Perfil Do Cardiopneumologista
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Processo de Bolonha
Parecer da Associação Portuguesa de Cardiopneumologistas
APTEC
Documento de Trabalho
Novembro 2004
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ÍNDICE
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................2 2. A PROFISSÃO ................................................................................................8 2.1 ACESSO À PROFISSÃO ........................................................................................82.2 ONDE EXERCER....................................................................................................82.3 - ÉTICA EM CARDIOPNEUMOLOGIA ...............................................................93.1 FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CARDIOPNEUMOLOGISTA..........................103.1.1 CARDIOLOGIA .................................................................................................103.1.2 CIRURGIA CARDÍACA....................................................................................163.1.3 PNEUMOLOGIA................................................................................................193.1.4 ANGIOLOGIA....................................................................................................21
4. FORMAÇÃO DOS CARDIOPNEUMOLOGISTASFACE AO PROCESSO DE BOLONHA ............................................24
4.1 - PERFIS E COMPETÊNCIAS DE FORMAÇÃO................................................254.1.1 - Perfis para o exercício profissional ...................................................................254.1.1.1 - Perfis profissionais em Cardiopneumologia ..................................................254.1.2 - Competências gerais e académicas, associadas aos perfis identificados ..........304.1.2.1 - Competências gerais dos graduados de Primeiro Ciclo .................................304.1.2.2 - Competências gerais dos graduados de Segundo Ciclo .................................354.1.2.3 - Competências académicas dos graduados de primeiro ciclo .........................36
5. ESTRUTURA E DURAÇÃO DE CICLOS DEFORMAÇÃO ..........................................................................................................40 6 . A PROFISSÃO NA EUROPA ............................................................41 7. SUGESTÕES ...................................................................................................44 FONTES DE INFORMAÇÃO E REFERÊNCIA.........................45
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1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Fase inicial
Existem relatos do final do século XIX, com os estudos de Metier, como por exemplo a
espirometria, e no princípio do século XX (1902) com o surgimento da electrocardiografia
para estudar a electrofisiologia cardíaca. A profissão com titulação profissional, encontra a
sua origem na década de 50 e a sua afirmação plena com a actual designação em finais da
década de 80.
Na década de 50 foram criados e desenvolvidos os primeiros serviços de cardiologia, cirurgia
torácica e laboratórios de função pulmonar em hospitais centrais, tais como, Lisboa, Porto e
Coimbra. Assim, surge a necessidade da criação de um profissional com o perfil de
colaborador na área técnica de diagnóstico e terapêutica, aparecendo nesta altura os primeiros
“técnicos” em cardiologia e pneumologia, recrutados entre o pessoal hospitalar existente.
Com o desenvolvimento das técnicas médicas criaram-se centros de preparação de técnicos e
auxiliares dos serviços clínicos (CPTASC) em hospitais centrais e regionais nos anos 1961 e
1962, com a formação de técnicos e auxiliares dos serviços clínicos em várias especialidades.
Nestes cursos as vagas eram definidas em função das necessidades existentes, não havendo
cursos todos os anos, sendo necessário para o ingresso possuir o Curso Geral dos Liceus,
formando técnicos Cardiografistas e Pneumofisiografistas. Estes profissionais não tinham
uma carreira profissional estruturada nem um estatuto profissional definido, o que se vem a
alcançar nos finais da década de 70.
De acordo com o Decreto-Lei n.º 414/71, de 27 de Setembro, foram criadas as carreiras de
técnicos auxiliares de laboratório e de técnicos terapeutas. Passados 6 anos, houve a
necessidade de actualização deste decreto face às novas realidades, não só em relação ao grau
e categorias, mas também relativamente a vencimentos, surgindo o Decreto Regulamentar n.º.
87/77, de 30 de Dezembro. Segundo este último, é criada a carreira de técnico auxiliar dos
serviços complementares de diagnóstico e terapêutica, vigorando nos serviços dependentes do
Ministério dos Assuntos Sociais. A carreira então, incluía, de entre outros profissionais os
cardiografistas. O ingresso na carreira era feito pelo grau I , por concurso documental, entre
os indivíduos habilitados com o curso geral dos liceus ou equivalente e que possuam o curso
de especialização profissional adequado, de duração inferior a 5 semestres. Este decreto
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previa a reorganização do ensino destes profissionais e a promulgação de um estatuto
profissional.
Face às novas exigências foram criadas em 1982 as escolas técnicas dos serviços de saúde,
que passaram a ministrar cursos de formação com a duração de 3 anos lectivos, com exigência
mínima do 11º ano de escolaridade, adequada às novas necessidades dos sectores de
diagnóstico e da terapêutica clínica, o que já vinha a ser feito pela Escola de Reabilitação do
Alcoitão. Após 3 anos de funcionamento, as escolas dispunham já de meios humanos,
materiais, institucionais e organizativos que garantiam uma efectiva qualidade do ensino ali
ministrado (Decreto-Lei nº 371/82 de 10 de Setembro).
Fase pós-secundário
Face às novas exigências foram criados em 1980 os Centros de Formação dos Técnicos
Auxiliares de Diagnóstico e Terapêutica que passaram a ministrar cursos de formação com a
duração de 3 anos lectivos, com exigência preferencial do 11º ano de escolaridade e que em
1982 se transformariam nas escolas técnicas dos serviços de saúde, adequadas às novas
necessidades dos sectores de diagnóstico e da terapêutica clínica, o que já acontecia com aEscola de Reabilitação do Alcoitão. Após 3 anos de funcionamento, as escolas dispunham já
de meios humanos, materiais, institucionais e organizativos que garantiam uma efectiva
qualidade do ensino ali ministrado (Decreto-Lei nº 371/82 de 10 de Setembro).
Reestruturando a carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica aparece o Decreto-
Lei n.º. 384-B/85, de 30 de Setembro, para dar uma resposta às diversas alterações na área da
tecnologia médica, especialmente na área de diagnóstico e terapêutica. Segundo este decreto,
é criada a carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica que integra funções de naturezatécnica e, para efeitos de estruturação dos respectivos quadros de pessoal, insere-se no grupo
de pessoal técnico. Aparece assim, pela primeira vez, o técnico de cardiopneumografia
resultante da fusão entre técnico de cardiografia e pneumofisiografista. No referido decreto,
há ainda o enquadramento profissional do técnico de diagnóstico e terapêutica, segundo o
qual o técnico actua integrado numa equipa de saúde, enquadrada e sob prescrição do
respectivo elemento médico e técnico superior .
Ainda segundo este decreto, o ingresso na carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica faz-
se pela categoria de técnico de 2ª classe, mediante concurso de avaliação curricular, ao qual
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podiam concorrer os indivíduos diplomados com o curso de formação profissional ministrado
nas escolas. Os técnicos de diagnóstico e terapêutica habilitados com o Curso Complementar
de Ensino e Administração podiam ter funções docentes, cabendo-lhes a regência das
disciplinas com conteúdo programático adequado às respectivas habilitações. Os técnicos que
não dispunham de habilitações para exercer funções docentes, poderiam exercer funções de
monitores nas mesmas escolas, cabendo-lhes exclusivamente o acompanhamento de discentes
em estágios e no decurso de aulas práticas, sempre sob supervisão dos professores.
Pela Portaria n.º. 256-A/86, de 28 de Maio são aprovadas as definições do conteúdo
funcional e das competências técnicas relativas às profissões indicadas no Decreto-Lei n.º.
384-B/85, de 30 de Setembro, e às categorias da carreira de técnico de diagnóstico e
terapêutica, respectivamente. Pela portaria, as profissões referidas distribuem-se pelos
seguintes ramos: dietológico, laboratorial, radionuclear, oficinal e registográfico. Sendo este
último o ramo onde o técnico de cardiopneumografia se encontra integrado. O técnico de
cardiopneumografia actua no âmbito da cardiologia, angiologia, pneumologia e cirurgia
torácica. Executa e regista actividades cardiopneumovasculares do doente, designadamente
electrocardiogramas, fonomecanogramas, ecocardiogramas e vectocardiogramas. Nas áreas de
pacing cardíaco, electrofisiologia e hemodinâmica actua e colabora na análise, medição eregisto de diversos valores e parâmetros. Determina pulsos arteriais e venosos. No laboratório
de exploração funcional tem como funções a realização de espirogramas, pneumotacogramas,
pletismogramas, provas ergométricas, provas farmacodinâmicas e gasometria arterial.
