Portugal Post Junho 2011

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Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVIII • Nº 203 • Junho 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Angela Merkel criticou o período de férias e a idade da reforma dos portugueses e ouviu das boas A oposição alemã criticou as exigências da chanceler Angela merkel para redu- ção dos períodos de férias e aumento da idade da reforma nos chamados países periféricos da União Europeia com pro- blemas financeiros, incluindo Portugal. "A senhora Merkel aposta de novo no populismo e em agitar os ânimos, em vez de usar argumentos objetivos", disse hoje, em Berlim, o presidente do SPD, Sigmar Gabriel. O líder social democrata considerou ainda "vergonhoso" que Angela Merkel "ponha em causa de forma tão leviana o ideal europeu dos seus antecessores" Konrad Adenauer, Willy Brandt, Hel- mut Schmidt e Gerhard Schroeder. Página 3 Salvem o Ensino Português no Estrangeiro! Pág. 7 Apelo do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL) FC Porto soma quarta taça europeia da sua história Pág. 11 Caso Madeleine: Em entrevista à agência de notí- cias Lusa, o casal McCann admi- tiu estar satisfeito por a polícia inglesa ter decidido reavaliar o caso do desaparecimento da filha Madeleine, em 2007 no Algarve, e afirmou esperar que isso traga mais informações. Pág. 23

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ANO XVIII • Nº 203 • Junho 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POSTAngela Merkel criticou o períodode férias e a idade da reforma dosportugueses e ouviu das boas

A oposição alemã criticou as exigênciasda chanceler Angela merkel para redu-ção dos períodos de férias e aumento daidade da reforma nos chamados paísesperiféricos da União Europeia com pro-blemas financeiros, incluindo Portugal."A senhora Merkel aposta de novo nopopulismo e em agitar os ânimos, emvez de usar argumentos objetivos",disse hoje, em Berlim, o presidente doSPD, Sigmar Gabriel. O líder social democrata considerouainda "vergonhoso" que Angela Merkel"ponha em causa de forma tão levianao ideal europeu dos seus antecessores"Konrad Adenauer, Willy Brandt, Hel-mut Schmidt e Gerhard Schroeder.Página 3

Salvem o Ensino Português no Estrangeiro! Pág. 7

Apelo do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL)

FC Porto soma quarta taça europeia da sua história Pág. 11

Caso Madeleine:Em entrevista à agência de notí-cias Lusa, o casal McCann admi-tiu estar satisfeito por a políciainglesa ter decidido reavaliar ocaso do desaparecimento da filhaMadeleine, em 2007 no Algarve, eafirmou esperar que isso tragamais informações. Pág. 23

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 20112

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

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crise e a complicada situaçãosocial que Portugal atravessavai provocar momentos bas-tantes difíceis no dia-a-diados portugueses. A grande maioria dos nossoscompatriotas, que são aque-

les que vivem de um salário já por sipaupérrimo que não dá para fazerfrente à vida, vai sofrer na pele, maisuma vez, os efeitos de uma forçada aus-teridade para que o país não chegue àsituação miserável de não ter dinheiropara pagar salários e honrar dívidas.

Depois dos gregos, somos nós osdesgraçados que aparecem nas primei-ras páginas dos jornais alemães comopovo e país que não sabe governar-se,que gasta mais do aquilo que tem; nãoproduz riqueza e ainda por cima temmais férias e vão mais cedo para a re-

forma do que os alemães.A Alemanha e os países mais ricos

da Europa que dizem ajudar Portugalnão se cansam de nos apontar o dedo,como estão a fazer à Grécia e farãodaqui a tempos a outros países do Sulcom o intuito claro de nos marginalizar,colocando-nos ainda mais na periferia.

Com o dinheiro que nos emprestam,dizem que nos estão a ajudar.

Mas ajudar em quê? Afinal, do din-heiro que nos emprestam não vão re-colher juros? Ou seja, dos tais 78 milmilhões (até custa escrever) vamospagar mais de 30 mil milhões de juros,o que corresponde a uma taxa de maisde 5%, que é, diga-se, normal, idênticaàquela que pago se peço dinheiro aomeu banco.

Será isto ajudar?Será isto solidariedade europeia?

Terão razão os alemães quandodizem que nos estão a ajudar?

Não, meus senhores, isto não é umaajuda, é um negócio!

E dos chorudos.Ajuda seria emprestar o dinheiro a

uma taxa comportável. Ao agir assim, os países ricos da

Europa estão a criar condições para nosempurrar para fora do Euro porque re-ceiam que Portugal não se endireite eque depois deste empréstimo possa viroutro.

Mas apesar de tudo acho que os ale-mães não duvidam da nossa palavraquando dizemos que vamos pagar. Du-vidam sim da nossa capacidade empagar se, como eles dizem, os nossosproblemas são estruturais e não cria-mos riqueza para nos sustentar e pagaro que se deve.

AOnde pára a solidariedade europeia?

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011 Destaque 3

oposição alemã criti-cou as exigências dachanceler Angela mer-kel para redução dosperíodos de férias eaumento da idade dareforma nos chama-dos países periféricos

da União Europeia com proble-mas financeiros, incluindo Portu-gal.

“A senhora Merkel aposta denovo no populismo e em agitar osânimos, em vez de usar argumen-tos objetivos”, disse, em Berlim, opresidente do SPD, Sigmar Ga-

briel.O líder social democrata con-

siderou ainda “vergonhoso” queAngela Merkel “ponha em causade forma tão leviana o ideal euro-peu dos seus antecessores” Kon-rad Adenauer, Willy Brandt,Helmut Schmidt e Gerhard

Schroeder.“Não são os trabalhadores e os

pensionistas na Grécia os respon-sáveis pela crise financeira, massim os especuladores nas bolsasde valores e nos grandes bancos deinvestimento, só que a esses o go-verno não toca, e bloqueia a intro-dução de um impostos detransacções financeiras”, acres-centou Gabriel.

Os Verdes, outra das forçascom assento parlamentar na Ale-manha, afirmaram, por seu turno,que a política europeia de AngelaMerkel “continua a reduzir-se afrases feitas, ditas na praça pú-blica e em comícios partidários”.

“As suas críticas a casos isola-dos, além de arbitrárias, só preju-dicam a Grécia, Portugal ou aEspanha, e não reflectem a reali-dade”, disse Cem Ozdemir, presi-dente dos ambientalistas.

Durante um comício em Mes-chede (Renânia), em meados deMaio, Angela Merkel, exigiu a uni-ficação da idade da reforma e dosperíodos de férias na União Euro-peia, criticando os sistemas vigen-tes na Grécia, Espanha e Portugal.

„Não se trata só de não con-trair dívidas, em países como aGrécia, Espanha e Portugal, aspessoas não devem poder ir para areforma mais cedo do que na Ale-manha“, afirmou a chanceler.

„Todos temos de fazer um es-forço, isso é importante, não pode-mos ter a mesmo moeda, e unsterem muitas férias e outros pou-cas“, advertiu Merkel.

O porta voz adjunto do go-verno, Christoph Steegmans, de-fendeu as afirmações dachanceler, lembrando que na Ci-meira Europeia de 24 e 25 deMarço foi decidido harmonizar ossistemas sociais na União Euro-peia.

“A chanceler mantém as suasafirmações, que são tudo menospopulismo, são muito sérias”,acrescentou Steegmans.

Na Alemanha, a lei impõe queas empresas concedam aos traba-lhadores um mínimo de 20 dias deférias por ano.

No entanto, mercê de acordoscolectivos de trabalho, este pe-ríodo é mais alargado em muitasempresas, quer do sector privado,quer do sector público, chegandoa ultrapassar os 30 dias úteis.

Quanto à entrada na idade dareforma na Alemanha, passarágradualmente dos 65 para os 67anos, em processo que decorreráentre 2012 e 2029.

Em Portugal, os trabalhadorespodem reformar-se aos 65 anos, eo primeiro-ministro, José Sócra-tes, afirmou repetidamente quenão será necessário aumentar estaidade, devido às medidas de sus-tentabilidade implementadas nasegurança social.

As medidas em questão aco-plaram o aumento da idade da re-forma ao aumento da esperançamédia de vida, o que significa quea idade da reforma em Portugalpoderá chegar primeiro do que naAlemanha aos 67 anos. FA

Sócrates discorda de Merkel e defende reformada segurança social

Oposição alemã critica afirmações de Angela Merkel sobreférias e idade da reforma em Portugal

ADPA

secretário-geral do PS, José Só-crates, manifestou hoje discor-dância com as posiçõesassumidas pela chanceleralemã, Angela Merkel, sobre aidade da reforma e defendeuque a esperança de vida já conta

para o cálculo das pensões.“Não concordo. Não sei se foi isso exata-

mente que a chanceler disse, mas não con-cordo”, afirmou José Sócrates numaconferência promovida pelo Diário Econó-mico, num hotel de Lisboa.

Respondendo a uma questão colocadapelo diretor daquele jornal, Sócrates não sereferiu à diminuição dos dias de férias quetambém foi referida por Angela Merkel, masao aumento da idade da reforma, que a chan-celer alemã defendeu em relação a paísescomo Portugal num comício do seu partido,na Alemanha.

“Ao nível das questões de segurança so-cial, a Europa deve caminhar para a unifor-mização dessas regras, mas em Portugal nãotemos nenhum problema com isso, se olharpara o memorando de entendimento datroika não encontrará lá nada que diga re-speito à segurança social”, afirmou o secretá-rio-geral do PS.

Essa ausência deve-se, argumentou, aofacto de o Governo ter feito a reforma da se-gurança social “em bom tempo, em 2007, que

garante que a esperança de vida já conta e jápesa no cálculo da pensão”.

“Nós estamos com um sistema de segu-rança social ao nível dos melhores daEuropa”, declarou, considerando que em2007 o Executivo liderado por si tirou “a se-gurança social da situação de alto risco”.

Também o o secretário-geral da UGT,João Proença, lamentou da chaceler alemãquanto à realidade portuguesa, salientandoque os portugueses se reformam mais tardee trabalham mais horas que os alemães.

„A senhora Merkel mostra que nao sepreocupa com a união da Europa nem com acoesão social e mostra uma profunda igno-rância relativamente à realidade portuguesa,pois os portugueses ja se reformam maistarde que os alemães e trabalham mais horaspor ano“, disse João à margem do congressoda Confederação Europeia de Sindicatos, emAtenas.

O sindicalista lembrou que Portugal já fezuma reforma da segurança social que asse-gura a sustentabilidade do sistema e que ostrabalhadores Portugueses são os segundosda Europa que trabalham mais horas porano, a seguir à Inglaterra.

„É pena que a chanceler alemã não sepreocupe antes com o elevado nível de eco-nomia clandestina nos países do Sul, que nocaso português chega aos 25 por cento”,disse.

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011Nacional & Comunidades4

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Os candidatos do PS acusamos candidatos e actuais deputadosdo PSD pelos círculos eleitoraisdas Comunidades Portuguesas deapresentarem um programa„cheio de ilusões“ e que é „total-mente diferente“ do programa ofi-cial divulgado pelo partidosocial-democrata.

„O PSD não tem um, mas simdois programas para as Comuni-dades Portuguesas, sendo que odos candidatos e actuais deputa-dos pelos círculos eleitorais dascomunidades é totalmente dife-rente do que foi apresentado noprograma oficial do PSD“, criti-cam os candidatos do PS pelo Cír-culo da Europa e Fora da Europa,num comunicado enviado às re-dacções.

No documento, os socialistasreferem que „enquanto os candi-datos [sociais-democratas] eleitospelas comunidades divulgaramum programa cheio de ilusões eque sobrecarrega a despesa pú-blica, o programa oficial do PSDesvazia todas aquelas propostas,

desautorizando quem as fez“.O PSD precisa, portanto, lê-se

no documento, „esclarecer comque programa se vai apresentar àsComunidades, qual deles é paraser levado a sério e qual é paraignorar“.

No manifesto „O PSD e as Co-munidades Portuguesas“, os can-didatos do PS pelas Comunidadeslembram que os candidatos doPSD garantem que as comunida-des portuguesas serão a „priori-dade absoluta no contexto dapolítica externa“. Mas no pro-grama oficial do PSD „não há nen-huma referência a essaorientação“, criticam os socialis-tas.

Os candidatos do PSD pelascomunidades „garantem que vãocriar consulados de nova geraçãodesignados Espaços Portugal, maso programa do PSD, não só eli-mina esta ideia dispendiosa, comofica muito aquém da moderniza-ção que tem sido feita nos postosde atendimento consular“, refe-rem os candidatos do PS pelas Co-

munidades.O documento do PS também

salienta a necessidade de os can-didatos do PSD – „que se queixamdas enormes carências humanasnos postos consulares“ – explica-rem como é que esse reforço seráfeito e se o programa oficial doPSD prevê que para cinco saídasna função pública apenas hajauma admissão.

De acordo com os candidatosdo PS pelas Comunidades, o pro-grama do PSD „foi de tal forma es-vaziado em relação às propostasdos candidatos, que foi reduzido azero de ideias inovadoras e apre-senta zero em termos de acção, li-mitando-se praticamente apenas aenunciar aquilo que o Governo jáfez e a apropriar-se das suas ini-ciativas“.

„No fundo, o programa doPSD, acaba por fazer o reconheci-mento de que é correcta a orienta-ção que tem seguido o Governonas políticas para as comunidadesportuguesas“, referem os candida-tos socialistas no documento.

Eleições PS acusa PSD de apresentar dois programas diferentes

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A cabeça de lista do Bloco deEsquerda pela Europa destacou aimportância de criar “incentivosespecíficos” à poupança e às re-messas dos emigrantes, dinheirosque se tornam ainda mais impor-tantes na actual situação econó-mica de Portugal.

Cristina Semblano, econo-mista, emigrada em França, deu aconhecer as principais propostasdo BE para as comunidades, que,entre outras,pretende travar a“expulsão de portugueses para oestrangeiro”, fenómeno que setem vindo a acentuar nos últimosanos, mas que “forçosamente seráagudizado ainda mais pelas políti-cas recessivas que resultam doprograma da troika internacional,apadrinhado pela troika nacionalentre PS, PSD e CDS”.

Sobre a importância das re-messas dos portugueses quevivem no estrangeiro, Semblanolembrou que “em 2010 represen-taram 2,4 mil milhões de euros”, oque demonstra como estes dinhei-ros são “importantes”, e como osportugueses lá fora, “apesar doabandono de que tem sido alvosnos últimos 35 anos”, continuama contribuir para a economia por-tuguesas.

“Mesmo que nos cinjamosapenas a essas remessas, queestão longe de dar a totalidade dosfluxos de capitais provenientes daemigração, isto significa: três anosde remessas ao mesmo ritmo têmum peso entre nove e dez porcento do empréstimo que a troikaacaba de conceder a Portugal ataxas de juro elevadíssimas”, fri-sou.

É por isso que a cabeça de listado BE pela Europa preconizou, naactual situação económica do país,a importância de criar “novas me-didas de incentivo ao envio dapoupança dos imigrantes”, no-meadamente a “bonificação dastaxas de juro dos empréstimos e aisenção de tributação ao nível dosrendimentos dos depósitos”.

Uma medida específica, acres-centou a candidata do BE, deveriatambém ser dirigida aos “novosemigrantes”, que continuam apagar os seus empréstimos emPortugal com o trabalho noestrangeiro, e assim, de forma“inequívoca”, estão a contribuirpara “não piorar a situação do cré-dito mal parado em Portugal”.

“O crédito mal parado em Por-tugal seria muito maior se nãofosse a contribuição dos novosemigrantes”, salientou a econo-mista.

Sobre os portugueses que ten-tam a sua sorte lá fora, um fenó-meno que se equipara a “níveis deemigração salazaristas, com fluxosque se aproximam dos registadosnos anos 60”, Cristina Semblanolembrou que estes atingem os jo-vens qualificados à procura de pri-

meiro emprego, mas não só”.Este fenómeno também afecta,

na sua maioria, e ao contrário doque é apregoado pelo regime, con-tingentes de população desempre-gada com pouca ou nenhumaqualificação”, acrescentou, por suavez, Cecília Honório, responsávelpelos assuntos relativos a Emigra-ção no Grupo Parlamentar do BE.

A cabeça de lista do BE pelaEuropa lembrou ainda que os de-putados eleitos pelas comunida-des emigrantes “são parte doregime que tem vigorado há 35anos, com ou sem coligação com oCDS”, e que nada tem feito pelosportugueses no estrangeiro.

Bloco de Esquerda quer incentivos à poupança e remessas dos emigrantes

Cristina Semblano

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A CDU promete, no seu pro-grama eleitoral para as comuni-dades portuguesas, lutar contraas redes de contratação de mãode obra precária, criar apoiospermanentes para emigrantescarenciados e evitar a dupla tri-butação nas reformas.

“Combater eficazmente asredes de contratação de mão deobra precária e fortemente ex-

plorada, nomeadamente atravésde uma activa acção de fiscaliza-ção junto das respectivas empre-sas contratadoras”, é uma dasmedidas que consta do pro-grama da CDU (que engloba oPartido Comunista Português/PCP e Os Verdes/PEV).

A CDU propõe ainda “criarum fundo de apoio de acção so-cial permanente para os emig-rantes carenciados” e “atribuiruma pensão mínima, caso per-manecem depois da reforma nopaís de acolhimento, desde quea soma de eventuais pensõesseja inferior ao valor do limiar a

pobreza do respectivo país”.Evitar a dupla tributação nas

reformas e fomentar uma polí-tica que oriente e potencie as re-messas e os investimentos dosemigrantes em sectores produti-vos de Portugal são outras medi-das apresentadas.

