New Deal

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Academic paper about the 1930 crisis and the recent economic crisis. BY: DANIELA PRETORIUS + FILIPA BORGES + LISA H. MOURA + RAQUEL SILVA

Transcript of New Deal

Daniela Pretorius, 4770 ; Filipa Borges, 4772 ; Lisa Moura, 4781; Raquel Silva, 4793.

Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa

2010

Índice Editorial

Tudo começou com uma máquina a vapor New Deal, o

“Novo Acordo”

O Styling da crise

Os “ismos” da economia

A “crise doméstica” da Aldeia Global

Yes we can?

A crise é o momento da mudança, da metamorfose.

Referências

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Em 1936, a primeira edição da revista LIFE lançada em plena Grande Depressão pro-

punha o tema do nascimento/criação.Esta recriação da LIFE pretende traçar o di-

namismo cíclico da sociedade, estabelecendo um paralelismo da crise de 1929 com a crise actual, que se espera encontrar-se em plena fase de recuperação.

Desta forma, propõe-se, através de artigos, uma abordagem histórica aos acontecimen-tos económicos e sociais dos anos 30 e suas repercussões na actualidade, começando por uma apresentação do contexto mundial anterior à Primeira Grande Guerra e seguindo para a prosperidade económica pós-guerra, a Grande Depressão, as políticas do New Deal (com es-pecial destaque para as áreas artísticas), o pa-norama económico-social pós Segunda Guerra Mundial e a crise dos anos 70 até à presente crise.

De um modo geral, esta é uma edição de re-colha factual com o fim de compreender me-lhor as teorias basilares do sistema económico-financeiro actual e, consequentemente, con-seguir, enquanto profissionais, actuar sobre os problemas dele decorrentes.

Índice Editorial

Tudo começou com uma máquina a vapor New Deal, o

“Novo Acordo”

O Styling da crise

Os “ismos” da economia

A “crise doméstica” da Aldeia Global

Yes we can?

A crise é o momento da mudança, da metamorfose.

Referências

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4

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Em 1936, a primeira edição da revista LIFE lançada em plena Grande Depressão pro-

punha o tema do nascimento/criação.Esta recriação da LIFE pretende traçar o di-

namismo cíclico da sociedade, estabelecendo um paralelismo da crise de 1929 com a crise actual, que se espera encontrar-se em plena fase de recuperação.

Desta forma, propõe-se, através de artigos, uma abordagem histórica aos acontecimen-tos económicos e sociais dos anos 30 e suas repercussões na actualidade, começando por uma apresentação do contexto mundial anterior à Primeira Grande Guerra e seguindo para a prosperidade económica pós-guerra, a Grande Depressão, as políticas do New Deal (com es-pecial destaque para as áreas artísticas), o pa-norama económico-social pós Segunda Guerra Mundial e a crise dos anos 70 até à presente crise.

De um modo geral, esta é uma edição de re-colha factual com o fim de compreender me-lhor as teorias basilares do sistema económico-financeiro actual e, consequentemente, con-seguir, enquanto profissionais, actuar sobre os problemas dele decorrentes.

Nos finais do séc. XIX, o mundo, ape-sar do advento da revolução industrial,

ainda se mantinha muito à luz daquilo que haviam sido os sistemas de produção ante-riores à integração da máquina e à criação de um conceito de indústria.

O Reino Unido e os Estados Unidos da América, principalmente, apresentavam-se como potências económicas emergentes e di-tavam o ritmo industrial a nível mundial.

Um dos nomes marcantes responsável pelo crescimento exponencial da indústria nos Estados Unidos é o de Henry Ford.

A partir da aplicação e aperfeiçoamento das teorias de Frederick Taylor (taylorismo), Henry Ford desenvolve um novo sistema de produção baseado nos conceitos de linha de montagem, ra-cionalização e rendimento do trabalho. Tomando o “modelo T” como exemplo de sucesso, várias empresas adoptaram e generalizaram este siste-ma nos seus programas de produção.

Enquanto a Europa sofria com a Primeira Guerra Mundial (1914-18), os Estados Unidos assumiam a liderança económica no panora-ma internacional, ocupando o lugar de força motriz mundial.

Durante esta época de prosperidade, come-ça a surgir nos Estados Unidos um entendi-mento da tecnologia como sinal de bem-estar e estabilidade social, em parte devido ao su-cesso e aperfeiçoamento das técnicas publici-tárias, resultando num consumo desenfreado e na definição daquilo que ficou conhecido como o “American Way of Life”.

Os níveis de produção eram de tal forma ele-vados que, em meados dos anos 20, se começam a registar quebras significativas no consumo, levando a uma saturação do mercado interno. Tal obrigou diversas empresas a expandirem e a internacionalizarem o seu mercado de acção, dando origem às primeiras multinacionais.

29 de Outubro de 1929 (cinco dias após o crash bolsista), ficou conhecido como a “Terça-Feira Negra” e data o princípio ofi-cial da Grande Depressão norte-americana, que, devido à sua influência mundial, afec-taria o mercado global

Esta crise levou ao encerramento de cerca de 4 mil estabelecimentos bancários; à falên-cia de cerca de 85 mil empresas e ao desem-prego de mais de 10 milhões de pessoas. O presidente do governo Herbert Hoover (que havia tomado posse nesse mesmo ano) tentou resolver estes problemas com a aceleração de obras públicas para proporcionar empregos; reduziu os impostos com o intuito de aumen-tar o consumo da sociedade e tentou manter os preços agrícolas.

Face aos índices negativos da economia, Hoover não conseguiu, no entanto, tomar medi-das consistentes para a resolução dos problemas.

TuDO cOmEçOu cOm umA máquiNA A vApOR!

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Toda a História Mundial foi pontuada por crises: crises económicas, políticas, científicas, sociais...

Com o despoletar da mais recente crise económica mundial, as atenções centraram-se naquele que, assumindo o cargo cimeiro da maior potência mundial, poderia representar a mudança: Barack Obama.

Acompanhado por uma campanha política promissora (quer nas estra-tégias políticas, quer nas estratégias de coerência na criação de uma iden-tidade visual reconhecível e respreitada pelo eleitorado) Barack Obama agitou os diversos sectores empresariais e profissionais de todo o mundo (não sendo o design excepção).

Actualmente, a crise económica não mais preenche as primeiras pági-nas dos jornais e no entanto os planos de salvamento económico e social mantêm-se face às necessidades prementes de reestruturação mundial.

À semelhança das políticas do New Deal aquando da Grande Depressão, o Estado norte-americano assumiu um papel activo no mercado nacional e internacional sob a forma de pacotes de estímulo do mercado, numa apa-rente contradição das práticas neoliberais até então aceites e vigentes.

Ainda assim, apesar das medidas de emergência tomadas por diversos governos por todo o mundo, alguns mercados mantêm-se frágeis e instá-veis (outros declararam oficialmente a falência das suas contas, como se de empresas se tratassem).

Questiona-se assim qual o método mais eficaz numa situação de profun-da instabilidade estrutural: se o método da resposta imediata ou o método da resposta a longo prazo.

Alguns governos começam efectivamente a ponderar e a agir sobre esta questão, sendo os EUA uma vez mais exemplo disso.

