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  • 7/31/2019 Me do mundo Leadbeater

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    A ME DO MUNDOCOMO SMBOLO

    E COMO FATO

    C.W. Leadbeater

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    Impresso do Centenrio, 1975Primeira Edio em 1928

    Reimpresso em 1949 e 1968

    The Theosophical Publishing HouseAdyar, Chennai ( Madras), 600 020, India

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    Ser melhor que eu comece com uma declarao definida sobre o que eu pessoalmente sei arespeito da Me do Mundo, tratando dos fatos como eles so, e da maneira como eles nosinteressam e influem no trabalho que temos de fazer - deixando de lado por ora todos os mitos

    que se agruparam em Seu redor.

    A Me do Mundo, ento, um Ser grandioso que est testa de um grande departamento daorganizao e governo do mundo. Em verdade Ela um poderoso Anjo, tendo sob Suas ordensuma vasta falange de Anjos subordinados, a quem Ela mantm perpetuamente empregados notrabalho que Lhe cabe particularmente. Este trabalho tem tantas e to maravilhosas ramificaesque no fcil darmos sequer a idia mais geral dele em poucas frases. Por enquanto bastardizer que num sentido muito real Ela tem sob Sua responsabilidade todas as mulheres do mundo,e especialmente no tempo de sua provao maior, quando elas exercem a funo suprema queDeus lhes confiou, ao tornarem-se mes.

    Contam-se muitas histrias, especialmente entre os camponeses, de mulheres que viram a Medo Mundo ao seu lado naquelas horas cruciais, e muitas que no tiveram o privilgio de v-Lamesmo assim sentiram a ajuda e a fora que Ela derrama. Por que A veriam os camponeses, eno as pessoas mais intelectualizadas? Exatamente porque aqueles que se desenvolveramintelectualmente muitas vezes mergulharam naquela parte de sua conscincia que exclui grande

    parte da impressionabilidade preservada pelos outros que vivem mais prximos da Natureza.No obstante, s vezes tambm os mais desenvolvidos A vem. Uma dama da nobreza inglesame contou que sob circunstncias similares ela tambm viu ao lado de seu leito um grande Anjo,que maravilhosamente provocou nela uma espcie de inconscincia, a fim de amenizar a dor emcertos momentos.

    Talvez seja esta Sua maior e mais impressionante funo; mas Ela tambm tem uma outra que Aleva para a mais estreita relao com a humanidade, pois Ela tornou parte de Sua obra tentarmitigar o sofrimento do mundo, agir como Consoladora, Confortadora, Auxiliadora de todos osque esto em atribulao, tristeza, necessidade, doena ou qualquer outra adversidade. Paraaqueles que so alheios a esta linha de idias eu recomendaria a consulta de uma tocante histriaintitulada Consolatrix Afflictorum, no livro The Light Invisible, do Monsenhor R. H. Benson, etambm o livreto The Call of the Mother, de Lady Emily Lutyens.

    Todos os estudiosos de Teosofia esto a par da existncia da poderosa e gloriosa Hierarquia queconstitui o Governo interno e espiritual do mundo. Quem deseja entender algo sobre esta

    organizao faria bem em consultar um diagrama muito claro e til que aparece como a Figura118 emFirst Principles of Theosophy, de C. Jinarajadasa. Deste diagrama vemos que enquanto oRei Espiritual, o Senhor do Mundo, supremo acima de todos, e o Senhor Buddha Seuimediato como Lder espiritual do Segundo Raio, os outros cinco Raios (embora cada um sejagovernado por seu prprio Regente ou Chohan especial) esto todos reunidos sob a direo deum alto Oficial chamado Mahachohan. Vemos ento que o Senhor Manu Vaivasvata, o SenhorBodhisattva Maytreia e nosso Senhor o Mahachohan atuam em um certo nvel bem definidocomo representantes dos Trs Aspectos do Logos Solar, at onde interessa ao trabalho nos planosinferiores; no conhecemos nenhum outro Grande Ser que esteja naquele nvel exceto algum que,tendo desempenhado alta funo no passado, agora trabalha em outro lugar.

    Ficando assim esclarecidos os degraus da Hierarquia, e tabulado o arranjo dos diferentes Raios eseus Lderes ou Chohans, de imediato se ver que o trabalho da Me do Mundo no poderia ser

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    includo nesta lista, pois este trabalho no pertence a Raio nenhum em especial, mas atua de umamaneira protetora para as mulheres nativas de todos os Raios. Alm disso, a lista dada aqui nosindica apenas as linhas de atividade do que podemos chamar de parte humana da Hierarquia.Mas lembremos que o Senhor Maitreya o Mestre dos Anjos assim como dos homens, eexatamente do mesmo modo o grande Senhor do Mundo o Rei Espiritual no apenas da

    evoluo humana, mas tambm do reino Anglico deste planeta. Sabemos que existe uma seoAnglica da Hierarquia, mas ainda no temos nenhuma informao que nos possibilite compilarpara ela uma tabela semelhante.

    Sabemos que assim como os Adeptos dividiram o mundo em parquias, de modo que todas asnaes tm algum tipo de orientao Adepta, igualmente cada nao tem um Deva ou Anjo

    presidente. Sabemos, alm disso, que os Anjos tm uma parte verdadeiramente grande na direoda evoluo - que eles tambm presidem sobre certos distritos, e que h uma elaboradadistribuio de Devas menores e maiores, chegando at o esprito local que atua como guardio

    para um bosque, um vale, um lago. Mas nosso conhecimento ao longo destas linhas limitado efragmentrio, e a geografia poltica do mundo sob a tica da Hoste Anglica ainda est para ser

    escrita. Portanto, provavelmente seja temerrio tentarmos uma comparao entre as pessoasaltamente evoludas de ambas as evolues; mas imagino que no erraremos muito seconsiderarmos a Me do Mundo, Nossa Senhora da Luz, como igual em dignidade aos Chohansque so Lderes de Raios.

    Temo que na maioria dos pases de lngua inglesa a principal dificuldade que devemos encontrarno caminho de tentarmos explicar o ofcio e trabalho da Me do Mundo ser o preconceitoextraordinariamente acirrado e irracional do Protestante comum contra a doutrina Catlica daBendita Virgem Maria. Inevitavelmente seremos acusados de tentarmos introduzir a Mariolatria,de tentarmos secretamente influenciar nossos leitores na direo do ensino da Igreja Romana,

    pois h uma vasta quantidade de equvocos ligados a este assunto. As Igrejas Romana e Gregaenvolvem o nome da Santa Virgem em profunda reverncia, embora muitos de seus membrossaibam pouco sobre o real significado do belo e potico simbolismo ligado a este nome. A Igrejada Inglaterra limitou um pouco a reverncia devida a Ela, enquanto que os outros Cristos queno pertencem a esta comunho usualmente consideram que idolatria cultuar uma mulher -uma atitude mental que o mero resultado da obtusidade e ignorncia.

