Ministra vai afastar Christoph Damman Tailândia: sangue...

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Director: Francisco Sarsfield Editor: Raul Santos Grupo r/com www.rr.pt www.rfm.pt Segunda-feira 18 Julho de 2007 Amanhã Hoje Porto Lisboa Tailândia: sangue derramado simboliza “sacrifício do povo” Amanhã Hoje Porto Lisboa Director: : Francisco Sarsfi rsfie eld E Editor: Raul Santos Grupo r/com www www rr .rr .pt www.rfm.pt Segunda-feira 18 Julho de 2007 man Am h man Am h h e Hoje H oje H Lis Lisboa boa Li Lisb boa Quinta Porto Por Po to Porto Lisboa Quarta Gratuito KOSOVO: Militar português morre após prova física - SÃO CARLOS: Ministra vai afastar Christoph Damman Leia mais ÚLTIMAS Directora Graça Franco Editor Raul Santos Grupo r/com www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Terça-feira 16 Março de 2010 Pág. 2 » Narong Sangnak/EPA Papa em Portugal Oito mil cartazes anunciam visita Os cartazes vão começar a chegar em breve às paróquias do país. Pág.9 » OPINIÃO Quem semeia ventos Cristina Sá Carvalho Pág.3 » PEC Confirmado “aperto” à classe média O PEC foi entregue no Parlamen- to e começa a ser conhecido em detalhe. Pág.4 » PSD ”Lei da rolha” discutida no próximo congresso A norma proposta por Santana Lo- pes e aprovada em Mafra deverá cair no congresso de Abril. Pág.6 » 10 de Junho Cavaco escolheu Faro para as comemorações Faro será sede do Dia de Portugal deste ano e António Barreto pre- side à organização. Pág.5 » Mirandela Inquéritos concluídos esta semana Há dois inquéritos em curso sobre o desaparecimento de Leandro, em Mirandela. Pág.5 » Dia Mundial da Juventude Papa exorta jovens a seguir Deus O Dia Mundial é a 28. O Papa lembra que todos somos chamados a seguir Jesus desde o baptismo. Pág.10 » A 16 de Março... 1978: sequestro de Aldo Moro Pág.13 »

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Segunda-feira18 Julho de 2007

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Tailândia: sangue derramado simboliza “sacrifício do povo”

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Terça-feira16 Março de 2010

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Papa em Portugal

Oito mil cartazes anunciam visitaOs cartazes vão começar a chegar em breve às paróquias do país. Pág.9 »

OPINIÃO

Quem semeia ventos

Cristina Sá Carvalho

Pág.3»

PEC

Confi rmado “aperto” à

classe média

O PEC foi entregue no Parlamen-to e começa a ser conhecido em detalhe. Pág.4 »

PSD

”Lei da rolha” discutida

no próximo congresso

A norma proposta por Santana Lo-pes e aprovada em Mafra deverá cair no congresso de Abril. Pág.6 »

10 de Junho

Cavaco escolheu Faro

para as comemorações

Faro será sede do Dia de Portugal deste ano e António Barreto pre-side à organização. Pág.5 »

Mirandela

Inquéritos concluídos

esta semana

Há dois inquéritos em curso sobre o desaparecimento de Leandro, em Mirandela. Pág.5 »

Dia Mundial da Juventude

Papa exorta jovens a

seguir Deus

O Dia Mundial é a 28. O Papa lembra que todos somos chamados a seguir Jesus desde o baptismo. Pág.10 »

A 16 de Março...

1978: sequestro

de Aldo Moro

Pág.13 »

Os denominados “camisas vermelhas”, que protestam na capital tailandesa, Banguecoque, para forçar a que-da do Governo, espalharam sangue humano frente ao palácio presidencial, num protesto simbólico. De acor-do com os promotores da manifestação, este gesto simboliza o “sacrifício” do povo.O líquido pertencia a milhares de manifestantes, sim-patizantes do ex-Primeiro-mi-nistro deposto Thaksin Shina-watra, que, ao longo da manhã, formaram uma enorme fi la para doar, cada um, uma pequena quantidade de sangue, que era colocado em garrafas de plásti-co, sob controle médico.Foram recolhidos milhares de litros de sangue, como forma de exigir a demissão do Primei-ro-ministro Abhisit Vejjajiva.“Este sangue é uma oferenda de sacrifício para mostrar o nosso amor pela nação, para mostrar a nossa sinceridade”, afi rmou Veera Musikapong, um dos líderes do movimento.“Se Abhisit se agarrar ao poder, mesmo que não tenha sangue nas mãos, terá aos seus pés”, sublinhou.Os “camisas vermelhas” consi-deram ilegítimo o Governo de Abhisit e não aceitam es-perar até às eleições do fi m de 2011. Exigem o retorno da ordem institucional que prevalecia antes do golpe de Estado que derrubou Thaksin em 2006.Mas Abhisit já disse que não pretende renunciar ao car-go.

Capital pintada de vermelhoCapital pintada de vermelho

A capital tailandesa continua hoje “pintada” de ver-melho – a cor dos apoiantes do ex-Primeiro-ministro, exilado em Londres. Cerca de 150 mil manifestantes ocupam desde o fi m-de-semana as ruas de Bangueco-que.Os manifestantes começaram a reunir-se na capital tailandesa na sexta-feira e prometem não desistir do protesto, enquanto o Primeiro-ministro não se demitir e o Parlamento não for dissolvido.A situação, nesta altura, está calma. De registar, no entanto, a explosão de seis granadas de mão, que fe-riram dois soldados, mas que os manifestantes dizem não estar relacionada com o protesto. Como medida de precaução, a universidade e algumas escolas internacionais foram fechadas. Vários países aconselharam prudência aos cidadãos que estão em turismo ou a viver na Tailândia.À Renascença, Amândio Martins, um português a re-

sidir em Banguecoque explicou que, até ao momento, não teve qualquer contacto da embaixada portugue-sa.Cinquenta mil militares, polícias e civis voluntários foram mobilizados para a capital tailandesa. O maior desafi o é manter o carácter pacífi co do protesto, impe-dindo-o de degenerar numa onda de violência.

Quatro anos de agitação políticaQuatro anos de agitação política

A actual turbulência é sintoma de uma prolongada cri-se política na Tailândia. Em 2006, Thaksin Shinawatra foi derrubado por um golpe militar. Acusado de corrupção, o ex-chefe do Go-verno exilou-se para contornar uma pena de dois anos de prisão.Abhisit Vejjajiva, actual Primeiro-ministro, chegou ao poder com o apoio dos militares, depois de o partido de Shinawatra, ter sido proibido de participar em elei-ções durante cinco anos.Desde essa altura, a Tailândia vive num clima de ten-são. Por um lado, os “camisas amarelas” apoiantes do actual Primeiro-ministro - e onde se encontram os militares, a elite urbana e os fi éis à monarquia - e, do outro lado, “os camisas vermelhas” - apoiantes de Thaksin, que são maioritariamente oriundos das pro-víncias rurais.Em 2008, quando os aliados de Thaksin regressaram ao poder – o que durou apenas um ano - os opositores do antigo Primeiro-ministro no exílio bloquearam o aero-porto da capital, durante nove dias e o protesto culmi-nou com o cancelamento da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no ano passado. Por esses dias, o amarelo era a cor dos protestos. Ago-ra, é o vermelho.

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Tailândia

Manifestantes derramam sangue frente ao palácioAcentuam-se os protestos contra o Governo de Abhisit Vejjajiva na Tailândia. Esta manhã, os “camisas vermelhas” doaram milhares de litros de sangue que foram, posteriormente despe-jados frente ao palácio presidencial. O Primeiro-ministro mantém que não se demite.

