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Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Educ. Tecnológica - 8º Ano

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História do Papel

Autores: Eliana Barros

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 12/06/2008

Resumo do Trabalho: O presente trabalho realizado no âmbito da Disciplina de

Educação Tecnológica tem como principal objectivo conhecer e dar a conhecer

a história e evolução do papel. Ver o Trabalho Completo

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História do Papel

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História do Papel

O papel como suporte para escrita é o material mais usado nos

dias de hoje, embora haja ainda a permanência de outros

materiais.

Antes da criação do papel, em alguns países e/ou grupos

humanos existiram maneiras curiosas do homem se expressar

através da escrita. Na Índia, usavam as folhas de palmeiras, os

esquimós utilizavam ossos de baleia e dentes de foca. Na China

os livros eram feitos com conchas e cascos de tartaruga e

posteriormente em bambu e seda. Estes dois últimos

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antecederam a descoberta do papel. Entre outros povos era

comum o uso da pedra, barro e até mesmo a casca das árvores.

As matérias-primas mais famosas e próximas do papel foram o

papiro e o pergaminho. O primeiro, o papiro, foi inventado pelos

egípcios e apesar de sua fragilidade, milhares de documentos

em papiro chegaram até nos. O pergaminho era muito mais

resistente, pois se tratava de pele de animal, geralmente

carneiro, bezerro ou cabra e tinham um custo muito elevado. Os

Maias e os Astecas guardavam seus livros de matemática,

astronomia e medicina em cascas de árvores, chamadas de

"tonalamatl".

A palavra papel é originária do latim "papyrus". Nome dado a um

vegetal da família "Cepareas" (Cyperua papyrus). A medula dos

seus caules era empregada, como já referido, pelos egípcios, há

2 400 anos antes de Cristo. Entretanto foram os chineses os

primeiros a fabricarem o papel como o actual. Por volta do

século VI a.C. os chineses começaram a produzir um papel de

seda branco próprio para pintura e para escrita. O papel

produzido após a proclamação da invenção, diferenciava-se

desse, unicamente pela matéria-prima utilizada.

A maioria dos historiadores concorda em atribuir a T'sai Lun, um

oficial da Corte Imperial Chinesa (150 d.C.) a primazia de ter

feito papel por meio de polpação de redes de pesca e de trapos

e mais tarde usado vegetais. Esta técnica foi mantida em

segredo pelos chineses durante quase 600 anos. O uso do papel

estendeu-se até os confins do Império Chinês, acompanhando as

rotas comerciais das grandes caravanas. Até então a difusão da

fabricação do papel foi lenta. Tudo parece indicar que a partir do

ano 751 (d.C), quando os árabes, instalados em Samarkanda,

grande entreposto das caravanas provenientes da China,

aprisionaram 2 chineses que conheciam a arte do papel e a

trocaram pela sua liberdade. Dai então foi possível a quebra do

monopólio chinês com o início da produção de papel em Bagdá

(795 d.C.).

A partir daquele momento a difusão do conhecimento sobre a

produção do papel artesanal acompanhou a expansão

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muçulmana ao longo da costa norte da África ate a Península

Ibérica.

Os primeiros moinhos papeleiros europeus localizaram-se na

Espanha, em Xativa e Toledo (1085). Ao mesmo tempo via Sicília

ou Palestina, o papel foi introduzido na Itália. Depois em 1184

chegou a França e então lentamente outros países começaram a

estabelecer suas manufacturas nacionais.

Na América foi introduzido pelos colonizadores e no Brasil em

1809. A sua produção se deu desde então a nível industrial.

No fim do século XVI, os holandeses inventaram uma máquina

que permitia desfazer trapos desintegrando-os até o estado de

fibra. O uso dessa máquina que passou a chamar-se de

"holandesa", foi se propagando e chegou até os nossos dias sem

que os sucessivos aperfeiçoamentos tenham modificado a sua

ideia básica.

No fim do século XVIII, a revolução industrial amenizou a

constante escassez de matéria-prima para a indústria de papel e

aumentou a demanda criando um mercado com grande poder de

consumo. Em fins do século XVIII e princípios do século XIX a

indústria do papel ganhou um grande impulso com a invenção

das máquinas de produção contínua e do uso de pastas de

madeira.

Há aproximadamente 15, 20 anos é que no Brasil, artistas

plásticos vêem resgatando e difundindo as técnicas de produção

do papel artesanal.

 

A Origem do papel

A origem do papel data do ano 105 A. C.

Foram encontradas peças em escavações nos arredores da

cidade de Hulam, na China. Presume-se que o inventor foi Ts'ai

Lun, um alto funcionário da corte do imperador Chien-Ch'u, da

dinastia Han (206 A.C. a 202 D.C.) contemporânea do reinado de

Trajano em Roma.

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A transferência da invenção chinesa para os árabes ocorreu com

a captura, pelos árabes, de artesãos chineses, e em Bagdá no

final do século VIII (795 D.C.) já se conhecia a fabricação de

papel. A manufactura do papel artesanal acompanhou a

expansão muçulmana ao longo da costa norte da África até a

Península Ibérica. Em Xavita, 1085 D.C., foi instalado o primeiro

moinho papeleiro da Europa, ainda na região dominada pelos

mouros. Só depois que a fabricação de papel se instalou em

Fabriano (Itália), em 1260, é que a produção de papel se

disseminou por toda a Europa. Também se deve ao moinho de

Fabriano a primeira marca d'água no papel.

A primeira máquina de fabricação de papel foi introduzida por

Nicholas-Louis Robert, em 1797. Em 1809 John Dickinson fez a

primeira máquina cilíndrica, iniciando o método moderno de

fabricação de papel.

 

O Papel no Egipto

Muito da História do Egipto nos foi transmitido pelos rolos de

papiro encontrados nos túmulos dos nobres e faraós. Foram os

egípcios que, por volta de 2200 antes de Cristo, inventaram o

papiro, espécie de pergaminho e antepassado do papel.

Papiro é uma planta aquática existente no delta do Nilo. Seu talo

em forma piramidal chega a ter de 5 a 6 metros de

comprimento. Era considerada sagrada porque sua flor, formada

por finas hastes verdes, lembra os raios do Sol, divindade

máxima desse povo. O miolo do talo era transformado em

papiros e a casca, bem resistente depois de seca, utilizada na

confecção de cestos, camas e até barcos.

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Para se fazer o papiro, corta-se o miolo do talo - que é

esbranquiçado e poroso - em finas lâminas. Depois de secas em

um pano, são mergulhadas em água com vinagre onde

permanecem por seis dias para eliminar o açúcar. Novamente

secas, as lâminas são dispostas em fileiras horizontais e

verticais, umas sobre as outras. Esse material é colocado entre

dois pedaços de tecido de algodão e vai para uma prensa por

seis dias. Com o peso, as finas lâminas se misturam e formam

um pedaço de papel amarelado, pronto para ser usado.

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Fig.1 – Pintura sobre lâmina de papiro, proveniente do Egipto

 

Fig.2 – Olho de Horus

 

O Papel na China

No século II, a China começou a produzir papel para escrita com

fibras de cânhamo ou de casca de árvore. Segundo os registros

da "História do Período Posterior da Dinastia Han" do século V, o

marquês TSai Lun (?-125 d.C.) dos Han do Este (25-220 d.C.)

produziu papel a partir de 105 d.C com materiais baratos - casca

de árvore, extremidades de cânhamo, farrapos de algodão e

redes de pesca rasgadas. O uso do papel vulgarizou-se, a partir

de então; e o papel era conhecido entre o povo como "papel TSai

Lun".

A partir de então, o papel começou a substituir o bambu,

madeira e seda. Nos séculos seguintes, os processos

tecnológicos e equipamentos para a produção de papel

desenvolveram-se mais ainda. O papel e métodos de fabricação

deste material foram primeiramente introduzidos no Vietnam e

Coreia: e depois da Coreia para o Japão. Os países árabes

aprenderam com a China a produzir papel nos meados do século

VIII, e dali a técnica expandiu para a Europa e o resto do mundo.

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Fig.3 – Manuscrito em papel chinês encontrado em 1907 nas ruínas da

Grande Muralha da China datado de aproximadamente 150d.C.

 

Fig.4 – Dinastia Han

 

O Papel no Japão

Hoje, como antigamente, fazer papel a mão, no Japão, é

frequentemente realizado como uma fonte de renda fora da

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estação pelos pequenos fazendeiros que vivem em aldeias nas

montanhas, onde há pouca terra para cultivo de arroz mas uma

abundância de boa água limpa nos riachos.

Quando o fim do ano chega e a colheita do arroz acaba, esses

fazendeiros invariavelmente se ocupam com a feitura de papel.

Em um certo sentido, o trabalho é hereditário, sendo

desempenhado em uma pequena escala, em casa, pelos

membros capazes de cada família. Os métodos empregados são

antiquíssimos e têm sido passados através de gerações

sucessivas com pequenas mudanças. A estação para fazer papel

difere de acordo com as localidades nas quais ele é feito. Ela

geralmente começa no fim de Novembro ou início de Dezembro

e termina em Abril ou Maio do ano seguinte.

Nesta época do ano os fazendeiros que fazem papel como

trabalho paralelo encontram-se muito ocupados pois eles têm

muito o que fazer no transplante de mudas de arroz e na criação

de bicho-da-seda.

Seja feito a mão ou a máquina muitos papéis japoneses usam

fibras vegetais como matéria-prima. Entre essas fibras o gampi,

kozo e mitsumata constituem o trio principal de materiais. Papel

de gampi é considerado nobre; o de kozo, forte; e o de

mitsumata, delicado. Para fazer papel japonês é comum usar um

material muscilaginoso vegetal que é comburente chamado neri.

Há vários tipos de neri, o mais comum é o tororo, uma

substância proveniente das raízes do crescimento do primeiro

ano da planta tororo, que é um tipo de malvácea. A função do

tororo é fazer com que as fibras flutuem uniformemente na

água. Outra função é retardar a velocidade de drenagem

resultando assim uma folha de papel melhor formada.

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Fig.5 - Matérias-primas para papel japonês

 

O Papel no Mundo

O papel tem sua história ligada a legítimos e nobres

ascendentes. Além das placas de argila, ossos, metais, pedras,

peles, o homem escreveu, desenhou, e pintou em papiro, sobre

o líber e logo a seguir em pergaminho.