    Se nestes assuntos realmente queremos entender a verdade, devemos comear libertando nossasmentes de todo o preconceito, e o primeiro ponto a compreender que ningum jamais cultuouuma mulher (ou um homem) no sentido em que o Protestante ultrajado usa a palavra. Ele incapaz de compreender - no quer compreender - a atitude Catlica em relao a Nossa Senhora

    ou aos Santos. Ns que somos estudantes de Teosofia, contudo, devemos adotar uma posiomelhor do que esta, e tentarmos descobrir o que de fato constitui a posio Catlica antes deconden-la. Citemos a Catholic Encyclopaedia (verbete 'Culto'), que pode ser tomada como umadeclarao aprovada e abalizada da Igreja Romana sobre o assunto:"H diversos graus de culto; se ele dirigido diretamente a Deus, culto superior, absoluto,supremo, ou culto de adorao, ou, de acordo com o termo teolgico consagrado, um culto delatria. Este culto soberano devido a Deus somente; endereado a uma criatura, se tornariaidolatria.

    "Quando o culto dirigido a Deus, mas s indiretamente - isto , quando o seu objeto avenerao de Mrtires, Anjos, ou Santos, um culto secundrio, dependente do primeiro, e

    relativo, pois ele honra a criatura de Deus por causa de suas relaes especiais com Ele. Ostelogos denominam este como um culto de dulia, um termo de denota servido, e implica,

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    quando usado para significar nosso culto a ilustres servos de Deus, que seu servio para Ele oque constitui seu mrito para nossa venerao.

    "Como a Santa Virgem tem uma posio separada e absolutamente principal entre os Santos, oculto a Ela dedicado se chama hyperdulia".

    Isto me parece tornar todo o assunto admiravelmente claro, e apresentar uma atitude correta edefensvel. J surgiu muita confuso derivada da traduo destas palavras gregas, com suasdelicadas nuances de significado, pelo termo nico "culto". Acho que este erro, conjugado completa ignorncia da maioria das pessoas a respeito das sutilezas das distines teolgicas, esua rapidez fatal em considerar mal a quem delas discorde, tem sido responsvel por muitos mal-entendidos e seu conseqente dio. Sugiro que entre ns e em nossa literatura faamos adistino claramente, traduzindo como "culto" somente a latreia (aqui temos a verso grega realda palavra, a Encyclopedia usa a forma latina medieval); a douleia (igualmente esta a formagrega real) poderia ser traduzida como "reverncia" ou "venerao", e hyperdouleia (o mesmocaso das outras palavras gregas) como "reverncia profunda". Mas o ponto que devemos manter

    em mente que nenhuma pessoa instruda jamais, em qualquer lugar ou tempo, confundiu areverncia devida e adequadamente oferecida a todos os grandes e santos Seres com aquele cultosuperior que s pode ser oferecido a Deus. Sobre isso no haja erro.

    J se falou muitas bobagens sobre idolatria, principalmente de parte de pessoas que so ansiosasdemais por impor sua prpria crena sobre os outros para terem ou tempo ou inclinao paratentarem entender o ponto de vista de pensadores mais sbios e tolerantes. Se eles soubessem osuficiente de etimologia para perceberem que a palavra "dolo" significa "imagem" ou"representao", talvez eles pudessem perguntar a si mesmos doque esta coisa uma imagem, ese aquela Realidade no estar por trs daquilo que tantos selvagens mal-compreendidoscultuam, em vez da madeira ou pedra de que os missionrios falam tanto.

    A imagem, a pintura, a cruz, o lingam dos Shivatas, o livro sagrado dos Sikhs - todas estascoisas so smbolos, e no os objetos de culto em si mesmas, mas so veneradas por aqueles queentendem exatamente porque elas so designadas para nos recordar de algum aspecto de Deus,

    para voltarmos nossa ateno para Ele. Na ndia estes aspectos so chamados de inmeros nomesdiferentes, e os missionrios se apressam em condenar os Hindus como politestas, mas oservial que trabalha em seu jardim poderia lhes dizer que no h seno um Deus, e que todosaqueles so apenas aspectos d'Ele, so linhas para nos aproximarmos d'Ele, divididas ematerializadas a fim de trazer a infinitude um pouco mais para dentro da compreenso de nossasmentes muitssimo finitas.

    H muita necessidade de caridade, de compreenso, e de uma atitude simptica em relao aosoutros que esto trilhando outra estrada at os ps do Deus em que todos acreditamos igualmente- o Pai amoroso de que nos fala Cristo, o Deus nico e verdadeiro que disse atravs de uma outrade Suas manifestaes: "Todo o culto verdadeiro chega a Mim, por diferente que possa ser seunome", e "Por qualquer via que os homens se aproximem de Mim, nesta mesma via Eu osencontro, pois todos os caminhos que os homens trilham so Meus".

    No exista nada alm de Deus, e para quem quer que sinta reverncia, adorao, amor, para oDeus manifesto atravs dele (em qualquer extenso em que isso ocorra) que esta reverncia,adorao ou amor so oferecidos. "Tenho muitas ovelhas que no pertencem a este rebanho;

    estas tambm Eu reunirei, e elas ouviro a Minha voz, e ento haver um s rebanho e um spastor".

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    Tendo assim tentado subir acima do miasma da ignorncia e intolerncia para o ar puro da justiae da compreenso, neste esprito abordemos a considerao da bela e maravilhosa manifestaodo poder e amor divinos que est por trs do nome da Me do Mundo.

    No penso que algum com nossa educao ocidental considere fcil entender a pletora desimbolismo que usado nas religies orientais, e as pessoas esquecem que o Cristianismo umareligio oriental, assim como o Budismo, o Hindusmo e o Zoroastrismo. Cristo assumiu umcorpo judeu - um corpo oriental; e aqueles a quem Ele falou tinham mtodos orientais de

    pensamento, e no os nossos. Em todas aquelas religies eles tm um mtodo de simbolismomuito elaborado e maravilhoso, e deleitam-se muito com seus smbolos; eles os movem ecombinam, e tratam deles com amor na poesia e na arte. Mas nossa tendncia mais em direoao que chamamos de praticidade, e somos propensos a materializar estes ideais todos e, porconseguinte, os degradamos grandemente.