Mafalda Lacerda e Hugo Monteiro »

r/com renascença comunicação multimédia, 2010

Funcionários do Governo desinfectam a entrada do palácio presidencial onde os manifestantes despejaram os

milhares de litros de sangue

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Quem semeia ventos

De acordo com a compreensão que temos, hoje, do comportamento humano, é possível determi-nar, em diversos domínios da personalidade, uma elevada probabilidade de relação entre deter-minadas causas e os seus identifi cados efeitos. A difi culdade maior no estabelecimento desta cor-relação prende-se com o facto de cada comporta-mento e, mais notoriamente ainda, de cada estru-tura de personalidade, dependerem da infl uência de uma constelação de variáveis que, por sua vez, se infl uenciam mutuamente. A complexidade dos fenómenos em estudo não facilita a causa da abordagem científi ca e, por isso, muitos julgam a psicologia afastada das ciências duras, mas seja como for, há áreas em que a investigação já nos oferece um quadro de leitura objectivo, estável e credível, capaz de sugerir interpretações fi áveis, intervenções bem sucedidas e, até, em condições culturalmente abertas e eticamente recomendá-veis, recomendar políticas consisten-tes e orientadas para o maior bem da pessoa humana. Ora, em Portugal, onde se diz à boca cheia que os políticos consultam as bruxas e se contam anedotas em que videntes darão pareceres pagos pelo erário público, parece que o conhe-cimento psicológico ainda não entrou nos gabinetes do poder nem é usado para tomar decisões que infl uencia-rão, decisivamente, a vida e a per-sonalidade de milhares de cidadãos, por vezes, cidadãos muito pequenos e frágeis, pobres e indefesos, pois não há no nosso país situação social mais precária do que a das crianças, mesmo quando os seus pais conduzem Ferraris ou vestem Versace.Sob este ponto de vista, talvez se possa compre-ender o efeito mediático que teve a descoberta espantosa de que os lusos bebés de todas as clas-ses sociais passam mais de 9 horas nos infantá-rios, precocemente entregues às maravilhas da tecnologia, em particular àquela espantosa in-venção que é a televisão para lactantes, também disponível quando entregues a empregadas mais estimuladas a encerar o chão do que a intera-gir com a criança. Ainda ninguém tinha dado por isto? Mas é, afi nal, não só uma prática corrente como alimentada por uma medida governamental de absurdo alargamento de horários, imposta a creches e infantários contra a vontade, esclare-

cida, de educadoras e professores, vejam lá os preguiçosos, que não nos querem tomar conta das criancinhas enquanto damos mais uma volta pelo Shopping, porque, com a crise, para as horas ex-traordinárias não é, certamente. Defi nido o quadro, seria cómico, não fosse absolu-tamente trágico, o entusiasmo uma semana mais tarde vertido em torno do bullying, despertado, desta vez, pelo desaparecimento do menino frá-gil e acossado, conta quem assistiu ao desenrolar do drama, fi nalmente esgotado de lutar contra a inexorável lei do mais forte. Realmente, um for-te muito fraco, certamente educado entre mais ou menos ecrãs, mas poucos rostos humanos, in-capaz de empatia, de reconhecimento emocional, embalado por telemóveis e chuteiras do Ronal-do, mas criado sem amor, sem estrutura familiar, sem certezas nem orientações, sem regras nem diálogo, moído pela pancada, pela bebedeira,

ele, o violento, que a sociedade da competição e da não-educação, da igualdade que não dignifi ca nenhuma das partes, da distribuição magnâni-me de subsídios e das suas variadas dependências, alimenta, inspirada pela Magna Carta do individualismo e reconhecível no roteiro da liberda-de travestida de relativismo puro e duro. Onde está o mal? Onde sempre este-ve, no coração humano que desconhe-ce os mistérios da vida e se prostitui, por meia dúzia de moedas ou quinze segundos de popularidade, alienado

e alienante. Assim, é fácil de compreender que os bullys da próxima semana estejam, hoje, há horas, entregues a si mesmos e à TV, sem nenhu-ma atenção humana, sem pais, sem educadores disponíveis, sem amor, sem educação. Diz o povo que quem semeia ventos, colhe tempestades. Pena é que os nossos doutos políticos estejam sempre tão entretidos com cimeiras de alto ga-barito que não tenham tempo para ouvir a voz do povo, que, aliás desconhecem, protegidos como estão pelos vidros fumados das suas viaturas de alta cilindrada. Mas, quanto à relação entre as 9 horas de infantário e a perseguição dos pátios das escolas, a psicologia popular está de acordo com a científi ca, tal como 2 e 2 serão 4, embora convenha defi nir em que universo. No caso da vio-lência, no seio das nossas crianças.

Pena é que os nossos doutos políticos estejam sempre tão entretidos com cimeiras de alto gabarito que não tenham tempo para ouvir a voz do povo

Cristina Sá CarvalhoPsicóloga

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PEC

Confi rmado “aperto” à classe média

O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) co-meça a ser conhecido em detalhe, depois de ter sido entregue pelo Governo, ontem à noite, na Assembleia da República.O PEC aposta nas privatizações, impõe cortes nas pres-tações sociais, diminui os benefícios fi scais e as dedu-ções (o que se traduz num aumento da carga fi scal), reduz a despesa com pessoal e prevê o congelamento do investimento público com a suspensão das ligações de TGV no Norte.Na opinião do vice-presidente do PSD António Borges, o PEC promove uma inversão total da política econó-mica que o Governo vinha a adoptar.No primeiro comentário da área social-democrata ao documento, Borges sustenta, em declarações à Renas-cença, que o programa representa também uma perda de autonomia de decisão do pais. António Borges subli-nha ainda que o Governo é mais rigoroso no campo da receita do que no da despesa e penaliza, sobretudo, a classe média.Por sua vez, o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Francisco Maria Balsemão, diz que o PEC poderia ir mais longe no que diz respeito às privatizações.O presidente da ANJE destaca, no entanto, a forma positiva como o documento foi aceite a nível interna-cional, em particular pelas agências de rating.

Deduções duplamente limitadasDeduções duplamente limitadas

O PEC mostra que o Governo quer limitar duplamente as deduções no IRS. Já a partir do próximo ano, os con-

tribuintes que ganhem mais de 517 euros por mês vão ver reduzido o total de despesas que podem abater no imposto e, à medida que o rendimento aumenta, as deduções fi cam ainda mais limitadas, por força do mecanismo de deduções progressivas.Já esta manhã, em Bruxelas, o ministro das Finanças confi rmou que os limites às deduções vão ter efeitos a partir do terceiro escalão do IRS. O terceiro escalão refere-se a rendimentos entre os 517 e os 1200 euros por mês.Com esta medida o Governo conta poupar 400 milhões de euros em impostos que não serão reembolsados. Segundo os dados do Orçamento para 2010, este é o montante que o Estado contava gastar este ano, só em benefícios fi scais de saúde, ao terceiro e quarto escalões de IRS, que inclui os que recebem a partir de 517 euros por mês até rendimentos mensais próximos dos três mil euros.Ainda segundo estes dados, mesmo que o Executivo eliminasse todas deduções de saúde e educação para os dois últimos escalões, não arrecadava mais de 35 milhões de euros. Ou seja, é a classe média que, nes-te momento, apresenta mais deduções, e que pode garantir ao executivo poupar os 400 milhões de eu-ros previstos. Esta é a leitura do fi scalista Diogo Lei-te Campos, que, em declarações à Renascença, disse que os limites progressivos aos benefícios fi scais vão penalizar, sobretudo, a classe média.Na opinião de Raquel Abecassis, sub-directora de In-formação da Renascença, o PEC mostra de forma cla-ra que o Primeiro-ministro voltou a enganar os portu-gueses.

