Md Térmica Final
-
Upload
marlon-neves -
Category
Documents
-
view
8 -
download
3
Transcript of Md Térmica Final
O
PROJECTO DE ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
AUTORES:
Jair Macedo Do Rosario
Jorge Carlos Do Rosario Monteiro
Marlon Antonio Nascimento Neves
Rui Jorge dos Santos Delgado
DOCENTE:
Vera Cibele Neves Marques
DISCIPLINA: A.T.E.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
1
Índex
Capítulo I ................................................................................................................................................. 2
1. Introdução ........................................................................................................................................... 2
1.1 Objectivos.......................................................................................................................................... 3
1.2 Estrutura do trabalho ......................................................................................................................... 3
Capítulo II................................................................................................................................................. 4
2.1 Análise do conforto térmico................................................................................................................ 4
2.2 Noção de conforto térmico ................................................................................................................. 4
2.3 Balanço térmico do corpo humano ...................................................................................................... 4
Capítulo III................................................................................................................................................ 6
3. Apresentação do edificio em estudo...................................................................................................... 6
3.1 Memoria Descritiva de Arquitectura / Estabilidade............................................................................... 6
3.1 .1 – Caracterização e confrontações do Lote ........................................................................................ 6
3.1 .2 – Desenvolvimento e distribuição interna do edifício ........................................................................ 6
3.1 .3 – Características construtivas ......................................................................................................... 7
Capítulo IV ............................................................................................................................................... 8
4 Apresentação e análise dos resultados ................................................................................................... 8
4.1 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE .................................................................................. 8
4.2 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE ............................................................................... 11
Verificação do Edificio............................................................................................................................. 11
Capítulo V .............................................................................................................................................. 18
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 18
Bibliografia ............................................................................................................................................. 19
Anexos ................................................................................................................................................... 20
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
2
Capítulo I
1. Introdução
O conforto ambiental, proporcionado pelos edifícios aos seus ocupantes, assume uma crescente importância na fase de projecto dos mesmos, enquanto factor condicionante da saúde e produtividade de quem os utiliza.
Atendendo a que no dia-a-dia o Homem passa grande parte do seu tempo dentro das
edificações, torna-se importante garantir que os edifícios projectados e construídos ofereçam níveis de conforto adequados, os quais são determinados por factores como a poluição do ar interior, o ruído, a iluminação, a ventilação natural e o ambiente térmico.
Em correspondência com o desenvolvimento tecnológico e aumento do padrão de vida das
sociedades modernas, a concepção dos edifícios ocupados pelo Homem, quer para habitação quer para trabalho ou lazer, passou a ser orientada por um conjunto de exigências funcionais nas quais o conforto ganha particular destaque por ser de percepção imediata e directa para o utilizador.
Cabo Verde, por não possuir ainda regulamentação sobre a matéria, denota-se uma lacuna no
que diz respeito às exigências técnicas a nivel da elaboração de projectos, capazes de proporcionar aos seus utentes, um conforto termico aceitavel.
Neste contexto, procedeu-se a um estudo de avaliaçao termica de um edificio Uni familiar em
Cabo Verde, utilizando o regulamento Português, o RCCTE (Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 80/2006, de 4 de Abril.
Para que os resultados obtidos fossem, o mais real possivel, enquadrou-se o arquipelago de
Cabo Verde com o dos Açores e da Madeira, dando realce aos requisitos que dizem respeito a região Autónoma da Madeira , por este se assemelhar mais ao Pais.
Associado ao garante do conforto térmico dos edifícios, está o recurso a equipamentos e
sistemas artificiais de climatização (aquecimento, ventilação,…), que representam uma importante fatia do consumo energético imputado aos edifícios, o que levanta a problemática relativa ao consumo excessivo de recursos naturais e economicos, principalmente num Pais de parcos recursos, como Cabo Verde, que tem vindo nos ultimos anos dando sinal de querer mudar a sua politica energética, no tocante a recursos renovaveis com a instalacão de novos parques Eolicos e Fotovoltaicos.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
3
1.1 Objectivos
Reconhecendo que a análise do conforto térmico de edifícios afigura-se como uma tarefa com um amplo espectro de análise pela diversidade de tipologias, arquitectura e usos dos edifícios, há que definir e delimitar o objecto de estudo deste trabalho. Assim, neste estudo procede-se à avaliação das condições de conforto térmico verificadas num edifício do sector residencial já edificada.