    Jamais esqueamos que nossa religio veio do Oriente, e que se queremos entend-la devemos

    primeiro olhar para ela como um oriental olharia, sustando nossas modernas teorias cientficasat que sejamos capazes de ver se so adequadas. Elas podem ser tornadas adequadas, mas amenos que saibamos como somos mais sujeitos a confundir tudo, e corremos o srio risco de

    presumirmos que o povo que elaborou a alegoria no sabia de nada e estava irremediavelmenteerrado. Eles no estavam errados. Aqueles belos e antigos mitos veiculam o significado semnecessariamente apresentar os fatos cientficos crus diante daqueles que ainda nodesenvolveram suas mentes para compreend-los daquela forma. Isso era bem entendido naIgreja primitiva.

    H sempre muito mais por trs daqueles pensamentos originais e poticos dos homens deantanho do que cr a maioria das pessoas. tolice nos mantermos cheios de preconceitoignorante, muito melhor tentarmos entender. O que quer que tenha sido artstico ou de ajudaem qualquer religio sempre teve por trs de si uma verdade. Cabe-nos desentranhar estaverdade, cabe-nos retirar as crostas dos sculos e deixar brilhar a verdade.

    Isso vale para o belo smbolo Cristo da Bendita Virgem Maria. H trs idias diferentesenvolvidas no pensamento usual a Seu respeito:

    1 - A histria da me do discpulo Jesus; o que Ela era e o que se tornou depois.

    2 - O mar da matria virgem, o Grande Abismo, a gua sobre cuja face se moveu o Esprito de

    Deus.3 - O aspecto feminino da Deidade.

    Estas idias no decurso dos sculos se confundiram, degradaram e materializaram at o formatoem que hoje a histria se apresenta, e se tornaram inacreditveis para qualquer pessoa pensante.Mas no seria assim se analisssemos e entendssemos seu real significado, se separssemos omito e o smbolo da crnica da pessoa viva.

    A Igreja Romana ensina seus fis sobre o Nascimento Virgem de Jesus e sobre a ImaculadaConceio da prpria Virgem em Sua me, Santa Ana. O primeiro destes eventos contrrio s

    leis da Natureza (que so as leis de Deus, expresses de Sua vontade) e portanto impossvelque tenha acontecido. O segundo, imagino, usualmente tomado (pelo menos por quem no teve

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    maior instruo em teologia) como significando que Nossa Senhora foi concebida, assim comoSeu Filho divino, pela sombra do Esprito Santo; mas consultando publicaes Romanasautorizadas vi que no assim, pois o ensinamento que Ela foi concebida na maneira usual,como o resto da humanidade, sendo seus pais So Joaquim e Santa Ana. explicado que adoutrina da Imaculada Conceio significa somente que a mtica culpa primal do que eles

    chamam de pecado original (que se supe herdado de Ado) no foi imposta por Deus sobre oembrio de Nossa Senhora.

    Desejo ser absolutamente justo em minha exposio desta doutrina notvel, mas devo admitirque ela me parece uma inveno teolgica desnecessria e mesmo fantasiosa. Jamais encontrei amenor evidncia histrica sobre a grotesca histria de Ado e Eva e a ma, e creio que toda ateoria sobre o pecado original simplesmente um meio tosco de declarar o fato de que o homemtraz consigo, de seus nascimentos anteriores, uma certa quantidade de karma. Se tentarmosinterpretar ao longo desta linha, talvez esta doutrina da Imaculada Conceio possa ser tomadacomo confirmao da declarao de que Nossa Senhora j havia esgotado todo o Seu karmanegativo, e conseqentemente entrou em Sua vida na Palestina praticamente sem karma algum.

    Mas no tenho dados sobre isso.

    um erro apresentar estas idias como ocorrncias factuais na vida de uma mulher judia; nopoderia ter sido assim, e por isso no verdade. Mas se as entendermos como smbolos de certoestgio no processo da Criao, da evoluo de um sistema solar, elas encontram seu lugarnaturalmente, e so vistas como belas e significativas. Despida delas, a histria da vida se tornacoerente e crvel.

    A mesma Igreja tem a Festa da Assuno como comemorativa da elevao de seu corpo fsicopara o cu - mais uma vez uma impossibilidade patente; mas quando percebemos que isso suma descrio potica da entrada de um Adepto triunfante no Reino Anglico, vemos deimediato a adequao de tudo que j se escreveu a respeito, e das maravilhosas pinturas que jinspirou.

    Primeiro de tudo, ento, consideremos a vida fsica de Nossa Senhora da Luz, e as conseqnciasque a seguiram e A conduziram a aceitar ao Ofcio em que Ela hoje atua.

    A Me de Jesus

    Deve ser entendido que o discpulo Jesus nasceu exatamente como nascem os demais humanos.

    Esta estranha doutrina da Imaculada Conceio, uma tentativa de explicar a histria dafertilizao da Santa Virgem pelo Esprito Santo - todo este grupo de idias se refere a um mito,a um smbolo; tem um significado real e um bela interpretao, que logo tentarei demonstrar,mas no tem nada a ver com o corpo fsico do discpulo Jesus. A me daquele corpo fsico erauma dama judia de bero nobre, mas, segundo a tradio, de parcos recursos. No precisamos

    pensar em Jos (que tambm, lembremos, era da estirpe de Davi) como carpinteiro, pois isso parte do simbolismo, e no da histria. Neste simbolismo Jos representa o guardio da SantaVirgem, que a alma do homem. Ele representa a mente, e porque a mente no o criador daalma, mas apenas seu mobiliador e decorador, Jos no um pedreiro, como o Grande Arquitetodo Universo, mas um carpinteiro. No precisamos imaginar Nosso Senhor trabalhando em umacarpintaria; isso s um exemplo da confuso e materializao introduzidas por aqueles que no

    entendem o smbolo.

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    A me de Jesus, ento, era uma nobre dama da Judia, uma descendente da casa real de Davi.Verdadeiramente Ela, que foi escolhida para uma honra to alta, deve ter sido pura e verdadeira ede carter impecvel - uma grande Santa, pois ningum mais poderia ter dado luz um corpo to

    puro, to maravilhoso e to glorioso. Ela levou uma vida santa e divina, de terrvel sofrimento(que Ela suportou com maravilhosa pacincia e nobreza de alma), mas com suas consolaes

    igualmente estupendas. Sabemos pouco sobre seus detalhes, s ocasionalmente vislumbramosalgum na resumida narrativa de seus contemporneos, mas foi uma vida que faramos bem emimaginar para ns mesmos, um exemplo pelo qual podemos muito bem agradecer a Deus. Estavida A levou at grandes alturas - alto o bastante para tornar possvel um curioso e formosssimodesenvolvimento ulterior, que agora devo explicar.

    Estudiosos da vida interna sabem que quando uma pessoa chega ao fim da parte puramentehumana de sua evoluo - quando o passo seguinte a elevar condio super-humana deAdepto, para dentro de um reino to definitivamente acima da humanidade quanto o homem estacima do reino animal, quando ela tiver atingido o propsito pelo qual foi tornada humana -abrem-se diante dela diversas linhas de crescimento, e ela pode escolher qual ir seguir.