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Energia

CIP duvida dos benefícios da aposta nas renováveis

A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) mani-festa reservas sobre o novo Plano para a Energia, que o Governo se prepara para apresentar. Trata-se de um programa que prevê o investimento de 31 mil milhões de euros e uma clara aposta nas energias renováveis. Em entrevista ao diário “Público”, no dia em que o Governo apresenta a sua estratégia nacional para a energia o ministro da Economia, Vieira da Silva pre-vê, até 2020, a criação de 130 mil postos de trabalho no quadro do novo programa. O presidente da CIP, António Saraiva, elogia todas as iniciativas que contribuam para a criação de empre-go, mas manifesta dúvidas quanto ao impacto que a aposta nas renováveis possa ter na economia. Sa-raiva recupera a ideia da necessidade de debater a introdução da energia nuclear no nosso país Portugal é o quinto país europeu com maior peso das energias renováveis no seu balanço energético e o Governo quer prosseguir com a política de “refor-mulação do perfi l energético” do país nos próximos anos.

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Falar Claro

Sarmento compreende, mas não subscreve “lei da rolha”

Castro Moura »

Nuno Morais Sarmento diz que não subscreve, enquanto jurista, a norma, já conhecida como “lei da rolha”, aprovada no Congresso do PSD, que consagra, nos Esta-tutos, a proibição de críticas à direcção do partido 60 dias antes de qualquer acto eleitoral.No “Falar Claro” de ontem à noite, na Renascença, presidente do Conselho de Jurisdição do PSD admitiu que aplicar a sanção a quem viole a norma estatutária “é relativamente impossível”, embora tenha afi rmado compreender o objectivo e o sentido da medida.“Concordo com o sentido e o objectivo que se preten-de. Ter, para isso, criado uma norma sancionatória, como jurista, obviamente, não subscrevo. Acho que não tem sentido, mas acho também que aquilo que os seus subscritores pretendem” é dar “um sinal”.“Que haja um dever de reserva e um foco do parti-do nas eleições parece-me de meridiano bom senso. A maneira de o conseguir, ou seja, criar uma ideia de penalização é que é negativa”, disse Morais Sarmento, desvalorizando o surgimento de polémicas à volta da norma aprovada.De acordo com Morais Sarmento, o Congresso do PSD “revelou enorme vitalidade” e vontade do partido e dos militantes de “inverter” o caminho do parti-do “resmungão dos últimos anos” para um partido a “olhar mais para o futuro do que para o passado”, “mais positivo do que negativo”, mais “inclusivo do

que exclusivo”.

Vera Jardim críticoVera Jardim crítico

Opinião diferente manifestou o socialista José Vera Jardim, para quem a aprovação da chamada lei da ro-lha no PSD não é um “problema menor, porque é um problema de credibilidade”.Vera Jardim disse estar “espantado” pelo facto de nenhum dos candidatos ter afi rmado à saída do Con-gresso que não concordava com a alteração estatutá-ria acabada de aprovar. “É o PSD que anda a falar há dois anos na chamada asfi xia democrática, que não há liberdade de opinião que não há liberdade de expres-são”, lembrou o antigo ministro da Justiça “Os partidos têm que ser lugares de discussão, porque, se não o forem, onde é que ela se faz?”, questionou.Numa análise global ao Congresso de Mafra, o vice-presidente da Assembleia da República considerou que “houve posições totalmente irresponsáveis da parte de alguns candidatos, no que diz respeito a rejeições e votações do PEC”, concluindo que “não há no PSD, duma forma geral, o sentido de responsabilidade que se pede, neste momento, a todos os partidos políticos e, designadamente, ao maior partido da oposição”.Vera Jardim vaticinou ainda que o próximo líder do PSD “será temporário e que, daqui a um ano”, o parti-do estará “a eleger o verdadeiro líder”.

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Mirandela

Inquéritos sobre desparecimento de Leandro concluídos esta semana

Os inquéritos do Ministério Pú-blico e do Ministério da Edu-cação às circunstância em que se deu o desaparecimento de Leandro Pires, de 12 anos, em Mirandela, deverão fi car con-cluídos ainda esta semana.Quinze dias depois dos trágicos acontecimentos no Rio Tua, a reportagem da Renascença constatou que, no local, persis-

te a ideia de falta de segurança na escola.A família da criança promete tudo fazer para apurar as circunstâncias em que se deu o desaparecimento.Contactado pela Renascença, o presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, disse esperar que os inquéritos se concretizem em breve e que sejam efectivamente conclusivos.A ministra da Educação, Isabel Alçada, limitou-se. hoje, a dizer que impor-ta aguardar com serenidade pelas conclusões, reafi rmando a fi rmeza do seu Ministério no combate ao bullying. Já o Procurador Geral da Republica confi rmou que o processo do Ministério Público está ainda em fase de inquérito, recusando adiantar prazos para conclusão.

10 de Junho

Cavaco escolhe Faro e nomeia Barreto

O Presidente da República designou hoje a cidade de Faro como sede das comemorações do Dia de Portu-gal, de Camões e das Comunidades Portuguesas deste ano. Numa nota no site da Presidência, é acrescen-tado que o chefe de Estado nomeou António Barreto como presidente da Comissão Organizadora.Em 2006, a cidade palco das come-morações do Dia de Portugal foi o Porto e, no ano seguinte, Setúbal. Seguiu-se Viana do Castelo, em 2008, e Santarém, no ano passado.O presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, já desafi ou os ha-bitantes para um esforço conjunto, no sentido de embelezar a cidade para as comemorações.Nada está defi nido, mas a autarquia pondera que o desfi le militar se re-alize num terreno adjacente ao Te-atro das Figuras, cuja sala poderá servir para as cerimónias de conde-coração de individualidades.

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Eunice Lourenço »

Rui Machete, presidente da Mesa do Congresso do PSD, já considerou “razoável” que a próxima reunião magna do partido volte a alterar os estatutos de forma a re-tirar a chamada “lei da rolha” – a norma proposta por Santana Lopes que proíbe que se fale contra a direcção

do partido nos dois meses anteriores a qualquer acto eleitoral -, aprovada no passado fi m-de-semana.Machete deu assim resposta à carta enviada ontem por

Pedro Passos Coelho, em que este candidato à lideran-ça pediu que este assunto seja incluído na ordem de trabalhos do congresso de Abril. Esse congresso, que servirá para consagrar o líder elei-to nas directas de dia 26 e eleger os restantes órgãos do partido, não inclui a alteração de Estatutos na or-dem de trabalhos, mas, como lembra Passos Coelho, o próprio Congresso pode alterá-la, logo na abertura.Na carta a Machete, Passos Coelho considera que a aprovação da proposta de Santana Lopes, que deter-mina a interposição de procedimento disciplinar aos militantes que discordem publicamente da direcção do partido nos 60 dias anteriores a qualquer acto eleitoral, representa “um erro grave que está a prejudicar todo o partido”, pelo que “urge corrigir o equívoco criado”. Logo no domingo, à saída do Congresso, todos os candi-datos à liderança do PSD se pronunciaram contra a nova norma, que foi aprovada por uma muito larga maioria de congressistas. Mas a ainda líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, manifestou a sua concordância.Segundo a proposta de Santana Lopes, quem tiver posi-ções públicas contra “as directrizes” do partido nos dois meses anteriores a eleições arrisca uma infracção grave. O que, estatutariamente, pode signifi car a suspensão da militância por dois anos ou, no limite, a expulsão.A norma de Santana Lopes, também comentada por Morais Sarmento no programa “Falar Claro”, da Renas-cença (ver pág.5) agrava o que já diziam os estatutos e o regulamento disciplinar do PSD. Este partido, tal como a generalidade dos partidos portugueses, consi-dera uma infracção os seus militantes desrespeitarem os princípios programáticos e a linha política do parti-do. Também todos consideram uma infracção grave que um militante se candidate em listas de outro partido ou movimentos independentes (ver caixa).