O mais antigo papiro já encontrado data por volta de 2200 a.C.,

e pertence ao Museu Britânico; o papiro foi o suporte de escrita

de uso corrente até os primeiros séculos da era Cristã, em toda

Europa, regiões asiáticas, e naturalmente, África, de onde se

originou.

O pergaminho tornou-se o principal suporte de escrita durante

quase toda a idade Média. Havia ainda o palimpseto, cuja

palavra designa o pergaminho já usado e reaproveitado.

O fenómeno do reaproveitamento do papiro repetia-se assim,

com relação aos pergaminhos.

Com a introdução do papel na Europa, os outros suportes de

escrita e desenho desapareceram, restando a lembrança do

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papiro, na palavra papel, paper, papier.

Foi longa e lenta a rota do papel a partir da sua invenção em 105

d.C. por T'sai Lun.

O papel só conseguiu atingir a Europa 10 séculos mais tarde, por

caminhos tortuosos e difíceis.

Os árabes o produziam, comercializavam-no, e o transportavam

da Ásia pelo norte da África, e de Alexandria, Trípoli e Tunísia,

faziam-no chegar à Espanha, e em seguida à França.

Outros países que produzem papel artesanal de maneira

rudimentar e ancestral são: Índia, Paquistão, Nepal, Tibet, etc.

Com a descoberta da América, encontrou-se um papel

semelhante ao papiro produzido pelos Maias e pelos Aztecas

chamado Amatl. O processo de feitura difere do papiro, e é

fabricado ainda hoje na cidade de San Pablito, México, e

constitui fonte de renda para seu povo.

O Liber, palavra latina, é a entre-casca de árvore usada para

fazer papel dando origem a palavra Livro.

Era usual escrever-se em folhas de plantas na China, daí a

origem da expressão 'folha de papel'. A palavra grega Biblos era

a designação feita a várias folhas escritas sobre papiro,

originando assim a palavra Bíblia.

 

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Fig.7 – Roteiro do papel artesanal no mundo

 

O Papel no Brasil

 

A primeira fábrica de papel no Brasil entre 1809 e 1810 no

Andaraí Pequeno (Rio de Janeiro), foi construída por Henrique

Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva, industriais portugueses

transferidos para o Brasil. Deve ter começado a funcionar entre

181O e 1811, e pretendia trabalhar com fibra vegetal. Outra

fábrica aparece no Rio de Janeiro, montada por André Gaillard

em 1837 e logo em seguida em 1841, tem início a de Zeferino

Ferraz, instalada na freguesia do Engenho Velho.

O português Moreira de Sá proclama a precedência da

descoberta do papel de pasta de madeira como estudo de seu

laboratório, e produto de sua fábrica num soneto de sua autoria,

dedicado aos príncipes D. João e Dona Carlota Joaquina impresso

na primeira amostra assim fabricado:

“A química e os desejos trabalharam

não debalde, senhor, que o fruto é este

outras nações a tanto não chegaram."

A vinda de Moreira de Sá ao Brasil coincide com as experiências

de Frei Velozo em 1809 quando produziu o papel de imbira e

experimentava seu fabrico com outras plantas.

Marlene Trindade, Artista e Professora da Escola de Belas Artes

da Universidade Federal de Minas Gerais, foi quem criou no ano

de 1980 o Atelier de Artes da Fibra, onde se deu início à

pesquisa do papel artesanal no Brasil. Participaram neste Atelier,

que teve a duração de um semestre, Diva Elena Buss, Joice

Saturnino, Nícia Mafra, e Paulo Campos. Com o incentivo de

Marlene desvendaram-se os mistérios do papel a partir de um

livro por ela elaborado.

Marlene preparou um novo curso para o Festival de Inverno de

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Diamantina/MG, que gerou novos papeleiros. A semente que ela

plantou, germinou, cresceu, e deu muitos frutos. A partir deste

novo começo, nunca mais se parou de pesquisar e produzir

papel artesanal no Brasil.

 

O Papel na Europa

 

Antes da utilização da matéria-prima lenhosa

Depois das primeiras produções na Itália e na Alemanha, o

fabrico do papel na Europa foi-se generalizando pelas diferentes

regiões e as técnicas utilizadas foram sendo aperfeiçoadas.

Um importante progresso foi o de introdução de maços na

preparação do trapo já limpo e desfiado para o reduzir a uma

pasta que depois de macerada era lançada nas formas

mergulhadas em celhas.

As vantagens desta técnica que se espalhou pela Europa nos

séculos XV e XVI são óbvias. Não obstante os consideráveis

investimentos de tempo e capital para construir e equipar uma

fábrica e garantir a sua operacionalidade, a mudança do

processo de produção graças à divisão do trabalho, aumentou a

produção e melhorou a qualidade dos papéis produzidos.

Mas o fabrico continuou a processar-se em bases artesanais. O

trabalho na "celha" ocupava quatro pessoas: o "celheiro" que

fazia as folhas utilizando o molde, o encarregado da água e das

folhas trabalhando em conjunto com o "celheiro" é quem coloca

as folhas sobre o feltro e as retira ainda húmidas após

prensagem sendo o aprendiz encarregado de colocar a pasta na

celha e garantir o seu aquecimento.

A prensa era manuseada conjuntamente por este grupo e o

rendimento embora dependente do formato e do peso da base

podia atingir um máximo de nove resmas (4 500 folhas) de papel

produzidas por dia de trabalho que tinha em média 13 horas.

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O progresso técnico continuou. No século XVI o alisamento

manual das folhas com a faca de vincar ou com pedra de ágata

foi substituindo pelo uso de martelos de amaciar, semelhantes a

martelos de ferreiro o que provocou uma cisão na profissão, indo

os "amaciadores" tradicionalistas para um lado e os modernos

"stampers" para outro, não se reconhecendo mutuamente como

autenticos fabricantes de papel.

Nos finais do século XVII uma nova invenção dividiu os

"papeleiros" em mais dois novos campos. Tratou-se da

introdução de um batedor muito mais eficiente o chamado

"hollander" que suplantou ou mesmo substitui o moínho de

esmagar o trapo.

O tremendo incremento no fabrico de papel durante e após o

século XVI por influência da "Reforma" e da impressão com

caracteres móveis, conduziu rapidamente a uma grave escassez

da matéria-prima e à regulamentação do comércio do trapo.

A procura sistemática de substitutos para o trapo durante e após

o século XVIII pouco sucesso teve. A palha foi de facto uma

hipótese devido à situação agravada pela introdução das

primeiras máquinas de papel verdadeiramente eficientes a partir

de 1825, mas não conseguiu impor-se devido à baixa qualidade

do papel produzido. Somente a invenção da pasta mecânica de

madeira pelo alemão Keller e da pasta química (primeiras

patentes em 1854: Mellier Watt) vieram resolver este problema.

É interessante e de justiça referir que em Portugal e em 1798

Francisco Joaquim Moreira de Sá prepara a construção da fábrica

de papel da Cascalheira junto ao rio Vizela que só em 1802 se

concretizou ensaiando então o fabrico de papel com a massa de

madeira sob a orientação do inglês Thomas Bishop.

Infelizmente esta iniciativa não sobreviveu ao período

conturbado das invasões francesas, que obrigaram Moreira de

Sá a emigrar para o Brasil em 1808.

Como já se referiu ainda no século XVIII, a escassez do trapo em

toda a Europa incentivou a procura de nova matéria-prima

fibrosa para fabricar papéis e a madeira e o algodão, foram das

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alternativas consideradas.

No século XVIII assistiu-se a algumas concentrações de

actividades artesanais em grandes operações - as manufacturas

- que no entanto continuaram dependentes de hábeis "

papeleiros" organizados em associações artesanais livres. Os

esforços para aumentar a produção e também para ultrapassar

as regras restritivas impostas pelos " papeleiros " tradicionais

culminaram com a concepção e construção de máquinas de

papel. A primeira que se construiu com moldes horizontais foi-o

em 1798 na Inglaterra por J.N.L. Roberts a qual foi depois

melhorada por Danking e pelos irmãos Fourdrimir.

Pouco tempo depois outros tipos de máquinas apareceram como

as de moldes de arame transportados numa cadeia sem fim e

em que a pasta era estendida num feltro também sem fim, e

também a máquina de cilindros de Dickinson.

Durante o século XIX continuaram a construir-se máquinas com

moldes horizontais ou de cilindros e foram acrescentadas com

uma secção de secagem (secaria) e continuamente

aperfeiçoadas nos seus detalhes o que levou rapidamente a um

considerável alargamento da teia de papel e ao aumento das

velocidades de produção.

Estava iniciada a industrialização e com ela muitos pequenos

produtores incapazes ou desinteressados em adquirir máquinas,

procuraram sobreviver trabalhando à peça ou produzindo tipos

especiais de papel mas uns mais cedo outros mais tarde foram

obrigados a interromper as suas actividades.

Outros tiveram que adaptar os edifícios que possuíam para neles

instalar máquinas ou construir novas fábricas noutros locais.

Todo este esforço para progredir fez-se mantendo praticamente

a mesma matéria prima fibrosa o " trapo "cujo manuseamento

era no dizer de Karl Marx " … uma das espécies de trabalho mais

suja e pior paga para a qual são escolhidas de preferência

mulheres e raparigas… As trapeiras são o veículo de propagação

de varíola e outras doenças infecciosas e elas próprias as suas

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primeiras vítimas".

 

Fig.8 – Fabrico do papel na Europa antes da matéria-prima lenhosa.

 

Após início da utilização da matéria-prima lenhosa

Como já se referiu depois da tentativa portuguesa em Vizela em

1803 de utilizar madeira como matéria-prima para o fabrico de

papel, só na segunda metade do século XIX é que a madeira

começa de facto e progressivamente a substituir os trapos.

O processo é naturalmente lento e em Portugal ainda se

fabricava papel de " trapos " nos anos 50 do século XX.

Em termos gerais podem considerar-se a partir de 1840 os

seguintes períodos na História do fabrico do papel na Europa.

No período aproximado de 1840 a 1880 desenvolveram-se como

se disse, esforços para encontrar substitutos para o trapo em

escala industrial e assim aparecem as pastas mecânicas e

químicas de madeira, produzidas frequentemente em unidades

industriais especializadas – as fábricas de pasta ou de celulose.

