Portugal Global #58

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Entrevista Carlos Melo Ribeiro Os desafios da Siemens em Portugal 6 Destaque Joalharia e Ourivesaria Indústria que vale ouro 12 Mercados Argélia Um mercado prioritário 28 Empresas Garland 26 Portugal global Pense global pense Portugal Setembro 2013 // www.portugalglobal.pt

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AICEP, Portugal Global, nº 58, Set 2013,

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EntrevistaCarlos Melo RibeiroOs desafios da Siemens em Portugal 6

DestaqueJoalharia e OurivesariaIndústria que vale ouro 12 MercadosArgéliaUm mercado prioritário 28

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sumário

Setembro 2013 // www.portugalglobal.pt

Entrevista // 6A Siemens é uma empresa incontornável em Portugal, onde está presente há mais de cem anos. Em entrevista, Carlos Melo Ribeiro, CEO da Siemens Portugal, passa em revista a história da empresa e fala dos principais desafios que se colocam quer à empresa, quer a Portugal.

Destaque // 12A indústria da joalharia e ourivesaria tem grande tradição em Portugal, sendo um sector maduro e com grande potencial de crescimento, nomeadamente no que respeita às exportações. O recurso às novas tecnologias para produção de materiais diferenciados, inovadores e com design marcam um novo paradigma nesta indústria, potenciando a sua projecção internacional.

Empresa // 26GARLAND: aposta segura em Portugal.

Mercados // 28A Argélia é um mercado de grande dimensão e próximo de Portugal, onde existe potencial para uma maior presença das empresas portuguesas. Neste dossier, as análises do Em-baixador de Portugal em Argel, António Gamito, e do Direc-tor do escritório da AICEP no mercado, João Renano Hen-riques. Conheça ainda o testemunho do BES e da empresa Teixeira Duarte sobre a sua presença no mercado argelino.

Análise de risco por país – COSEC // 40Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 43Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 46

Bookmarks // 48

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EDITORIAL

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As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

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Colaboram neste número

Amélia Monteiro, António Gamito,

Carlos Caria, Cristina Filipe,

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Direcção de Informação da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC,

Direcção PME da AICEP, Elisa David,

Elisabete dos Santos, Fátima Santos,

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João Renano Henriques, Ricardo Acabado.

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©Fotolia, Rodrigo Marques.

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Projecto gráfico

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Paginação e programação

Rodrigo Marques

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ERC: Registo nº 125362

Portugal é um pequeno-grande país caracterizado não só por uma imensa diversidade em matéria de geografia, paisagem, clima, recursos, história e cul-tura, como também pela sua actividade económica, que se estende da multiplici-dade dos sectores produtivos à dinâmi-ca do tecido empresarial, bem como à história do seu empreendedorismo que se recria e se desafia, tanto no contexto interno como externo, numa procura constante de novas apostas em investi-mento, inovação, produtos e mercados.

Os três temas que hoje propomos aos leitores – o sector da joalharia/ourive-saria, a história da Siemens Portugal, e as suas renovadas apostas, e ainda o mercado da Argélia – são bem de-monstrativos da dinâmica inovadora e empreendedora do país.

A joalharia e a ourivesaria são uma in-dústria com prestigiada tradição em Portugal. Actualmente, em função das acentuadas mudanças na economia e no mercado, tanto a nível nacional como global, o sector atravessa uma fase deci-siva de mudança de paradigma, moder-nizando-se e reinventando-se, com forte investimento na formação, inovação e design. Nas páginas do nosso destaque pretende-se mostrar alguns dos aspectos mais relevantes dessa mudança, entre os quais a relação cada vez maior das em-presas com a universidade e com os cen-tros de formação, e a crescente vocação exportadora do sector.

Em entrevista temos a história de uma grande empresa com fortes laços histó-ricos com Portugal. Carlos Melo Ribeiro,

CEO da Siemens Portugal, empresa que esteve associada desde 1905 à industria-lização e ao desenvolvimento do país, fala do trajecto, do futuro e dos desa-fios que tanto a Siemens como Portugal têm enfrentado e estão a enfrentar com sucesso. Primeiro gestor português da empresa, Carlos Melo Ribeiro traça urna panorâmica da actividade da multina-cional alemã, forte exportadora, cuja participação se estendeu do processo de electrificação do país ao desenvolvimen-to do transporte ferroviário, passando pelo pioneirismo da abertura das univer-sidades às empresas e pela contribuição substancial da Siemens para o emprego e a formação qualificada.

O mercado argelino, porque forte receptor da exportação e do inves-timento portugueses, é aqui abordado numa óptica de informação que se quer útil para as empresas. Na realidade, a Argélia é a maior economia da região do Magrebe e uma das mais importantes do continente africano. O fluxo das exportações nacionais para a Argélia demonstra, aliás, o interesse que este mercado desperta junto das empresas portuguesas, não só no sector das obras públicas e construção, como também noutros que merecem destaque corno sejam as tecnologias de informação e comunicações, o ambiente, a metalo-mecânica, o agro-alimentar, os têxteis-lar, o mobiliário, e a distribuição, sendo as oportunidades de negócio nestas áreas de actividade económica muito atractivas e um desafio interessante para o espírito empreendedor nacional.

PEDRO REISPresidente do Conselho de Administração da AICEP

Empreendedorismo exportador

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ENTREVISTA

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Presente em Portugal há mais de um século, a Siemens continua a crescer, mesmo numa conjuntura económica adversa, aumentando e diversificando as exportações (sobretudo serviços) que chegam já a mais de meia centena de países.Carlos Melo Ribeiro, CEO da Simens Portugal, orgulha-se de estar à frente de uma empresa que participa na modernização do nosso país desde 1905, papel que pretende reforçar graças a uma estratégia que antecipa o futuro e que se reinventa e adapta ao acelerado mundo em que vivemos.Numa multinacional que tem presença em 190 países, incluindo Portugal, Carlos Melo Ribeiro é o CEO de filial com mais anos no cargo. Em entrevista, o presidente da Siemens Portugal passa em revista a história da empresa, mas fala também do futuro e dos principais desafios que se colocam quer à empresa quer a Portugal.

Carlos Melo RibeiroCEO da Siemens Portugal

“ESTIVEMOS SEMPRE PRESENTES NA MODERNIZAÇÃO DO PAÍS”

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ENTREVISTA

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Com uma presença centenária no nosso país, a Siemens actua hoje em vários sectores de actividade sendo uma referência incontornável no que respeita ao investimento directo estrangeiro em Portugal. Pode apontar os principais factos que marcaram a história da Siemens em Portugal?

A Siemens está oficialmente em Portugal desde 1905, mas o primeiro produto de que temos memória foi o forneci-mento de um forno contínuo com regeneração de calor para a fábrica dos irmãos Stephens, na Marinha Grande, e que deu origem à indústria vidreira e de moldes da região. Estamos presentes na industrialização do país desde o princípio. Aliás, a aptidão da Siemens foi sempre participar em projectos relacionados com electricidade, motorização e automação. Nesse sentido, a empresa participou activa-mente no processo de electrificação do país, esteve pre-sente no desenvolvimento do transporte ferroviário desde o início, desde a electrificação da linha de Sintra aos car-ros eléctricos da STCP, no Porto, e à linha de comboio de Cascais em 1946 e, mais tarde, no fornecimento de várias soluções, incluindo carruagens automotoras, para o Metro de Lisboa nos anos 50, entre outros. As primeiras fábricas da Siemens em Portugal surgiram nos anos 60, quando o país era atractivo enquanto destino de descentralização da produção da Alemanha para outros países, tendo avança-do, nos anos 70, com a produção essencialmente baseada na mão-de-obra barata.

Quando entrei na empresa, como o primeiro português a liderar a Siemens em Portugal, em 1995, a empresa tinha oficialmente 80 anos no país e, até então, o cargo tinha sido sempre ocupado por alemães. A experiência que ti-nha adquirido no estrangeiro, onde trabalhei vários anos, permitiu-me ver que era a altura certa para mudar o con-ceito de negócio em Portugal, essencialmente baseado na produção low-cost. Nos anos 90 Portugal já estava a mo-dernizar-se, pelo que decidimos elaborar uma estratégia/visão para dez anos: passámos das fábricas low-cost para fábricas de alta tecnologia.

Quais as principais mudanças contidas nessa estratégia?

Investimos em fábricas em Évora e no Norte do país de respec-tivamente condensadores e semicondutores com muito suces-so, mas nos finais dos anos 90 surgiu uma forte concorrência por parte dos países asiáticos, designadamente da China, e do Leste Europeu, e foi necessário reorientar essa estratégia.

A Siemens orientou, então, a sua actividade para a enge-nharia e software reforçando a divisão das telecomunica-ções, outra das grandes áreas da empresa em Portugal, com mais de mil engenheiros altamente qualificados.

Posteriormente, com a saída das telecomunicações para uma joint-venture com a Nokia (NSN), a empresa começou a desenvolver ainda mais as áreas das Infra-estruturas e Energia com grande participação, por exemplo, na EXPO’ 98 e no Euro 2004, onde conseguimos criar novas compe-tências para o mundo (como por exemplo, nos aeroportos).

Noutro domínio, a Siemens Portugal contribuiu definiti-vamente para a abertura das universidades às empresas. Fomos pioneiros na forma de cooperação com as univer-sidades, principalmente através da área das telecomunica-ções, que se encontrava em grande crescimento e na qual juntámos parcerias internacionais com institutos e univer-sidades de diferentes países, incluindo com as portugue-sas. Hoje já é prática comum as universidades trabalharem em conjunto com as empresas.

Nesta ultima década, investimos mais de mil milhões de euros e criámos mais de 6 mil postos de trabalho em áre-as de tecnologia de ponta, a maioria dos quais ainda se mantêm no país.

“Nesta ultima década, investimos mais de mil milhões de euros e criámos mais de 6 mil postos de trabalho em áreas de tecnologia de ponta, a maioria dos quais ainda se mantêm no país.”

A Siemens colocou no mercado e vendeu os componentes e, mais recentemente, as telecomunicações alterando de novo a sua estratégia. Uma das grandes características quer da Siemens, quer de outras companhias, hoje em dia, é pre-cisamente estar sempre a reinventar-se e a reestruturar-se. Se não o tivéssemos feito consecutivamente e continuásse-mos a fazer só o mesmo que fazíamos há 10 anos, provavel-mente já não existiríamos em Portugal com esta dimensão.

A empresa continua a crescer mesmo nesta conjuntura adversa?

Temos estado a crescer em actividades novas, ou seja, a reinventarmo-nos. Isso tem-nos ajudado a compensar o vo-lume perdido em Portugal, onde a nossa economia contraiu cerca de 40 por cento.

Nos últimos anos aumentámos em 500 o número de cola-boradores do GSS – global shared services em finanças, re-cursos humanos e compras – que exportam serviços dentro do mundo Siemens. O sector dos serviços partilhados é uma das áreas onde Portugal se pode afirmar.

A nossa estratégia foi sempre ir mais longe. Uma filial de uma multinacional como a Siemens, que está em 190 países, é responsável apenas pelo país onde se encontra, neste caso por Portugal. Mas nós desde sempre vimos que não podíamos sobreviver apenas com o pequeno mercado de Portugal e, por isso, especializámo-nos em serviços de valor acrescentado exportáveis para todo o mundo. E hoje, quando faltam 100 mil engenheiros na Alemanha e mui-tos outros no Norte da Europa, estamos a aproveitar esta grande oportunidade para a Siemens Portugal, quer nos serviços onde temos competências, quer com a engenha-ria made in Portugal.

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ENTREVISTA

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Refere-se à ida de engenheiros portugueses para a Alemanha ou da deslocalização desses serviços para cá?Quando faltam só na Alemanha 100 mil engenheiros e esti-ma-se que vão faltar 200 mil dentro de 10 anos – refiro-me a todas as áreas globalmente – temos de aproveitar todas as oportunidades. Porque se há uns anos vendíamos essencial-mente serviços, hoje isso só não chega: vendemos serviços e enviamos técnicos para outros locais, porque a escassez é muito grande. Só em 2013 já contabilizámos mais de 220 delegações de colaboradores a trabalhar em projectos fora do país e que na sua maioria são técnicos e engenheiros.

Além disso temos 10 centros de competência a vender enge-nharia para o mundo, que já geraram mais de 350 milhões de euros em receitas com a exportação de know-how e engenha-ria nas áreas de energia, infra-estruturas, saúde e indústria, um valor que corresponde a cerca de 30 por cento das vendas da Siemens Portugal. E quando se vende engenharia e serviços, o valor acrescentado em Portugal é praticamente de 100 por cento. Essa tem sido a nossa estratégia principal.

Para isso temos tantos projectos de investigação com as universidades, temos parcerias. Recentemente assinámos um protocolo com o Estado assumindo o compromisso de cooperar activamente no desenvolvimento da “engenharia made in Portugal”, através do qual a Siemens oferece sis-temas de planeamento virtual de produto (PLM) e de pro-cessos de fabricação/automação às universidades e politéc-nicos das áreas da engenharia, colaborando igualmente na sua formação e em estágios.

mara de Comércio Luso-alemã e o Estado português, que deu origem à ATEC, uma escola de formação que integra a Volkswagen, a Siemens e a Bosch. No início a escola for-mava 50 alunos por ano, agora forma 500. São técnicos profissionais que o país foi perdendo com a alteração do modelo escolar nos anos 70 e que são uma das grandes for-ças de países como a Alemanha. Actualmente, o objectivo é aumentar o ensino profissional em toda a Europa.

Dois exemplos emblemáticos da utilização destes sistemas são a preparação do veículo Mars Rover que aterrou em Marte e a utilização desta mesma aplicação no desenvolvimento de car-ros e corridas Fórmula 1, que tem levado a Red Bull às vitórias. A poupança em tempo e em protótipos é inquestionável.

Onde é que recrutam os engenheiros para a Siemens?Nas universidades portuguesas, que fornecem uma educação de qualidade e são uma boa escola de engenharia. Nós temos uma grande vantagem em Portugal ao poder dispor de uma estrutura altamente profissional, com projectos de grande complexidade onde os jovens podem adquirir experiencia – somos uma segunda escola. Essa é a grande diferença.

A Siemens foi a primeira empresa a criar uma escola profis-sional com o ensino Dual alemão, há 20 anos, com a Câ-

E nós, ou melhor, o país tem uma formação de qualidade. Não há ano nenhum em que a Siemens Portugal não ganhe um prémio internacional relacionado com engenharia.

Qual o posicionamento da Siemens Portugal no Grupo Siemens?Temos muito boa reputação e, como disse, não há ano em que não nos distingam com um prémio numa ou noutra área, reconhecendo as nossas elevadas capacidades. A nos-sa estratégia há muito que é de nicho. Nós somos um país pequeno e podemos trabalhar bem com nossos 2.000 en-genheiros. O trabalho que fazemos é bom e isso reflecte-se internacionalmente. O prestígio que temos na Alemanha deve-se ao facto de termos conseguido antecipar o futuro. Um dia que isso não aconteça, em que não nos antecipe-mos, esse prestígio pode desaparecer rapidamente de um ano para o outro. O mundo hoje é muito rápido e não se compadece com quem não se prepara e não trabalha bem. Foi essa capacidade de antecipação, a tal visão a 10 anos, que nos continua a dar prestígio.

