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1 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. PERCEPÇÃO DE TEXTURAS DOS MATERIAIS: UM ESTUDO EM CADEIRAS Gilberto Almeida Júnior Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) Belo Horizonte, MG, Brasil [email protected] Maria Regina Álvares C. Dias Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) Belo Horizonte, MG, Brasil [email protected] RESUMO Este artigo discute a relação entre as propriedades dos materiais percebidas pelos indivíduos e a incorporação de sua identidade ao produto, a partir de estudos realizados com cadeiras de jantar. Seu foco está nos aspectos perceptivos do tato relacionados aos materiais, a partir de um estudo experimental com usuários. O método de estudo é composto de diferentes escalas de mensuração, tendo sido escolhido uma delas para apresentar nesse artigo. Foram avaliados critérios das texturas de material polimérico e a percepção de superfícies pelo indivíduo a partir de diferentes atributos associados ao uso das cadeiras. O estudo é parte de um trabalho desenvolvido como pesquisa de mestrado e seus resultados mostram que o produto incorpora parte das propriedades de seus materiais e interferem na identidade do produto, consequentemente nos mecanismos de percepção do usuário, refletindo no julgamento das cadeiras que apresentavam modelo semelhante. 1. INTRODUÇÃO O propósito do presente estudo está na relação entre os materiais empregados para a fabricação de cadeiras domésticas para mesa de jantar e sua influência nos aspectos perceptivos e suas implicações na usabilidade, ergonomia e conforto durante o uso. O estudo é mais amplo em outros aspectos, e propõe um método composto por escalas de mensuração de questões subjetivas, referentes à preferência do usuário em relação ao material aplicado no produto [1]. Realizou-se um experimento com usuários para conhecer diferentes questões relacionadas à interação e preferências. O estudo aqui apresentado teve o objetivo de avaliar diferentes texturas em material polimérico, simulando sua aplicação nas superfícies do assento e encostos de cadeiras. Do ponto de vista do design, o produto é composto a partir de vários elementos - forma, escala, volume, cor, material, textura, brilho, som, cheiro e outros - que, de maneira indivisíveis, conformam o artefato final. Um dos elementos mais importantes é o material, que “permite a interface imediata entre os artefatos e o homem” [2]. Os materiais desempenham papel essencial no processo de concepção do produto: eles podem definir seu leque de funções, a durabilidade, os custos e sua aparência final. Da mesma forma, a experiência dos usuários tem papel preponderante nesse processo, uma vez que, ao interagirem com o produto, estabelecem relações sensoriais - táteis, visuais, auditivas, olfativas ou gustativas - que podem ser determinantes em sua concepção. Nesse sentido, o material da cadeira, bem como as características de sua superfície e sua conformação são elementos preponderantes na percepção de questões subjetivas ligadas ao bem-estar dos usuários. As cadeiras são os objetos mais explorados pelos designers e arquitetos em seus projetos, sendo difícil identificar algum desses profissionais que não tenha projetado um exemplar. A diversidade de formas, cores, acabamentos e materiais empregados representam bem a infinidade de possibilidades para sua aplicação.

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Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.

PERCEPÇÃO DE TEXTURAS DOS MATERIAIS: UM ESTUDO EM CADEIRAS

Gilberto Almeida Júnior Universidade do Estado de Minas Gerais

(UEMG) Belo Horizonte, MG, Brasil

[email protected]

Maria Regina Álvares C. Dias Universidade do Estado de Minas Gerais

(UEMG) Belo Horizonte, MG, Brasil [email protected]

RESUMO

Este artigo discute a relação entre as propriedades dos materiais percebidas pelos indivíduos e a incorporação de sua identidade ao produto, a partir de estudos realizados com cadeiras de jantar. Seu foco está nos aspectos perceptivos do tato relacionados aos materiais, a partir de um estudo experimental com usuários. O método de estudo é composto de diferentes escalas de mensuração, tendo sido escolhido uma delas para apresentar nesse artigo. Foram avaliados critérios das texturas de material polimérico e a percepção de superfícies pelo indivíduo a partir de diferentes atributos associados ao uso das cadeiras. O estudo é parte de um trabalho desenvolvido como pesquisa de mestrado e seus resultados mostram que o produto incorpora parte das propriedades de seus materiais e interferem na identidade do produto, consequentemente nos mecanismos de percepção do usuário, refletindo no julgamento das cadeiras que apresentavam modelo semelhante. 1. INTRODUÇÃO