O período aproximadamente de 1860 a 1950 foi caracterizado

pelo aumento da velocidade de trabalho, introdução da energia

eléctrica, novos aperfeiçoamentos em várias partes das

máquinas de papel, o desenvolvimento de máquinas

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especialmente concebidas para produzirem tipos particulares de

papel e cartão (por exemplo: cilindro yankee, máquina de

cilindros múltiplos). A largura da teia aumentou de 85 cm em

1830 para 770 cm em 1930 enquanto as velocidades de

produção passaram de 5 m /min (1820) para mais de 500 m/min

(1930).

A partir de 1950 e até 1980 verificaram-se mudanças sem

precedentes no fabrico do papel. Paralelamente a mais

aumentos na largura da teia e na velocidade de fabrico são

introduzidos novos materiais (pastas termo-mecânicas, papéis

usados destintados, novos aditivos, novos produtos químicos e

corantes, novas opções para a formatagem das folhas

(formatadores de dupla teia), colagens neutras, maior ênfase na

protecção do ambiente (circuitos fechados) e acima de tudo a

automatização. O impacte operacional destas mudanças é

claramente visível: especialização de certos tipos de papéis,

desenvolvimento dos novos tipos (papel LWC); fusões de

empresas, expansão de grupos empresariais com organizações

próprias de produção e abastecimento de matéria prima lenhosa

e de comercialização, interrupção de operações não lucrativas.

Portugal foi o primeiro país a produzir pastas químicas de

eucalipto: ao sulfito em 1923; ao sulfato em 1957.

Depois de 1980 caminha-se claramente para o futuro. Novos

principios para a formação das folhas (com fronteiras difusas

entre papel e têxteis não tecidos) e novos processos de

produção de pastas químicas e também a situação no mercado

mundial (aumento da procura principalmente no terceiro mundo,

tendências dos preços da pasta química, problemas de

localização) estão novamente a conduzir ao aumento da

intensidade do capital, motivando a formação de grandes grupos

empresariais com operações à escala internacional.

Simultaneamente aparecem claras oportunidades para que

empresas pequenas e médias satisfaçam localmente procuras

específicas.

O papel de aspecto e qualidade relativamente uniforme que

existiu na Europa da Idade Média foi substituído por uma grande

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variedade de tipos e para isto contribuiriam não só os progressos

verificados nas técnicas de impressão e reprodução tipográfica

mas também a versatilidade daquele produto natural,

sustentável e ambientalmente puro.

Portugal acompanhou sempre na vanguarda esta evolução

histórica da produção de papel na Europa.

Actualmente a indústria papeleira portuguesa (100% da

produção de pastas e 90% da produção de papel e cartão)

encontra-se associada numa instituição a CELPA - que tem como

finalidade apoiar as empresas suas associadas na defesa dos

seus interesses comuns e no desenvolvimento do Sector no

sentido de se conseguir a Gestão Sustentada da Indústria

Papeleira Portuguesa.

A Floresta tem uma importância fundamental para a Indústria

Papeleira Portuguesa a qual além de continuar a contribuir para

a sua expansão desempenha um papel essencial na protecção e

melhoramento deste recurso natural. Os princípios a que as

acções neste campo devem obedecer estão estabelecidos na

"Iniciativa Ibérica para a Gestão Sustentável das Florestas "

subscrita pelas principais entidades públicas e privadas de

Portugal e da Espanha com interesses nos produtos florestais. A

Indústria Papeleira Portuguesa desde longa data vem assumindo

as suas responsabilidades no que respeita ao controle dos

impactes ambientais com origem nas suas actividades.

Na última década as fábricas de pasta e de papel têm

conseguido reduções significativas dos poluentes nos efluentes

líquidos e nas emissões gasosas para a atmosfera.

Estas melhorias, conjuntamente com a diminuição dos consumos

de água e de energia foram o resultado de investimentos

importantes quer nas instalações de produção quer em

instalações de tratamento de efluentes externas ao processo de

produção.

Cronologia do papel

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105 a.C. – A invenção do papel é atribuída a T’sai Lun na

China, fabricado a partir de fibras de cânhamo trituradas

e revestidas de uma fina camada de cálcio, alumínio e

sílica.

611 d.C. - Instalam-se manufacturas do papel na Coreia.

794 - Instala-se a fabricação de papel para o comércio,

primeiro em Damasco, depois em Bagdá.

807 - Produção de papel em Kioto, no Japão.

877 - Nota-se a existência do papel sanitário.

900 - O papel é fabricado no Egipto pelos árabes.

950 - O papel chega pela primeira vez na Espanha através

de livros.

998 - O papel-moeda é o meio circulante da China.

1000 - Dois árabes fazem uma escrita a respeito dos

métodos de fabricação do papel.

1150/1151 - Os árabes chegam à Espanha fixando-se numa

região de Valencia (Xavita) sendo instalado o primeiro

ponto de fabricação da Europa.

1282 - Introdução da marca d'água por Fabriano: cruzes e

círculos.

1285 - Marca d'água na França: flor de Liz.

1309 - Início da utilização do papel na Inglaterra.

1320 - Chegada do papel na Alemanha.

1390 - Instalação da primeira indústria na Alemanha.

1405 - Chegada do papel na região de Flandres, levado por

um espanhol.

1450 - Invenção da imprensa -Johannes Guttemberg e

consequente procura por papel.

1550 - Comercialização do papel de parede proveniente da

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China pelos espanhóis e holandeses em toda a Europa.

1719 – O naturalista francês Reaumur sugere o uso da

madeira como matéria prima para o fabrico de papel, ao

observar que as vespas mastigavam madeira podre e

empregavam a pasta resultante para produzir uma

substância semelhante ao papel na confecção dos seus

ninhos.

Meados do Séc. XIX – surge a demanda de papel para a

impressão de livros, jornais e fabricação de outros

produtos de consumo, levando á busca de fontes

alternativas de fibras a serem transformadas em papel.

1809 - Começa a fabricação de papel no Brasil, no "Andaraí

Pequeno", Rio de Janeiro.

1838 – Produção de pasta de palha branqueada

1840 – Na Alemanha, desenvolve-se um processo para a

trituração de madeira. As fibras são separadas e

transformadas no que passou a ser conhecido como

“pasta mecânica” de celulose.

1854 – É patenteado na Inglaterra um processo de

produção de pasta celulósica através de tratamento com

soda cáustica. A lignina, cimento orgânico que une as

fibras, é dissolvida e removida, surgindo a primeira

“pasta química”.

1860 – Invenção do papel couché. Lançamento do papel

higiénico em forma de rolo. Surgem na Finlândia as

primeiras leis sobre práticas de silvicultura.

1920/1930 - Importante década para o desenvolvimento do

papel no Brasil.

Conclusão

O papel é considerado o principal suporte para a difusão da

escrita, da informação e de todo o conhecimento humano. Antes

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do descobrimento do papel, o homem utilizou os mais diferentes

materiais para o registro de sua existência, tais como folhas,

cascas de árvores, couro, tecidos, pedras, barro e metais.

O papel surgiu na China no início do século II, inventado por

T'Sai Lum, um oficial da Corte que teria fabricado o papel a partir

de córtex de plantas, tecidos velhos e fragmentos de redes de

pesca. Depois dessa invenção, o mundo não seria mais o

mesmo.

Curiosamente, o papel levou muito tempo até chegar ao

Ocidente: antes foi largamente difundido entre os árabes, que

instalaram a primeira fábrica de papéis na Europa, após a

invasão da península Ibérica, mais precisamente na cidade de

Játiva, na Espanha, em 1150.

Os papéis são fabricados com a polpa de fibras vegetais,

procedentes de várias espécies como o eucalipto, algodão e

outros. Os papéis mais comuns são feitos de fibras de madeira,

enquanto os mais nobres são produzidos com fibras de algodão

ou linho.

A madeira é transformada em pasta de celulose por meio de

processo mecânico ou químico, sendo esta última de melhor

qualidade, também chamada de celulose alfa. Para transformá-la

em papel, esta pasta é misturada à água, formando uma mistura

líquida e homogénea.

Em alguns tipos de papéis, outros componentes são adicionados

à pasta, como cola, pigmentos e agentes conservantes. A

qualidade das fibras utilizadas, juntamente com estes

componentes, determina a qualidade do papel. Para passar do

estado de pasta, formando a folha de papel, a maior parte da

água é retirada através da aplicação de muitos tipos de rolos de

pressão e inicia-se a formação da folha ainda húmida.

O processo de secagem da folha se dá a quente, ou ao ar livre,

como ocorre com alguns papéis artísticos.

Bibliografia

Page 21: papel

- www.comofazerpapel.com.br

 

Outros Trabalhos Relacionados

Ainda não existem outros trabalhos relacionados

 

Aqui é descrita a História do Papel com o passar dos séculos.

 

Os egípcios, que abasteciam o mundo com o papiro, tinham em sua fabricação grande fonte de renda. O papiro era valorizado entre os romanos que o chamavam papel augusto. O papiro era considerado importante instrumento de escrita naquela época, como hoje são os aparelhos de comunicação. Olho de Horus

 

O papel propriamente dito surgiu na China, na província de Hunan, por seu inventor T'sai Lun. Os processos de sua fabricação desenvolveram-se lentamente, assim como a divulgação desta técnica pelo mundo, aparecendo na Europa apenas dez séculos após sua invenção.

Dinastia Han

 

O Washi, ou papel japonês, teve grande desenvolvimento nas aldeias japonesas, sendo até os dias de hoje exportado para o mundo. Os idosos que ainda fabricam papel, são considerados tesouros vivos do Império.

Colheita do Kozo

 

Page 22: papel

Longo foi o trajeto do papel no mundo. Em 1765 o cientista Dr. Jacob Schäffer pesquisou ninhos de vespas chegando à conclusão de que eram feitos de fibras de celulose. Esta descoberta propiciou o início das indústrias papeleiras a partir de troncos de árvores.

Roteiro do papel no Mundo

 

O papel artesanal no Brasil tem duas fases: uma no século XIX e outra retornando em 1980 em Belo Horizonte/MG, expandindo-se nos outros Estados brasileiros até os dias atuais.

Brasil Colonial

A invenção do papel foi um acontecimento que ocorreu há muito tempo e os processos para o seu fabrico têm vindo a ser trabalhados ao longo dos séculos.

Vários povos, em diferentes regiões do mundo e com métodos e matérias-primas diferentes, foram criando os “percursores” do papel, sendo o papiro o mais conhecido. Nos Himalaias e no Sueste Asiático através do cozimento de fibras do "liber" (casca interior) de certas árvores e arbustos. Estas fibras eram estendidas com martelos de madeira até formarem uma camada delgada, depois era-lhes misturada água para formar uma pasta e finalmente espalhava-se essa pasta uniformemente com a mão sobre um pano e deixava-se secar. Depois de seca, transformava-se numa folha que se separava do tecido e não necessitava de mais tratamentos até ser utilizada.