Quais as principais áreas de negócio da empresa actualmente e quais os projectos em curso em cada uma destas áreas? Que projectos destacaria como mais emblemáticos?A Siemens tem quatro sectores principais. A energia, que engloba a produção e a distribuição, é neste momento o maior sector. Recordo que participámos em três das quatro

“Temos 10 centros de competência a vender engenharia para o mundo, que já geraram mais de 350 milhões de euros em receitas com a exportação de know-how e engenharia nas áreas de energia, infra-estruturas, saúde e indústria, um valor que corresponde a cerca de 30 por cento das vendas da Siemens Portugal.”

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ENTREVISTA

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grandes centrais de produção (Tapada do Outeiro, Ribatejo e Pego), obras grandes e complexas que foram terminadas dentro ou abaixo do orçamento e no tempo certo. Um ou-tro sector é o da indústria, com destaque para a automação e a electrificação, em que trabalhamos já há muito tempo.

Temos também o sector da saúde, à qual a Siemens já estava tradicionalmente ligada, sendo hoje o maior fornecedor do mundo no ramo dos cuidados de saúde porque, além da elec-tromedicina, alargou as suas competências através da aquisi-ção de empresas de diagnóstico para análises “in vitro”. Um dos projectos emblemáticos da Siemens Portugal neste domí-nio é o Hospital da Luz, que é um dos melhores da Europa e até mesmo do mundo, estando equipado com os melhores

MOBILIDADE E TURISMO SÃO DESAFIOS PARA O FUTURO

Há perto de 30 anos na Siemens e há quase 20 anos como CEO da empresa em Portugal, Carlos Melo Ri-beiro é o líder da multinacional alemã mais antigo em funções. Licenciado em Economia (Universidade Técni-ca de Lisboa) e em Gestão (Universidade Católica), com um MBA do Boston College (EUA), o presidente da Sie-mens Portugal tem desempenhado um relevante papel na aproximação das economias portuguesa e alemã e no aprofundamento das relações entre os dois países.

Defende a “Engenharia made in Portugal”, a constru-ção da linha para o comboio de alta velocidade e um novo aeroporto em Lisboa, já que considera que o futu-ro de Portugal passa, entre outros aspectos, pelo turis-mo, através da entrada de mais turistas e consequente aumento de receitas, bem como pelo forte impacto que esta indústria tem na economia do país.

“A mobilidade, que é um dos grandes desafios da civiliza-ção, só tem duas vias, a aérea e a ferrovia, pelo que a pra-zo vamos ter de avançar para a construção de um novo ae-roporto em Lisboa. Portugal não recebe mais turistas por ano por falta de capacidade das infra-estruturas. Acredito que o futuro do país vai ser o turismo e todos os serviços e indústrias que são necessárias para o fornecer.” afirma.

Além de participar num grupo de empresas alemãs que apoiam Portugal na captação de investimento alemão, Melo Ribeiro participa num Grupo de trabalho que se con-centra em captar turistas alemães para o nosso país, que “são os que gastam mais e os que ficam mais tempo”.

“Há apenas 800 mil alemães a visitar-nos anualmente há mais de 10 anos. Mas há mercado e objectivos de atrair mais um milhão”, defende.

“O turismo é o maior sector exportador do país, que dá emprego a dezenas de milhares pessoas, e podem estar várias indústrias a trabalhar para este mercado. Portu-gal recebe cerca de 12 milhões de turistas por ano, mas tem potencial para crescer muito mais”, considera ain-da o CEO da Siemens Portugal.

economia daqui a uns anos. Em Portugal já temos bons players no cluster da saúde, com boas fundações e projectos de inves-tigação. Consideramos a área da saúde como uma das princi-pais áreas de futuro e estamos muito interessados em tudo o que é investigação e desenvolvimento em Portugal.

A Siemens juntou recentemente várias áreas num sector novo a que chamou infra-estruturas e cidades, baseada no

“O prestígio que temos na Alemanha deve-se ao facto de termos conseguido antecipar o futuro.”

e mais avançados sistemas de softwares e hardware. Posso adiantar que este ano estamos a conseguir finalmente trazer para Portugal mais um centro de competência para a moder-nização dos hospitais que é único na Europa para além do existente na Alemanha. Trata-se de um novo projecto em que estamos a fazer uma grande aposta, tendo em conta que a área da saúde e do bem-estar será aquela que vai dominar a

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conhecimento das mega tendências e, mais precisamente, com o crescimento das mega cidades. O grande desafio do futuro terá lugar nas cidades e a Siemens juntou todas as suas soluções e serviços relacionados com mobilidade, eficiência energética de edifícios, redes inteligentes, entre outros, nesta nova área de negócio.

A mobilidade é, aliás, uma das grandes áreas em que sempre estivemos presentes em Portugal, onde além da forte inter-venção nos transportes ferroviários estamos também envol-vidos na mobilidade eléctrica com o projecto MOBI.E., que tem em Portugal as condições ideais para se destacar – é um facto que o carro eléctrico vai ter grande importância no futuro, principalmente nas cidades. Também estamos a colaborar no autocarro eléctrico em parceria com a Salvador Caetano, com projectos interessantes para o grupo Siemens.Desde o início que estamos presentes no transporte ferro-viário em Portugal, somos o principal player em termos de capacidade instalada, desde os metros e os suburbanos às locomotivas. Espero que os projectos ferroviários que estão em curso continuem. Por exemplo, a ligação Sines - Euro-

aéreo tem o espaço limitado. Não podemos abandonar os projectos de alta velocidade e/ou velocidade elevada pois vão ser a única alternativa para o transporte de “massas”.

Em resumo, nós participámos em todas as fases da moder-nização da produção de energia, participamos nas principais instalações de parques solares do país, estamos presentes no maior consórcio de parques eólicos, em projectos hidroeléc-tricos como o de Venda Nova, e somos parceiros importantes na modernização da transmissão nas linhas eléctricas. Estamos igualmente muito empenhados num dos grandes desafios de Portugal nos próximos anos, a eficiência energética, não só por uma questão de poupança, mas também pelo seu efeito na modernização da indústria capacitando-a para a exportação.

Nos aeroportos, desenvolvemos em Portugal o sistema capacity plus, ou seja, um aeroporto modular que permitiu duplicar a capacidade do aeroporto de Lisboa durante o Euro 2004 e que recentemente serviu para montar o actual Termi-nal 2 do aeroporto da Portela. Estes terminais demoram cerca de seis meses a construir e podem funcionar de um mês a dez anos. É uma necessidade muito actual em alguns aero-portos no mundo, seja quando há acontecimentos de grande envergadura, seja quando há obras de infra-estruturas. São obras temporárias mas de rápida execução, que cumprem to-das as regulamentações. Temos exportado este conceito para o Qatar, Angola e Africa do Sul, entre outros países.

A diversificação de áreas de negócio é, portanto, uma estratégia que a Siemens irá manter.A estratégia para a Siemens Portugal manter e reforçar a sua presença no país foi vender serviços para o mundo. Neste momento já exportamos um terço das nossas activi-dades para o mercado externo. Conseguimos, além disso, ficar com a responsabilidade de desenvolver a Siemens em Angola, apesar de esta pertencer ao cluster do Grupo em

A SIEMENS PORTUGAL EM NÚMEROS• Cerca 2.500 colaboradores (2012);

• 900 colaboradores dedicados à exportação;

• 500 colaboradores no Global Shared Services (GSS) de Lisboa (serviços de recursos humanos, fornecedo-res, gestão de clientes e finanças);

• 10 centros de competência que facturaram 350 mi-lhões de euros até 2012;

• Exportação de serviços atinge 30 por cento do volu-me de negócios global;

• Sete áreas principais no âmbito da estratégia a 10 anos “Fazer crescer Portugal”: energia e eficiência energética, indústria e produtividade, mobilidade e logística, cidades e sustentabilidade, economia da saúde, economia do mar, economia do turismo e ser-viços de valor acrescentado.

pa vai ter de se fazer pois é essencial, mas é preciso que seja feito já pensando num futuro upgrade para o transpor-te de passageiros. O “renascimento” da linha férrea para passageiros é muito importante pela capacidade que tem de transportar grandes massas, uma vez que o transporte

“Nós estamos a tentar ajudar Portugal a crescer, nomeadamente através da formação dos seus quadros e das exportações do nosso trabalho.”

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ENTREVISTA

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África. Queremos chegar à África do Sul, Moçambique e Norte de África –, regiões carenciadas de infra-estruturas e com recursos para investir nesta área.

Uma das últimas visões que fizemos a 10 anos foi delineada com base na estratégia Europa 2020, mas, dada a conjun-tura, teve de ser ajustada e elaborámos mais recentemente uma outra – Fazer crescer Portugal – com base no lema de que nós só podemos crescer se ajudarmos o país a crescer. Identificámos sete áreas principais de actuação: Energia e eficiência energética; Indústria e produtividade; Mobilida-de e logística; Cidades e sustentabilidade; e três economias que consideramos serem das mais importantes para Portu-gal – Economia da saúde, Economia do mar e Economia dos serviços e turismo de valor acrescentado.

Nós estamos a tentar ajudar Portugal a crescer, nomeada-mente através da formação dos seus quadros e das expor-tações do nosso trabalho.

O seu desempenho, desde 1995, à frente dos destinos da Siemens Portugal, e consequente contributo para a economia nacional, tem sido reconhecido por responsáveis portugueses e alemães. O que significa para si esse reconhecimento?Eu sou, como qualquer português, muito orgulhoso de ser português. O normal seria eu já ter sido colocado numa

Na minha opinião, este país pode resolver-se de forma re-lativamente rápida, até pela sua pequena dimensão. Temos produtos óptimos, temos ambientes muito bons, temos pessoas excelentes, só precisamos de mais resultados.

“Nós participámos em todas as fases da modernização da produção de energia, nas principais instalações de parques solares do país, estamos presentes no maior consórcio de parques eólicos, em projectos hidroeléctricos como o de Venda Nova, e somos parceiros importantes na modernização da transmissão nas linhas eléctricas.”

Siemens noutro lugar do mundo. Mas eu sempre quis cres-cer aqui em Portugal, porque gosto do país e porque quero contribuir para o seu desenvolvimento. Além disso, tenho de admitir que temos uma excelente qualidade de vida do ponto de vista humano. Eu decidi ir para fora, cá dentro.

junto nos mercados externos quando não têm dimensão para o fazer sozinhos. Temos muito bons exemplos neste domínio. O país está a resolver a situação adversa devido à multiplicação destes bons exemplos. Temos de ser mais positivos e mais actuantes.

Como olha para o difícil momento que se vive em Portugal, nomeadamente na vida das empresas, e que conselhos daria aos empresários portugueses para ultrapassarem essas dificuldades?Temos de pensar mais no futuro, fazer planos para 5/10 anos (para além do período eleitoral), temos que trabalhar mais e unirmo-nos mais. Agora, com a crise, finalmente os empresários começam a associar-se mais e a actuar em con-

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DESTAQUE

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O sector da joalharia/ourivesaria, com antiga e prestigiada tradição em Portugal, continua a demonstrar pujança, pese embora o actual contexto de contracção económica. A sua vitalidade reside sobretudo na sua capacidade de se reinventar, introduzindo mais inovação, design e qualidade nas peças produzidas, o que lhe confere um lugar especial no mundo global da moda e das joias de luxo, com reflexos muito positivos no mercado e na exportação.

JOALHARIA E OURIVESARIAUM NOVO PARADIGMA QUE VALE OURO

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DESTAQUE

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A indústria da joalharia e ourivesaria tem grande tradição na economia por-tuguesa, sendo um sector maduro e com grande potencial de crescimento mesmo tendo em conta a actual situ-ação do mercado interno e o contexto mundial de crise. Seja como for, a nova tendência para que a joia não seja ape-nas um investimento de valor, mas uma manifestação de arte e de identidade do seu utilizador numa sociedade cada vez mais preocupada com a estética pessoal e a individuação social, aponta para um novo paradigma consumidor-mercado que já está a provocar mu-danças de sentido no tecido empresa-rial do sector.

Na realidade, a indústria de ourivesaria e joalharia tem evoluído positivamente e desde 2010 que tem registado um excedente comercial na exportação. Segundo dados da Associação Empre-sarial de Portugal (AEP), esta indústria registou, pela primeira vez naquele ano, um excedente comercial na expor-tação (cerca de 73,3 milhões de euros), em resultado de uma quase duplicação das exportações, apesar do acréscimo de 21,5 por cento nas importações.

Os dados referentes ao primeiro tri-mestre de 2012 voltaram a evidenciar, de acordo com o referido estudo, um forte dinamismo das exportações deste tipo de produtos, com uma taxa de va-riação homóloga de 101,1 por cento.

Deste modo, nos primeiros três meses de 2012, o peso das exportações do sector no cômputo das exportações portuguesas atingiu um peso de 1,84 por cento (contra 1,02 por cento no mesmo período de 2011).

Revelando uma distribuição muito desi-gual no território nacional, as empresas do sector concentram-se maioritaria-mente no Norte do país (82,4 por cen-to), com o Grande Porto a destacar-se

baratos e, por outro lado, esta indús-tria distribui-se maioritariamente por microempresas ou unidades de peque-na dimensão, com um cariz tradicio-nalmente familiar e com mão-de-obra pouco qualificada.

Contudo, este sector de característi-cas tradicionais está a modernizar-se e a mudar de paradigma sobretudo graças à formação inovadora e criativa por parte de instituições com um ensi-no e gestão de projectos que integram os novos desafios do mercado. E tam-bém à parceria cada vez mais estreita de empresas do sector com as univer-sidades (de que é exemplo o projecto Gradouro, que aposta em tecnologias não convencionais – fusão e solidifica-ção incremental, metalurgia dos pós ou nanotecnologias – para aplicação a peças de joalharia e ourivesaria) e à abordagem mais global aos mercados tendo a exportação na mira.

A aposta do sector vai não só para estas novas tecnologias destinadas à produção de materiais com novas co-res, texturas e efeitos de superfície que potenciem, exaltando, as propriedades dos materiais preciosos, como para novos processos de fabrico, design de produtos e mão-de-obra mais quali-ficada, factores-chave incontornáveis para o desenvolvimento do sector, para o seu aumento de produtividade e para a sua projecção internacional.

“Este sector de características tradicionais está a modernizar-se e a mudar de paradigma sobretudo graças à formação inovadora e criativa por parte de instituições com um ensino e gestão de projectos que integram os novos desafios do mercado.”

(72,9 por cento), seguido a grande distância pela Grande Lisboa (9,7 por cento) e pelas restantes regiões.

Tal como outros sectores da economia nacional, a joalharia e a ourivesaria também sentem a pressão da con-corrência dos mercados do Oriente, onde os custos de produção são mais

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DESTAQUE

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A AORP tem como missão principal a defesa dos direitos e interesses dos seus associados, norteando a sua intervenção pelo acompanhamento da evolução do sector – desenvolve projectos de interes-se estratégico e de natureza colectiva – e estimulando o seu desenvolvimento organizacional, produtivo e tecnológico.