O propósito do presente estudo está na relação entre os materiais empregados para a fabricação de cadeiras domésticas para mesa de jantar e sua influência nos aspectos perceptivos e suas implicações na usabilidade, ergonomia e conforto durante o uso. O estudo é mais amplo em outros aspectos, e propõe um método composto por escalas de mensuração de questões subjetivas, referentes à preferência do usuário em relação ao material aplicado no

produto [1]. Realizou-se um experimento com usuários para conhecer diferentes questões relacionadas à interação e preferências. O estudo aqui apresentado teve o objetivo de avaliar diferentes texturas em material polimérico, simulando sua aplicação nas superfícies do assento e encostos de cadeiras.

Do ponto de vista do design, o produto é composto a partir de vários elementos - forma, escala, volume, cor, material, textura, brilho, som, cheiro e outros - que, de maneira indivisíveis, conformam o artefato final. Um dos elementos mais importantes é o material, que “permite a interface imediata entre os artefatos e o homem” [2]. Os materiais desempenham papel essencial no processo de concepção do produto: eles podem definir seu leque de funções, a durabilidade, os custos e sua aparência final. Da mesma forma, a experiência dos usuários tem papel preponderante nesse processo, uma vez que, ao interagirem com o produto, estabelecem relações sensoriais - táteis, visuais, auditivas, olfativas ou gustativas - que podem ser determinantes em sua concepção. Nesse sentido, o material da cadeira, bem como as características de sua superfície e sua conformação são elementos preponderantes na percepção de questões subjetivas ligadas ao bem-estar dos usuários.

As cadeiras são os objetos mais explorados pelos designers e arquitetos em seus projetos, sendo difícil identificar algum desses profissionais que não tenha projetado um exemplar. A diversidade de formas, cores, acabamentos e materiais empregados representam bem a infinidade de possibilidades para sua aplicação.

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Os materiais utilizados na fabricação das cadeiras são os mais diversos - dos mais rústicos e tradicionais como a madeira maciça, fibras naturais, até os materiais processados através de grande tecnologia como polímeros e fibras de alta tecnologia que imprimem características particulares a cada objeto.

Ao longo da história foi atribuído a este produto simbolismo de posição social e status, sendo considerado um dos objetos mais importantes do mobiliário. Atualmente as cadeiras e poltronas são fabricadas de inúmeros materiais e processos de fabricação, os quais influenciam na sua forma e significado. São inúmeros os processos existentes e variadas as formas de se trabalhar com os incontáveis materiais, que atualmente ultrapassam 100 mil tipos diferentes [3]. O uso dos materiais não se limita apenas a estes apresentados; pelo contrário, à medida que novos materiais são desenvolvidos e apresentados aos profissionais, um campo enorme de atuação do profissional de design se amplia.

3. ASPECTOS PERCEPTIVOS DOS MATERIAIS DAS CADEIRAS Toque

Toque é o núcleo sensório, a fundação para comunicação com o mundo que nos rodeia, e, provavelmente, o único sentido que é tão antigo quanto a própria vida. Na verdade, o toque é o mais íntimo de sentidos "[4]. Desde a infância até a adolescência e através toda a vida, o comportamento interpessoal tátil desempenha um papel vital em nossas vidas. O comportamento humano háptico estende-se muito além do mundo sensorial individual aos aspectos do mundo social. O contato interpessoal expressa calor, carinho, intimidade, imediatismo, e amor [4, 5], mas também pode ameaçar e até mesmo ferir.

Pesquisa realizada no campo do design é a tese de doutorado defendida por Sonneveld “Aesthetics of tactual experience”, descrita em [6] e baseia-se nas teorias de Katz, Klatzky e Lederman [7,8]. As propriedades táteis dos produtos podem ser verificadas a partir de quatro domínios [6]: (i) a substância material (sentida pela dureza, temperatura, peso, elasticidade e

plasticidade); (ii) sua superfície (texturas e padrões); (iii) estrutura ou espaço geométrico do produto (forma global, volume e equilíbrio); e (iv) suas partes moventes (a dinâmica, ou seja, como as partes se movem umas com as outras, incluindo-se a força necessária para movê-las). A autora [6] destaca também aquilo que sentimos ao tocar os produtos. O prazer físico inclui sua dupla faceta: de um lado a luxúria e o desejo, de outro, a dor e a aversão. A vulnerabilidade se refere à possibilidade de o material trazer algum prejuízo físico ao usuário, como ferir, queimar ou furar. As reações afetivas podem ser de dois tipos: as positivas (o usuário demonstra gostar e sentir prazer no uso) ou as negativas (reações de descontentamento ou aversão ao material). Em consonância, a tendência de ações segue a reação afetiva: se for positiva, as ações são de aproximar e aceitar, e se for negativa, a tendência é que as ações sejam de afastar e reprovar.