Após as injecções avultadas de capital por parte do estado nas entidades privadas (bancos, empresas multinacionais, etc.) como esforço imediato de combate à crise, não surtindo efeitos duradouros, surgem os planos de reformulação estrutural do país que, apostando principalmente em medi-

das estratégicas de formação e acção social se pretendem eficazes a longo-termo. Destacam-se as políticas de criação do sistema de saúde nacional (semelhante aos sistemas já existentes na Europa), do sistema de pensão e reforma e ainda da aposta na educação através da integração da arte no sistema educativo. Isto é, na aposta das artes como estímulo criativo for-mador de indivíduos social e profissionalmente activos, inventivos e, con-sequentemente, produtivos.

Esta abordagem à crise poderá ser um sinal de como o design pode ter um papel construtivo e reestruturante inserido na sociedade.

Papanek afirmara que “O futuro do design encontra-se associado ao pa-pel fulcral da síntese entre as várias disciplinas que constituem a matriz sócio-económica-política dentro da qual o design funciona.”

Esse futuro é hoje! Hoje, as ditas “soluções do design” residem ou deveriam residir cada

vez mais na sua dinâmica enquanto disciplina apoiada numa metodolo-gia projectual e não apenas enquanto disciplina “criadora de objectos”. A cultura material que se impôs sobretudo nas sociedades “ocidentais” necessita de um abrandamento, através de uma tomada de consciência por parte do sujeito relativamente aos verdadeiros significados de “necessida-de” sem imediata associação a conceitos como “consumo” ou “produção”. O design, desde o design de comunicação ao design industrial, como área mediadora entre os interesses sociais e os sistemas de produção pode e deve intervir nesse sentido, privilegiando não medidas de estímulo ao con-sumo, mas medidas de estímulo ao consumo ponderado!

Não conseguiremos certamente contrariar as lógicas e comportamentos neo-liberalistas profundamente enraizados na nossa sociedade, no entanto, podemos servir-nos deles como forma de habilitação desta.

Derrick de Kerckhove afirma: “A informação é a única substância que cresce com o uso.” Não será mais lucrativo e proveitoso investirmos na Bolsa da Informação?

“A crise é o momento da mudança, da metamorfose.”

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Derrick de Kerckhove

WikiVizCentrado na informação sobre política

Chris Harrison, 2006

Intitulada de A Grande Depressão, a crise arruinou o mercado norte-americano que, não conseguindo produzir, originou também uma es-

cassez de exportação por todo o continente americano. Tendo perdido força e capacidade de resolução dos problemas em que a América se encontrava, Hoover sofreu uma derrota considerável nas eleições pre-sidenciais de 1932, dando então lugar a Franklin Delano Roosevelt.

Perante a situação que se fazia sentir, e para tentar superar esta cri-se, Roosevelt adoptou um conjunto de medidas designadas por New Deal (“Novo Acordo”), inspiradas nas ideias do economista britâni-co John Maynard Keynes. Hoover já havia implementado medidas semelhantes durante o seu mandato, contudo apenas com Roosevelt estas políticas obtiveram resultados positivos no restabelecimento do bem-estar social.

As medidas keynesianas baseavam-se, principalmente, no princípio do investimento público como forma de combate ao desemprego e de incentivo ao consumo. Por outro lado, Roosevelt tomou medidas de fiscalização para seguir os empréstimos do governo aos órgãos públi-cos e particulares.

As medidas tomadas a partir das teorias de Keynes serviam, no fun-do, como medidas de emergência de relançamento do mercado. Não

sendo já possível mais investimento por parte do sector privado, o Estado agia como motor financeiro para desencadear novamente toda a dinâmica de produção-distribuição-consumo.

Através da criação de programas e órgãos específicos de combate à crise como o CCC (Civilian Conservation Corps) sem grande sucesso no princípio e seguidamente o WPA (Works Progress Administration), os investimentos do estado consistiram maioritariamente em grandes obras públicas, nomeadamente na construção de infra-estruturas (es-tradas, pontes, rede eléctrica nacional, escolas, hospitais, etc.) e em reformas gerais na economia e na agricultura.

Durante o New Deal, Keynes chega a afirmar que o capital investi-do pelo estado, ainda que absolutamente necessário, não era suficiente face à extensão da crise e à instabilidade empresarial.

Assim, apesar das medidas terem sido implementadas logo no prin-cípio do mandato de Roosevelt, só com o início de uma economia de guerra despoletada na Europa pela Segunda Guerra Mundial (1939-45) os Estados Unidos conseguem ultrapassar totalmente a crise, na medi-da em que a necessidade de produção maciça de armamento e recursos militares obriga o estado a investir o capital necessário cumprindo, as-sim, a teoria de Keynes.

New Deal, o ‘Novo Acordo’

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projecto de Roosevelt era ambicioso e ousado, pois grande parte da população não entendia o propósito do investimento artístico como estí-mulo económico, contudo foi nesta época que se criaram obras artísticas de mérito nacional (e.g. os murais das sedes de estado retratavam a época de dificuldade, à semelhança da arte mural mexicana e constituíam um arquivo pe-rene e pedagógico de crítica e retrato social). Entre os diversos projectos realizados conta-se ainda a recolha fotográfica organizada a nível nacional a fim de traçar uma imagem alargada dos efeitos da crise e os contextos da luta con-tra esta (em 1936 é lançado o primeiro número da revista LIFE que possuía um objectivo se-melhante) e a criação do Index of American Design que pretendia juntar todas as manifes-tações de design utilitário e de artes decorati-vas desde os primórdios da nação como forma de catálogo representativo de uma identidade visual nacional (este projecto não foi conclu-ído, mas é considerado actualmente como um dos exemplos mais ricos no que toca à arte e cultura norte-americanas).

Inicialmente, Roosevelt não pretendia que o estado interviesse na expressão artística na-cional, pois temia que esta intervenção fosse entendida como forma propagandística das medidas do governo vigente, aludindo por diversas vezes às manifestações artísticas que chegavam da Europa.

No fundo, a arte deste período além de associada a uma necessidade de realismo, pretendia criar uma espécie de imaginário colectivo que perdurasse para as gerações seguintes, sendo inegável a sua força de sen-sibilização e pedagogia.

O crash de Wall Street de 1929 teve um impacto devastador na economia norte-

americana, reflectindo-se também no sector do design industrial.

O paradigma industrial e empresarial apli-cado após a 1ª Guerra Mundial, herdeiro dos princípios de Frederick Taylor e Henry Ford havia demonstrado uma eficácia de tal forma tremenda, que a produção acabaria por suplan-tar os níveis de consumo, atingindo, assim, o ponto de saturação do mercado.

Apesar das políticas já aplicadas no sector automóvel pela General Motors de alteração anual dos produtos (proporcionando novas formas e diversidade cromática) como forma de atracção comercial, estas estratégias só ad-quiriram um papel preponderante e generali-zado no design industrial após o crash bolsis-ta, pelo que muitos chegam a considerar esta época como o princípio do design industrial nos Estados Unidos.

Na verdade, estas medidas ditam o princí-pio de sucesso do styling.

Ao contrário do sistema industrial anterior à crise, o styling propunha uma produção baseada num princípio acima de tudo esté-tico dos produtos, privilegiando a “novida-de” dos produtos à sua durabilidade. Tomás Maldonado chega a descrever o styling como “ modalidade de design industrial que procu-ra tornar o produto superficialmente atraente, em detrimento, muitas vezes, da sua qualida-de e conveniência; que procura o seu enve-lhecimento artificial, em vez de prolongar a sua fruição e utilização.”