“Reconhecer aos emigrantespensionistas que trabalham noestrangeiro, tanto o estatuto dereformado antes dos 65 anos,como a pensão de invalidez quelhes foi atribuída”, são medidasreferidas no programa.

O apoio às organizações dejovens luso-descendentes, a co-locação de professores de portu-guês necessários numa Rede deEnsino de Português como lín-gua materna e um maior inves-timento da língua e culturaportuguesas são também pro-postas do partido político.

A CDU considera importantetambém “instituir medidas con-cretas de apoio ao movimentoassociativo, para que este possadesenvolver as suas importantesfunções enquanto espaço decongregação e de convívio dosportugueses na diáspora”.

“Defender a autonomia doConselho das Comunidades Por-tuguesas (CCP), criando condi-ções técnicas e materiais para oseu normal e regular funciona-mento” é outra das propostas daCDU.

CDU promete lutar contra redes de mão de obrailegal no programa para as comunidades

Conceição Belo, Candidata da Coli-gacão Democrática Unitária

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A Agência para o Investimento eComércio Externo de Portugal(AICEP) pode ajudar a captar in-vestimentos junto da diásporaportuguesa como forma de esti-mular a economia, defendeu o ca-beça de lista do CDS-PP pelocírculo da Europa.

“O AICEP tem a função decaptar investimentos estrangeirospara o nosso país”, disse o candi-dato Isaías Afonso.

“Junto das comunidades por-tuguesas, sobretudo daqueles quetiveram sucesso, que possuem em-presas, que possuem capital epossuem possibilidade de investi-mento, e através do AICEP, pode-se fazer esta captação”, referiu oprofessor reformado, acrescen-tando que é uma forma de osemigrantes ajudarem as suas fa-mílias e o país.

Segundo Isaías Afonso, quemora em França (em Ris Orangis,perto de Paris) desde 1977, osemigrantes não devem enviar sódinheiro, mas devem também in-vestir “em Portugal, de forma apoder criar empregos e tambémconsumir produtos portugueses.”

O professor defendeu que aestes portugueses emigrantes“deve-se dar prioridade e propor-cionar situações mais vantajosaspara o investimento em Portugal”,como por exemplo “nas taxas dejuro.”

Para Isaías Afonso, a actualcrise é das piores que Portugal jáatravessou e referiu que “a saídade jovens com formação é extre-mamente grave” para o país, sub-linhou.De acordo com ocandidato, “é preciso desenvolveruma política de fixação destes jo-vens, para que encontrem emp-rego e não saiam do país”.

“Os consulados, através de po-líticas de informação, mesmo comos meios de comunicação dos paí-ses de acolhimento, são extrema-mente importantes para criar umarede de informação para ajudar osportugueses a saberem quais sãoas necessidades de mão de obraem cada país, para que não hajauma emigração abstracta, cega,sem saber para onde ir”, disse,sobre a possibilidade de explora-ção dos emigrantes.

O candidato do CDS-PP consi-

derou que “há todo um estudo detrabalho do mercado local dos paí-ses de acolhimento que tem de serfeito para poder ajudar os portu-gueses.”

Isaías Afonso disse ainda que“a mudança de Governo deve con-stituir uma mudança na estruturada Secretaria de Estado das Co-munidades”, “com maior dina-mismo”. O cabeça de lista referiuque é necessário modernizar arede consular e diplomática, paradar resposta às necessidades dosemigrantes, acrescentando que osdocumentos nos consulados têmum custo elevado.

“A língua e cultura portugue-sas são uma força da nossa políticaexterna”, sublinhou, indicandoainda que os problemas da coloca-ção de professores de portuguêsno estrangeiro pelo Governo aindase mantêm e “devem ser solucio-nados de uma vez por todas”.

Isaías Afonso defendeu tam-bém que é necessária uma televi-são de referência, exigindo umaRTP Internacional “de qualidade”,sem “as excessivas repetições deprogramação”.

Candidato CDS-PP,Isaías Afonso:

“AICEP pode ajudar a captar investimentos junto da diáspora portuguesa”

Estamos a poucos dias de mais um impor-tante acto eleitoral em Portugal, no qualtodos os Portugueses devem participar.No próximo dia 5 de Junho os Portugue-ses irão eleger os seus representantes àAssembleia da República, e a nossa Diás-pora é novamente chamada a fazer ouvir asua voz. Estou certo que a ComunidadePortuguesa residente na Alemanha corres-ponderá a esse apelo.Votar não é apenas um direito que nos

oferece o Estado Democrático; é um dever cívico de uma Cidada-nia activa e representa um voto de confiança no Estado de Direito,nos Órgãos de Soberania e em Portugal.É no estrangeiro, muitas vezes longe das nossas raízes e da Famí-lia, que a consciência de País e o sentimento de Portugalidade avi-vam em nós um espírito identitário mais forte e assumido -porque também, muitas vezes, adquirido com grande esforço pes-soal.Esse espírito está bem presente nos nossos Compatriotas na Ale-manha.E é por isso importante que a Comunidade Portuguesa na Alema-nha afirme as suas convicções, contribuindo nestas próximas Elei-ções Legislativas para a solidez das nossas instituiçõesdemocráticas e para a. construção e desenvolvimento de um Por-tugal melhor.Saúdo pois todos os nossos Compatriotas na Alemanha e convido-os a participar activamente nas Eleições Legislativas do próximodia 5 de Junho.

José Caetano da Costa PereiraEmbaixador de Portugal

APELOÀ Comunidade

Portuguesa na Alemanha

Os portugueses radicados noestrangeiro enviaram paraPortugal mais 375 mil eurosno primeiro trimestre desteano do que em igual períodode 2010, com as remessas aatingir os 524,079 milhões deeuros.

Este valor é superior em 375mil euros às remessas enviadas noperíodo de janeiro a março de2010, quando atingiu os 523,704milhões de euros, segundo osdados trimestrais do Banco dePortugal.

O maior contributo é do paísque mais peso tem nas remessasdos emigrantes, a França, de onde

entraram em Portugal 67,034 mil-hões de euros em Janeiro, 64,49milhões de euros em Fevereiro e71,34 milhões de euros em março.

No total do trimestre foram202,865 milhões de euros que osemigrantes portugueses emFrança enviaram nos primeirostrês meses deste ano, comparadocom 192,146 milhões de euros noperíodo homólogo de 2010.

Da Suíça, o segundo país deonde tradicionalmente vem maisdinheiro de emigrantes, chegaram127,49 milhões de euros deJaneiro a Março, contra 125,03milhões de euros no primeiro tri-mestre do ano passado.

A mesma tendência de subidaligeira é percebida nos valores ori-undos dos Estados Unidos, quesomaram 31,73 milhões de eurosno primeiro trimestre deste ano,um pouco mais que os 29,88 mil-hões de euros de remessas no pe-ríodo homólogo de 2010.

Esta tendência de ligeira sub-ida dos valores enviados pelosemigrantes segue uma tendênciade recuperação verificada em ter-mos anuais em 2010, face a anosanteriores.

No ano passado, os emigrantesenviaram mais 122,03 milhões deeuros para Portugal do que em2009, com o valor a superar os

2.403 milhões de euros, segundoos dados sobre transferências co-ligidos pelo Banco de Portugal.

Analisando a tendência dos úl-timos 10 anos, verifica-se umaqueda de mais de 1.000 milhõesde euros nas remessas se compa-rarmos 2010 com o ano 2001.

Nesse ano, o valor das remes-sas atingiu os 3.736 milhões deeuros, no ano seguinte desceupara pouco mais de 2.817 milhõese continuou a descer até 2005, in-clusive.

Nos dois anos a seguir – 2006e 2007 – houve um ligeiro au-mento, mas as remessas caíramnovamente em 2008 e 2009.

Remessas dos emigrantes registam aumento ligeiro no 1º trimestre para 524 milhões de euros

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6 PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

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stamos a poucos dias demais um acto eleitoral.Mais uma vez vamos tera prova de que não só aimensa maioria dos por-

tugueses residentes no estran-geiro mas também milhões deeleitores em Portugal não irãovotar. São muito poucos os emi-grantes que ainda votam. Masfelizmente a democracia não seesgota no voto. Se fosse assim,os Estados não necessitavam deConstituições que garantissem aexistência de muitos outros di-reitos políticos, económicos, so-ciais e culturais inalienáveis einseparáveis da democracia.

A democracia implica emprimeiro lugar que o povo sintaque é nele que reside o poder. Apalavra grega “democracia” sig-nifica isso mesmo o “poder dopovo”. Não é no entanto neces-sário ser-se demasiado perspicazpara verificar que vivemos numtempo em que o povo vota masquem manda nos governos e de-

termina a sua politica são osbanqueiros. O facto de haverpartidos políticos com a desig-nação de “socialista”, “social-de-mocrata” ou “popular” e deinvocarem a “esquerda” ou “Es-tado social” isso nunca impediuque uma vez terminadas ascampanhas eleitorais o conteúdode todos estes adjectivos vol-tasse para as gavetas das arreca-dações e se cobrisse de teias dearanha até às próximas eleições.

É pois mais seguro dar onosso voto aos partidos e forçaspoliticas para as quais os inte-resses dos trabalhadores, dopovo e do país são a razão de serda sua existência. É verdade queo voto não resolve tudo masajuda muito, sobretudo se con-jugado com a luta por uma mu-dança politica e patriótica deesquerda.

Na actual situação que sevive em Portugal, os resultadoseleitorais podem dar força à luta.Podem desencadear uma

enorme corrente de esperança.Mas também poderão servir depretexto para se adiar mais umavez a mudança tão necessária ouserem interpretados errada-mente como um cheque em

branco ao autoritarismo e à in-justiça.

É certo que há muitos eleito-res que votam como se os parti-dos políticos fossem um clube defutebol ou desportivo sem pro-curar conhecer e examinar aspropostas e a politica concretaexecutada por cada uma das for-ças concorrentes; sem reflectirsobre a sua intervenção social ea sua fidelidade aos princípiosproclamados; sem verificar seestão a votar na defesa dos seusdireitos ou contra eles. É porisso que a luta pelo voto cons-ciente e pela participação dosmilhões de eleitores desiludidosvai continuar. O mundo nãoacaba hoje nem amanhã. Muitosdaqueles que no dia 5 de Junhovotarão erradamente depressadescobrirão que os partidos aosquais confiaram o seu voto vãocontinuar a ignorá-los. Mas fe-lizmente que a democracia tam-bém implica o direito demanifestação e de protesto, a

livre expressão do pensamento,as acções que consciencializam edeterminam as grandes viragenspoliticas da história. A elite quenos governa gostaria que, apóscada acto eleitoral, voltássemospara casa e lhe deixássemos asmãos livres. Não será esse o casonem em Portugal, nem na UniãoEuropeia, nem no Mundo in-teiro. Aproveitando a situaçãode desastre em que nos encon-tramos cresce rapidamente ocoro dos pregadores das inevita-bilidades e da resignação, apesarda encenação de grandes deba-tes e conflitos artificiais que logose apagam quando se trata defazer pagar aos mais fracos afactura da crise e de proteger osinteresses dos poderosos e dosespeculadores que a provoca-ram. Mas a democracia conquis-tada em 1974 aponta-nos ocaminho da esperança. O diavirá em que “o povo é quem maisordena”, Abril se cumprirá e ademocracia será plena.

OpiniãoRui Paz

Abril se cumprirá

E

A democracia implica emprimeiro lugar que o povosinta que é nele que reside opoder. A palavra grega “de-mocracia” significa issomesmo o “poder do povo”.Não é no entanto necessárioser-se demasiado perspicazpara verificar que vivemosnum tempo em que o povovota mas quem manda nosgovernos e determina a suapolitica são os banqueiros.

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Page 7: Portugal Post Junho 2011

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011 Comuni- 7

Ensino Portuguêsno Estrangeiro –EPE – encontra-segravemente amea-çado e em breve es-tará reduzido àexpressão míminase continuarem a ser

aplicadas as medidas de austeri-dade e os cortes de que tem sidoalvo todo este ano letivo.

Por EPE entendem-se os cur-sos de Língua e Cultura Portugue-sas (LCP) destinados às crianças ejovens luso-descendentes naEuropa, África do Sul, Namíbia eSuazilândia, sendo porém os paí-ses europeus de emigração portu-guesa, a Alemanha, Suíça,Luxemburgo, Reino Unido,Espanha, Bélgica, França e Ho-landa aqueles onde o ensino se en-contra em maior perigo.rede de ensino do EPE tem mais

de 35 anos e esteve, até Janeiro de2010, sob a tutela do Ministério daEducação, tendo passado em Fe-vereiro do mesmo ano para a tu-tela do Instituto Camões, atravésdo Ministério dos Negócios Es-trangeiros.

Se os longos anos com o MEnão foram completamente livresde ocorrências negativas, houvepelo menos a vontade política mí-nima para manter uma rede deensino adequada e também rela-tivo zelo pela qualidade domesmo.

Tal não acontece com o Insti-tuto Camões(IC), que mal tendoassumido a tutela do EPE iniciou,invocando dificuldades orçamen-tais, vários cortes e reduções que,a continuar assim, deixarão oscursos de LCP com pouca quanti-dade e nenhuma qualidade.

Assim, logo no início do pre-sente ano letivo o IC reduziu paracerca de um terço as horas desti-nadas aos professores de apoio pe-dagógico, que exerciam funçõesnos consulados e que tinham a seucargo várias tarefas admnistrati-vas, além de manter contato comas comissões de pais, entidades es-

colares locais e professores,infor-mando e apoiando os mesmossempre que necessário.

Porém, e como se tal não bas-tasse,estão agora previstas fortís-simas reduções na rede de cursospara o próximo ano letivo, pois foiexigido um número de alunos porcurso muito superior ao requeridoanteriormente, além de tambémse ter procedido à eliminação degrande número de horários.

O princípio adotado é o se-guinte: os horários que ficarem li-vres no próximo ano, devido aosprofessores detentores dos mes-mos não continuarem em funçõespor motivo de desistência ou apo-sentação, serão eliminados, sendoos cursos que os compunham in-tegrados nos horários de outrosprofessores, que, obviamente, fi-carão sobrecarregados e pratica-mente impossibilitados deministrar um ensino com um mí-nimo de qualidade.

Por exemplo, um professorque até agora dispunha de 5 horasletivas semanais para lecionar umgrupo de 15 ou 20 alunos de todosos níveis, desde o 1° ao 10° ou 12°ano de escolaridade, terá apenas 3horas, no próximo ano, paralecccionar o mesmo número departicipantes.

Das 10 horas letivas, duas tar-des por semana, para leccionargrupos de 38 ou 40 alunos, tam-bém de vários níveis, até agoraconcedidas, restarão apenas 5horas, isto é, uma única tarde porsemana, para lecionar exatamenteo mesmo número de alunos.

Só na Alemanha desaparecemassim mais de 6 horários,e na área

de Zurique 4, tendência crescente.Poder-se-á afirmar que os alu-

nos continuarão a ter aulas. Mas,que possibilidade terá um profes-sor de ministrar um ensino comum mínimo de qualidade com 15ou mais crianças e jovens dentroda sala, alunos do 1°, 2° e 3° ciclos,durante o reduzido tempo de 3horas letivas?

Estamos perante um ensino dequalidade ou um ensino de falsi-dade? Sim, porque é extrema-mente incorreto afirmar que oensino se mantém quando não seconcedem condições para ensinare muito menos para aprender.

Aos problemas já expostos, háa juntar o caso de grande númerode professores que, em vários paí-ses e com forte incidência emFrança,ficarão com os horários re-duzidos a apenas 12 ou 14 horassemanais, às quais correspondeum vencimento tão ínfimo quenão lhes permitirá a subsistência,sendo de esperar que muitos delesabandonem os seus lugares, fi-cando assim os alunos sem aulas.

Os pretextos ou razões invoca-dos pelos responsáveis para amaior redução de lugares docentesem toda a história do EPE são aatual situação económica do paíse problemas de caráter orçamen-tal.

Razões vagas e pouco concre-tas, manifestamente insuficientespara cobrir a realidade das remes-sas enviadas pelos trabalhadoresportugueses no estrangeiro para oseu país, das quais nem uma par-cela mínima é empregue na manu-tenção de um ensino de qualidade,ensino esse que se encontra pre-

Salvem o Ensino Português no Estrangeiro!

O

Apelo do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL)

O candidato social-democratapelo círculo da Europa disse que2011/2012 será um ano "pior quenegro" para o ensino do portuguêsno estrangeiro com cortes na redede cursos e maior concentração dealunos por turma.

"[Em 2010/2011]Tivemos umano lectivo horroroso, um anonegro em termos de ensino doportuguês no estrangeiro, arrisca-mos a ter um pior em 2011/2012",disse Carlos Gonçalves, alertandopara a quase certa redução da redede cursos e para a concentração namesma turma de alunos do 1º atéao 10º anos de escolaridade.

Carlos Gonçalves, que falavano término de uma visita de umasemana à Alemanha, disse queneste país a abertura do ano letivo

de 2010/2011 foi "caótica" com al-guns cursos a abrirem apenas emAbril.

"Desde pais de alunos a diri-gentes associativos há grandesqueixas relativamente ao ensino

do português. Houve cursos quesó se iniciaram na primeira se-mana de Abril. Este atraso criougrande celeuma na comunidade,mas sobretudo retirou ao ensinoda língua portuguesa uma grandecredibilidade", disse Carlos Gon-çalves.