Há registos na China, de que se começou a fabricar papel a partir de desperdícios têxteis, (trapos), ainda durante os primeiros anos da Era Cristã. Estas técnicas de fabrico de papel que foram sendo aperfeiçoadas pelos chineses, passaram rapidamente à Coreia e foram introduzidas no Japão no ano 610 D.C.

O conhecimento da maneira de fazer papel espalhou-se rapidamente pela Ásia Central e Tibete e daí passou à Índia. Os árabes, na sua expansão para o Oriente, tomaram contacto com a produção deste novo material e instalaram fábricas de papel em Bagdad, Damasco, Cairo e, mais tarde, em Marrocos, na Espanha e na Sicília, utilizando quase exclusivamente trapos.

Depois das primeiras produções na Itália e na Alemanha, o fabrico do papel foi-se generalizando e as técnicas foram sendo aperfeiçoadas. O progresso técnico continuou na Europa, tendo o incremento no fabrico de papel durante e após o século XVI, por influência da "Reforma" e da impressão com caracteres móveis, conduzido a uma grave escassez da matéria-prima e à regulamentação do comércio do trapo.

A introdução das primeiras máquinas de papel verdadeiramente eficientes a partir de 1825 agravou esta situação. A procura sistemática de substitutos para o trapo durante e após o século XVIII pouco sucesso teve. A palha foi uma hipótese, mas não conseguiu impor-se devido à baixa qualidade do papel produzido. Somente a invenção da pasta mecânica de madeira pelo alemão Keller e da pasta química (primeiras patentes em 1854: Mellier Watt) vieram resolver este problema.

Pode dizer-se que, só depois de 1840, se deram os passos necessários para a substituição definitiva dos trapos e para uma produção mais eficiente e aperfeiçoada. Após 1860, com a introdução da electricidade na indústria, foi possível aperfeiçoar as máquinas e produzir pastas mecânicas e químicas de celulose e diferentes tipos de papel e cartão.

Em 1950, houve alterações profundas na diversificação dos produtos e na organização das empresas e internacionalização do comércio do papel e cartão, bem como na responsabilização ambiental da actividade com melhoria dos seus desempenhos.

Em Portugal, a produção de papel teve início em finais do Séc.XIV, no entanto, as primeiras fábricas só apareceram no início do Séc. XVIII. Foi ainda o primeiro país a produzir pastas químicas de eucalipto: ao sulfito em 1923; ao sulfato em 1957.

A Celpa actualmente congrega 10 associados da Indústria Papeleira Portuguesa, que com sete unidades industriais, produzem, do universo nacional, a totalidade das pastas para papel e 90% do papel e cartão.

Page 23: papel

 A Celpa | História do Papel | Ciclo Produtivo | Reciclagem | Importância do Sector | Posições do Sector | Mapa do Site | FAQ’s | Links | Contactos

Das paredes de rocha das cavernas ao atual papel de escrita, percorreu-se um longo caminho no registo

das experiências humanas.

Conheça uma história que moldou a história da comunicação.

Desde os primórdios da humanidade que o Homem desenha as suas memórias visuais. São exemplo

destas memórias as cenas de caça encontradas nas paredes das cavernas onde o homem primitivo se

abrigava.

Antes do fabrico do papel, muitos povos utilizaram formas curiosas de se expressarem através da escrita.

Na Índia, usavam-se folhas de palmeiras, os esquimós utilizavam ossos de baleia e dentes de foca, na

China os livros eram feitos com conchas e carapaças de tartaruga e posteriormente em bambu e seda.

Entre outros povos era comum o uso da pedra, do barro e até mesmo da casca das árvores. Os Maias, por

exemplo, guardavam os seus conhecimentos em matemática, astronomia e medicina em cascas de

árvores, chamadas de "tonalamatl".

Page 24: papel

As matérias primas mais famosas e próximas do papel foram o papiro e o pergaminho. O papiro foi

inventado pelos egípcios e os exemplares mais antigos datam de 3.500 a.C. Até hoje, as técnicas de

preparação do papiro permanecem pouco claras, sabendo-se, apenas, que era preparado à base de tiras

extraídas de uma planta abundante no Rio Nilo.

Essas tiras eram colocadas em ângulos retos, molhadas, marteladas e coladas. Apesar da sua fragilidade,

milhares de documentos em papiro chegaram até nós. O pergaminho era muito mais resistente do que o

papiro, pois era produzido a partir de peles tratadas de animais, geralmente de ovelha, cabra ou vaca.

Entretanto, foram os chineses os primeiros a fabricar papel com as características que o atual possui.

Descobertas recentes de papéis em túmulos chineses muito antigos, mostraram que na China ele foi

fabricado desde os últimos séculos antes de Cristo. Por volta do século VI a.C. sabe-se que os chineses

começaram a produzir um papel de seda branco, próprio para a pintura e para a escrita.

Em 105 d.C., o imperador chinês Chien-ch'u, irritado por escrever sobre seda e bambu, ordena ao seu

oficial da Corte T'sai Lun que inventasse um novo material para a escrita. T'sai Lun produziu uma

substância feita de fibras da casca da amoreira, restos de roupas e cânhamo, humedecendo e batendo a

mistura até formar uma pasta. Usando uma peneira e secando esta pasta ao sol, a fina camada depositada

transformava-se numa folha de papel.

O princípio básico deste processo é o mesmo usado até hoje. Esta técnica foi mantida em segredo pelos

chineses durante quase 600 anos.

Page 25: papel

O uso do papel estendeu-se até aos confins do Império Chinês, acompanhando as rotas comerciais das

grandes caravanas. Tudo parece indicar que a partir do ano 751, os árabes, ao expandirem a sua ocupação

para o Oriente, tomaram contato com a produção deste novo material e começaram a instalar diversas

fábricas de produção de papel.

No entanto, utilizavam quase exclusivamente trapos, pois era-lhes difícil obter outros materiais fibrosos. A

partir daquele momento a difusão do conhecimento sobre a produção do papel acompanhou a expansão

muçulmana ao longo da costa norte de África até a Península Ibérica.

Data de 1094 a primeira fábrica de papel em Xativa, Espanha, e por volta de 1150 a fábrica de Fabriano,

em Itália.

A partir daí, na Europa, começa-se a disseminar a arte de produzir papel: França em 1189, Alemanha

em 1291 e Inglaterra em 1330.

Curiosamente, a ideia de fazer papel a partir de fibras de madeira foi perdida algures neste percurso, pois o

algodão e os trapos de linho foram transformados na principal matéria prima utilizada.

No fim do século XVI, os holandeses inventaram uma máquina que permitia desfazer trapos,

desintegrando-os até ao estado de fibra.

Page 26: papel

Apenas em 1719, o francês Reamur sugeriu o uso da madeira, em vez dos trapos, pois existia uma

forte concorrência entre as fábricas de papel e a indústria têxtil, o que dificultava a obtenção e

encarecia a principal matéria prima usada na época: o algodão e o linho.

Ao observar que as vespas mastigavam madeira podre e empregavam a pasta resultante para produzir

uma substância semelhante ao papel na contrução dos seus ninhos, Reamur percebeu que a madeira seria

uma matéria prima alternativa. Mas apenas em 1850 foi desenvolvida uma máquina para moer madeira e

transformá-la em fibras.

As fibras eram separadas e transformadas no que passou a ser conhecido como "pasta mecânica" de

celulose. Em 1854 é descoberto na Inglaterra um processo de produção de pasta celulósica através de

tratamento com produtos químicos, surgindo a primeira "pasta química".

A partir daqui, a indústria do papel ganhou um grande impulso com a invenção das máquinas de produção

contínua e do uso de pastas de madeira.

As primeiras espécies de árvores usadas na fabricação de papel em escala industrial foram o pinheiro e o

abeto das florestas das zonas frias do norte da Europa e América do Norte.

Page 27: papel

Outras espécies - o vidoeiro, a faia e o choupo preto nos Estados Unidos e Europa Central e Ocidental, o

pinheiro do Chile e Nova Zelândia, o eucalipto no Brasil, Espanha, Portugal, Chile e África do Sul - são hoje

utilizadas na indústria de papel e celulose.

A pasta de celulose derivada do eucalipto surgiu pela primeira vez, em escala industrial, no início dos anos

60, e ainda era considerada uma "novidade" até a década de 70. Entretanto, de entre todas as espécies de

árvores utilizadas no mundo para a produção de celulose, o eucalipto é a que tem o ciclo de crescimento

mais rápido e por isso tornou-se a principal fonte de fibras para a produção do papel.

Graças à madeira, o papel foi convertido de um artigo de luxo, de alta qualidade e baixa produção, num

bem produzido em grande escala, a preços acessíveis, mantendo uma elevada qualidade.

Fonte: www.naturlink.pt

História do Papel

A invenção da imprensa com caracteres móveis de metal (tipos), por volta do ano de 1450, multiplicou a

demanda mundial de papel, que a partir de então substituiu definitivamente por esse material outros

antigos suportes de escritura, como o pergaminho e o papiro.

Papel é o material obtido por laminação de uma massa pastosa de fibras vegetais de celulose. Utiliza-se

para escrever, desenhar, imprimir, embrulhar e limpar, entre outras numerosíssimas aplicações.

Histórico

Page 28: papel

O primeiro testemunho histórico da existência do papel situa sua invenção na China, por volta do ano de

105 da era cristã.

Durante o século VIII o uso do produto estendeu-se pela Ásia central e no século XIV foi introduzido pelos

árabes no continente europeu, onde a partir de então se instalaram fábricas para sua produção em

numerosas regiões. O surgimento da imprensa, que permitiu aumentar a produção de cópias de livros,

acelerou o desenvolvimento das técnicas de fabricação de papel.

No século XIX, as diversas variedades de tecidos utilizadas como matéria-prima foram substituídas pela

madeira e outras pastas vegetais. A primeira máquina de fabricação de papel foi construída na França no

final do século XVIII.

Tipos de fibras

Além da madeira, outros materiais são empregados como matéria-prima na produção do papel: o

próprio papel e o papelão, cujo aproveitamento depois do primeiro uso, num processo conhecido como

reciclagem, se estendeu consideravelmente na segunda metade do século XX; outras substâncias de

origem vegetal, como o esparto, o bambu e as plantas lináceas; e fibras sintéticas.