Esta proposta do styling era, na verdade, algo paradoxal, na medida em que cultivava uma “política de desperdício” a uma sociedade que, na altura, “pouco ou nada tinha para des-perdiçar.” (Maldonado)

Contudo, apesar das contrariedades, esta ênfase na efemeridade dos bens quotidia-nos tornou-se numa das medidas de maior sucesso no combate à crise e criadora de importantes figuras no ramo do design in-dustrial como: Norman Bel Geddes, Harold Van Doren, Henry Dreyfuss, Lurelle Guild, Raymond Loewy, Walter Dorwin Teague e Russel Wright.

Raymond Loewy e Bel Geddes, devido às suas capacidades de “auto-promoção” atin-giram níveis tremendos de notoriedade junto do público e das empresas, sendo, em parte, responsáveis pelo seu crescimento exponen-cial quer pela sua intervenção nos sistemas de produção e produtos, quer pela criação das suas imagens corporativas.

Ainda assim, Harold Van Doren, em 1940, afirma que muitos empresários não reconhe-cem a importância do designer no seio da indústria, queixando-se dos preços elevados cobrados pelos designers e da inexistência de resultados imediatos, não considerando o in-vestimento em estratégias a longo-prazo pro-postas por estes.

No entanto, o plano de recuperação eco-nómica dos Estados Unidos não se cingia ex-clusivamente ao sector industrial e comercial, pelo que também o design e a arte exerceram papéis interventivos fora deste âmbito.

Com a subida de Roosevelt ao poder e com a implementação do New Deal foram criados programas governamentais como medida de combate à crise e à instabilidade social, dos quais se destaca o WPA (1935). Sucessor de outros sistemas algo fracassados, o WPA trata-va-se de um programa de investimento público destinado, antes de mais, a criar emprego e a relançar a economia apostando na população e não exclusivamente nas empresas.

Nesta época desenvolvem-se então projec-tos de construção e reformulação de infra-estruturas, nos quais se incluía um sistema alargado de rede eléctrica, em que o design, nomeadamente os cartazes de Lester Beall para a REA (Rural Electrification Association) , assume uma posição de sensibilização da po-pulação para a sua importância enquanto fac-tor de desenvolvimento e bem-estar.

Além disso, cerca de 5% do orçamento do programa WAP destinava-se ao investimento nas artes (e.g. teatro, cinema, pintura, escultu-ra, murais, etc.) do qual beneficiaram nomes como Jackson Pollock, Orson Welles, etc. O

O Styling da crise

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recebe os pagamentos mensais de cada uma das famílias. Depois divide esta acumulação de capitais em três partes, que funcionam em cascata, a primeira parte sendo mais segura e a última, por meio da especulação, mais ar-riscada, traduzindo-se em mais dinheiro para os investidores. Se um proprietário falhar o pagamento da hipoteca a última parte pode não acumular dinheiro.

Até este ponto todos conseguem grandes

As eleições Americanas trazem grandes es-peranças para uma reforma financeira.

Numa época de colapso económico mun-dial, todos esperam que um novo governo consiga salvar a economia, tal como o governo de Roosevelt na crise de 1930. Barack Obama é eleito presidente dos Estados Unidos em 2009 e começa a pôr em prática um conjun-to de teorias keynesianas, em que se calcula o que o mercado está a produzir e o que deveria estar a produzir. É neste ponto que o governo intervém, na medida em que investe a “dife-rença” por meio de um stimulus package. Isto é, o governo investe dinheiro no mercado para garantir que este continue a funcionar, para financiar os contribuintes e, por conseguinte, estes financiarem o governo.

A reforma financeira da administração Obama consiste, ainda, de outras medidas como: a criação de uma agência regularizado-ra para proteger o consumidor na compra de uma casa, evitando a situação anterior em que estes estavam à mercê das hipotecas e investi-mentos arriscados fora do seu controlo; novas leis de controlo de crédito, para controlar as dívidas das famílias americanas; entre outros. Todas estas medidas assentam no objectivo principal de proteger o consumidor, estabilizar os mercados financeiros e, através do investi-mento em várias áreas como a saúde, energias alternativas e tecnologia, criar e assegurar pos-tos de trabalho.

lucros, o sistema começa a falir quando a ambição económica substitui a sensatez e o banco começa a controlar menos quem tem acesso a uma hipoteca. Para ganharem ainda mais dinheiro os bancos começam a vender casas a pessoas que não conseguem garantir pagamento das hipotecas, aumentando o ris-co do investimento e aumentando os juros. Gradualmente, as famílias não conseguem pagar as hipotecas, isto é, o dinheiro transfor-

Yes we can?

ma-se em casas para vender. O valor imobili-ário começa a descer e cada vez mais pessoas desistem das hipotecas eu verem as suas casas a desvalorizar; o banco tenta vender as casas, agora sem grande valor, aos investidores que recusam e o banco vê-se obrigado a abrir fa-lência, tal como os investidores que também possuíam milhões de dólares em hipotecas. A economia fica paralisada e entra em colapso.

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cações cada vez mais especulativas, mas altamente rentáveis, pressionando as barrei-ras legais e chegando a abolir a capacidade dos estados ou do próprio Mercado sobre o fluxo de capital. Um grupo restrito de gigan-tes financeiros começa a conseguir o controlo dos mercados financeiros e imobiliários, tal como a bolsa de valores.

A união do sector comercial com os ban-queiros possibilita um maior poder de com-pra dos consumidores, isto é, estes não têm de pagar os produtos e ainda os custos de cré-dito. Criou-se, assim, a ilusão de abundância, provocando o sujeito a consumir mais e, em consequência, a adiar a crise. Tal evidencia a fragilidade do sistema capitalista, pois se o suporte deste sistema é o consumidor e este vê o seu poder de compra a diminuir, os valo-res de consumo diminuem, reduzindo conse-quentemente o poder de compra e acabando por gerar prejuízo na produção e, por último, gerando desemprego.

Após o atentado terrorista nos EUA, em 2001, criou-se uma economia de guerra com o objectivo de impulsionar a produção mundial. Com o decréscimo das taxas de

juro como forma de relançar a economia nos EUA, aumenta o número de clientes devedo-res e gera-se um consumo massivo. Novos empréstimos no sector imobiliário contri-buem para este consumo desenfreado.

O dia 14 de Setembro de 2008 marca o início oficial da crise, quando um dos cinco grandes bancos norte-americanos anuncia a sua falência. Num efeito dominó seguem outros bancos mais pequenos, empresas e alastra-se para os bancos europeus. Os pre-ços das matérias-primas começam a subir e consequentemente os custos de produção. As empresas começam a diminuir a produção e a fazer cortes orçamentais, passando pelo despedimento considerável dos seus empre-gados. A população revolta-se contra a falta de emprego, resultando num corte drástico do poder de compra.

Numa tentativa de travar a expansão e o colapso do sistema, os governos injectam di-nheiro dos contribuintes no mercado, nome-adamente em bancos e empresas. Apesar dos esforços governamentais, vários países decla-ram o início de recessão económica (quando registam crescimento negativo na economia),

directamente relacionado com a crise de cré-dito, principalmente no sector imobiliário.

A crise do crédito é um exemplo de como todo o sistema capitalista funciona. É durante um tempo próspero em que todos beneficiam com um sistema altamente lucrativo, com mais dinheiro e muito mais consumo, que se acumulam os problemas que vão destruir o equilíbrio financeiro.