Quando tocamos um material, as auto-expediências anteriores refletem nosso conhecimento e reações na interação. De maneira geral, os materiais familiares são mais aceitos que os materiais que desconhecemos, pois são estranhos à nossa experiência pessoal. A reação corporal tem relação com a reação afetiva e suas ações resultantes. Assim, o toque de um material macio e confortável sugere que a reação corporal seja de relaxamento. Ao contrário, o toque de um material rugoso e seco sugere que a reação corporal seja de tensão.

O toque corpóreo tem a ver com o bem-estar e com a nossa presença no espaço, não existindo uma estética puramente tátil, exceto no campo manual [9]. Essa estética se mantém bastante próxima do nível fisiológico e gira em torno de uma sensação de carícia, que tem relação com os materiais polidos, peles, materiais flexíveis e elásticos.

Um novo panorama tátil sobre o nosso bem-estar e nosso espaço pode se expressar por meio do design e seus materiais. Se de um lado o aumento do artificial reduz as possibilidades do contato tátil existente nos materiais naturais, como a sua consistência, textura e termicidade, por outro lado, esse novo artificial produz uma gama e variedade comparáveis aos naturais [2]. Tecnicamente o panorama tátil do ambiente

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artificial tem a mesma capacidade de articulação ao panorama visual, ou seja, pode imitar uma qualidade tátil conhecida, elaborar variações e propor novas qualidades. O problema que se verifica de imediato é o aspecto semântico na comunicação desejada pelo designer ao definir determinadas qualidades táteis [2].

A sensualidade tátil de produtos é igualmente importante à sua personalidade e combinado ao sistema de valor visual dotam os produtos da uma atração emocional com o consumidor ou usuário. Texturas

A textura corresponde ao aspecto sensorial das coisas, a qualidade mais tangível dos objetos, mais imediata do que a cor ou a forma [10]. A texturização pode ser percebida pela visão e/ou tato – pelo sentido visual se percebe a geometria, o brilho, contrastes dos padrões que podem ser bi ou tridimensional. Pelo sentido tátil se percebem as características físicas superficiais do material, como um relevo tridimensional. Sua percepção pelo toque depende de muitas variáveis tais como: posição de contato com o corpo, toque passivo ou ativo, características de pele, velocidade de toque, pressão e vibração.

Pesquisadores da Southampton Solent University (UK), sob coordenação de Zuo, estudaram as texturas dos materiais, cujos resultados estão disponíveis no site “Matrix – Material Aesthetics” [11-12-13-14]. Trata-se de uma base de dados narrativo-visuais com informações sobre a estética e a percepção humana dos materiais. As texturas podem ser descritas, de forma subjetiva, a partir de quatro dimensões: geométrica, físico-química, emotiva e associativa [11]. Em um dos estudos realizados em [12] verificou-se a percepção de materiais em laboratório a partir de duas situações: primeiro, os participantes foram convidados a explorar as amostras com os olhos vendados e descrever suas sensações e percepções. Numa outra fase, fizeram o mesmo teste utilizando a visão e tato. Os resultados mostram que a percepção do material pelo toque aumenta a sensibilidade a algumas características físico-químicas; particularmente as relações de quente-frio; úmido-seco, e duro-macio [12]. A visão, por

outro lado, aumenta e enriquece a percepção geométrica e fortalece os sentimentos emotivos. Temperatura e toque

O sentido térmico é inseparavelmente ligado à experiência dos nossos corpos [15]. Todo material tem uma temperatura intrínseca que pode variar com as condições ambientais. Os materiais mais quentes são mais agradáveis e tornam os produtos e espaços mais aconchegantes. No entanto, tanto o calor intenso, quanto o frio são condições percebidas negativamente. A área da superfície de contato influencia particularmente a sensação de “quente-frio”, o chamado “toque térmico”.

