PRÁTICAS DIGITAIS E CONSUMO MIDIÁTICO JUVENIL EM CINCO REGIÕES BRASILEIRAS: alguns achados e...
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PRÁTICAS DIGITAIS E CONSUMO MIDIÁTICO JUVENIL EM CINCO REGIÕES BRASILEIRAS: alguns achados e novas buscas
DIGITAL PRACTICES AND MEDIA CONSUMPTION BY YOUNG PEOPLE IN FIVE BRAZILIAN REGIONS: some results and new searches
Nilda Jacks 1 / Mariângela Toaldo
2 / Daniela Schmitz
3 / Dulce Mazer
4 / Erika Oikawa
5 /
Laura Wottrich 6
Resumo: O artigo traz resultados de duas etapas da pesquisa “Jovem e Consumo Midiático em Tempos de Convergência”, realizada em âmbito nacional. O foco é no consumo midiático, nas condições de acesso à internet e nas práticas digitais de jovens universitários de classes populares, dos cinco estados mais populosos de cada região do país. São apresentados dados de uma pesquisa exploratória que observou por uma semana o perfil no Facebook de 10 jovens entre 18 e 24 anos de cada estado brasileiro e de um estudo piloto com a aplicação de questionário com o mesmo número de jovens, com as mesmas características. O quadro teórico é construído basilarmente a partir de Canclini (1993), Margullis e Urresti (2008) e Jenkins (2009). Grosso modo, se percebe aproximações no consumo midiático juvenil nestas regiões, mesmo com a renda familiar condicionando algumas formas de uso dos dispositivos.
Palavra chave: consumo midiático; juventude; práticas ciberculturais.
Abstract: The article presents results from two stages of the research "Youth and Media Consumption in Convergence Times" held nationwide. The focus is on media consumption, Internet access conditions and digital practices of university students of popular classes, from the five most populous states in each region of the country. This paper presents the results of an exploratory research that observed for a week the Facebook profile of 10 young people between 18 and 24 years old, each group from each Brazilian state and of the results of a pilot study questionnaire applied on the same number of young people, which had the same characteristics. The theoretical framework is built mainly from Canclini (1993), Margullis and Urresti (2008) and Jenkins (2009). Roughly speaking, we can see proximities in youth media consumption in these regions, even with family income conditioning some forms of use of the devices.
Keywords: media consumption; youth; cybercultural practices.
1. A pesquisa e a noção de juventude
Para discutir o consumo midiático em tempos de convergência e especialmente as práticas
dos jovens brasileiros no Facebook, são trazidos resultados preliminares1 de uma pesquisa de
âmbito nacional2. Aqui se tratará apenas dos estados mais populosos de cada região do país: Rio
Grande do Sul (Sul); São Paulo (Sudeste); Goiás (Centro-Oeste); Bahia (Nordeste); Pará (Norte)3.
A primeira etapa da pesquisa consistiu em um levantamento de dados contextuais sobre
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cada estado e capital: históricos, geográficos, econômicos, demográficos, culturais, midiáticos, etc.
Maneira tanto de proporcionar uma imersão de cada equipe na realidade que seria estudada, como
de dar a conhecê-la para os demais integrantes, além de prover informações para embasar a análise
e a interpretação de dados. Dois textos monográficos4 foram produzidos (estado e correspondente
capital) expondo as principais características encontradas para descrever os referidos contextos.
O contexto e a situação, segundo Stake (2011, p.60), não estão no foco da pesquisa, estão
em segundo plano, mas “nossas interpretações dependem de uma boa compreensão das condições,
contexto e situação relacionados”. Para ele, “o contexto é geralmente considerado algo mais
estável, algo que não muda muito de um dia para o outro. A situação5 é um segundo plano mais
imediato, os eventos que estão ocorrendo naquele momento junto com as principais atividades de
estudo” 6 (STAKE, 2011, p.62).
A segunda etapa combinou características e objetivos de um estudo piloto7 com uma
pesquisa exploratória e consistiu em dois procedimentos: um questionário aplicado
presencialmente com dez jovens da região metropolitana de cada estado, universitários das classes
populares, entre 18 e 24 anos, seguido da observação de uma semana do perfil do Facebook de
outros dez jovens, também por estado8
. Assim, o questionário mapeou o consumo cultural e
midiático de cinco moças e cinco rapazes, focando especialmente as plataformas digitais, e a
observação do Facebook levou às práticas, rituais, conteúdos disponibilizados e encaminhados,
além do consumo midiático e cultural revelado pelos perfis selecionados, seguindo a mesma
composição por sexo.
A terceira fase disponibilizou um questionário online estruturado a partir da análise dos
dados das etapas anteriores, com o objetivo de aprofundar algumas questões e explorar outras que
emergiram delas. O questionário ficou disponível por sete semanas para jovens entre 18 e 24 anos e
está em análise, este material será triangulado com todos os dados coletados, inclusive os
contextuais.