Como a maior associação sectorial a ní-vel nacional, a AORP representa o sector no seio do Pólo de Competitividade da Moda e em outras entidades nacionais e internacionais, nomeadamente no Con-celho Associativo da Associação Empre-sarial de Portugal - AEP, e na Confede-ração Mundial de Ourivesaria - CIBJO, entre outras. Nesta medida, desenvolve uma importante actividade em termos de criação e potenciação de eventos de

AORP - ASSOCIAÇÃO DE OURIVESARIA E RELOJOARIA DE PORTUGALRÁPIDA MUDANÇA DE PARADIGMA>Por Fátima Santos, Secretária Geral da AORP - Coordenação Associação Pólo de Competitividade da Moda

A Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal - AORP é uma organização associativa de direito privado, sem fins lucrativos, que representa actualmente cerca de 85 por cento dos industriais de ourivesaria de Portugal, com cerca de 400 empresas associadas.

promoção sectorial a nível nacional: par-ticipa activamente em feiras nacionais – Portojóia e Ourindústria – e é responsável pela organização de um Fórum da Indús-tria da Ourivesaria Nacional, Jornadas de Ourivesaria, entre outras actividades.

O seu universo associativo inclui um amplo leque de actividades, que se estende dos ourives e fabricantes de relojoaria com actividades de fabrico, montagem e reparação, até às pedras preciosas ou semipreciosas para joa-lharia e uso industrial, estojaria, ma-quinaria, fabricação de joalharia e ou-rivesaria. Para potenciar o crescimen-to sustentado e competitivo do sector e o reforço da presença da associação e das suas empresas no contexto in-ternacional, operacionaliza três eixos de intervenção: Inovação, Especializa-ção e Competitividade.

Competitividade: além de ser mem-bro-fundador do Pólo da Competitivi-dade da Moda, desenvolve uma linha de intervenção no âmbito da poten-

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ciação das condições de segurança do sector e implementa uma iniciativa de longo prazo de Valorização da Ourive-saria Tradicional Portuguesa como um dos recursos com maior potencial sim-bólico (interno e externo) da economia e da cultura portuguesa.

Qualificação: implementa no âmbito do Sistema de Incentivo às Acções Co-lectivas (SIAC), desde Abril de 2011, o Projecto “OURIVESARIA ON THE MOVE” e, desde Março até Dezembro de 2010, o Projecto “OURIVESARIA XXL - Conso-lidar as bases competitivas a nível nacio-nal e internacional da Ourivesaria e Re-lojoaria portuguesa”. Desenvolve ainda, desde Outubro de 2008, como entidade beneficiária, o Projecto “Ourivesaria em Acção”, apoiado pelo Programa Ope-rativo Potencial Humano – Medida 3.1. Programa PME Formação/Acção.

Internacionalização: apoia os seus associados no desenvolvimento de pro-jectos e iniciativas para a internaciona-lização do sector, através de parcerias com outras entidades, tais como a AEP ou com outras entidades internacionais. Em Março de 2011, organizou em Por-tugal, em parceria com a Confederação Mundial da Ourivesaria (CIBJO) e com o apoio do Programa ON2, a edição 2011 do Congresso Mundial de Ourivesaria, entre as cidades de Porto e Gondomar.

O sector só poderá ultrapassar actual ciclo negativo, de contracção econó-mica, se investirmos no desenvolvi-mento da imagem forte e coerente de uma arte com mais de quinhentos anos de saberes acumulados. Estou certa que o sector reencontrará o ca-minho do crescimento se actuar de uma forma colectiva, partilhando sa-beres, aproveitando sinergias e viajan-do em conjunto. Deixo por isso, aqui, este apelo de união.

PANORAMA ACTUAL DO SECTOR

A ourivesaria em Portugal é um pequeno sector com fortes singularidades, fruto da utilização de metais preciosos como principal matéria-prima. Possui uma forte tradição manufactureira e uma importante concentração de efecti-vos e recursos na Região Norte. Caracteriza-se pela fragmentação e pequena dimensão das unidades produtivas (média de trabalhadores por empresa de 2,4 trabalhadores em 2008). Conta com aproximadamente 3.000 unidades de produção e comerciais, com tendência à redução dos efectivos.

A produção nacional ocupa o 7º lugar no ranking europeu, atrás de países como Itália, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Grécia. Perto de 25 por cento das empresas conta com alguma actividade internacional. A dimensão do mercado interno anda perto dos 377 milhões de euros.

Em 2011, apresentou uma balança comercial negativa, com uma proporção de 2,99 euros importados por cada 1 euro exportado. No entanto, identifica-se uma redução progressiva no deficit da balança comercial, com um incremento gradual nas exportações, que em 2011 alcançaram perto de 33,5 milhões de euros face aos 26,9 milhões de registados em 2009, conforme os dados for-necidos pela COMTRADE.

Apesar dos incipientes progressos recenseados, que validam a estratégia de-senvolvida pela Associação no âmbito das acções colectivas, resulta ainda ne-cessário prosseguir com os esforços, marcando metas mais ambiciosas para um sector que tem dado mostras de uma certa reactividade, com uma atitude mais pró-activa e uma intensificação das acções para promover o acesso aos mercados internacionais.

O objectivo final é propiciar uma certa recuperação, ou a interrupção do declínio (contracção do mercado e Portugal com um decréscimo marcado das vendas in-ternas), pela via do incremento das exportações. Na realidade, nos últi-mos tempos a ourivesaria tem con-seguido melhorar o paradigma, in-troduzindo doses iguais de tradição e de conhecimento, o que resulta na melhoria contínua e no interesse crescente do mercado pelos produ-tos Made in Portugal.

A imagem da ourivesaria portu-guesa, construída numa base de tradição e arte, está focada nas capacidades criativas nos domínios do design e da moda, mas também na prestação de serviços de quali-dade que são geralmente pouco reconhecidos. Os resultados dos projectos implementados mostram um sector que muda de forma acelerada, sendo capaz de seguir e criar as tendências que marcam o momento e de adaptar o modelo de negócios para conseguir vingar no mercado cada vez mais global.

AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal

Avenida Rodrigues de Freitas, 2044000-416 Porto PortugalTel.: +351 225 379 161Fax: 351 225 373 292

www.aorp.pt

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Nos seus 72 anos de existência, a APIO passou por duas transformações signi-ficativas. A primeira, logo após o 25 de Abril de 1974, quando alterou a sua denominação de Grémio dos Indústrias de Ourivesaria do Sul para AIOS - Asso-ciação dos Industriais de Ourivesaria do Sul, e, mais recentemente, em 2009, quando sofreu uma maior revisão es-tatutária, passando a ter a actual deno-minação e abrangência nacional.

Os seus objectivos estratégicos são amplos, e passam, entre outros, pela promoção do desenvolvimento de acti-vidades e serviços, nomeadamente, de promoção de negócios e investimentos,

APIO – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DA INDÚSTRIA DE OURIVESARIAESTRATÉGIA DE MODERNIZAÇÃO>Por Carlos Caria, Presidente da Direcção da APIO

A APIO foi criada em 1941 e tem como objectivo a defesa e promoção das actividades do sector de ourivesaria que representa e, em particular, dos seus associados, a nível nacional e internacional.

de certificação, de informação e apoio técnico, bem como pela promoção de formação profissional e ensino técnico-profissional e superior. Colabora ainda

com a administração pública, com orga-nismos congéneres nacionais e estran-geiros, assim como com outras entida-des que promovam o desenvolvimento do sector da ourivesaria em Portugal e no exterior e pela promoção e criação de organizações ou serviços de interes-se comum. Actualmente está a investir num espaço dedicado à formação pro-fissional, componente na qual se sente forte lacuna na zona Sul do país.

O volume de negócios registado em 2010 ascendeu a mais de 227 milhões de euros (fonte: Portal Estatístico de Informação Empresarial do IRN). É um sector que está obviamente dependente da evolução do

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PIN – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE JOALHARIA CONTEMPORÂNEAAS NOVAS LINGUAGENS DA JOALHARIA >Por Cristina Filipe, Presidente da Direcção da PIN

Tudo começou com a vontade de organizar em Portugal a X edição do Simpósio Internacional Ars Ornata Europeana em 2005. Com este objectivo, um ano antes, Cristina Filipe, Marília Maria Mira e Paula Paour fundaram a PIN, que em 2014 celebra o seu 10º aniversário.

Em 2004, fundámos a PIN, aquela que seria a primeira Associação Portuguesa a tratar especificamente da Joalharia Con-temporânea, surgindo esta associação como uma plataforma de apoio a uma corrente da joalharia carente de estrutura institucional capaz de garantir a sua dinâ-mica e de apoiar os seus criadores.

Formadas no Ar.Co, fazemos parte de uma já terceira geração de artistas que constituem a história da joalharia con-temporânea em Portugal. Kukas, nos

anos 60, e Tereza Seabra, nos anos 70, a par de Alberto Gordillo, Alexandra Ser-pa Pimentel, Filomeno Pereira de Sousa, entre muitos outros, foram os pioneiros dessa história que surgiu na década de 60 do século XX, a par das grandes transformações sociais, culturais e artís-ticas que estavam a acontecer.

A ruptura etimológica que a palavra jo-alharia sofre a partir 1960 representa a nova corrente da joalharia, a qual ao longo destes últimos 50 anos tem vin-

preço dos metais nobres (ouro e prata) cuja evolução teve um acréscimo enorme nos últimos anos (entre 2002 e 2012 o ouro valorizou cerca de 400 por cento, passando de 10 euros por grama para 41,845 euros), e apenas este ano parece conhecer uma inversão nessa tendência.

O sector é essencialmente manufactu-reiro mas encontra-se sujeito a cons-trangimentos e ameaças que o obrigam a uma rápida transformação com o ob-jectivo de se modernizar e de se adaptar ao mercado. Neste sentido, é notável o esforço realizado ao nível do design de forma a ir de encontro às principais tendências da moda e de consumo. É por isso que se considera essencial uma profunda revisão do Regulamento das Contrastarias, documento que se con-sidera completamente desactualizado e castrador das tentativas que as empre-sas do sector façam para combater a ac-tual conjuntura que afecta seriamente a competitividade do sector.

O sector da ourivesaria tem uma di-mensão reduzida e, segundo os dados recolhidos pelos serviços da Associa-ção, tem cerca de 2,1 trabalhadores por empresa, o que não difere muito da média nacional tendo em conta o universo das empresas que, segundo dados do Eurostat era, em 2008, de 2,6 trabalhadores por empresa.

A APIO representa actualmente uma centena de associados que se localizam na sua grande parte na zona Sul do país, mais concretamente em Lisboa e, segundo informação retirada do Portal Estatístico de Informação Empresarial do IRN existiam em Portugal, em 2011, 598 empresas. A maioria das empresas deste sector encontra-se localizada no Norte de Portugal, nomeadamente na região de Gondomar.

APIOAssociação Portuguesa da Industria de Ourivesaria

Rua Arco do Marquês do Alegrete nº6 4ºB1100-408 LisboaPortugalTel.: +351 213 469 820

+351 213 243 180Fax: +351 213 472 645

[email protected]

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do a assumir novas linguagens que se traduzem não só na multiplicidade de materiais, mas também nas propostas conceptuais inerentes às criações dos vários autores, libertando-se assim da tradição e do contínuo revivalismo pre-sentes na joalharia portuguesa.

Desde a sua fundação associaram-se à PIN 218 membros, entre os quais artistas joalheiros, escolas e museus que se inte-ressam pela criação, pelo ensino e pela divulgação da joalharia contemporânea. Através do sítio da PIN www.pin.pt procu-ramos difundir o trabalho dos seus asso-ciados mas sobretudo reflectir e transmitir uma visão actual em torno da joalharia contemporânea nacional e internacional. Neste sentido, promovemos com regula-ridade cursos, exposições, workshops e conferências, muitos dos quais são orga-nizados pela própria Associação.

Do currículo de actividades da PIN, para além do Simpósio, citado acima, que congregou cerca de 150 participantes internacionais, destacamos o encontro “4 Pontos de Contacto entre Lisboa e Roma”, em 2006, em parceria com a Associação AGC, em Itália, o incentivo que demos à exposição “Impressions on Portuguese Jewellery”, em Nurem-berga, promovida pela AICEP em 2007, e ainda a exposição “Jóias Reais – Jo-alharia Contemporânea Luso-Brasilei-ra”, no âmbito das comemorações dos 200 anos da transferência da corte por-tuguesa para o Rio de Janeiro.

A PIN tem tido, portanto, um papel pri-mordial na forma como tem sensibilizado as múltiplas instituições culturais, em Por-tugal e no estrangeiro, para a criação da joalharia contemporânea nacional, sendo geradora de uma série de apoios e incen-tivos a artistas e projectos nesta área. Tem ainda dinamizado o mercado de uma forma didáctica ao dar a conhecer as múltiplas linguagens dentro da joalharia contemporânea validando e credibilizan-do obras e autores.

PINAssociação Portuguesa de Joalharia Contemporânea

Apartado 27011 Praça do Município1144-063 Lisboa Portugal

[email protected]

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O projecto Gradouro tem como princi-pal objectivo dotar as empresas de ma-teriais e processos inovadores no do-mínio da joalharia/ourivesaria. Iniciado há cerca de oito anos, este projecto é desenvolvido no Departamento de En-genharia Mecânica da Universidade do Minho e tem vindo a afirmar-se como uma das iniciativas mais relevantes e sustentáveis, a nível mundial, na área da joalharia/ourivesaria.

Depois da várias fases de relaciona-mento com o tecido industrial nacio-nal, o projecto Gradouro considerou que a estratégia mais adequada para a rentabilização dos desenvolvimen-tos científicos e tecnológicos seria a criação de uma marca comercial que tivesse como função ser uma marca demonstradora de tecnologias e si-multaneamente uma marca de pene-tração nos mercados. Nesta medida, o projecto já deu origem a uma spin-off da Universidade do Minho, e está a estruturar-se para entrar no mercado através da marca Grad’Or (www.gra-dorjewels.com).

PROJECTO GRADOUROINOVAÇÃO TECNOLÓGICA QUE VALE OURO> Por Filipe Samuel Silva, Professor Catedrático, Coordenador do Projecto Gradouro

e Director do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho

A ambição da nova marca é afirmar-se comercialmente a nível internacional, tal o como projecto Gradouro já o fez relativamente à investigação e ao de-senvolvimento. Neste sentido, a marca Grad’Or tem como objectivo uma rápida internacionalização, servindo de guarda-chuva estratégico para um conjunto de empresas que queira apostar, de forma coerente e sustentável, na sua presença e afirmação em vários mercados mundiais.