O também deputado pelo cír-culo da Europa considera que"este não é o melhor exemplo"para que os alemães decidam av-ançar com a decisão de integrar oPortuguês nos currículos oficiaisdas escolas alemãs.

Segundo Carlos Gonçalves, aredução da rede de cursos para opróximo ano lectivo "é um factopraticamente consumado", o quedeixa antever "um ano ainda maiscomplicado" do que o actual.

PSD diz que 2011/2012 será "ano pior que negro"para ensino do português na Alemanha

Carlos Gonçalves

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Cupão de encomenda na página 19

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visto na Constituição, sendo por-tanto um dever do estado portu-guês e não uma concessão feitade má-vontade.

Cortes no setor da Educação,seja para os alunos em Portugalou para os alunos portugueses noestrangeiro, são inaceitáveis enunca podem ser justificadoscom argumentos economicistas.

Se agora for permitido efe-tuar os cortes previstos, estaráaberta a porta para, nos próxi-mos anos, continuar a mesmapolítica de redução de horários ehoras letivas, política que, infali-velmente, conduzirá, na prática,à extinção do ensino portuguêsno estrangeiro, relegado, na mel-hor das hipóteses, para o planosimbólico , perdendo-se comple-tamente os seus objetivos princi-pais: perservar a nossa língua ecultura no estrangeiro e mantervivos os elos de ligação ao país deorigem , conservando uma iden-tidade nacional apesar do afasta-mento geográfico.

O ensino da nossa língua ecultura nas comunidades é es-sencial e deve ser incremen-tado,pois que se trata de uminvestimento e não de uma de-spesa a eliminar.

Os direitos dos cidadãos por-tugueses no estrangeiro nãopodem e não devem, nunca, serignorados!

Nuremberga, Alemanha 8 de Maio de 2011 P´la Direção do SPCL

Maria Teresa Duarte Soares

Page 8: Portugal Post Junho 2011

Comunidade8 PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

O direito ao voto é, do meuponto de vista, um dos maisnobres e elementares actos aque os cidadãos devem terdireito. Durante muitos anosno nosso País era-nos vedadopela ditadura o direito de vo-tarmos livremente. Durantetodo esse período negro danossa História foi um dos va-lores pelo qual o povo portu-guês mais lutou.Hoje, na nação livre quesomos, muitos são aqueles quedeliberadamente não fazemuso deste direito de cidadaniae não votam. Devo confessar que não con-sigo compreender aqueles queassim procedem, porque nãoconsidero a acto de votar ape-nas como um direito comotambém uma obrigação, que secentra na defesa dos nossospróprios direitos. Ao votar es-

tamos a decidir nós própriossobre o nosso futuro e o dosnossos filhos. Não votar é estara deixar para os outros o di-reito de decidirem por nós. É certo que muitos não votamcomo forma de manifestaremo seu descontentamento. Noentanto, a não participação emeleições nunca é interpretadacomo forma de protesto massim como de forma de desinte-resse pelas coisas que nosdizem respeito.O que conta são os votos entra-dos nas urnas, aqueles que nãoentram não representam nada.Quem não vota não conta! Éatravés do voto que se de-monstra a nossa vontade. Atra-vés da abstenção, apenastransmitimos que somos indi-ferentes ao que se passa ànossa volta.Por isso lanço um apelo atodos os nossos compatriotasresidentes fora de Portugal quevotem. Faço este apelo naminha qualidade de Conse-lheiro das Comunidades, por-que tenho consciência de que,quanto maior for a percenta-gem de votantes, mais forçatêm as nossas reivindicaçõespela defesa do interesse dosemigrantes.Membro do Conselho das Co-munidades Portuguesas

Considero que possuir a nacio-nalidade portuguesa não é si-nónimo de ser cidadãoportuguês. Cidadão nacional éaquele indivíduo que se preo-cupa com o destino de Portu-gal e que se envolveactivamente no intuito de con-tribuir para o bem da nação.Assim, cidadãos nacionais sãotodos aqueles portugueses queexercem o acto da cidadania.Em democracia, existem inú-meras formas para exercer oacto da cidadania, desde a de-núncia do mau funcionamentodas instituições, passando pelaproposta de alternativas aosprocedimentos estabelecidos,até à participação directa emcargos públicos. Cabe a cadacidadão o direito e a responsa-bilidade de moldar a sociedadeonde quer viver e que quer dei-xar às futuras gerações.

Verifica-se, no entanto, umadesilusão generalizada relati-vamente ao desempenho daclasse política em Portugal, aqual leva muitos portugueses adesinteressarem-se pela parti-cipação na vida pública. O Es-tado transformou-se numaentidade autista, com interes-ses e objectivos próprios, osquais não correspondem às ex-pectativas e às necessidadesdos cidadãos. Por outro lado,perante uma discussão políticade baixa qualidade e um jorna-lismo por vezes demasiadosensacionalista e pouco ambi-cioso, assiste-se à passividadede muitos cidadãos, os quaisoptam por uma argumentaçãopolítica sem conteúdo, com ca-rácter clubista, onde a emoçãoimpera e a racionalidade escas-seia. Está criada uma audiênciasedenta de discursos populistase demagogos.Portugal pode ambicionar abem mais do que isto. O Es-tado deve caminhar no sentidode uma sociedade aberta, justae transparente. Os políticosdevem expor com clareza osdesafios e as alternativas comque, a cada momento, o País sedepara. Os cidadãos devem ad-quirir informação e conheci-mentos suficientes quepermitam uma intervenção pú-

Com a sua habitual boa dis-posição e satisfação, o CônsulGeral de Portugal em Ham-burgo, António Alves de Car-valho, classificou de muitopositiva a sua visita às tur-mas do primeiro ciclo do pro-jecto bilingue Português -Alemão da Rudolf-Roß-Grundschule.

A visita àquele que é conside-rado o projecto mais importantedo ensino do português em Ham-burgo inseriu-se no âmbito de al-gumas visitas a escolas que oCônsul-Geral em Hamburgo temvindo a realizar.

Acompanhado pela Técnicapara os Assuntos sociais do consu-lado, o diplomata contactou comos alunos que são, curiosamente,de várias nacionalidades.

Durante a aula de demonstra-ção, constatou-se, por exemplo,que os alunos portugueses são os„peritos“ e ajudantes dos alunosde língua alemã. O Cônsul pôdeassistir a algumas actividades uti-lizadas durante as aulas para pro-mover o contacto e reforçar amotivação dos alunos. Nas turmasbilingue há ainda a vantagem deos alunos ficarem a conhecer asculturas dos países onde o portu-guês é língua oficial.

Para colorir a visita do Cônsul,e já no auditório da escola, o diplo-mata foi brindado pelos jovens

alunos com cantares e declama-ções em português.

Mas o que mais impressionoufoi a sessão de perguntas e respos-tas, que os alunos, por iniciativaprópria, dirigiram perguntas quefizeram ao Cônsul-Geral.

„Sendo o Sr. uma pessoa tãoimportante que veio visitar anossa escola, onde estacionou a

sua “limousine”?. “Sr. Cônsul, o que se passa

com o dinheiro em Portugal?”“A sua profissão de Cônsul é

muito difícil“?Estas foram algumas das per-

guntas da pequenada que deixou oCônsul Geral surpreendido, que,por sua vez, respondeu com umalinguagem simples e com muita

O ProjectoDesde 2000 que existe na escola Rudolf Roß em Hamburgo, um projectocom ensino integrado do português. Crianças do ensino primário e de várias nacionalidades, aprendem a lín-gua e cultura portuguesa em paralelo a outras disciplinas.Este projecto nasceu duma parceria entre o Ministério da Educação dePortugal e o Estado de Hamburgo. Conta com a orientação de dois professores, sendo um de origem alemãe outro de origem portuguesa.

Maio, mês da nossa Senhorade Fátima, chamou também esteano os portugueses de Euskirchena celebrarem as aparições deMaio.

Uma tradição, que se mantemem Euskirchen há volta de 35anos, com a celebração religiosana Igreja St. Martin e há volta de25 anos também com uma parterecreativa, foi realizada no pas-sado dia 7 de Maio.

Após a eucaristia celebrada eacompanhada por uma grandeprocissão à volta das muralhas daIgreja St. Martin, mostrando aimagem branca da Nossa Senhoranum mar de cravos cor-de-rosa erosas brancas, portugueses, ale-mães e outras nacionalidadesencontraram-se no Dorfgemein-

schaftshaus de Palmersheim paraconviverem, participarem no pro-grama recreativo, comerem, bebe-rem e dançarem até altas horas danoite.

Os visitantes alemães ficaramimpressionados com os bons pe-tiscos tradicionais portugueses,com a organização duma festanum nível tão grande pela comu-nidade portuguesa, e o acolhi-mento caloroso com que foramrecebidos. Esta festa foi organi-zada e realizada pelos 12 membrosda comissão de festas, com a par-ticipação e colaboração de patro-cinadores portugueses, alemães,brasileiros, italianos e turcos, e so-bretudo da comunidade portu-guesa de Euskirchen.Elisabete Araújo

Cônsul-Geral em Hamburg visitou a Rudolf-Roß-Grundschule e conviveu com alunos

Comunidade lusa em Euskirchen e a N.S. de Fátima

satisfação.Num dos momentos em que ti-

vemos a oportunidade de conver-sar com uma das professoras, aAna Paula Gouveia Larkens, fica-mos a saber que está marcadapara breve a assinatura de umprotocolo que reforçará aindamais esta cooperação entre Portu-gal e o estado de Hamburgo.

De salientar, que apesar doscontratempos e dificuldades pró-

prias desse tipo de parceria, este éo único projecto existente emHamburgo que se equivale a umoutro semelhante em Berlim. AnaPaula Gouveia apela, porém, auma maior paticipação, divulga-ção e incentivo por parte dos paise encarregados de educação, sóassim o português conseguirá tri-unfar como língua de comunica-ção nesta sociedade global.Maria do anjos

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Apelo Votar é decidir sobre onosso destino

José Eduardo

blica responsável, em ambien-tes sociais e económicos cadavez mais complexos. A demo-cracia portuguesa tem déficede participação, pelo que a si-nergia entre os detentores decargos públicos e o eleitoradodeve ser permanente, liber-tando-se assim da inflexibili-dade das consultas populares acada quatro anos.A participação na vida públicadeve, por isso, ser integrada

com naturalidade no dia-a-diade cada cidadão. Exercer o di-reito de voto é a forma maiselementar de exercer o acto dacidadania. Em contrapartida,não votar é protestar sem apre-sentar alternativas, é dar im-portância a quem não merece,é tornar relevante quem não oé. Por isso vote! Vote branco,azul, castanho ou amarelo, masvote! Não desista de ser cida-dão!

Apelo Nacionalidade e cidadania

Pedro Jácome de Castro

A Editora Teo Ferrer de Mesquita, de Francfort, acaba de lançar nomercado o romance de ManuelAlegre- "Cão como nós"- "EinHund wie wir"- em edição bilin-gue. O tradutor é Markus Sahr,que há quatro anos já tinha tradu-zido do mesmo autor ," Rafael",para a Leipziger Literaturverlag.Manuel Alegre é um dos maisconsagrados poetas portuguesesda actualidade. E a sua obra- de

poesia e prosa-tem sido distinguida, ao longo dos anos,com as maiores distinções: Grande Prémio de Poesia daAssociação Portuguesa de Escritores, Prémio FernandoNamora, Prémio Pessoa, em 1999, e mais recentementeo Prémio D. Dinis, este último referente ao livro de poe-mas Doze Naus. F.A.R.

Novo romance de Manuel Alegre lançado pela TFM

Page 9: Portugal Post Junho 2011

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011 Comunidade 9

Nelson Rodrigues, Candidato doPartido Socialista

Artur Amorim, Candidato do Partido Social Democrata

Diga-nos uma razão convincentepara que os eleitores votem na sualista e, naturalmente, em si.Na Alemanha durante o processo con-tra o encerramento do Consulado deOsnabrück e como ex-membro doConselho das Comunidades já deiprovas suficientes do meu espiríto deluta.O meu lema é que “quem luta podeganhar, quem não luta, já perdeu!”.Sempre soube estar ao lado daquelesque mais precisam de nós. Profissio-nalmente sou sociólogo e assistentesocial. Trabalho na gerência das Cári-tas de Rheine. Tenho o perfil políticopara saber defender devidamente osinteresses daqueles que me elejam.Faço política desde os meus 18 anos.

Sou militante do PS, porque o PS é opartido das reformas. Soube porexemplo modernizar os serviços con-sulares. Mas queremos ir mais longe.Queremos que as estruturas consula-res e diplomáticas estejam mais pró-ximas dos portugueses e contribuampara o seu reconhecimento e valoriza-ção. Irei continuar e entregar-me àcausa das Comunidades. Os meuspais emigraram para a Alemanha em1966. Nasci em Trás-os-Montes, emVinhais e vim para a Alemanha com12 anos, para Münster.

Quisl seriam as primeiras três medi-das no que diz respeito às politicasdas Comunidades que o novo Go-verno deveria introduzir depois as-sumir funções?Em primeiro lugar devo constatar queas Comunidades Portuguesas fazemparte da nossa história mais profundae possuem um universo de potencia-lidades que o país deveria aproveitarmuito melhor. A rede dos portuguesesno mundo poderia ser melhor explo-rada para o desenvolvimento de Por-tugal. Temos portugueses comgrandes sucessos em todas as áreas,nomeadamente nas artes, na ciência,na engenharia, na política e na econo-mia. Vamos criar sinergias através dainternacionalização da economia por-tuguesa.Precisamos de ir mais longe tambémna cooperação económica, facilitandoo investimento, as parcerias e os pro-

jectos conjuntos de empresários emPortugal e na diáspora, na linha doanunciado no programa NETINVEST, que esperamos possa ser implemen-tado tão rápido quanto possível. Mas,além disso, e um pouco no espírito doNETINVEST, o Governo deveria im-pulsionar a criação de um “balcãoúnico” para a captação do investi-mento dos empresários portuguesesdas comunidades e para a criação deparcerias entre empresas com sede emPortugal e noutros países detidas ouparticipadas por cidadãos portuguesesou de origem portuguesa. Com efeito,existe uma expectativa muito grandeentre os empresários das comunida-des para que a sua vontade de investirseja aproveitada. Porém, muitas vezesquando os empresários se dispõem ainvestir no país ou a criar parceriasdeparam-se com dificuldades de di-versa ordem, sobretudo burocráticas,e de diferenças de cultura empresariale administrativa. A segunda medida seria criar umnovo projecto de intercâmbio na áreada juventude e da terceira idade. Osjovens portugueses que nasceram forade Portugal só conhecem Portugal,como país ande passam férias. Daí aimportância em se aprofundar o elo deligação com programas de estágiosprofissionais ou bolsas de estudo. Por-tugal deve ter interesse em manter ovinculo com a juventude. Os reforma-dos muito contribuíram para Portugale devem ter o reconhecimento que

merecem. Os “emigrantes” mais ve-lhos são umas das vítimas da actualdesagregação familiar, ficando redu-zidos à solidão, falta de protecção, de-pressões, problemas financeiros.Precisam da ajuda do Estado. Os ser-viços sociais dos Consulados deve-riam juntamente com os ConselhosConsultivos e as forças associativascriar medidas de recreio e de apoio. A terceira medida também dou muitaimportância, porque o nosso contactodiário com Portugal é feito na norma-lidade através do canal de televisão. Éextremamente importante reformar aRTPi, precisamos de um programa detelevisão adequado.

Numa situação económica-finan-ceira muito particular que o paisvive, em seu entender como pode-riam os portugueses residentes noestrangeiro fazer para ajudar Portu-galA internacionalização da economiacriando uma rede de cooperação co-mercial, turística industrial com asComunidades como apresentei na pri-meira medida, acima mencionada,seria a melhor ajuda que os portugue-ses no estrangeiro poderiam prestar aPortugal. A grande rede do associati-vismo poderia neste contexto ser tam-bém aproveitada.Sabemos que em altura de crises omelhor que se pode fazer a nível pes-soal e a nível de Estados é o reforço

psicológico. Temos que dar a certezaque Portugal pode contar conosco.Devemos manifestar a nossa solida-riedade e termos mais cuidado comcríticas negativas.Sabemos que os portugueses a vive-rem fora de Portugal defendem pa-drões de vida mais conservadores, sóse gasta, aquilo que se ganhou. Emtempos difíceis os portugueses emPortugal devem acabar com petrichosde outrora, com confortos, costumesbrandos e consumismo. Com o devidocuidado podem aprender com os por-tugueses a viverem fora de Portugal.Embora a crise actual em Portugaltenha resultado de uma política erradado Euro e da crise financeira a nívelmundial, Portugal só poderá recuperara sua imagem, se acabar com certoscostumes que não estão em conformi-dade com a realidade económica. Temos muito para dar a Portugal. Esteé o motivo da minha candidatura. Vamos dar outro impacto às Comuni-dades e irei lutar para que os 5 mi-lhões de Portugueses fora de Portugalsejam ouvidos e tenham uma outra re-presentação na Assembleia. 4 Depu-tados são insuficientes. Irei lutar pormais.Aprecio a experiência da emigraçãocomo uma mais-valia. Admiro todasas pessoas que superam o seu con-forto de rotina e procuram noutrosPaíses o seu sucesso pessoal. Admiroas Comunidades. Sou filho das Comu-nidades e orgulho-me pelo mesmo.