A concepção de juventude adotada parte de um espectro amplo que considera a
impossibilidade de associá-la a uma definição única, relacionada a um período temporal. Levam-se
em conta algumas variáveis dos contextos histórico-culturais que contribuem para constituir a
noção de juventude. Parte-se da concepção de que existe um momento na vida que dispõe de um
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crédito temporal, denominado por Margulis e Urresti (2008, p.20-21) como “moratória vital” ou
“capital temporal”. A condição física dos sujeitos os inclui na esfera juvenil, a qual se reflete em
anseios, emoções, experiências, signos usados e na própria força corporal, energia e capacidade
produtiva, em um sentimento de invulnerabilidade.
Por outro lado, questiona-se a possibilidade do indivíduo vivenciar de fato esses aspectos
em função de condições socioculturais. Identificam-se, portanto, “jovens não juvenis”
(MARGULIS; URRESTI, 2008, p.22), que precisam dedicar seu tempo mais ao trabalho, à família
e a outras responsabilidades. Ainda segundo os autores, outras variáveis a observar, além da idade,
são: geração na qual é socializado; gênero; condição familiar e instituições a que pertencem. Cabe
considerar a alteração no ciclo de vida estimulada pela reconfiguração de aspectos tradicionais da
trajetória da juventude para o estágio adulto, em especial, a coresidência familiar e o adiamento nos
ritos de passagem (PAPPÁMIKAIL, 2012).
Concebe-se, assim, uma juventude contemporânea que dispõe de uma “moratória vital”
própria, mas que demonstra suas características socioculturais de forma transitória, em função de
sua condição social ou de alterações no ciclo de vida. Entende-se que práticas, anseios,
movimentos, códigos da fase juvenil são definidos a partir da combinação de variáveis apontadas
anteriormente9.
2. Consumo midiático
A fim de analisar a relação dos jovens com os meios de comunicação no contexto da
convergência, adota-se a noção de consumo midiático (TOALDO; JACKS, 2013), a qual deriva da
concepção esboçada por Canclini (1993) sobre consumo cultural10
. O autor propõe que este pode
ser compreendido como “o conjunto de processos de apropriação e usos de produtos nos quais o
valor simbólico prevalece sobre os valores de uso e de troca, ou onde ao menos estes últimos se
configuram subordinados à dimensão simbólica” (CANCLINI, 1993, p.34). Desse modo, alarga o
consumo para além das ideias de necessidades e instrumentalidade dos bens, incluindo os bens
culturais como as artes plásticas, os espetáculos, o cinema, o artesanato, a cultura popular, os
produtos dos meios de comunicação, etc.
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O consumo midiático, portanto, pode ser considerado como uma vertente do consumo
cultural, pois o autor inclui os meios de comunicação, fazendo uma diferenciação a respeito da sua
maior implicação econômica na produção cultural midiática. Percebem-se duas tendências em
grande parte dos autores: análises sobre consumo e mídia e sobre consumo midiático propriamente
dito (MORLEY, 1996; SILVERSTONE, 2002; BARBOSA, 2006; BACCEGA (org), 2008;
ROCHA et al, 2014). Os primeiros seguem uma linha que enfoca o papel da mídia no consumo,
enquanto os últimos abordam o consumo do que é produzido pela mídia, ou seja, seus produtos. O
consumo midiático, portanto, trata do que a mídia oferece: a) nos grandes meios (televisão, rádio,
jornal, revista, internet, etc) b) nos produtos/conteúdos oferecidos por esses meios (novelas, filmes,
notícias, informações, entretenimentos, moda, shows, publicidade, entre outros).
Assim, em estudos sobre consumo midiático, interessa saber o que os indivíduos
consomem da mídia, a maneira com que se apropriam dela (do que consomem/como a utilizam) e o
contexto em que se envolvem com ela (lugares, maneiras, rotinas etc.). Essa dimensão não envolve,
porém, a análise de respostas dos receptores aos conteúdos de um programa específico, nem as
consequências do envolvimento com um programa ou gênero, o que é realizado mais
especificamente nas pesquisas de recepção.
Os estudos sobre consumo midiático são da ordem da relação mais ampla com os meios de
comunicação, sua presença no cotidiano pautando tempos, espaços, relações, práticas, etc. Por
conseguinte, o enfoque no consumo midiático torna-se o preâmbulo para conhecer outras formas de
relação com os dispositivos digitais, uma vez que tem se dado de forma simultânea e entrecruzada,
a partir da convergência midiática.
A transição entre tecnologias midiáticas ou entre meios diferentes utilizados em rede por
um ou mais usuários, entretanto, se torna mais do que uma mudança de telas à medida que a
interação do usuário com o suporte transforma também seu comportamento e forma de consumo.
Esse cenário de transformações não retrata somente questões tecnológicas, pois a utilização de
aparelhos e de seus recursos passa pela vontade e pela atividade do usuário, mas também é
condicionado por questões de classe e competência cultural, para citar apenas duas mediações
(Martín-Barbero, 2003) implicadas no processo, somadas as que permeiam o âmbito da produção.