No sentido de promover o sector, no território nacional, e para além de ter participado e de participar regularmente em iniciativas de apoio ao sector, como é o caso da feira Ourindústria, em Gon-domar, ou da feira Portojoia, em Mato-

sinhos, o projecto Gradouro organizou, em 2012, a 1ª Conferência Ibérica de Ourivesaria (http://www.ct2m.uminho.pt/IJC/), que contou com a presença de mais de 140 inscritos e que foi a maior conferênca do género alguma vez rea-lizada em Portugal. O evento contou com as escolas, associações e outros actores da ourivesaria, incluindo repre-sentantes do sector vindos de Espanha, Itália, Reino Unido e Brasil, entre outros.

Este evento deverá ter a sua 2ª edi-ção, em 2014, onde se pretende levar a cabo um grande concurso de design que possa ser um espaço de afirmação quer das nossas tecnologias quer dos nossos designers. A união de esforços é

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fundamental para a afirmação interna-cional do sector e o projecto Gradouro quer estar na vanguarda deste esfor-ço. (www.gradouro.dem.uminho.pt), (www.santafesymposium.org).

Em matéria de desenvolvimento de tec-nologias, o projecto já desenvolveu várias que originaram diferentes colorações de ouro ou diferentes texturas, desenvol-vendo ou recorrendo a tecnologias tais como sinterização de pós compósitos, tecnologias de fundição incrementais, revestimentos funcionais, entre outras, dando origem a efeitos estéticos muito interessantes e distintos do comum, per-mitindo assim que os criadores de moda, em joalharia/ourivesaria, possam desen-volver produtos novos com renovados apelos ao sentido estético dos clientes. Nesta área de aplicação e desenvolvi-mento, o projecto possui cinco patentes.

É de realçar que as novas tecnologias permitem, talvez como nunca, aliar a inovação dos materiais e tecnologias a aspectos culturais e tradicionais dos povos, e neste caso, em particular do povo português, dando origem a pro-dutos esteticamente inovadores.

Prova disso são os três prémios, con-quistados a nível internacional, no-meadamente o prémio “Research Award”, o prémio “Applied Engine-ering Award” e o prémio “Honorary Ambassador of the Santa Fe Sympo-sium on Jewelry Manufacturing Tech-nology”, atribuídos pelo maior e mais reputado simpósio mundial ligado às tecnologias e materiais usados em jo-alharia, e onde figuram empresas tão diversas como, na área tecnológica, a empresa Mistubishi ou a empresa Kerr, entre outras bem conhecidas do sector joalheiro como Cartier, Swatch, Rolex e H.Stern.

O projecto Gradouro tem sido convida-do, ano após ano, a apresentar as suas inovações em vários países, não somen-te nos EUA mas também em Itália, Espa-nha, Alemanha, Dubai, entre outros. A razão destes convites tem que ver com a nossa reconhecida capacidade de ino-vação e desenvolvimento tecnológicos. Exemplo disso é o nosso mais recente projecto, que se iniciou este ano e que

consiste no desenvolvimento de uma tecnologia, inovadora a nível mundial, que permitirá a criação de peças feitas em diversos tons de cores de ouro e/ou de cerâmicos e a obtenção de novas tex-turas. Este desenvolvimento baseia-se numa tecnologia de sinterização direc-ta, por laser, de diversos metais e cerâ-micos, de forma simultânea, que teve o apoio da FCT-Fundação para a Ciência e Tecnologia e que mereceu o apoio de cerca de meio milhão de euros.

Estes cerâmicos, conhecidos como ce-râmicos técnicos (zircónia, carboneto de tunsgsténio, etc.), têm propriedades ex-cepcionais de resistência ao desgaste, à corrosão, à fractura, etc, proporcionando às peças caraterísticas de um material nobre, tal como é o ouro, e permitindo também reproduzir numa escala milimé-trica (dimensão das peças de ourivesaria) padrões que só são possíveis de executar noutras escalas, tais como as calçadas portuguesas ou os azulejos portugueses, que são uma riqueza da nossa cultura.

Este projecto é desenvolvido em parce-ria pela Universidade do Minho, pelo Instituto Politécnico de Leiria e pela Fa-culdade de Medicina Dentária da Uni-versidade de Lisboa. O projecto aplica-se não somente à área de joalharia mas também à área dentária, de próteses, e outras aplicações na área da saúde.

Para além deste desenvolvimento, o projecto Gradouro mantém actual-mente outras linhas de investigação em outras tecnologias que brevemen-te serão apresentadas, na forma de peça final, ao público. Durante a feira Portojoia 2013, a realizar em finais de Setembro de 2013, serão apresenta-das as primeiras colecções que pode-rão ser adquiridas pelas ourivesarias em Portugal.

GRADOUROUniversidade do MinhoCentro de Tecnologias Mecânicas e de Materiais (CT2M)

Prof. Filipe Samuel SilvaTel.: +351 253 510 254

[email protected]

www.dem.uminho.pt

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A criatividade e o design são dois temas que já fazem parte do léxico da gestão empresarial, tanto mais que no actual panorama de globalização, a diferen-ciação tornou-se fundamental para a competitividade das empresas. Neste sentido, a formação levada a cabo por instituições de ensino é crucial para

AFFAIRE JEWELLERYA EXCELÊNCIA DA QUALIDADE EM JOALHARIA> POR FARINHA GONÇALVES, FUNDADOR E DIRECTOR DE MARCA, E ELISABETE DOS SANTOS,

FUNDADORA E DIRECTORA CRIATIVA

A AFFAIRE Jewellery é uma jovem marca portuguesa que se dedica à criação de joias para um segmento médio/alto e alto. Os seus criadores – Elisabete dos Santos e Farinha Gonçalves – procuram surpreender com colecções alternativas de ‘look’ distinto e diferenciado, combinando a porcelana com materiais como o ouro ou pedras preciosas, e utilizando técnicas tradicionais de produção e inovações desenvolvidas nas suas oficinas. Cada joia é única e produzida artesanalmente, reflectindo a excelência da qualidade e a originalidade na combinação dos diferentes materiais.

que novas ideias possam ser testadas antes de se lançarem no mercado.

O que são hoje as marcas AFFAIRE Jewellery® e Whitemans® foi an-tes testado em ambiente de ensino – como a ESAD - Escola Superior de Artes e Design (Escola do Institu-

to Politécnico de Leiria) – onde os fundadores destas marcas, que hoje desenham e produzem jóias e com-ponentes para joalharia, iniciaram o projecto ainda enquanto estudantes, o que mostra que as instituições de ensino são uma espécie de incuba-doras de futuras empresas em que

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a consultoria, a diversos níveis, está sempre presente através do amplo número de professores disponíveis.

Depois dos resultados dos primeiros testes de design e de produção no final do percurso académico e motivados pelas novas e diferentes opções que seriam possíveis na conjugação de di-ferentes materiais, Elisabete dos Santos e Farinha Gonçalves direccionaram as competências adquiridas para a criação de um projecto mais intimamente liga-do ao mundo da joalharia. Foi a junção do mais fino dos materiais cerâmicos, a porcelana, com os metais nobres e pe-dras preciosas que se apresentou como o ponto de diferenciação e criatividade que se procura actualmente num mer-cado competitivo e global.

O que inicialmente era visto como apenas uma futura empresa de design de joias rapidamente se alterou para o desenvol-vimento integral de todos os processos. A dificuldade em encontrar produtores que possuíssem a delicadeza e conhecimento para desenvolver os designs criados levou a uma mudança de estratégia de modo a incluir não só a parte de design mas tam-bém a unidade produtiva.

Fundaram primeiramente a AFFAIRE Jewellery® de modo a apresentar aos amantes da joalharia artigos produzidos de forma maioritariamente manual, com design diferenciado e onde a personaliza-ção das jóias para os seus clientes através do design e produção únicas, sempre foi um dos focos principais da marca.

À medida que o projecto se desenvol-via a necessidade de encontrar soluções inovadoras na conjugação dos diversos materiais ia ganhando relevância. A op-timização dos processos produtivos, o melhoramento de soluções de produção e da capacidade de resposta às necessi-dades criadas pela procura, fez com que em Março de 2013 fosse fundada a Whi-temans®. A marca fornece os serviços de produção e serviços de design para ou-tras empresas e possui ainda a sua linha clássica e mais acessível de jóias para um mercado global e exigente.

Foi também este conceito de mercado global que moldou o modo de traba-

lho desde o início de ambas as marcas. Os primeiros passos foram dados com a decisão de investimento em presenças in-ternacionais nas feiras de Londres, Milão e Paris e só posteriormente em Portugal. Neste momento já fornecem empresas externas podendo ver os seus componen-tes de porcelana e metal em projectos de outras marcas e preparam para este ano de 2013 a entrada das suas joias e servi-ços nos mercados russo e alemão.

AFFAIRE JEWELLERYAvenida Rodrigues de Freitas, 2044000-416 PortoPortugal Rua Bela vista à Graça nº27, Loja 311170 - 054 LisboaPortugal Tel.: +351 220 993 934

[email protected]

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Entre os enormes desafios que o sector tem pela frente, um deles é a internacio-nalização e o aumento das exportações. Tendo presente este contexto, a Porto-joia vai realizar uma acção de Encontro de Negócios, cujo objectivo é criar rela-ções comerciais que potenciem negó-cios nomeadamente nos mercados da Rússia, Polónia, Ucrânia, Cazaquistão, Republica Checa e Bielorrússia.

PORTOJOIA 24 ANOS DE BONS NEGÓCIOS>POR AMÉLIA MONTEIRO, DIRECTORA DA PORTOJOIA

Em 24 anos consecutivos, a PortoJoia tem vindo a confirmar junto dos seus visitantes profissionais as vantagens de reunir, num só local e num período de tempo definido, uma amostra tão significativa da procura e da oferta do sector da ourivesaria e da joalharia.

tecnológicos, imprensa especializada e meios de comunicação social gene-ralistas, a PortoJoia assegura um enfo-que em targets de mercado bem de-finidos e uma excelente relação entre o custo e o benefício, atributos parti-cularmente relevantes para as peque-nas e médias empresas. Refira-se que cerca de 54 por cento dos contactos aqui efectuados acabam por resultar

centra no Grande Porto mais de 70 por cento da sua massa produtiva.

E porque esta feira extravasa o palco da troca comercial, temos vindo a apostar fortemente no incentivo à qualidade da formação, sendo disso exemplo a 9ª edição do Prémio PortoJoia Design que desafia os estudantes de design de joias e os formandos de cursos de ourivesaria a concorrerem com peças originais da sua autoria. Esta iniciativa aproxima os ainda estudantes ao mer-cado de trabalho, já que, ao mesmo tempo que revela novos talentos, mos-tra ser uma plataforma de ligação entre o mundo formativo e o empresarial.

Paralelamente, a PortoJoia reflecte, também, uma crescente orientação do sector para a inovação e a adopção do design na concepção das peças, tendo para o efeito criado o Espaço Escola com o objectivo de aproximar as esco-las das empresas expositoras, não só através da divulgação dos respectivos programas de formação, mas também através da prática, mostrando como se aplicam e cruzam técnicas ancestrais e inovadoras na fabricação de joias de adorno pessoal e peças decorativas.

PORTOJOIAEXPONOR - Feira Internacional do Porto

Av. Dr. António Macedo - Leça da Palmeira4454-515 Matosinhos - PortugalTel.: +351 808 30 1400Fax: +351 229 981 482

[email protected]

[email protected]

Esta iniciativa é uma forma de divulgar a nossa competitividade, inovação e design, representando uma plataforma de networking e de afirmação e valori-zação de produtos e marcas portugue-sas. Neste sentido pretendemos alargar o espaço de negócios a estes mercados mais alternativos, com os quais ainda não temos grandes tradições comer-ciais, mas que representam no entanto uma oportunidade de negócio para os nossos empresários.

Ao envolver associações sectoriais, instituições de investigação, centros

em vendas reais, o que reflecte uma elevada taxa de sucesso.

A importância da PortoJoia é fulcral para o sector a nível nacional, mas não podemos deixar de salientar que a sua relevância é particularmente sentida no Norte do país, onde se localizam mais de 80 por cento das empresas num uni-verso de 846 fabricantes em todo o país que são responsáveis por um volume de negócios anual de cerca de 190 milhões de euros. A localização da feira na Ex-ponor é, assim, de extrema importância para esse universo empresarial que con-

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A Garland é uma das principais com-panhias de transporte, logística e dis-tribuição existentes em Portugal, onde, desde 1776, tem investido de forma regular procurando responder às ne-cessidades dos seus clientes.

O Grupo é constituído por 11 empresas e tem redes de parceiros em todos os pontos do mundo e investimentos em Inglaterra, Chile e Colômbia. É com o lema ‘All in one world’ que fornece ser-viços de transporte e logística em todo o mundo, com uma fácil adaptação aos requisitos dos clientes e uma resposta rápida às suas necessidades, ao qual se junta um serviço personalizado de apoio ao cliente. A empresa consegue dar to-das as soluções, desde a importação até à exportação, onde faz recolha nas fá-bricas, armazenagem e distribuição dos

produtos pelo mundo inteiro. Por exem-plo, na Europa faz rotas terrestres diárias para as principais capitais europeias.

A história da empresa em Portugal re-monta ao século XVIII quando o navio do mercador inglês Thomas Garland, que fazia o caminho entre o Canadá e Inglaterra, foi apanhado por uma forte tempestade que fez com que fosse des-viado para o porto de Lisboa. No barco transportava bacalhau que vendeu na capital portuguesa. Alguns meses de-pois enviou o seu filho Joseph para abrir um escritório de importação e venda de bens alimentares em Portugal.

Fundada em 1776, a Garland começou com o negócio da navegação, uma ofer-ta que ainda mantém uma importante quota nos dias de hoje e que, em 2009,

chegou a toda a América do Sul, América Central, Canadá, Mediterrâneo, Norte de África, Europa, Médio Oriente e Extremo Oriente. Actualmente, dá grande relevo ao tramping, tendo-se especializado no atendimento de navios de granéis sólidos e líquidos. Tem uma equipa em cada por-to para contactar as entidades e tratar da movimentação da carga de forma rápida e eficaz. Oferece ainda agenciamento de pacotes de atendimento que vão desde a simples recepção do navio à operação mais complexa e fretamento dos navios mais modernos do mercado, em associa-ção com uma rede mundial de brokers. Recorde-se que nos primeiros tempos, fazia embarques de vinho do Porto na região do Douro.

A empresa foi diversificando a sua área de negócio no nosso país, ao longo

GARLANDAPOSTA SEGURA EM PORTUGALFoi por acaso que a Garland “atracou” em Lisboa, há mais de 200 anos, mas hoje o grupo tem um investimento sólido em Portugal com uma rede de parcerias em todo o mundo. Presente na navegação, logística, transitários e pneus, no seguimento de uma estratégia de diversificação de negócio, a Garland está atenta ao mercado internacional e pretende intensificar a sua presença em vários mercados, nomeadamente nos PALOP.

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EMPRESAS

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dos tempos, tendo iniciado operações de transitários por altura da II Guerra Mundial. No que a este negócio diz res-peito, a empresa realça a aquisição, em 2005, da CONTIR, numa transação que permitiu complementar outros dos ser-viços da companhia, já que conseguia dar cobertura terreste a toda a Europa. Por esses dias, foram também desen-volvidos os serviços de carga aérea e marítima com a Ásia e a China.