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PSD

“Lei da Rolha” discutida no próximo Congresso

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O que já diziam as regras do PSD

Os militantes devem ser leais ao pro-grama, estatuto e directrizes do par-tido e, em geral, reforçar a coesão, o dinamismo e o espírito de criatividade do partido

No regulamento de disciplina são con-sideradas infracções disciplinares a de-fesa pública de posições contrárias aos princípios da social-democracia e do programa do partido e o manifesto des-respeito pelas deliberações emitidas pelos órgãos competentes do partido, designadamente através dos órgãos de comunicação social. É também infrac-ção estabelecer polémica com outros membros do partido fora dos quadros ou órgãos partidários

É circunstância agravante o infractor ser titular de órgãos nacionais ou regio-

nais e a publicidade do acto.

O que dizem os Estatutos do PS

A pena de expulsão pode ser aplicada por falta grave, nomeadamente o des-respeito aos princípios programáticos e à linha política do Partido, a inobser-vância dos Estatutos e Regulamentos e das decisões dos seus órgãos, a violação de compromissos assumidos e em geral a conduta que acarrete sério prejuízo ao prestígio e ao bom nome do Partido. Considera-se igualmente falta grave integrar ou apoiar expressamente listas contrárias à orientação defi nida pelos órgãos competentes do Partido, inclusi-ve nos actos eleitorais em que o PS não se faça representar.

Os outros partidos

No CDS-PP, os estatutos estabelecem

genericamente que os membros do par-tido que infrinjam a disciplina partidá-ria “são sancionados de acordo com a sua responsabilidade e a gravidade da falta, mediante processo em que lhes são garantidos todos os meios de defesa e recurso”.

O BE é o único a estipular que as san-ções previstas nos seus estatutos “não são aplicáveis por motivo de diferenças de opinião política no Movimento”.

No PCP, entre os deveres dos militantes está a salvaguarda e defesa das “ques-tões reservadas da vida interna do Par-tido” e a observância de “uma conduta eticamente responsável perante o Par-tido e a sociedade”.As sanções podem ir da mera censura à expulsão, que “só deve ser aplicada em casos que afectem gravemente a vida e os princípios do Partido”.

O PSD, o PS e os outros

Santana Lopes foi o autor da proposta da polémica

Venezuela

Chávez diz que etarras não participam em actividades terroristas

O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu que os etarras radi-cados na Venezuela, ao abrigo de um acordo assinado em 1989 entre os governos de Caracas e de Madrid, “não estão a participar em nenhuma actividade terrorista”. “Nós estamos seguros de que eles não estão a participar em actividades terroristas. São cidadãos venezuelanos. Se me demonstrassem [que têm vínculos com a ETA] seria outra coisa, mas não com manipulações”, disse.O Presidente da Venezuela falava aos jornalistas à saída de um encontro com o seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, sublinhando que era “estúpido” vincular o seu Governo com a organização separatista ETA e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Madrid será prejudicada se houver confl ito com CaracasMadrid será prejudicada se houver confl ito com Caracas

Hugo Chávez advertiu, ainda, que será Espanha que mais perderá em caso de ruptura das relações bilaterais, devido a uma alegada cooperação de Caracas com a ETA e as FARC. “Essa direita (política) espanhola, essa imprensa da direita espanhola, está empenhada em estragar as relações [entre Caracas e Madrid]. Nós não queremos estragá-las, mas [se tal acontecer] será Espanha que mais perderá, com os seus investimentos na Venezuela, em gás e petróleo”, disse Chávez aos jornalistas. Por outro lado, sublinhou que “se o Governo de [José Luís Rodríguez] Za-patero cede às pressões e, de alguma maneira, nos desrespeita, isso preju-dicará as relações bilaterais, como quando o rei [Juan Carlos] nos mandou calar”. As relações entre Venezuela e Espanha atravessam momentos de tensão desde que, a 1 de Março, o Governo de Madrid pediu explicações ao Execu-tivo venezuelano sobre a alegada cooperação que terá mantido com a ETA e as FARC. O pedido de explicações ocorreu depois de o juiz da Audiência Nacional, Eloy Velasco, ter acusado seis membros da organização separa-tista basca e sete membros das FARC de terem preparado o assassínio de personalidades colombianas em Espanha.

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Cabinda

Petição pede libertação de presos políticos

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Foi apresentada, em Lisboa, uma petição pela libertação imediata e in-condicional dos presos políticos em Cabinda. O abaixo-assinado foi lança-do pela Associação Tratado de Simulanbuco-Casa de Cabinda, que critica aquilo a que chama prisões arbitrárias e sem culpa formada de destacados intelectuais e fi guras públicas no enclave, na sequência do ataque do pas-sado mês de Janeiro à selecção do Togo.A porta-voz desta Associação, Manuela Serrano, explicou à Renascença que o objectivo principal desta petição é a libertação imediata dos acti-vistas detidos ilegalmente em Cabinda e no Congo.Em comunicado, esta Associação aponta o caso de pelo menos 18 pessoas, oito das quais ainda nas prisões de Cabinda em condições humanas degra-dantes.“As pessoas vivem em celas sem o mínimo de condições de higiene quando são detidas, tendo de dormir no chão, fi cando privadas do contacto, ao princípio, com os seus familiares e até com os próprios advogados”, de-nuncia Manuela Serrano.A Associação Tratado de Simulanbuco-Casa de Cabinda critica ainda o si-lêncio da comunidade internacional, acusando-a de cumplicidade neste processo.

Médio Oriente

Confrontos levam enviado dos EUA a adiar visitaConfrontos entre centenas de jo-vens palestinianos e elementos da segurança israelita, enviados em massa para Jerusalém oriental, registaram-se hoje na zona, tendo o enviado norte-americano para o Médio Oriente, George Mitchell, adiado a visita à região. A visita de Mitchell à Cisjordânia e a Israel para o lançamento de nego-ciações indirectas entre israelitas e palestinianos, deveria realizar-se hoje, mas foi adiada, segundo um comunicado da embaixada dos Es-tados Unidos em Israel.As relações entre Israel e os Esta-dos Unidos entraram numa grave crise diplomática, devido à política de colonização israelita em Jerusa-lém oriental, anexada por Israel em 1967, mas nunca reconhecida pela comunidade internacional.A decisão israelita de construir mais 1600 habitações motivou acesas crí-ticas de fi guras destacados da polí-tica norte-americana, sem contudo prejudicar a consideração de Israel como um aliado estratégico dos Es-tados Unidos. A força das críticas não levou, po-rém, a qualquer suspensão da de-cisão de construir as referidas ha-bitações.Já hoje, o Primeiro-ministro israe-lita, Benjamin Netanyahu, garantiu que as construções iriam continuar, incluindo nas terras árabes de Jeru-salém oriental, anexadas por Israel em 1967.