No contexto de convergência midiática, na perspectiva de Jenkins (2009), a produção,
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buscando a variabilidade de conteúdos em múltiplas plataformas, conta com a capacidade de
fruição do consumidor, apropriando-se, organizando e replicando o conteúdo inclusive integrado à
produção própria, ou seja, intervindo nos conteúdos midiáticos.
3. Condições de acesso e práticas digitais: dados do piloto
Como já se adiantou, trata-se, aqui, apenas de 5011
jovens que moram nas capitais dos
estados mais populosos de cada região brasileira. Sobre sua situação socioeconômica, um dos
aspectos condicionantes do tipo de juventude (MARGULIS e URRESTI, 2008), tem-se dados
sobre a renda média familiar: 17 jovens estão na faixa de renda entre 1,5 e 2,5 salários mínimos12
.
Os demais estão em torno desses valores, sendo que São Paulo (SP) e Rio Grande do Sul (RS)
apresentam as maiores rendas, enquanto o Pará (PA) as mais baixas. Os dados abaixo não
permitem identificar tendências que estejam diretamente associadas à localização regional dos
jovens, as quais possibilitem fazer diferenciações entre eles – elas são demarcadas em caso de
exceção.
Todos os jovens têm ao menos um celular e sobre o tipo de aparelho, há três grupos:
aparelho comum (22 jovens), aparelho comum com internet (16) e smartphones (16). Os dois
primeiros tipos encontram-se nas cinco regiões, já os smartphones aparecem mais no RS (5). Os
principais usos indicados são ligações e envio de mensagem/SMS (42), falar com amigos (39),
ouvir música/mp3 (24) e acessar internet e sites de redes sociais (23). Por fim, aparecem enviar/ler
emails (16), jogos (15) e ouvir rádio (11).
Os computadores nas casas dos jovens estão instalados no quarto (27), na sala (17) e no
escritório (3). Seis deles usam notebook, ao passo que cinco não possuem computador . O acesso à
internet se dá prioritariamente em casa (25), mas também na faculdade (17). O trabalho, lan houses
e centros comunitários são pouco expressivos como principal ambiente de uso, contudo, quando se
somam as respostas obtidas por ambiente, seja como acesso principal, secundário e assim por
diante, a faculdade tem mais citações (41), seguida pela casa (35), trabalho (24), lan house (16) e
centros comunitários (7).
Em casa, a banda larga é a opção mais utilizada (22), e a conexão por rádio aparece em
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segundo (8), 3G tem quatro indicações e a cabo três, já o acesso discado (a transmissão não passa
de 56 kpbs) tem duas indicações no PA. Trinta jovens tem acesso à internet por dispositivos
móveis, realizado prioritariamente no RS, GO e PA.
Quando o assunto é o uso concomitante de meios e/ou associação destes a alguma outra
tarefa, como estudar ou telefonar, por exemplo, tem-se o seguinte panorama sobre o consumo de
televisão: dois jovens não se dedicam a mais nada além da assistência e, chama a atenção que 11
não consomem o meio, dos quais sete são de SP. No geral, as atividades mais indicadas são as
seguintes: usar redes sociais (26), acessar sites em geral (23), acessar emails (21), telefonar (19),
estudar (15), ler jornal (14), ler livros (13), consumir revistas (10), ouvir música (7) e ouvir rádio
(1). Não foi explorada a questão de quantas atividades distintas são realizadas ao mesmo tempo,
mas o quadro revela que a maioria não dá atenção exclusiva à televisão. Os dados também indicam
a preferência por estarem “em conexão” com outras pessoas, já que as redes sociais, o email e o
telefone ocupam as primeiras colocações, juntamente com acesso a sites14
.
Quando se trata do uso do computador, a atenção é bastante compartilhada com o estudo e
a música (27 cada), o telefone (20) e o rádio (16). Na sequência tem-se o jornal (9), os livros (8) e
as revistas (6). Três indicam usar exclusivamente o computador e dois não usam o meio.
Para compreender mais sobre as práticas digitais, elencam-se os motivos de uso do correio
eletrônico e redes sociais: contatos (46), informação (33), seguido de trabalho e lazer (32). O
principal momento de acesso indicado é à noite (16), seguido de várias vezes ao dia (15) e sempre
conectado (10). As redes sociais são utilizadas em grande medida para contatos (44); seguido de
lazer (42), informação (33) e trabalho (21). Quinze jovens declaram acessar várias vezes ao dia,
seguido de perto com conexão permanente e/ou acesso somente à noite (13).
Sobre o Facebook, pode-se destacar que 39 jovens acessam diariamente a rede, outros
algumas vezes na semana (7) e poucos raramente (3). Apenas um jovem nunca acessa. Os jovens
da BA e do RS se declararam como os maiores usuários, mas os de SP e de GO estão muito
próximos dessa situação. No PA somente três indicam o acesso diário.