Outro dos actuais ramos de actividade da Garland é a dos pneus, negócio que começou com o início de relações entre o Grupo e a Dunlop, em 1964, e que culminou com a nomeação da Garland Laidley (anterior designação da empre-sa), quatro anos depois, como distribui-dor exclusivo dos pneus Dunlop para o

GarlandEscritórios em Lisboa: Tv. Corpo Santo, 10 - 2º -1200 - 131 LisboaTel.: +351 213 211 320Fax: +351 213 466 224

www.garland.pt

e a Suíça e vice-versa. Este serviço foi criado com o intuito de satisfazer as cada vez mais exigentes necessidades de transportes eficientes no que res-peita ao controle da temperatura das mercadorias transportadas, permitin-do que os clientes tenham informação sobre a mesma em qualquer momen-to da viagem, explica a mesma fonte. Que acrescenta que este serviço visa ir ao encontro dos padrões de qualidade elevados exigidos em diversos sectores, nomeadamente na indústria alimentar e bebidas e farmacêutico.

“No nosso tipo de negócio é a qualida-de dos serviços que nos distingue dos concorrentes, bem como as relações humanas. São essas relações humanas que originam a qualidade dos nossos serviços. Se as pessoas estão satisfei-tas no trabalho, dão o seu melhor aos clientes”, afirma Bruce Dawson, admi-nistrador da Garland.

A Garland tem clientes nas mais varia-das áreas de negócio e o Centro Logís-tico da Maia (CLM) – um investimento de 8 milhões efectuado em Janeiro de 2012 – é bem revelador dessa diversi-dade. Refere a mesma fonte que, neste momento, o CLM é um elo importan-tíssimo na cadeia de distribuição das colecções Hugo Boss, Terre Bleue (em-presa belga de moda infantil) e Russell Athletic. Para responder às necessida-des específicas das empresas de moda, foi criada a Fashion Logistics, do Grupo Faxion, a maior rede de distribuição de moda da Europa, que conta com ser-viços de armazenagem, pendurados e artigos de moda.

Em 2012, o grupo Garland facturou 82 milhões de euros, valor que prevê aumentar este ano em 5 por cento. A empresa aumentou também o número de colaboradores que passou de 287 no ano passado para 315 actualmente.

blagem de componentes. A Garland Logística prepara encomendas para todo o mundo e a faz distribuição tanto a nível nacional como interna-cional, assentando todos os seus pro-cessos na flexibilidade. Investiu ainda num WMS (Warehouse Management System), uma tecnologia avançada no negócio logístico.

Neste momento, a perspectiva é conti-nuar a crescer, com base numa equipa nova mas com experiência na área.

Estratégia de internacionalizaçãoQuanto à internacionalização do grupo, e segundo fonte da empresa, a Garland continua atenta ao mercado internacio-nal e, centrando a sua atenção na inova-ção e pesquisa de novas oportunidades,

mercado português. Cerca de 20 anos depois, a Garland Laidley atingiu a po-sição de maior distribuidor europeu de pneus Dunlop.

De referir que a imagem da companhia mudou em 2006, por ocasião das co-memorações dos 230 anos, ficando apenas com o nome Garland. Um ano mais tarde, foi estabelecida a Garland Transportes para controlar e gerir a ca-mionagem internacional do Grupo.

Por último, surge a Garland Logística, em 1998, que disponibiliza actual-mente cerca de 30.000 m2 de área de armazenagem, que para além da pró-pria armazenagem, prepara encomen-das, distribui e efectua vários serviços de valor acrescentado, tais como eti-quetagem, reembalamento e assem-

está a intensificar a presença nos PALOP. Assim, estabeleceu recentemente uma nova parceria em Moçambique, que possibilitará garantir qualidade de ser-viço aos seus clientes quer ao nível de despachos aduaneiros, quer ao nível de transporte e logística. Investiu.

Por outro lado, mantém grandes inves-timentos na K-Line Portugal, PSL Freight Ltd (Reino Unido) e Anacondaweb (Chi-le) e continua a investir em segmentos de mercado específico. Por exemplo, no Bulk (transporte de granéis sólidos e lí-quidos), que tem vindo a registar cresci-mento ao longo dos últimos anos.

Mais recentemente iniciou um serviço semanal especializado em temperatura controlada (cold chain) para cargas de grupagem e completas entre Portugal

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MERCADOS

// Setembro 13 // Portugalglobal28

Mercado de grande dimensão e com uma economia principalmente suportada pelo sector dos hidrocarbonetos, a Argélia tem em curso um Plano Quinquenal (2010/2014) que, com um orçamento de 280 mil milhões de dólares, abre um leque de oportunidades para a exportação e investimento portugueses.O forte incremento das exportações nacionais para a Argélia é, aliás, revelador do interesse que este mercado desperta junto das empresas portuguesas, cuja presença no país tem sido mais visível no sector das obras públicas e construção. Outros sectores, porém, merecem a atenção das empresas nacionais, com destaque para as tecnologias de informação e comunicações, o ambiente, o agro-alimentar, os têxteis-lar, o mobiliário, a metalomecânica e a distribuição. As análises do Embaixador de Portugal em Argel, António Gamito, e do director do escritório da AICEP na Argélia, João Renano Henriques.

ARGÉLIAUM MERCADO PRIORITÁRIO

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MERCADOS

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Gostaria de começar por agradecer à Administração da AICEP ter escolhido o mercado da Argélia como “capa” da sua revista de Setembro de 2013, atestando desta forma a importância deste mercado para as empresas portu-guesas, assim como as potencialidades que para elas encerra. Espero depois que o texto consiga ajudar e encorajar os operadores económicos nacionais a porem a Argélia no seu radar de inte-resses. Sem a sua acção, os objectivos de desenvolvimento, aprofundamen-to e diversificação do relacionamento económico e comercial bilaterais pros-seguidos pelo Embaixador de Portugal em Argel estarão sempre limitados.

BREVE CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE INTERNO E EXTERNO EM QUE SE INSERE A ACTIVIDADE DA EMBAIXADA/AICEPNum momento em que a maioria dos países do Norte de África atravessa um

ARGÉLIA…AQUI AO LADO! DESCUBRA ESTE MERCADOPOR ANTÓNIO GAMITO, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM ARGEL

2010-2014 de 286 mil milhões de dólares americanos. Em muitos secto-res de actividade já são conhecidas as enormes estimativas de investimento até 2030. O objectivo é o de desen-volver programas de diversificação da economia para diminuir a dependência dos hidrocarbonetos e das importa-ções. A fórmula preferencial utilizada para o efeito passa pelo recurso a par-cerias. Através da criação de empresas mistas, onde a maioria do capital (51 por cento) é argelino e a gestão é en-tregue à sociedade estrangeira, ficando esta obrigada a transferir tecnologias, a formar recursos humanos e a criar em-prego. As necessidades argelinas, pres-sionadas por uma população de mais de 37 milhões de pessoas, são imen-sas e em todos os sectores. Apesar dos esforços do governo argelino para as satisfazer localmente, as importações de bens e de serviços continuarão a ser vitais para o desenvolvimento econó-mico e a estabilidade social do país nos anos vindouros.

A RELAÇÃO COM PORTUGALA relação com Portugal é desejada e a vontade de a desenvolver, aprofundar e diversificar é estratégica. Poucos países assinaram, como nós em 2005, Trata-dos de Boa Vizinhança, de Amizade e de Cooperação com a Argélia. Outro exemplo. Apresentei as minhas cartas credenciais ao Presidente Bouteflika em 20 de Março passado, 4 dias depois de ter chegado a Argel, facto nunca antes verificado e que, na minha opinião, pro-va bem o interesse do governo argelino no relacionamento com o nosso país. Estas intenções foram aliás reiteradas nos encontros que naquela ocasião tive com o Ministro dos Estrangeiros e o Pre-sidente argelinos. E mais tarde com mais 15 Ministros e outros altos funcionários argelinos de diferentes áreas. Posso as-

período conturbado, a Argélia dispõe de estabilidade política. A segurança ao ní-vel doméstico e das suas fronteiras, assim como a gestão das receitas provenien-tes da venda do petróleo e do gás, que permite garantir a paz social, subsidiar o consumo e lançar grandes programas de

“A relação com Portugal é desejada e a vontade de a desenvolver, aprofundar e diversificar é estratégica.”

Embaixador António Gamito

desenvolvimento multissectoriais, são os

pilares de sustentação do Estado. O país

dispõe de uma estrutura económica maio-

ritariamente pública e burocratizada, a par

de um tecido empresarial privado ainda

incipiente, mas em forte crescimento.

O governo argelino aprovou um plano

quinquenal de desenvolvimento para

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MERCADOS

// Setembro 13 // Portugalglobal30

sim afirmar que Portugal é aqui consi-derado como fazendo parte de “uma primeira divisão de países”.

O enquadramento jurídico existente e em negociação, assim como as deslo-cações regulares de governantes dos dois países, atestam uma maturidade relacional que não conhece contencio-sos e que também por isso dispõe de bastante espaço para crescer.

A Argélia, pela proximidade geográfi-ca (menos de duas horas de voo entre as duas capitais e 3/4 ligações directas por semana), pela estabilidade interna, pelo poder de compra e investimento assente nas receitas com a venda do petróleo e gás que, repito, asseguram a paz social, subsidiam o consumo e fi-nanciam inúmeros projectos de desen-volvimento multissectoriais, tem vindo a ganhar relevo no contexto das expor-tações e deslocalizações portuguesas (mais de 300 empresas exportam para a Argélia e mais de 80 estão aqui ins-taladas). O governo argelino está a par desta situação e encoraja-a, reconhe-cendo as nossas capacidades e vanta-gens comparativas em certas áreas, e preferindo parcerias, técnicos e tecno-logias portuguesas.

De acordo com as estatísticas do INE, as exportações nacionais têm crescido regularmente nos últimos anos (taxa de crescimento médio anual de 26,1 por cento nos últimos 5 anos), atingindo em 2012 o valor de 430 milhões de euros, o

das nossas importações de gás (Portugal compra à Argélia menos de metade das suas necessidades) resultou já neste mo-mento num saldo da balança comercial positivo a nosso favor.

DIVERSIFICAÇÃO DA COOPERAÇÃO E INICIATIVAS INSTITUCIONAISA política de diversificação da coopera-ção que aqui prossigo, designadamente nos domínios da agricultura, TIC, ener-gia e minas, habitação e urbanismo, indústria, infra-estruturas desportivas, obras públicas, pescas, recursos hídri-cos, transportes e turismo, não deixará de contribuir para abrir mais oportuni-dades a mais empresas nacionais para exportarem os seus bens e serviços e para aqui se instalarem, beneficiando de um mercado de mais de 37 milhões de consumidores e da possibilidade de os canalizarem sem direitos para outros países do mundo árabe.

É neste contexto que se torna funda-mental a realização até ao final do ano em Argel do Grupo de Trabalho Eco-nómico Conjunto, a organização da IV Cimeira bilateral, também em Argel,

que colocou a Argélia como o 14º desti-no dos nossos bens e serviços. O primei-ro semestre deste ano registou um au-mento significativo (mais 68,4 por cento do que em igual período de 2012), co-locando provisoriamente o país como o 13º destino das exportações nacionais. O efeito do aumento das nossas expor-tações, conjugado com a diminuição

“O enquadramento jurídico existente e em negociação, assim como as deslocações regulares de governantes dos dois países, atestam uma maturidade relacional que não conhece contenciosos e que também por isso dispõe de bastante espaço para crescer.”

Embaixador de Portugal em Argel com o Ministro argelino do Desenvolvimento Industrial da Promoção do Investimento, Amara Benyounes, e o ex-ministro dos Correios e das TIC, Moussa Benhamadi.

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MERCADOS

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antes das eleições presidenciais de Abril de 2014 e, num futuro próximo, a visita de Estado do Presidente da Re-pública Portuguesa, no seguimento da realizada pelo seu homólogo argelino a Lisboa em 2005. Estou absolutamente convencido de que o efeito conjugado da concretização destes importantes eventos não deixará de alavancar os nossos interesses económicos e empre-sariais crescentes no país.

DESTINATÁRIOS DA ACÇÃO DA EMBAIXADA/AICEP Do ponto de vista económico e co-mercial, os destinatários da acção da Embaixada/AICEP são o governo e ou-tras entidades públicas argelinas, com quem dialogamos com vista ao desen-volvimento, aprofundamento e diversi-ficação da relação bilateral; as empre-sas públicas ou privadas argelinas que procuram parcerias com congéneres portuguesas e que desejam importar os seus bens e serviços; as companhias na-cionais exportadoras ou instaladas no mercado argelino, a quem prestamos informações, e para quem se identifi-cam, promovem e facilitam oportuni-dades de negócio; os cidadãos arge-linos requerentes de vistos Schengen para Portugal, onde se deslocam para negócios, a quem devemos dar um atendimento de qualidade e sem dis-criminação, assim como conceder res-postas com celeridade, captando para o nosso país novos fluxos de natureza económica e comercial; e os quadros e

trabalhadores portugueses, residentes ou em circulação, prestando-lhes um serviço de atendimento de qualidade e eficiente, e garantindo-lhes uma eficaz protecção consular.

Por todas estas razões, defendo uma maior aproximação entre as empre-sas nacionais e os serviços do Estado português em Argel. Tal atitude justi-fica-se para conhecermos a realidade macroeconómica e social do país e as respectivas necessidades; para organi-zarmos melhor a oferta nacional, crian-do dimensão e promovendo de forma adequada os bens que produzimos e os serviços que oferecemos; para cati-varmos de forma mais eficiente os de-cisores, públicos e privados, e os ope-radores económicos argelinos que aqui representam os interesses das empre-sas portuguesas, assim contribuindo para as credibilizar; e para aproximar Portugal dos argelinos e aumentar a nossa visibilidade no Argélia.

CUSTOS DE CONTEXTOA relação com a Argélia também tem os seus custos de contexto. Sabemos que as instituições financeiras interes-sadas, por via dos créditos documen-tários, garantias bancárias ou outros instrumentos e mecanismos, devem estabelecer novos limites e novas fa-cilidades de apoio às empresas portu-guesas, potenciando a sua acção neste mercado. Sabemos que é importante reduzir os custos com a legalização de

documentos necessários, por exemplo, à submissão de propostas no quadro de concursos públicos. Sabemos que é preciso pôr em aplicação o acordo so-bre dupla tributação, que está a penali-zar as empresas nacionais, assim como terminar a negociação do acordo sobre segurança social. Sabemos que temos que combater medidas proteccionistas tomadas pelas autoridades argelinas e ultrapassar a burocracia local, estando, designadamente com a U.E., a tentar resolver este problema. Sabemos que é necessário continuar a trabalhar no

sentido de se concluir um processo de facilitação de vistos a favor de portu-gueses e argelinos. Sabemos que é relevante tornar mais céleres os repa-triamentos de capitais. Sabemos que a concorrência que aqui enfrentamos é grande e cada vez mais forte. Por isso, estamos a trabalhar com todas as enti-dades envolvidas para resolver as maté-rias referidas ou, pelo menos, reduzir o seu impacto no ambiente de negócios.