Os grupos de investidores nos EUA, como forma de rentabilização do seu capital, inves-tiam na Reserva Federal. No entanto, após o 11 de Setembro, e com a descida dos juros para 1%, como medida de regularização da economia, o capital investido rendia muito pouco aos investidores, criando, devido aos baixos juros, uma situação muito benéfica para os bancos, que se aproveitam da facili-dade de pedir empréstimos para possibilitar negócios altamente lucrativos.

Esta nova forma de lucro dos bancos atrai os investidores. Os bancos tornam-se, assim, intermediários entre os proprietários de ca-sas e os investidores, através das hipotecas: o proprietário consegue a casa a um menor preço, o banco acumula várias hipotecas e

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Ultrapassada a crise dos anos 30 e a Segunda Grande Guerra, instaurou-se

um novo paradigma de mercado não mais de-pendente do estado.

A intervenção do estado no mercado já não se realizava de forma directa, mas através da Reserva Federal (banco central do estado) e da gestão e investimento empresariais em Bolsa, ou seja, através de uma gestão de interesses maioritariamente privados.

Esta gestão da economia perdurou até à crise dos anos 70. A razão para a queda da economia e défice financeiro nos anos 70 é desconhecida ou difícil de explicar. Muitos es-pecialistas tentam esclarecer o que aconteceu na altura, não conseguindo apontar um factor isolado para a crise, mas sim vários aconteci-mentos que podem ter contribuído para tal.

A primeira grande queda dá-se em 1973, que tem como consequência um aumento do desemprego, chegando a atingir mais de 8% da população activa em meados dos anos 80. Alguns economistas acreditam que esta se deveu às novas fontes de petróleo no Médio Oriente, surgindo assim uma forte concorrên-cia para os EUA e resultando num aumento do preço do barril de petróleo.

Outros factores são apresentados como cau-sa para a crise dos anos 70 como o desenvolvi-

mento económico pós-guerra foi exponencial, entre inovações científicas e tecnológicas ao serviço do armamento militar (consequência da Guerra Fria, principalmente); o aumento do preço do ouro e do petróleo, que passa a ser controlado e limitado pela OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo); o princí-pio da guerra no Médio Oriente, que também afectou directamente a reserva de petróleo; e a desvalorização do Dólar.

No período pós-guerra prevalecia a ideia de estabilização do mercado através da marcação de valores aceitáveis de inflação face a valores de empregabilidade, no entanto todos estes fac-tores aliados a um descontrolo deste aparente equilíbrio entre inflação-desemprego contri-buíram para um aumento generalizado e drás-tico dos impostos para valores incomportáveis, registando-se apenas nos anos 80 uma redução para valores sustentáveis para a população.

Durante esse descontrolo económico-social, o estado ponderava uma intervenção directa na economia, numa aplicação das teorias de Keynes, contudo estas tornar-se-iam numa resposta ao desemprego, mas não à inflação que se fazia sentir.

A crise revelou a verdadeira contradição do sistema de Keynes, pois começou com uma que-da significativa da taxa de lucro ocorrida durante

Os novos avanços tecnológicos integrados nos sistemas de produção colocaram ao

sistema capitalista novas prioridades. Com um panorama industrial de produção de cer-to modo assegurado, surge a necessidade de aposta em actividades cruciais de desenvol-vimento científico, tecnológico e pedagógico nos Estados Unidos da América e no mundo em geral. A aposta de formação nestas áre-as, pelo facto de não produzirem resultados lucrativos a curto prazo, exigiam primeira-mente a intervenção financeira por parte dos estados, incluindo o aumento de salários de trabalhadores mais qualificados e especiali-zados. Assim, o sistema industrial contraria-va um pouco o paradigma anterior de produ-ção, na medida em que a força de trabalho colectiva era substituída por um grupo mais restrito de indivíduos qualificados, provocan-do um aumento do desemprego e gerando a instabilidade social.

Apesar da redução do emprego, a produ-tividade apresentava um crescimento cons-tante, que ameaçava ultrapassar a capacida-

de de consumo do país. Começam, então, a desenvolver-se as empresas multinacionais, que estendem o seu mercado além-fronteiras e que possibilitam o livre fluxo de exporta-ção de capitais. Inicia-se assim o liberalismo económico.

Outros acontecimentos importantes, como o colapso da URSS, vão transformar os EUA num centro económico global, uma super-potência mundial, que facilitam a globaliza-ção dos mercados. O Sudoeste Asiático, na primeira metade da década de 90, regista um grande crescimento económico, suscitando o interesse dos países ocidentais. Estes vão investir o grande excedente de capital nestes mercados.

A própria globalização facilitou a crise mundial. Quando as bolsas mundiais come-çam a entrar numa fase crítica, gera-se uma crise monetária. Para equilibrar esta instabi-lidade os estados vêem-se obrigados a desva-lorizar constantemente a sua moeda, contudo sem grande efeito. A acumulação excessiva de capitais começa a ser investida em apli

Os “ismos” da economia

A “crise doméstica” da Aldeia Global

um período de investimento público contínuo. A dado momento, esta queda induziu a uma que-bra nos investimentos e posteriormente a uma quebra da produção, provocando um aumento dramático do desemprego, que se pretendia ini-cialmente combater. A inflação e o défice finan-ceiro vieram alimentar a situação de crise.

Mais tarde, as receitas keynesianas foram aplicadas, apesar de tudo, mais moderadamen-te, não conseguindo, no entanto, travar o de-semprego e acelerar o crescimento económi-co. Só depois de 10 anos em crise e de muita insistência ficou comprovada a incapacidade das medidas keynesianas para crises cujo fun-damento residia no preciso descontrolo do in-vestimento público.

Com este fracasso da aplicação das teorias keynesianas, criaram-se medidas alternativas que ficaram conhecidas por Neoliberalismo.

No Neoliberalismo, ao contrário das teorias de Keynes, há uma total liberdade de comér-cio (mercado livre) e privilegiam-se medidas como a privatização de órgãos estatais, aber-tura das fronteiras comerciais (globalização), aumento da produção e fiabilidade nas leis da oferta e da procura.

São estas políticas que irão ditar a econo-mia mundial futura. Mas será o neoliberalis-mo A resposta?

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John Maynard Keynes (1883-1946)

Ultrapassada a crise dos anos 30 e a Segunda Grande Guerra, instaurou-se

um novo paradigma de mercado não mais de-pendente do estado.

A intervenção do estado no mercado já não se realizava de forma directa, mas através da Reserva Federal (banco central do estado) e da gestão e investimento empresariais em Bolsa, ou seja, através de uma gestão de interesses maioritariamente privados.

Esta gestão da economia perdurou até à crise dos anos 70. A razão para a queda da economia e défice financeiro nos anos 70 é desconhecida ou difícil de explicar. Muitos es-pecialistas tentam esclarecer o que aconteceu na altura, não conseguindo apontar um factor isolado para a crise, mas sim vários aconteci-mentos que podem ter contribuído para tal.

A primeira grande queda dá-se em 1973, que tem como consequência um aumento do desemprego, chegando a atingir mais de 8% da população activa em meados dos anos 80. Alguns economistas acreditam que esta se deveu às novas fontes de petróleo no Médio Oriente, surgindo assim uma forte concorrên-cia para os EUA e resultando num aumento do preço do barril de petróleo.