O trabalho prático, consiste na concepção de um relatório técnico da avaliação de um
edifício de acordo com o disposto no Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE).
Neste âmbito, procura-se avaliar as condições de conforto térmico das soluções construtivas, representativas de um edificado residencial em Cabo Verde, analisando a influência da orientação do edifício, dispositivo de sombreamento adoptado e ainda da localização da fracção, piso intermédio ou de cobertura nos resultados do conforto térmico do edifício em regime de funcionamento livre.
Pretende-se, numa primeira fase, que o estudo dos diferentes parâmetros seja efectuado
aos elementos existentes em cada um dos projectos. Posteriormente pretende-se que sejam definidas e validadas as alterações necessárias para
dar cumprimento aos requisitos regulamentares e de confortos mínimos.
Revela-se pertinente estudar tambem, até que ponto, o edifício assegura as condições de conforto térmico, apenas pelas suas características construtivas, sem recorrer a equipamentos e sistemas mecânicos de climatização - edifícios em regime de funcionamento livre.
Edifícios que em regime de funcionamento livre, assegurem níveis de conforto mais
elevados, apresentarão um menor consumo energético para reduzir ao maximo o diferencial entre o nível de conforto térmico proporcionado pelo próprio edifício e as condições ideais de conforto.
1.2 Estrutura do trabalho
Este trabalho é constituído por cinco capítulos.
No capítulo I é feita a introdução, onde se enquadra o tema do trabalho, explica-se o objectivo do mesmo e apresenta-se a organização e estrutura utilizada.
No capítulo II apresentam-se os fundamentos teóricos subjacentes à análise de conforto térmico dos edifícios, introduzindo-se a abordagens da análise de conforto térmico – (principais factores condicionantes do conforto térmico).
Reserva-se o capítulo III para a apresentação dos casos de estudo, justificando-se as opções tomadas e hipóteses assumidas.
O capítulo IV destina-se à apresentação dos resultados do estudo desenvolvido, procurando-se enfatizar os dados de maior relevância retirados da realização do trabalho.
As conclusões são feitas no capítulo V, reflectindo a análise dos resultados efectuada no
capítulo anterior.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
4
Capítulo II
2.1 Análise do conforto térmico
Este capítulo é dedicado à apresentação da noção de conforto térmico, à descrição dos factores que condicionam este tipo de conforto em edifícios, à explicação das abordagens de análise do conforto térmico em edifícios.
2.2 Noção de conforto térmico
O conforto térmico é “a condição da mente que expressa satisfação com o seu ambiente térmico”. Deste modo, e à semelhança das outras noções de conforto, o conforto térmico demonstra-se de difícil definição na medida em que estando dependente da satisfação de determinadas condições fisiológicas quantificáveis, é igualmente condicionado por factores subjectivos (variantes pessoais) cuja quantificação reveste-se de uma elevada complexidade.
Como referido, a noção de conforto térmico relaciona-se com a satisfação de aspectos físico
- biológicos resultantes da condição de homeotermia do homem, funcionando o corpo humano praticamente a temperaturas constantes, oscilando estas entre 36,1°C e 37,2°C, em condições de saúde. A manutenção desta temperatura é conseguida através do aparelho termo-regulador que controla o aumento das perdas ou a redução dos ganhos de calor através de um conjunto de processos como a vasoconstrição, o arrepio, a vasodilatação e a exsudação que resultam na sensação de desconforto e fadiga.
Assim, a sensação de conforto térmico está associada a um estado de neutralidade térmica,
o qual é induzido pelo balanço térmico das trocas de calor entre o corpo humano e o meio que o rodeia representado pela equação (2.1).
METABOLISMO = TROCAS DE CALOR POR (CONDUÇÃO + CONVECÇÃO + RADIAÇÃO + EVAPORAÇÃO) (2.1)
Existe, pois, uma contínua interacção entre o corpo e o ambiente que o envolve
consubstanciando-se em trocas de calor regidas pelas leis da física, influenciadas e condicionadas por factores ambientais, individuais e mecanismos de adaptação fisiológica.