3 perguntas a...Nelson Rodrigues, Rheine, candidato do Partido Socialista às eleições legislativas

3 perguntas a...Artur Amorim, Estugarda, candidato do Partido Social Democrata às eleições legislativas

Diga-nos uma razão convincentepara que os eleitores votem na sualista e, naturalmente, em si.Em primeiro lugar deixe-me saudaros leitores e assinantes do PORTU-GAL POST.Uma das principais razões é eu pró-prio ser da emigração. Sou naturalde Darmstadt, Alemanha e, comotal, tenho uma vivência comum aoemigrante residente na Alemanha.Conheço os problemas por dentro

da Comunidade Portuguesa na Ale-manha, e das Comunidades Portu-guesas em geral e aquilo que mepode faltar na análise das questõesnacionais, como a qualquer outrapessoa que viva há muitos anos noestrangeiro, é facilmente superadopelo voluntarismo, conhecimento eidentificação que tenho com estaComunidade.Lembro também aos leitores doPORTUGAL POST, que tive ahonra de ser convidado para 2º dalista de candidatos do PSD pelo cír-culo da Europa, encabeçada peloex-Secretário de Estado das Comu-nidades Portuguesas, Carlos Al-berto Gonçalves, o que demonstraa importância que mereceu do PSDe do Dr. Pedro Passos Coelho. Não escondo que para mim, foiuma enorme honra ser convidado aintegrar esta lista, mais do que oconvite a mim dirigido, ele é feitosobretudo à Comunidade Portu-guesa na Alemanha pela importân-cia que tem para Portugal.

Qual seriam as primeiras três me-didas no que diz respeito às politi-cas das Comunidades que o novo

Governo deveria introduzir depoisassumir funções?Em primeiro lugar, potenciar o in-vestimento das Comunidades Por-tuguesas em Portugal através de umconjunto de medidas tais como:- Desenvolver novos mecanismosde captação de poupanças e inves-timentos dos portugueses residentesno estrangeiro, como por exemplo,implementar algo de semelhantecomo a ex-conta-poupança emi-grante;- Aproveitar o tecido empresarialdas Comunidades Portuguesas noestrangeiro;- Dinamizar novas modalidades decooperação em rede entre os Con-sulados e as Associações Portugue-sas;- Fomentar o ensino da língua por-tuguesa no estrangeiro, concreti-zando a alteração da tutela doMinistério da Educação para o Mi-nistério dos Negócios Estrangeirosatravés do Instituto Camões, impli-cando não só a rede diplomática econsular mas também, aprovei-tando todas as iniciativas de âmbitoassociativo que tendam a alargar onúmero de alunos;

- Valorizar os Órgãos de Comuni-cação Social das nossasComunidades, nomeadamente im-plementando o porte pago;- Fazer crescer a participação cívicae política das nossas Comunidades,em particular, possibilitar aos por-tugueses residentes no estrangeirovotarem nas eleições autárquicasem Portugal;- Sem esquecer, naturalmente, oacompanhamento e apoio que deveser prestado pela Secretaria de Es-tado das Comunidades Portuguesasà rede associativa portuguesa no es-trangeiro.

Numa situação económico-finan-ceira muito particular que o paÍsvive, em seu entender como pode-riam os portugueses residentes noestrangeiro fazer para ajudar Por-tugal?Os portugueses residentes no es-trangeiro, são ainda hoje um su-porte importante para a economiaportuguesa e foram fundamentaisem crises anteriores que o País co-nheceu. Infelizmente, o Governodo Eng. Sócrates não teve qualquersensibilidade nesta área, em parti-

cular, na componente económicapois a única decisão que tomou emseis anos de governação foi acabarcom a conta-poupança emigrante,ou seja, no momento em que o Paísmais necessitava contar com aspoupanças dos emigrantes, o sinaldado pelo Governo Socialista foiprecisamente o contrário. Gostaria de lembrar, que Portugalface ao momento difícil que atra-vessa será mais forte, se contar coma sua diáspora. Deixo esta pergunta aos leitores doPORTUGAL POST: Não é lógicoque um País de dimensão médiacomo o nosso, tenha tudo a ganharse contar no esforço e no desenvol-vimento nacional com os 5 milhõesde portugueses residentes no es-trangeiro? Eu penso que sim. E esta forma de pensar é do nossocabeça de lista Carlos Alberto Gon-çalves, também ele português resi-dente no estrangeiro e, sobretudodo Dr. Pedro Passos Coelho, quecom ele reuni várias vezes nos últi-mos tempos a fim de trabalhar emtorno desta ideia de um Portugal re-partido pelo mundo através dassuas Comunidades.

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10

Foi em Geislingen an derSteige que no passado dia30 de Abril foi organizadana sede do grupo motardAzeiteiros a primeira sar-dinha azeiteira em queparticiparam os grupos mo-tards portugueses das re-giões mais vizinhas. Umapalavra de destaque para ogrupo motard Patriotas deSingen que pernoitaramnas “instalações azeiteiras”e que sem dúvida deramuma enorme contribuiçãopara a boa disposição dafesta.

Os acordes musicaisforam dados pelo jovem ta-lentoso Vitos Costa(www.vitor-costa.com) ,bastante já conhecido emvárias comunidades portu-guesas e que mais uma vezconseguiu com as suas te-clas que até os coxos e ma-netas pudessem abanar ocapacete até altas horas damadrugada.

O responsável pelogrupo motard, ManuelMatos e o seu companheirode equipe João Fialho, dãoum bom exemplo e deixambem claro que neste pe-queno e jovem grupo mo-tard, que tem o lemaAmizade , Humildade e Ho-nestidade, se pode convi-ver com alto grau decamaradagem e amizadeexistente dentro do grupo.Digno de referenciar neste

grupo é união entre a ver-dadeira família e a famíliamotard.

Estes motards azeitei-ros fazem-se acompanharpelas esposas todas as vezesque se deslocam e partici-pam em festas motards deoutros grupos, mesmo forada Alemanha, tendo assima secção feminina umgrande peso na boa disposi-ção do grupo .

www.os-azeiteiros.de

Motards “Os Azeiteiros” organizam sardinhada

Como tem vindo a sernotório nos últimos anos,continua a aumentar o nú-mero de colectividades quesão forçadas a encerrar assuas portas por falta deapoio dos governos emPortugal (sem excepção) ede recursos financeirospara a sua manutenção. OCentro Português emMünster, fundado e 1967,também foi alvo dessa mo-léstia.

Há, a meu, certos facto-res importantes culpadosnesta decadência, dos quaisos mais graves recaemsobre os governos e outrasagremiações na emigração(talvez sem poderes), comoa FAPA, C.C.P. etc sem si-nais de que tenham feitoalgo para ajudar a salvar ascolectividades desta situa-ção.

Também tem sido notá-vel que nas associações háfalta de garra associativaque existia na primeira ge-ração de emigrantes, vindanos anos sessenta que tal-vez por dificuldades de in-tegração começou porfundar centros e associa-ções, para que o convívio ea cultura portuguesa preva-lecesse, pondo em práticaas nossa tradições de nortea sul de Portugal. Esta ge-ração com fortes raízes li-gadas a Portugal continuoua acompanhar até certoponto a vida politica donossos país, dando alas dealegria sobre a liberdadeimplantada do dia 25 deAbril 1974 que mais in-centivou o desejo de voltarem breve à terra natal.. Asegunda geração, compostopor um número acrescidode filhos da primeira, aindadeu continuidade ao que jáestava a funcionar e atéparticipou na fundação denovas associações em di-versos pontos da Ale-manha. O seu interessepolitico desvaneceu consi-deravelmente visto ser umageração 90 % já nascidaaqui e com uma integraçãoacentuada no país em quecresceram e se formaramprofissionalmente. A ter-ceira geração, já compostapelos netos, a maioria pos-suidora do BI alemão.Quase nem vale a pena re-ferenciar, porque as colecti-vidades ou a politica donosso país, e a cultura por-tuguesa nada lhes diz, to-mando em conta a retiradadas poucas horas de ensinoe professores da língua deCamões pelos governos de

Portugal. Esta é a verdade nuae crua e o resultado da desaten-ção por parte dos nossos go-vernantes, em relação aosemigrantes que nunca fora,considerados filhos da Nação,mas que o mesmo irá sentircada vez mais a falta dos frutosdaqueles que um dia partiramà procura duma vida digna emerecedora, que nunca esque-ceram a sua pátria e muito con-tribuíram para a sua economia.

Voltando ao tema: A partirdo dia 3 de Abril de 2011, a co-munidade portuguesa emMünster ficou mais pobre como encerramento do Centro Por-tuguês. Perdeu-se a continui-dade dos convívios com osamigos e familiares, onde tinhalugar as festas de casamentos,comunhões, batizados, etc...Por onde passaram aritstascomo artista como MarcoPaulo, Fernando Farinha, Ale-xandra, Tonicha e muitos ou-tros. Onde se fizeramencontros culturais, religiosose políticos, {…} Perdeu-semuitos valores ali construídos,muito esforço e dedicação demuitas pessoas que ali marca-ram presença e trabalharampor amor à causa. Ali esti-veram presentes com muito re-speito as fotografias do ex-Presidente da República, JorgeSampaio, do Eusébio, umlindo e valoroso quadro deLuís de Camões’, muitas fotosde presidentes que ali passa-ram acompanhados por um re-cheado número de galhardetes,quadros e trofés, conquistadosem tempos de glória por joga-dores orgulhosos que represen-taram a equipe de Fetebol doC.P.M.. Muito teria ainda porcontar sobre este Centro, por-que sou um dos fundadoresque ainda resta do grupo quefundou este centro em 1967.Infelizmente foi-me anunciadoo encerramento do mesmonuma altura em que estavahospitalizado, impedido deestar presente no dia do adeus..É com imensa mágoa ques es-crevo estas linhas, mas não re-sisti à tentação de expressaraqui este desabafo de muitatristeza.. Apenas um incentivopara a ajudar a impedir queestes casos se repitam. Não nosdeixemos dominar plo como-dismo. Se cada um de nós fi-zesse um pouco mais, tudoestaria melhor, porque fazerbem é fácil quando somosmuitos a ajudar. Um dia Nel-son Mandela disse “morre umidoso, morre com ele uma bi-blioteca”. Hoje eu digo:“morre uma colectividade,morre com ela a cultura portu-guesa”.

António Dias Mendes

Um adeus ao Centro Português em Münster

Fala o Leitor

Concluída a acção dacampanha alusiva ao 18aniversário do PORTUGALPOST que a nossa editorapromoveu através de umaedição especial a qual pa-trocinava um sorteio detrês viagens para duas pes-soas à Ilha da Madeira, ALisboa e ao Alentejo.

Esta acção teve a cola-boração da Agência de Co-municação sediada emMunique, Pura Communi-cations, a cadeia hoteleiraQuintas da Madeira, TAPPortugal, a Avis- Rent-a-Car e a Turismo do Alen-tejo, a quem, de resto,queremos mais uma vezagradecer a confiança.

O sorteio foi realizadoentre os novos assinantes,incluindo aqueles que fize-ram a renovação da assina-tura.

Assim, procedeu-se aocarregamento dos nomes emoradas de todos os con-correntes para uma bancode dados, os quais foramimpressos em etiquetasque por sua vez foram cola-dos em postais iguais.

Depois de misturadostodos os postais procedeu-se de forma aleatória aosorteio do qual saíram osseguintes contemplados:(ver caixa com os nomesdos sorteados)

A todos os contempla-dos os nossos parabéns euma palavra de agradeci-mento a todos os novos as-sinantes que vieramjuntar-se à grande famíliade leitores assinante doPortugal Post.

Por último, os premia-dos foram avisados porcarta.

1º PRÉMIOViagem para duas pessoas à Ilha da Madeira com estadia de 7 diasem quarto duplo repartidos por três diferentes unidades hoteleirasdo mesmo grupo hoteleiro e ainda carro de aluguer :Luísa ReckBeethovenstr 22 - I71083 Herrenberg(Prémio gentilmente cedido pela TAP Portugal, Quintas da Ma-deira e AVIS-Rent-a-Car – Em cooperação com Pura Communi-cations

2º PRÉMIOUma viagem a Lisboa para duas pessoas com estadia de 7 dias emquarto duplo no hotel Mundial:José Martinho Oliveira40885 Ratingen(Prémio gentilmente cedido pela TAP Portugal e Hotel Mundial -Em cooperação com Pura Communications )

3º PRÉMIOUma viagem para duas pessoas ao Alentejo durante 7 dias comestadia em quarto duplo repartidos por três diferentes unidadeshoteleiras (Campo Maior, Évora e Pias): Boto Ferrão Maria82362 Weilheim(Prémio gentilmente cedido pela TAP Portugal, Hotel Santa Bea-triz, Quinta da Espada e Albergaria Bética - Em cooperação com

Campanha Leia e Ganhe do PORTUGAL POST

Primeiro prémio foi para Kircheim /Teck

A cidade de Hilden, pa-redes meias com Dussel-dorf, tem um novíssimorestaurante aberto desde 29de Abril último, o APÚLIA–MAR RESTAURANTE

Não é um restaurantequalquer com uma qual-quer ementa. A gerência doAPÚLIA-MAR quer fazer adiferença ao apostar naqualidade e sobretudo nomarisco fresco e numa ricacarta de peixe fresco grel-

hado a carvão.A gerente do restau-

rante, senhora D. ClaudinaRibeiro, consciente de que oêxito do restaurante juntodos clientes passa pela ori-ginalidade, apresenta recei-tas e especialidades quefarão atrair os mais exigen-tes apreciadores de umaboa gastronomia.

As especialidades de ba-calhau, em que se destaca oBacalhau assado na telha, e

ainda a sapateira recheadasão alguns dos motivos parauma visita.

Com cerca de 60 lugaressentados, terraço para osdias de bom tempo e parqueprivativo são as vantagensde quem se desloca ao APÚ-LIA-MAR.

O interior do restau-rante é acolhedor e a suadecoração com artigos liga-dos ao mar da zona entre aPóvoa do Varzim e Espo-

sende fazem do restauranteum local original.

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O FC Porto conquistou a quartataça europeia da sua história, aovencer o Sporting de Braga por 1-0, na final da edição 2010/2011 daLiga Europa em futebol, dispu-tada em Dublin, na República daIrlanda.

Um golo do avançado colom-biano Falcão, aos 44 minutos,selou o triunfo dos “dragões”, quejá tinham na sua sala de troféusduas edições da Taça dos Cam-peões (1986/87 e 2003/2004) euma da Taça UEFA (2002/2003).

Oito anos após a conquista daTaça UEFA e depois de sete anosconsecutivos na Liga dos Cam-peões, que arrebatou em2003/2004, o FC Porto celebrou,assim, da melhor forma, o re-gresso à “segunda” prova conti-nental.

Em 2002/2003, os comanda-dos de José Mourinho venceramos escoceses do Celtic, em Sevi-lha, por 3-2, após prolongamento,com um “bis” de Derlei e umtento de Alenitchev.

Foi a primeira de duas épocasmágicas, já que, na seguinte, os“dragões”, na despedida de

„Mou“, conquistaram a “Cham-pions”, em Gelsenkirchen, na Ale-manha, ao superarem na final o

AS Mónaco por 3-0, com tentosde Carlos Alberto, Deco e Alenit-chev.

Estes foram os últimos capítu-los da brilhante história europeiado FC Porto, que chegou pela pri-meira vez a uma final em 1983/84e, pela única vez, não foi feliz, jáque, apesar de um tento de Antó-nio Sousa, perdeu por 2-1 com apoderosa Juventus, em Basileia,na Suíça.

Os “dragões” só esperaram,porém, mais três anos para arreba-tarem o primeiro troféu: emViena, na final da Taça dos Cam-peões Europeus, venceram os ale-mães do Bayern Munique por 2-1,depois de terem chegado ao inter-valo a perder, com tentos do arge-lino Madjer, e o inesquecívelcalcanhar, e do brasileiro Juary.

Além destes troféus, o FCPorto conta duas edições da TaçaIntercontinental e uma SupertaçaEuropeia, prova que vai voltar adisputar no início da próximaépoca, frente ao FC Barcelona ouao Manchester United, finalistasda „Champions“.Lusa

FC Porto soma quarta taça europeia da sua história

Dublin, 18 de Maio de 2011. Foto Lusa

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Page 12: Portugal Post Junho 2011

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011Literatura12

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A necessidade de valorizar, reco-nhecer e projectar os autores por-tugueses que vivem no estrangeiroe a discussão sobre se existe ounão uma especificidade da litera-tura das comunidades, foram ostemas centrais da mesa redondasobre a literatura na diáspora, deque foi co-organizador e modera-dor o deputado do PS, Paulo Pisco.

O encontro, que decorreu noâmbito da III Bienal de CulturasLusófonas, no Centro CulturalMalaposta, contou com a presençados autores portugueses MariaJoão Lehning, que vive em França,Ricardo Adolfo, que vive na Ho-landa, Paula Lemos, que vive naAlemanha e ainda Paula Tavares,que é angolana e reside em Portu-gal.

Ao intervir na abertura do de-bate, o deputado socialista consi-derou que existe um universoriquíssimo no âmbito da literaturadas comunidades devido a umconjunto de temas sempre presen-tes e que apresentam grandes po-tencialidades na produçãoliterária, como o conflito de iden-tidades, o choque de culturas, o re-gresso às origens ou o sentimentode perda.

Em declarações , Paulo Piscoconsiderou este encontro de escri-tores lusófonos “muito impor-tante”, acrescentando que existe“um défice de reconhecimento,tanto em Portugal como nos paí-ses de acolhimento, dos escritoresportugueses que vivem noutrospaíses”.