    Ocasionalmente, tambm, h condies em que esta escolha pode ser em certa medidaantecipada. No o local de discutirmos as opes; basta aqui dizer que uma das possibilidades se tornar um grande Anjo ou mensageiro de Deus - unir-se evoluo Dvica, como chamadana ndia. E esta foi a linha escolhida por Santa Maria, quando Ela atingiu o nvel em que aencarnao humana j no Lhe era necessria.

    Um vasto nmero de Anjos jamais foi humano porque sua evoluo segue em uma outra linha,mas h Anjos que foram homens, e que em certo estgio de seu desenvolvimento escolheramseguir a linha Anglica, e esta uma linha muito gloriosa, magnfica e auxiliadora. Assim Ela,que h dois mil anos carregou o corpo de Jesus a fim de que mais tarde ele pudesse ser assumido

    por Cristo, agora um poderoso Anjo.

    Muito de formoso entusiasmo e devoo foram derramados aos Seus ps ao longo dos sculos,milhares e milhares de monges e freiras, milhares e milhares de homens e mulheres sofredores,achegaram-se a Ela e expressaram sua dor, e oraram para que Ela por Sua vez apresentasse suassplicas ao Seu Filho. Este ltimo tipo de prece um equvoco, porque Aquele que o EternoFilho de Deus e ao mesmo tempo o Cristo dentro de ns no precisa de ningum que interceda

    por ns junto a Ele. Ele sabe, antes de sequer falarmos, o que melhor para ns. Ns estamosn'Ele, e fomos feitos atravs d'Ele, e sem Ele no teria sido criado nada do que foi criado, nemmesmo a menor partcula de p de todo o universo.

    Ele est mais perto que a respirao,mais perto do que as mos e os ps.

    Quem entende no reza pela intercesso de grandes Anjos, porque sabe que Ele, em quem viveme se movem e tm seu ser todos os Anjos, j est fazendo o melhor que pode ser feito por cadaum de ns. Mas assim como algum pode pedir ajuda a um amigo encarnado - como algum

    pode, por exemplo, pedir o encorajamento de seu pensamento - da mesma forma algum podepedir ajuda do mesmo amigo humano quando ele tiver deixado sua vestimenta de carne; e damesma forma algum pode pedir o mesmo tipo de ajuda a estes grandes Espritos em seu nvel

    superior.

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    No h nada de irracional ou anticientfico nisso. Eu mesmo j recebi cartas de pessoas quesabem que eu estudei estes assuntos, contando que em tal e tal momento eles estariam sobalguma dificuldade - talvez uma operao cirrgica, ou alguma outra provao - e pediram queeu pensasse neles naquele momento, e enviasse pensamentos de auxlio. Naturalmente sempre ofiz. E como sei que no existe efeito sem causa, e exatamente da mesma forma no pode haver

    causa que no produza seu efeito, sei que se eu (ou qualquer um de vocs) tiver o trabalho defixar o pensamento sobre algum com problemas ou em dificuldades, e tentar enviar-lhe idiasauxiliadoras, tentar colocar diante dele algo que o fortalea em seus problemas, podemos ficar

    perfeitamente certos de que a fora-pensamento produzir seu efeito, que ela viajar e agirsobre aquela pessoa. A extenso em que ela pode faz-lo depende da receptividade da pessoa, dafora do pensamento, e de vrias outras circunstncias; mas que produzir algum efeito podemosficar absolutamente certos. E assim, quando enviamos um pedido por pensamento amvel,auxiliador e fortalecedor para um destes Grandes Seres - seja ele um Santo encarnado, ou jdesencarnado, ou um dos grandes Anjos - seguramente aquela ajuda nos chegar, e nosfortalecer.

    Este o caso da Me do Mundo, mas h aqueles que nos querem fazer acreditar que todo aquelesesplndidos bons sentimentos, todo aquele amor e completa devoo, foram desperdiados e foitudo intil. Por incrvel que isso possa parecer a algum acostumado a pensar em linhas maislargas e ss, realmente imagino que em sua estranha ignorncia eles so o pior dos inimigos daIgreja hoje em dia. Eles vo ainda alm, e dizem que errado, mau e blasfemo para um homemsentir tal amor e devoo por Ela! Soa como loucura, mas temo que seja verdade que existam tais

    pessoas. claro que a verdade que nenhuma devoo, nenhum amor, nenhum bom sentimentojamais foram errados, para quem quer que os tenha enviado. A devoo e o afeto muitas vezestm sido prodigalizados sobre objetos indignos, mas isso no foi um erro de parte do doador -apenas uma falta de discernimento; sempre bom para ele que se derrame em amor, pois comisso ela desenvolve sua alma.

    Lembremos que se amamos qualquer pessoa, o Deus interior nela a quem amamos; Deus emns reconhece Deus nela; as profundezas clamam uma pela outra, e o reconhecimento daDivindade sinnimo de felicidade. O amante muitas vezes v no amado qualidades queningum mais consegue ver; mas estas qualidades esto nele em estado latente, porque o Espritode Deus est em todos ns, e a funda confiana e forte afeto do amante tende a invocar manifestao aquelas qualidades latentes no amado. Aquele que idealiza outrem tende a fazercom que aquela outra pessoa se torne como ele imagina que ela seja.

    Poderamos ento supor que toda a maravilhosa e bela devoo endereada Me do Mundo foi

    desperdiada? Qualquer pessoa que pensa assim deve entender bem pouco da economia divina.Nenhum sentimento verdadeiro e santo jamais foi desperdiado desde que o mundo comeou, ouser at que ele acabe; pois Deus, que nos conhece a todos, disps que o menor toque dedevoo, o menor sentimento de compreenso, o menor pensamento de culto, sejam semprerecebidos e atuem sempre at o mximo de suas possibilidades, e sempre tragam d'Ele umaresposta. Neste caso Ele, em Sua benevolncia, indicou a Me de Jesus como o grande Anjo queiria receber estas preces - para ser um canal para elas, para aceitar esta devoo, e encaminh-la aEle. Portanto a reverncia que oferecemos a Ela, e o amor derramado a Seus ps, jamais nem porum momento foram desperdiados; eles trouxeram seu resultado, fizeram seu trabalho.

    Sculo aps sculo os mais ricos tesouros da arte tiraram sua inspirao da beleza de Sua divina

    maternidade; Suas glrias tm sido postas na msica mais magnfica; Sua sabedoria teminspirado os maiores doutores e instrutores da Igreja, pois Ela o Corao da Sabedoria, a Me

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    do amor justo, da pacincia e da perseverana e da santa esperana - Ela que guarda todas aspalavras de Jesus em Seu corao.