Outros factores são apresentados como cau-sa para a crise dos anos 70 como o desenvolvi-

mento económico pós-guerra foi exponencial, entre inovações científicas e tecnológicas ao serviço do armamento militar (consequência da Guerra Fria, principalmente); o aumento do preço do ouro e do petróleo, que passa a ser controlado e limitado pela OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo); o princí-pio da guerra no Médio Oriente, que também afectou directamente a reserva de petróleo; e a desvalorização do Dólar.

No período pós-guerra prevalecia a ideia de estabilização do mercado através da marcação de valores aceitáveis de inflação face a valores de empregabilidade, no entanto todos estes fac-tores aliados a um descontrolo deste aparente equilíbrio entre inflação-desemprego contri-buíram para um aumento generalizado e drás-tico dos impostos para valores incomportáveis, registando-se apenas nos anos 80 uma redução para valores sustentáveis para a população.

Durante esse descontrolo económico-social, o estado ponderava uma intervenção directa na economia, numa aplicação das teorias de Keynes, contudo estas tornar-se-iam numa resposta ao desemprego, mas não à inflação que se fazia sentir.

A crise revelou a verdadeira contradição do sistema de Keynes, pois começou com uma que-da significativa da taxa de lucro ocorrida durante

Os novos avanços tecnológicos integrados nos sistemas de produção colocaram ao

sistema capitalista novas prioridades. Com um panorama industrial de produção de cer-to modo assegurado, surge a necessidade de aposta em actividades cruciais de desenvol-vimento científico, tecnológico e pedagógico nos Estados Unidos da América e no mundo em geral. A aposta de formação nestas áre-as, pelo facto de não produzirem resultados lucrativos a curto prazo, exigiam primeira-mente a intervenção financeira por parte dos estados, incluindo o aumento de salários de trabalhadores mais qualificados e especiali-zados. Assim, o sistema industrial contraria-va um pouco o paradigma anterior de produ-ção, na medida em que a força de trabalho colectiva era substituída por um grupo mais restrito de indivíduos qualificados, provocan-do um aumento do desemprego e gerando a instabilidade social.

Apesar da redução do emprego, a produ-tividade apresentava um crescimento cons-tante, que ameaçava ultrapassar a capacida-

de de consumo do país. Começam, então, a desenvolver-se as empresas multinacionais, que estendem o seu mercado além-fronteiras e que possibilitam o livre fluxo de exporta-ção de capitais. Inicia-se assim o liberalismo económico.

Outros acontecimentos importantes, como o colapso da URSS, vão transformar os EUA num centro económico global, uma super-potência mundial, que facilitam a globaliza-ção dos mercados. O Sudoeste Asiático, na primeira metade da década de 90, regista um grande crescimento económico, suscitando o interesse dos países ocidentais. Estes vão investir o grande excedente de capital nestes mercados.

A própria globalização facilitou a crise mundial. Quando as bolsas mundiais come-çam a entrar numa fase crítica, gera-se uma crise monetária. Para equilibrar esta instabi-lidade os estados vêem-se obrigados a desva-lorizar constantemente a sua moeda, contudo sem grande efeito. A acumulação excessiva de capitais começa a ser investida em apli

Os “ismos” da economia

A “crise doméstica” da Aldeia Global

um período de investimento público contínuo. A dado momento, esta queda induziu a uma que-bra nos investimentos e posteriormente a uma quebra da produção, provocando um aumento dramático do desemprego, que se pretendia ini-cialmente combater. A inflação e o défice finan-ceiro vieram alimentar a situação de crise.

Mais tarde, as receitas keynesianas foram aplicadas, apesar de tudo, mais moderadamen-te, não conseguindo, no entanto, travar o de-semprego e acelerar o crescimento económi-co. Só depois de 10 anos em crise e de muita insistência ficou comprovada a incapacidade das medidas keynesianas para crises cujo fun-damento residia no preciso descontrolo do in-vestimento público.

Com este fracasso da aplicação das teorias keynesianas, criaram-se medidas alternativas que ficaram conhecidas por Neoliberalismo.

No Neoliberalismo, ao contrário das teorias de Keynes, há uma total liberdade de comér-cio (mercado livre) e privilegiam-se medidas como a privatização de órgãos estatais, aber-tura das fronteiras comerciais (globalização), aumento da produção e fiabilidade nas leis da oferta e da procura.

São estas políticas que irão ditar a econo-mia mundial futura. Mas será o neoliberalis-mo A resposta?

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John Maynard Keynes (1883-1946)

cações cada vez mais especulativas, mas altamente rentáveis, pressionando as barrei-ras legais e chegando a abolir a capacidade dos estados ou do próprio Mercado sobre o fluxo de capital. Um grupo restrito de gigan-tes financeiros começa a conseguir o controlo dos mercados financeiros e imobiliários, tal como a bolsa de valores.

A união do sector comercial com os ban-queiros possibilita um maior poder de com-pra dos consumidores, isto é, estes não têm de pagar os produtos e ainda os custos de cré-dito. Criou-se, assim, a ilusão de abundância, provocando o sujeito a consumir mais e, em consequência, a adiar a crise. Tal evidencia a fragilidade do sistema capitalista, pois se o suporte deste sistema é o consumidor e este vê o seu poder de compra a diminuir, os valo-res de consumo diminuem, reduzindo conse-quentemente o poder de compra e acabando por gerar prejuízo na produção e, por último, gerando desemprego.

Após o atentado terrorista nos EUA, em 2001, criou-se uma economia de guerra com o objectivo de impulsionar a produção mundial. Com o decréscimo das taxas de

juro como forma de relançar a economia nos EUA, aumenta o número de clientes devedo-res e gera-se um consumo massivo. Novos empréstimos no sector imobiliário contri-buem para este consumo desenfreado.

O dia 14 de Setembro de 2008 marca o início oficial da crise, quando um dos cinco grandes bancos norte-americanos anuncia a sua falência. Num efeito dominó seguem outros bancos mais pequenos, empresas e alastra-se para os bancos europeus. Os pre-ços das matérias-primas começam a subir e consequentemente os custos de produção. As empresas começam a diminuir a produção e a fazer cortes orçamentais, passando pelo despedimento considerável dos seus empre-gados. A população revolta-se contra a falta de emprego, resultando num corte drástico do poder de compra.

Numa tentativa de travar a expansão e o colapso do sistema, os governos injectam di-nheiro dos contribuintes no mercado, nome-adamente em bancos e empresas. Apesar dos esforços governamentais, vários países decla-ram o início de recessão económica (quando registam crescimento negativo na economia),

directamente relacionado com a crise de cré-dito, principalmente no sector imobiliário.

A crise do crédito é um exemplo de como todo o sistema capitalista funciona. É durante um tempo próspero em que todos beneficiam com um sistema altamente lucrativo, com mais dinheiro e muito mais consumo, que se acumulam os problemas que vão destruir o equilíbrio financeiro.

Os grupos de investidores nos EUA, como forma de rentabilização do seu capital, inves-tiam na Reserva Federal. No entanto, após o 11 de Setembro, e com a descida dos juros para 1%, como medida de regularização da economia, o capital investido rendia muito pouco aos investidores, criando, devido aos baixos juros, uma situação muito benéfica para os bancos, que se aproveitam da facili-dade de pedir empréstimos para possibilitar negócios altamente lucrativos.