Assegura a preparação do doente para os exames e verifica o correcto estado de
funcionamento dos aparelhos. Colabora na implantação da técnica (ou técnicas) dentro do
serviço a que pertença, nomeadamente na organização de organigramas, montagem e
manuseamento de arquivos.Para regulamentar o exercício das actividades profissionais de saúde surge o Decreto-Lei n.º.
261/93, de 24 de Julho, segundo o qual a cardiopneumografia é definida como centrada no
desenvolvimento de actividades técnicas para o estudo funcional e de capacidade
anatomofisiopatológica do coração, vasos e pulmões, e de actividades ao nível de
programação, aplicação de meios do diagnóstico e sua avaliação, bem como no
desenvolvimento de acções terapêuticas específicas, no âmbito da cardiologia, pneumologia e
cirurgia cardiotorácica.
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O bacharelato
O Decreto-Lei n.º. 415/93, de 23 de Dezembro veio estabelecer a integração da formação na
área das tecnologias da saúde no sistema educativo nacional ao nível do ensino superior
politécnico. Fazendo referência ao desenvolvimento e evolução das tecnologias da saúde com
a necessidade de melhorar os padrões de qualidade das prestações de saúde, na qual se têm
associado modelos compatíveis de formação de profissionais de saúde. Tendo sido elaborados
planos de estudos e programas adequados, com vista a permitir uma qualificada prestação de
serviços especializados de pesquisa, investigação, concepção e aplicação de métodos e
técnicas científicos á educação para a saúde e á prevenção da doença e ao tratamento,
reabilitação e reinserção dos utentes dos serviços de saúde na comunidade. Pelo presente
Decreto-Lei, as Escolas Técnicas dos Serviços de Saúde de Coimbra, de Lisboa e do Porto são
integradas ao nível do ensino superior politécnico, passando a designar-se respectivamente,
por Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, de Lisboa e do Porto. Estas escolas
designadas por ESTES, são dotadas de personalidade jurídica e gozam de autonomia
científica, pedagógica, administrativa e financeira. Ficando o ensino nelas ministrado sob a
tutela dos Ministros da Educação e da Saúde, e a sua gestão administrativa ficando sob a
tutela do Ministro da Saúde. Sendo feita a admissão aos cursos de bacharelato ministrados nasESTES pelas regras gerais de acesso ao ensino superior politécnico. Este decreto é de grande
importância pois ao permitir a integração do ensino nas tecnologias da saúde no sistema
educativo nacional, no quadro do ensino superior politécnico deu possibilidade aos cursos
ministrados nas escolas técnicas dos serviços de saúde atingirem o grau de bacharel.
Esta integração dos cursos da ESTES ao nível do ensino superior politécnico levou a
alterações significativas, de ordem institucional e curricular, nas antigas instituições e cursos
que se dedicavam ao ensino daquelas tecnologias específicas. Tendo a Portaria n.º. 791/94, de5 de Setembro o objectivo de definir com maior precisão á criação e regulamentação dos
cursos que a ESTES pode ministrar sendo eles: Análises Clínicas e Saúde Pública; Anatomia
Patológica, Citológica e Tanatológica; Audiometria; Cardiopneumologia; Dietética; Farmácia;
Fisioterapia; Higiene e Saúde Ambiental; Medicina Nuclear; Neurofisiografia; Ortoprotesia;
Ortóptica; Radiologia; Radioterapia; Terapêuta da Fala; e Terapêuta ocupacional. A
aprovação nas unidades curriculares que integram os planos de estudos dos cursos referidos
anteriormente confere o grau de bacharel. À candidatura aos cursos aplica-se o regime geral
de candidatura à matrícula e inscrição nos estabelecimentos e cursos do ensino superior,
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estando a matrícula e inscrição em cada curso, e em cada escola sujeita a limitações
quantitativas, fixadas anualmente por despacho dos Ministros da Educação e da Saúde, sob
proposta dos órgãos competentes da escola. A duração dos cursos é então de 3 anos.
Actualmente e para estabelecer o estatuto legal da carreira de técnico de diagnóstico e
terapêutica aparece o Decreto-Lei n.º. 564/99, de 21 de Dezembro, actualizando o que estava
regulado pelo Decreto-Lei nº 384-B/85, de 30 de Setembro, por haver necessidade de um
novo estatuto de carreira para estes profissionais, devido à reformulação do ensino e sua
integração no ensino superior politécnico. Tendo grande importância pois visa dotar a carreira
de técnico de diagnóstico e terapêutica de um estatuto que melhor evidencie o papel dos
profissionais no sistema de saúde, como agentes indispensáveis para a melhoria da qualidade
e eficácia da prestação de cuidados de saúde, adoptando uma escala salarial adequada aos
níveis de formação anteriormente consagrados e a um desempenho profissional que revela de
crescente complexidade e responsabilidade. Segundo este Decreto-Lei a alteração pontual que
ora se leva a efeito tem subjacente o reconhecimento da necessidade de uma reestruturação
mais aprofundada que compatibilize o respectivo exercício com o processo de reforma do
ensino em curso, entretanto reflectido no novo grau académico previsto na Portaria n.º. 505-
D/ 99, de 15 de Julho, e que proceda à reavaliação das designações, quer da carreira quer das profissões que a integram, de modo a que fiquem de acordo com o seu grau de
desenvolvimento. Neste decreto, a carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica enquadra
um conjunto de profissionais detentores de formação especializada de nível superior. A
carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica constitui, nos termos da lei, um corpo especial.
A estrutura da carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica desenvolve-se pelas categorias
de técnico de 2.ª classe, técnico de 1.ª classe; técnico principal, técnico especialista e técnico
especialista de 1.ª classe, às quais correspondem funções da mesma natureza e crescentecomplexidade e responsabilidade.
A Licenciatura
Pela Portaria n.º 3/2000, de 4 de Janeiro, é aprovado o Regulamento Geral dos Cursos
Bietápicos de Licenciatura em Tecnologias da Saúde, proporcionando não só aos alunos que
frequentam as ESTES como também aos profissionais a possibilidade de obter o grau de
Licenciatura, sendo para isso necessário a frequência de mais um ano curricular.
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A transição das escolas politécnicas não integradas, como as ESTES, para a tutela do
ministério da educação e respectiva integração em estabelecimentos do ensino superior foi
estabelecido através do Decreto-Lei n.º 99/2001, de 28 de Março. Este decreto é de fulcral
importância no desenvolvimento e qualificação dos recursos humanos da saúde uma vez que
contribui decisivamente para a melhoria dos padrões de qualidade do ensino e do
correspondente exercício profissional.
Recentemente, deu-se mais um passo importante na qualidade do ensino dos formandos em
Tecnologias da Saúde, com a integração das ESTES nos Institutos Politécnicos das suas
localidades, pelo Decreto-Lei nº175/20041.
1 de 21 de Julho
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2. A PROFISSÃO
DESIGNAÇÃO ACTUAL: TÉCNICO DE CARDIOPNEUMOLOGIA
DESIGNAÇÃO PROPOSTA: CARDIOPNEUMOLOGISTA (Designação já adoptada pela a associação
profissional)
2.1 ACESSO À PROFISSÃO
É permitido o acesso á profissão a titulares de:
Curso Superior de Cardiopneumologia, ministrado nas Escolas Superiores de
Tecnologia da Saúde;
Curso Superior de Cardiopneumologia ministrado noutro estabelecimento de
ensino superior, desde que legalmente reconhecido por despacho conjunto
dos Ministérios da Saúde, da Educação e do Trabalho e Solidariedade;
Reconhecimento legal da profissão, de acordo com a legislação comunitária e
o direito interno português, quando se trate de cidadãos de Estados membros
da União Europeia;
Cédula profissional, com o título profissional de Técnico de
Cardiopneumologia, a requerer junto do Ministério da Saúde (Decreto-Lei nº
320/99 de 11 de Agosto, Artigo 4º).