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Chile

Nova réplica ao largo da costa

Uma réplica de magnitude 6,7 graus na escala de Richter foi registada ao largo da costa chilena, a 86 qui-lómetros de Concepcion, informou o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS). Concepcion foi uma das cidades mais afectada pelo sismo de 27 de Fevereiro, que atingiu uma magni-tude de 8,8. Mais de 280 réplicas foram senti-das desde a catástrofe, que fez 497 mortos identifi cados e centenas de desaparecidos.

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Itália

Facebook trai líder da mafi a

A polícia italiana deteve hoje Pasquale Manfredi, um dos 100 criminosos mais perigosos do país e apontado como um dos chefes da Ndrangheta, a máfi a calabresa.De acordo com informações divulgadas pela imprensa italiana, a detenção só foi possível porque Manfredi costumava actualizar, diariamente, a sua página no Facebook a partir do seu esconderijo. Para tal, utilizava um modem USB, cujo sinal foi interceptado pelas autoridades.Manfredi tinha um perfi l no Facebook e chamava-se a si mesmo “Scarfa-ce”, como o trafi cante de cocaína interpretado por Al Pacino, no fi lme

dirigido por Brian De Palma.O mafi oso, chefe do clã Nicósia-Man-fredi, que controla a região de Isola Capo Rizzuto, em Crotone, estava fo-ragido desde Novembro de 2009. É acusado de homicídio, extorsão, tráfi co de drogas e porte ilegal de armas.Manfredi foi detido em Isola Capo Ri-zzuto, no interior da casa que usava como esconderijo. Ao perceber que o local estava cercado pela Polícia, tentou fugir pelo terraço, mas não conseguiu.Os investigadores consideram Manfre-di um “assassino perigoso” e o acu-sam-no de ter morto vários membros de clãs rivais.

Paquistão

Criança britânica libertada

Um menino britânico de cinco anos, raptado no Paquistão há 12 dias quando se encontrava de férias, foi libertado, anunciou hoje a família e a embaixada do Reino Unido em Islamabad. Sahil Saeed foi raptado por desco-nhecidos armados que entraram na casa dos avós da criança, em Jhe-lum, a cerca de 100 quilómetros a sul de Islamabad, na madrugada de 4 de Março. O rapto de crianças para obtenção de resgate é prática corrente na região, como em grande parte do país. O menino estava de férias com a avó e o avô, um paquistanês, que garantiu à polícia que os raptores exigiram um resgate de 10 milhões de rupias (cerca de 86000 euros). “É uma notícia fantástica que põe fi m a um incidente doloroso, vivido por Sahil e pela sua família”, afi r-mou o Alto Comissário (embaixa-dor) britânico Adam Thmson, num comunicado lido à agência France Presse (AFP) pelo seu porta-voz.

Zona Euro

Países europeus poderão emprestar dinheiro à Grécia

Os países da Zona Euro deverão optar pela concessão de empréstimos bila-terais à Grécia, caso Atenas solicite a ajuda fi nanceira europeia para su-portar os empréstimos que terá que contrair brevemente no mercado para fi nanciar a sua dívida. Os aspectos técnicos da criação de um tal mecanismo estiveram a ser discuti-dos pelos responsáveis pelas Finanças dos 16 países da Zona Euro que, no entanto, remeteram uma decisão de-fi nitiva sobre o assunto para os líderes dos 27, que se encontram na capital belga na próxima semana.Teixeira dos Santos enalteceu a soli-dariedade europeia, mas deixou desde já claro que Portugal “não tem condi-ções” para participar neste esforço de apoio à Grécia.Por outro lado, os ministros das Finanças da União Europeia decidiram adiar a discussão sobre a regula-mentação dos fundos de investimento alternativos, os chamados hedge funds. Estes mecanismos são apontados como responsáveis no aprofundamento da crise fi nanceira, mas a criação de espartilhos à sua acção é rejeitada por alguns países,

como o Reino Unido, onde se encontra uma das maio-res praças fi nanceiras mundiais.Um adiamento que o ministro português qualifi cou de “estranho e preocupante”.A Grécia vai apresentar, ainda hoje, à União Europeia, o seu plano para redução da dívida, enquanto que no país o Governo enfrenta mais uma greve geral de 24 horas.

r/com renascença comunicação multimédia, 2010

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O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker

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09Caminho das Dioceses

Cardeal Patriarca de Lisboa espera tolerância de ponto para a visita do Papa

O Cardeal Patriarca de Lisboa diz acreditar no bom senso do Governo e das autarquias, no sentido de faci-litar a participação dos portugueses na visita do Papa a Portugal, com a concessão de tolerâncias de ponto.D. José Policarpo foi entrevistado por Ângela Roque para a série Cami-nho das Dioceses, que a Renascença está a realizar, no âmbito da visita do Papa Bento XVI a Portugal.D. José admite que a questão pode não ser pacífi ca, mas confi a numa deci-são nesse sentido por parte do Governo, que terá “concerteza em atenção o visitante que tem”. O Patriarca recorda, ainda, ter negociado com o Go-verno, em 1982 a concessão de tolerância de ponto nas escolas, aquando da primeira visita de João Paulo Ii ao nosso país.O Cardeal Patriarca de Lisboa sublinha que não pediu nem irá pedir qualquer apoio à Câmara Municipal para a construção do palco, onde o Papa vai ce-lebrar missa no Terreiro do Paço, pois considera que compete à Igreja pagar as despesas que dizem respeito à realização de cerimónias estritamente litúrgicas. Tratando de uma visita de um chefe de Estado, outras despesas, como as relativas à segurança, fi carão a cargo da autarquia e do Governo.

Casamentos de Santo António: um assunto a ponderarCasamentos de Santo António: um assunto a ponderar

Os casamentos de Santo António contarão, este ano, com a bênção da Igre-ja, mas a questão vai ser ponderada no futuro, por causa dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.O Cardeal Patriarca chegou a cancelar o apoio do Patriarcado à iniciativa quando soube que a Câmara de Lisboa admitia incluir casais homossexuais, mas o desmentido do presidente da autarquia fê-lo reconsiderar.D. José Policarpo não esconde, contudo, que a iniciativa não lhe agrada, desde que foi alargada, em 1997, aos casamentos civis. A nova lei que per-mite o casamento entre pessoas do mesmo sexo é outro assunto de que desgosta, muito mais do que o preocupa: “Desgosta-me porque signifi ca um desvio de cultura e civilização muito sério”.Versão vídeo da entrevista disponível em www.rr.pt.

Papa em Portugal

Oito mil cartazes anunciam visita

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As paróquias portuguesas estão a começar a receber os cartazes da visita do Papa a Portugal, juntamente com um pedido do coordenador da Comissão Organizadora, D. Carlos Azevedo para inclusão, nas eucaristias, de uma oração pela “fecundidade espiritual” da viagem que Bento XVI realiza ao nosso país em Maio.O site ofi cial da visita - www.bentoxviportugal.pt - re-vela o conteúdo da carta que acompanha a distribui-ção do cartaz e informações sobre o material que está a ser produzido com a imagem ofi cial da visita. D. Car-los Azevedo pede a colaboração dos responsáveis das 4386 paróquias portuguesas na divulgação aos fi éis da Nota Pastoral distribuída pela Conferência Episcopal Portuguesa, a 1 de Março, onde são apresentados os objectivos da visita do Papa.O processo de envio dos cartazes às paróquias deverá ser concluído até sexta-feria, dia 19.