Esta nova forma de lucro dos bancos atrai os investidores. Os bancos tornam-se, assim, intermediários entre os proprietários de ca-sas e os investidores, através das hipotecas: o proprietário consegue a casa a um menor preço, o banco acumula várias hipotecas e

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cações cada vez mais especulativas, mas altamente rentáveis, pressionando as barrei-ras legais e chegando a abolir a capacidade dos estados ou do próprio Mercado sobre o fluxo de capital. Um grupo restrito de gigan-tes financeiros começa a conseguir o controlo dos mercados financeiros e imobiliários, tal como a bolsa de valores.

A união do sector comercial com os ban-queiros possibilita um maior poder de com-pra dos consumidores, isto é, estes não têm de pagar os produtos e ainda os custos de cré-dito. Criou-se, assim, a ilusão de abundância, provocando o sujeito a consumir mais e, em consequência, a adiar a crise. Tal evidencia a fragilidade do sistema capitalista, pois se o suporte deste sistema é o consumidor e este vê o seu poder de compra a diminuir, os valo-res de consumo diminuem, reduzindo conse-quentemente o poder de compra e acabando por gerar prejuízo na produção e, por último, gerando desemprego.

Após o atentado terrorista nos EUA, em 2001, criou-se uma economia de guerra com o objectivo de impulsionar a produção mundial. Com o decréscimo das taxas de

juro como forma de relançar a economia nos EUA, aumenta o número de clientes devedo-res e gera-se um consumo massivo. Novos empréstimos no sector imobiliário contri-buem para este consumo desenfreado.

O dia 14 de Setembro de 2008 marca o início oficial da crise, quando um dos cinco grandes bancos norte-americanos anuncia a sua falência. Num efeito dominó seguem outros bancos mais pequenos, empresas e alastra-se para os bancos europeus. Os pre-ços das matérias-primas começam a subir e consequentemente os custos de produção. As empresas começam a diminuir a produção e a fazer cortes orçamentais, passando pelo despedimento considerável dos seus empre-gados. A população revolta-se contra a falta de emprego, resultando num corte drástico do poder de compra.

Numa tentativa de travar a expansão e o colapso do sistema, os governos injectam di-nheiro dos contribuintes no mercado, nome-adamente em bancos e empresas. Apesar dos esforços governamentais, vários países decla-ram o início de recessão económica (quando registam crescimento negativo na economia),

directamente relacionado com a crise de cré-dito, principalmente no sector imobiliário.

A crise do crédito é um exemplo de como todo o sistema capitalista funciona. É durante um tempo próspero em que todos beneficiam com um sistema altamente lucrativo, com mais dinheiro e muito mais consumo, que se acumulam os problemas que vão destruir o equilíbrio financeiro.

Os grupos de investidores nos EUA, como forma de rentabilização do seu capital, inves-tiam na Reserva Federal. No entanto, após o 11 de Setembro, e com a descida dos juros para 1%, como medida de regularização da economia, o capital investido rendia muito pouco aos investidores, criando, devido aos baixos juros, uma situação muito benéfica para os bancos, que se aproveitam da facili-dade de pedir empréstimos para possibilitar negócios altamente lucrativos.

Esta nova forma de lucro dos bancos atrai os investidores. Os bancos tornam-se, assim, intermediários entre os proprietários de ca-sas e os investidores, através das hipotecas: o proprietário consegue a casa a um menor preço, o banco acumula várias hipotecas e

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projecto de Roosevelt era ambicioso e ousado, pois grande parte da população não entendia o propósito do investimento artístico como estí-mulo económico, contudo foi nesta época que se criaram obras artísticas de mérito nacional (e.g. os murais das sedes de estado retratavam a época de dificuldade, à semelhança da arte mural mexicana e constituíam um arquivo pe-rene e pedagógico de crítica e retrato social). Entre os diversos projectos realizados conta-se ainda a recolha fotográfica organizada a nível nacional a fim de traçar uma imagem alargada dos efeitos da crise e os contextos da luta con-tra esta (em 1936 é lançado o primeiro número da revista LIFE que possuía um objectivo se-melhante) e a criação do Index of American Design que pretendia juntar todas as manifes-tações de design utilitário e de artes decorati-vas desde os primórdios da nação como forma de catálogo representativo de uma identidade visual nacional (este projecto não foi conclu-ído, mas é considerado actualmente como um dos exemplos mais ricos no que toca à arte e cultura norte-americanas).

Inicialmente, Roosevelt não pretendia que o estado interviesse na expressão artística na-cional, pois temia que esta intervenção fosse entendida como forma propagandística das medidas do governo vigente, aludindo por diversas vezes às manifestações artísticas que chegavam da Europa.

No fundo, a arte deste período além de associada a uma necessidade de realismo, pretendia criar uma espécie de imaginário colectivo que perdurasse para as gerações seguintes, sendo inegável a sua força de sen-sibilização e pedagogia.

O crash de Wall Street de 1929 teve um impacto devastador na economia norte-

americana, reflectindo-se também no sector do design industrial.

O paradigma industrial e empresarial apli-cado após a 1ª Guerra Mundial, herdeiro dos princípios de Frederick Taylor e Henry Ford havia demonstrado uma eficácia de tal forma tremenda, que a produção acabaria por suplan-tar os níveis de consumo, atingindo, assim, o ponto de saturação do mercado.

Apesar das políticas já aplicadas no sector automóvel pela General Motors de alteração anual dos produtos (proporcionando novas formas e diversidade cromática) como forma de atracção comercial, estas estratégias só ad-quiriram um papel preponderante e generali-zado no design industrial após o crash bolsis-ta, pelo que muitos chegam a considerar esta época como o princípio do design industrial nos Estados Unidos.

Na verdade, estas medidas ditam o princí-pio de sucesso do styling.

Ao contrário do sistema industrial anterior à crise, o styling propunha uma produção baseada num princípio acima de tudo esté-tico dos produtos, privilegiando a “novida-de” dos produtos à sua durabilidade. Tomás Maldonado chega a descrever o styling como “ modalidade de design industrial que procu-ra tornar o produto superficialmente atraente, em detrimento, muitas vezes, da sua qualida-de e conveniência; que procura o seu enve-lhecimento artificial, em vez de prolongar a sua fruição e utilização.”

Esta proposta do styling era, na verdade, algo paradoxal, na medida em que cultivava uma “política de desperdício” a uma sociedade que, na altura, “pouco ou nada tinha para des-perdiçar.” (Maldonado)

Contudo, apesar das contrariedades, esta ênfase na efemeridade dos bens quotidia-nos tornou-se numa das medidas de maior sucesso no combate à crise e criadora de importantes figuras no ramo do design in-dustrial como: Norman Bel Geddes, Harold Van Doren, Henry Dreyfuss, Lurelle Guild, Raymond Loewy, Walter Dorwin Teague e Russel Wright.

Raymond Loewy e Bel Geddes, devido às suas capacidades de “auto-promoção” atin-giram níveis tremendos de notoriedade junto do público e das empresas, sendo, em parte, responsáveis pelo seu crescimento exponen-cial quer pela sua intervenção nos sistemas de produção e produtos, quer pela criação das suas imagens corporativas.

Ainda assim, Harold Van Doren, em 1940, afirma que muitos empresários não reconhe-cem a importância do designer no seio da indústria, queixando-se dos preços elevados cobrados pelos designers e da inexistência de resultados imediatos, não considerando o in-vestimento em estratégias a longo-prazo pro-postas por estes.

No entanto, o plano de recuperação eco-nómica dos Estados Unidos não se cingia ex-clusivamente ao sector industrial e comercial, pelo que também o design e a arte exerceram papéis interventivos fora deste âmbito.