Madeira

A pasta de celulose extraída de troncos de árvores, base das fibras naturais, é a matéria-prima por

excelência para a fabricação de papel.

Do ponto de vista das indústrias madeireiras e papeleiras, as espécies arbóreas dos bosques,

extremamente variadas, classificam-se em duras e moles. Estas últimas costumam ser mais longas, o que

lhes confere maior resistência à fratura, enquanto as madeiras duras proporcionam fibras com menos veios

que as primeiras.

O rápido aumento no consumo de madeira para pasta de papel ocasionou uma alteração nos métodos de

reflorestamento que afetou tanto a seleção das espécies -- com preferência pelas de crescimento rápido,

como o pinho e o eucalipto -- como as formas de cultivo e os terrenos escolhidos.

Tecidos

Algodão e fibras de linho foram utilizados como elementos básicos na preparação do papel na antiguidade.

As características das fibras têxteis conferem ao papel alta durabilidade e dureza, além de excelente

textura e vivacidade de cor. A finura e a pureza da fibra têxtil, superiores às da celulose, fazem com que o

papel delas derivado seja apto para utilização em impressos oficiais, certificados, documentos legais etc.

Page 29: papel

Outros tipos de papel obtidos com base na fibra têxtil são o carbono, o papel-bíblia -- muito fino, que

costuma ser empregado em edições de luxo de grossos volumes-- e o papel de cigarro.

Papelão e papel usado

A crescente demanda de papel multiplica a possibilidade de utilização de papéis usados como fonte de

papel virgem. As técnicas de reciclagem, tanto de papel usado como de papelão, evoluíram com rapidez

depois da segunda guerra mundial.

São dois os principais sistemas de recuperação: um deles se aplica ao papel impresso e inclui o

tratamento da tinta, e o outro para papel de embrulho e papelão, de maior rusticidade e porosidade e sem

caracteres impressos.

Outras fibras naturais

As fibras de celulose constituem parte fundamental na composição da maioria das plantas. Algumas delas,

por sua morfologia, podem ser utilizadas como matéria-prima na fabricação do papel.

O bagaço da cana-de-açúcar proporciona pastas com alta percentagem de fibras que são aproveitadas

para a produção de diferentes tipos de papel usados na América e Ásia. O uso do esparto, que se tornou

comum sobretudo na Espanha e no norte da África, declinou notavelmente em outros países europeus a

partir de 1950.

Produz-se o papel de esparto em lâminas grossas de superfície rugosa. A abundância de bambu em

regiões da China, Índia, Tailândia e Filipinas favoreceu seu uso como fonte de um papel caracterizado pela

suavidade ao tato. O cânhamo, o linho e a juta são também fibras naturais muito usadas na produção de

papel.

Processos de preparação

Mesmo com a mecanização da indústria, cada etapa da produção do papel manteve seus processos

tradicionais, que podem ser assim ordenados:

(1) preparação de uma suspensão de fibra de celulose, que é agitada na água até que as fibras se separem

e se saturem de líquido

(2) filtragem da pasta de papel numa tela trançada para formar a lâmina de fibra

(3) preparação da lâmina úmida e posterior secagem

(4) eliminação por evaporação da água ainda restante

Page 30: papel

(5) tratamento final que, em função do tipo de papel que se pretende obter, consiste na compressão da

lâmina seca de papel e eventual impregnação com diferentes substâncias e tinturas.

Nas indústrias modernas, a polpa, depois de batida em uma máquina, recebe uma mistura já processada

de lã, trapos, linho e papel velho. Um moinho axial encarrega-se de misturar aditivos minerais e remeter o

conjunto a um tanque misturador, onde são adicionados aglutinantes, estabilizadores, aditivos e mais água.

A massa homogênea assim obtida é enviada a um cilindro marcador de linha d'água e passa depois por

uma sucessão de bobinas de feltro, para eliminação da água, e de cilindros aquecidos, para secagem por

evaporação. Finalmente se fazem a calandragem, o corte e a bobinagem.

O processo de fabricação manual do papel é mais simples.

Depois das operações de mistura descritas para o processo industrial, coloca-se a massa sobre telas de

arame, num tanque, para eliminação da água. Em seguida é feita a prensagem e secagem por evaporação

do papel.

Atualmente, utiliza-se o processo manual apenas para fabricação de papéis especiais, alguns de grande

beleza, caracterizados pelas marcas dos fios do tear, ou vergaturas, e pelo esgarçamento das margens em

pequenas folhas.

Esse tipo de papel destina-se em geral à impressão de gravuras de buril ou água-forte, ou para execução

de outros trabalhos artísticos, como desenhos e aquarelas.

Os processos industriais de produção de papel geralmente têm lugar em fábricas instaladas em países e

regiões de tecnologia avançada. Em conseqüência, registra-se um importante comércio internacional de

pastas vegetais entre países que possuem amplas reservas florestais e países industrializados. Entre os

que tradicionalmente lideram a produção de papel destacam-se Estados Unidos, Japão e Canadá.

Propriedades e usos

Dada a ampla variedade de aplicações do papel, suas propriedades variam consideravelmente de um tipo

para outro. Em geral, a dureza depende da classe e do comprimento da fibra que forma a pasta, da

qualidade do material interfibrilar e da estrutura e formação das lâminas. Associada à dureza, encontram-se

a resistência e a durabilidade, também altamente variáveis. Suas principais propriedades ópticas são o

brilho, que depende do acetinado; a cor, obtida nos tratamentos químicos; e a opacidade, que varia de

acordo com os processos de fabricação.

A classificação dos tipos de papel pode ser feita segundo diversos critérios, que habitualmente se

relacionam a sua aplicação. Assim, catalogam-se os papéis para impressão em folhas que, destinadas à

impressão com máquina, como no caso dos jornais e livros, apresentam superfície áspera e imprópria para

Page 31: papel

escrita manual; acetinados, submetidos previamente à operação de calandragem ou passagem por

cilindros que os tornam lisos e brilhantes, aptos para emprego na escrita; e as cartolinas, de maior

espessura e diversas qualidades que permitem seu uso tanto na escrita como para envoltórios de melhor

qualidade.

Entre os diversos tipos úteis de papel cabe citar o papel-moeda, feito de fibras têxteis e destinado à

fabricação de dinheiro; o papel-carbono, empregado para cópias diretas por pressão; o papel pintado,

usado em decoração para forrar paredes; o papel-filtro, muito poroso, usado para filtrar líquidos e na

fabricação de coadores de café descartáveis; o papel crepom, enrugado, usado na confecção de flores

artificiais e outros enfeites; o papel fotográfico, que tem uma das superfícies coberta de substância

fotossensível, usado para cópias fotográficas; e o papel vegetal, transparente, usado para projetos

arquitetônicos.

Fonte: www.cafebandeira.com.br

Pedra, madeira, placas de barro. Papiro e pergaminho. Cânhamo, capim e palha. Trapos velhos. Todos

foram materiais para escrita usados pela humanidade durante séculos.

Mas somente em meados do século XIX a madeira passou a ser a principal matéria-prima para fabricação

de papel e só a partir dos anos 60 a espécie eucalipto tornou-se amplamente utilizada como a principal

fonte de fibra para fabricação do papel.

Praticamente qualquer árvore pode ser utilizada para produzir celulose. Cada espécie produz fibras de

celulose com características específicas, o que confere ao papel propriedades especiais.

No hemisfério ocidental, farrapos de pano constituíram o insumo básico para a fabricação do papel desde a

Idade Média até meados do século XIX, quando a demanda desse material passou a exceder a oferta em

decorrência da Revolução Industrial. O uso subsequente da madeira como matéria-prima representou um

divisor de águas na história do papel.

Graças à madeira, a fabricação do papel transformou-o de um artigo de luxo, alta qualidade e baixo volume

de produção em um bem produzido em grande escala, a preços acessíveis, mantendo um alto padrão de

qualidade.

As primeiras espécies de árvores usadas na fabricação de papel em escala industrial foram o pinheiro e o

abeto das florestas de coníferas encontradas nas zonas temperadas frias do norte da Europa e América do

Norte. Outras espécies - o vidoeiro, a faia, o choupo preto e o bordo, nos Estados Unidos e Europa central

e ocidental, o pinheiro do Chile e Nova Zelândia, o eucalipto no Brasil, Espanha, Portugal, Chile e África do

Sul - são hoje empregadas na indústria de papel e celulose.

Page 32: papel

No decorrer desse século, os técnicos e engenheiros florestais aprenderam a manejar espécies cujos ciclos

de crescimento são bastante longos. Por exemplo, os climas frios do hemisfério norte promovem um

crescimento lento e ciclos muito longos, enquanto que nas zonas tropicais ocorre o inverso. As coníferas do

litoral da América do Norte, por exemplo, levam 80 anos para amadurecer. Até mesmo o choupo leva, no

mínimo, 15 anos para atingir sua altura plena.

A pasta de celulose derivada do eucalipto surgiu pela primeira vez em escala industrial no início dos anos

60, e ainda era considerada uma "novidade" até a década de 70. Entretanto, dentre todas as espécies de

árvores utilizadas no mundo para a produção de celulose, o eucalipto brasileiro é a que tem o menor ciclo

de crescimento - somente sete anos.

Isso se traduz em altíssima produtividade florestal. Graças ao intenso programa de pesquisa e

desenvolvimento da Companhia, as florestas cultivadas pela Aracruz rendem, em média, 45m³/ha/ano de

madeira, enquanto a média para florestas norte-americanas está entre 2m³ e 4m³.

O ciclo de crescimento menor permite redução tanto de investimentos como dos custos de produção da

madeira. A área cultivada para fornecer matéria-prima para a fábrica também é menor, o que reduz

consideravelmente os custos de transporte. Além disso, a alta produtividade da floresta proporciona uma

utilização mais racional dos recursos naturais e mais espaço disponível para outros usos da terra

igualmente importantes.

A combinação de ciclo de crescimento menor e técnicas pioneiras de clonagem desenvolvidas pela

Aracruz, permite introduzir melhorias genéticas com maior rapidez, promovendo um impacto quantitativo e

qualitativo no cultivo e na produção de pasta de celulose. Assim, em menos de 15 anos, a Companhia

desenvolveu árvores cada vez mais adaptadas aos solos e condições climáticas dos locais onde são

cultivadas.

O eucalipto da Aracruz é altamente resistente a doenças, possui troncos retos e ramos curtos e pode ser

selecionado para produzir fibras de características distintas.