Ao fazer o balanço dos preparativos, a menos de dois meses da chegada de Bento XVI, o coordenador da Comissão Organizadora da visita do Papa a Portugal referiu que a colocação dos cartazes nas entradas das igrejas será “uma maneira muito visual de chamar a atenção para a visita” e de se começar a preparar ini-ciativas com ela relacionadas.Do cartaz ofi cial, de distribuição gratuita, foi feita uma primeira edição de cinco mil exemplares e está já prevista uma segunda edição de três mil.Ao apresentar a imagem ofi cial da visita, em 26 de Fevereiro, D. Carlos Azevedo afi rmou que a fotografi a do cartaz “captou a timidez e a amabilidade de Bento XVI”, bem como a “forma sublime como mostra a mão que nos acena, abençoa e saúda”. O prelado subli-nhou, igualmente, a referência à cruz, que está pre-sente como sinal gráfi co e na disposição das letras.

Bispo de Beja

PEC seria diferente se família funcionasse bemO Bispo de Beja está convencido de que “as medidas do plano especial que a União Europeia exigiu à Grécia e a Portugal, para pôr em ordem as contas públicas, seriam bem diferen-tes se a família funcionasse bem”.De acordo com a agência Ecclesia, D. António Vitalino salienta, na sua habitual nota semanal para a Rádio Pax, que “as prestações sociais, que consomem grande parte dos dinheiros públicos, seriam menores, se orienta-das para e através da família”.Na análise do prelado, o modelo constituído por “pai, mãe, fi lhos, avós, netos, na linha da descendên-cia sanguínea” é o único que “deve-ria preocupar o Estado”. Para o Bis-po, “se apoiarmos a família natural, muitos problemas na educação, no sistema educativo, no campo labo-ral, político, cultural, social e reli-gioso e até mesmo no económico, serão solucionados pacifi camente”.O apoio e protecção que “as socie-dades e os governos” devem dar a “essa primeira organização básica natural” não implica que se ignorem diferentes tipos de agregado, desde que sejam ressalvadas as dispari-dades”, uma vez que “as minorias que fazem outras opções devem ser respeitadas”, sem que isso nos deva “levar a alterar a natureza das coi-sas, tratando-as com os mesmos no-mes e do mesmo modo”.

r/com renascença comunicação multimédia, 2010

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Depois dos Estados Unidos e da Irlanda, casos de pedofi lia em ins-tituições católicas abalam a Igreja na Alemanha, Áustria, Holan-da, Itália e Suíça. É signifi cativo da gravidade da situação que o Cardeal Shonborn, Arcebispo de Viena, considerado próximo de Bento XVI, tenha falado na questão do celibato dos padres, cujo “valor sagrado” foi, aliás, depois reafi rmado pelo Papa.

Deve dar-se algum desconto a esta avalanche de notícias ligando a Igreja Católica à pedofi lia. A Igreja é um alvo apetecível para uma comunicação social ávida de escândalos. Mesmo nos EUA, apenas 4% dos padres se envolveram em casos de pedofi lia.

E casos desses acontecem noutras instituições fora da Igreja. Em Portugal, basta lembrar a Casa Pia. Mas a Igreja tem acrescidas responsabilidades. Lamentou o Cardeal Schonborn que as autori-dades eclesiásticas tenham muitas vezes protegido mais os auto-res dos crimes do que as vítimas. O encobrimento para defender a imagem da Igreja foi um erro trágico, que retirou credibilidade ao catolicismo. Agora a Igreja mostra-se decidida a não repetir esse erro.

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Augustine Tolton

Diocese de Chicago pede abertura de processo de canonização

A Diocese de Chicago quer ver aberto o pro-cesso de canonização Augustine Tolton, um homem que nasceu escravo e morreu livre e sacerdote, tendo sido o primeiro padre de as-cendência africana dos Estados Unidos.Tolton nasceu numa família de escravos. Os seus pais foram casados na Igreja Católica e, depois da Guerra Civil e da morte do seu pai, Augustine começou a sentir uma vocação para o sacerdócio. Os padres locais apoiaram-no, mas houve mui-tos obstáculos no caminho que percorreu até à ordenação. Nenhum seminário o aceitou, acabando por ter que viajar para Roma para concretizar o seu chamamento. Foi ordenado na “cidade eterna” e regressou ao seu país para fazer traba-lho missionário, junto dos afro-americanos. Uma mistura de racismo instituído e de anti-catolicismo difi cultaram a sua missão, mas Augustine Tolton acabou por encontrar uma paróquia de negros em Chicago, onde foi bem aceite e trabalhou incansavelmente até morrer aos 43 anos, vítimas de insolação, quando regressava de um retiro de padres. Corria o ano de 1897, pelo que não há testemunhas vivas do seu ministério. A Diocese de Chicago acredita, contudo, ter reunido matéria sufi ciente para que Roma considere o processo.

Dia Mundial da Juventude

Mensagem do Papa exorta jovens a seguir a DeusA mensagem do Papa para o XXV Dia Mundial da Juventude, que se assinala a 28 de Março, recorda a passagem bíblica do encontro do jovem rico com Jesus.Na sua mensagem aos jovens, Bento XVI começa por destacar o “número redondo” - 25 anos - desta jorna-da iniciada por João Paulo II, “uma iniciativa profética, que deu muitos frutos”.Ao recordar a passagem do Evange-lho de São Marcos sobre o encontro do jovem rico com Jesus, o Papa sublinha o enorme desejo que Jesus tem de se encontrar e de entrar em diálogo com cada um. O Cristianis-mo não é, lembra Bento XVI, antes de mais uma moral, mas sim a ex-periência de Jesus Cristo, que ama incondicionalmente tantos novos como velhos, ricos e pobres, que nos ama até quando lhe viramos as costas. Por isso, quem já experi-mentou Jesus não pode senão que-rer partilhá-lo com quem ainda não teve essa sorte.No Evangelho, à pergunta “que devo fazer para alcançar a vida eterna?”, Jesus pede que este deixe tudo para o seguir. A narração bíblica dá conta do desalento do jovem que vira as costas ao Senhor, “pois tinha muitos bens”. Todos nós somos, como este jovem, escreve o Papa, chamados a seguir Jesus desde o baptismo, mas nem sempre temos coragem. Porém, nunca é tarde de mais.Recordando o ano sacerdotal, a mensagem de Bento XVI pede es-pecial atenção aos jovens que se possam sentir chamados a esta vo-cação, aconselhando-os a procurar um bom assistente espiritual para fazer o necessário discernimento.Em diversas passagens, o Papa exor-ta os jovens a terem coragem para contrariar a corrente, garantindo-lhes que é assim, seguindo Deus, que encontrarão a verdadeira liber-dade.

Ponto de vista

Não repetir o erro

Francisco Sarsfi eld CabralJornalista

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CULT

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Regime laboral das artes

Socialistas e bloquistas propõem novas regras

O grupo parlamentar do Partido Socialista apresen-ta hoje um projecto de lei que prevê a atribuição de subsídio de desemprego aos trabalhadores das artes de espectáculo e do sector audiovisual e novas regras quanto aos apoios fi nanceiros estatais.O diploma, apresentado pela deputada Inês de Medei-ros e outros deputados socialistas, defende mudanças na lei aprovada pelo Governo anterior, há dois anos. O PS propõe que os subsídios do Estado sejam atribuídos apenas a estruturas artísticas que tenham o mínimo de 85% de contratos de trabalho e não de prestações de serviços, explica Inês Medeiros à Renascença. Quem não cumprir a lei fi cará inibido de receber apoios pú-blicos durante três anos.A deputada socialista diz que o projecto prevê também regular o regime de protecção social. O Bloco de Es-querda, que pretende apresentar em breve outra pro-posta, defende uma forma de contagem do tempo de trabalho necessário para ter direito ao subsídio (450 dias por conta de outrem, no projecto do PS). Catarina Martins, deputada bloquista, afi rma que a contagem do tempo deve incluir também o tempo in-

tercalar entre contratos. E exemplifi ca: “Um pianista contratado para um concerto precisa de ensaiar, mas pode ter o contrato do concerto só. O que pretende-mos é que prestações como o subsídio de desemprego possam ter uma contagem de tempo intercalada”, de-fende Catarina Martins.A proposta do PS “não parece adequar-se à condição de trabalho intermitente dos trabalhadores do sector”, refere também a Plataforma dos Intermitentes, em co-municado. Apesar das “louváveis intenções”, o docu-mento apresenta vários problemas, criticam. A plataforma defende, contudo, que os partidos votem a favor dos projectos do BE e do PS “a fi m de propor-cionar um longo e esclarecedor debate na especiali-dade que permita a aprovação de um documento fi nal que sirva, de facto, para acautelar condições dignas de exercício da actividade profi ssional no sector”.

