: Novos conversos, em Okoita, Nigéria, mostram seu certificado de batismo e cópias da Adventist World. Eles foram batizados após uma campanha evangelística dirigida pelos voluntários do “Suas Mãos”.

C O R I N A R U S Z A E M A D A L I N V O I N E A

Deus

Janeiro 2008 | Adventist World 25

Page 26: Revista Adventist World - Janeiro 2008

PERGUNTA:Que simbolismo bíblico é associado às quatro direções dos pontos cardiais?

A bússola na Bíblia é rica de significado. Conhecer seu simbolismo ajuda a interpretar alguns textos bíblicos. Geral-mente nos orientamos olhando pelo norte. No mundo anti-go, o ponto de orientação era o leste. O leste estava à frente deles, o oeste atrás, o sul à direita e o norte à esquerda. O futuro não estava à frente, mas atrás, ou seja, era invisível.

1. O Leste: A importância do leste como o ponto princi-pal de orientação pode estar relacionado ao nascer do sol e à sua importância na religião dos povos da antiguidade, no Oriente. Na Bíblia, seu simbolismo aparece, pela primeira vez, em Gênesis. O Jardim do Éden estava localizado no leste (Gn 2:8) e sua entrada também estava no lado este (capí-tulo 3:24). Após pecarem, Adão e Eva deixaram o jardim e seguiram para o leste (capítulo 3:24). Esse movimento em direção ao leste continua com Cão (capítulo 4:16) e culmina com o movimento da raça humana em direção ao les-te (capítulo 11:2-4).

Nesse contexto, o leste é simbolicamente ambiva-lente. O jardim colocado ali simbolizava proteção e seguran-ça. Após o pecado, quando se tornou a direção do exílio, ele representava a condição de alienação de Deus. Esse também era o local do deserto, de onde vinham ventos destrutivos, ameaçando a vida (Sl 48:7; Ez 27:26). Para o profeta, o leste simbolizava o exílio em Babilônia e a presença salvadora de Deus. Ele viajou para Babilônia e, finalmente, redimiu Seu povo (Ez 10:18, 19; 11:22, 23). O leste tornou-se o lugar onde Deus agiu em favor de Seu povo, levando a salvação (cf Ap 16:12).

2. O Oeste: O oeste simboliza tanto os elementos positi-vos como os negativos. A oeste das terras estava o mar, repre-sentando o mal e a morte (Dn 7:2,3). Na realidade, o termo “mar”, freqüentemente se refere ao oeste (Nm 3:23). É ainda o lugar de trevas, pois é onde o sol se põe (Sl 104:19,20).

O significado positivo é sua associação com o tabernácu-lo/templo israelita. Embora estivesse de frente para o leste, para se ter acesso a ele era necessário seguir em direção ao oeste. Nesse sentido, o oeste indicava a direção da unidade com Deus; o retorno ao Jardim do Éden. Quando os israeli-

tas viajavam para adorar no templo, eles seguiam em direção ao oeste e tinham o sol nascendo por detrás deles. Esse mo-vimento para o oeste começou com Abrão, quando deixou o leste e foi para Canaã, a oeste, em obediência a Deus (Gn 11:31). Esse é um símbolo da bênção divina. Quando os exi-lados foram libertados de seus inimigos, no leste, viajaram em direção ao oeste, para a terra de Israel. Naquela jornada, o próprio Deus viajou com eles (Ez 43:2-5).

3. O Norte: Os estudantes da Bíblia sugerem que o norte é o símbolo do permanente ou do eterno, talvez porque as estrelas polares são visíveis, permanentemente, no céu. Esse é o lugar da habitação de Deus (Is 14:13) e de onde Sua glória

procede (Jo 37:22) com bênçãos ou juízos (Ez 1:4). Ele é o verdadeiro Rei do Norte.

O representante do norte pela mão esquerda, porém, é ainda símbolo de desastre. O inimigo do povo de Deus veio do norte (Jr 1:14, 15; Ez 38:6), trazendo destrui-ção. De certo modo, o inimigo era o falso rei do norte que tentou usurpar a imagem de Deus e é, finalmente, destruído pelo Senhor (Sf 2:12; Dn 11:21-45).