Em suma, diria que entre as vantagens e as desvantagens existentes no merca-do argelino, as primeiras se sobrepõem largamente às segundas. Por isso, con-vido os operadores económicos e co-merciais portugueses a apostarem na Argélia como um país de destino para os seus bens e serviços. Estou, como toda a Embaixada/AICEP, à vossa dis-posição e fico à espera do vosso con-tacto ou visita em Argel. Como aqui se diz, “shukrah” (obrigado) e “salam alaykum” (a paz esteja convosco).

“A Argélia, pela proximidade geográfica (…), pela estabilidade interna, pelo poder de compra e investimento assente nas receitas com a venda do petróleo e gás que asseguram a paz social, subsidiam o consumo e financiam inúmeros projectos de desenvolvimento multissectoriais, tem vindo a ganhar relevo no contexto das exportações e deslocalizações portuguesas.”

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UM PARCEIRO IMPORTANTE>POR JOÃO RENANO HENRIQUES, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP NA ARGÉLIA.

A Argélia é o maior país africano em área e conta com uma população de cerca de 37 milhões. A sua economia é a maior da região do Magrebe e uma das mais importantes do continente africano, muito concentrada na produ-ção de hidrocarbonetos, proporcionan-do um dos rendimentos per capita mais altos em África (5.700 dólares).

A economia argelina tem evidenciado um comportamento bastante favorável ao longo dos últimos anos, em resul-tado, fundamentalmente, do bom de-sempenho do sector do petróleo e do gás, que representa cerca de 70 por cento das receitas do Estado, 40 por cento do produto interno bruto (PIB) e 98 por cento das exportações.

Constituindo o sector dos hidrocarbone-tos o principal suporte da actividade eco-nómica do país, todas as vertentes da vida económica e social têm beneficiado da forte subida dos preços destes produtos. No entanto, a crise internacional também atingiu a Argélia e colocou em evidência a forte dependência da sua economia do sector oil & gas e a sua vulnerabilidade face a factores externos, particularmente aos preços internacionais.

O aumento do preço do petróleo em 2010 permitiu apoiar os grandes pro-jectos de investimento e dinamizar o consumo, tendo-se verificado uma re-cuperação da actividade económica da ordem de 3,4 por cento.

Os diversos sectores da economia conti-nuaram a crescer, particularmente a cons-trução e as obras públicas (representam 9 por cento do PIB), induzidos pelo ambicio-so programa de investimentos do gover-no em infra-estruturas e na construção de habitações. Também o sector dos serviços, que representa cerca de 23 por cento do PIB, evoluiu favoravelmente, beneficiando da melhoria verificada em termos de se-gurança interna, o que ajudou a alavancar o crescimento económico do país.

rarem emprego (a taxa de desemprego em 2012 ultrapassou os 10 por cento), possam contribuir para uma substituição das importações e um desenvolvimento mais rápido da economia argelina, que nos últimos 5 anos já registou uma taxa média de crescimento significativa.

É nesse sentido que recentemente o go-verno argelino, através do seu Ministério do Desenvolvimento Industrial e da Pro-moção do Investimento, abriu a possibili-dade a empresas estrangeiras, individual-mente ou em parceria com argelinas, de se candidatarem a projectos de desen-volvimento tecnológico/industrial em 18 fileiras da indústria.

Estas fileiras abrangem os mais diversos sectores da indústria argelina que se listam a seguir: Têxteis e Confecções, Peles e derivados, Madeira e Mobiliário, Produtos Siderúrgicos e Metalúrgicos, Materiais de Construção, Cabos e Pro-dutos Eléctricos, Produtos Electrónicos e Electrodomésticos, Produtos Farmacêu-ticos e de Parafarmácia, Petroquímica e Química Industrial, Aeronáutica, Mecâ-nica Automóvel, TIC, Novas Tecnologias, Construção e Reparação Naval, Indús-tria Agroalimentar, Indústria e Sistemas de Transportes, Urbanização, Tratamen-tos de Águas e Lixos e Dessalinização.

As empresas estrangeiras interessadas nos referidos projectos beneficiarão de

Apesar de ser um país muito dependente do exterior e importador de todo o tipo de bens, o saldo proporcionado pelas suas significativas exportações de gás e petróleo tem possibilitado uma acumu-lação excepcional de reservas em divisas que estão disponíveis para sustentar um ambicioso plano de investimentos orça-mentado em 280 mil milhões de dólares – Plano Quinquenal 2010/2014.

Para a viabilização desse Plano, as au-toridades argelinas contam com os in-vestidores estrangeiros para trazer o know-how de que o jovem país tanto necessita, através da criação ou recu-peração de unidades de produção com parceiros locais que, para além de ge-

“As oportunidades para as empresas portuguesas são vastíssimas e nos mais variados sectores. Efectivamente, não estando a ainda incipiente indústria local em condições de responder à significativa procura de uma população de mais de 37 milhões, os bens de consumo e de equipamento são na sua maior parte originários do exterior.”

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uma plataforma de assistência, incen-tivos e acompanhamento, que integra representantes do Ministério da Indús-tria, da ANDI (Agência de Investimento sob sua tutela) e das organizações pa-tronais e sindicais.

Existem contudo alguns aspectos que as empresas estrangeiras e particular-mente as portuguesas devem tomar em consideração, com destaque para o grande peso do sector público na eco-nomia. Daqui resulta uma organização centralizada e hierarquizada, limitativa da iniciativa privada, o que constitui um entrave de peso a um desenvolvi-mento mais rápido do país e até à actu-ação das empresas no terreno.

Sempre que os departamentos do Estado ou as empresas públicas pretendam ad-quirir bens ou serviços de maior dimen-são, fazem-no através de Concursos Na-cionais ou Internacionais. Neste domínio, a procura dos cadernos de encargos tem vindo a aumentar por parte das nossas empresas, quer das exportadoras quer das instaladas na Argélia. Estes concursos são divulgados em Portugal através da AICEP e podem ser adquiridos e envia-dos directamente da sua representação em Argel para os interessados.

No que respeita ao sector privado, ele é dominado por alguns grupos mais centrados no agro-alimentar, na gran-de distribuição e no sector imobiliá-rio e hotelaria, assim como por PME. As empresas estrangeiras que quei-ram investir no sector privado devem preocupar-se em identificar parceiros de confiança. A Lei do Investimento estrangeiro obriga a que a maioria do capital das sociedades mistas seja de

origem argelina (51 por cento / 49 por cento), apesar da gestão poder ser da responsabilidade do sócio estrangeiro.

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOApontadas as condicionantes do mer-cado, deve ser referido que, existindo as disponibilidades financeiras já men-cionadas e com tanto ainda por fazer, as oportunidades para as empresas portuguesas são vastíssimas e nos mais variados sectores. Efectivamente, não estando a ainda incipiente indústria lo-cal em condições de responder à signi-ficativa procura de uma população de mais de 37 milhões, os bens de consu-mo e de equipamento são na sua maior parte originários do exterior.

E embora o sector de actividade onde tradicionalmente Portugal está mais presente seja o das obras públicas e construção civil, quer através das suas empresas lideres em obras de grande envergadura como o Metro de Argel, quer através de exportações de mate-riais, máquinas e equipamentos para o sector, existem outros onde o espaço para penetração é enorme e há que apostar, como por exemplo as Tecnolo-gias de Informação e Comunicações, o Ambiente, o Agro-alimentar, os Têxteis-lar, o Mobiliário, a Farmacêutica, a Me-talomecânica e a Distribuição.

Entretanto é de salientar uma vanta-gem importante para as empresas que pretendam vender para a Argélia: o ris-co financeiro das operações de expor-tação é mínimo, já que a legislação do país determina que todas as importa-ções sejam cobertas por carta de crédi-to irrevogável, sem dúvida uma eviden-te segurança para quem exporta.

Em conclusão, existindo uma relação institucional excelente entre os dois paí-ses e sendo o mercado argelino tão de-pendente do exterior para satisfazer as necessidades da sua população, estão reunidas as condições necessárias para que os empresários portugueses apos-tem neste mercado vizinho do norte de África, que está a menos de duas horas de Portugal, com três ligações aéreas se-manais directas entre Argel e Lisboa. A Argélia é assim um país próximo do nos-

CONSELHOS ÚTEIS ÀS EMPRESAS

• Domínio do francês por parte dos seus representantes comerciais.

• Estudar a cultura de negócios do país.

• Obtenção prévia de informação sobre a organização do sector de actividade/região onde se pre-tende investir.

• Identificação dos parceiros, reu-nindo o máximo de informação sobre a sua idoneidade e peso no mercado.

• Racionalizar a logística e o trans-porte das mercadorias.

• Clarificar os termos dos contratos com os operadores locais recorren-do a apoio jurídico se necessário.

• Participar em Feiras e Missões sectoriais para ganhar visibilida-de da sua oferta.

• Visitar regularmente o mercado e manter contacto com a Embaixa-da / AICEP.

• Convidar os potenciais clientes a vi-sitar as suas unidades em Portugal.

Escritório da AICEP em Argel7, Rue Mohamed Khoudi, El-BiarB.P. 266 - 16035 Hydra – ArgelARGELIATel.: +213 21 791 920Fax: +213 21 92 5313 / 791885

[email protected]

so e com um potencial de crescimento ao qual as nossas empresas não deverão nem estão a ficar indiferentes.

A evolução recente das exportações de Portugal para a Argélia, com um aumen-to de cerca de 70 por cento no primeiro semestre de 2013, é um sinal inequívo-co de que estamos em presença de um mercado prioritário e com reconhecido potencial de expansão para os produtos e empresários portugueses.

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O Banco Espirito Santo (BES), no âmbi-to de uma estratégia de apoio aos pro-cessos de internacionalização dos seus clientes, seja em actividades ligadas à exportação, seja nos seus projectos de investimento, criou uma Unidade espe-cializada em determinados mercados emergentes, designada Unidade Inter-national Premium (UIP), coordenada por Ricardo Bastos Salgado.

A UIP é um Departamento de vocação internacional que se encontra subdivi-do por Desks Internacionais Regionais lideradas por especialistas nas respec-tivas Regiões – África, América Latina, Ásia e Médio Oriente, Europa de Leste, Norte de África e Turquia.

BES COM PRESENÇA NA ARGÉLIA

A Desk Norte de África, liderada por Elisa David, segue com especial relevo a Argélia, país onde tem desenvolvido importantes relacionamentos com en-tidades públicas e privadas. Este qua-dro directivo da UIP, também respon-sável pela Turquia, tem uma presença constante neste mercado desde 2006, acompanhando os interesses dos clien-tes do BES quer localmente quer a par-tir de Portugal.

Neste contexto, o BES estabeleceu um Acordo de Partenariado com o primei-ro banco argelino, o Banque Exterieure d’Algérie (BEA) e relações de privilégio com alguns outros bancos argelinos com quem trabalha diariamente, sobre-

tudo em operações de Trade Finance, actividade onde o BES tem uma quota de mercado de cerca de 30 por cento.

Adianta Elisa David que o BES, em so-ciedade com o BEA, acaba de abrir ao público, em Argel, uma Sociedade de Leasing Luso-argelina, a ILA – Ijar Le-asing, que tem o banco argelino sócio maioritário, correspondendo assim à exigência da lei argelina em vigor. A ILA é uma empresa especializada exclu-sivamente em corporate e abrange os ramos mobiliário e imobiliário.

Até ao final deste ano estará em estu-do mais um projecto do BES na Argélia, de novo em sociedade com o BEA e nos mesmos moldes exigidos pela le-gislação argelina.

“O BES orgulha-se de poder contribuir para o reforço das históricas relações existentes entre os dois países e trazer um novo ‘apport’ a essas mesmas rela-ções”, afirma Elisa David, acrescentan-do que, nesse domínio, é de realçar a recente Missão Comercial organizada pelo BES, sob o signo do partenariado luso-argelino e envolvendo os sectores de materiais de construção e alimen-tar, que levou a Argel 75 empresários daqueles dois ramos, possibilitando o contacto com cerca de 300 empresas argelinas que acorreram ao Hotel El Aurassi no dia 26 de Junho passado.

O BES é o banco português mais inter-nacionalizado, estando presente em 25 países de entre os quais Angola, Mo-çambique, Cabo Verde, Brasil, Vene-zuela, Macau.

Elisa DavidExecutive Vice President & Head North Africa Region, BES

[email protected]

O Banco Espirito Santo (BES) alargou a sua internacionalização à Argélia, no âmbito de uma política de estabelecimento de parcerias que lhe permite acompanhar de perto os interesses dos seus clientes e simultaneamente reforçar a sua presença naquele mercado do Norte de África.

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MERCADOS

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Actualmente com três obras em curso na Argélia, a Teixeira Duarte tem já em carteira três novos projectos neste país, cuja execução se prevê para breve, se-gundo revelou Ricardo Acabado, Dele-gado da Administração para a Argélia.

De acordo com o mesmo responsável, até final de 2012, a empresa investiu na Argélia um montante total de 73,5 mi-lhões de euros, tendo em 2012 atingi-do um volume de negócios perto de 57 milhões de euros – que representaram, nesse ano, 4,1 por cento da actividade do Grupo –, prevendo-se um aumento desta percentagem para 2013. A Tei-xeira Duarte tem, aliás, a expectativa de alcançar um volume de negócios no sector da construção neste país a ron-dar os 200 milhões de euros/ano.

O volume de negócios da Teixeira Du-arte no mercado argelino, nos últimos quatro anos, variou entre os 101,6

TEIXEIRA DUARTESÓLIDA PRESENÇA NO MERCADO ARGELINOA Teixeira Duarte está presente na Argélia desde 2003, com vários projectos no sector da construção, principalmente na área das obras públicas e infra-estruturas. A empresa investiu cerca de 73,5 milhões de euros no mercado argelino até 2012, sendo seu objectivo chegar a um volume de negócios anual de 200 milhões de euros, como reflexo da posição consolidada que mantém naquele país.

milhões e os 56,7 milhões de euros, o mesmo se passando em relação ao nú-mero de colaboradores que passou de 829 em 2009 para 404 em 2012.

Quanto aos principais projectos, a Teixei-ra Duarte tem presentemente em fase de conclusão uma obra, em agrupamento, para a construção de 78 quilómetros de via rodoviária com perfil de auto-estrada e, prossegue com a construção de uma estação subterrânea do Metro de Argel e a construção de 65 quilómetros de via férrea (incluindo a sua electrificação) da linha Thénia/Tizi Ouzou.

A Teixeira Duarte tem igualmente já atri-buídos provisoriamente três projectos cuja execução se antevê para um futuro próximo, que envolvem a execução das instalações e equipamentos de explora-ção do lote Oeste da auto-estrada Este-Oeste, a realização de uma residência oficial em Constantine e a construção da

estação de tratamento de águas residu-ais domésticas da cidade de Ali Mendjeli.