A seleção de materiais pode basear-se na capacidade isolante do material ou nas suas propriedades como condutor de calor, não somente para satisfazer aos requisitos técnicos ou de segurança, mas também para proporcionar a estimulação sensorial.

Contexto de uso

O contexto de uso tem relação com a interação produto/material quanto aos aspectos ambientais, espaciais, de propriedade, privacidade e frequência de uso. Os produtos podem ser de uso doméstico, mas também de uso profissional; podem ser de propriedade ou não do usuário (privado ou público); podem ser utilizados por uma única pessoa, mas também compartilhado com outros; e o ambiente pode ser interno ou externo. Uma cadeira, por exemplo, pode ser utilizada diariamente, ocasionalmente ou raramente. Essa questão tem relação com os materiais selecionados, pois interfere na durabilidade, envelhecimento e descarte destes. Conforto e desconforto

Diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas a fim de encontrar o assento que melhor atenda aos diversos quesitos considerados pela ergonomia e pela biomecânica. É insensato afirmar que o conforto se encontra numa medida entre dores insuportáveis e o excelente bem-estar [16]. Uma vez que a cadeira está suscetível a transmitir uma sensação física negativa, a opinião do usuário vai de indiferente ao extremo desconfortável. O desconforto se relaciona com

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as características físicas (dimensões ideais de encosto e assento do banco, distribuição ideal de pressão e regulagens), já o termo conforto abrange questões menos tangíveis, como a emoção e a experiência [17].

Alguns pesquisadores sugeriram que o conforto está relacionado com o prazer e que apresenta fronteiras mal definidas com a usabilidade e a funcionalidade [18-19-20]. Outra corrente defende que o conforto e o desconforto são propriedades multidimensionais, ou devem ser tratadas e medidas separadamente [21,22], sendo que ambos os estudos foram realizados com cadeiras e estações de trabalho. Os resultados apontaram que o conforto está associado a sentimentos de relaxamento e bem-estar e o desconforto ligado a fatores biomecânicos como a fadiga, sensação de dor, cansaço, injúrias, dormência, entre outros.

Estudos similares realizados no Brasil tratam do “Comfort and discomfort: are they opposite constructs?” [23] e de estudos que relacionam cadeiras à percepção do conforto [24]. O objetivo do primeiro estudo foi o de verificar a hipótese da unidimensionalidade do eixo conforto/desconforto e não estava relacionado a nenhum produto ou situação especial, sendo que os resultados confirmaram tendências do estudo de associações positivas e negativas apontadas pelos autores anteriores. O segundo avaliou a percepção relativa a três materiais utilizados em cadeiras-altas de trabalho que serviu para a construção de agrupamentos de descritores relacionados aos materiais.

A escolha dos materiais, especialmente para o revestimento de uma cadeira, influencia não só a durabilidade, a qualidade e o preço do produto, mas também a percepção e a satisfação dos usuários [25]. A intensidade de contato da superfície com os usuários faz com que a magnitude das relações sensoriais estabelecidas entre o produto e o usuário seja muito maior [26]. Tendo em mente que o estofamento e os tecidos têm contato direto com os usuários através dos assentos, a escolha e aplicação de materiais com determinadas propriedades isolantes são capazes de amenizar ou até anular muitos dos fatores de desconforto que afetam seu uso. Em se tratando do conforto acústico, os ruídos provocados pelo atrito entre usuário e

assento, ou da própria estrutura da cadeira podem ser mais do que simplesmente um incômodo.

Segurança e proteção

Deve-se destacar também a importância da segurança estar aliada ao conforto. Os materiais têm relação direta com a percepção de riscos em muitos objetos: o fato de um automóvel ser construído por colunas, longarinas e carroceria de aço fornece ao usuário a percepção de estar se movendo em um objeto seguro, protegido e robusto.

A textura antiaderente de um piso cerâmico em um plano ou declive é percebido como mais seguro que um piso liso e, da mesma maneira, um calçado com solado de couro liso tem menor aderência que um solado de borracha antiaderente e texturizado. A textura de uma cadeira pode aferir características de maior ou menor segurança, na medida em que o corpo apoiado pode deslizar com maior facilidade e provocar inclusive quedas. Outro aspecto relativo à segurança dos materiais diz respeito à sua queima. Limpeza e higiene

Cada material tem características próprias de limpabilidade, ou seja, a capacidade de eliminar a sujeira da superfície, e está estreitamente relacionada com a estrutura superficial (rugosidade e porosidade). Alguns materiais estão associados à higiene e limpeza pelas propriedades - ser impermeável, inodoro, não oxidar com facilidade. Outros aspectos importantes dos materiais com relação à higiene e limpeza: a resistência a ataques químicos, a resistência a abrasivos (produtos de limpeza) e a resistência às manchas.