4. O Sul: O sul é, primariamente, um símbolo negativo. Mas o fato de ser representado pela mão direita o torna positivo também. É negativo porque ao sul de Israel estava o deserto, região onde a vida não prospera (Is 30:6). Ao sul estava o Egito, que se opôs ao poder de Deus e oprimiu Seu povo. Mas ao sul estava o lugar onde Deus apareceu a Moisés, foi com ele ao Egito, libertou Seu povo e apareceu a eles no Monte Sinai (e.g., Dt 33:2).

A natureza ambivalente dos símbolos das direções dos quatro pontos cardeais parece estar baseada no fato de que o mal foi concebido para estar presente em todos os lugares, e que a presença salvadora de Deus sempre esteve acessível ao Seu povo, de um lado a outro do mundo (Sl 139:7-12). De certa forma, eles apontam para além dos pontos cardeais, apontam para o conflito cósmico entre o bem e o mal.

Por Angel Manuel Rodríguez

Direções

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.

Amorem Todas as

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Page 27: Revista Adventist World - Janeiro 2008

E S T U D O B Í B L I C O

Nosso planeta transformou-se num campo de batalha. Em todos os lugares, ao nosso redor, há uma luta entre o bem e o mal, a batalha cósmica entre Cristo e Satanás.Através dos séculos, Jesus sempre venceu Satanás. Em alguns períodos, tinha-se a impressão de que os poderes do inferno haviam triunfado, mas Jesus está trabalhando, constantemente, para realizar Seu propósito.

1. Como o apóstolo Paulo descreve a realidade desse combate espiritual? Leia o texto e responda nas linhas abaixo.“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:12).

Nossa luta espiritual é contra:

a.

b.

c.

2. Onde começou esse conflito? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco. “Houve peleja no Céu. Miguel e os Seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos” (Ap 12:7).

A primeira guerra teve seu início no .

Lúcifer, um ser perfeito e de brilho fascinante, rebelou-se contra Deus e semeou sementes de rebelião no Universo. A razão da existência de guerras na Terra é porque houve primeiro uma guerra no Céu.

3. Que palavras, do livro de Apocalipse, advertem o povo deste mundo sobre a batalha cósmica em que todos nós estamos envolvidos? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco. “Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da Terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12).

“ ó céus e vós, os que neles habitais. Ai da Terra e do mar, pois o diabo desceu

até vós, cheio de , .”

Jesus:Conquistador PoderosoO

Por Mark A. Finley

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4. Por que Jesus veio a este mundo? Leia o texto abaixo e circule a resposta correta.“Para isto Se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1Jo 3:8).

5. Como Jesus destruiu as obras do diabo? Leia o texto abaixo e resposta às perguntas.“Aquele que não conheceu pecado Ele O fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21).

a. Alguma vez Jesus cometeu pecado? SIM NÃO

b. Jesus tornou-Se pecado por nós? SIM NÃO

c. Uma vez que Jesus Se tornou pecado por nós, o que podemos receber dEle?

Jesus viveu uma vida perfeita, vida sem pecado. Ele enfrentou tentações lideradas pelo próprio Satanás e derrotou o mal em nosso favor. Por Sua morte, assumiu, na cruz, a culpa e a vergonha de nossos pecados. Por Sua morte, recebemos vida.

6. O que nosso Senhor prometeu a todo aquele que O aceitar? Leia o texto e preencha os espaços em branco. “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no Seu nome” (Jo 1:12).

Aceitar a Jesus é tornar-se .

Jesus é um poderoso conquistador. Sua morte resgatou-nos do domínio de Satanás e nos dá autoridade para nos tornar filhos de Deus.

7. Qual é a promessa de Deus para Seus filhos? Leia o texto e preencha os espaços em branco.“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4).

Por intermédio de Jesus, podemos ser .

A vitória sobre o poder de Satanás só vem através .

O Apocalipse, último livro da Bíblia, descreve os filhos de Deus como vencedores no fim dos tempos (Ap 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21). No conflito final da Terra, o Cordeiro (Jesus) domina o dragão (Satanás) (Ap 17:14). Ao longo do livro do Apocalipse, o povo de Deus é vitorioso. Satanás não tem poder sobre ele. Essa é a maravilhosa, a inacreditável notícia: por meio de Jesus, todas as cadeias do diabo foram quebradas. Por meio de Jesus, somos

vitoriosos.

No próximo mês, exploraremos ainda mais as promessas de Deus para crescermos

na vida cristã.