2.2 ONDE EXERCER
O Cardiopneumologista pode exercer as suas funções em instituições de saúde públicas e
privadas, tais como:
Unidades hospitalares;
Centros de saúde;
Clínicas;
Centros ou institutos de diagnóstico e terapêutica;
Centros desportivos;
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Empresas de comercialização de equipamentos hospitalares (áreas de
marketing e vendas );
Além das instituições mencionadas anteriormente, o cardiopneumologista
pode exercer também funções docentes e de investigação em instituições do
ensino superior.
2.3 - ÉTICA EM CARDIOPNEUMOLOGIA
A Ética em Cardiopneumologia centra-se no relacionamento com doentes do foro cardio-
respiratório que ainda são entendidos como doentes especiais, quer pelos próprios quer pelos
familiares. Aos poucos, este sentimento vai diminuindo mas, em muitos casos, a qualidade devida destes doentes é muito afectada, e os próprios métodos de estudo, por sofisticados, criam
no doente situações de expectativa que exigem o apoio dos profissionais. Com frequência, é
no profissional de Cardiopneumologia que ele procura o confidente, em resultado de não ter
coragem de colocar ao médico certos problemas e dúvidas. Quer o doente do foro cardíaco
quer o do foro respiratório são indivíduos ansiosos, a necessitar de apoio psicológico ou
mesmo psiquiátrico e deve haver o discernimento para encaminhar o doente para o local de
tratamento. Colocam-se também as prevalências nos cuidados nas aplicações das Tecnologias
necessárias, de modo a provocar no doente o mínimo sofrimento e dor. O desenvolvimento
de actividades tecnológicas para o estudo funcional e de capacidade anatomofisiológica do
coração, vasos e pulmões e de actividades ao nível da programação, aplicação de meios de
diagnóstico e sua avaliação, bem como no desenvolvimento de acções terapêuticas
específicas, no âmbito da cardiologia, pneumologia e cirurgia cardiotorácica colocam, per si,
problemas específicos em que se destaca a frequência da sala de operações.
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3. A CARREIRA DO TÉCNICO DE DIAGNÓSTICO E
TERAPÊUTICA - FUNÇÕES GERAIS
O técnico de diagnóstico e terapêutica desenvolve a sua actividade no âmbito da prestação de
cuidados e gestão, competindo-lhe, designadamente o que vem mensionado no Decreto-Lei
n.º 564/99, de 21 de Dezembro.
3.1 FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CARDIOPNEUMOLOGISTA
As actividades específicas destes profissionais são caracterizadas por uma forte componente
tecnológica que justifica por si só a especialização.
O cardiopneumologista aplica métodos e técnicas de diagnóstico em medicina através de
equipamentos com uma base electrónica e informática, em alguns casos com elevado grau de
sofisticação, com vista a obter imagens que permitam fazer o diagnóstico médico. Actividades
que pressupõem conhecimento aprofundado do sistema de funcionamento dos equipamentos
no que se refere aos princípios , aplicações e componentes.
A execução das actividades requer das parte dos técnicos a aplicação de algoritmos quando da
execução dos procedimentos respeitantes ao funcionamento do equipamento, capacidade de
descodificação e interpretação de linguagens transmitidos pelos mesmos e reconhecimento e
interpretação dos resultados, de modo a avaliar e melhorar a qualidade de imagem.
3.1.1 CARDIOLOGIA
a) Electrocardiologia
O electrocardiograma (E.C.G.) é o registo gráfico dos potenciais eléctricos produzidos pelo
tecido cardíaco, devendo o Cardiopneumologista explicar ao doente o tipo de exame que vai
ser realizado para evitar a ansiedade do doente. O Cardiopneumologista deverá verificar o
estado de funcionamento do equipamento e proceder à sua calibração.
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O E.C.G. está indicado na detecção de ritmos cardíacos anormais, defeitos na condução de
impulsos eléctricos, espessamento das paredes do músculo cardíaco e identificação de áreas
do músculo cardíaco lesadas, entre outras.
O Cardiopneumologista pode fazer um registo diferenciado efectuando manobras de
“Valsalva”, tiras de ritmo, selecção de outras derivações de acordo com o pré-diagnóstico,
com a análise imediata do exame ou ainda de acordo com a idade, para um melhor
esclarecimento face aos resultados do exame
Sendo este exame de fácil execução é na análise imediata deste que o Cardiopneumologista
tem um papel fundamental na detecção de situações de carácter de urgência para uma rápida
orientação do doente.
Após realização do exame deverá ser elaborado um relatório técnico.
b) Electrocardiograma de Esforço
O electrocardiograma de esforço é um exame não invasivo que consiste na realização de um
esforço padronizado, habitualmente em passadeira rolante, durante o qual se registam vários
parâmetros. Neste exame o coração é submetido ao stresse pelo exercício, de maneira a evidenciar sinais
ou sintomas não existentes ou minimamente existentes em repouso.
Esta prova está indicada no diagnóstico e avaliação prognóstica de doença coronária,
no estudo de arritmias induzidas pelo esforço e na avaliação após revascularização.
O exame é efectuado pelo Cardiopneumologista sob supervisão de um médico cardiologista,
em que o técnico explica ao doente o tipo de exame que vai realizar, monitoriza o doente
colocando os eléctrodos no tórax do doente para registo do ECG, e coloca uma braçadeira para medição da pressão arterial.
O doente inicia a marcha sobre a passadeira, e consoante o protocolo utilizado (como por
exemplo, o protocolo de Bruce) existe um aumento da velocidade e da inclinação ao longo da
prova, havendo uma visualização permanente por parte do Cardiopneumologista, do registo
do ECG, avaliação da pressão arterial antes, durante e após o esforço, bem como avaliação
dos sintomas e sinais clínicos e capacidade funcional.
O exame é terminado quando são atingidos os objectivos pretendidos ou aparecerem
alterações que determinem a sua interrupção.
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c) Electrocardiograma de Holter
A monitorização electrocardiográfica de ambulatório (Holter) é um método não invasivo
largamente utilizado para a avaliação de arritmias cardíacas e isquémia sintomática ou
assintomática durante as actividades físicas e emocionais no quotidiano do indivíduo, por um
período de vinte e quatro ou quarenta e oito horas. Além destas indicações também tem
bastante utilidade na avaliação terapêutica (anti-arritmicos, anti-anginosos), na avaliação da
função do pacemaker e cardioversor desfibrilhador implantável (CDI), na avaliação
diagnostica de sintomas, tais como, síncopes, lipotímias e tonturas e na variabilidade da
frequência cardíaca.
É importante a explicação sobre os objectivos do exame, regras de utilização e preservação do
equipamento. Acompanha o doente um diário onde ele regista qualquer evento que possa
sentir, assim como a hora de deitar e levantar.
Na avaliação do exame o Cardiopneumologista procede à pré-leitura dos resultados
registados, através de software apropriado, relacionando-os com o diário de eventos e observa
registo, seleccionando e identificando o que mais convém para documentar o exame,
elaborando no final o relatório.
d) Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA)
A monitorização ambulatória da pressão arterial é um método não invasivo, pelo qual
múltiplas e indirectas medidas da pressão arterial são realizadas automaticamente.
Normalmente a duração do exame é de um dia (podendo ir até três dias) e não deve interferir
nas actividades diárias do indivíduo. As principais indicações para o emprego clínico da
MAPA são a hipertensão arterial (HTA) da bata branca, HTA de difícil controlo/ refractária,HTA paroxística e sintomas hipotensivos em doentes sob terapêutica anti-hipertensora.
Para a realização do exame o Cardiopneumologista deverá colocar uma braçadeira de largura
adequada no braço não dominante, do doente, de acordo com a circunferência do braço. O
aparelho é programado para fazer leituras com intervalos de quinze a trinta minutos, este
período poderá ser programado de maneira diferente de acordo com o objectivo do exame.