Com a subida de Roosevelt ao poder e com a implementação do New Deal foram criados programas governamentais como medida de combate à crise e à instabilidade social, dos quais se destaca o WPA (1935). Sucessor de outros sistemas algo fracassados, o WPA trata-va-se de um programa de investimento público destinado, antes de mais, a criar emprego e a relançar a economia apostando na população e não exclusivamente nas empresas.

Nesta época desenvolvem-se então projec-tos de construção e reformulação de infra-estruturas, nos quais se incluía um sistema alargado de rede eléctrica, em que o design, nomeadamente os cartazes de Lester Beall para a REA (Rural Electrification Association) , assume uma posição de sensibilização da po-pulação para a sua importância enquanto fac-tor de desenvolvimento e bem-estar.

Além disso, cerca de 5% do orçamento do programa WAP destinava-se ao investimento nas artes (e.g. teatro, cinema, pintura, escultu-ra, murais, etc.) do qual beneficiaram nomes como Jackson Pollock, Orson Welles, etc. O

O Styling da crise

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recebe os pagamentos mensais de cada uma das famílias. Depois divide esta acumulação de capitais em três partes, que funcionam em cascata, a primeira parte sendo mais segura e a última, por meio da especulação, mais ar-riscada, traduzindo-se em mais dinheiro para os investidores. Se um proprietário falhar o pagamento da hipoteca a última parte pode não acumular dinheiro.

Até este ponto todos conseguem grandes

As eleições Americanas trazem grandes es-peranças para uma reforma financeira.

Numa época de colapso económico mun-dial, todos esperam que um novo governo consiga salvar a economia, tal como o governo de Roosevelt na crise de 1930. Barack Obama é eleito presidente dos Estados Unidos em 2009 e começa a pôr em prática um conjun-to de teorias keynesianas, em que se calcula o que o mercado está a produzir e o que deveria estar a produzir. É neste ponto que o governo intervém, na medida em que investe a “dife-rença” por meio de um stimulus package. Isto é, o governo investe dinheiro no mercado para garantir que este continue a funcionar, para financiar os contribuintes e, por conseguinte, estes financiarem o governo.

A reforma financeira da administração Obama consiste, ainda, de outras medidas como: a criação de uma agência regularizado-ra para proteger o consumidor na compra de uma casa, evitando a situação anterior em que estes estavam à mercê das hipotecas e investi-mentos arriscados fora do seu controlo; novas leis de controlo de crédito, para controlar as dívidas das famílias americanas; entre outros. Todas estas medidas assentam no objectivo principal de proteger o consumidor, estabilizar os mercados financeiros e, através do investi-mento em várias áreas como a saúde, energias alternativas e tecnologia, criar e assegurar pos-tos de trabalho.

lucros, o sistema começa a falir quando a ambição económica substitui a sensatez e o banco começa a controlar menos quem tem acesso a uma hipoteca. Para ganharem ainda mais dinheiro os bancos começam a vender casas a pessoas que não conseguem garantir pagamento das hipotecas, aumentando o ris-co do investimento e aumentando os juros. Gradualmente, as famílias não conseguem pagar as hipotecas, isto é, o dinheiro transfor-

Yes we can?

ma-se em casas para vender. O valor imobili-ário começa a descer e cada vez mais pessoas desistem das hipotecas eu verem as suas casas a desvalorizar; o banco tenta vender as casas, agora sem grande valor, aos investidores que recusam e o banco vê-se obrigado a abrir fa-lência, tal como os investidores que também possuíam milhões de dólares em hipotecas. A economia fica paralisada e entra em colapso.

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Toda a História Mundial foi pontuada por crises: crises económicas, políticas, científicas, sociais...

Com o despoletar da mais recente crise económica mundial, as atenções centraram-se naquele que, assumindo o cargo cimeiro da maior potência mundial, poderia representar a mudança: Barack Obama.

Acompanhado por uma campanha política promissora (quer nas estra-tégias políticas, quer nas estratégias de coerência na criação de uma iden-tidade visual reconhecível e respreitada pelo eleitorado) Barack Obama agitou os diversos sectores empresariais e profissionais de todo o mundo (não sendo o design excepção).

Actualmente, a crise económica não mais preenche as primeiras pági-nas dos jornais e no entanto os planos de salvamento económico e social mantêm-se face às necessidades prementes de reestruturação mundial.

À semelhança das políticas do New Deal aquando da Grande Depressão, o Estado norte-americano assumiu um papel activo no mercado nacional e internacional sob a forma de pacotes de estímulo do mercado, numa apa-rente contradição das práticas neoliberais até então aceites e vigentes.

Ainda assim, apesar das medidas de emergência tomadas por diversos governos por todo o mundo, alguns mercados mantêm-se frágeis e instá-veis (outros declararam oficialmente a falência das suas contas, como se de empresas se tratassem).

Questiona-se assim qual o método mais eficaz numa situação de profun-da instabilidade estrutural: se o método da resposta imediata ou o método da resposta a longo prazo.

Alguns governos começam efectivamente a ponderar e a agir sobre esta questão, sendo os EUA uma vez mais exemplo disso.

Após as injecções avultadas de capital por parte do estado nas entidades privadas (bancos, empresas multinacionais, etc.) como esforço imediato de combate à crise, não surtindo efeitos duradouros, surgem os planos de reformulação estrutural do país que, apostando principalmente em medi-

das estratégicas de formação e acção social se pretendem eficazes a longo-termo. Destacam-se as políticas de criação do sistema de saúde nacional (semelhante aos sistemas já existentes na Europa), do sistema de pensão e reforma e ainda da aposta na educação através da integração da arte no sistema educativo. Isto é, na aposta das artes como estímulo criativo for-mador de indivíduos social e profissionalmente activos, inventivos e, con-sequentemente, produtivos.

Esta abordagem à crise poderá ser um sinal de como o design pode ter um papel construtivo e reestruturante inserido na sociedade.

Papanek afirmara que “O futuro do design encontra-se associado ao pa-pel fulcral da síntese entre as várias disciplinas que constituem a matriz sócio-económica-política dentro da qual o design funciona.”

Esse futuro é hoje! Hoje, as ditas “soluções do design” residem ou deveriam residir cada

vez mais na sua dinâmica enquanto disciplina apoiada numa metodolo-gia projectual e não apenas enquanto disciplina “criadora de objectos”. A cultura material que se impôs sobretudo nas sociedades “ocidentais” necessita de um abrandamento, através de uma tomada de consciência por parte do sujeito relativamente aos verdadeiros significados de “necessida-de” sem imediata associação a conceitos como “consumo” ou “produção”. O design, desde o design de comunicação ao design industrial, como área mediadora entre os interesses sociais e os sistemas de produção pode e deve intervir nesse sentido, privilegiando não medidas de estímulo ao con-sumo, mas medidas de estímulo ao consumo ponderado!

Não conseguiremos certamente contrariar as lógicas e comportamentos neo-liberalistas profundamente enraizados na nossa sociedade, no entanto, podemos servir-nos deles como forma de habilitação desta.

Derrick de Kerckhove afirma: “A informação é a única substância que cresce com o uso.” Não será mais lucrativo e proveitoso investirmos na Bolsa da Informação?

“A crise é o momento da mudança, da metamorfose.”