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Page 29: Revista Adventist World - Janeiro 2008

Intercâmbio MundialC A R T A S

Cultura da CelebridadeEstou escrevendo sobre o artigo “A Cultura da Celebridade”, por David N. Marshall, na Adventist World de outubro de 2007.

Muito obrigado por esse artigo tão oportuno. O fascínio do “estrelato” é excessivo, hoje, em nossa sociedade. Infelizmente, isso atingiu a igreja. Ellen White, de fato, declarou em tom enérgi-co: “Ergo minha voz de advertência con-tra louvar ou lisonjear os pastores. Vejo o mal, o terrível mal dessa atitude. Nun-ca, nunca falem palavras de louvor di-retamente aos pastores. Exaltem a Deus. Respeitem um pastor fiel, reconheçam suas responsabilidades e busquem ali-viá-las se possível, mas não o elogiem, porque Satanás está vigilante para fazer ele mesmo essa espécie de trabalho.” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 474). Isso não quer dizer que, de tempos em tempos, não devamos dizer ao pastor que seus comentários nos ajudaram em nossa jornada.

Em relação à afirmação de Marshall de que “a exaltação inapropriada não é um problema do pregador [...] O pro-blema está nas atitudes dos ouvintes em relação ao pregador”, deixe-me acres-centar que, algumas vezes, o pregador tem sua parcela de culpa. Como pastor, tenho consciência de me guardar contra essa mentalidade enquanto permaneço no sagrado trabalho. Preciso ser sempre cuidadoso, para que ao falar não leve a congregação a agir de maneira que a atenção seja para a minha pessoa e não para Cristo.

Por favor, espero que, ao ressaltar esse ponto, não lance sombra de dúvida sobre minha apreciação pela perspectiva poderosa e singular de Marshall em seu artigo.

Dave MoenchWashington, Estados Unidos

Acabo de ler o capítulo de O Dese-jado de Todas as Nações, intitulado: “É Necessário que Ele Cresça”, e o artigo de David N. Marshall me ajudou a aplicar tais princípios a mim mesma. Avaliei meu entusiasmo na presença de dois de nossos “grandes adventistas”, e lembrei-me de como me senti e de como agi. Senti-me acusada e culpada.

João Batista teve que lembrar seus seguidores que Jesus é quem deveria ser exaltado, não ele. Não era culpa de João Batista que o povo o estava idolatrando, mas ele, gentilmente, redirecionou a adoração para Jesus. Obrigada por redi-recionar-me a Ele também.

Kathy LoewenOregon, Estados Unidos

Um Concerto, Três Garotas e Um PregadorGostaria de co-mentar o artigo “Um Concerto de Rock, Três Garotas e um Pregador”, de Mark Finley

(Adventist World de setembro de 2007). Como Finley conclui seu artigo, também creio que “servimos a um grande Deus que, às vezes, não entendemos o modo como age”.

A Bíblia está repleta de histórias verdadeiras do povo de Deus que nEle

confiou e, finalmente, foi recompensado. Quem poderia crer que José se tornaria o grande governador e primeiro-mi-nistro do Egito, após seus irmãos tê-lo vendido aos ismaelitas, e estes a Potifar? De lá, como escravo, José foi lançado na prisão. Mas Deus estava com ele; e em tudo o que fazia, era guiado pelo Todo-poderoso, a quem também servimos agora no tempo do fim.

A paixão e a missão de José não são diferentes das que alimentamos. Se analisarmos sua vida tumultuada, con-cluiremos que ele foi bem-sucedido em todos os testes e provações que brava-mente enfrentou. Ele foi recompensado no fm por causa de sua integridade como homem de Deus.

Larry R. ValorozoNew York, Estados Unidos

A Mensagem Certa, na Hora CertaMuito obrigado por ministrar através da Adventist World. Bom trabalho! Ela nos mostra como está o ministério em várias partes do mundo, embora meu maior interesse esteja nas experiências do mi-nistério em áreas não alcançadas.