    Se tentamos entender, veremos o quanto a realidade maior do que a estreita concepo de quetodo pensamento elevado, todo o culto, todo o louvor no dirigido a algum Nome em particular

    deva se perder inevitavelmente. Por que Deus limitaria a Si mesmo por causa de nossos enganosa respeito de Seus nomes? Ele olha dentro do corao, e no para as palavras. As palavras socondicionadas pelas circunstncias externas - pelo lugar de nascimento, por exemplo. SomosCristo porque aconteceu de nascermos na Inglaterra, ou na Amrica, ou em algum outro pasCristo - e no porque examinamos e comparamos todas as religies e deliberadamenteescolhemos o Cristianismo. Somos Cristos porque esta era a f em meio qual nosencontramos, e assim a aceitamos.

    J lhes ocorreu que se tivssemos nascido na ndia seramos Hindus ou Islamitas de um modoigualmente natural, e derramaramos nossa devoo a Deus sob o nome de Shiva, Krishna ouAllah em vez do nome de Cristo? Se tivssemos nascido no Ceilo ou em Burma seramos

    Budistas ardorosos. O que estas consideraes de local importam para Deus? sob Sua lei deperfeita justia, sob o seu esquema de evoluo, que uma de Suas criaturas nasce na Inglaterra eoutra na ndia ou no Ceilo, de acordo com suas necessidades e merecimentos. Quando qualquerhomem derrama sua devoo, Deus a recebe atravs do canal que Ele indicou para aquelehomem, e assim todos se satisfazem e feita justia. Seria uma injustia grosseira e flagrante sea devoo honesta fosse perdida ou rejeitada. Jamais a menor frao dela foi rejeitada. Oscaminhos de Deus so diferentes dos nossos, e Sua compreenso destas coisas muito maior emais vasta do que a nossa. Como Faber escreveu:

    Pois tornamos Seu amor estreitopela falsa limitao nossa,e magnificamos Seu rigorcom um zelo que Ele no mostra.

    As histrias que ouvimos sobre a Me do Mundo podem bem ter seu fundo de verdade. Ouvimossobre Ela aparecendo em vrios lugares para vrias pessoas - para Joana d'Arc, por exemplo. muitssimo provvel que Ela ou Ele (pois em to excelsas alturas no h nada semelhante a algoque pudssemos chamar de gnero sexual) o tenha feito - que este grande Anjo de fato Se tenhamostrado. No h nenhuma impossibilidade prvia nisso, e altamente improvvel que todas as

    pessoas que testemunharam estas aparies estivessem iludidas ou hipnotizadas, ou cado emalgum estranho engano. Todos os estudantes sabem que um intenso pensamento sobre qualquer

    assunto produz fortes formas-pensamento que permanecem muito prximas do limite davisibilidade; j foram criadas milhares de tais formas-pensamento da Senhora da Luz, e podemosestar certos de que Ela jamais deixou de responder e anim-las completa e eficazmente. certoque, alm disso, sob circunstncias favorveis algumas se tornam visveis fisicamente, e mesmoquando permanecem astrais, as pessoas sensveis muitas vezes podem v-las. A terrvel einaudita tenso e ansiedade originadas pela Guerra Mundial tornou muitas pessoas sensveis aimpresses psquicas que antes jamais perceberam. Assim acontece de ouvirmos tantas histriasde aparies bem agora, e as vises ou manifestaes da Me do Mundo ocupam entre elas umlugar proeminente.

    Diz-se ainda que atravs da f n'Ela tm-se produzido curas maravilhosas em Lourdes e outros

    lugares. Provavelmente isso fato. No h nada de anticientfico nisso, sup-lo no cai fora dorazovel e do bom-senso. Sabemos perfeitamente bem que uma forte efuso de fora mesmrica

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    produz certas curas; no temos conhecimento nenhum sobre os limites deste poder, mas bomlembrarmos que todas estas coisas tm uma verdade por trs.

    Assim, pois, foi Ela, a Senhora da Luz, que enviou atravs de nossa Presidente [da SociedadeTeosfica - NT] aquele maravilhoso Apelo s Mulheres do Mundo. Em A Fraternidade de

    Homens e Anjos Geoffrey Hodson escreve sobre Ela:

    "Ela trabalha sempre pela causa da maternidade humana, e agora mesmo est empregando toda aSua imensa fora e chamando toda a Sua corte Anglica para trabalhar em prol da elevao damaternidade em todo o mundo. Atravs de Seus Anjos mensageiros Ela mesma est presente emcada nascimento humano - invisvel e ignorada, mas em verdade bastaria que as pessoasabrissem seus olhos e Ela se revelaria. Ela envia sua mensagem aos homens atravs daFraternidade:

    " 'Em Nome d'Aquele a quem carreguei h muito tempo, Eu venho em vosso socorro. Tomeicada mulher em meu corao, para ali ter parte com ela, para que atravs disso eu possa auxili-

    la em seu tempo de necessidade. Elevai as mulheres de vossa raa at que as vejam, comoRainhas, e para tais Rainhas cada homem seja um Rei, para que possam ambos se honrarmutuamente, percebendo a realeza um do outro. Que toda casa, por menor que seja, se torne umacorte, cada filho seja um cavaleiro, cada infante seja um pajem. Que todos se tratem mutuamentecom cavalheirismo, honrando um no outro a filiao rgia, seu nascimento augusto, pois hsangue real em todo homem: somos todos filhos do Rei' ".

    Agora nos resta considerar como podemos nos valer deste privilgio de serv-La que Ela nosoferece; e tambm, tratar dos aspectos simblicos da Me do Mundo.

    O Trabalho de Hoje

    Agora temos de passar histria moderna e considerar o trabalho da Me do Mundo hoje, e aoportunidade que recentemente Ela nos ofereceu de tomarmos uma parte nele. Faz cerca de trsanos que Ela falou a alguns de ns a este respeito; de fato, creio que recaiu sobre mim a honra deintroduzir o assunto para um pequeno grupo de nossos irmos, como resultado de uma audinciaem que a Me do Mundo foi to graciosa se lembrando de mim.

    Em sua funo de guardi da mulher Ela naturalmente trabalha em estreita colaborao com osagentes dos Lipika, os Senhores do Karma, cujo trabalho encontrar corpos adequados para o

    vasto exrcito de egos que esperam encarnar. Isto muitas vezes representa grande dificuldade,requerendo os mais delicados ajustes na conciliao de necessidades conflitantes, poisobviamente o karma no tem favoritos. Se for o karma do ego encarnante ter tais e tais pais, quelhe daro (ou lhe vedaro) oportunidades que ele mereceu, igualmente karma daqueles pais tertais e tais filhos, que obviamente podem afetar suas vidas muito seriamente, e trazer-lhes muitaalegria ou muita aflio.