Deve-se informar o doente para manter, sempre que possível, o braço estendido cada vez que
se inicia uma medição, além disso, deverá saber que a braçadeira é insuflada periodicamente
e, no caso de ocorrer falha na medição, o aparelho realizará uma outra. É dado também ao
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doente um diário de registo de eventos em que deverá apontar os sintomas que eventualmente
venham a ocorrer e respectivos horários, horário em que adormeceu e em que acordou. No
caso de tomar medicamentos, deverá registar o que tomou e quando.
Posteriormente são analisados os registos, através de software apropriado, dando informação
objectiva do estudo.
e) Ecocardiografia Transtorácica
A ecocardiografia é uma técnica não invasiva baseada na utilização de ultra-sons para o
estudo da anatomia do coração.Antes de iniciar o exame, o Cardiopneumologista deverá explicá-lo ao doente. Este deverá
estar deitado em decúbito dorsal esquerdo e monitorizado com ECG de referência.
Para a visualização de imagens existe o modo-M que dá uma visão unidimensional do
coração, sendo esta a sua limitação. Contudo, o seu uso tem sido de grande utilidade nas
medições das cavidades e estruturas parietais, como a espessura do septo e parede posterior,
bem como variações temporais dessas estruturas, folhetos valvulares e pericárdio.
Através da ecocardiografia bidimensional consegue-se adivinhar, em tempo real, a forma das
estruturas cardíacas.
Pode-se obter informação adicional através do eco Doppler, que se baseia no efeito Doppler,
dando informações e permitindo o registo da maneira como o sangue se move dentro do
sistema cardiovascular, assim permite o estudo da velocidade, direcção e organização dos
fluxos. Existem dois tipos de Doppler, o contínuo e o pulsado, sendo que o primeiro permite
estudar qualquer ponto do coração e é óptimo para medir velocidades sem se obter alliasing, e
o último permite fazer um estudo em profundidade não medindo altas velocidades, ocorrendo
neste caso alliasing. A investigação do fluxo sanguíneo é feita a partir de uma imagem
bidimensional, para que o volume da amostragem possa ser posicionado o melhor possível,
paralelamente à corrente sanguínea.
Após a realização do exame, é elaborado um relatório técnico.
Os resultados dos exames, no que respeita à qualidade da imagem, dependem da perícia dos
técnicos, nomeadamente, da capacidade para melhorar as condições de visualização das
imagens, colocando em evidência os sinais duvidosos, e seleccionar as imagens mais
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importantes para o diagnóstico. É portanto, uma técnica que exige experiência, habilidade e
compreensão das necessidades de um ecocardiograma adequado.
f) Ecocardiografia Transesofágica
A ecocardiografia transesofágica (ETE) é uma técnica invasiva que pode fornecer excelentes
imagens do coração em doentes de díficil avaliação, devido à configuração do tórax, na
ecocardiografia transtorácica. Além disso, existem outras patologias com indicação para
ETE, tais como, dissecção aórtica, para diagnóstico das massas intracardíacas e da fonte
embolígena, patologias valvulares, cardiopatias congénitas, uso intra e pós operatório e
quando existe uma má janela.
O doente deve ser informado pelo Cardiopneumologista, de como irá ser feito o exame. O
doente deve ser pré-medicado com anestesia tópica e no caso de muita agitação ou ansiedade
deve ser sedado.
A realização deste exame, inicia-se com a aplicação do bucal na boca do doente, sendo
introduzida a sonda, pelo médico, que vai produzir imagens do coração com qualidade
superior ao exame convencional, uma vez, que o feixe de ultra-sons apenas transpõe a fina
parede do esófago, sendo as imagens visualizadas de acordo com o ângulo da sonda.
O técnico faz a manipulação por controlo dos comandos do ecocardiógrafo para obtenção de
imagens e medições necessárias, e está atento ao registo electrocardiográfico.
g) Hemodinâmica
O estudo hemodinâmico é um método de diagnóstico e terapêutico que utiliza técnicasinvasivas para obtenção de dados funcionais e anatómicos das várias cardiopatias. É através
do cateterismo que se faz o estudo da dinâmica circulatória cardíaca, que consiste na inserção
de catéteres radiópacos sob controlo fluoroscópico e monitorização electrocardiográfica,
seguindo o trajecto das artérias e veias periféricas até às cavidades cardíacas e grandes vasos.
O cateterismo permite a visualização radiológica das cavidades cardíacas e grandes vasos
através da injecção de produto de contraste pelo catéter, obtenção de curvas de pressão para
avaliação de gradientes e eventos que fazem parte do ciclo cardíaco, e colheita de amostras de
sangue para saturações e cálculo do débito cardíaco.
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No laboratório de hemodinâmica os Cardiopneumologistas que estão inseridos numa equipa
que, normalmente, é constituída por médicos, enfermeiros e técnicos de radiologia. Dentro da
equipa, o técnico assume funções de: monitorização electrocardiográfica do doente; apoio
psicológico ao doente para diminuir a sua ansiedade explicando os objectivos do exame;
preparação de soros e montagem do sistema de transdutores; calibração dos transdutores e
oxímetros; verificação e preparação do desfibrilhador; selecção do material e sua abertura
para a mesa; registo de pressões e cálculo de alguns parâmetros; análise das curvas de
pressões após o exame.
Na equipa onde o Cardiopneumologista está integrado verifica-se um elevado grau de
interajuda, atingindo assim, os resultados pretendidos.
h) Pacing
Para tratar anomalias a nível do sistema de condução do coração e aumentar assim a qualidade
de vida dos doentes e a taxa de sobrevida, surge como boa alternativa a implantação de um
pacemaker.
O pacemaker é um dispositivo electrónico, que na sua versão implantável é hermético e emite
uns breves impulsos eléctricos para que haja contracção do coração. As impulsos eléctricos
alcançam o coração através de um eléctrodo, que está em contacto com o endocárdio do
ventrículo direito ou cravado no epicárdio de qualquer um dos ventrículos.
Na implantação do pacemaker, o Cardiopneumologista actua inserido numa equipa
constituída por um médico, um enfermeiro e um técnico de radiologia; e tem como funções a
preparação do material, monitorização do doente, explicação ao doente do procedimento aefectuar, avaliação do correcto posicionamento do eléctrodo e programação das
funcionalidades do pacemaker.
Após a implantação do pacemaker, o doente é seguido nas consultas de follow-up, em que o
Cardiopneumologista avalia a função sensing, pacing e pseudodisfunções através da análise
do ECG e se necessário procede à sua reprogramação.
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3.1.2 CIRURGIA CARDÍACA
A cirurgia cardíaca abrange uma série de intervenções cujo objectivo é a correcção total ou parcial das malformações congénitas, das cardiopatias valvulares e das cardiopatias
coronárias. Esta cirurgia é possível, hoje em dia, devido à existência da circulação
extracorporal (CEC) mediante a qual se substitui temporariamente as funções dos pulmões e
do coração enquanto estes orgãos ficam excluídos da circulação, através de máquinas,
aparelhos, circuitos e técnicas.
a) Circulação Extracorporal
O princípio da CEC consiste em desviar o sangue do coração direito para um sistema
mecânico que o filtra, promove a sua oxigenação e regula a sua temperatura substituindo as
funções dos pulmões. Quando transformado em sangue arterial, regressa à circulação
sistémica com o auxílio de uma bomba, que substitui a função do coração. A CEC não apenas
substitui as funções cardiopulmonares, mas ao mesmo tempo, preserva a integridade celular, a
estrutura, a função e o metabolismo dos órgãos e sistemas do indivíduo durante operações
complexas e demoradas.
O Cardiopneumologista (Perfusionista) actua numa equipa que actua no bloco operatório é
constituída por cirurgiões, anestesistas, enfermeiros.
Sendo a perfusão uma técnica extremamente complexa e de vital importância para o doente,
são necessários meios humanos à sua altura., surgindo assim , com uma função extremamente
activa e precisa, o perfusionista.