Por essa razão, permita-me enviar um especial muito obrigado pela edição de setembro de 2006, para: Gary Swan-son (diretor associado de Escola Sabatina e Ministério Pessoal da Associação Geral) pelo artigo “O Caminho para a Luz”; a Betina Krause (assistente especial da presidência para a Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial) pelo movimento de

Intercâmbio Mundial

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Page 30: Revista Adventist World - Janeiro 2008

Intercâmbio MundialC A R T A S

O L U G A R D E O R A Ç Ã O

Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

implantação de igrejas em áreas não alcançadas e pela experiência de Abraham Henry, mencionada em “Conte ao Mun-do”; e a Míriam Taylor, que, com seu artigo “Guarde Meus Pés”, me fez pensar.

Todos esses artigos foram uma bên-ção especial, inclusive porque a revista é raramente recebida aqui (ou chega atra-sada). Orem por nós enquanto oramos por vocês.

Geoffrey LwokyazaJinja, Uganda

Todos São DotadosMinhas saudações, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Estou escrevendo sobre o artigo da Adventist World, na edição de fevereiro de 2006: “Somos Todos Dotados”, por Ellen White. Quão bom seria se mais cristãos desejassem

crescer na Palavra de Deus, como descri-to pela Sra. White! Seria uma ajuda na missão de ganhar almas. Esses cristãos seriam de grande benefício ao cultivar seus diferentes dons para ajudar a cons-truir o reino de Deus.

Estou feliz por ter acesso a tal revista e creio que muitos dos que separam tempo para lê-la saberão o que é estar em Cristo e viver para Ele, porque as coisas deste mundo não têm valor, se não temos Jesus. Que Deus os abençoe por nos transmitir essa mensagem. Per-maneçam firmes!

O. O. ObafemiVia E-mail

Mensagens de GratidãoGostaria de agradecer-lhes por oferecer conhecimento necessário (nas páginas

da Adventist World) para o fortalecimen-to de minhas crenças espirituais.

Sherwin SollanoFilipinas

Para mim, é uma grande bênção ter a revista Adventist World on line (www.adventistworld.org).

Muito obrigada pelo bom trabalho.Marlene BacchusMaryland, Estados Unidos

Nossa igreja local está atravessando uma fase de desunião interna. Por favor, orem por nós. Orem também por mim para que eu possa alcançar meus objetivos de vida.

Phalula, via e-mail

Orem para que eu consiga um emprego e seja fortalecido na fé.

Zachary, Quênia

Por dias melhores. No lugar onde moro, existe um conflito entre os cristãos e os adoradores de ídolos. Em junho passa-do, houve um festival “Ibono”, durante o qual homens e mulheres não podem ver uns aos outros. Decidimos mudar o horário de nosso culto para que pudésse-mos nos reunir, como igreja. Infelizmen-te, os adoradores de ídolos descobriram nosso novo horário e invadiram nosso pequeno salão, destruindo portas, janelas

e o teto. Alguns de nossos irmãos foram feridos. Somos muito poucos para en-frentá-los, por isso deixamos tudo nas mãos de Deus. Por favor, orem para que descubramos uma forma de reconstruir nosso salão. Muito obrigado.

John, Nigéria

Sinto que estou perdendo a esperança. Por favor, orem para que eu consi-ga ajuda para freqüentar um colégio adventista. Quero estudar teologia.

Asa, Quênia

Por favor, orem para que Deus cure mi-nha mãe.

Dan, Uganda

Por favor, orem por minha amiga que está com problemas de visão, câncer de mama, já com metástase nos ossos.

Marjorie, Filipinas

Os negócios de meu esposo não estão indo bem. Passei por um aborto, no início do ano. Por favor, orem para que nossa situação financeira melhore e que minha gravidez atual transcorra sem complicações.

Nancy, Zâmbia

Por favor, unam-se a mim em oração por meus filhos. Precisamos encontrar a escola certa para eles no próximo ano.

Muito Obrigada.Sara, Estados Unidos

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

Intercâmbio Mundial

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Page 31: Revista Adventist World - Janeiro 2008

O Intercâmbio Mundial desta revista é para você e tam-

bém a seu respeito, caro leitor. Sua participação nesta coluna da Adventist World será muito bem-vinda nas seguintes seções:

Vamos Orar - envie para: [email protected]

Pedidos de oração e agrade-cimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão resumidas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe du-rante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive.

Cartas para o Editor – envie para: [email protected] cartas devem comentar algum assunto publicado na revista Adventist World;

devem ser escritas com clareza e ao ponto, com máximo de 250 palavras. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comen-tário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas; nem todas, porém, serão divulgadas.