    Neste ponto especfico da histria o Manu da Quinta Raa-raiz est trabalhando para desenvolveruma nova sub-raa, a sexta, que h de possuir algumas caractersticas novas, consideravelmente frente daquelas exibidas comumente pelas pessoas em geral de hoje. Como Ele esttrabalhando para trazer esta nova sub-raa existncia?

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    Lembremos que no h milagre algum em torno disso. A nova sub-raa no criada em umpiscar de olhos - ela deve crescer em passos lentos a partir da que j existe. Suponhamos que, seo Senhor Manu quisesse, Ele poderia selecionar um grupo de pessoas e dizer-lhes: "Vs sereis anova sub-raa", e Ele poderia fazer algumas mudanas em seus corpos e crebros para tornar isso

    possvel. Mas a Natureza no age assim, e quando dizemos que "a Natureza no age assim"

    queremos dizer: "No assim que atua a Vontade do Logos". Toda a mudana gradual, epodemos ver por qu.

    Somos entidades vivas, todos ns, e portanto podemos ser mudados em profundidade s muilentamente. Podemos tomar o que chamamos de matria inanimada - claro que no de fatoinanimada - podemos tomar metal e fund-lo e model-lo em qualquer formato com razovelrapidez. Mas se voc um jardineiro, e deseja moldar certa planta ou rvore em determinadaforma, no pode peg-la e mudar sua forma de imediato, como faria com um metal. Se o fizesse

    provavelmente mataria a planta. Voc tem que gradualmente persuadir a planta a crescer nestaou naquela direo. O mesmo se d com todos os organismos vivos. Sei que todos os organismosso vivos, mas alguns so mais vivos que outros.

    O mesmo seguramente vale para ns. Temos em ns a possibilidade de desenvolver todas ascaractersticas que so necessrias para esta nova sub-raa. No tenho dvidas que temos - pelomenos espero! Assim se d o mesmo com nossas crianas. Elas tm em si a potencialidadenecessria, e o desenvolvimento deve ser gradual, se queremos preservar a integridade e sadedo ser vivo. Assim o mtodo do Manu e Seus assistentes (pois h mirades de mirades de Devastrabalhando sob Suas ordens) do desenvolvimento gradual.

    s vezes falamos de crianas promissoras ou de um povo jovem. O que queremos dizer comisso? Pelo menos nesta poca particular, o que queremos dizer que h crianas que j estomostrando algumas das caractersticas desta nova sub-raa. No todas; seria extremamente raroencontramos uma criana com todas as caractersticas da nova sub-raa. Se fosse assim ela logochegaria ao Adeptado talvez, ou pelo menos ao Arhatado; mas tais manifestaes ainda sorarssimas. Poderamos, outrossim, encontrar crianas nascidas entre ns que mostram uns 25 %das caractersticas da nova sub-raa. E mesmo neste caso isso seria uma grande fortuna, poismesmo isso incomum, e valeria muito a pena - melhor dizendo, seria o dever mais imperioso -dar-se todas as oportunidades para seu crescimento na direo correta.

    Ento ocorre de Nossa Senhora, a Me do Mundo, estar exatamente agora muito preocupada comeste assunto de prover corpos adequados para egos bem desenvolvidos, e isso de modo algum uma tarefa simples. Milhares de egos avanados esto prontos e ansiosos por uma encarnao a

    fim de que possam ajudar na obra do Instrutor do Mundo, mas a dificuldade de se encontrarcorpos adequados imensa. Por exemplo, temos o caso daqueles que morreram na GuerraMundial, que deixaram suas vidas no campo de batalha em defesa da verdade e da justia.

    A Guerra de fato foi uma coisa horrenda; de parte dos agressores talvez tenha sido o maior crimeda histria humana; mas uma vez que isso tinha de acontecer, Aqueles que dirigem a evoluohumana a utilizaram como meio de selecionar Seu material, separando o joio do trigo. Todos osmais nobres homens de sua gerao tomaram parte nela de uma ou outra maneira; isso foi umteste tremendo que se lhes aplicou. Eles responderam emergncia, passaram no teste, agarrarama oportunidade. Portanto mereceram um karma maravilhosamente bom, e conseguiram para simesmos uma quantidade de progresso que sob condies mais comuns no teria sido obtida em

    uma dzia de encarnaes. Ganharam para si o direito de nascer j na sexta sub-raa.

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    Eles eram de todos os tipos e de todas as classes - alguns refinados e artsticos, alguns toscos erudes; mas todos tinham esta grande qualidade em comum, a de estarem prontos a arriscar suasvidas por um ideal. A mudana para a nova sub-raa no os tornar logo refinados; ela no podealterar suas caractersticas principais. Eles so heris, mas no necessariamente se tornaramsantos, nem homens ou mulheres refinados e cultos. Mas a sexta sub-raa no ser composta s

    de Adeptos, como as pessoas parecem supor! No podemos ser todos ns sacerdotes, mdicos,artistas: precisaremos de carpinteiros, ferreiros, agricultores tambm, assim como hoje. Aquelanova raa conter homens de todas as classes, assim como nossa sub-raa atual de onde a outraevolui. Estaremos em vrios nveis de evoluo, assim como hoje em dia; mas espero e acreditoque todos teremos certas grandes qualidades em comum que s poucos apresentaram na quintasub-raa. Deveremos ser mais liberais, menos preconceituosos, mais livres no pensamento e naao, mais fraternos e compassivos. O Reverendo T. W. Chignell expressou bem isso:

    Vede que triunfos se nos surgemquando os anos passam em seqncia!O conhecimento bane o erro,

    o calor do amor, a indiferena.Compreendendo o sol e toda a terrao homem cresce em padro mais nobre -tem mais larga a mente e o corao;reverente, audaz, amvel, forte.

    Assim haver enfim um lugar para todos. Mas aqui e ali corpos mais dignos so necessrios paraesta grande hoste, e at onde possvel entre povos jovens e progressistas; onde se acharo emgrande nmero? Os soldados so gradual e lentamente acomodados; j os oficiais representamum problema srio. Em conseqncia da tolice e ostentao intil est crescendo uma tradionefasta no mundo ocidental de que homens e mulheres j no devem mais casar e que famliasgrandes so dispendiosas demais para serem sustentveis na prtica. No entendendo asmaravilhosas oportunidades que seu sexo lhes confere, as mulheres desejam se livrar dasrestries do matrimnio a fim de imitarem as vidas e atitudes masculinas, em vez de tirarem

    proveito de seus privilgios peculiares. Tal linha de pensamento e ao obviamente desastrosapara o futuro da raa, pois significa que muitos dos pais das classes superiores no tomam parteem sua perpetuao, mas a deixam inteiramente nas mos dos egos menos desejveis e menosdesenvolvidos.