O perfusionista tem como funções:
Planear, Preparar, Analisar e utilizar meios tecnológicos em perfusão Cardiovascular CEC convencional em Adultos Pediátricos e Infantis
Dispositivos de bombeamento sanguíneo
Filtração sanguínea
Trocas Gasosas
Dispositivos de trocas gasosas (oxigenadores)
Hemodiluição
Preservação miocárdica
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Técnicas de Hipotermia
Circuitos de perfusão
Técnicas de conservação de sangue
Manejo da coagulação
Reaproveitamento Sanguíneo peri-operatório
Hemofiltração/ Hemoconcentração
Meios de Assistência Cardio-Respiratória
Bypass esquerdo e/ou Direito
Assistência ventricular
ECMO
Coração artificial
Protecção Miocárdica
Monitorização do paciente em CEC
Monitorização hemodinâmica e cardiovascular
Sinais vitais
Qualidade da perfusão
Monitorização e análise de gases e química do sangue Monitorização e analise de parâmetros hematológicos
Monitorização e analise de parâmetros de anticoagulação
Dispositivos de segurança (sensor de nível e microembolos)
Administração de fármacos, componentes sanguíneos, e agentes anestésicos via
circuito de cec
Transplantação hepática
Perfusão isolada de membros/órgãos Circulação extracorporal em Neurocirurgia
Preservação de órgãos
Tecnologias de intervenção e análise em electrofisiologia cardíaca
Medição e analise de fluxos de enxertos coronários
Assistência cirúrgica
ECG
Ecocardiografia transesofágico
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Gestão, Formação e Controlo
Gestão de stocks
Escolha de materiais e equipamentos
Manutenção de equipamentos
Gestão de pessoal
Gestão e manutenção de base de dados informatizados
Coordenação das actividades tecnológicas e científicas da sua responsabilidade
Colaboração com outros elementos da equipa multidisciplinar, no sentido de orientar
diversas actividades do serviço, evitando faltas de coordenação entre sectores e
estratos profissionais
Elaboração e participação em estudos de ordem cientifica e tecnológica
Participação em órgãos de gestão
Participação em órgãos de controlo:
o Comissões de qualidade
o Comissões de infecção e esterilização, e outras
Corpo de Saberes Próprios do Cardiopneumologista enquanto Perfusionista
Noções aprofundadas em: Anatomia, Fisiologia, e patologia
Cardiovascular, pulmonar, hematologia,
Imunologia, renal e hepática, neurológica e outras
Química, Farmacologia e Farmacocinética
Matemática e Biofísica
Perfusão Cardiovascular Biocompatibilidade
Suporte cardio-respiratório artificial
Gestão de eventos catastróficos em CEC
Esterilização e técnica asséptica
Técnicas operatórias cardíacas
Anestesia e reanimação
Qualidade e segurança
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o Aerossoloterapia
o Oxigenoterapia
O Cardiopneumologista assume um papel fundamental no laboratório de provas funcionais
respiratórias, pois é ele quem recebe o doente, explica o tipo de exame que irá efectuar e
durante a realização das manobras o incentiva para uma boa colaboração resultando numa
maior fiabilidade do exame, fazendo uma interpretação sumária do exame e elaborando um
relatório técnico.
b) Polissonografia
A polissonografia é uma técnica que consiste no registo, análise e interpretação de parâmetros
fisiológicos (neurofisiológicos e cardiorespiratórios), colhidos simultaneamente num
laboratório do sono, para poder detectar distúrbios durante o sono.
Este estudo tem, normalmente, duas funções: o diagnóstico e a terapêutica. O diagnóstico
efectua-se na primeira parte da noite, enquanto que a terapêutica se efectua, se necessário, no
resto da noite.O Cardiopneumologista recebe o doente aquando da sua chegada ao laboratório, explicando o
tipo de exame a que vai ser submetido, e questiona-o sobre alguns aspectos do seu historial
clínico (sintomas sugestivos da doença, padrão de sono e vigília, horário laboral e hábitos
alcoólicos e medicamentosos). Para a avaliação da hipersonolência diurna o doente preenche
um questionário padronizado, sendo o mais utilizado a Escala de Epworth. Posteriormente
procede à monitorização do doente para registo de electroencefalograma (EEG),
electrooculograma (EOG), electromiograma (EMG), fluxo aéreo oronasal, movimentostoracoabdominais, saturação de oxigénio, ECG e posição corporal.
Após o diagnóstico de Síndrome de Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) passa-
se à terapêutica utilizando, por exemplo, o CPAP que promove uma pressão positiva contínua,
mantendo as vias aéreas abertas durante o sono através de um tubo e máscara nasal. O CPAP
vai sendo aferido até à ausência de eventos patológicos, estando neste momento com as
pressões indicadas para utilização no domicílio.
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3.1.4 ANGIOLOGIA
A angiologia é uma técnica não-invasiva, que permite examinar os vasos sanguíneos, arteriais
e venosos, através do eco-Doppler que utiliza os ultra-sons para obter imagens dos vasos a
examinar, e avaliar o fluxo sanguíneo dentro destes. A informação é visualizada sob a forma
de gráficos (Doppler pulsado) ou a cores (Doppler codificado a cores).
O Cardiopneumologista na vertente da Angiologia “ou da investigação vascular”, programa,
aplica, avalia e desenvolve tecnologias não invasivas, ou minimamente invasias, no âmbito da
ultrassonografia que possibilitem o conhecimento e estudo da fisiologia e fisiopatologiavascular.
Realiza as diversas técnicas ultrassonográficas dirigidas ao estudo da patologia cerebro-
vascular de rotina, troncos vasculares supra-aórticos, circulação intracraniana, executando e
analisando em tempo real a monitorização por Doppler Transcraniano da perfusão e
microembolização cerebral durante procedimentos cirúrgicos vasculares, cardíacos, entre
outros.
Actua em unidades de cuidados intensivos na monitorização da perfusão cerebral. Realiza
ainda, toda a investigação vascular no sector abdominal, torácico, membros inferiores e
superiores.
No âmbito da sua actividade pluridisciplinar desenvolve actividade científica na área das
tecnologias da saúde, liderando e ou participando em projectos de investigação, aplicando e
desenvolvendo tecnologias para um melhor conhecimento dos fenómenos fisiopatológicos
vasculares, integrando equipes multidisciplinares, no âmbito das áreas clínicas da Cirurgia
Vascular, Cirurgia Cardio-torácica, Neurologia, Neurocirurgia, Neuroradiologia, Cardiologia,
Oftalmologia, Medicina Interna e Intensiva, entre outras.
Corpo de Saberes Próprios:
- UltrassonoAnatomofiosiologia
- UltrassonoFisiopatologia
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- Ultrasom e Imagiologia Vascular
- Instrumentação e electrónica em ultrasons
- Efeito de Doppler
- Transdutores de ultrasons
- Formação da imagem do som
- Formação e avaliação da imagem ecográfica vascular
- Análise espectral do fluxo vascular
- Formação e avaliação da imagem codificada a cor
- “Power” Doppler e Doppler Colorido
- Formação e avaliação da imagem a três e quatro dimensões
- Pletismografia
- Controle de qualidade em ultrassonografia
- Optimização do sinal ultrassonografico
- Agentes de Contraste em ultrassonografia
- Patologia Cerebro-Vascular Ultrassonografia Cabeça e Pescoço
Eco-Doppler Colorido dos Troncos Supra-aórticos extracranianos
Doppler Transcraniano Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano
Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano
para detecção de microembolismo.
Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano
no Bloco Operatório.
Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano
em Unidades de Cuidados Intensivos. Eco-Doppler Colorido Transcraniano.
Eco-Doppler Colorido da Circulação Oftálmica.