O maior acesso é à noite (16), contudo, mais jovens (18) declaram entrar no Facebook
várias vezes ao dia e outros estão sempre conectados (11), com destaque para os do RS, ao
contrário dos jovens do PA, onde nenhum está sempre conectado. Acerca da finalidade de acesso,
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as respostas são homogêneas: entretenimento e lazer são as finalidades mais citadas (38), seguido
de informação e contato com amigos/familiares (32). Em nenhum dos cinco estados foram citados
contatos profissionais/trabalho como principal finalidade. As pessoas com as quais se relacionam
são, em primeiro lugar, amigos (47), familiares (38) e namorado/companheiro e colegas de trabalho
(14), seguido de perto por colegas de aula (13).
4. No Facebook: a pesquisa exploratória
A coleta dos posts15
foi realizada por uma semana, com o consentimento dos jovens, após
aceitarem o convite de amizade enviado por meio do perfil da pesquisa Brasil Conectado no
Facebook. Esse corpus foi categorizado16
para identificar os principais supertemas17
(JENSEN,
1997) que mobilizam os jovens nessa rede social.
No âmbito dos estados tratados aqui, cinco supertemas se sobressaem, representando mais
de 58% dos posts19
:
Filosofia Ordinária – reflexões sobre a vida e as vivências, muitas vezes são
compartilhamentos de conteúdo creditado a filósofos, poetas, artistas, etc. É a temática mais
recorrente entre os jovens do PA e de GO. Cotidiano – abarca o dia a dia do perfil: relatos
pessoais, diário, saudação, fotos pessoais, selfie, vídeos domésticos, etc. Esse tipo de
conteúdo predomina nas postagens de SP.
Música – trata dos mais variados âmbitos da temática: videoclipes, letras de música,
informações sobre cantores, lançamentos, compositores, bandas, etc. Representa a maior
parte das postagens dos jovens do RS.
Humor – publicações de piadas, cartuns, charges, memes, vídeos, etc. Entre os
jovens da BA, é a temática mais popular.
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Mídia – tudo que diz respeito ao universo da grande mídia e do entretenimento:
telenovela, seriados, notícias (crítica, divulgação/circulação, comentário, etc.), celebridades
(fofocas, paparazzi), revistas em quadrinhos, mangás, desenho animado, animes.
Apesar de Mídia não ser a categoria principal em nenhum dos estados analisados, permeia
outras categorias, como Filosofia Ordinária e Humor, sobretudo neste último. No geral, as
postagens humorísticas são fotomontagens que relacionam personagens de desenhos animados,
novelas, seriados, etc. a frases e situações engraçadas, muito das quais “viralizam” nas redes
sociais, tornando-se memes, como o “Chapolin Sincero”, em alusão à série mexicana, e a “Dona
Dorotéia”, personagem interpretada por Laura Cardoso na minissérie Gabriela (FIG 1).
FIGURA 1 – Fotomontagens baseadas em personagens midiáticos.
FONTE – Google Imagens.
Em Música, 57% dos posts contêm links para o Youtube, o que pode apontar para a
importância dessa plataforma para as formas de consumo e circulação de música entre os jovens.
No RS, esse número é ainda maior (19 dos 21 posts trazem links para o Youtube). A maioria dessas
postagens é do tipo compartilhada, o que pode ser atribuído ao Youtube que disponibiliza botões de
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compartilhamento para os principais sites de redes sociais. No geral, Música é a temática que
menos apresenta conteúdos autorais, já que grande parte das postagens próprias também se refere a
algum tipo reprodução20
.
O compartilhamento também predomina entre as outras temáticas aqui analisadas, com
exceção de Cotidiano, que tem maioria de suas postagens classificada como própria (92,5%).
Pouco mais de 40% são fotos, registrando aspectos do cotidiano: pôr do sol, engarrafamentos,
livros, comidas, encontro com amigos, selfies, etc21
. Os posts dessa temática que não contêm
imagens tratam, basicamente, de saudações, desabafos, atualizações acerca das atividades diárias.
São publicações que respondem à atual pergunta-chave na interface do Facebook: “No que você
está pensando?”. Em outras palavras, são textos autorais produzidos pelos jovens.
Cotidiano é a temática que mais conta com postagens realizadas via dispositivos móveis
(21)22
, seguida de perto por Filosofia Ordinária (20), certamente porque esses aparelhos facilitam a
conexão permanente (always on), permitindo a publicação de conteúdos diversos quase em “tempo
real” (FIG 2)23
.
FIGURA 2 – Postagem da temática Cotidiano, publicada via celular.
FONTE – Facebook.
Em relação à Mídia, são poucas as postagens que abordam o mundo das Celebridades ou do
Entretenimento, pois a maioria se trata de compartilhamento de Notícias24
, especialmente entre os
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jovens do RS e da BA.
5. Análise comparativa das regiões
PARÁ
Apresenta as condições mais precárias em termos econômicos, pois metade dos jovens está
abaixo da média das demais regiões. Destes, dois tem renda inferior a um salário mínimo, condição
não encontrada em nenhum outro estado, embora haja jovens sem renda declarada em SP e GO25
.