“Reforçar a presença consolidada da Teixeira Duarte na Argélia, com base na nossa capacidade e na confiança em nós depositada pelo Estado argelino, através da realização de novas obras nos principais sectores onde já estamos implantados” são os principais objecti-vos da Teixeira Duarte para o mercado argelino, afirma Ricardo Acabado.

O Delegado da Administração do Grupo na Argélia adianta que a empresa preten-de prosseguir a actuação nos domínios das obras de geotecnia, das rodoviárias com perfil de auto-estradas, incluindo obras de arte (pontes, viadutos, túneis) e das obras hidráulicas (barragens, alimen-tação de água, estações de tratamento de águas potáveis e águas residuais), bem como executar na Argélia outras empreitadas que marcam o seu curricu-lum de 90 anos de actividade no mundo,

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MERCADOS

// Setembro 13 // Portugalglobal36

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2008 2009 2010 2011 2012 Var %a 12/08

2012 Jan/Jun

2013 Jan/Jun

Var %b 13/12

Exportações 181.189 197.445 212.960 358.010 427.752 26,1 183.286 308.584 68,4

Importações 706.684 274.938 269.373 776.204 799.050 32,0 308.424 201.924 -34,5

Saldo -525.495 -77.493 -56.412 -418.194 -371.298 -- -125.138 106.659 --

Coef. Cobertura (%) 25,6% 71,8% 79,1% 46,1% 53,5% -- 59,4% 152,8% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012; (b) Taxa de variação homóloga 2012-20132008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados preliminares 3ª revisão; 2013: resultados preliminares 1º apuramento

A Argélia tem vindo a ganhar relevo no contexto das exportações portuguesas, que têm crescido regularmente nos últimos anos, sendo de realçar o aumento significativo verificado no primeiro semestre deste ano, de que resultou um saldo da balança comercial favorável a Portugal.

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – ARGÉLIA

Em 2012, a Argélia foi o 14º cliente dos bens portugueses, com uma quota de 0,94 por cento. Enquanto fornecedor o seu posicionamento também melho-rou nos dois últimos anos, ocupando o

14º lugar da tabela de fornecedores em 2012, correspondente a mais de 1,4 por cento das importações portugue-sas. Já em 2013, no primeiro semestre, verificou-se uma subida da posição

como cliente, para 13º, e uma descida enquanto fornecedor, para 20º lugar.

O saldo da balança comercial bilateral é tradicionalmente desfavorável a Por-

tais como portos e aeroportos, obras fer-roviárias (linhas ferroviárias, Metro e Me-tro de superfície); obras para habitação/ensino e outras edificações (habitação, escolas, equipamentos sociais), edifícios na área da saúde (realização de hospitais e centros de saúde) e ainda de obras de reabilitação de edifícios urbanos.

Vantagens e desvantagens do investimentoDesde 2003 que a Argélia constitui um objectivo estratégico da Teixeira Duarte no âmbito da sua internacionalização, processo que tem vindo a consolidar naquele mercado. São vários os factores favoráveis a essa consolidação, como aponta o Delegado da Administração da empresa, que cita, designadamente, o facto de se tratar de um mercado de grande dimensão, com planos quinque-nais muito ambiciosos, e onde tecido empresarial nacional é insuficiente.

O actual desenvolvimento de uma eco-nomia de mercado e do investimento privado ajudam a potenciar o investi-

mento feito pela Teixeira Duarte ao lon-go dos anos na Argélia, nomeadamente porque, como refere Ricardo Acabado, a Teixeira Duarte tem um conhecimen-to consolidado do mercado argelino, conhece bem as empresas locais, tem obra feita com aceitação, credibilidade e respeito das entidades argelinas e ca-pacidade de adaptação e inovação.

O mesmo responsável indica, porém, algumas dificuldades da actividade neste mercado, cada vez mais exigen-te, como sejam a preferência nacional dada às empresas de capital argelino até 25 por cento, a maior percentagem de concursos públicos só para empre-sas nacionais, a valorização da moeda local nos concursos internacionais, a forte concorrência internacional de pa-íses orientais (China, Coreia, Turquia), e ainda a crise no mercado espanhol.

A Teixeira Duarte defende, no entanto, que “as vantagens do mercado argelino ultrapassam largamente as suas vicis-

situdes, que constituirão apenas mais um desafio à altura das capacidades e da experiência da empresa”, afirma Ri-cardo Acabado concluindo que, nesse contexto, “estamos optimistas e acredi-tamos que o futuro da Teixeira Duarte continuará a abranger também o mer-cado argelino, sendo inquestionável o contributo que este mercado pode dar para manter que a Teixeira Duarte con-tinue a ultrapassar os constrangimentos económicos conjunturais – como o fez ao longo dos seus mais de 90 anos de história – e que, nesta fase resultam es-sencialmente da crise financeira interna-cional e designadamente à paralisia do sector em Portugal”.

Teixeira DuarteArgéliaParc Miremont - Rue A, Nº 136 Bouzareah 16000 Alger Tel.: +213 219 362 83Fax: +213 219 365 [email protected]

Page 37: Portugal Global #58

MERCADOS

Portugalglobal // Setembro 13 // 37

tugal, dado que a Argélia tem um peso considerável no fornecimento de hidro-carbonetos, ocupando o 7º lugar no ranking de fornecedores, correspon-dente a 6,5 por cento das importações totais destes produtos em 2012.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), verifica-se que ao longo dos últimos cinco anos as exportações portuguesas para Argélia aumentaram significativamente e de forma contínua, o que se traduziu numa taxa de cresci-mento médio anual de 26,1 por cento. Em 2012, as exportações atingiram um montante de 427,8 milhões de euros, correspondente a um acréscimo de 19,4 por cento face ao ano anterior. Essa ten-dência manteve-se nos primeiros seis meses deste ano, com as exportações a crescerem 68,4 por cento face a idênti-co período de 2012.

Por outro lado, o valor das importa-ções provenientes da Argélia, muito dependente das compras de hidrocar-bonetos, revelou um crescimento mé-dio anual de 32 por cento no período 2008-2012, tendo atingido cerca de 799,1 milhões de euros no último ano (o montante mais elevado do período). Já este ano, no período em considera-ção, as importações da Argélia caíram 34,5 por cento, de que resultou um sal-do da balança comercial positivo para Portugal e um coeficiente de cobertura de quase 153 por cento.

Os bens de equipamento e os produtos intermédios são claramente dominan-tes na estrutura das exportações por-tuguesas para a Argélia, com os metais comuns e as máquinas e aparelhos a representarem, no seu conjunto, 62,5 por cento do total em 2012. Se consi-derarmos ainda os minerais e minérios (16,7 por cento) e as pastas celulósicas e papel (10 por cento), constatamos que os quatro principais grupos de pro-dutos representam aproximadamente 90 por cento das exportações totais.

No primeiro semestre de 2013, regis-tou-se um aumento de 86,4 por cento nos metais comuns, face a período ho-mólogo de 2012, passando os minerais e minérios a ser o segundo grupo de produtos mais exportado, com um au-

mento de 65,9 por cento, e surgindo o grupo das máquinas e aparelhos em terceiro lugar, com uma variação nega-tiva de menos 21,6 por cento.

Ainda segundo o INE, o número de empresas portuguesas que exporta-ram para a Argélia passou de 234, em 2008, para 313 em 2012.

Ao nível das importações portuguesas com origem na Argélia, é de destacar o enorme peso dos produtos energéticos, com o grupo dos combustíveis minerais a representar 93,6 por cento do total importado em 2012 (97 por cento em 2008). Destes, cerca de 98,2 por cento correspondem à aquisição de óleos bru-tos de petróleo e 1,8 por cento referem-se a importações de gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos.

No âmbito dos serviços, e de acordo com os dados do Banco de Portugal, constata-se que, no último ano, a Argé-lia ocupou o 39º lugar enquanto clien-te de Portugal (tendo absorvido 0,1 por

registaram uma ligeira diminuição face ao ano anterior (menos 0,4 por cento), alcançando cerca de 18,2 milhões de euros, enquanto as importações au-mentaram 30,6 por cento, fixando-se em 8,2 milhões de euros.

Esta situação inverteu-se no primeiro semestre deste ano, com a balança bila-teral a apresentar um saldo desfavorável a Portugal e com a Argélia a subir à 22ª posição como fornecedor de serviços ao nosso país. No total, as exportações de serviços portugueses para a Argélia cifraram-se em cerca de 13,1 milhões de euros no período em referência, contra 21,3 milhões de importações.

No que respeita aos fluxos de inves-timento, e segundo o Banco de Por-tugal, o investimento português na Ar-gélia é consideravelmente superior ao investimento argelino em Portugal, que não tem expressão no total do investi-mento estrangeiro no nosso país.

Em 2012, a Argélia ocupou o 23º lugar da tabela dos destinos do investimento português no exterior, com uma quota de 0,12 por cento, tendo descido uma posição relativamente ao ano anterior.

No período compreendido entre 2008 e 2012, o investimento directo por-tuguês (IDPE) na Argélia atingiu 80 milhões de euros (média anual de 16 milhões de euros) enquanto o desin-vestimento se elevou a 257,5 milhões de euros, resultando daí um investi-mento líquido negativo de cerca de 177,5 milhões de euros.

De registar, porém, que no primeiro semestre deste ano o IDPE na Argélia ascendeu a 12,3 milhões de euros, va-lor superior ao total investido em 2010 (cerca de 11 milhões de euros). O inves-timento líquido manteve-se negativo nos 4,8 milhões de euros.

Embora a Argélia não se encontre entre os principais destinos do inves-timento português no exterior, existe um número assinalável de empresas portuguesas instaladas no mercado, nomeadamente nos sectores da cons-trução e obras públicas, engenharia, consultoria, materiais de construção e indústria alimentar.

“Em 2012, as exportações atingiram 427,8 milhões de euros, aumentando 19,4 por cento face ao ano anterior. Essa tendência manteve-se nos primeiros seis meses deste ano, com as exportações a crescerem 68,4 por cento face a idêntico período de 2012.”

cento das vendas totais ao exterior) e posicionou-se em 46º como fornece-dor, o que representou uma queda de dois lugares face a 2011, quer como cliente quer como fornecedor. A balan-ça de serviços bilateral é normalmente favorável a Portugal; em 2012 o saldo atingiu 9,9 milhões de euros.

Nos últimos cinco anos tanto as expor-tações como as importações tiveram uma evolução positiva, que se traduziu num crescimento médio anual de 14,6 por cento e 11,88 por cento, respec-tivamente. Em 2012 as exportações

Page 38: Portugal Global #58

MERCADOS

// Setembro 13 // Portugalglobal38

ENDEREÇOS ÚTEIS

ARGÉLIA EM FICHA

Argélia

Argel

Área: 2.381.741 km2

População: 37,1 milhões de habitantes (est. Office National des Statistiques - 2012).

Densidade populacional: 15,6 hab./km2 (estimativa 2012)

Designação oficial: República Democrática e Popular da Argélia

Chefe do Estado: Abdelaziz Bouteflika (eleito pela terceira vez em Abril de 2009). Próximas eleições presidenciais em Abril de 2014.

Primeiro-ministro: Abdelmalek Sellal

Data da actual Constituição: Novembro

de 1976, revista em 1989 e 1997.

Principais partidos políticos: Frente de

Libertação Nacional (FLN), anteriormente

o único partido legal; Congregação

Nacional Democrática (RND); Frente das

Forças Socialistas (FFS); Congregação para

a Cultura e Democracia (RCD); Movimento

da Reforma Nacional (Islah, Islamista);

Movimento da Sociedade para a Paz (MSP,

Islamista) e Partido dos Trabalhadores (PT).

As últimas eleições legislativas realizaram-

se em Maio de 2012, tendo sido a FLN a

força mais votada.

Capital: Argel - 4,8 milhões de habitantes,

incluindo área metropolitana (est. 2007).

Outras cidades importantes: Oran (1,2

milhões), Constantine (0,8 milhões) e

Annaba (0,6 milhões).

Religião: o Islamismo é a religião oficial.

Língua oficial: árabe. São também falados

o francês e o berbere.

Unidade monetária: Dinar argelino (DZD)

1 Euro = 103,1998 DZD (Banco de Portugal

- final de Fevereiro de 2013)

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM ARGELRue Mohamed Khoudi, 7El-Biar, Alger – ARGÉLIATel.: +213 219 25582 / 92 4076Fax: +213 219 25313embaixada@embaixadaportugalargel.comwww.embaixadaportugalargel.com

EMBAIXADA DA ARGÉLIA EM PORTUGALRua Duarte Pacheco Pereira, 581400-140 Lisboa – PORTUGAL Tel.: +351 213 041 520Fax: +351 213 010 [email protected]

EMPRESA MK4B (Certificação Halal)Lisboa – PORTUGAL Telemóvel: +351 933 603 [email protected]

Risco País:

Risco geral - BB

(AAA = risco menor; D = risco maior)

Risco político - B

Risco de estrutura económica – BB

“Ranking” em negócios: Índice 4,96

(10 = máximo)

”Ranking” geral: 75 (entre 82 países)

Risco de crédito: 3

(1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC – Fevereiro 2013)

Grau de abertura e dimensão relativa

do mercado (2011):

Exp. + Imp. / PIB = 59,3% (EIU)

Imp. / PIB = 22,6% (EIU)

Imp. / Imp. Mundial = 0,26% (OMC)

Fontes: The Economist Intelligence

Unit (EIU) - ViewsWire February 1st

2013; Country Report February 2013,

Organização Mundial de Comércio (OMC);

Banco de Portugal; COSEC – Companhia de

Seguros de Crédito.

INSTITUTO HALAL DE PORTUGAL FUNDAÇÃO – FIP (Certificação Halal)Palmela – PORTUGAL Tel.: +351 212 110 530Fax. +351 212 110 [email protected]://halal.org.pt

DIRECTION GENERAL DES DOUANESAlger-ArgéliaTel.0021321725959Fax:[email protected] www.douanes.dz

MINISTÈRE DU COMMERCEAlger – ARGÉLIATel.: +213 218 90074/75/…85Fax: +213 218 [email protected]

MINISTÉRE DU DEVELOPEMENT INDUSTRIEL ET DE LA PROMOTION DE L´INVESTISSEMENTEl-Biar – ARGÉLIATel.: +213 219 043 / 23 90 50Fax: +213 212 39428 / 23 06 74www.mipmepi.gov.dz

AGENCE NATIONALE POUR LE DÉVELOPPEMENT DE L’INVESTISSEMENT – ANDIAlger – ARGÉLIATel.: +213 215 22014 / 63Fax: +213 215 [email protected]

AGENCE NATIONAL DE PROMOTION DU COMMERCE EXTERIEURAlger - ARGÉLIATel.: +213 215 21210Fax: +213 215 [email protected]

Page 39: Portugal Global #58

600 MILHÕES DE EUROSCOM MELHORES CONDIÇÕESDE PRAZO E SPREAD.

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Page 40: Portugal Global #58

// Setembro 13 // Portugalglobal40

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio. exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Caso a caso, numa base muito

restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Bulgária C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Chipre C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Costa do Marfim T Decisão casuística.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

CroáciaC Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percen-tagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Estónia M/L Garantia bancária.