A Aracruz aproveita todo o seu potencial, desenvolvendo e produzindo matéria-prima utilizada

mundialmente em uma grande variedade de produtos.

O mundo evoluiu muito desde a invenção do papel.

O século XX introduziu práticas de manejo florestal, que garantem a sustentabilidade do fornecimento de

matéria-prima.

Os plantios de eucalipto podem ser considerados a grande conquista rumo ao controle total da matéria-

prima.

Page 33: papel

Linha do Tempo

O homem começou a registrar sua história por volta de 6000 a.C., através de entalhes em pedra, madeira

ou placas de barro. A escrita surgiu independentemente no Egito, na Mesopotâmia e na China.

Desde então, os materiais utilizados para gravar informações evoluíram de forma extraordinária e

culminaram hoje com o aproveitamento de espécies florestais de rápido crescimento que ser transformam

em papéis de alta qualidade.

Eis alguns dos mais importantes eventos da história do papel:

105 d.C. - A invenção de papel é atribuída a T'sai Lun na China, fabricado a partir de fibras de cânhamo

trituradas e revestidas de uma fina camada de cálcio, alumínio e sílica.

1000 até cerca de 1830 - Trapos velhos eram o insumo básico da indústria de papel até meados do século

XIX (costume interrompido em meados do século XVII, quando acreditava-se que os restos de pano

contribuíam para a propagação da peste).

1719 - O naturalista francês Reaumur sugere o uso da madeira como matéria-prima para o fabrico de

papel, ao observar que as vespas mastigavam madeira podre e empregavam a pasta resultante para

produzir uma substância semelhante ao papel na confecção de seus ninhos.

Meados Séc. XIX - surge a demanda de papel para a impressão de livros, jornais e fabricação de outros

produtos de consumo, levando à busca de fontes alternativas de fibras a serem transformadas em papel.

1838 - produção de pasta de palha branqueada.

Anos 1840 - Na Alemanha, desenvolve-se um processo para trituração de madeira. As fibras são

separadas e transformadas no que passou a ser conhecido como "pasta mecânica" de celulose.

1854 - É patenteado na Inglaterra um processo de produção de pasta celulósica através de tratamento com

soda cáustica. A lignina, cimento orgânico que une as fibras, é dissolvida e removida, surgindo a primeira

"pasta química".

Anos 1860 - Invenção do papel couché. Lançamento do papel higiênico em forma de rolo. Surgem na

Finlândia as primeiras leis sobre práticas de silvicultura.

Fonte: www.aracruz.com.br

História do Papel

Page 34: papel

Os primeiros traços de hominídeos encontrados datam de aproximadamente quatro milhões de anos atrás.

Tudo começou com Lucy, um fóssil de aproximadamente um metro de altura que apesar de se parecer

mais com um macaco do que com o homem moderno, já caminhava ereto e tinha os polegares das mãos

adaptados para segurar objetos.

A evolução do homem prosseguiu, mas é interessante ressaltar que nesses quase quatro milhões de anos

que se passaram o homem continuou praticamente igual aos primeiros hominídeos, vivendo primitivamente

em bandos nômades, morando em cavernas ou mesmo dormindo ao relento.

Apesar de o homem desenvolver a palavra, não havia registro gráfico do pensamento e dos fatos. Toda a

experiência que um homem da pré-história acumulava na vida se perdia quando ele morria.

Há pouco menos de dez mil anos atrás, as primeiras formas de escrita começaram a ser desenvolvidas. Já

era possível registrar as experiências e passá-las aos descendentes, fazendo assim, com que o

conhecimento não se perdesse e se acumulasse de geração em geração. A trajetória do homem em

direção ao conhecimento e à modernidade passou a andar cada vez mais rápido e em apenas dez mil anos

o homem progrediu muito mais do que nos quatro milhões de anos passados na escuridão da ignorância. A

que se deve este progresso?

À invenção da escrita, e ao livro, receptáculo de todo o conhecimento humano, feito de papel, este material

que não se quebra, pouco pesa e é agradável aos olhos e ao manuseio.

Papel, uma simples invenção que mudou o mundo para muito melhor.

A ORIGEM DO PAPEL

A origem do papel data do ano 105 A. C.

Foram encontradas peças em escavações nos arredores da cidade de Hulam, na China. Presume-se que o

inventor foi Ts'ai Lun, um alto funcionário da corte do imperador Chien-Ch'u, da dinastia Han (206 A.C. a

202 D.C.) contemporânea do reinado de Trajano em Roma. A transferência da invenção chinesa para os

árabes ocorreu com a captura, pelos árabes, de artesãos chineses, e em Bagdá no final do século VIII (795

D.C.) já se conhecia a fabricação de papel.

A manufatura do papel artesanal acompanhou a expansão muçulmana ao longo da costa norte da África

até a Península Ibérica. Em Xavita, 1085 D.C., foi instalado o primeiro moinho papeleiro da Europa, ainda

na região dominada pelos mouros. Só depois que a fabricação de papel se instalou em Fabriano (Itália), em

1260, é que a produção de papel se disseminou por toda a Europa. Também se deve ao moinho de

Fabriano a primeira marca d'água no papel.

Page 35: papel

A primeira máquina de fabricação de papel foi introduzida por Nicholas-Louis Robert, em 1797. Em 1809

John Dickinson fez a primeira máquina cilíndrica, iniciando o método moderno de fabricação de papel.

CRONOLOGIA DO PAPEL

105 A.C. - Origem do papel na China com Ts'ai Lun.

611 D.C. - Instalam-se manufaturas do papel na Coréia.

794 - Instala-se a fabricação de papel para o comércio, primeiro em Damasco, depois em Bagdá.

807 - Produção de papel em Kioto, no Japão.

877 - Nota-se a existência do papel sanitário.

900 - O papel é fabricado no Egito pelos árabes.

950 - O papel chega pela primeira vez na Espanha através de livros.

998 - O papel moeda é o meio circulante da China.

1000 - Dois árabes fazem uma escrita a respeito dos métodos de fabricação do papel.

1150/1151 - Os árabes chegam à Espanha fixando-se numa região de Valencia (Xavita) sendo instalado o

primeiro ponto de fabricação da Europa.

1282 - Introdução da marca d'água por Fabriano: cruzes e círculos.

1285 - Marca d'água na França: flor de Liz.

1309 - Início da utilização do papel na Inglaterra.

1320 - Chegada do papel na Alemanha.

1390 - Instalação da primeira indústria na Alemanha.

1405 - Chegada do papel na região de Flandres, levado por um espanhol.

1450 - Invenção da imprensa -Johannes Guttemberg e consequente procura por papel.

1550 - Comercialização do papel de parede proveniente da China pelos espanhóis e holandeses em toda a

Europa.

Page 36: papel

1809 - Começa a fabricação de papel no Brasil, no "Andaraí Pequeno", Rio de Janeiro.

1920/1930 - Importante década para o desenvolvimento do papel no Brasil.

ANTECEDENTES

Antes da invenção do papel, o homem se utilizava de diversas formas para se expressar através da escrita.

Na Índia, eram usadas as folhas de palmeiras.

Os esquimós utilizavam ossos de baleia e dentes de foca.

Na China escrevia-se em conchas e em cascos de tartaruga. As matérias primas mais famosas e próximas

do papel foram o papiro e o pergaminho. O primeiro, o papiro, foi inventado pelos egípcios e apesar de sua

fragilidade, milhares de documentos em papiro chegaram até nos.

O pergaminho era muito mais resistente, pois se tratava de pele de animal, geralmente carneiro, bezerro ou

cabra e tinham um custo muito elevado. Os Maias e os Astecas guardavam seus livros de matemática,

astronomia e medicina em cascas de árvores, chamadas de "tonalamatl".

A palavra papel é originária do latim "papyrus".

Nome dado a um vegetal da família "Cepareas" (Cyperua papyrus). A medula dos seus caules era

empregada, como suporte da escrita, pelos egípcios, há 2 400 anos antes de Cristo. Entretanto foram os

chineses os primeiros a fabricarem o papel como o atual, começando a produção de papel a partir de fibras

de bambu e da seda.

O surgimento, no Oriente

A invenção do papel feito de fibras vegetais é atribuído aos chineses. A invenção teria sido obra do ministro

chinês da agricultura Tsai-Lun, no ano de 123 antes de Cristo.

A folha de papel fabricada na época seria feita pela fibra da Morus papyrifer ou Broussonetia papurifera,

Kodzu e da erva chinesa "Boehmeria", além do bambu.

Por volta do ano 610 D.C., os monges coreanos Doncho e Hojo, enviados à China pelo rei da Coréia

disseminaram o invento pela Coréia e também pelo Japão. Entre os prisioneiros que chegaram a

Samarkand (Ásia Central), havia alguns que aprenderam as técnicas de fabricação.

O papel fabricado pelos samarkandos e coreanos, mais tarde, passaram a ser feitos com restos de tecidos,

desprezando-se os demais materiais fibrosos. Por volta de 795 instalou-se em Bagdá (Turquia) uma fábrica

Page 37: papel

de papel. A indústria floresceu na cidade até o século XV. Em Damasco (Síria), no século X, além de

objetos de arte, tecidos e tapetes, se fabricava o papel chamado "carta damascena", que se exportava ao

Ocidente.

Entrada pela Espanha

A fabricação estendeu-se logo às costas do norte da África, chegando até a Europa pela península Ibérica,

onde por volta do ano 1150 os árabes a implantaram em Xativa (Espanha).

Os fabricantes de Játiva produziam papel de algodão no século XI. O material, de frágil consistência, a

julgar pelas toscas mostras de épocas posteriores que se conservaram, revelam uma elaboração obtida

com escassos elementos à base de algodão cru. Além de Játiva, outra cidade espanhola a dominar a

produção do papel foi Toledo, onde era fabricado o papel chamado "toledano".

Os próprios árabes chegaram a importar o papel fabricado na Espanha nos séculos IX e X, mas o uso

generalizado do papel espanhol só aconteceu no século XIII. Há registros, ainda que controversos, da

produção de papel em Valencia, Gerona e Manresa, no período. No século XIV, a indústria se estende às

regiões de Aragão e Catalunha, embora ainda fosse muito utilizado o pergaminho de pele.