Paulo Pisco considerou que "oEstado português, as entidades

públicas, estruturas diplomáticase consulares deveriam ter umpapel mais activo na promoção,valorização e reconhecimento des-tes escritores."

Por sua vez, a escritora MariaJoão Lehning considerou que “osportugueses não se interessampelos problemas de quem emigranem pelas obras literárias queessas pessoas produzem”.

“As pessoas cá, em Portugal,não se interessam muito pelosproblemas das pessoas que emi-gram.

A emigração é vista como oscoitadinhos que saem do país paraganhar dinheiro e só isso. Pensoque a emigração ainda tem umaconotação negativa”, declarou aescritora, que vive há 24 anos emFrança.

“Há muitos emigrantes quetêm outros valores, que não que-rem só o dinheiro, querem partici-par nas outras culturas, no fundo,associar-se às duas culturas”, de-clarou a autora do livro"D´Acordo", um romance quedescreve o difícil percurso da emi-gração.

“A ligação com Portugal é feitaatravés da escrita. É uma forma deestarmos perto do país, porque es-crever na língua mãe é quasecomo estar em Portugal”, dizMaria João Lehning. “Escrevemosporque temos também uma outraimagem de Portugal, vemos deuma outra maneira. O olhar émais objetivo, para tentar perce-ber as pessoas”, acrescentou.

A escritora Paula de Lemos,que vive na Alemanha há 15 anos,

Paulo Pisco defende reconhecimento dos autores portugeses

considerou por seu turno queestes encontros com autores por-tugueses na diáspora dão a possi-bilidade ao público de conhecerescritores pouco divulgados emPortugal.

“Outro ponto importante é quedemonstra que fora de Portugal háescritores lusófonos, como um[José Eduardo] Agualusa ou umaOdete Semedo, que são lidos, têmum público, mesmo a escrever

fora de Portugal na sua língua ma-terna e na língua do país ondevivem”, referiu Paula de Lemos,que também é professora e temvárias obras publicadas em portu-guês e alemão.

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011 13

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Mundo Português

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á no nosso país um dis-tanciamento inexplicá-vel em relação aosportugueses residentesno estrangeiro, tantopor parte da sociedadecomo das instituições. E

isto é incompreensível à luz danossa história de séculos, que foideixando um importante patrimó-nio histórico, cultural e humanopor todos os continentes, e da es-trutura da nossa população, vistoque não há quem não tenha um fa-miliar ou um amigo a viver fora dopaís.

Os portugueses estão literal-mente espalhados por todo omundo, o que constitui uma ri-queza inquestionável e um trunfoeconómico e diplomático degrande valor. Todos esses milhõesde portugueses de várias geraçõesestão apenas à espera de um sinalmais visível para se envolveremactivamente nos destinos no país,o que seria de grande importânciatanto para eles como para Portu-gal.

No entanto, esta realidade tãoóbvia e ao mesmo tempo tão dis-tante contém em si contradições.Não obstante as migrações seremestruturantes da nossa identidade

colectiva e da nossa história, asociedade portuguesa continuaa ter em relação aos residentesno exterior uma certa forma depreconceito, ao ponto de os fa-zerem sentir-se estranhos noseu próprio país. O que é in-compreensível. Tal como é in-compreensível que se continuea utilizar indiscriminadamentea palavra „emigrante“ para de-signar tanto os portuguesesque saíram de Portugal comoos que nasceram nos paísesque acolheram os seus pais.

Fruto das vicissitudes danossa história, particular-mente como consequência dosfluxos migratórios a partir dosanos 60, em que a grandemaioria dos portugueses aban-donavam o país pobres e semescolaridade e iam viver emcondições muito precárias, apalavra „emigrante“ foi adqui-rindo ao longo dos anos umacarga negativa. Com a sua as-censão social e a afirmação dasnovas gerações, a palavra„emigrante“ foi-se tornandocada vez mais desagradável eincómoda, pelo seu significadopesado, provocando em mui-tos até uma certa mágoa. Oideal, portanto, é eliminar essacarga negativa banindo a palavrado nosso vocabulário e adoptando

a formulação do artigo 14.o daConstituição da República, que se

refere a „portugueses residen-tes no estrangeiro“.

Muitos portugueses resi-dentes no exterior quandovêm a Portugal são confronta-dos com essa situação e nãogostam, pura e simplesmente,porque não querem ser vistoscomo estranhos. Até porque osmais antigos já estão noutrafase da sua vida e venceramtodas as dificuldades, da lín-gua, da integração, do estatutosocial. Quanto aos seus filhos,esses então ainda têm menos aver com aquele passado, em-bora estejam indissociavel-mente ligados a ele: têmoutros interesses, outros ob-jectivos na vida, outra menta-lidade, outra formaçãoacadémica e profissional.

A nossa sociedade e as nos-sas instituições precisam defazer um esforço muito maiorpara ter um relacionamentonormal com todos estes portu-gueses. Considerá-los parte in-tegrante da nossa nação semqualquer tipo de reservas.

As nossas instituições, osserviços públicos, deviam tersempre em consideração a suasituação específica de residen-

tes no exterior, para não os faze-rem sentir-se estrangeiros no seupróprio país. Além disso, não de-

viam ser discriminados em maté-rias fiscais ou patrimoniais ou nasexigências burocráticas. Bem pelocontrário. A haver discriminação,terá de ser positiva. É necessáriofazer um levantamento de todas assituações que constituem um obs-táculo a uma relação normal entrea nossa administração pública e osportugueses no exterior. Porexemplo, as equivalências acadé-micas deviam ser objecto de umaanálise detalhada para eliminarentraves aos jovens portuguesesresidentes na Europa ou em qual-quer outra parte do mundo e quequerem fazer valer a sua formaçãoescolar ou profissional em Portu-gal.

A nossa sociedade não podeignorar este imenso Portugal, nemconsiderar de forma diferentenenhum cidadão que tenha nacio-nalidade portuguesa. E isto deveser uma prioridade nacional, nãosó porque todos esses portuguesestêm muito a dar ao nosso país equerem fazê-lo, mas também por-que Portugal não pode permane-cer alheado de uma parte tão vastadaquilo que é o seu capital maisprecioso, isto é, a sua gente, inde-pendentemente do seu percursode vida e do país que escolheupara viver.

Deputado do PS

Portugal em todo o mundoNuma história de séculos, Portugal foi deixando em todo o mundo um importante património cultural e humano com um preciosovalor diplomático. É prioritário fortalecer esses laços

Paulo Pisco

H

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 201114 Histórias da História

Joaquim Peito

Com pouco mais de vinte anos deixoupara trás tudo o que lhe era querido epróximo para navegar rumo a umavida nova. Saiu da barra de Lisboa abordo de um navio da armada inglesano dia 25 de Abril de 1662, coman-dada pelo conde Sandwich, para secasar, em Inglaterra, com o rei CarlosII. No coração um misto de tristeza ealegria. Saudades da sua Lisboa, docheiro a laranjas, dos seus irmãos quejá haviam partido deste mundo e dosque ficavam em Portugal a lutar pelopoder. Partiu para um país desconhe-cido, com uma língua diferente dasua, sem sequer dominar a língua,para mergulhar numa corte de usos ecostumes “escandalosamente” dife-rentes dos seus.

A história de uma princesa cujogénio estratégico da mãe, D. Luísa deGusmão, conseguiu casar com D.Carlos II de Inglaterra, mediante umavultado e polémico dote. O dote deCatarina deve ter sido um dos maisexóticos e sumptuosos da História:Levava consigo uma caixa de chá... ea moda dos leques. O dote de Catarinafoi determinante para o futuro impe-rial da Inglaterra e o chá iria mudarpara sempre a vida dos seus súbditos,tornando-se um elemento indissociá-vel da sua personalidade e da sua ma-neira de ser. Ao ritual do „chá dascinco“ estão associados os tradicio-nais scones e a marmalade, esta úl-tima também introduzida por Catarinade Bragança. A verdade é que o termo“marmelade” é a palavra portuguesa“marmelada”, que é confecionadacom marmelo, fruto que não era con-hecido em Inglaterra.

Além da “caixinha” de chá, Por-tugal entregava também à Inglaterra,como dote, açúcar vindo do Brasil,especiarias vindas do Oriente e tam-bém a pequena feitoria na ilha deBombaim, muito útil aos ingleses queassim iniciaram a sua intensa ativi-dade comercial com a Índia, maistarde colónia inglesa e a praça de Tân-ger em África. Estas possessões por-tuguesas significavam muito para aInglaterra, que sempre privilegiou ospontos estratégicos, em termos de co-mércio e de guerra.

Mas os seus deslumbrantes cabe-los pretos, olhos muito escuros e umar doce deixavam perceber o entusi-asmo pelo casamento com o homemdos seus sonhos, Charles de Ingla-terra, um príncipe encantado que Ca-tarina amava perdidamente aindaantes de o conhecer.

Quando os noivos finalmente se

encontraram, em Portsmouth, Cata-rina ficou imediatamente apaixonadapor Carlos II que, embora feio, tinhaum porte régio e um enorme poder desedução. Também o rei ficou seduzidopela inocência de Catarina e cedo aamou… à sua maneira. Foi umarainha que sofreu as maiores descon-siderações do marido, por este termantido diversas favoritas, que secontam pela vintena, e muitas nãoforam nada simpáticas para com arainha, mas D. Catarina, esta com otempo ganhou uma sabedoria muitoespecial para lidar com elas. Se éfacto que isso aconteceu, também éimportante frisar que eram os usos daépoca. No cômputo geral, os 23 anosde casamento de D. Catarina de Bra-gança, não foi menos conseguido queo da maioria das princesas do seutempo e a prova é que Carlos II, foipor diversas vezes instado a divorciar-se e não o fez. Não tinha motivos,afirmava, aos que o aconselhavam adar esse passo. Disse-o mesmo emdeclarações públicas. À sua ma-neira, respeitou e amou a suarainha, apesar de lhe não ter dadoum herdeiro, o que era, na época,igual ou pior que ter uma má con-duta moral. Uma princesa marcadasobretudo por sucessivos abortosespontâneos que resultaram na suaincapacidade de alguma vez dar àluz um herdeiro.

D. Catarina de Bragança foi,como tantas infantas portuguesas,casadas com reis e imperadoresestrangeiros, tão feliz como as ou-tras, tendo em conta que os casa-mentos reais eram contratos, ondeinteresses políticos e económicospesavam mais que os aspetos ro-mânticos. Durante anos foi nego-ciado o seu casamento comCharles, herdeiro do trono da In-glaterra, para assegurar a ajuda fi-nanceira desse país à nossa Guerra daRestauração. Amor no casamento eraum «luxo» que muito raramente acon-tecia na vida dos monarcas e impera-dores, e consequentemente dasrainhas e imperatrizes e isso quer aOriente quer a Ocidente. Mas D. Ca-tarina amou o marido, desde o pri-meiro momento e até ao dia da suamorte, em 1685.

Quem era?Catarina de Bragança foi a quarta

filha de D. Luísa de Gusmão (espan-hola de nascimento) e do futuro rei D.João IV (1604-1656), o rei da Restau-ração, o primeiro da Dinastia de Bra-gança. Tiveram sete filhos. Como porvezes acontece, numa irmandade desete, a coroa acabaria na cabeça domais novo. Das infantas, apenas so-breviveu D. Catarina, que nasceu nodia de Santa Catarina, a 25 de No-vembro de 1638, em Vila Viçosa. Foimuito mimada em pequenina pela

mãe e damas da corte e quando dei-xou de ser pequenina foi mandadaeducar num convento em Alcântara.D. João IV partiu de Vila Viçosa paraLisboa depois do triunfo de 1 de De-zembro de 1640, e o resto da corte, arainha e filhos só chegaram à capital,no Natal. Tinha a princezinha apenasdois anos. D. Catarina terá aprendidono convento a rezar, a bordar, a ouvire aprender os rudimentos de música ealgumas generalidades sobre História.Não aprendeu francês, nem inglês.

O período da Restauração, comtodas as suas dificuldades e as intrigastípicas de qualquer corte transforma-ram a vida de toda a família, princi-palmente a de D. João IV e D. Luísade Gusmão que enfrentaram as maio-res dificuldades para vencer a guerracontra Castela. Mas também Catarinaviu a sua vida completamente alteradae tocada muitas vezes pela tragédia.Foi aqui que perdeu os seus dois ir-mãos mais velhos. O seu irmão ado-

rado, o príncipe herdeiro D. Teodósio,que acabara de fazer 19 anos, depoisa sua irmã Joana, a sua confidente.Foi aqui que lhe disseram, que com amorte de sua irmã, lhe caberia a ela atarefa de fazer um casamento útil aoesforço de guerra. Não estava demodo algum preparada para um casa-mento com um estrangeiro e menosainda com um inglês. Se fosse comum espanhol como eram a maior partedos casamentos entre os dois países,seria certamente mais fácil, dada a afi-nidade de cultura e religião. Foi tam-bém aqui que começou a formar o seucaráter com a influência positiva dePadre António Vieira e de seus pais.Poderíamos dizer que Catarina her-dou o melhor de cada um dos seuspais: o caráter forte da mãe e o feitiodoce do pai.

Quem quer casar com Catarina?Apetecia dizer como na história

da Carochinha: “Quem quer casar

com a princezinha que é que é bonitae formozinha!”. Depois de pondera-das várias hipóteses de casamento,nomeadamente com D. João de Áus-tria, bastardo de Filipe IV, o Duque deBeaufort, neto de Henrique IV, a mãe,D. Luísa de Gusmão já viúva e re-gente, procurou o melhor casamentopara a filha. A diplomacia ditava-lheuma aliança com Inglaterra para ci-mentar a nova dinastia de Bragança,que substituía o período filipino e queainda nem todos os países tinham re-conhecido, bem como a Santa Sé. Eassim se fez. Foi escolhido Carlos IIde Inglaterra. O contrato de casa-mento levou o seu tempo, pois foi tra-tado ao pormenor. Neste caso, haviaainda um problema que era forçosoultrapassar, o da diferença de religião,mas os conselheiros da rainha D.Luísa de Gusmão adotaram o estrata-gema de realizarem o casamento emterritório inglês, de modo que o papanão pudesse interferir. Desde o tempo

de Henrique VIII, que a Igreja An-glicana não obedecia a Roma.

Carlos II de Inglaterra, viu osretratos da noiva e gostou da caradela. É certo que os retratos pinta-dos naquelas épocas e com fins decasamentos nunca mostravam asimperfeições. Neste caso o noivoficou sem saber a estatura danoiva, que era pequenina, roliça ecom os dentes ligeiramente salien-tes, mas, mesmo assim, não seriapor falta de beleza que Catarinanão seria rainha de Inglaterra.

Tudo ficou preparado para re-ceber a católica princesa portu-guesa em Portsmouth.

D. Catarina de Bragança járainha, teve, por diversas vezes,que passar por intrigas e perigosasconspirações pelo facto de ser ca-tólica. Vivia-se na Europa um pe-ríodo tenebroso de lutas e

intolerância religiosa.

Apaixonada e fiel ao homem quecomeçara a amar

O rol de amantes do seu maridoD. Carlos II variavam desde as aristo-cratas de boa linhagem a comediantesde duvidoso estatuto social. Tevequinze bastardos. Um rei ter amantesera vulgaríssimo, para não dizer gene-ralizado, desde sempre, e as futurasconsortes dos reis já sabiam, a priori,que assim era. E se muitos reis tinhamfavoritas apenas pelo prazer físico e ojogo da sedução, não pudemos esque-cer a elevadíssima taxa de mortali-dade infantil, que grassoupraticamente em toda a Europa até fi-nais do séc. XIX. Daí que filhos, bas-tardos ou não, eram bem-vindos. Equantos não foram reis? Carlos II,apesar de Catarina de Bragança nãoter nunca conseguido levar avantenenhuma gravidez foi um maridoatencioso e meigo, passem algumas

humilhações que lhe terá feito passar.Mas isso foi apenas nos primeirostempos.

Quando já viúva, Catarina de Bra-gança, regressou a Portugal foi alvode grandes manifestações de júbilotanto da parte dos portugueses comoda comunidade inglesa. Em Inglaterrateve, à despedida, todas as honrasprestadas a uma rainha, a que o povoda rua se solidarizou e trouxe no seuséquito ingleses e inglesas que perma-neceram vários anos no nosso país ede quem D. Catarina era amiga. Afi-nal era já, nos costumes e hábitos ad-quiridos, mais inglesa, queportuguesa. Podemos perguntar, e seCatarina de Bragança tivesse casadocom Luís XIV como esteve paraacontecer, em 1659? Teria sido maisfeliz? Teria a casta e ingénua Cata-rina, educada num convento, alheia àvida mundana sido mais feliz movi-mentando-se numa corte cheia de in-trigas, futilidades e invejas, numperfeito vespeiro que foi a corte deLuís XIV, com o constante rodopio defavoritas onde as irmãs Mancini semovimentavam, e depois entre a per-fídia da Montespan e a duvidosa-mente virtuosa madame deMaintenon? Temos quase a certeza,que Catarina de Bragança acabou porter mais sorte ao casar com Carlos IIde Inglaterra.

Até morrer recebeu uma pensãoque lhe era enviada por paquetes in-gleses, datando dessa data uma car-reira regular entre os dois países.

Por impedimento do rei de Por-tugal D. Pedro II, Catarina de Bra-gança foi por duas vezes regente.Antes de morrer quis voltar a Vila Vi-çosa, o que aconteceu, em Fevereirode 1699.