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CCB

Dias da Música sob o signo de DescartesO livro “Tratado das Paixões”, de Descartes, dá o mote para os Dias da Mú-sica, de 23 a 25 de Abril, em sete salas do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. “As paixões da alma” é o lema que orienta os 72 concertos da iniciativa, orçada em 650 mil euros, menos 50 mil que a do ano passado. Voltam este ano ao CCB músicos como os pianistas Sa Chen, Miguel Henri-ques ou Fazil Say, e a Orquestra Metropolitana de Lisboa, numa formação sinfónica para interpretar três concertos, entre eles o de encerramento, cujo programa integra a Nona Sinfonia de Beethoven.Depois da saída de Robert King, o King’s Consort regressa ao CCB, mas sob como Retrospect Ensemble. O concerto de abertura do evento estará a cargo desta orquestra barroca, acompanhada por quatro cantores e coro para interpretar a Oratória profana ou “Ode pastoral” de Handel.A edição deste ano integra algumas novidades e estreias absolutas como a peça “Eternidade”, de Nuno Côrte-Real, pelo coro Lisboa Cantat, e a ópera para crianças “As palavras na barriga”, de Vasco Negreiros, pela Fi-larmonia das Beiras, e o coro juvenil Leioa Kantika Korala do País Basco.O agrupamento Atalanta Fugiens interpretará música de Teleman e uma peça que o seu maestro, Vanni Moretto, escreveu, “D’egli unani affeti”, inspirada nas defi nições de René Descartes.António Mega Ferreira, presidente do Conselho de Administração do CCB, destacou hoje, em conferência de imprensa, o concerto do Ensemble Elo-qventia, que interpretará cantigas de amigos, nomeadamente sete canti-gas do Rei D. Dinis, cujas pautas foram descobertas em 1990 na Torre do Tombo.Miguel Coelho, director dos Dias da Música, referiu que o mote do progra-ma “foi muito bem acolhido por músicos e criadores” e salientou a diver-sidade musical que integra a música erudita, os blues e até o fado, com o agrupamento “Sementes do Fado”.Há 33 mil bilhetes disponíveis para os Dias da Música. Como é hábito, a organização propôe itinerários que os espectadores poderão seguir. Este ano há seis, graças à inclusão de um novo: “Sortilégios da voz”.

Ensaio literário

Vítor Aguiar e Silva distinguido

O Grande Prémio En-saio “Eduardo Prado Coelho” foi atribu-ído ao livro “Jorge

de Sena e Camões - Trinta Anos de Amor e Melancolia”, de Vítor Aguiar e Silva.A obra mereceu a unanimidade do júri, constituído por António Pedro Pita, José Cândido Martins e Paula Cristina Costa, revelou a Associação Portuguesa de Escritores (APE).O prémio, no valor de 7.500 euros, foi criado pela APE com o patrocí-nio da Câmara de Famalicão, distin-guindo, anualmente, uma obra de ensaio literário publicada em livro. Ainda não foi divulgada a data da entrega do galardão.Nascido em 1939, estudou e ensinou na Universidade de Coimbra, onde foi professor catedrático da Facul-dade de Letras. Em 1989, transferiu-se para a Universidade do Minho, da qual foi vice-reitor.Tem-se dedicado ao estudo da Teo-ria da Literatura, debruçando-se em especial sobre Camões. Em 2007, recebeu o Prémio Vida Li-terária.

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Fórmula 1

Ecclestone recusa crise depois de corrida “chata”As críticas de pilotos e dos responsá-veis pelas equipas de fórmula 1 de-pois do Grande Prémio do Bahrein, que teve poucas ultrapassagens e, de acordo com os próprios, foi monótono, não afectaram Bernie Ecclestone, o detentor dos direi-tos comerciais da categoria.Para o dirigente, não há necessidade de mudanças imediatas nas regras da fórmula 1, depois da Federação In-ternacional do Automóvel (FIA) ter proibido os reabastecimentos.“Não há pânico, não há crise na fórmula 1. Eu acho que não há nada que possamos fazer de imediato e não devemos pensar em mudanças. Estamos envolvidos já nas quatro próximas corridas. Vamos ver como as equipas se adaptam e analisar tudo de novo depois do Grande Prémio da China [a 18 de Abril]”, afi rmou.Desvalorizando as críticas, Eccles-tone disse que considerava natural a difi culdade das equipas em se adaptarem ao novo regulamento. “A primeira corrida com o novo re-gulamento é sempre de aprendiza-gem. Agora eles sabem que podem fazer melhorias e ser um pouco mais ousados”, sublinhou.

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Ponto Final

A hora da verdade

Ribeiro CristóvãoJornalista

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Na fase mais crucial da temporada, estamos à porta das gran-des decisões que irão determinar a posição correcta das equipas numa escala de valores onde os mais fortes assumem, por norma, lugar preponderante.É verdade que em relação à Liga principal ainda não é chegado o tempo de se saber qual a ordem por que fi carão alinhados todos os concorrentes. Nas posições cimeiras há dúvidas por esclare-cer, embora a atribuição do tÍtulo se circunscreva neste momento apenas a Benfi ca e Braga. O mesmo acontece relativamente aos demais lugares a distribuir nas competições europeias, e, para não escapar a esta regra, também ainda não há certezas quanto às descidas de divisão.No imediato assumem, porém, maior importância, as presenças na Liga Europa e a fi nal da Taça da Liga, que no próximo domin-go promete um desafi o escaldante no estádio do Algarve, tendo como protagonistas duas equipas para as quais uma vitória repre-senta, neste momento, um trunfo deveras importante.Para o Benfi ca será o amealhar da primeira conquista da tempo-rada, depois de ter visto desaparecer do seu horizonte a possibi-lidade de chegar ao Jamor e levantar a Taça de Portugal.Os portistas, ao contrário, poderão juntar esse troféu à Super-taça, ganha numa altura em que a época de futebol dava ainda os primeiros passos. E por tudo isto se afere a importância que representa sair do estádio mais a sul a cantar vitória, depois de um jogo para o qual o “estado” actual das duas equipas poderá até nem ser determinante.Mais cedo ainda, o calendário aponta para esta quinta-feira um momento decisivo da antiga Taça Uefa, onde Sporting e Benfi ca correm riscos iguais perante a qualidade de Atlético de Madrid e Marselha. Face aos resultados de há uma semana, e caso não marquem golos, as equipas da Segunda Circular lisboeta fi carão irremediavelmente pelo caminho, ainda que o futebol que prati-cam por estes dias, dê para alimentar tal esperança.Só que, daí até chegar com sucesso às balizas contrárias ainda vai uma enorme distância. Está pois, chegada a altura de as nossas principais equipas de-monstrarem que têm verdadeiro estofo para integrar a Europa do futebol, do que aliás muitos mantêm verdadeiras e justifi cadas dúvidas neste momento.

Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca

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Liga dos Campeões

Mourinho regressa a Stamford Bridge

O Inter de Milão, de José Mourinho, procura hoje, às 19h45, em Lon-dres, frente ao Chelsea, um lugar nos quartos de fi nal da Liga dos Campeões em futebol, depois da vitória em Itália por 2-1.O jogo marca o regresso de Mouri-nho a Stamford Bridge, depois dos títulos que conquistou no clube in-glês. Nos convocados pelo treinador português está Quaresma, também ele ex-jogador do Chelsea.Na formação londrina, o técnico italiano Carlo Ancelotti vai ter que actuar com o terceiro guarda-redes (Ross Turnbull), face às lesões de Petr Cech e de Hilário.No outro jogo de hoje da Liga dos Campeões, o Sevilha recebe o CSKA de Moscovo, depois do 1-1 na pri-meira mão.

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A ministra da Educa-ção entregou hoje o Prémio Nacional de

Professores a Alexan-dre Costa, professor

na Escola Secundária de Loulé. Foram

também entregues o Prémio de Mérito

Carreira, a José Dias Gabriel, que liderou a Secundária D. Egas Moniz, em Resende, durante 22 anos, o

Prémio de Mérito Inovação, a Wagner

Diniz, responsável pelo projecto Or-

questra Geração em Portugal, e o Prémio de Mérito Liderança,

a Antónia Vidal de Castro, directora da

Secundária Júlio Dinis, em Ovar.

Olhar

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A 16 de Março de 1978...

Sequestrado Aldo Moro, ex-primeiro-ministro italianoPedro Rios »

A Itália não quis acreditar quando a 9 de Maio de 1978 o ex-primeiro-ministro Aldo Moro foi assassina-do. Foi o fi m trágico de um sequestro que começou a 16 de Março desse ano, perpetrado pelas Brigadas Vermelhas, grupo terrorista de extrema-esquerda. Aldo Moro, 61 anos, presidente da Democracia Cris-tã, foi raptado em Roma, em plena hora de ponta da manhã, por 12 homens armados. Segundo testemunhas, um Fiat branco e um moto-ciclo guiado por um homem surgiram frente ao caro em que seguia Moro. O Fiat travou de repente e o carro de Moro chocou, dando tempo para a saída de homens armados do veículo e o aparecimento de outros terroristas, que estavam nas redondezas. “Raptámos Aldo Moro. É apenas a nossa primeira ví-tima. Vamos atacar o coração do estado”, disse um membro das Brigadas Vermelhas, por telefone, a um jornal de Roma. Condição para a libertação de Aldo Moro: a suspensão do julgamento de Renato Curcio, que se suspeitava ser o líder das Brigadas Vermelhas, e outros 14 alegados membros do grupo.Moro esteve dois meses numa localização secreta em Roma. Apesar das suas cartas, a solicitar ao Governo que negociasse com os raptores, e dos pedidos no mesmo sentido de família, amigos e do Papa Paulo VI, o Executivo italiano não cedeu. O corpo de Moro seria encontrado baleado na mala de um carro na Via Caetani, no centro de Roma.José Medeiros Ferreira, ministro dos Negócios Estran-

geiros no I Governo Constitucional, não conheceu Aldo Moro pessoalmente, mas lembra-o como “uma fi gura excepcional, fora de série, que queria romper com o modo tradicional de fazer política em Itália”. “A Democracia Cristã já tinha tentado uma abertura ao centro esquerda, mas com Aldo Moro essa política dá um passo em frente”, diz. Moro propõe o Compromisso Histórico, uma aliança com o Partido Comunista que “causou a maior per-plexidade”. As Brigadas Vermelhas estavam no lote de opositores dessa ideia.Na altura, Medeiros Ferreira considerou a acção “in-compreensível”, sobretudo porque a Itália era um regime democrático. Trinta e dois anos depois, a ac-ção terrorista parece-lhe “misteriosa e condenável”. “Ainda hoje não vejo nenhumas justifi cações”, diz. O ex-ministro elogia a coragem do Papa Paulo VI, mas não entende a atitude do governo italiano e mesmo da Democracia Cristã, que recusou a negociação com os terroristas.

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Foto: Nuno Veiga/LUSA

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Face Oculta

PGR: cala-te boca...

O Procurador Geral da República (PGR) garante que não voltará a pronunciar-se sobre o processo Face Oculta e, em particular, sobre a po-lémica em torno das certidões sobre as escutas que envolvem o Primeiro-ministro.Questionado, em Guimarães, sobre o assunto, Pinto Monteiro sublinhou não ter esclarecimentos adicionais sobre o tema e manifestou o desejo de que o processo se desenrole den-tro de total normalidade. Já sobre o caso Freeport, o PGR dis-se não ter novas informações sobre o processo, desde há, pelo menos, quatro meses.

São Carlos

Canavilhas vai afastar Damman

A ministra da Cultura prepara-se para afastar o director artístico do Teatro Nacional de São Carlos, Chris-toph Damman.Convidado para substituir Paolo Pi-namonti, afastado pela ex-ministra Isabel Pires de Lima, Damman vai hoje, ao fi nal da tarde, ao Palácio Nacional da Ajuda, onde será re-cebido por Gabriela Canavilhas. A Renascença apurou que na reunião deverá ser feito o convite para uma demissão.Antes de Christoph Damman, Cana-vilhas recebe a direcção da OPART, a empresa pública que gere o teatro de ópera de Lisboa. Damman tem ainda dois anos de contrato, pelo que em negociação estará a indem-nização que o Estado terá de pagar.Gabriela Canavilhas tem acompa-nhado de perto a temporada do São Carlos, marcada por espectáculos que têm sido alvo de más notas por parte da crítica musical.

Kosovo

Militar português morreu após teste de aptidão físicaUm militar português, destacado no Kosovo, morreu hoje, na se-quência de uma prova de aptidão física, segundo um comunicado do Estado-Maior das Forças Armadas. “O militar desfaleceu e perdeu os sentidos. Assistido de imediato pelo enfermeiro e médico do contingen-te no sentido da sua reanimação o militar teve que ser prontamente evacuado para o hospital militar próximo, onde viria a falecer”, re-fere o comunicado.De acordo com a nota das Forças Armadas, a vítima mortal foi o 1º cabo José Bernardino, de 28 anos.A família do militar já foi informada da situação, estando a ser acompa-nhada e apoiada por psicólogos do Exército.

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Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro, Luís Manuel David Soromenho de Alvito e Luiz Gonzaga Torgal Mendes Ferreira. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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ACAP critica Governo

A associação do comércio automóvel acusa o Governo de ataque ao sector, através do corte dos incentivos ao abate de veículos. O PEC só prevê incentivos na compra de auto-móveis eléctricos e de elevado desempenho ambiental.

Nova apreensão de tabaco

A Direcção Geral das Alfandegas apreendeu quase meio milhão de cigarros, em Portimão, num dos barcos que faz a linha regular Portimão–Funchal–Tenerife–Las Palmas.

Isenção para “Limpar Portugal”

O Governo atribuiu à organização “Limpar Portugal” um regime excecional sobre a taxa de gestão de resíduos, publicado hoje em Diário da República.

Cemitério vandalizado em PortalegreO cemitério da cidade de Portalegre foi vandalizado na madrugada de hoje, tendo sido destruídas sete campas e um ossário, divulgou, est atrde, a autarquia.