Essa situação parece estar implicada na posse de dispositivos móveis: nenhum jovem tem mais de
um celular, situação ímpar no contexto investigado. Assim, dos dez celulares declarados, dois são
smartphones, condição próxima da BA, mas distinta dos demais estados em que a posse deste tipo
de aparelho é maior. Contudo, o que mais impera nesse grupo é o uso de aparelho comum com
acesso à internet (6).
Se a baixa renda tem relação com o número de celulares, o mesmo não ocorre com o acesso
à internet neste dispositivo: três por meio de 3G e dois por 3G e WiFi26
. Neste quesito, estão atrás
apenas do RS (os que mais acessam via smartphone), enquanto no PA são os que mais acessam via
celular comum com internet, o que de certa forma condiciona a navegação.
Em relação aos principais usos do celular, tem-se outra situação única que pode estar
relacionada à condição econômica: os jogos ocupam o primeiro lugar, atividade que está entre as
últimas colocadas nacionalmente, talvez porque os jogos não tenham qualquer custo, quando o uso
é off-line, mas também porque esta modalidade é mais frequente no tipo de celular mais presente
no PA.
Sobre os computadores, mesmo que um jovem não possua, sete tem a máquina instalada no
quarto, do que se depreende um uso mais individualizado que em outros estados, onde a sala é a
maior localização, como é o caso de GO e SP em que apenas quatro jovens desfrutam de
computador no quarto. No RS este número dobra.
A menor renda não parece determinante para a posse de computadores, mas tem relação
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com o acesso à internet: apenas dois indicam acessar em casa, via discagem, o tipo mais lento e não
citado em nenhum outro estado.
Desta forma, o PA é o único em que a residência não foi citada como principal ambiente de
acesso à internet. Contudo, não se pode dizer que sejam jovens “desconectados”, pois têm suas
táticas para garantir conexão à web, demonstrando que realmente vivem na era da conexão
tecnológica, mesmo que não possuam todos os instrumentos digitais, como argumenta Feixa
(2014). Assim, o acesso na faculdade surge como a principal alternativa: sete deles indicam que
este é o principal ambiente de uso da internet, situação que difere dos demais estados. Somente no
PA há indicação da lan house como principal espaço para acessar a web, com duas citações.
Se a indisponibilidade de acesso em casa não implica em desconexão, essa situação pode
afetar os usos das redes sociais: no geral do país, os contatos são indicados como principal
finalidade, no PA o lazer está à frente, mesmo que com pouca diferença. Infere-se que o uso de
redes sociais com objetivo de “estar em contato” com outras pessoas pressuponha dispêndio de
mais tempo, o que pode ser mais restrito com o acesso concentrado na faculdade ou na lan house.
Outra situação que distingue o PA é no uso menos frequente do Facebook, possivelmente
em razão da falta de acesso em casa. Quarenta e nove dos 50 jovens acessam esta rede social, mas
apenas três o fazem diariamente. Nos outros estados há citações de acesso diário para dez jovens
(RS e BA), nove (SP) e sete (GO). No PA também não estão “sempre conectados” situação que
ocorre nos demais estados, mesmo que na BA apenas um o faça.
GOIÁS
Possuem rendimentos familiares mensais diversificados, a maioria recebe entre dois e
quatro salários mínimos, dois entre quatro e doze salários e, no outro extremo, dois afirmaram não
possuir renda familiar. GO não segue a tendência geral entre os estados, na qual a renda está
associada à posse de equipamentos. Na comparação, os goianos são os que possuem mais celulares.
Embora a renda média seja mais baixa que em SP e no RS, três declararam possuir mais de um
aparelho, enquanto no Sul e Sudeste, a maioria possui apenas um. Mas sete jovens possuem só um
aparelho, dois possuem dois e um tem três. Há outras divergências, já que eles possuem aparelhos
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com internet (3), ou aparelhos comuns (6), enquanto quatro jovens possuem smartphones,
quantidade abaixo dos gaúchos. Eles usam o celular sobretudo para falar com amigos, fazer
ligações e enviar mensagens/SMS, em seguida, para acessar internet e sites de redes sociais,
tendência geral da pesquisa.
Embora dois goianos tenham afirmado não possuir computador, em geral eles têm acesso a
equipamentos e estão razoavelmente conectados, com um ou mais computadores localizados na
sala da casa (5), no escritório (1), ou nos quartos (4), o que sugere individualidade e privacidade no
uso menor que o PA. A maioria navega de casa, seguido da faculdade e do trabalho. Lan houses e
centros comunitários são alternativas. A conexão em casa é principalmente via banda larga, mas
dois acessam via dispositivos móveis, na categoria 3G, e somente um não acessa em casa. A
maioria se conecta também via dispositivos móveis (7), apesar de não indicarem o tipo de
dispositivo e de acesso.