Dela disse a escritora LilliasCampbell Davidson, «She was one ofthe best and purest women who evershared the throne of England». E Ha-milton diria desta rainha portuguesa«It was a sensible woman and devo-ted all her energies to pleasing theKing by those services which wereleast painful to her tender feeling (...)».

Uma “mulher dos nossos dias“,na medida em que lutou para não terde abdicar de nada, nem do coraçãodo marido, nem da sua religião cató-lica, apesar das perseguições de quefoi alvo, nem da sua determinação deservir a Pátria, que dependeu do auxí-lio do exército e da diplomacia in-glesa para finalmente pôr fim àGuerra da Restauração, nem tomarpartido na luta pelo poder que em Por-tugal era disputada pelos seus dois ir-mãos, Afonso VI e Pedro, mais tardetambém ele rei.

Em 1914 os seus restos mortaisforam transladados do Mosteiro dosJerónimos para S. Vicente de Fora.

Catarina de Bragança.

A coragem de uma infanta portuguesa que se tornou rainha de Inglaterra

Page 15: Portugal Post Junho 2011

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011 15Geschichten aus der Geschichte

Mit wenig mehr als zwanzig Jah-ren ließ sie alles, was ihr lieb undteuer war, hinter sich, um einemneuen Leben entgegen zu segeln. Am25. April 1662 verließ sie die Hafen-einfahrt von Lissabon an Bord einesSchiffes der englischen Flotte unterdem Befehl von Graf Sandwich, umin England König Charles II. zu ehe-lichen. In ihrem Herzen mischten sichTrauer und Freude, Heimweh nachihrem Lissabon, nach dem Duft vonOrangen, ihren Geschwistern, dieschon aus dieser Welt gegangen unddenen, die in Portugal gebliebenwaren und um die Macht kämpften.Sie brach auf in ein unbekanntes Landmit einer ganz anderen Sprache, diesie nicht einmal beherrschte, um ineinen Hofstaat mit Sitten und Gebräu-chen einzutauchen, die so „skanda-lös“ anders waren als die ihren.

Es ist die Geschichte einer Prin-zessin, deren Heirat mit KönigCharles II. von England ihre Mutter,Dona Luísa de Gusmão, mit strategi-schem Geschick und mittels einer rei-chen und umstrittenen Mitgiftzustande gebracht hatte. Die Mitgiftvon Catarina muss wohl eine der exo-tischsten und prächtigsten der Ge-schichte gewesen sein: Sie brachteeine Büchse Tee mit ... und die Modeder Fächer. Die Mitgift Catarinas warentscheidend für die imperiale Zu-kunft Englands und der Tee sollte dasLeben ihrer Untertanen für immerverändern und zum untrennbaren Be-standteil ihrer Persönlichkeit und Le-bensweise werden. Zum Ritual des“Fünf-Uhr-Tees” gehören die „Sco-nes“ (Milchbrötchen) und die „Mar-melade“, welch letztere ebenfalls vonCatarina von Bragança eingeführtwurde. Tatsächlich kommt das Wort“marmelade” vom portugiesischen„marmelada“, die aus Quitten (mar-melo) gekocht wird, eine Frucht, diein England unbekannt war.

Außer dem “Büchslein” Tee,übergab Portugal als Mitgift an Eng-land auch Zucker aus Brasilien, Spe-zereien aus dem Orient, sowie denHandelsplatz Tanger in Afrika und diekleine Faktorei auf der Insel Bombay,die für die Engländer sehr nützlichwar, da sie von dort aus ihre intensiveHandelstätigkeit mit Indien begannen,das später englische Kolonie wurde.Diese portugiesischen Besitzungenbedeuteten für England viel, denn esbevorzugte beim Handel wie imKrieg stets die strategisch wichtigenPunkte.

Die Braut hatte herrlicheschwarze Haare, sehr dunkle Augenund weiche Gesichtszüge, deren Aus-druck schon ihre Begeisterung für dieHeirat mit dem Mann ihrer Träume,Charles von England, erraten ließ,dem verzauberten Prinzen, den Cata-rina bereits maßlos liebte, bevor sieihn kennen gelernt hatte.

Als sich die Brautleute schließlich

in Portsmouth begegneten, verliebtesich Catarina sofort in Charles II., derzwar häßlich war, aber königlichesGehabe und eine außerordentlicheVerführungsgabe besaß. Auch derKönig war hingerissen von CatarinasUnschuld und liebte sie bald … aufseine Weise. Sie war eine Königin, diedie größten Rücksichtslosigkeiten vonihrem Gemahl zu ertragen hatte, da erverschiedene, ja, an die zwanzig Mä-tressen hatte, die der Königin gegen-über gar nicht nett waren; aber D.Catarina brachte es mit der Zeit zu be-sonderem Geschick im Umgang mitihnen. Auch wenn so etwas in der Tatgeschah, muss man doch unterstrei-chen, dass die Sitten jener Epoche sowaren. Im ganzen gesehen, waren die23 Jahre Ehe von D. Catarina vonBragança nicht weniger erfolgreichals bei den meisten Prinzessinen ihrerZeit; Beweis dafür ist, dass Charles II.verschiedene Male gedrängt wurde,sich scheiden zu lassen, was er nie tat.Er habe keinen Grund, erklärte erdenen, die ihm zu einem solchenSchritt rieten. Und sagte es sogar inöffentlichen Erklärungen. Er achteteund liebte seine Königin auf seineArt, obwohl sie ihm keinen Erben ge-schenkt hatte, was seinerzeit gleich-bedeutend oder schlimmer als einmoralisches Vergehen war. Eine Prin-zessin also, die vor allem durch auf-einanderfolgende spontaneFehlgeburten gezeichnet war, dieschließlich dazu führten, dass sie nieeinen Erben würde gebären können.

D. Catarina von Bragança war,wie so viele andere portugiesische In-fantinnen, die mit Königen und Kai-sern anderer Länder verheiratetwurden, so glücklich wie die anderen,wenn man bedenkt, dass königlicheHeiraten Verträge waren, bei denenpolitische und wirtschaftliche Interes-sen mehr wogen als romantische Er-wägungen. Ihre Heirat mit Charles,dem Thronerben Englands, war jahre-lang ausgehandelt worden, um unse-rem Restaurationskrieg die finanzielleHilfe seines Landes zu sichern. Liebein der Ehe war ein “Luxus”, der imLeben von Monarchen und Herr-schern, und folglich auch im Lebenvon Königinnen und Kaiserinnen inOst und West, nur sehr selten vorkam.Aber D. Catarina liebte ihren Gemahlvom ersten Augenblick an und biszum Tage seines Todes im Jahre 1685.

Wer war sie?Catarina von Bragança war das

vierte Kind von D. Luísa de Gusmão(einer gebürtigen Spanierin) und demkünftigen König D. João IV (1604-1656), dem König der Restauration,dem ersten aus der Dynastie Bra-gança. Sie hatten sieben Kinder. Wiees manchmal bei sieben Geschwisternso geht, sollte die Krone auf dasHaupt des Jüngsten kommen. Von denInfantinnen überlebte nur Dona Cata-rina, die am Tag der Heiligen Katha-rina, dem 25. November 1638 in VilaViçosa geboren war. Als kleines Kind

wurde sie von der Mutter und denHofdamen sehr verwöhnt und als sienicht mehr klein war, sandte man sieder Bildung wegen in das Kloster Al-cântara. D. João IV. brach nach demTriumph vom 1. Dezember 1640 ausVila Viçosa nach Lissabon auf, derübrige Hof, die Königin und die In-fanten kamen erst zu Weihnachten inder Hauptstadt an. Das Prinzeßchenwar erst zwei Jahre alt. D. Catarinawird wohl im Kloster beten und sti-cken, von den Grundlagen der Musikund einigen allgemeinen Dingen ausder Geschichte gehört und gelernthaben. Sie lernte weder Französischnoch Englisch.

Die Zeit der Restauration (derWiederherstellung der Unabhängig-keit Portugals von Spanien) mit allihren Schwierigkeiten und den anjedem Hof wohlbekannten Intrigenveränderten das Leben der ganzen Fa-milie, besonders das von D. João IV.und D. Luísa de Gusmão, die diegrößten Schwierigkeiten hatten, imKrieg gegen Kastilien zu siegen. Aberauch das Leben von Catarina ändertesich vollständig und oft berührte siedas Leid. Hier in Lissabon verlor sieihre beiden ältesten Geschwister,ihren heißgeliebten Bruder, den Kron-prinzen D. Teodósio, der soeben 19Jahre alt geworden war, und danachihre Schwester Joana, ihre Vertraute.Hier wurde ihr gesagt, mit dem Todihrer Schwester fiele nun ihr die Auf-gabe zu, eine für die Kriegsanstren-gungen nützliche Heirat einzugehen.Sie war in keiner Weise auf eine Eheim Ausland vorbereitet, noch viel we-niger auf eine mit einem Engländer.Wäre es ein Spanier gewesen, wie beiden meisten Heiraten zwischen bei-den Ländern, wäre es sicher einfachergeworden, denn Kultur und Religionwaren einander ähnlich. Hier bei Hofebegann sich auch unter dem positivenEinfluss von Padre António Vieiraund dem ihrer Eltern ihr Charakter zubilden. Wir können wohl sagen, Cata-rina habe das Beste von ihren Elterngeerbt: den starken Charakter derMutter und die sanfte Art desVaters.

Wer will Catarina heiraten?Man möchte fast wie im Ammen-

märchen sagen: “Wer will das Prin-zeßchen heiraten, es ist, ja es ist schönund wohlgestalt!“ Nachdem verschie-dene Heiratsmöglichkeiten erwogenworden waren, namentlich mit Johannvon Österreich, einem unehelichenSohn Philipps IV., mit dem Herzogvon Beaufort, einem Enkel HeinrichsIV., suchte die Mutter, D. Luísa deGusmão, die bereits verwitwet undRegentin war, nach der bestmöglichenHeirat für ihre Tochter. Die Diploma-tie verlangte eine Allianz mit Eng-land, um die neue Dynastie Bragançafester zu begründen, die auf die Herr-schaftszeit der drei spanischen Phi-lipps gefolgt und noch nicht von allenLändern anerkannt war, vor allemnicht vom Heiligen Stuhl. Und so ge-schah es. Charles II. von England war

der Erwählte. Der Ehevertragbrauchte seine Zeit, denn er wurde inallen Einzelheiten ausgehandelt. Indiesem Fall musste besonders ein Pro-blem überwunden werden, nämlichdie unterschiedliche Religion, aberdie Berater der Königin D. Luísa deGusmão verhinderten ein möglichesEingreifen des Papstes, indem sie dieHochzeit auf englischen Boden ver-legten. Seit der Zeit Heinrichs VIII.richtete sich die Anglikanische Kirchenicht mehr nach Rom.

Charles II. von England sah dieProträts der Braut und ihr Gesicht ge-fiel ihm. Sicherlich zeigten die Por-träts zu jener Zeit, schon gar die zuHeiratszwecken, nie die Unzuläng-lichkeiten. In unserem Fall wusste derBräutigam nichts über die Statur derBraut, dass sie klein und rundlich warund leicht vorstehende Zähne hatte;aber auch fehlende Schönheit hättenicht verhindert, dass Catarina Köni-gin von England geworden wäre.

Alles war bereit, um die katholi-sche portugiesische Prinzessin inPortsmouth zu empfangen.

Als Königin musste D. Catarinavon Bragança später allein wegen derTatsache, dass sie katholisch war, et-liche Male Intrigen und gefährlicheVerschwörungen durchstehen. Europadurchlebte eine dunkle Zeit mitKämpfen und religiöser Intoleranz.

Liebe und Treue für den Mann,den zu lieben sie begonnen hatte

Die Liste der Geliebten ihres Ge-mahls Charles II. war abwechslungs-reich, von Adligen aus hohem Hausebis zu Komödiantinnen von zweifel-hafter sozialer Herkunft. Charles hattefünfzehn uneheliche Kinder. Dass einKönig Mätressen hatte, war sehr häu-fig, um nicht zu sagen seit jeher all-gemein üblich, und die künftigenGemahlinnen von Königen wusstenvon vornherein, dass es so war. Undwenn auch viele Könige Favoritinnennur wegen des Vergnügens und desVerführungsspiels hatten, dürfen wirnicht vergessen, wie enorm hoch dieKindersterblichkeit war, die in ganzEuropa bis Ende des XIX. Jahrhun-derts grassierte. Daher waren Kinder,ehelich oder unehelich geboren, sehrwillkommen. Und wieviele wurdennicht Könige? Charles II. war, obwohlCatarina von Bragança keineSchwangerschaft durchstehen konnte,ein aufmerksamer und zärtlicherGatte, wenn wir einmal von einigenDemütigungen absehen, die er ihrwohl zugemutet hat, aber letzteres nurin der ersten Zeit.

Als Catarina von Bragança bereitsWitwe war, kehrte sie nach Portugalzurück und wurde mit großem Jubelbegrüßt, sowohl von seiten der Portu-giesen als auch von den ansässigenEngländern. In England hatte man ihrbeim Abschied alle einer Königin ge-bührenden Ehrungen zuteil werdenlassen, denen sich das Volk auf derStraße anschloss; in ihrem Gefolgebrachte sie Männer und Frauen aus

England mit, die einige Jahre in unse-rem Land blieben und denen D. Cata-rina in Freundschaft zugetan war.Schließlich war sie schon durch dieangenommenen Sitten und Bräuchemehr Engländerin als Portugiesin.Man kann wohl fragen, was wäre ge-wesen, wenn Catarina von BragançaLudwig XIV. geheiratet hätte, wie ei-gentlich 1659 bereits vorgesehenwar? Wäre sie glücklicher geworden?Wäre die keusche, naive Catarina,aufgewachsen in einem Klosterfernab des weltlichen Lebens, glück-licher gewesen, wenn sie sich aneinem Hofe voller Intrigen, Belanglo-sigkeiten und Neid hätte behauptenmüssen, in diesem wahren Wespen-nest am Hofe Ludwigs XIV., mit sei-nem ständigen Kommen und Gehenvon Mätressen, in dem sich dieSchwestern Mancini bewegten, danneine hinterlistige Montespan und eineMadame de Maintenon mit ihrerzweifelhaften Tugend? Fast ist mansicher, dass Catarina von Bragançaschließlich doch mehr Glück hatte, alssie Charles II. von England heiratete.

Bis zu ihrem Tode erhielt sie einePension, die ihr durch ein englischesPassagierschiff gesandt wurde, sodassfortan ein reguläres Linienschiff zwi-schen beiden Ländern verkehrte.

Als der König von Portugal, D.Pedro II., verhindert war, übernahmCatarina von Bragança zweimal dieRegentschaft. Bevor sie 1705 starb,wollte sie nach Vila Viçosa zurück-kehren und tat es im Februar 1699.Von ihr sagte die Schriftstellerin Lil-lias Campbell Davidson, «She wasone of the best and purest womenwho ever shared the throne of Eng-land» “(sie war eine der besten undreinsten Frauen, die je den Thron vonEngland teilten”). Und Hamiltonsollte von dieser portugiesischen Kö-nigin sagen «It was a sensible womanand devoted all her energies to plea-sing the King by those services whichwere least painful to her tender fee-ling (...) » (Sie war eine feinfühligeFrau und verwandte all ihre Kräfte da-rauf, den König durch die Dienste zuerfreuen, die ihr feines Empfinden amwenigsten verletzten(…)).

Aber sie war auch eine „Frau un-serer Tage“, wenn sie darum kämpfte,auf nichts verzichten zu müssen,weder auf das Herz ihres Gemahls,noch auf ihre katholische Religiontrotz aller Anfeindungen, noch aufihre Entschlossenheit, dem Vaterlandzu dienen, was von der Unterstützungdurch Heer und Diplomatie Englandsabhing, damit schließlich der Restau-rationskrieg ein Ende fand; zudemnahm sie Partei im Machtkampf ihrerbeiden Brüder in Portugal, Afonso VI.und Pedro, der später ebenfalls Königwurde.

1914 wurden ihre sterblichenÜberreste aus dem Kloster Hierony-mus in die Kirche S. Vicente de Foraüberführt.

(Übersetzt aus dem Portugiesi-schen von Barbara Böer Alves)

Joaquim Peito

Catarina von Bragança. Eine mutige portugiesische Infantin, die Königin von England wurde

Page 16: Portugal Post Junho 2011

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Pergunta: Tenho uma dí-vida de telefone relativa aosmeses de Outubro, Novembro eDezembro de 2007, e gostaria desaber qual o prazo de prescrição,pois ouço falar em dois prazos di-ferentes.

Os serviços públicos essenciaissão serviços fornecidos por entida-des públicas ou concessionados aterceiros que os devem prestarcom continuidade, regularidade,qualidade e preço acessível. Sãoserviços que visam assegurar ne-cessidades individuais e colectivasfundamentais.

Actualmente são consideradosserviços públicos essenciais os se-guintes serviços: fornecimento deágua; energia eléctrica (baixa ten-são); gás natural; gases de petró-

leo liquefeitos canalizados; comu-nicações electrónicas; serviçospostais; serviços de recolha e tra-tamento de águas residuais e ser-viços de gestão de resíduossólidos.

Por serem considerados servi-ços de tal modo importantes, sãoobjecto de uma tutela legal especí-fica na Lei n.º 23/96, de 26 deJulho, com as alterações introdu-zidas pelas Leis n.º 12/2008, de 6de Fevereiro e n.º 24/2008, de 2de Junho. O prazo de prescriçãoaqui previsto é de 6 meses após asua prestação (cfr. art. 10º da Lei23/96 de 26 de Julho).