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Iémen C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão T Fora de cobertura.

Iraque T Fora de cobertura.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Letónia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

Malta C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de ga-rantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-

Page 41: Portugal Global #58

Portugalglobal // Setembro 13 // 41

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globaisNa apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A.Direcção Internacional

Avenida da República. 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

República Checa C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Roménia C Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).M/L Exigência de garantia bancária

ou garantia soberana (decisão casuística).

Rússia C Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.M/L Sector público: aberta sem restri-

ções, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e Príncipe C Análise caso a caso, numa base

muito restritiva.

Senegal C Em princípio. exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia C Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Síria T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual

exigência de garantia bancária.Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas

sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

Page 42: Portugal Global #58

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Hong-KongSingapura *Taiwan

Arábia SauditaBotswanaBruneiChileChina •EAUa

GibraltarKoweitMacauMalásiaOmanTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

FilipinasIlhas MarshallÍndiaIndonésiaLituâniaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruQatarRússiaTailândiaUruguai

ArubaBareinBulgáriaColômbia El SalvadorFidjiLetóniaRoméniaTunísia •Turquia

AngolaAzerbeijãoCazaquistãoCroáciaDominicana. Rep.GabãoGanaGuatemalaJordâniaLesotoMacedóniaMongóliaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietnameZâmbia

AlbâniaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninBolíviaButãoCabo VerdeCamarõesCambojaComores CongoDominicaEgiptoGeórgiaHondurasKiribatiMoçambiqueMontenegroNauruQuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaTanzâniaTimor-LesteTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatu

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCampucheaCent. Af. Rep.ChadeCongo. Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • DjibutiEquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné. Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIrão •Iraque •JamaicaKosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMadagáscarMalawiMaldivasMali MauritâniaMoldávia Myanmar

Nepal Nicarágua Níger PaquistãoQuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália SudãoSudão do Sul Suriname TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Niveh) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

// Setembro 13 // Portugalglobal42

Page 43: Portugal Global #58

INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2012 tvh

2012/112012

Jan/Jul2013

Jan/Jultvh 13/12

Jan/Jultvh 13/12

Jul/Jultvc 13/13 Jul/Jun

IDE bruto 39.257 -8,9% 24.557 15.076 -38,6% -30,7% 12,6%

IDE desinvestimento 32.318 -7,8% 18.477 15.992 -13,5% -20,6% -2,0%

IDE líquido 6.939 -13,5% 6.080 -916 -115,1% -790,4% 50,9%

IDE Intra UE 35.684 -8,3% 22.390 13.968 -37,6% -25,3% 15,3%

IDE Extra UE 3.573 -14,6% 2.167 1.108 -48,9% -71,7% -23,7%

Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 90,9% -- 91,2% 92,7% -- -- --

IDE Extra UE 9,1% -- 8,8% 7,3% -- -- --

% Total IDE bruto

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

IDPE bruto - Destinos 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12 IDPE bruto - Sector 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12

Países Baixos 60,2% -29,5% Act. Financeiras e de Seguros 75,3% -28,7%

Espanha 14,8% 2,3% Ind. Transformadoras 9,8% -11,3%

Alemanha 4,6% 1125,8% Comércio 6,5% 75,9%

Brasil 4,1% -62,8% Construção 3,3% -47,3%

Reino Unido 2,1% 5,1% Act. Consultoria e Técnicas 1,7% -73,9%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

IDE bruto - Origem 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12 IDE bruto - Sector 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12

Espanha 22,9% -15,3% Comércio 37,7% -29,7%

França 17,4% -23,4% Ind. Transformadora 26,3% -10,0%

Reino Unido 16,8% -33,6% Act. Financeiras e de Seguros 17,2% -50,0%

Alemanha 13,3% 11,2% Act. Informação e Comunicação 4,3% -58,1%

Países Baixos 8,5% -45,6% Electricidade, Gás, Água 3,6% -82,7%

2010 Dez 2011 Dez 2012 Dez 2012 Jun 2013 Jun tvh 13/12

Stock IDE 83.585 86.428 88.799 85.416 88.167 3,2%

Stock IDPE 49.942 55.823 54.010 54.757 54.739 0,0%

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR 2012 tvh

2012/112012

Jan/Jul2013

Jan/Jultvh 13/12

Jan/Jultvh 13/12

Jul/Jultvc 13/13 Jul/Jun

IDPE bruto 8.989 -54,0% 6.246 4.591 -26,5% 108,1% -49,6%

IDPE desinvestimento 7.498 -15,2% 4.247 3.749 -11,7% -24,2% -60,9%

IDPE líquido 1.490 -86,1% 2.000 842 -57,9% 136,0% 513,0%

IDPE Intra UE 7.304 -56,4% 5.132 4.015 -21,8% 192,0% -52,8%

IDPE Extra UE 1.685 -39,6% 1.114 576 -48,3% -31,4% -3,3%

Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 81,3% -- 82,2% 87,5% -- -- --

IDPE Extra UE 18,7% -- 17,8% 12,5% -- -- --

% Total IDPE bruto

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Setembro 13 // 43

Page 44: Portugal Global #58

ESTATÍSTICAS

// Setembro 13 // Portugalglobal44

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BENS (Exportação) 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

Exportações bens 45.259 5,7% 27.143 28.080 3,5% 5,5% 9,6%

Exportações bens UE27 32.152 0,9% 19.579 19.859 1,4% 4,6% 8,3%

Exportações bens Extra UE27 13.107 19,6% 7.564 8.221 8,7% 7,9% 13,0%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE27 71,0% -- 72,1% 70,7% -- -- --

Exportações bens Extra UE27 29,0% -- 27,9% 29,3% -- -- --

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Espanha 23,5% 7,5% Espanha 459 1,7

Alemanha 12,0% -2,6% Marrocos 187 0,7

França 11,8% -0,4% Argélia 135 0,5

Angola 6,0% 6,7% Angola 106 0,4

Reino Unido 5,2% 3,7% Brasil 81 0,3

Países Baixos 4,1% 3,2% China -137 -0,5

EUA 4,0% 6,2% Alemanha -91 -0,3

Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 14,7% 0,9% Combustíveis Minerais 647 2,4

Veículos, Outro Material de Transporte 11,2% -7,5% Alimentares 148 0,5

Combustíveis Minerais 10,5% 28,1% Plásticos, Borracha 92 0,3

Metais Comuns 8,0% 0,9% Químicos 90 0,3

Plásticos, Borracha 7,0% 5,0% Veículos, Out. Mat. Transp. -255 -0,9

SERVIÇOS 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

Exportações totais de serviços 19.098 -0,3% 10.640 11.354 6,7% 8,4% 33,4%

Exportações serviços UE27 13.100 -4,3% 7.183 7.660 6,6% 10,0% 38,8%

Exportações serviços extra UE27 5.998 9,7% 3.458 3.694 6,8% 4,8% 22,5%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE27 68,6% -- 67,5% 67,5% -- -- --

Exportações serviços extra UE27 31,4% -- 32,5% 32,5% -- -- --

Unidade: % do total

Page 45: Portugal Global #58

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Setembro 13 // 45

BENS (Importação) 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

Importações bens 56.166 -5,2% 33.041 33.040 0,0% 10,5% 13,1%

Importações bens UE27 40.316 -7,6% 23.766 23.597 -0,7% 11,3% 10,9%

Importações bens Extra UE27 15.850 1,5% 9.274 9.443 1,8% 8,4% 19,0%

Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE27 71,8% -- 71,9% 71,4% -- --

Importações bens Extra UE27 28,2% -- 28,1% 28,6% -- --

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Espanha 31,5% -0,8% Angola 895 2,7

Alemanha 11,4% -1,1% Camarões 264 0,8

França 6,8% 3,1% Rússia 220 0,7

Angola 5,5% 96,2% Guiné-Equatorial -187 -0,6

Itália 5,2% -2,2% Arábia Saudita -218 -0,7

Países Baixos 5,0% 5,0% Argélia -218 -0,7

Reino Unido 2,8% -6,9% Brasil -358 -1,1

Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Jul) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Combustíveis Minerais 19,8% -3,6% Agrícolas 234 0,7

Máquinas, Aparelhos 14,2% -4,2% Alimentares 109 0,3

Agrícolas 11,1% 6,8% Químicos -95 -0,3

Químicos 10,8% -2,6% Máquinas, Aparelhos -203 -0,6

Veículos, Outro Mat. Transp. 8,7% 1,5% Combustíveis Minerais -241 -0,7

SERVIÇOS 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

Importações totais de serviços 10.405 -9,2% 6.134 6.168 0,6% 1,1% 12,0%

Importações serviços UE27 7.591 -5,9% 4.495 4.483 -0,3% 1,2% 11,7%

Importações serviços extra UE27 2.815 -17,1% 1.639 1.685 2,8% 0,8% 13,0%

Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE27 73,0% -- 73,3% 72,7% -- -- --

Importações serviços extra UE27 27,0% -- 26,7% 27,3% -- -- --

Unidade: % do total

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga tvc - Taxa de variação em cadeia

PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %) 2012 2013 1º Sem FMI CE OCDE BdP Min.

Finanças

INE INE Junho 13 Junho 13 Maio 13 Julho 13 Abril 13

PIB 3,2 -3,1 -2,3 : 0,6 -2,3 : 0,6 -2,7 : 0,2 -2,0 : 0,3 -2,3 : 0,6

Exportações Bens e Serviços -3,2 4,0 0,9 : 4,4 0,8 : 4,4 1,4 : 5,1 4,7 : 5,5 0,8 : 4,5

Page 46: Portugal Global #58

// Setembro 13 // Portugalglobal4646

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Bogotá

Nova Iorque

Haia

BruxelasDublin

Londres

Paris

Milão

Barcelona

Praia

Rabat

São Paulo

Lima

Rio de Janeiro

Santiago do Chile

Buenos Aires

Argel

Zurique

Oslo

Madrid

Caracas

Panamá

Carlos [email protected]

António Felner da [email protected]

Jorge [email protected]

Luís [email protected]

Luís [email protected]

João Pedro PereiraÁFRICA DO [email protected]

Raul TravadoCANADÁ[email protected]

Miguel Porfí[email protected]

Rui Boavista [email protected]

REDE EXTERNA

Ana Sofia O’[email protected]

Carlos [email protected]

Álvaro CunhaMÉ[email protected]

Eduardo [email protected]

Manuel [email protected]

José Nogueira [email protected]

Miguel FontouraREINO [email protected]

Armindo RiosCABO [email protected]

Rui [email protected]

Gonçalo Homem de MelloBÉ[email protected]

António SilvaFRANÇ[email protected]

João Renano HenriquesARGÉ[email protected]

Miguel CrespoCOLÔ[email protected]

Fernando CarvalhoMOÇ[email protected]

Page 47: Portugal Global #58

Portugalglobal // Setembro 13 // 4747

Copenhaga

BerlimHaia

Bruxelas

Luanda

Maputo

PretóriaGaborone

Windhoek

Tunes

Abu Dhabi

Helsínquia

Estocolmo

Zurique

Moscovo

VarsóviaPraga

BudapesteViena

Bratislava

Liubliana Bucareste

BakuPequim

Nova Deli

Xangai

Tóquio

Macau Hong Kong

Guangzhou

Jacarta

Atenas

Tripoli

RiadeDoha

Ancara

Kuala Lumpur

Kristiina VaanoFINLÂ[email protected]

Eduardo Souto MouraSUÉ[email protected]

Nuno Lima LeitePOLÓ[email protected]

Maria José RézioRÚ[email protected]

Joaquim Pimpã[email protected]

Ana Isabel DouglasÁ[email protected]

João Guerra [email protected]

Pedro Macedo Leã[email protected]

AO SERVIÇO DAS EMPRESAS

Celeste [email protected]

Laurent ArmaosGRÉ[email protected]

Manuel Couto [email protected]

Nuno Vá[email protected]

Maria João LiewMALÁ[email protected]

Maria João Bonifá[email protected]

João CardimINDONÉ[email protected]

Filipe [email protected]

José Joaquim FernandesJAPÃ[email protected]

Alexandra Ferreira [email protected]

João RodriguesÍ[email protected]

Pier Franco SchiavoneITÁ[email protected]

Page 48: Portugal Global #58

O défice de qualificações é, recor-rentemente, apontado como um dos problemas estruturais do país, uma dificuldade para a inovação e o cres-cimento socioeconómico, um proble-ma que importa combater. Este livro resulta de uma reflexão teórica e de trabalhos de investigação realizados pelos autores sobre a temática da for-mação profissional, designadamente através de um olhar sociológico so-bre os problemas e as práticas, a qual pode conduzir a pistas para a acção colectiva dos actores sociais que inter-vêm neste domínio.O carácter preliminar sobre a temática

BOOKMARKS

Nos conturbados tempos que se atra-vessam, face à reconhecida necessida-de em investir em ambiente económico desafiador, este livro surge da necessi-dade de avaliar os projectos de investi-mento com objectividade e rigor.

Essencial a todos que optem por res-ponder a novos desafios, o presente texto, explicitando conceitos, apon-tando procedimentos e demonstran-do práticas, é dirigido aos estudantes de gestão e economia, aos técnicos a quem cabe a tarefa de elaborar os es-tudos de viabilidade económica, bem como aos que têm a missão de os apre-ciar, contribuindo para que os órgãos de decisão financeira e política pro-movam ao máximo o desenvolvimento económico-social.

“(...) É, por isso, de todo o mérito e oportunidade a publicação pela Edi-tora Sílabo deste livro da autoria da

FORMAÇÃO PROFISSIONALPRÁTICAS ORGANIZACIONAIS, POLÍTICAS PÚBLICAS E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOUMA PERSPECTIVA ECONÓMICA

Senhora Dra. Leonilde Megre, que virá certamente enriquecer o panorama da literacia financeira do país, contri-buindo para uma melhor preparação do nosso tecido empresarial para en-frentar os desafios do competitivo e globalizado ambiente económico in-ternacional, num momento em que Portugal se vira de forma determinada para a abertura da sua economia, a internacionalização das suas empresas e a captação de investimento privado, nomeadamente externo.”

Pedro Reis, Presidente da AICEP, In Prefácio

Autor: Joaquim Manuel Rocha Fialho,

Carlos Alberto da Silva,

José Manuel Leal Saragoça

Editor: Ed. Sílabo

Nº de páginas: 210

Ano: 2013

Preço: 14.90€

Autor: Leonilde Megre

Editor: Edições Sílabo

Nº de páginas: 260

Ano: 2013

Preço: 17,80€

da formação profissional e a sua sus-

tentação com algumas investigações no

âmbito da sociologia, pretendem cons-

tituir um ensaio sobre uma sociologia da

formação profissional que a obra pre-

tende situar em termos de profissões,

trabalho e formação profissional.

// Setembro 13 // Portugalglobal48

Page 50: Portugal Global #58

VideoconferênciasAICEP Global Network

A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países.

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• Potenciais clientes• Canais de distribuição• Aspectos regulamentares• Feiras e eventos• Informações específicas sobre o mercado

LisboaAv. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LisboaTel: + 351 217 909 500

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