Os plásticos são materiais delicados e se diferem dos materiais naturais (pedras, madeira e metais, que podem ser polidos, o que os tornam mais brilhantes). Assim, o plástico não resiste aos abrasivos e polimento; ao invés de limpar ou dar brilho, sua superfície se riscará e sua aparência se torna envelhecida e danificada. Um estudo sobre a percepção dos plásticos pelos usuários e verificou que a sensação pegajosa é o principal ponto negativo do material, levando inclusive à aversão do seu uso [27,28]. O uso

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dos plásticos em recipientes para alimentos acarreta inconvenientes, como a impregnação da gordura, manchamento, contaminação pelo odor do plástico sobre o alimento e também o inverso, o plástico retém o cheiro de determinados alimentos.

O local de uso do objeto também interfere nos aspectos de higiene. A umidade por vapor de água,pode contribuir para a proliferação de fungos e bactérias. Confiabilidade e durabilidade

A confiabilidade é um ponto importante para se manter uma espécie de vínculo entre o usuário e o produto. O fato de o material ter uma qualidade confiável repercute positivamente na percepção da qualidade global, o que garante ao produto capacidade de desempenho funcional sem falhas ou avarias, sob certas condições e dentro de um período determinado.

A durabilidade de um produto tem uma relação estreita com os tipos de materiais empregados para a fabricação e pode ser percebida ao longo da vida útil do produto pela sua integridade, resistência, estabilidade e conservação. Do ponto de vista sustentável, a durabilidade de um produto tem relação com o prolongamento das suas funções e com a sua adequada utilização, ou seja, o aumento da sua vida útil. Isso requer uma política mais consciente por parte da sociedade na produção de bens com maior significado de utilidade e a redução drástica do consumo de produtos desnecessários. A fragilidade é um dos fatores que mais refletem as emoções negativas dos usuários ao se avaliar o grau de satisfação dos produtos [29]. Nesse aspecto, os materiais e os processos de fabricação têm uma alta importância na qualidade final dos produtos. 4. ESTUDO EXPERIMENTAL: AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DAS TEXTURAS

Materiais e métodos

O objetivo foi avaliar a adequação de uso de amostras de texturas de polímero, simulando sua aplicação nas superfícies do assento e encostos de cadeiras. Para tanto foram apresentadas imagens de três cadeiras construídas com material polimérico que representava o uso do

material. O teste se realizou com a participação de 30 indivíduos, compostos de 20 homens e 10 mulheres (20H, 10M), com faixa etária entre 18 e 60 anos. Os materiais e métodos dos testes foram similares aos já realizados e validados nos estudos de Zuo e colaboradores, descritos em [11-12-13-14].

As características do material copolímero Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS) são: termoplástico rígido, durável e leve, com alguma flexibilidade e resistência na absorção de impacto, muito comum na fabricação de produtos moldados para usos diversos.

O teste se divide em duas etapas (i) teste cego e (ii) teste visual (Figura 1b). Em ambos o procedimento é o mesmo, sendo que durante a primeira, o participante avalia as texturas utilizando somente o sentido do tato com vendas nos olhos, e na segunda etapa, a venda é retirada e se aplica novamente a avaliação das texturas, utilizando o tato e a visão.

Foram selecionadas 12 amostras de texturas de ABS, na cor preta, dispostas em ordem aleatória e com mesmo formato, de 100 mm X 100 mm; com espessura de 3 mm, peso aproximado de 30 g; sendo todas as amostras na cor preta de modo a não influenciar a percepção de alguns dos atributos a serem avaliados.

As únicas propriedades diferentes das amostras são o padrão geométrico da textura e a rugosidade superficial. O critério de seleção baseou-se em dois atributos – o desenho do padrão e o grau de rugosidade. Para tanto, procedeu-se, primeiramente, à medição da rugosidade para criar-se uma escala com contrastes interessantes de superfícies táteis. Quanto ao padrão geométrico, a seleção baseou-se em contemplar diferentes tipologias definidas em [30]. Mediu-se a rugosidade de cada textura com uso de equipamento específico a este fim, um rugosímetro digital modelo TR100 Surface Roughness Tester. As 12 amostras de texturas apresentavam diferenciação superficial dos elementos em relevo de sua superfície e foram dispostas em ordem aleatória para proceder aos testes. Cada unidade foi fixada sobre um suporte de madeira com plano inclinado, de modo a facilitar a exploração tátil e visual dos pesquisados durante os testes conforme mostra a Figura 1a.