No entanto, no dia 11 de Fever-eiro de 2004 entrou em vigor a leidas Comunicações Electrónicas(Lei 5/2004 de 10 de Fevereiro),que no seu artigo 127º n.º 2 excluiexpressamente do âmbito de apli-cação da lei n.º 23/96, o serviço detelefone. Pelo que desde a sua en-trada em vigor, até à entrada em

vigor da Lei n.º 12/2008, de 26 deFevereiro, que incluiu novamenteo serviço de comunicações electró-nicas na Lei 23/96 de 26 de Julho,o prazo de prescrição aplicável aoserviço de telefone é de 5 anos, nostermos do art. 310 g) do CódigoCivil.

Daí a razão do leitor ter ouvidofalar em 2 prazos diferentes.

No caso concreto, aos serviçosprestados no período referido, istoé, nos meses de Outubro, Novem-bro e Dezembro de 2007, uma vezque são posteriores à entrada emvigor da lei 5/2004 de 10 de Fe-vereiro e anteriores à entrada emvigor da Lei nº. 12/2008, é aplicá-vel o prazo de prescrição de 5 anosprevisto no artigo 310 g) do Có-digo Civil. Assim sendo, o direitoao recebimento do preço do ser-viço que lhe foi prestado ainda nãoprescreveu, pois só prescreve de-corrido o prazo de prescrição decinco anos.

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Não, não somos o centro domundo, mesmo que durante dezenasde anos nos tenham querido conven-cer disso mesmo: Portugal, centro domundo, o seu esplendor acima detudo. Como vão longe esses discursosda vacuidade...que, por vezes, em al-turas de crise, alguns vão buscar, emdesespero de causa, como quem diz:sim, agora estamos mal, mas já fomosmelhores, já fomos maiores, já fomosOS maiores...

Quem aqui vive, na diáspora, deu-se sempre conta do ridículo deste pa-lavreado. Mais realista é assumirmosa nossa pequenez - tamanho real, po-pulação, PIB, índices de educação esaúde - e, dentro desses limites, re-conhecer o que possuímos de valor,verões esplêndidos, paisagens intoca-das, vestígios históricos desde asantas às ermidas aldeãs, povo amis-toso e acolhedor, poetas originais, es-critores, artistas, uns poucos cientistasque se impõem pelo espírito inovador,artesãos de saber antigo, novos movi-mentos cosmopolitas. É lerem-se cer-tos blogs, é contactar gente nova cheiade ideias.

Assumir o (nosso) fado não comocanção melancólica e em lamúria mascomo canção altiva de gerações de ru-fias - esta ideia recolho-a no novo ro-mance de Teolinda Gersão "A cidade

de Ulisses" que como alfacinha reco-mendo vivamente. Ali encontrei umapassagem que fala da crise política de1983 (desde 1974 já tinha havido dezeleições!) que também foi crise eco-nómica, pois o FMI teve de inter-vir...É, e agora, no dia 16 de maio osministros das finanças europeus deci-diram ajudar, com 78 bilhões deeuros. Ajudar???? Dá vontade de gri-tar: Meninos, atenção, isto é dinheiroemprestado, não é para desbaratar.Estes 78 bilhões mereceram no meujornal alemão notícia de primeira pá-gina além de bastos comentários naspáginas económicas. Isto confirma oque eu digo à minha mãe quando elaaqui vem de visita e pergunta incré-dula, mas o teu jornal nunca diz nadade Portugal? Pergunta que testemunhaa tal ideia de que somos o centro domundo, o que os nossos palavrosos te-lejornais confirmam diariamente comas suas "umbigadas" e inquéritos à ví-tima, à vizinha da vítima e, se neces-sário, ao gato da vizinha da vítima. Ojornal alemão, quando traz qualquernotícia de Portugal nunca é boa notí-cia. A última, boa mesmo, deve tersido a da revolução, em 1974, e nessaaltura eu vivia lá e vivia-a, à revolu-ção, in loco. Talvez ainda tenha sidoboa a referente à nossa entrada para aUnião Europeia, no ano da graça de

1986. Desde lá a esta parte quandonotícias, só desgraças.

Para compensar os cabeçalhos ne-gativos ando nos transportes públicos.O meu caminho em corrida aceleradado metro para a S-Bahn passa poruma série de cartazes electrónicos ebrilhantes que anunciam o meu paísde belezas. Um recanto de uma qual-quer terra alentejana faz-me vir as lá-grimas aos olhos, de lindo que é. Háuma paisagem com água, talvez umabarragem, outras de mar. E Portugalescrito em letras garrafais para quetodos vejam e decidam comprar pas-sagem de avião e darem lá um salto.Nossa Senhora de Fátima velará porque isso aconteça. Se às nossas praiasnão irão acorrer este verão os portu-gueses por falta de recursos - comopagar os gelados às criancinhas e ascervejas dos progenitores? - então quepara lá vão turistas dispostos a gastar,a gozar a terra, o clima, a cultura.Assim tudo bata certo e eles regres-sem contentes, a dizer bem das gen-tes, da sua simpatia, da boaorganização do trânsito, da limpezadas ruas, da comida saborosa e dosmais adereços que o nosso país por-ventura lhes ofereça...

De lá, esporadicamente, chegam-nos as vozes criativas. Bem-hajamagentes literários, tradutores e edito-

ras que se dispõem a lançar no mer-cado alemão um ou outro produto danossa língua. Assim aconteceu hápouco com poemas de Saramago, quenão ficará na história da literaturacomo grande lírico, mas cujos poemasdos fins dos anos sessenta testemun-ham os seus pensamentos sobredeus&mundo, o seu modo de abordaras vivências da infância, o seu tra-balho de memória, as suas ideias doamor e do afecto, o seu comporta-mento como cidadão empenhado. Aesta antologia de poemas foi dado onome "Über die Liebe und das Meer",talvez porque estes aspectos vão aoencontro dos lugares-comuns sobrePortugal (país do amor e do mar...).Ela compila uma centena de poemasdos livros "Os poemas possí-veis"(1966) e "Provavelmente Ale-gria" (1970). Nesses anos Saramagoestava virado para o jornalismo e sóanos mais tarde, com "Levantado doChão"(1980) e, principalmente, com"Memorial do Convento"(1982) senotabilizava como o grande roman-cista que iria merecer o Nobel!Porém, é nestes textos líricos, muitosem decassílabos à maneira de Ca-mões, rimados ou não, curtos, densose concisos, que Saramago semeia oseu ideário do amor, a sua ironia, oseu tom de adágio popular. Se ao peso

dos seus romances por vezes quasesoçobramos, aqui, na leitura da suapoesia, damo-nos conta da leveza,dessa "alegria provável" da sua es-crita. Pena é que a edição não seja bi-lingue, mas recomendo que ofereçameste livrinho aos amigos alemães -quem sabe se não ganhamos assimmais uns quantos apaixonados quenos percorram a paisagem e provemdo nosso vinho...

Deixo-vos uma quadra sarama-guiana, no original:

Talvez que o nosso coração saibamais do que aquilo que a vida nosapresenta...E quem vier que traga ocoração nas mãos. Que entre e saiaem paz. Se se trata de amor, de amo-res, quem o poderá saber? Quantossegredos à nossa volta, quantos mis-térios, quanta incompreensão. Quantaverborreia de falsas promessas, quan-tos discursos panfletários, quanta con-versa fútil. Contra isso esta quadraque poderíamos pintar em azulejo e,muito castiçaamente, pendurar à en-trada da nossa porta. São as palavrasenigmáticas dos poetas que nos ilumi-nam os dias. Deixemo-nos levar porelas.

Da nossa pequenez

E se vier que traga o coraçãoNo seu lugar de paz. Amor diremos,Que outro nome melhor se não descobre.Só a vida não diz quanto sabemos.

CrónicaLuísa Costa Hölzl

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Page 18: Portugal Post Junho 2011

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 201118Agenda

Tome NotaAs informações sobre os eventos a divulgar deverão

dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289

Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc.. Citações do mês

Um pouco de paixão aumenta o espírito, demasiada apaga-oStendhal

Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.Beethoven , Ludwig

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Vice-Consulado de Portugal em Osnabruck

Schloßwall 2 49080 Osnabruck

Tel:0541/40 80 80

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

Vice-Consuladode Portugal em Frankfurt

Zeppelinalle 15 60325- Frankfurt

Tel: 069/979880-44;45

Consulado-Geralde Portugal em Stuttgart

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)

Hanauer Landstraße 114-11660314 Frankfurt

Tel.: +49 (0)69 90 501 933Fax: +49 (0)69 597 99 529

Endereços ÚteisJunho 2011

Grupo de FadosGerações

Actuações em qualquer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

4. 06.2011 – TRIER- Actuaçãodo Grupo “Fado Maior”. Org. As-sociação Cultural Portuguesa deTrier e.V. Local: TUFA, GroßerSaal. Início: 20h00

4.06.2011 – ARNSBERG-Grande OPEN AIR com BANDALUSITANA a partir das 18:00horas. Local: Gutenbergplatz emArnsberg. Info: www.bandalusi-tana.de

4.06.2011 – HAMBURGO –Festa integrada no evento OsDias de Portugal. Início: 18h00filme “Os segredos de Lisboa”com textos de Fernando Pessoa eum animado concerto de Jazzcom o grupo “Minnemann BluesBand”. Local: Rothenbaum-chaussee 64, 20148 Hamburg.

05.06.2011 – Hamburgo-Missa Motard Portuguesa emHamburg.Às 11:30h na St.Marien Kirche.Local: Danziger Straße 60Logo a seguir pelas 18h - Festacom animação. Na Lederstraße15 - Hamburg

10.06.2011 – HAGEN- Festa doDia de Portugal e das Comunida-des. Org. União Cultural e Des-portiva Portuguesa de Hagen.Local: Mühlenwert.

11.06.2011 – HAMBURG –Festa integrada no evento OsDias de Portugal. No dia 11 deJunho. Cultura tradicional por-tuguesa com jogos praticadosantes da era do futebol e quasi

esquecidos, com danças popula-res, especialidades culinárias,um teatro-revista e provas decafé do mundo lusófono. O temacentral será o Fado português e oseu correspondente nas ilhas deCabo Verde – a Morna, com con-certos ao vivo por conhecidos fa-distas e cantores de mornavindos de Hamburgo, Lisboa eParis.. Local: Rothenbaum-chaussee 64, 20148 Hamburg

11.06.2011 – MAINZ- Dia dePortugal e Dia Mundial daCriança organizado pela UDPMainz.

11.06.2011 – LEIPZIG – Noitede Fados com o grupo Antologiado Fado. Local: Clubhaus derLVB , Jahnallee 56 . 04177 Leip-zig

12.06.2011- HAMBURGO - Diade Cabo Verde. Local: Café CaboLounge Münzstraße 11 - 20097 HamburgCom Serenata abrilhantada pelogrupo "Nenezinho e seu con-junto", vindos de Paris, Pratos tí-picos de Cabo Verde e a habitualMorabeza e bem receber de sem-pre.

12.06.2011- HAMBURGO Tor-neio de Pentecostes org pelo Do-mingo dia 12.06.2011. Local:Oskar-Kesslau-Platz (nas trasei-ras do Beliner Bogen (BerlinerTor), Anckelmannsplatz 2f- APartir da 9h30

16.06.2011 – AUGSBURG –

Conferência O Fado pelo Drr Al-cides Murtinheira. Hora: 11h45.Local Universität Augsburg ,Universitätsstr. 2

18.06.2011- HAMBURGO -Portugal Summer Night. A partirdas 17h00 horas às 23:00 horas.Local: Spielbudenplatz (St.Pauli) Hamburg

18 e 19. 06.2011 – HAM-BURGO- Teatro. Peça UmSerão em Casa dos Silva, pelogrupo Teatro Luso. Local: Gym-nasium Hochrad , Hochrad 2 ,22605 Hamburg

24/26.06.2011 - BINGEN AMRHEIN - Congresso das Teste-munhas de Jeová. O congressoserá realizado em português naSala de Congressos em Bingen(Kongresssaal, Alfred-Nobel-Str.3, 55411 Bingen am Rhein). AsTestemunhas de Jeová convidamcordialmente todos os portugue-ses. Início (domimngo): 15h40

25.06.2011- HAMBURGO -Festa Open Air do São João apartir das 15:30 horas. A partirdas 22:30 horas grande fogo deartifício Local: Juventude doMinho e.V., Stenzelring 24

25.06.2011 – HILDEN- Festacom início pelas 15:00 com mu-sica portuguesa e variedades.Tradicionais assados ( sardi-nhada e mais...) portuguesesBaile com o conjunto "FM Radioand friends" até as 23:00Mühlenstr 16, 40721 Hilden

Page 19: Portugal Post Junho 2011

A CASA DA RÚSSIAJohn le CarréPreço: 13,50 Publicado em 1989, apre-senta os meandos de espiona-gem e contra-espionagementre o Ocidente e a antigaUnião Soviética.John le Carré arrasta-nos,

uma vez mais, para o seu mundo secreto e faz deleo nosso.Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numailha da costa do Maine que pertence à CIA, e no co-ração do próprio Barley Blair, Carré desenvolve nãoapenas uma história de espionagem, mas uma ale-goria do amor individual confrontado com atitudescolectivas de beligerância.

Jorge AmadoCapitães da AreiaPreço: € 11,50Capitães da Areia é o livro de Jorge Amado maisvendido no mundo inteiro. Publicado em 1937, tevea sua primeira edição apreendida e queimada empraça pública pelas autoridades do Estado Novo.Em 1944 conheceu nova edição e, desde então, su-cederam-se as edições nacionais e estrangeira, e asadaptações para a rádio, televisão e cinema.Jorge Amado descreve, em páginas carregadas degrande beleza e dramatismo, a vida dos meninosabandonados nas ruas de São Salvador da Bahia,

conhecidos por Capitães da Areia.

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PLZ /Cód. Postal Ort / Cidade

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Preencha de forma legível, recorte e envie para:PORTUGAL POST SHOPBurgholzstr. 43 - 44145 Dortmund

Queiram enviar a minha encomenda à cobrançaQueiram debitar na minha conta o valor da encomenda

Junte a este cupão um cheque à ordem dePORTUGAL POSTVERLAG e envie-o para a mo-rada do jornal ou, se preferir, pode pagarpor débito na sua conta bancária.Se o desejar, pode ainda receber a sua enco-menda à cobrança contra uma taxa quevaria entre os 4 e os 7 € (para encomendasque ultrapassem os dois quilos) que é acres-cida ao valor da sua encomenda.Não se aceitam devoluções.

NOTANos preços já estão incluídos os custos deportes de correio nas encomendas pagaspor débito (Lastschriftverfahren) e IVA

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Formas de pagamento

Manuel AlegrePreço: € 11,50As memórias de infância. Os cheiros, asvozes, as emoções de um tempo em que otempo não tem fim e o significado está pre-sente nas mais pequenas coisas. Todas elasficam sempre, como marcas na alma, princí-pios que norteiam a vida. A nostalgia dos lu-gares mágicos da infância. De Alma, vila

encantada onde convive tradição e subversão, melancolia e au-dácia, crendices, ideologia e futebol... Pela voz audaciosa dequem não receia dar-se a conhecer, chegam-nos ecos de um Por-tugal dividido entre a República e a Monarquia, um país queera, á época, o mundo de uma criança expectante e atenta.

Eça de QueirósA CIDADE E AS SERRASPreço: 11.50

A Cidade e as Serras - Eça de QueirosO romance foi publicado em 1899 (um anoantes da morte de Eça) na Revista Moderna, esaiu em livro em 1901. Pertence à última fasedo escritor, quando Eça se afasta do realismo edeixa a crítica dura que fazia à sociedade por-tuguesa da época.

CONTOS POPULARES PORTUGUESESPreço: 11.50Contos Populares Portugueses sãocontos de todos os tempos e de todasas idades. Uma obra que nos devolveo imaginário e o maravilhoso danossa cultura popular, e de que fazparte, entre outras, «História da Caro-chinha», «A Formiga e a Neve», «O Co-

elhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Loboe a Comadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

Tesouro das CozinheirasMais de 2000 receitas, 850 páginasPreis: € 70

É livro de cozinha mais vendidoem Portugal.Pela sua clareza, simplicidadee variedade constitui um pre-cioso auxiliar na elaboraçãodas suas ementas diárias.Aqui encontrará garantida-mente todas as receitas e todasas sugestões que procura.A variedade, o rigor e a apre-sentação cuidada fazem destaobra uma referência incontor-nável e indispensável em todasas cozinhas.

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Page 20: Portugal Post Junho 2011

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011Vidas2020

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os textosque nos enviam.Obrigado.

Caros SenhoresEstou aqui numa reclusão no

sul da Alemanha. Queria antes demais agradecer o envio do jornalque fazem gratuitamente a meupedido. Também quero agradecerao jornal Portugal Post a compan-hia que me faz nestes dias tãoamargos que passo aqui nesta pri-são para onde o destino me atirouna maldita hora em que saí dePortugal e vim para este país.

É sobre como vim parar aquique vos quero contar, emboraomite propositadamente os moti-vos. E se o faço não é nem maisnem menos do que um desabafo.Também o facto de ler as históriasde vida que outros escrevem emandam para aí incentivou-me afazer o mesmo. Só lhes peço oanonimato e o favor de corrigiremo que escrevo.