2.3 Balanço térmico do corpo humano
O equilíbrio térmico, é atingido quando a taxa de produção de energia sob forma de calor pelo corpo humano iguala a taxa de calor cedida para o ambiente envolvente quer seja por meio de processos de condução - contacto directo do corpo com a envolvente do contorno do ambiente interior -, de convecção e de radiação - entre a superfície do corpo exposta e o ar e as superfícies da envolvente -, quer através dos processos de respiração e evaporação.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
5
Em termos matemáticos, a expressão do balanço térmico entre o corpo e o meio envolvente, e atendendo apenas aos aspectos fisiológicos, poderá ser traduzida, como proposto por Fanger (1970), pela expressão (2.2)
Sendo:
S = ( M – W ) – Qsk + Qres ( W/m2 ) (2.2)
QSK = C + R + Ersw + Edif ( W/m2 ) (2.3) Qres = Cres + Eres ( W/m2 ) (2.4)
Nas equações anteriores, os diferentes termos têm o seguinte significado: S - taxa de calor acumulado no corpo (W/m2); M - taxa de metabolismo (W/m2); W - taxa de trabalho mecânico realizado (W/m2); Qsk - taxa total de calor perdido pela pele (W/m2); Qres - taxa total de calor perdido pela respiração (W/m2); C+R - perdas de calor sensível pela pele por convecção e radiação (W/m2); Ersw - taxa de calor perdido por evaporação da transpiração (W/m2); Edif - taxa de calor perdido por difusão do vapor através da pele (W/m2); Cres - taxa de perda de calor convectivo na respiração (W/m2); Eres - taxa de perda de calor evaporativo na respiração (W/m2).
As taxas de metabolismo adoptadas correspondem a valores médios registados por meio de
ensaios fisiológicos, e que se encontram disponíveis em muitos textos da especialidade, apresentando-se no Quadro 2.1 os valores associados a algumas actividades típicas.
Quadro 2.1 - Nível de metabolismo em função da actividade física desenvolvida
Actividade W met*
Em repouso 80 – 100 0,8 – 1,0
Actividade sedentária 100 – 120 1,0 – 1,2
Trabalho leve 140 – 180 1,4 – 1,8
Trabalho oficinal médio 200 – 300 2,0 – 3,0
Ginástica 300 – 400 3,0 – 4,0
Desporto de competição 400 - 600 4,0 – 6,0
*1 met = 58,15 W/m2, área média do corpo humano A = 1,75 m2
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
6
Capítulo III
3. Apresentação do edificio em estudo
3.1 Memoria Descritiva de Arquitectura / Estabilidade
A presente memória descritiva, refere-se a um Edifício Residencial Unifamiliar executado num terreno localizado em Ribeira de Julião – São Vicente.
3.1 .1 – Caracterização e confrontações do Lote
O referido lote de configuração rectangular, tem uma área de 78.00 m2 e confina à Nordeste
e Sudoeste com ruas a Sudeste e NorteOeste. A área coberta ocupa todo o lote.
3.1 .2 – Desenvolvimento e distribuição interna do edifício
O referido edifício desenvolveu- se em dois pisos e tem a seguinte compartimentação:
1º Piso – Constituida por uma área social, ou seja, sala comum, cozinha, W.C., um pátio e
garagem.
2º Piso – Acolhe a zona privada, a saber, um quarto de casal com closet e respectiva casa de
banho, dois quartos, casa de banho e varandas.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
7
3.1 .3 – Características construtivas
Fundações – executadas em alvenaria de pedra com dimensões indicadas na respectiva peças
desenhadas,descendo a uma profundidade não inferior a 0,60 m incluindo vigas de fundação.
Paredes em elevação – paredes de pedra e blocos de betão com espessura de 0,40; 0,20 e 0,10
assentes com argamassa de cimento e areia.
Pavimentos – executadas sobre as lajes de betão armado, aplicados betonilha de 0,25m de
espessura e preparação para o revestimento de mosaicos cerâmicos ou révigres, aplicados nos
pavimentos.
Roda - Pés – todos de material igual ao pavimento.
Tectos - todos os tectos levaram uma massa de remate, tratados a massa de areia fina e pintados
com tintas da cor clara.
Cobertura – a cobertura foi executada em laje de betão armado com 15 cm de espessura.