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Derrick de Kerckhove

WikiVizCentrado na informação sobre política

Chris Harrison, 2006

Intitulada de A Grande Depressão, a crise arruinou o mercado norte-americano que, não conseguindo produzir, originou também uma es-

cassez de exportação por todo o continente americano. Tendo perdido força e capacidade de resolução dos problemas em que a América se encontrava, Hoover sofreu uma derrota considerável nas eleições pre-sidenciais de 1932, dando então lugar a Franklin Delano Roosevelt.

Perante a situação que se fazia sentir, e para tentar superar esta cri-se, Roosevelt adoptou um conjunto de medidas designadas por New Deal (“Novo Acordo”), inspiradas nas ideias do economista britâni-co John Maynard Keynes. Hoover já havia implementado medidas semelhantes durante o seu mandato, contudo apenas com Roosevelt estas políticas obtiveram resultados positivos no restabelecimento do bem-estar social.

As medidas keynesianas baseavam-se, principalmente, no princípio do investimento público como forma de combate ao desemprego e de incentivo ao consumo. Por outro lado, Roosevelt tomou medidas de fiscalização para seguir os empréstimos do governo aos órgãos públi-cos e particulares.

As medidas tomadas a partir das teorias de Keynes serviam, no fun-do, como medidas de emergência de relançamento do mercado. Não

sendo já possível mais investimento por parte do sector privado, o Estado agia como motor financeiro para desencadear novamente toda a dinâmica de produção-distribuição-consumo.

Através da criação de programas e órgãos específicos de combate à crise como o CCC (Civilian Conservation Corps) sem grande sucesso no princípio e seguidamente o WPA (Works Progress Administration), os investimentos do estado consistiram maioritariamente em grandes obras públicas, nomeadamente na construção de infra-estruturas (es-tradas, pontes, rede eléctrica nacional, escolas, hospitais, etc.) e em reformas gerais na economia e na agricultura.

Durante o New Deal, Keynes chega a afirmar que o capital investi-do pelo estado, ainda que absolutamente necessário, não era suficiente face à extensão da crise e à instabilidade empresarial.

Assim, apesar das medidas terem sido implementadas logo no prin-cípio do mandato de Roosevelt, só com o início de uma economia de guerra despoletada na Europa pela Segunda Guerra Mundial (1939-45) os Estados Unidos conseguem ultrapassar totalmente a crise, na medi-da em que a necessidade de produção maciça de armamento e recursos militares obriga o estado a investir o capital necessário cumprindo, as-sim, a teoria de Keynes.

New Deal, o ‘Novo Acordo’

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Nos finais do séc. XIX, o mundo, ape-sar do advento da revolução industrial,

ainda se mantinha muito à luz daquilo que haviam sido os sistemas de produção ante-riores à integração da máquina e à criação de um conceito de indústria.

O Reino Unido e os Estados Unidos da América, principalmente, apresentavam-se como potências económicas emergentes e di-tavam o ritmo industrial a nível mundial.

Um dos nomes marcantes responsável pelo crescimento exponencial da indústria nos Estados Unidos é o de Henry Ford.

A partir da aplicação e aperfeiçoamento das teorias de Frederick Taylor (taylorismo), Henry Ford desenvolve um novo sistema de produção baseado nos conceitos de linha de montagem, ra-cionalização e rendimento do trabalho. Tomando o “modelo T” como exemplo de sucesso, várias empresas adoptaram e generalizaram este siste-ma nos seus programas de produção.

Enquanto a Europa sofria com a Primeira Guerra Mundial (1914-18), os Estados Unidos assumiam a liderança económica no panora-ma internacional, ocupando o lugar de força motriz mundial.

Durante esta época de prosperidade, come-ça a surgir nos Estados Unidos um entendi-mento da tecnologia como sinal de bem-estar e estabilidade social, em parte devido ao su-cesso e aperfeiçoamento das técnicas publici-tárias, resultando num consumo desenfreado e na definição daquilo que ficou conhecido como o “American Way of Life”.

Os níveis de produção eram de tal forma ele-vados que, em meados dos anos 20, se começam a registar quebras significativas no consumo, levando a uma saturação do mercado interno. Tal obrigou diversas empresas a expandirem e a internacionalizarem o seu mercado de acção, dando origem às primeiras multinacionais.

29 de Outubro de 1929 (cinco dias após o crash bolsista), ficou conhecido como a “Terça-Feira Negra” e data o princípio ofi-cial da Grande Depressão norte-americana, que, devido à sua influência mundial, afec-taria o mercado global

Esta crise levou ao encerramento de cerca de 4 mil estabelecimentos bancários; à falên-cia de cerca de 85 mil empresas e ao desem-prego de mais de 10 milhões de pessoas. O presidente do governo Herbert Hoover (que havia tomado posse nesse mesmo ano) tentou resolver estes problemas com a aceleração de obras públicas para proporcionar empregos; reduziu os impostos com o intuito de aumen-tar o consumo da sociedade e tentou manter os preços agrícolas.

Face aos índices negativos da economia, Hoover não conseguiu, no entanto, tomar medi-das consistentes para a resolução dos problemas.

TuDO cOmEçOu cOm umA máquiNA A vApOR!

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Referências:

ABELSON, Nathaniel O. et al. Os grandes acontecimentos do séc.XX. Selecções Reader’s Digest. Lisboa, 1979.

KERCKHOVE, Derrick de. A Pele da Cultura. Relógio d’água. Lisboa, 1997.

MALDONADO, Tomás. Design Industrial. Edições 70. Lisboa, 2006.

PAPANEK, Victor. Arquitectura e Design. Edições 70. Lisboa, 1998.

REFREGIER, Anton. Art For The People - New Deal Murals on Long Island. The Emily Lowe Gallery. Hofstra University, 1978.

WOODHAM, Jonathan M. Twentieth-Century Design. Oxford University Press, 1997.

http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=100018973

http://www.mundoeducacao.com.br/historia-america/new-deal.htm

http://sociologias-com.blogspot.com/2009/07/keynesian-revolution-and-neo-liberal.html

http://memory.loc.gov/learn//features/timeline/depwwii/newdeal/newdeal.html

http://www.revistaoutubro.com.br/edicoes/03/out3_02.pdf

http://memory.loc.gov/learn//features/timeline/depwwii/newdeal/alphabet.html

http://www.aiga.org/content.cfm/what-can-design-do-to-help-fulfill-the-promise-of-change

http://www.aiga.org/content.cfm/video-makethink-2009-branding-obama

http://www.guardian.co.uk/world/obama-administration

http://www.whitehouse.gov/

http://www.barackobama.com/

http://jonathanjarvis.com/crisis-of-credit

http://www.american.com/archive/2007/december-12-07/the-great-recession-of-2008

http://resistir.info/crise/cgc_v2.html

http://www.nytimes.com/2009/01/04/weekinreview/04cannell.html?_r=1

http://observatory.designobserver.com/entry.html?entry=7757

http://www.encyclopedia.chicagohistory.org/pages/637.htm

Referências:

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KERCKHOVE, Derrick de. A Pele da Cultura. Relógio d’água. Lisboa, 1997.

MALDONADO, Tomás. Design Industrial. Edições 70. Lisboa, 2006.

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REFREGIER, Anton. Art For The People - New Deal Murals on Long Island. The Emily Lowe Gallery. Hofstra University, 1978.

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Daniela Pretorius, 4770 ; Filipa Borges, 4772 ; Lisa Moura, 4781; Raquel Silva, 4793.

Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa

2010