    Do ponto de vista oculto a maior glria de uma mulher no se tornar uma lder na sociedade,nem ter um ttulo acadmico e viver em desprezvel isolamento em um apartamento, mas sim

    fornecer veculos para os egos que viro a se encarnar, e gerir um lar onde suas crianas possamser treinadas com adequao e felicidade para viverem sua vida e fazerem seu trabalho especficono mundo. E esta sua funo considerada no como uma coisa a esconder e desprezar, algo deque se teria alguma vergonha; sim a maior glria da encarnao feminina, a grandeoportunidade que elas tm e os homens no. Os homens tm outras oportunidades, mas este

    privilgio realmente maravilhoso da maternidade no deles. a mulher que faz este grandetrabalho para o auxlio do mundo, para a continuidade da raa, e o fazem custa de umsofrimento de que homem nenhum faz a menor idia.

    E exatamente porque isso assim - por causa do grande trabalho feito e do terrvel sofrimentoque ele acarreta - que h este departamento especial do governo do mundo; e o dever de seus

    oficiais procurar por toda mulher em sua poca de sofrimento e lhe dar tanta ajuda e foraquantas o seu karma permitir. A Me do Mundo tem sob seu comando um vasto exrcito de seres

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    Anglicos, e no nascimento de toda criana um deles est sempre presente como Seurepresentante; assim podemos perfeitamente dizer que naquele e atravs daquele Seurepresentante a Me do Mundo em Pessoa est presente ao lado de cada me que padece. Suasministraes se estendem para todas; Ela no faz distino entre ricos e pobres, entre santos e

    pecadores, entre casados e solteiros; Ela a prpria encarnao da piedade e da compaixo

    divinas, e para Ela basta que um corpo infantil esteja vindo ao mundo, que uma me estejaprecisando do servio que constitui Sua alegria prestar.

    O que a Me do Mundo deseja conseguir a espiritualizao de toda a idia da maternidade e docasamento, e aqueles dentre ns que desejam serv-La devem tentar usar nesta direo qualquerinfluncia que possam ter. Alguns de ns talvez dem palestras; outros podem escrever artigos.De modo algum Ela est satisfeita com a posio geral da opinio pblica na Europa a respeitodeste assunto. Ela diz que a maternidade no compreendida de fato pela maior parte das

    pessoas nos pases ocidentais; ela no considerada, como deveria ser, como um privilgioelevado e maravilhoso, mas sim como algo quase degradante. Ela simpatiza plenamente comaquelas mulheres que se rebelam justa e verdadeiramente contra a idia de se tornarem escravas

    das paixes masculinas, mas diz que no obstante a viso geral sobre este assunto no a quedeveria ser.

    Ela diz que as pessoas casam por todo o tipo de razes erradas e materiais - s vezes meramentepor luxria e desejo, s vezes por convenincia, como a de unir duas propriedades quecasualmente so vizinhas, s vezes para obter uma posio e ttulo, e s vezes meramente pordinheiro. Ela sustenta que a nica razo real para o casamento quando existe um amorverdadeiro e espiritual de grande intensidade entre as duas partes, pois s nestas condies quese pode prover veculos adequados para egos altamente desenvolvidos. As idias Hindus sobreestes pontos usualmente so de longe muito melhores, mas mesmo l elas no so postastotalmente em prtica.

    Por ora Ela considera de vital importncia tentar-se converter o mundo ocidental ao ponto devista mais espiritual, pois principalmente de pais da quinta sub-raa que nascero as crianas dasexta. De muitas formas parece que uma nova era est se descortinando diante de ns - pareceque h sinais da aurora de um novo dia. Esta era, este dia, devem ser a era e o dia da mulher,

    pois, como um de nossos Mestres observou h muito tempo, antes que a mulher assuma seu lugarcorreto no mundo ela no poder gestar corpos para Buda ou para Cristo. Em uma nota no finalde The Paradoxes of the Highest Science, Eliphas Levi diz o seguinte:

    "Os autores de The Perfect Way esto certos; a mulher no deve ser considerada apenas como

    um apangio do homem, uma vez que ela no foi criada para seu exclusivo benefcio ou prazermais do que ele o foi para ela: mas os dois devem ser vistos como poderes iguais, embora comoindividualidades distintas."At os sete anos o esqueleto das meninas no difere em nada do dos meninos, e o osteologista

    pode confundir-se em sua diferenciao. A misso da mulher tornar-se a me dos futurosocultistas - daqueles que havero de nascer sem pecado.

    "A redeno e salvao do mundo dependem da elevao da mulher. E at que a mulher norompa os grilhes da escravido sexual, a que tem estado submetida desde sempre, o mundo noter uma idia do que ela de fato e do seu lugar devido na economia da Natureza. A ndiaantiga, a ndia dos Rishis, foi a primeira a lanar sua sonda no oceano da Verdade, mas a ndia

    ps-Mahabaratha, com todo o seu profundo conhecimento, a negligenciou e esqueceu.

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    "A luz que vir para ela e para o mundo em geral, quando este de fato descobrir e apreciar asverdades que subjazem a este vasto problema do sexo, ser 'a luz que jamais brilhou antes nomar ou na terra', e h vir humanidade atravs da Sociedade Teosfica. Esta luz conduzir intuio espiritual. Ento haver no mundo uma raa de Buddhas e de Cristos, pois o mundo terdescoberto que os indivduos tm o poder de ter filhos semelhantes a Buddha - ou a demnios.

    Quando este conhecimento se instalar, todas as religies dogmticas, e com elas os demnios, seextinguiro". E. O. [E.O. um pseudnimo dado pelo Sr. Sinnett ao Mestre Kuthumi, e significaEminente Ocultista].

    Em conexo a estas idias Nossa Senhora, a Me do Mundo, naturalmente d maior importncia criao das crianas. As necessidades da poca atual A foram a procurar pais potenciais

    principalmente entre as classes cultas; mas as mulheres da alta sociedade amide negligenciamsuas responsabilidades, e deixam seus filhos quase s sob os cuidados de babs - que

    provavelmente sero muito amveis e boas, mas usualmente so de uma classe inferior dospais, e por conseguinte rodeiam as crianas com pensamentos e sentimentos de um tipo menosrefinado do que o pai e a me lhes dariam. J ouvi uma senhora dizer: "Estou o dia todo engajada

    em trabalho filantrpico; no tenho tempo de cuidar de meus filhos, mas emprego uma babmaravilhosa". Ela aparentemente no compreendeu o fato bvio de que se o Logos pretendesseconfiar o cuidado daquelas crianas quela bab maravilhosa elas teriam nascido como prole da

    bab, e no como sua!