Revestimentos – rebocos feito com argamassa de cimento afagados com esponja. Nas instalações
sanitárias e cozinha foram aplicados sobre rebocos, azulejos de qualidade, até a altura de 1,75m.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
8
Rebocos – todas as paredes rebocadas tanto no interior como no exterior com argamassa de
cimento e areia.
Caixilhos e portas – Aros e guarnição. Todas construídas por peças de alumínio e madeira.
Pintura – todas as paredes estão pintadas a tinta de água,(cores claras), assim como as pinturas
das portas e janela de tinta esmaltadas.
Capítulo IV
4 Apresentação e análise dos resultados
4.1 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE
REGULAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS EDIFÍCIOS
CAPÍTULO I Objecto e âmbito de aplicação
Artigo 1°
Objecto
O presente Regulamento estabelece as regras a observar no projecto de todos os edifícios de habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados de modo que:
a) As exigências de conforto térmico, seja ele de aquecimento ou de arrefecimento, e de ventilação para garantia de qualidade do ar no interior dos edifícios, bem como as necessidades de água quente sanitária, possam vir a ser satisfeitas sem dispêndio excessivo de energia;
b) Sejam minimizadas as situações patológicas nos elementos de construção provocadas pela ocorrência de condensações superficiais ou internas, com potencial impacte negativo na durabilidade dos elementos de construção e na qualidade do ar interior.
(…)
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
9
Artigo 2°
Âmbito de aplicação
1 - O presente Regulamento aplica-se a cada uma das fracções autónomas de todos os novos edifícios de habitação e de todos os novos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados, independentemente de serem ou não, nos termos de legislação específica, sujeitos a licenciamento ou autorização no território nacional, com excepção das situações previstas no n.o 9. 2 - Para efeitos do presente Regulamento, entende - se por fracção autónoma de um edifício cada uma das partes de um edifício dotadas de contador individual de consumo de energia, separada do resto do edifício por uma barreira física contínua, e cujo direito de propriedade ou fruição seja transmissível autonomamente. 3 - Quando um grupo de edifícios tiver um único contador de energia, o presente Regulamento aplica-se, nos termos do n.o 1, a cada um dos edifícios separadamente. 4 - Nos edifícios com uma única fracção autónoma constituídos por corpos distintos, as exigências do presente Regulamento devem ser verificadas por corpo. 5 - O presente Regulamento também é aplicável às grandes intervenções de remodelação ou de alteração na envolvente ou nas instalações de preparação de águas quentes sanitárias dos edifícios de habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados já existentes, independentemente de serem ou não, nos termos de legislação específica, sujeitos a licenciamento ou autorização no território nacional, com excepção das situações previstas no n° 9. 6 - Por grande remodelação ou alteração entendem- se as intervenções na envolvente ou nas instalações cujo custo seja superior a 25% do valor do edifício, calculado com base num valor de referência Cref por metro quadrado e por tipologia de edifício definido anualmente em portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do , do ordenamento do território e habitação, publicada no mês de Outubro e válida para o ano civil seguinte.
(…)
Artigo 4°
Caracterização
1 - Para efeitos do presente Regulamento, a caracterização do comportamento térmico dos edifícios faz-se através da quantificação de um certo número de índices e de parâmetros. 2 - Os índices térmicos fundamentais a quantificar são os valores das necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento (Nic), das necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc) e das necessidades nominais anuais de energia para produção de águas quentes sanitárias (Nac), bem como as necessidades globais de energia primária (Ntc). 3 - Os parâmetros complementares a quantificar sob condições específicas são: a) Os coeficientes de transmissão térmica, superficiais e lineares, dos elementos da envolvente; b) A classe de inércia térmica do edifício ou da fracção autónoma; c) O factor solar dos vãos envidraçados; d) A taxa de renovação de ar.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
10
4 - Para a garantia do conforto térmico e da qualidade do ar no interior dos edifícios e para o cálculo da energia necessária para a produção da água quente sanitária, os índices referidos no n.o 2 são calculados com base em condições de referência definidas no artigo 14.o e actualizáveis por portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do território e habitação. 5 - Para efeitos do presente Regulamento, o País é dividido em zonas climáticas de Inverno e de Verão, nos termos do anexo III do presente Regulamento e que dele faz parte integrante, actualizável por portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do território e habitação.