- Patologia Abdominal e Torácica
Eco-Doppler Colorido / Doppler dos Vasos Arteriais
Eco-Doppler Colorido / Doppler dos Vasos Venosos
Controle pós-operatório das derivações arteriais
Mapeamento Venoso para “by-pass”
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Eco-Doppler / Doppler Colorido renal
Eco-Doppler Colorido / Doppler Peniano
Eco-Doppler Colorido / Doppler Testicular
Eco-Doppler Colorido da Veia Esplenica
Eco-Doppler Colorido da Veia Porta
Eco-Doppler Colorido da Veia Mesentérica
- Patologia dos Membros Inferiores e Superiores
Eco-Doppler Colorido / Doppler Arterial e Venoso dos Membros
Inferiores.
Eco-Doppler Colorido / Doppler Arterial e Venoso dos Membros
Superiores.
Controle pós-operatório das derivações arteriais.
Registo de Pressões segmentares
Pletismografia Vascular
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4. FORMAÇÃO DOS CARDIOPNEUMOLOGISTAS FACE
AO PROCESSO DE BOLONHA
O profissional de Cardiopneumologia deve actuar em conformidade com a indicação clínica,
pré-diagnóstico, diagnóstico e processo de investigação ou identificação, cabendo-lhe
conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar o processo de trabalho no âmbito da profissão,
com objectivo da promoção da saúde, da prevenção, do diagnóstico, do tratamento, da
reabilitação e da reinserção.
A Cardiopneumologia desenvolve-se em cinco áreas de intervenção específicas:
1) Estudos da função respiratória e do sono;
2) Estudos ultrassonológicos vasculares;
3) Estudos não invasivos cardiovasculares;
4) Estudos e intervenção invasiva cardiovascular;
5) Estudos e intervenção em perfusão cardiovascular.
Para o processamento de sinais fisiológicos e anatómicos, através de metodologias de estudo
laboratoriais, este perfil assenta na mobilização de conhecimentos científicos e tecnológicos,
tais como: biologia humana, fisiologia, anatomia, biofísica, bioquímica, farmacologia,
fisiopatologia cardiovascular, respiratória e neurológica, metodologias tecnológicas invasivas
e não invasivas de estudo cardiovascular, modelos de estudo da função respiratória e do sono,
metodologias tecnológicas de intervenção extracorporal e de órgãos artificiais.
A evolução desta área do saber está subjacente ao desenvolvimento científico e tecnológico
aplicado do diagnóstico e da terapêutica em saúde e encontra paradigmas em vários países,
como por exemplo na Grã-Bretanha, Holanda, Suécia, Itália, Canadá, Estados Unidos da
América, Nova Zelândia e Austrália.
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4.1 - PERFIS E COMPETÊNCIAS DE FORMAÇÃO
4.1.1 - Perfis para o exercício profissional
Os principais actos descritores diferenciadores da formação dos Cardiopneumologistas
encontram-se descriminados no quadro A. Para a formulação deste perfil para o exercício
profissional, foram tomadas em conta as referências da Quality Assurance Agency for Higher
Education.1
Dado que, na bibliografia consultada, não existem referências a conteúdos funcionais que
possam ser enquadrados no nível 1, foi excluída a existência da formação em sede de Cursos
de Especialização Tecnológica (CET). Os descritores dos principais actos do
Cardiopneumologista incluem procedimentos específicos no âmbito anteriormente descrito,
implicando responsabilidade clínica, ética e deontológica e excluem a possibilidade de
qualquer formação de nível 1 nesta área.
No que respeita à designação profissional, o título actual, Técnico de Cardiopneumologia, não
reflecte a natureza da profissão. A utilização do termo Cardiopneumologista é o actualmente
adoptado pela Associação Profissional, pelo que é o indicado no presente relatório. No
entanto, poder-se-á assumir no futuro uma designação distinta das actualmente utilizadas.
4.1.1.1 - Perfis profissionais em Cardiopneumologia
a) CET – Cursos de Especialização Tecnológica - Não aplicável
Formação inicial ou pré-graduada - a nível de licenciaturaSubsistema predominante - Politécnico
Descritores dos principais actos (diferenciadores)
• Actua integrado numa equipa de saúde multidisciplinar, ao nível da identificação e
resolução de problemas da comunidade, no âmbito do plano de diagnóstico e terapêutica das
doenças do foro cardiovascular e respiratório;
1 Quality Assurance Agency for Higher Education; Benchmark statement: Health care programmes (Clinical Science),2004
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• Desenvolve actividades autónomas, aplicadas ao cliente/doente, no contexto do
estudo morfo-funcional e fisiopatológico do coração, vasos e pulmões, competindo-lhe, o
planeamento, a programação, a execução e análise de meios complementares de diagnóstico e
sua avaliação, bem como no desenvolvimento de acções terapêuticas específicas (efectuando
a avaliação dos resultados, dos métodos e das técnicas em função da prescrição médica,
elaborando relatórios técnicos sobre os dados obtidos, as condições de realização dos exames
e os eventos observados). Neste contexto, o graduado do primeiro ciclo deve ter competência
para actuar nas seguintes áreas:
o Estudos da função respiratória
o Estudos do sono e acções terapêuticas específicas, no âmbito das
alterações ventilatórias
o Estudos morfofuncionais vasculares não invasivos
o Estudos cardiovasculares não invasivos
o Estudos em perfusão cardiovascular
Desenvolve actividades, aplicadas ao cliente/doente, em colaboração com outros
profissionais de saúde, no contexto do estudo morfo-funcional e fisiopatológico
cardiovascular e acções terapêuticas específicas invasivas, participando no seu planeamento, programação, execução e análise.
• Para além dos dois domínios de intervenção referidos, o diagnóstico e a terapêutica,
deve também intervir ao nível da prevenção da doença e promoção da saúde, na investigação,
na gestão e no ensino;
• Concebe e desenvolve programas de educação para a saúde, com vista à promoção
da saúde e prevenção da doença;
• Participa, no âmbito da sua área de intervenção, em programas de investigação;• Colabora na gestão dos serviços de saúde onde se encontra integrado e ainda na
formação e ensino de profissionais de saúde;
b1) CEC – Cursos de Especialização Complementar
Formação pós-graduada ou especializada pós licenciatura
Subsistema Predominante - Politécnico/Universitário
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• Aquisição de novos conhecimentos especializados que permitam o
desenvolvimento de novas competências, ou de competências previamente adquiridas, ou
ainda a reorientação profissional especializada.
• Aprofundamento de conhecimentos e compreensão, no âmbito da
Cardiopneumologia, baseados na evidência científica, que incluem os aspectos mais
actualizados do saber e a sua especialização relacionada com uma área de estudo e/ou de
interesse, de que são exemplo:
o Estudos ultrassonológicos cardiovasculares
o Perfusão cardiovascular
o Electrofisiologia cardíacao Intervenção cardiovascular
o Intervenção funcional respiratória
o ...
b2) Formação pós-graduada a nível de mestrado
Sistema Predominante - Politécnico/Universitário
Desenvolvimento de aptidões científicas que permitam conceber e desenvolver projectos de
investigação científica;
Domínio, criação e aplicação de novos conhecimentos na sua área de intervenção ou
especialização;
Especialização profissional, adquirindo novos conhecimentos e metodologias que permitam
o desenvolvimento de novas práticas profissionais especializadas;
Aplicação de conhecimentos e capacidade de resolução de problemas em ambientes novos
e desconhecidos no âmbito de contextos multidisciplinares mais alargados, relacionados com
a sua área de intervenção ou especialização;
Tutelação e/ou supervisão científica, dos graduados do primeiro ciclo.
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c1) CECA – Cursos e Especialização Complementar Avançada
Formação pós-graduada ou especializada pós mestrado
Sistema Predominante - Universitário
Conhecimento e compreensão que proporciona uma base ou oportunidade para o
desenvolvimento de ideias originais e a sua aplicação num contexto de investigação científica
centrada na sua área de intervenção ou especialização.
Permite tratar questões complexas de modo sistemático e criativo, emitindo opiniões credíveis
na ausência da totalidade dos dados e comunicar as suas conclusões de forma clara para
audiências especializadas e não especializadas.
Aplicação do conhecimento e compreensão, detendo qualidades e aptidões transferíveis
necessárias para o exercício profissional que requerem o exercício da responsabilidade
pessoal e a completa iniciativa e autonomia em situações complexas e imprevisíveis em
ambientes profissionais ou equivalentes.