Em relação às redes sociais, ainda seguem a tendência geral da pesquisa: uso mais
frequente para contatos (8), acessando várias vezes ao dia (3) ou em conexão permanente (3). Foi o
único estado em que um jovem indicou não acessar o Facebook. A maioria acessa diariamente ou
algumas vezes ao dia, principalmente para entretenimento/lazer e para contato com
amigos/familiares.
Quanto ao uso simultâneo de meios, o menos utilizado com a TV é o rádio. A atenção da
televisão é dividida com o computador para acessar sites em geral, redes sociais e emails. Conclui-
se, porém, que as atividades online não se restringem ao computador, já que a maioria dos jovens
declarou se conectar por celular.
BAHIA
A maioria dos jovens da BA centra-se na faixa salarial entre um e meio e dois e meio
salários mínimos, ficando atrás de RS e SP. Essa condição parece interferir na posse de
dispositivos móveis: a maioria tem apenas um aparelho celular (8)27
, como os jovens dos demais
estados, sendo que a maior parte (6) tem aparelho comum, três têm dispositivo com internet e
apenas um é smartphone. Interessante notar que esses jovens, assim como os de GO e de SP, ficam
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atrás dos do PA (os menos favorecidos em termos de renda) no que se refere ao uso de aparelhos
celulares com internet.
Mesmo que apenas quatro possuam celular com internet, cinco afirmam acessá-la por
dispositivos móveis. Por outro lado, a falta de internet nos celulares da maior parte deles parece ser
condicionante do uso que fazem destes: ligações e envio de mensagem/SMS (10 cada atividade),
seguidos de conversa com amigos (8) e ouvir música/mp3 (6). Tais usos acompanham a tendência
apresentada pelos jovens dos demais estados, exceto os do PA que elegem o jogo como principal
atividade no meio.
Se a questão da renda parece estar diretamente relacionada com a posse e formas de usos de
dispositivos móveis dos baianos, o mesmo não acontece em relação aos computadores. Estes estão
instalados no quarto (4) e na sala (4) de suas casas e a principal forma de conexão em casa é via
rádio (4), seguida por banda larga (3) e cabo (3). Talvez por isso, a faculdade (7 jovens) seja
secundária para o acesso da internet, o que em lugares com menores condições de conexão é
prioritária, como no PA. A lan house (5) é a terceira citada já que há a possibilidade de fazê-lo em
casa ou na faculdade.
O acesso fácil à internet possibilita que usem as redes sociais várias vezes ao dia (7) como
o caso do Facebook que é acessado diariamente, em vários momentos do dia (6), acompanhando os
jovens do RS e de SP que registram acessos diários também. Seguindo a tendência dos demais
estados, o Facebook é utilizado prioritariamente para entretenimento/lazer (8). Assim, as relações
estabelecidas por esse meio giram em torno de: amigos, familiares, namorado (a)/companheiro(a) e
colegas de trabalho, nessa ordem.
Diante das facilidades de acesso à internet e às redes sociais via computador doméstico e da
faculdade, talvez se possa compreender o fato desses jovens não citarem o celular para acessá-las,
também porque a maioria possui celular sem internet (6).
Percebe-se que eles usam simultaneamente alguns meios, com destaque para a televisão e o
computador, sendo o envio/recebimento de emails a atividade mais citada (8) concomitantemente a
esses meios. Eles são os que mais usam o telefone (6) e leem livros (5) enquanto assistem TV. Já
em relação ao computador, as atividades citadas são as que desenvolvem no próprio meio: redes
sociais (7), sites (6) e email (8), de onde se pode depreender que é uma plataforma multiuso para
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eles.
RIO GRANDE DO SUL
É um dos estados cujos jovens possuem maior renda familiar, metade deles recebe entre
três e sete salários mínimos. O jovem que possui renda menor está na mesma faixa salarial que a
maioria dos jovens de BA, GO e PA. Dois gaúchos dizem receber entre sete e doze salários
mínimos.
O fato de terem maior poder aquisitivo se reflete na posse e nos usos de dispositivos
tecnológicos. Entretanto, apenas um jovem tem dois celulares, mas ainda assim é o estado que
concentra mais smartphones (6), sendo que oito afirmam possuir computadores no quarto. Isso
facilita o acesso e a mobilidade que se refletem no seu consumo midiático. Todos acessam a
internet de casa, principalmente via banda larga (8). Quase todos (8) acessam internet via
dispositivos móveis, principalmente por 3G, sendo que um jovem cita WiFi. Dentre as atividades
mais desenvolvidas no celular, as que implicam conexão são as mais apontadas: acessar a internet e
redes sociais, falar com amigos e enviar emails. Apesar dessa tendência à conexão online, o uso
mais frequente é o envio de mensagem/SMS.
O uso dos dispositivos móveis também se reflete nas respostas deles no que se refere a
atividades realizadas simultaneamente ao assistir TV, quando o acesso a redes sociais, email e sites
aparecem como os primeiros indicados. Quanto ao uso do computador, indicam como principais
atividades simultâneas acessar redes sociais, sites, uso do email, estudar e ouvir música.