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FIGURA 1 - (a) Suporte com as amostras de texturas; (b) teste sendo realizado em duas etapas: teste cego e teste visual e tátil

O teste buscou avaliar as propriedades intrínsecas aos materiais de acordo com quatro padrões: propriedades geométricas, propriedades físico-químicas, e dimensão emocional e associativa. Listou-se e selecionou-se os descritores que melhor relacionavam-se ao material testado. Os atributos, na forma de descritores, foram: , Suavidade: característica perceptiva do tato,

relacionada à textura. Tem relação com sensação agradável ou aprazível aos sentidos e equivale a maciez. A suavidade de uma textura está diretamente ligada a uniformidade do material, sem elementos de relevo aparentes aos olhos ou com presença de relevo de altura baixa, macia e com distribuição uniforme [30]. A escala considerou os adjetivos opostos “suave a grosseira” para análise das texturas;

, Aderência: buscou avaliar a percepção do indivíduo quanto à adesão do material ao seu corpo quando se usa uma cadeira construída com cada uma das texturas. Em uma cadeira, esse atributo está diretamente ligado à sensação de estabilidade e manutenção da posição correta de uso ergonomicamente conhecida. A escala considerou para análise

das texturas os adjetivos opostos “aderente e escorregadia”;

, Segurança: envolve a sensação de confiabilidade do material, não causando nenhum dano físico ao usuário que usa um produto feito com ele. Envolve ainda solidez e sensação de estabilidade dimensional, que em uma cadeira, é um importante atributo que transmite confiança ou falta dela. A escala considerou os adjetivos opostos “segura e insegura” para análise das texturas;

, Durabilidade: associada ao tempo de duração ou capacidade de duração de um material ou produto. A escala considerou para análise das texturas os termos “mais durável e menos durável”;

, Limpabilidade: grau de facilidade em limpar o material, retirando manchas, marcas de sujeira ou poeira retida na superfície. Em uma cadeira que tem contato constante e direto com roupas, pés e mãos dos usuários, mostra-se um importante item de avaliação no momento de compra do produto. A escala considerou para análise das texturas os adjetivos opostos “fácil limpeza e difícil limpreza”.

A Figura 2 mostra a escala empregada.

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FIGURA 2 – Descritores selecionados e escala de teste com os pares de atributos opostos

Para o uso da escala proposta os pesquisados

deveriam indicar qual a sua percepção em relação a cada uma das 12 texturas avaliadas. Os extremos indicavam valores opostos para cada um dos atributos escolhidos e cada um deles indicava um grau de intensidade, por exemplo, se o atributo escolhido era feio, a intensidade era muito, médio ou pouco feio, de acordo com a instrução de preenchimento presente acima da escala. O modelo possuía ainda ícones de som e câmera em seu canto superior, indicando ao avaliador que houve registro de comportamento ou informação relevante para ser revisto posteriormente durante a análise audiovisual do dos testes. Discussão dos resultados

Os resultados do teste mostraram que as informações acerca dos atributos avaliados nas texturas apresentaram repetições de padrões quanto ao teste cego e visual.

Os critérios durabilidade e limpabilidade foram os que mais se destacaram. A durabilidade apresentou baixa variação em relação ao teste cego e sem venda (FIG. 3a). Apenas uma amostra, de número 11, apresentou diminuição na sensação de durabilidade percebida pelos voluntários do teste. Em relação à limpabilidade (FIG. 3b), houve alteração significativa na classificação das amostras avaliadas nas duas etapas de avaliação. Percebe-se que para os avaliadores de teste, a maioria das amostras transmitiu menos facilidade de limpeza quando foi vista.

FIGURA 3 – Análise comparativa da Durabilidade (a) e Limpabilidade (b) durante o teste 1.

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Três texturas identificadas por 5, 7 e 11 sempre se repetem e apresentam comportamento inversamente proporcional. Apenas o atributo aderência apresentou resultados inalterados em ambos os testes. Entretanto, não se pode dizer que houve grandes mudanças entre as demais, apenas alternância de duas texturas em uma mesma classificação.