Avaliação, demonstrando a capacidade para integrar e gerir o conhecimento de elevadacomplexidade e formulação de opiniões.
Comunicação de conclusões suportadas no conhecimento científico e na fundamentação
lógica baseada na investigação, a audiências especializadas e não especializadas.
Aptidões de aprendizagem que permitem o estudo amplamente autónomo e auto-dirigido.
Possuir qualidades e aptidões transferíveis necessárias aos requisitos profissionais:
• exercício da iniciativa e da responsabilidade pessoal;
• tomadas de decisão em situações complexas e imprevisíveis;
• capacidades de aprendizagem, de forma independente, necessárias ao desenvolvi-
mento profissional.
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c2) Formação pós-graduada a nível de doutoramento
Sistema Predominante - Universitário
Conhecimento e compreensão sistematizados do campo de estudo e domínio de métodos de
investigação científica associados. Compromisso, de forma continuada, pela investigação
aplicada e pelo desenvolvimento em níveis avançados, contribuindo substancialmente para o
desenvolvimento de novas abordagens.
Aplicação do conhecimento e compreensão demonstrado através da capacidade de
conceber, desenhar, implementar e adaptar o processo de investigação científica de modo
rigoroso. Contribuição para o alargamento das fronteiras do conhecimento com o recurso ao
desenvolvimento de um corpo sólido de trabalho científico publicado, merecedor de
reconhecimento nacional e internacional.
Avaliação, requerendo capacidade de análise crítica, avaliação e síntese de novas e
complexas ideias.
Comunicação com os pares, a comunidade académica e a sociedade em geral, acerca da sua
área do conhecimento e intervenção. Emissão de juízos acerca de assuntos complexos da
especialidade, frequentemente na ausência de dados completos, e deter aptidões para
comunicar as suas ideias e conclusões de forma efectiva e clara a audiências especializadas e
não especializadas.
Aptidões de aprendizagem, onde se espera a capacidade de promover o progresso, noscontextos profissional e académico, tecnológico, social e cultural.
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4.1.2 - Competências gerais e académicas, associadas aos perfis identificados
Nesta secção são apresentados os descritores de competências e capacidades referentes ao
primeiro ciclo e segundo ciclo de formação do Cardiopneumologista. São ainda apresentadas
as competências académicas gerais e por área, referentes ao primeiro ciclo.
4.1.2.1 - Competências gerais dos graduados de Primeiro Ciclo
Subsistema – politécnico
a) O graduado de primeiro ciclo deve possuir as seguintes competências:
a1) Competências instrumentais - capacidades para análise e síntese, de organização,
de cultura geral básica, de comunicação, etc.;
No que concerne às competências instrumentais o Cardiopneumologista deve possuir:
1. Capacidade de análise e síntese
• Competência para identificar e resolver problemas da comunidade, no âmbito do plano de diagnóstico e terapêutica das doenças do foro cardiovascular e respiratório;
• Competências ao nível da promoção da saúde e prevenção da doença cardiovascular
e respiratória;
• Competência para seleccionar e analisar a evidência científica e aplicá-la à prática na
situação apropriada;
2. Capacidade de organização:
• Planear, formular e apresentar estratégias que respondam a necessidades e cuidadosde saúde;
• Participar na definição e elaboração, gestão e execução da política de saúde do
serviço;
• Gerir a actividade assistencial do serviço em conformidade com as solicitações;
• Gestão dos recursos específicos disponíveis (humanos, físicos e materiais);
• Manter registos actualizados, de acordo com a legislação aplicável, protocolos e
directivas;
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• Realizar e supervisionar procedimentos técnicos e científicos susceptíveis de
constituírem procedimentos normalizados;
3. Capacidade para a resolução de problemas
• Avaliar situações, identificar e resolver problemas, com o recurso aos conhecimentos
e experiência adquiridos e/ou à pesquisa e investigação;
• Identificar anomalias processuais e adoptar as soluções adequadas;
• Quando necessário, tomar decisões, de forma autónoma, assumindo as consequências
do resultado final;
4. Conhecimentos básicos da profissão:
• Dominar os conhecimentos das ciências biológicas, matemáticas, químicas e físicas,
que suportam a prática da Cardiopneumologia;
• Conhecer e compreender a estrutura e função do corpo humano, relevante para a
prática profissional, no contexto da saúde, doença e disfunção;
• Compreender a tecnologia e a instrumentação clínica e experimental adequadas aos
processos da sua prática profissional;
• Dominar o conhecimento teórico, de forma a fundamentar e basear a sua prática na
evidência científica;• Compreender os processos electrofisiológicos aplicáveis à sua prática profissional;
• Compreender a função respiratória;
• Entender os processos morfofuncionais, do seu âmbito profissional, tais como os
relacionados com o sistema cardiovascular;
• Compreender os processos fisiopatológicos decorrentes da prática da perfusão
cardiovascular;
• Identificar as normas de controlo de qualidade dos equipamentos e instalações, assimcomo aplicar normas de segurança;
• Identificar as normas de controlo de qualidade dos equipamentos e instalações, assim
como aplicar normas de segurança;
5 . Capacidades de comunicação
• Capacidade de comunicação oral e escrita na própria língua e conhecimento de uma
segunda;
• Aptidão para transmitir informações, pareceres, instruções e opiniões profissionais
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• Utilização de linguagem acessível ao cidadão comum, adaptando-a a cada indivíduo
em função de factores culturais e sócio económicos
a2) Competências interpessoais - capacidades de trabalho em grupo, de crítica e
autocrítica, de incorporar grupos interdisciplinares, de apreciar diversidade e multi-
culturalidade, etc.;
1. Capacidade de trabalho em equipas multidisciplinares:
• Exercer a sua actividade em parceria com outros profissionais;
• Utilizar as capacidades interpessoais durante o processo de assistência aos utentes, deforma a encorajar a participação dos mesmos;
2. Capacidade crítica e autocrítica
• Verificar e criticar o desenvolvimento das actividades planeadas e modificá-las em
conformidade;
• Analisar criticamente as metodologias de trabalho e zelar para que estas
acompanhem a evolução do saber científico;
• Empenhar-se numa aprendizagem continuada que promova o desenvolvimento profissional;
• Conhecer os limites da sua prática profissional, referenciando para outrem quando
estes forem ultrapassados.
3. Capacidade para exercer a profissão dentro dos limites legais e éticos:
• Respeitar os direitos, dignidade e autonomia dos utentes;
• Ter conhecimento das normas europeias e internacionais que orientam a sua prática;
• cumprir os códigos de conduta relevantes;
• compreender as responsabilidades legais e éticas da prática profissional;
• manter os padrões e requisitos dos organismos regulamentares legais e profissionais;
• exercer a sua actividade de acordo com a legislação em vigor aplicável a
profissionais de cuidados de saúde
• Exercer com isenção a profissão;
• Manter a confidencialidade e obter o consentimento esclarecido do utente;
• Participar nas comissões de ética e zelar para que as suas competências próprias
sejam exercidas por profissionais diplomados e reconhecidos.
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a3) Competências sistémicas – capacidades para aplicar conhecimento na prática, de
aprender, de se adaptar a novas situações, de gerar ideias novas, de liderança, de trabalho
autónomo, etc..