O principal uso do email é a trabalho, seguido de busca de informação e contatos, sendo
que é o único estado em que a maioria dos jovens indica estar sempre conectado (7). Já o uso das
redes sociais demonstra um equilíbrio na somatória de respostas, em que as opções referentes a
lazer, informação e contatos empatam em primeiro lugar.
A rede social mais acessada é o Facebook que, como na BA, é usado diariamente, sendo
que seis o fazem prioritariamente para entretenimento/lazer, um para informação e três para contato
com amigos/familiares. Namorado/companheiro e colegas de trabalho também estão entre os
principais contatos dos usuários da rede social no estado. A maioria deles (6) afirma estar sempre
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conectada ao Facebook, enquanto nos outros estados esse número é bem menor, sendo os que
apresentam maior ocorrência SP e GO (2).
SÃO PAULO
Os jovens desse estado juntamente com os do RS são os que possuem a renda familiar mais
elevada: seis recebem de três a sete salários mínimos, enquanto os demais se situam na faixa de três
a um salário28
. Embora pareça um padrão salarial alto em comparação às outras capitais, é
necessário ponderar o custo de vida da cidade, que ostenta o título de mais cara do país29
.
Essa hipótese parece encontrar ressonância ao associar a renda à posse de dispositivos
móveis, visto que os dispositivos de tecnologia avançada não são muito usuais entre esses jovens.
Embora todos possuam celulares, metade deles tem aparelho comum. A posse proeminente destes
aparelhos implica no uso que fazem do dispositivo: todos o utilizam prioritariamente para fazer
ligações, seguido de uso para falar com amigos e enviar/ler emails. Isso se reforça ao observar as
formas de acesso à internet, pois enquanto mais da metade dos jovens dos outros estados acessa por
dispositivos móveis, em SP apenas três têm essa prática.
Em suas residências, dispõem de conexão banda larga (4) e via rádio (4) e esse é o local
preferencial para acessar internet, seguido da faculdade. A localização do computador no ambiente
doméstico não destoa do geral: estão no quarto e na sala. Mais uma vez, é possível associar a renda
à posse, visto que dois jovens não têm computador. Junto aos de GO, nesse quesito, os paulistas
diferenciam-se do geral, já que a posse de computadores é mais significativa nos demais estados.
Identifica-se que o acesso ao Facebook dilui-se no dia a dia deles, sem preferência de
horário ou até várias vezes ao dia. Não é de se estranhar que não estejam sempre conectados, tendo
em vista que metade deles não possui dispositivos com possibilidade de conexão à internet. Isso
ressoa também no uso do email, que é igualmente distribuído nos períodos do dia. Nesse contexto,
o principal motivo de uso do email é o trabalho, destoando das respostas da maior parte dos jovens
que o utilizam para contatos e informação. A restrição de acesso constante à internet parece
implicar que os contatos sejam efetuados de formas não conectada como ligação telefônica.
Por outro lado, os paulistas são os que mais priorizam entretenimento/lazer como motivo de
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acesso ao Facebook, seguido de contato com amigos/familiares e informação. Eles costumam
relacionar-se com amigos e familiares, seguindo a tendência geral dos investigados.
6. Prosseguimento: notícias para finalizar
Este artigo é mais um dos avanços da pesquisa, que está sendo finalizada com triangulação
dos dados estaduais e tabulação dos dados nacionais levantados por um questionário online que
obteve 9.072 respostas de jovens entre 18 e 24 anos.
Trata-se de um panorama muito geral das práticas e consumo midiáticos de jovens de todo
o país, cuja exploração predominantemente qualitativa será realizada nos próximos quatro anos,
sob a rubrica do PROCAD 2013. Nela, a pesquisa adentrará o interior do país e se dedicará a
jovens não urbanos ou suburbanos, ou seja, serão priorizadas pequenas cidades do interior de cada
estado na busca de informações sobre jovens rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e de outras
comunidades, segundo as especificidades de cada estado e região.
1Doutora, Professora PPGCOM/UFRGS - Coordenadora da pesquisa., [email protected]
2Doutora, Professora FABICO/UFRGS - Vice coordenadora da pesquisa.,
[email protected], Pós-doutoranda/UFRGS. Bolsista PNPD-CAPES., [email protected]
4Mestra, Doutoranda do PPGCOM/UFRGS, bolsista CAPES., [email protected]
5Mestra, Doutoranda do PPGCOM/PUCRS, bolsista CAPES., [email protected]
6Mestra, Doutoranda do PPGCOM/UFRGS., [email protected]
1Gratas aos bolsistas Lucas Mello, Andréa Britto, Gabriela Habckost, Roberta Gehrke, Andressa Fantoni e Christiana Cirne Lima, que participaram da pesquisa.