Tenho 36 anos, sou divorciadae em Portugal trabalhava numaempresa têxtil que fechou. Che-guei aqui há cerca de quatro anospara trabalhar numa geladariaonde trabalhava um rapaz daminha terra mais ou menos daminha idade. Trabalhei nessa ge-ladaria cerca de dois anos, isto é,até ao momento em que a gelada-ria foi adquirida por uma famíliade croatas. Depois arranjei tra-balho numa pizzeria que pertenciaa um casal português e onde tra-balhava uma minha amiga.

Trabalhava muito e o meu pas-satempo era às vezes sair depoisdo trabalho com a minha amiga.Íamos beber um copo e conversara um Bistro. Na verdade, estasidas era sempre a pensar que po-díamos arranjar namorado por-que as duas vivíamos sozinhas epor mor do horário do nosso tra-balho era difícil termos uma vidasocial com que fizesse que tivésse-mos a possibilidade de conhecergente.

Mas o facto é que não tínha-mos sorte e íamos sempre para acasa de mãos a abanar, isto é, semter conhecido ninguém.

Vivíamos assim para o tra-balho. O único dia que tínhamoslivre era à segunda-feira, dia que,pelo menos eu, passava a arrumara casa, passar as minhas roupas aferro e ir às compras para ter du-rante a semana alguma coisa nofrigorífico. Embora pudéssemoscomer na pizzeria, a verdade é queestava farta daquele comer – erasempre massa ou pizza.

O dinheiro que eu ganhava,parte dele enviava para a minhamãe em Portugal para alimentar,vestir e calçar uma filha que deixeicom ela. O resto, depois de pagara renda e as coisas do dia-a-dia,poupava. Não era muito. Posso atédizer que eram € 275 por mês quepunha num Sparbuch.

A minha vida e a da minhaamiga não era, como se vê, nada

de especial. Às vezes comentáva-mos o facto de nos darmos por fe-lizes por termos a amizade epodermos assim desabafar tudouma com outra. A nossa amizadeera tanta que às vezes ficávamosem casa uma da outra para nãonos sentirmos assim tão sozinhas.

Um dia, por um momento queconsiderei de muita sorte, estavasozinha no centro da cidade a veras montras quando dei comigo aresponder a coisas muito gentis deum homem que começou a falarcomigo sem eu dar por ela. Per-guntava-me coisas banais e só trêsou quatro minutos depois percebique era um homem bem posto,bem parecido, aparentando aí unsquarenta anos. Como viu que eutinha dificuldade no alemão per-guntou de onde é que eu era e sa-bendo que era portuguesacomeçou a falar-me num espanholmuito bom.

Às tantas, convidou-me para irbeber um café mas sempre commaneiras muito simpáticas. Qual-quer mulher na situação em queeu me encontrava não podia resis-tir a um homem assim com aque-les modos elegantes, bem vestidoe muito simpático.

Lá fomos tomar o café. Falá-mos assim de coisas banais comele sempre de forma muito char-mante e começou a elogiar-mecomo mulher, dizendo que eu eraisto e aquilo ao ponto de eu perdero controlo sobre mim. Estava asentir que não poderia aguentarmuito tempo. Eu já não falava comum homem assim como estava afalar com ele há muito tempo. Euqueria e não queria que a conversaacabasse e que nos despedísse-mos. Queria porque achava quenão me deveria meter assim comum homem logo à primeira. E nãoqueria porque pensava que finda aconversa nunca mais o veria e omeu lado mais fraco dizia que oqueria já.

Felizmente que me disse quetinha de ir à sua vida devido aosseus afazeres. Deu-me o númerode telefone e pediu-me o meu.

Durante esse e os dias a seguiro homem não me saia da cabeça.

Muitas vezes tentava-me o desejode lhe telefonar mas isso era umaclara manifestação de fraqueza.Por outro lado, eu estava habi-tuada que fossem os homens a to-marem a iniciativa e não a mulher.

O tempo passou e convenci-me que aquilo tinha sido um en-contro isolado iguais a outrostantos que nos acontece e assim ohomem começou a ser uma coisadistante no meu pensamento.

Voltei à minha rotina. A minhaamiga também ela entusiasmadapor esse meu encontro aconsel-hou-me a esquecer o homem.

Um dia, ou melhor, uma noite,seriam aí duas horas da manhã omeu telefone estranhamentetocou. Embriagada de sono, aminha primeira reacção foi des-ligá-lo e voltar a dormir. Penseique teria sido engano porque nin-guém me telefonava àquela hora.Daí a instantes o telefone voltou aligar. Pensei que talvez fosse aminha mãe de Portugal e que al-guma coisa tivesse acontecido.

Atendi.Atendi e não reconheci a voz

do homem que tinha conhecido. Aminha reacção foi desligar mas derepente uma luzinha acendeu-se ereconheci a voz do homem quetinha conhecido naquele dia na ci-dade. Perguntou se era eu que es-tava ao telefone e pediu-memuitas desculpas por estar a inco-modar-me àquela hora da madru-gada mas queria urgentementever-me para me pedir ajuda. Sempensar muito, disse-lhe que sim,que podia vir a minha casa.

Fiquei assim tão descompostae sem jeito que não sabia quefazer. Só me perguntava a mimmesma que raio queria o homempara me telefonar àquela hora epedir-me ajuda? E ajuda em quê epara quê?

Vesti-me e arranjei-me o maisque pude à pressa e esperei-onuma grande ansiedade. Quandochegou, desfez-se em desculpasmas sempre ia dizendo que assimcomo estava lhe parecia mais bo-nita do que no outro dia e que nãome queria incomodar, etc., etc.Disse-me então que a ajuda queme queria pedir era simplesmenteque o deixasse ficar em minhacasa durante aquela noite até demanhã porque tinha-lhe aconte-cido um imprevisto e não podiaentrar na sua casa por motivosque eu talvez assim não com-preendesse à primeira. Pensei queele estava a arranjar uma desculpatola para passar uma noite co-migo. Eu disse que não, que ele ti-vesse paciência mas que eu tinhade dormir porque teria de ir tra-balhar e que eu não estava assimpreparada para o ter em minhacasa.

Convenceu-me dizendo queestava em maus lençóis porque al-

guém a quem ele devia dinheiro oesperava à porta e era uma situa-ção muito difícil, dizendo-me quequem o esperava era gente muitoagressiva e que a sua vida podiaestar em perigo.

E foi assim que me deixei levare consenti que ficasse na minhacasa nessa e em muitas mais noi-tes.

No dia seguinte não fui trabal-har. Nem nesse nem nos outros equando dei por mim estava a fal-tar ao trabalho já há muitos dias.O que se passou nesses dias nemeu quero contar, resumo apenasque me apaixonei pelo homem emetemo-nos ali em casa durantedias. Eu deveria estar louca paraestar ali com ele e não me darconta que faltava ao trabalho e aosmeus deveres.

Facto é que ele fez de mim oque muito bem quis.

Passados alguns dias ele deu-me a chave do seu apartamentoque o tinha alugado mobilado epediu-me para ir buscar as suasroupas, metidas numa mala nãomuito grande.

Telefonou aos senhorios, deubaixa do apartamento e ficou aviver comigo.

Vi que ele tinha muito din-heiro e achei estranho que me dis-sesse que andavam à procura deleporque devia dinheiro.

Seja como fosse, não dei

grande importância a isso. Um diasaímos, fomos às compras e pudecom o seu consentimento comprarroupa que eu nunca imaginariater. Depois disso fomos passa umasemana a Palma de Maiorca e lápassei uma semana doida numhotel de luxo.

Quando chegamos à Ale-manha fiquei então a conhecer oseu negócio e a forma como eleganhava o dinheiro. Ganhava écomo que diz... Meti-me nos seusnegócios, que por escrúpulos aquinão revelo e fui sua cúmplice emcoisas que saíam fora da lei.

Um dia a polícia entrou porcasa adentro e levou-nos separa-damente. Fui a julgamento eapanhei um ano e meio de prisãode onde escrevo.

Não digo as razões porqueestou aqui porque isso não inte-ressa e também porque quero es-quecer tudo isto o mais rápidopossível. Só peço a Deus que estetempo passe depressa para eu vol-tar para Portugal para a beira daminha filha

Quando a cabeça não tem juizo, o corpo é que paga

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Um dia, por um momento queconsiderei de muita sorte, es-tava sozinha no centro da cidadea ver as montras quando dei co-migo a responder a coisas muitogentis de um homem que come-çou a falar comigo sem eu darpor ela. Perguntava-me coisasbanais e só três ou quatro minu-tos depois percebi que era umhomem bem posto, bem pare-cido, aparentando aí uns qua-renta anos

Page 21: Portugal Post Junho 2011

Passar o TempoPORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011 21

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICOE-mail: [email protected]: 00 351 21 318 25 91

Por Maria Helena Martins Previsões para Junho de 2011CARNEIROAmor: Cuide da sua aparência fí-sica para conquistar quem tantodeseja. Saúde: Poderá surgir uma gripeinesperada, previna-se.Dinheiro: Poderá conseguir atin-gir o seu objectivo, com a ajuda depatrocínios que irão surgir.

TOUROAmor: Uma boa conversa com oseu companheiro fortalecerá avossa relação. Saúde: Cuidado com os rins,beba muita água.Dinheiro: Poderão surgir boasoportunidades, não as deixe fugir.

GÉMEOSAmor: Poderá sentir-se confusoem relação aos sentimentos peloseu parceiro. Não deixe que os as-suntos domésticos interfiram nasua vida amorosa. Saúde: Não terá que se preocu-par, está em plena forma.Dinheiro: Um amigo poderá so-licitar a sua ajuda profissional, nãose negue a ajudá-lo.

CARANGUEJOAmor: Deixe de lado as tristezase aproveite mais efusivamente osmomentos bons que a vida lhe ofe-rece.

Saúde: Cuidado com a sua circu-lação sanguínea.Dinheiro: Período sem alteraçãonas finanças.

LEÃOAmor: Um amigo irá declarar-lheuma paixão por si. Saúde: Cuide melhor da sua ali-mentação.Dinheiro: Pode ter uma novaproposta de trabalho.

VIRGEMAmor: Poderá sentir uma atracçãopor um amigo. Saúde: Não seja hipocondríaco.Dinheiro: Cuidado com os gastossupérfluos.

BALANÇAAmor: Saia mais com os amigos edivirta-se. Saúde: O seu sistema nervosoanda um pouco alterado, tentemanter a calma. Dinheiro: Tenha em atenção osgastos inesperados.

ESCORPIÃOAmor: Os defeitos também fazemparte da personalidade, não es-pere encontrar alguém perfeito. Saúde: Poderá sofrer de dores dedentes.Dinheiro: Nada o preocupará.

SAGITÁRIOAmor: Seja mais carinhoso com oseu par. Saúde: Faça exames de rotina.Dinheiro: Não se deixe abaterpor uma maré menos positivanesta área da sua vida, pois nemtudo está perdido.

CAPRICÓRNIOAmor: Procure dar atenção àsverdadeiras amizades. Saúde: Tenha mais confiança evalorize-se mais.Dinheiro: Cuidado com as intri-gas no local de trabalho.

AQUÁRIOAmor: O seu coração poderá serinvadido pela saudade, o que o vaideixar melancólico. Saúde: Previna-se contra consti-pações.Dinheiro: Nada o preocupará.

PEIXESAmor: As pessoas mais velhas dasua família sentem a falta do seucarinho e atenção, não se esqueçadelas. Saúde: Cuidado com os acidentesdomésticos.Dinheiro: Com trabalho e es-forço conseguirá atingir os seusobjectivos.

O padre: — Pedirei a Deus que lhe reserve um lugar no Céu. Moribundo: — Por favor, peça outro sítio. A minha sogra e a minha mulher estão àminha espera, há muitos anos.

No tribunal de Esponde comparece a responder, por crime de fogo posto numaarribana, um campónio que tinha tanto de perversidade como de insolência. O juiz pergunta-lhe:

— O réu é casado? O réu, com um sorriso sarcástico: - Porquê? O senhor juiz tem alguma filha solteira?

No Tribunal: O Juiz pergunta ao marido: - Diga-me, qual é o motivo porque se quer divorciar da sua mulher? - Ela trata-me como se eu fosse um cão! - Maltrata-o, bate-lhe? - Não, quer que lhe seja fiel...

— Que belo carro! Roubaste-o? — Não, pá! Custou-me três mil euros. — E... os três mil euros? — Roubei-os.

Sentado no passeio, diante da igreja, um miúdo vê sair os noivos. Então, exclama: - A noiva não é parva! Entrou com um velhote e acabou por sair com um rapaz novo.

Numa barbearia, o cliente: — Estou preocupado; o cabelo cada vez me cai mais! O barbeiro: — O senhor já experimentou o nosso petróleo químico? O cliente: — Já, mas desconfio que não é disso.

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Page 22: Portugal Post Junho 2011

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011 Entrevista 23

Em entrevista à agência denotícias Lusa, o casalMcCann admitiu estar satis-feito por a polícia inglesa terdecidido reavaliar o caso dodesaparecimento da filhaMadeleine, em 2007 no Al-garve, e afirmou esperar queisso traga mais informações.

Gerry McCann, que esteveem Lisboa na companhia damulher, Kate, expressou àagência Lusa que ambos fica-ram „muito satisfeitos por aPolícia Metropolitana ir reava-liar toda a informação e o pro-cesso“, depois de intervençãodo primeiro-ministro britânico,David Cameron.

„Era algo que pedíamos hámais de três anos e, para o pro-cesso, é muito importante queessa informação seja analisadaoutra vez, para que mais inves-tigações possam acontecer. Es-tamos muitos satisfeitos eesperamos que novas informa-

ções apareçam“, disse GerryMcCann.

O pai de Madeleine sublin-hou também que espera umacooperação entre as autorida-

des inglesas e portuguesas e re-feriu que o livro „Madeleine“,escrito por Kate, possa ajudar„as pessoas a abrirem as men-tes“.

Um livro que, fri-sou Gerry McCann,não tem como propó-sito angariar fundospara a investigaçãonem silenciar os quenão acreditam nocasal britânico, quesempre insistiram natese de rapto deMadeleine.

„Tomando as mui-tas mentiras e coisasridículas que se escre-veram sobre nós, nãoficamos impressiona-dos. O que dizemos aessas pessoas que nãoacreditam em nós éque, por favor, leiam olivro e comparem oque foi escrito.Devem encarar osfactos e o que, aolongo do tempo, fize-mos para encontrar anossa filha“, salientouGerry.

Confessando quefoi „uma grande deci-são publicar o livro“,Kate reforçou que ospais de Madeleine

pretendem apresentar a ver-dade.

„Houve muita especulação,muita informação perdida ementiras“, afirmou a médicaanestesista, enquanto o marido,cardiologista, disse acreditarque, „directa e indirectamente,o livro ajuda a procura“ da cri-ança.

Quatro anos volvidos sobreo desaparecimento de Made-leine, num aldeamento turís-tico da Praia da Luz, Alrgarve,Gerry e Kate mccann conti-nuam a acreditar que a filhaestá viva e reiteram a necessi-dade de continuar a investiga-ção, defendendo também apunição dos responsáveis.

„No meu coração, sinto queela está em qualquer lugar e naminha cabeça, baseado emfactos puros, não há provasque digam que não está viva“,observou Kate.

Gerry referiu mesmo que ocasal „está mais forte do queem 2007“ e que „a dor e o rolde emoções não estão tão pertodo sofrimento“ de então.

„A nossa vida trouxe-nosalegria. Temos duas outras cri-anças lindas e outras coisasque nos fazem felizes. Não éuma vida completa, há um sen-timento de tristeza sempre pre-sente. Não é como estarmos a

viver um pesadelo, como em2007, mas estamos a trabalharmuito para encontrar Made-leine“, sustentou.

O livro Madeleine, que jáse encontra à venda em Portu-gal, foi lançado em Londres a12 de Maio e por cada exem-plar vendido reverterá um cên-timo para a investigação eprocura da criança.

A menina inglesa desapare-ceu a 03 de Maio de 2007 doquarto onde dormia com osseus dois irmãos gémeos, en-quanto os pais jantavam comum grupo de amigos num res-taurante próximo, no aldea-mento turístico Ocean Club, naAldeia da Luz.

Ao fim de três dias de bus-cas intensas, o director da PJde Faro, Guilhermino Encarna-ção, anunciou que tinham sidoreunidos elementos que asse-guravam a tese de „rapto“ eque na origem do crime pode-riam estar „o resgate e/ou mo-tivos sexuais“.

Ao fim de 11 dias de dili-gências, a PJ constituiu comoarguido um cidadão inglês, Ro-bert Murat, por suspeitas dasua implicação no caso, masnão encontrou provas para odeter.

Sem corpo e sem autores docrime, a PJ mudou em Agostoo rumo da investigação para apossível morte da criança, comas suspeitas a recaírem sobreos pais.

A reviravolta na investiga-ção baseou-se em vestígiosbiológicos recolhidos no apar-tamento e no carro alugadopelo casal McCann, 25 dias de-pois do desaparecimento dasua filha.

Depois de terem sido sujei-tos a várias horas de interroga-tório no Departamento deInvestigação Criminal da PJ dePortimão, Gerry e KateMcCann foram constituídos ar-guidos.

Em meados de 2008, o pro-curador da República arquivao processo, que será reabertocaso surjam novos dados rele-vantes.

McCann elogiam reavaliação do caso e esperamnovos dados

Caso Madeleine:

Lusa

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