No teste cego, os usuários identificaram todas as texturas como sendo iguais no quesito durabilidade, mas no teste visual, a amostra 11 houve um decréscimo na sua classificação, passando a ter o menor valor entre as demais mesmo permanecendo um valor positivo.

FIGURA 4 - Classificação de adequação das texturas de acordo com percepção dos avaliadores

De acordo com a percepção dos usuários,

duas texturas foram escolhidas como sendo uma mais e outra menos adequada para aplicação em uma cadeira, conforme mostra a Figura 4.

A textura indicada como 2 foi a de maior valores positivos e de acordo com os relatos dos pesquisados era a que apresentava relevo mais estável e equilibrando transmitindo que atendia positivamente aos critérios avaliados.

A textura de número 11 foi dada como a menos adequada e a ela foram atribuídos como

desvantagens os atributos: pouca aderência, temperatura e insegurança. No registro de voz e vídeo, os usuários apresentaram comentários e comportamentos durante a interação com as amostras. Em relação à durabilidade, era comum ver algumas pessoas batendo as pontas dos dedos ou unhas na textura antes de responder, mesmo que todas elas fossem de mesmo material. Esse é um comportamento que associa dureza e sonoridade à resistência do material.

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Para as indicações feitas em relação às texturas mais e menos adequadas, cada usuário apresentou argumentos para justificar suas escolhas. Serão apresentadas nuvens de palavras para as amostras que foram mencionadas apenas.

Foram atribuídos às outras texturas escolhidas os seguintes comentários: textura 1

tem toque agradável, é de fácil limpeza, aparenta durabilidade; textura 4 aparenta ter mais qualidade que as demais; textura 5 é de fácil limpeza, tem toque agradável, machuca; textura 6 é aderente e resistente; textura 10 é aderente e fácil de limpar.

FIGURA 5 - Nuvens de palavras para as texturas 7(a), 2(b), 9(c) e 8(d)

(a) (b)

(c) (d)

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A textura 11 foi a que mais recebeu comentários positivos em relação à facilidade de limpeza e conforto transmitido, e negativos

quanto a sua pouca aderência, temperatura e insegurança, como pode ser visto na Figura 5.

FIGURA 5 – Comentários atribuídos em relação a textura 11

5. CONCLUSÃO As discussões apresentadas neste artigo

demonstram que os materiais têm relevância para as disciplinas do design e ergonomia, e interferem na relação dos usuários com os produtos. Os estudos apresentaram-se como importante meio para conhecimento sobre materiais, produtos e usuários. O conhecimento dos atributos mais valorizados por um grupo de indivíduos permite a construção de um mapa semântico acerca dos materiais, comprovando se suas características técnicas correspondem com a forma como são percebidos pelas pessoas. Os principais avanços em relação à pesquisa permitiram elaborar conclusões sobre o método, as relações dos usuários com materiais, as diferenças significativas entre perfis de indivíduos e todas elas serão expostas.

A análise das texturas indicou diferença de percepção quando o usuário não tem disponível o uso de todos os seus sentidos. A utilização de mais sentidos fornece uma interação rica e mais assertiva sobre as propriedades dos materiais, comprovando o que foi descrito por outros estudos como os realizados por Zuo, Jones e Hope [12].

Existe diferença entre preferências de homens e mulheres, uma vez que os fatores mais valorizados por um grupo mostraram-se

diferentes em relação aos do outro grupo. Essa informação deve ser considerada na fase de projetação de novos produtos, para que designers desenvolvam objetos que melhor atendam os anseios do público alvo. Resultados semelhantes foram também descritos nas teses de Dias [13] e Karana [32].

Foi possível comprovar também a afirmativa de “o produto incorpora parte das propriedades de seus materiais” [3], pois houve reflexo das características deles no julgamento das cadeiras, já que todas eram similares em formato. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Programa de Pós-graduação em Design da Escola de Design da UEMG. Ao apoio da Capes e da Fundação Renato Azeredo (Framinas) no custeio da pesquisa, participação e apresentação do trabalho neste evento (IDEMi 2015). REFERÊNCIAS

[1] Almeida Jr, G. (2013). “Avaliação dos aspectos subjetivos relacionados aos materiais: proposta de método de mensuração aplicado ao setor moveleiro”. 184 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Design, Programa de Pós-Graduação em Design da Universidade do Estado de Minas

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