2 Desenvolvida pela Rede Brasil Conectado, composta por pesquisadores dos 26 estados e o DF.
3 http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/08/populacao-brasileira-ultrapassa-marca-de-200-milhoes-diz-ibge.html. Acesso em 11/03/14.
4 Procedimento baseado em Cáceres (1997) que utiliza esse recurso para articular informações sobre onde os processos de comunicação são estudados, traçando o perfil das cidades, bairros, estados, a partir de dados demográficos, econômicos, da produção industrial, comercial e agrícola, salários, infraestrutura urbana, etc.
5 Para Stake (2011, p. 62), ela é “muito importante para a pesquisa qualitativa. Os teóricos inventaram a palavra ‘situacionalidade’, referindo-se à atenção dada a determinados lugares, períodos, cenários sociais, estilos de comunicação e outros aspectos para as atividades e relações de estudo”.
6 Segundo o autor, não há limites claros entre o que está em primeiro e segundo planos, os eventos acabam se misturando.
7 Bailer; Tomitch; D’Ely (2011, p.130) os consideram “uma miniversão do estudo completo, que envolve a realização de todos os procedimentos previstos na metodologia de modo a possibilitar alteração/melhoria dos instrumentos na fase que
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antecede a investigação em si”.
8 Desde que seja no mesmo segmento, Orozco Gomez, (2009) defende que não se constitui um problema metodológico trabalhar com distintos grupos em cada procedimento; ao contrário, expande o âmbito de análise.
9 Ver Jacks; Toaldo (2013).
10 O autor identifica seis teorias/ modelos: “o consumo como o lugar de reprodução da força de trabalho e de expansão de capital”, “como o lugar onde as classes e os grupos competem pela apropriação do produto social”, “como lugar de diferenciação social e distinção simbólica entre os grupos”, “como sistema de integração e comunicação”, “como cenário de objetivação dos desejos”, “como processo ritual” (CANCLINI, 1993).
11 Algumas questões tem o total de respondentes inferior ao número total de jovens, pois nem todos responderam a todas as perguntas. Na questão sobre renda indica-se “renda não declarada” nestes casos, mas alguns jovens indicaram não possuir renda familiar.
12 Valor do salário mínimo nacional em novembro de 2014: R$ 724,00.
13 Alguns possuem mais de um computador.
14 Isso reforça pesquisas que já indicaram a relevância da assistência conectada: 43% dos brasileiros têm o hábito de ver televisão enquanto navegam na internet (IBOPE, 2012).
15 Além das postagens, foram analisados os conteúdos mais “curtidos” relativos aos produtos midiáticos, atividades culturais, marcas, empresas etc.
16 Para categorização e análise foi utilizado um recurso CAQDAS (Computer Assisted Qualitative Data Analisys) chamado NVIVO 10.
17 Klaus Jensen (1997) os denomina como os assuntos mais importantes que levam os sujeitos a entrar em contato com algum referente midiático, como no caso das postagens em seus perfis.
18 Além desses, havia outros 34, totalizando 39 supertemas: Acontecimentos, Afetos, Emoções e Sentimentos, Animais, Artes plásticas e eletrônicas, Astrologia, Autoajuda, Cinema, Comportamento, Datas Comemorativas, Esporte, Evento, Fotografia, Games, Gastronomia, Hoax, Indiretas, Lembranças-memórias, Literatura, Moda, Polícia, Política, Publicidade-Institucionais, Questões Sociais, Reclamações, Religião-Espiritualidade, Saúde e Qualidade de Vida, Self, Sustentabilidade, Tecnologia, Testes, Trivialidades, Viagem, Vida estudantil, Vida profissional.
19 Em números absolutos, essas categorias totalizaram 422 posts nos cinco estados. Já o total de publicações foi de 726 posts, sendo o PA com o menor número de postagem, 36, e São Paulo a maior, 237.
20 Tanto copiar e colar no mural um link do Youtube quanto copiar trechos de música são considerados produções próprias, pois não se tratam de conteúdos publicados via botão de compartilhamento.
21 BA é o estado que menos apresenta fotos nesse tipo de postagem: dos 14 posts acerca do Cotidiano, apenas dois trazem imagem.
22 Vale ressaltar que SP e BA tem mais postagens identificadas como provenientes de dispositivos móveis (37 e 19, respectivamente), enquanto o PA não tem nenhuma e o RS apenas uma.
23 É importante ressaltar que esse número não representa a totalidade de posts publicados por meio de dispositivos móveis, mas apenas aqueles que o próprio sistema do Facebook consegue identificar como sendo “via celular”. Quando não há identificação, o post é classificado como “via web”.
24 Celebridades, Mídia e Notícias são subcategorias de Mídia.
25 Outros cinco paraenses estão abaixo de 1,5 salários mínimos.
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26 Um jovem diz não acessar e dois não responderam.
27 Apenas dois jovens possuem dois aparelhos.
28 Dois declaram não possuir renda.
29 Disponível em: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/as-7-cidades-brasileiras-mais-caras#2. Acesso em 02/11/14.
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