(…)
Artigo 13°
Responsabilidade pelo projecto e pela execução
A responsabilidade pela demonstração do cumprimento das exigências decorrentes do presente Regulamento tem de ser assumida por um arquitecto, reconhecido pela Ordem dos Arquitectos, ou por um engenheiro, reconhecido pela Ordem dos Engenheiros, ou por um engenheiro técnico, reconhecido pela Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos, com qualificações para o efeito.
(…)
ANEXO III
Zonamento climático
Número de graus-dias de aquecimento (na base de 20°C) correspondente à estação
convencional de aquecimento; Duração da estação de aquecimento; Temperatura exterior de projecto de Verão; Amplitude térmica média diária do mês mais quente.
(…)
ANEXO IV
Método de calculo das necessidades de aquecimento
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
11
4.2 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE
Verificação do Edificio
O edificio foi executado de forma tradicional onde as alvanarias são em blocos de batão
revestido com argamassa de cimento no interior e exterior, com laje de cobertura executada de
acordo com o projecto estrutural, em betão armado rebocado inferiormente e colocado uma
camada de forma (massame) regularizada com betonilia esquartejada.
Paredes exteriores
Cobertura
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
12
Calculo dos coeficientes globais de transferência de calor (U) de acordo com o anexo VII (ponto 1) do RCCTE
Quadro dos coeficientes de condutibilidade termica dos materiais.
MATERIAL K
(w/m◦C) e (m)
Betão Armado 1,75
Reboco Interior 1,15
Reboco exterior 1,15
Vidro 0.035 0.005
blocos de betão 1.65
Camada de regularização de betão leve (Massame) 1.3 0.05
Mosaico/ Azulejo 1.3 0,01
Coeficientes de Convecção
hi (w/m2K) he (w/m2K)
8,3 25
hi – Coef. de convecção interior
he – Coef. de convecção exterior
Parede exterior
Material e (m) k (W/m'C) R (m2 °C/W)
Reboco exterior 0,025 1,150 0,02
Bloco de betão 0,2 1,650 0,12
Reboco interior 0,025 1,150 0,02
Total 0,25 U=
2,99
W/m!°C
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
13
Cobertura terraço
Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)
Betonilha 0,030 1,150 0,03
Massame 0,050 1,150 0,04
Betão armada 0,150 1,750 0,09
Reboco inferior 0,015 1,150 0,01
Total 0,245 U=
2,96
Wim2 °C
Parede interior espessura 0.20 m
Material e (m) k (W/m'C) R (m2 °C/W)
Reboco interior 0,015 1,150 0,01
bloco de betão 0,2 1,650 0,12
Reboco interior 0,015 1,150 0,01
Total 0,23 U=
2,46
Wim2 °C
Parede com local não aquecido
Material e (m) k (W/m'C) R (m2 °C/W)
Reboco interior 0,015 1,150 0,01
bloco de betão 0,2 1,650 0,12
Reboco interior 0,015 1,150 0,01
Total 0,23 U=
2,46
Wim2 °C
Laje térreas
Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)
Mosaico cerâmico 0,015 1,300 0,01
Camada de regularização de betão leve
0,050 1,300 0,04
Camada de regularização de betão leve (Massame)
0,100 1,300 0,08
Total 0,165 U=
3,89
Wim2 °C
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
14
Laje pavimentos
Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)
Mosaico cerâmico 0,015 1,300 0,01
Camada de regularização de betão leve (Massame)
0,050 1,300 0,04
Betão armado 0,150 1,750 0,09
Reboco interior 0,015 1,150 0,01
Total 0,215 U=
2,45
Wim2 °C
Vãos envidraçados
Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)
vidro simples 0,0050 0,035 0,14
Total 0,005 U=
3,20
Wim2 °C
Cálculo da Inércia Térmica de acordo com o anexo VII (ponto 2) do RCCTE
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
15
Elemento de Construção Msi
[kg/m2]
Si
[m2]
Factor de Correcção, r
Msi . r . Si (kg)
EL1 - Paredes envolvente exterior 150,00 58,58 1,00 4393,5
EL2 - Paredes envolvente interior 0.10 118,50 40,02 0,50 2371,185
EL1 - Paredes envolvente interior 0.20 150,00 50,23 0,50 3767,4
EL1 - Cobertura 150,00 70,00 1,00 10500 EL2 - Pavimentos contacto
com o solo 150,00 45,23 1,00 6784,5 EL3 - Pavimentos interiores 300,00 52,74 0,50 7911
Total 35727,585 Forte
/
Área de Pavimento,
Ap [m2] 70
It [kg/m
2] 510
De acordo com o quadro VII.6 do anexo VII o edificio tem uma inercia termica forte, It =(510) >400.