O surgimento da imprensa

A partir da invenção da imprensa, o aumento de consumo fez com que aumentassem o número de moinhos

papeleiros. Se o aumento da produção tipográfica, por um lado consumia infinitamente mais papel que

antes, no tempo dos copistas, a necessidade de importar implicava, para os países consumidores, maior

dificuldade em produzir, já que os navios que traziam o papel fabricado em Flandres ou na Itália, levavam

restos de tecidos usados para seus países.

Diversos países chegaram a proibir a exportação de trapos, sem o que a indústria nacional do papel não

conseguia elevar a produção para atender o consumo, sempre crescente.

Outros países da Europa

Na Alemanha, remonta ao fim do século XII as primeiras iniciativas na produção do papel. As cidades

pioneiras foram Kaufheuren, em 1312; Nuremberg, em 1319 e Augsburgo, em 1320. Seguem-se Munich,

Leesdorf e Basiléia, que também implantam no mesmo século as suas fábricas, geralmente em decorrência

da demanda proporcionada pelas tipografias ligadas à Igreja e às Universidades.

Na França, onde já se fabricava papel artesanalmente desde o ano de 1248, o primeiro moinho surge na

cidade de Troyes, em 1350. Na Inglaterra, o papel só começa a ser produzido industrialmente em 1460, na

cidade de Steuenage e quase um século depois (1558), em Dartford.

Page 38: papel

Na Itália já se fabricava papel desde o ano de 1200, em Fabriano, onde fora introduzido por Pace. Há ainda

quem afirme que o primeiro fabricante seria Bernardo de Praga, enquanto outros sustentam que a primazia

caberia ao mestre Polese, a quem se atribui, também, a inovação da substituição do algodão pela pasta de

linho.

As cidades italianas, que importavam o papel no século XIII, passaram a ser abastecidas, já no século XIV,

pelos papeleiros de Fabriano, Pádia e Caller, onde a indústria estava bastante desenvolvida. Antes de 1500

já se contavam indústrias em Sabóia, Lombardo, Tosca e Roma.

Até o final do século XVIII, a fabricação do papel era totalmente artesanal. Os moinhos de papel eram

oficinas primitivas, e as folhas de papel eram feitas uma a uma, em quantidades bastante reduzidas. A

indústria surge apenas quando é possível mecanizar o processo.

O fato que deu o grande impulso à fabricação do papel foi, sem dúvida, a invenção da imprensa e logo a

Reforma, com o grande ressurgimento intelectual que desenvolveu-se em todo o período do Renascimento.

A este fator seguiu-se, depois, a máquina de fabricar papel contínuo. Um operário francês Louis Robert

obteve, em 1799, patente para uma máquina agitadora quem em 1800 foi vendida para Didot, o diretor da

fábrica de Saint-Leger. Juan Gamble a patente para a Inglaterra e a explorou em sociedade com Fourdrinier

e Donkin, aperfeiçoando-se muito a máquina.

O papel nas Américas

A primeira fabrica de papel nos Estados Unidos foi estabelecida em 1690 por Guillermo Rittenhousa em

Germantown, Pensilvânia, onde a matéria prima essencial era fornecida pela população (trapos de algodão

e linho) e a água era abundante. Por volta de 1800, existiam mais de 180 fábricas de papel nos Estados

Unidos, e os trapos de tecido tornavam-se escassos (e caros). O primeiro jornal dos Estados Unidos em

papel de polpa de madeira foi impresso 1863, em Boston, Massachusets (Boston Weekly Journal).

No Brasil

A primeira fábrica de papel no Brasil surge com a vinda da família real portuguesa. Localizada no Andaraí

Pequeno (RJ), foi fundada entre 1808 e 1810 por Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva. Em

1837 surge a indústria de André Gaillar e, em 1841, a de Zeferino Ferrez.

O papel é uma das grandes invenções do homem, sendo feito a partir de polpa de madeira, farrapos ou

outras substâncias fibrosas. A indústria moderna utiliza basicamente a fibra de celulose, obtida a partir das

paredes celulares das plantas, principalmente de árvores de madeira branca. Inicialmente denominado

papiro, o predecessor mais antigo do papel foi desenvolvido no Egito, 300 anos antes de Cristo.

Page 39: papel

A palavra papel vem do grego pápyros, através do latim papyru e do catalão paper. Era feito a partir do

entrelaçamento de juncos, que depois eram molhados, batidos e colocados para secar, virando um material

sobre o qual se escrevia, e depois se enrolava para guardar .

A invenção do papel com características próximas às que conhecemos, no entanto, é atribuída aos

chineses, por volta do ano 105, século 2 da era cristã. A reciclagem de fibras secundárias é tão antiga

quanto a própria descoberta do papel. Desde o ano 105, papéis usados podem ser reconvertidos em polpa

para gerar produtos de qualidade menos refinada, como, atualmente, os miolos das caixas de papelão,

cartões e papéis de embalagens.

A fabricação de papel com uso de aparas gasta 10 a 50 vezes menos água do que no processo tradicional

que usa celulose virgem, além de reduzir o consumo de energia pela metade.

Durante séculos, a Europa importou papel do Oriente Médio. Só no século 12 os espanhóis aprenderam a

técnica com os árabes. A Inglaterra iniciou a fabricação de papel no final do século 15. Nas Américas, a

primeira fábrica começou a funcionar no final do século 17.

ATIVIDADE RENTAVEL

O início da fabricação do papel no Brasil foi incentivado com a vinda de D. João VI para o Rio de Janeiro,

em 1808. Em 1809, o frei José da Conceição Veloso, botânico, foi o precursor da produção nacional,

utilizando a embira (um arbusto) como matéria-prima. Por volta de 1810, Henrique Nunes Cardoso e

Joaquim José da Silva construíram uma fábrica no Andaraí Pequeno (RJ). Seguiram-se outras fábricas,

também no Rio de Janeiro, em 1820, 1835 e 1840.

Em 1841, instalou-se uma fábrica em Engenho da Conceição da Bahia, que utilizava troncos de bananeira

para fazer papel jornal. No entanto, em função da concorrência do papel importado, que era o grande

obstáculo à indústria nacional, as fábricas encerraram suas atividades. Por volta de 1850, surgiram outras

fábricas brasileiras, mas todas tiveram dificuldades para sobreviver. O setor só teve um período importante

de desenvolvimento entre 1920 e 1930. Apenas após a II Guerra surgiria, das fábricas da família Klabin, o

papel de imprensa produzido no Brasil, a partir da utilização de recursos naturais nacionais.

Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural

História do Papel

ANTECEDENTES

Antes da invenção do papel, o homem se utilizava de diversas formas para se expressar através da escrita.

Na Índia, eram usadas as folhas de palmeiras. Os esquimós utilizavam ossos de baleia e dentes de foca.

Page 40: papel

Na China escrevia-se em conchas e em cascos de tartaruga. As matérias primas mais famosas e próximas

do papel foram o papiro e o pergaminho.

O primeiro, o papiro, foi inventado pelos egípcios e apesar de sua fragilidade, milhares de documentos em

papiro chegaram até nós. O pergaminho era muito mais resistente, pois se tratava de pele de animal,

geralmente carneiro, bezerro ou cabra e tinham um custo muito elevado. Os Maias e os Astecas

guardavam seus livros de matemática, astronomia e medicina em cascas de árvores, chamadas de

"tonalamatl".

A palavra papel é originária do latim "papyrus".

Nome dado a um vegetal da família "Cepareas" (Cyperua papyrus). A medula dos seus caules era

empregada, como suporte da escrita, pelos egípcios, há 2 400 anos antes de Cristo. Entretanto foram os

chineses os primeiros a fabricarem o papel como o atual, começando a produção de papel a partir de fibras

de bambu e da seda.

A INVENÇÃO DO PAPEL

A invenção do papel – com fibras vegetais - é atribuído a um oficial do tribunal chinês, Cao Lun, 105 A C.

A primeira fábrica de papel foi instituída em Tsai Lun, China, no mesmo ano. A técnica de produção de

papel foi mantido em segredo pelos chineses, por cerca de 500 anos. Os japoneses conheceram-no no

século VII, e já em 770 produziram a primeira publicação - uma oração budista impressa em bloco batido -

técnica do carimbo, do qual editaram cerca de 1.000.000 de exemplares.

A tecnologia para a fabricação do papel chinês, manual e em pequenas folhas, foi conhecida pelos

europeus depois que os árabes venceram os chineses em Samarcanda, 751 da nossa era.

Os árabes, que ali aprenderam a confecção do papel começaram a fabricá-lo e a usá-lo intensivamente,

ainda nesse estado de fabricação primitivo. Levaram os segredos da fabricação para a Espanha, quando

mouros invadiram a península Ibérica no século IX. Depois que os mouros perderam o domínio territorial na

Catalunha, Espanha, o segredo de fabricação disseminou-se pela Europa.

A introdução do papel na administração pública árabe iniciou-se sob o reinado do califa Arun Al Rashid - o

das Mil e uma Noites - para evitar falsificações de documentos, porque o pergaminho era mais fácil de ser

fabricado que o papel.

Page 41: papel

Fabricação de papel feita pelos antigos chineses

O papel começou a ser fabricado fora da jurisdição árabe, japonesa e chinesa, na Itália, em Fabriano, em

1276.

O papel começou a substituir paulatinamente o pergaminho. Na França, a fabricação iniciou-se em 1348,

na Alemanha em 1390 e na Inglaterra, em 1494. Um bom trabalhador não podia fazer mais de 750 folhas

por dia. Isso explica o alto valor de todas as peças literárias da época e seu pouco uso.

O processo de fabricação continuou artesanal e moroso até ao séc. XVIII, quando em dezembro de 1798, o

francês Louis-Nicolas Robert, patenteou uma máquina para fazer "papel de grande comprimento" ou "fitas

de papel".

Robert, ao inventar a máquina capaz de produzir um papel com 12 a 15 metros de comprimento por

cerca de 40 cm de largura, era empregado de um impressor famoso: Didot.

Este comprou-lhe a patente, mas não conseguiu viabilizar inteiramente o invento.

O cunhado de Didot, um inglês, roubou-lhe o desenho da máquina e, de regresso à Inglaterra,

comercializou o invento. Dois industriais ingleses, Henry de Fourdriner e seu irmão, aperfeiçoaram o

invento transformando-o numa máquina de confecção cilíndrico.

O processo de fabricação foi sendo constantemente aperfeiçoado, sendo que, atualmente, máquinas de

papel podem facilmente produzir mais de 1000 metros de papel por minuto e por processos completamente

diferentes que aqueles.