O Lugar das Pessoas (contra capa) – enviar para: [email protected]

Esta é uma coluna com assuntos de todo o mundo; são pequenas porções do cotidiano que fará com que o leitor pense, sorria e desfrute da família adventista. Esperamos participações breves nas seguintes seções:■ Frases (ou citações profundas e espontâneas)■ Que Lugar é Esse? (Fotos, com alta qualidade, dos membros de igreja de todo mundo)■ Conheça Seu Vizinho (Fotos, com alta qualidade, acompanhadas de pequena bio-grafia de membros recém-batizados, adventistas engajados em serviço comunitário, na formação de pequenos grupos ou novas maneiras de partilhar o evangelho. Má-ximo de 100 palavras).

Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou envie para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

Envie sua participação e desfrute do Intercâmbio!

Como Participardo

I N T E R C Â M B I O D E I D É I A S

IntercâmbioEditor

Adventist World é uma publicação dos Adventistas do Sétimo Dia, editada pela Igreja Adventista na Coréia e pela Associação Geral.

Editor AdministrativoBill Knott

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialJan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presi-dente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico

Comissão Coordenadora da Adventist WorldLee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk

Editor-ChefeBill Knott

Editores em Silver Spring, MarylandRoy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran

Editores em Seul, CoréiaChun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan

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Assistente Executiva de RedaçãoRachel J. Child

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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: [email protected]: www.adventistworld.org

A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

Adventist World é uma revista mensal editada simultane-amente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.

Vol. 4, No.1

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Janeiro 2008 | Adventist World 31

Page 32: Revista Adventist World - Janeiro 2008

RESPOSTA: No Brasil, jovens dialogam com o pastor Jan Paulsen, presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no programa “Let’s Talk”, realizado no dia 23 de abril de 2006, em São Paulo.

O Lugar Das

PESS AS

Q U E L U G A R É E S S E ?

E S T I L O D E V I D A A D V E N T I S T A

Enquanto trabalhava no Museu Titanic, em Branson, Missouri (EUA), tinha a oportuni-dade de falar com muitos turistas. Geralmente iniciava a conversação perguntando ao visitan-te onde ele morava. A resposta mais freqüente era a cidade, o estado, ou uma combinação dos dois.

Um dia, um senhor idoso passou pela minha seção e eu perguntei:

— De onde o senhor é?Sua resposta me pegou de surpresa. Ele disse:— Do Céu! Estou aqui só de passagem.Não tive o que responder a não ser:— Amém, meu irmão!Que maneira simples de testemunhar sobre

as “boas novas” da vida eterna com nosso Pai! Encorajo a cada membro de nossa igreja mundial a adotar esse método quando alguém perguntar de onde você é. Garanto que muitos, ao ouvir essa resposta, vão parar para pensar de “onde” realmente são. —Winfield Scott, Branson, Missouri (EUA)

B E M - V I N D O A O “L U G A R D A S P E S S O A S” , N O A N O N O V O !

Convidamos os leitores de todas as partes do mundo a fazer desta página o seu lugar especial. Envie fotos de lugares interes-santes de sua região para a seção “Que Lugar é Esse?”. Queremos encorajá-lo também a se apresentar ou apresentar um líder ou membro leigo de sua igreja, ou ainda, apresentar um membro recém-batizado para sua família mundial, enviando foto e sua apresentação para a seção “Conheça Seu Vizinho”. Se você não pu-der enviar a foto e a apresentação, por favor, pense em uma frase interessante ou em algum fato humorístico ou inspirador sobre a vida adventista em sua igreja.

Sua contribuição para a seção “O Lugar das Pessoas” pode en-corajar e inspirar seus irmãos e irmãs ao redor do mundo a crescer em Cristo e a partilhar sua fé e alegria em Jesus, de um modo como nunca imaginaram antes.

Apresente-se à sua família mundial em “O Lugar das Pesso-as”! Envie seu e-mail para: [email protected]; ou envie um fax para: 1-301-680-6637. Você ainda pode escrever para: Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA

F R A S E D O M Ê S

“A semente semeada por muitos anos está dando frutos. Isso, porém, não deve nos levar a uma atitude de auto-satisfação e contentamento. Agora é o tempo de estarmos mais atentos e ativos do que nunca.”—Pastor Matthew A. Bediako, Concílio Anual de 2007

AD

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