1. Capacidade de aplicar os conhecimentos na prática:
• Demonstrar conhecimentos sobre a anatomia, fisiologia e fisiopatologia humanas e,
em particular, dos sistemas cardiovascular, respiratório e neurológico;
• Planear, executar e interpretar estudos diagnósticos que identifiquem os processos
fisiopatológicos e as formas com que se apresentam;
• Identificar o decurso da doença, caso exista, e as implicações desta nos seus
procedimentos, sabendo actuar em conformidade com as alterações que possam surgir;
• Identificar os processos fisiopatológicos que as suas acções terapêuticas provocam,
em particular no caso da área de perfusão cardiovascular e os métodos para os atenuar;
• Compreender e aplicar as bases científicas dos métodos e tecnologias que utiliza, por
forma a obter resultados eficazes e fiáveis;
• Demonstrar conhecimentos sobre farmacologia, em particular nas áreas onde estes
são aplicados à sua actividade;• Conhecer as ciências do comportamento e da comunicação, aplicando-as nos
cuidados prestados ao doente/utente e à sua família/amigos/comunidade;
• Seleccionar e avaliar a evidência e a informação disponível;
• Utilizar métodos de pesquisa para compilação e interpretação de dados que facultem
informação ou beneficiem a prática;
• Compreender os desenvolvimentos e tendências actuais ao nível da ciência e da
prática da Cardiopneumologia;• Adequar a sua prática sempre que necessário, de acordo com novos
desenvolvimentos;
• Realizar, avaliar e registar de modo preciso e detalhado os procedimentos;
• Aplicar a legislação e as normas internacionais referentes à qualidade e higiene e
segurança e saber quais os procedimentos a seguir em caso de acidente;
• Demonstrar raciocínio lógico e sistemático;
• Extrair conclusões e emitir pareceres, sustentados na análise da sua intervenção;
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• Revelar aptidões eficazes na transmissão de informações, recomendações, instruções
e pareceres profissionais a colegas, doentes, clientes e seus familiares e prestadores de
cuidados, e, quando necessário, a grupos de colegas ou clientes;
• Recolher, tratar, interpretar e apresentar dados matemáticos;
• Utilizar conhecimentos informáticos, em particular o uso eficaz e eficiente das
tecnologias de informação e comunicação.
2. Capacidade de investigação científica e prática baseada na evidência:
• estabelecer linhas de investigação no âmbito das competências da profissão e
divulgá-las aos outros elementos do grupo;
• participar em grupos de investigação;
• divulgar os trabalhos de investigação e suas conclusões à comunidade científica e
profissional;
• fomentar as actividades profissionais que incluam a dinamização da investigação em
ciências laboratoriais;
• reconhecer a importância da pesquisa/investigação para a avaliação sistemática da
prática;
• conhecer os métodos normalmente utilizados em investigação em cuidados de saúde;• reconhecer o valor de estudos de casos e outros métodos de revisão;
• pesquisar e interpretar criticamente literatura científica.
3. Capacidade para compreender e aplicar os princípios da qualidade:
• utilizar e compreender os princípios do controlo e da garantia de qualidade;
• efectuar calibrações e controlo de qualidade ao equipamento utilizado;
• verificar o bom funcionamento do equipamento de acordo com as especificações e
dar resposta adequada a anormalidades.
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4.1.2.2 - Competências gerais dos graduados de Segundo Ciclo
Sub-sistema – universitário / politécnico
O graduado de segundo ciclo deve adicionalmente:
b1) Competências instrumentais - capacidades para análise e síntese, de
organização, de cultura geral básica, de comunicação, etc.;
Tratar questões complexas de modo sistemático e criativo, emitindo opiniões credíveis na
ausência da totalidade dos dados e comunicar as suas conclusões de forma clara para
audiências especializadas e não especializadas;
Continuar a evolução do conhecimento e compreensão e desenvolvimento de novas aptidões
de nível superior.
b2) Competências interpessoais - capacidades de trabalho em grupo, de crítica e
auto-crítica, de incorporar grupos interdisciplinares, de apreciar diversidade e multi-
culturalidade, etc.;Demonstrar auto-iniciativa e originalidade na interrupção e resolução de problemas e agir de
forma autónoma no planeamento e na implementação de tarefas de nível profissional ou
equivalente.
b3) Competências sistémicas – capacidades para aplicar conhecimento na prática, de
aprender, de se adaptar a novas situações, de gerar ideias novas, de liderança, de trabalho
autónomo, etc..Deter qualidades e aptidões transferíveis necessárias aos requisitos profissionais:
• tutela técnico-científica dos graduados do primeiro ciclo;
• o exercício da iniciativa e da responsabilidade pessoal
• tomadas de decisão em situações complexas e imprevisíveis;
• capacidades de aprendizagem, de forma independente, necessárias ao
desenvolvimento profissional.
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4.1.2.3 - Competências académicas dos graduados de primeiro ciclo
Sub-sistema – Politécnico
c1) Competências académicas gerais
• Identificar e resolver problemas da comunidade, no âmbito do plano de diagnóstico e
terapêutica das doenças do foro cardiovascular e respiratório, contribuindo ainda para a
promoção da saúde e prevenção da doença;
• Avaliar o utente actuando em conformidade com a indicação clínica, o pré-diagnóstico e o
diagnóstico, tendo em conta a situação orgânica, psicológica e o enquadramento social,
económico e cultural;
• Conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar todas as fases do processo de diagnóstico e
terapêutica no contexto do foro cardiovascular e respiratório, utilizando modelos, métodos e
técnicas específicos;
• Efectuar o controlo de qualidade dos equipamentos e instalações, assim como aplicar
normas de segurança;
• Avaliar a eficiência e a eficácia da sua intervenção e adaptá-la, face aos resultados obtidos;• Avaliar de forma crítica o papel da sua intervenção dentro de um plano geral de cuidados
para o utente, bem como conhecer a natureza de outras intervenções complementares à sua e a
interacção;
• Desenvolver acções de sensibilização, de esclarecimento e/ou de aconselhamento junto dos
utentes e seus familiares, e de outros profissionais de saúde, em particular, e da comunidade
em geral;
• Participar na formação de profissionais de saúde de acordo com as suas competências;• Promover o desenvolvimento da profissão do ponto de vista científico, técnico, ético e
deontológico;
• Planear, conceber e implementar estratégias de gestão nos serviços em que venha a ser
integrado;
• Realizar estudos e programas de investigação, com vista ao desenvolvimento científico e
tecnológico em Cardiopneumologia.
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c2) Competências por área – ciências de base
A justificação para a existência destas disciplinas prende-se à necessidade de dotar o aluno de
um nível de conhecimentos e competências necessárias ao desenvolvimento das ciências da
especialidade. Segue-se uma breve descrição das ciências base:
Ciências Naturais e Exactas - Incluem-se as disciplinas biológicas, que possibilitam a
compreensão da estrutura e função e dos seres vivos, em particular do corpo humano. Estas,
devem incluir, biofísica, bioquímica, microbiologia, biologia celular e genética. Por outro
lado, devem incluir outras disciplinas que forneçam o conhecimento da base científica dos
métodos e tecnologias que utiliza e dos métodos de análise, tratamento, armazenamento e
difusão de dados. Cabem, neste âmbito, a física, a química, electrónica e instrumentação,
matemática (estatística, informática e computação) e o processamento de sinais fisiológicos.
Gestão e garantia da qualidade – Esta área disciplinar proporciona a oportunidade de
desenvolver as suas capacidades e conhecimentos e competências nas técnicas de gestão
Investigação Científica – Esta disciplina proporciona a oportunidade de compreender e deutilizar os elementos envolvidos no processo da investigação científica.
Ciências da Saúde – área disciplinar que aborda a patologia dos diversos tecidos, órgãos e
sistemas, bem como as acções terapêuticas e os cuidados de saúde para ela direccionadas. São
exemplos de disciplinas: patologia geral, farmacologia, patologia respiratória, patologia
cardiovascular, patologia neurológica, etc.)
c3) Competências por área – ciências da área científica
Anatomia e Fisiologia - ciências à volta das quais se centra a Cardiopneumologia, sendo o
elemento central para o desenvolvimento das actividades especializadas posteriores.
Garantia da Qualidade- Esta área disciplinar proporciona a oportunidade de desenvolver os
seus conhecimentos e competências nas técnicas de controlo e de garantia da qualidade
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Instrumentação Clínica: permite a compreensão de todos os equipamentos utilizados em
Cardiopneumologia, de modo a que estes possam ser seleccionados, utilizados e optimizados
de forma adequada.
c4) Competências por área – ciências da especialidade
Educação Clínica: permite aos estudantes desenvolver um conjunto de competências, em
contexto de exercício profissional, integrando a experiência clínica com a componente
académica. Permite ganhos progres