A primeira fábrica de papel no Brasil surge com a vinda da família real portuguesa. Localizada no Andaraí

Pequeno (RJ), foi fundada entre 1808 e 1810 por Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva. Em

1837 surge a indústria de André Gaillar e, em 1841, a de Zeferino Ferrez

Page 42: papel

A fabricação do papel em rolos contínuos, já numa escala industrial, iniciou a revolução cultural do

Ocidente que revolucionou o mundo e ainda o estamos vivenciando.

A invenção dos tablóides na Inglaterra e nos Estados Unidos se deveu à maior facilidade de produzir papel

por volta de 1860, não mais em folhas, mas em rolos enormes. Só a partir da industrialização do processo

de fabricação de papel é que surgiram livros, jornais e revistas, num processo cada vez mais

democratizado em que se difundiu desde então, a cultura generalizada, a ciência, a fé, o terror e a

publicidade impressa.

Octávio Eduardo Mourão de Freitas

Fonte: bancasantarosa.com

Papiro: A planta sagrada dos egípcios

Hoje em dia, praticamente qualquer árvore pode ser utilizada para produzir a celulose de forma rápida,

econômica e sem provocar grandes danos ao meio ambiente.

E a presença do papel no nosso dia-a-dia é tão marcante que seria impossível imaginar a vida sem ele.

Mas nem sempre foi assim.

Antes da invenção do papel, o homem teve que usar de muita criatividade para se expressar por meio da

escrita. Na Índia, por exemplo, eram utilizadas folhas de palmeiras. Os esquimós usavam ossos de baleia e

dentes de foca. Na China, os livros eram feitos com conchas e cascos de tartaruga.

Tudo começou a mudar quando os egípcios inventaram o papiro e o pergaminho, por volta de 2200 a.C.

Por sinal, a palavra papel é originária do latim papyrus, nome dado a um vegetal da família Cepareas, uma

planta aquática existente no delta do Nilo. O mais interessante é que os egípcios consideravam essa planta

sagrada, porque sua flor lembrava os raios do Sol, divindade máxima para esse povo.

Page 43: papel

Produção artesanal

O processo de produção do papiro é relativamente simples. Primeiro, corta-se o miolo do talo da planta em

finas lâminas. Depois de secas em um pano, as lâminas são mergulhadas em água com vinagre, onde

permanecem por seis dias para eliminar o açúcar. Novamente secas, elas são colocadas em fileiras

horizontais e verticais, umas sobre as outras. Na seqüência, esse material é colocado entre dois pedaços

de tecido de algodão e vai para uma prensa por mais seis dias. Com o peso, as finas lâminas se misturam

e formam um pedaço de papel amarelado, pronto para ser usado.

Na verdade, o pergaminho era muito mais resistente, pois se tratava de pele de animal, geralmente

carneiro, bezerro ou cabra, e tinha um custo muito elevado. Muito da história do Egito foi transmitida pelos

rolos de papiro encontrados nos túmulos dos nobres e faraós. O mais incrível é que, apesar de sua

aparente fragilidade, milhares desses documentos chegaram legíveis e em bom estado até os dias de hoje.

Chineses inventam o papel moderno

Provavelmente, o papel já existia na China desde o século II a.C., mas o fato é que, segundo os

historiadores, foi um oficial da corte chinesa chamado T’sai Lun quem anunciou oficialmente a invenção, no

ano 105 d.C., comunicando sua descoberta ao imperador.

T’sai Lun fragmentou cascas de amoreira, pedaços de bambu, rami, redes de pescar, roupas usadas e cal,

para ajudar no desfibramento, em uma tina com água. Na pasta formada, submergiu uma fôrma de madeira

revestida por um fino tecido de seda. Essa fôrma coberta de pasta era retirada da tina. Com a água

escorrendo, surgia sobre a tela uma fina folha que era removida e estendida sobre uma mesa.

Essa operação era repetida diversas vezes, e as novas folhas eram colocadas sobre as anteriores,

separadas por algum material. As folhas então eram prensadas para perder mais água e posteriormente

colocadas uma a uma em muros aquecidos para a secagem. Essa técnica continua válida até hoje.

Apesar da importante descoberta, a técnica foi mantida em segredo pelos chineses durante quase 600

anos.

Nesse período, o uso do papel estendeu-se pelos quatro cantos do Império Chinês, acompanhando as

rotas comerciais das grandes caravanas, mas a difusão da fabricação acontecia de forma lenta.

Page 44: papel

Por volta do século VI a.C. os chineses começaram a produzir um papel de seda branco próprio para

pintura e para escrita. A única diferença para a produção original era a matéria-prima utilizada.

Árabes acabam com monopólio chinês

Um pequeno incidente histórico iria acabar definitivamente com o monopólio chinês do papel.

Segundo os historiadores, árabes instalados na antiga cidade de Samarkanda, aos pés das montanhas do

Turquistão, aprisionaram dois chineses que sabiam como produzir papel e trocaram o segredo pela

liberdade dos prisioneiros, no ano 751 d.C.

A partir daquele momento, a difusão do conhecimento sobre a produção do papel artesanal acompanhou a

expansão muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península Ibérica, principalmente com o início

da produção de papel em Bagdá, em 795 d.C.

A técnica de fabricar papel evoluiu em um curto espaço de tempo com o uso de amido derivado da farinha

de trigo para a colagem das fibras no papel e o uso de sobras de linho, cânhamo e outras fibras

encontradas com facilidade para a preparação da pasta.

Difusão pela Europa

Os primeiros moinhos papeleiros europeus foram instalados na Espanha, em Xativa e Toledo, em 1085

d.C.

Quase simultaneamente, o papel foi introduzido na Itália. Depois, em 1184, ele chegou à França e então,

lentamente, outros países começaram a estabelecer suas manufaturas nacionais. Desde essa época, a

produção do papel passou a ser industrial.

Com a descoberta da América, encontrou-se um papel semelhante ao papiro produzido pelos maias e

pelos astecas, chamado amatl. O processo de feitura difere do papiro, e o amatl é fabricado ainda hoje na

cidade de San Pablito, no México.

Page 45: papel

Criação da imprensa aumenta demanda

Por volta do ano 1400, os livros, que eram escritos à mão, começaram a ficar cada vez mais acessíveis ao

público, aumentando consideravelmente o consumo de papel.

Mas escrever à mão era um processo lento e trabalhoso, tanto para elaborar o original de uma obra como

para reproduzi-la. Para isso, os chineses já haviam inventado a xilografia, técnica onde os sinais gráficos

eram esculpidos em relevo em pranchas de madeira e aplicados sobre o papel como se fossem um

carimbo.

Esse processo chegou à Europa e, em 1455, foi aperfeiçoado pelo alemão Johann Gutenberg (imagem

acima), que criou tipos móveis feitos de metal, os quais podiam ser reagrupados para imprimir textos

diferentes. Por essa razão, Gutenberg ficou conhecido como o "Pai da Imprensa". Sua descoberta

aumentou vertiginosamente o consumo de papel.

Em meados do século XVII, os holandeses conseguiram o progresso mais importante na tecnologia da

fabricação de papel.

Para driblar o problema da falta de força hidráulica na Holanda, os moinhos de papel passaram a ser

acionados pela força dos ventos. No lugar dos moinhos de martelos, passaram a ser utilizadas as máquinas

refinadoras de cilindros, batizadas de "holandesas". Essas máquinas refinadoras faziam, em apenas quatro

ou cinco horas, a mesma quantidade de pasta que um antigo moinho de martelo demorava 24 horas para

produzir.

Do século XIX até os dias de hoje

Page 46: papel

Quando a fabricação de papel cresceu em volume, a procura pela matéria-prima passou a ser um sério

problema. Na época, eram usados sobretudo trapos velhos, mas as roupas disponíveis não eram

suficientes para atender à demanda e os soberanos proibiram as exportações.

Na busca de algo para substituir os trapos, Mathias Koops editou um livro em 1800 que foi impresso em

papel de palha. Em 1884, Friedrich G. Keller fabricou pasta de fibras, utilizando madeira pelo processo de

desfibramento, mas ainda juntando trapos à mistura. Mais tarde percebeu que a pasta obtida era formada

por fibras de celulose impregnadas por outras substâncias da madeira, a lignina.

Procurando separar as fibras da celulose da lignina, foram sendo descobertos vários processos:

como o processo sulfato (kraft), processo sulfito, processo de pasta mecânica e processo com soda. É

importante destacar ainda a invenção do papel couché, em 1860.

Evolução

A introdução das novas semipastas foi um importante passo na eclosão de novos processos tecnológicos

na fabricação de papel.

O uso de máquinas mais velozes (1.200 metros por minuto) e o uso do eucalipto (fibra curta) para a

obtenção de celulose foram alguns dos aperfeiçoamentos mais importantes desta evolução tecnológica.

A pasta de celulose derivada do eucalipto surgiu pela primeira vez em escala industrial no início dos anos

1960, e ainda era considerada uma novidade até a década de 70. Hoje, a madeira de eucalipto é a matéria

prima mais utilizada na produção nacional de papel e celulose.

História do papel no Brasil

Page 47: papel

A primeira fábrica de papel foi instalada no Brasil entre 1809 e 1810 no Andaraí Pequeno, no Rio de

Janeiro, por iniciativa dos industriais portugueses Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva. Outra

fábrica apareceu no Rio de Janeiro montada por André Gaillard, em 1837, e, logo em seguida, em 1841,

teve início a de Zeferino Ferraz, instalada na freguesia do Engenho Velho.

Depois de muita pesquisa em seu laboratório, o português Moreira de Sá anunciou a descoberta do papel

de pasta de madeira. O primeiro produto impresso com esse método em sua fábrica foi um soneto de sua

autoria, dedicado a D. João VI e Dona Carlota Joaquina.

Durante a Segunda Guerra Mundial, surgiu um grande problema: o Brasil não podia contar com as

importações da celulose que vinham todas do exterior. Esse fato acabou por dar um novo impulso à

fabricação nacional, que foi obrigada a procurar alternativas para substituir a celulose.

Hoje em dia, praticamente qualquer árvore pode servir como matéria-prima, mas as mais utilizadas são o

vidoeiro, a faia, o choupo preto, o bordo e, principalmente, o eucalipto. Entretanto, dentre todas as espécies

de árvores utilizadas no mundo para a produção de celulose, o eucalipto brasileiro é a que tem o menor

ciclo de crescimento - somente sete anos.

Fonte: www.ksronline.com.br

www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-papel/historia-do-papel-7.ph