Analise Termica do Edificio
Perdas Associadas a envolvente exterior
Folha de Cálculo FCIV.1ª
Perdas associadas à Envolvente Interior
Folha de Cálculo FCIV.1b
Perdas Associadas aos Vãos Envidraçados Exteriores
Folha de Cálculo FCIV.1c
Perdas associadas à Renovação de Ar
Folha de Cálculo FC IV.1d
Ganhos Úteis na Estação de Aquecimento (Inverno)
Folha de Cálculo FC IV.1e
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
16
Valor Máximo das Necessidades de Aquecimento (Ni)
Folha de Cálculo FC IV.1f
Cálculo do Indicador Nic
Folha de Cálculo FC IV.2
Perdas
Folha de cálculo FCV.1ª
Ganhos Solares pela Envolvente Opaca
Folha de Cálculo FC V.1c
Perdas associadas a Coberturas e Envidraçados Exteriores (Verão)
Folha de Cálculo FC V.1b
Ganhos Solares pelos Envidraçados Exteriores
Folha de Cálculo FC V.1d
Ganhos Internos
Folha de cálculo FC V.1ef
Ganhos Totais na estação de arrefecimento (verão)
Folha de cálculo FC V.1ef
Valor das Necessidades Nominais de Arrefecimento (Nvc)
Folha de cálculo FCV.1g
Cálculo das necessidades de energia para preparação de água quente sanitária
Folha de cálculo AQS
Necessidades Globais de Energia Primária
Folha de cálculo Ntc e Nt
FICHA nº1
Folha de cálculo Ficha 1a
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
17
Mapa de Valores Nominais para o Edifício
Folha de cálculo Ficha 1b
FICHA 2
Folha de cálculo Ficha 2
FICHA 3
Folha de cálculo FICHA 3
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
18
Capítulo V
5. CONCLUSÃO
Terminada a exposição dos resultados obtidos e sua análise, apresentam-se aqui, as
conclusões e observações finais a retirar da elaboração deste trabalho.
O presente trabalho consistiu na análise do conforto térmico da solução construtiva de um
edificio, para a zona climática do Arquipelago de Cabo Verde, utilizando para o efeito, o
Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), mais
concretamente a zona climatica da Região Autonoma da Madeira, no que respeita ao projecto
térmico de edifícios.
Sendo o RCCTE o documento que determina as exigências mínimas no projecto térmico de
edifícios e apresentando um método de cálculo que tem por base as necessidades energéticas de
aquecimento e arrefecimento dos mesmos, limita-se, em termos de conforto térmico, a estabelecer
temperaturas interiores de projecto para as estações convencionais de arrefecimento e
aquecimento.
Assim, é de notar que foram verificadas de acordo com o RCCTE, sem recurso a quaisquer
alterações das caracteristicas construtivas, todos os índices térmicos fundamentais que foram
quantificados tais como: o valores das necessidades nominais anuais de energia útil para
aquecimento (Nic), as necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc), as
necessidades nominais anuais de energia para produção de águas quentes sanitárias (Nac) e as
necessidades globais de energia primária (Ntc).
Deste modo concluiu-se que o edificio existente esta em conformidade com as condições
minimas de conforto termico exigido pelo Regulamento das Características de Comportamento
Térmico dos Edifícios.
Com a realização deste trabalho constactou-se a necessidade imperiosa da implementação
de um Regulamento Térmico dos Edificios adaptado às caracteristicas do Pais, de modo a
proporcionar melhor conforto ambiental aos seus ocupantes.
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
19
Bibliografia
Apontamentos fornecidos pela docente da cadeira.
RCCTE – Regulamento das Caracteristicas do Comportamento Termico de Edificios
Tabelas Tecnicas; A. Correia dos Reis; M.Brazão Farinha; J.P.Brazão Farinha (2007)
PROJECTO ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR
UNICV – DECM : Complemento Licenciatura em Engenharia Civil 2011
Dis
cipl
ina:
ATE
_ A
nalis
e Té
rmic
a de
Edi
ficio
20
Anexos