    Na ndia as condies so diferentes, pois todos casam por um arranjo entre as famlias; masmesmo nas castas superiores h uma lamentvel falta de superviso, e o ambiente provido muito desfavorvel produo de corpos fortes e sadios. Este um assunto muito srio, a serrecomendado profunda diligncia de todos os estudiosos de ocultismo, que deveriam fazer oque estivesse em seu poder para produzir uma melhoria no estado das coisas.

    o mais intenso desejo da Me do Mundo que toda mulher em sua poca de provao tenha omelhor ambiente possvel - que ela seja envolvida por afeto profundo e verdadeiro, que ela sejacheia dos mais santos e puros pensamentos, de modo que nada seno as mais elevadasinfluncias possam atuar na criana que h de nascer, para que ela possa ter a melhoroportunidade possvel de ter um comeo de vida auspicioso. Nada seno o melhor e mais puromagnetismo fsico deve rode-la, e imperativamente necessrio que seja observada a maisescrupulosa limpeza fsica em todos os detalhes. Somente a mais estrita ateno s regras dahigiene pode propiciar estas condies favorveis que permitiro o nascimento de um corponobre e saudvel, adequado para ser habitado por um ego evoludo.

    De fato seria bom que as mulheres de todos os pases se unissem em uma tentativa de espalharentre suas irms informaes precisas sobre este assunto to importante. Cada mulher deveriacompreender plenamente as magnficas oportunidades que lhe concede a encarnao feminina;cada mulher deve ser ensinada sobre a necessidade absoluta de condies adequadas antes,durante e depois da gestao. No s a mais perfeita limpeza e a mais cuidadosa ateno devemrodear o corpo beb, mas tambm ele deve ser envolto de condies astrais e mentais perfeitas,de amor e confiana, de felicidade e santidade. Desta forma o trabalho da Me do Mundo seriaimensamente facilitado e o futuro da raa estaria assegurado.

    claro que no vou dizer que casar o dever absoluto de toda mulher mais do que de todohomem. H almas que precisam aprender a lio da vida no celibato, as que em dada encarnao

    podem trabalhar melhor nestas condies. Este um assunto em que os indivduos devem serdeixados inteiramente livres para escolher por si, pois um casamento inadequado ou sem amor

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    obviamente muito pior do que no casar. Mas deveria ser plenamente reconhecido que a vidaconjugal um nobre estado, uma alta e honrosa vocao, e que oferece magnficas oportunidades

    para o trabalho mais valioso e altrusta.

    para ajudar neste reconhecimento que agora estamos chamando uma ateno especial para a

    existncia deste Ser imenso e esplndido que detm a funo de Me Universal, e para o fato deque Ela precisa de muitos recrutas para suas hostes de auxiliares espalhados pelo mundo todo, demuitos canais por onde possam ser derramados Seu amor e compaixo maravilhosos sobre omundo, que deve muito ao Seu cuidado.

    Seu corao de amor uma fonte copiosa,em meio aos Anjos ela brilha sempre to esplendorosa,est reinando agora e h de reinar eternamenteoferecendo dons sem fim, larga e generosamente.Dos que se afligem Ela major Consoladora,de incontveis coraes Ela a Moderadora;

    de todo o cu Ela a Rainha, Ela a Estrela do marque sobre o mundo sua luz faz sempre plena brilhar.

    Um outro ponto em que a Me do Mundo naturalmente tem o mais profundo interesse o daeducao das crianas. Assim como Ela sustenta que toda a atitude da civilizao ocidental sobrea questo da vida de esposa e me est equivocada, Ela tambm nos adverte de que perdemoscompletamente o rumo em nossas toscas tentativas de educarmos a futura gerao. A palavralatina educere significa "conduzir", e o objetivo primrio de toda educao deveria serdesenvolver as capacidades latentes da criana - descobrindo o que ela pode fazer melhor e entoajudando-a a aprender como faz-lo. Mas estamos s comeando a entender isso, e durantesculos o mtodo daqueles que assumiram o mtodo de educar os jovens tem sido reprimir toda aindividualidade forando-os todos num mesmo padro, enchendo seus crebros com vastasquantidades de fatos indigestos e em sua maioria inteis, em vez de explicar-lhes o verdadeiro

    propsito da vida e mostrar-lhes como melhor ating-lo.

    Fomos colocados neste mundo para que pudssemos aprender a viver nossas vidas nele comcrdito para ns mesmos e com benefcio para nossos irmos, mas dificilmente nossos

    professores fazem qualquer esforo de instruir nossos filhos em como isso deve ser feito. Omodo com que cada pessoa passa sua encarnao afetar seu progresso futuro atravs dostempos, e ajudar ou prejudicar seu crescimento como alma; mas neste que o assunto maisimportante de todos quo pouca ajuda do a ela aqueles que assumiram o encargo de prepar-las

    para isso!Pondo de lado por ora os admirveis mtodos adotados pelos sistemas Kindergarten eMontessori para o desenvolvimento de crianas bem pequenas, dificilmente ser exageradodizermos que o nico treinamento atualmente disponvel para aqueles um pouco mais crescidos eque est se movendo na direo correta dado pelos Escoteiros ou pelo movimento TvolaRedonda. O lema deste ltimo, "Vive puramente, fala puramente, age bem e segue o Rei" cobretudo o que mais importante na vida. E a promessa dos Escoteiros de fazer seu dever para Deuse para o Rei, e de ajudar todos a todos os momentos, somente uma outra apresentao damesma idia, elaborada um pouco mais no Regulamento Escoteiro que os instrui a seremhonrados, leais, teis, corteses, frugais, puros de pensamento, palavra e atos, e amigos de todos -

    animais e homens.

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    Esta uma verdadeira educao - a educao que faz a vida digna de ser vivida; se um jovemtem este treinamento pouco importa se ele passar ou no em exames ou conquiste ou no algumgrau acadmico. Os exames so uma das piores maldies da vida moderna. Em muitos casos eem muitos pases um jovem impedido de sequer solicitar emprego no servio pblico, ou deassumir qualquer cargo digno - a menos, veja bem, que ele seja capaz de demonstrar que possui

    aptido para o trabalho que ele ter de fazer naquela situao, mas - a menos que ele passe emuma prova perversamente severa girando em torno de assuntos que no tem a menor conexocom a vida prtica. Preparar-se para estes exames significa muitas vezes muitos anos de vidainsalubre em sobrecarga mental, falta de exerccio e sono adequados, confinamento emambientes fechados, trabalho exaustivo sob luz artificial insuficiente, tudo o que maisindesejvel para o crescimento do corpo fsico.

    Um de nossos Mestres, dando-nos instrues detalhadas sobre o treinamento de um jovem queEle havia confiado a ns, disse: "Cinco horas por dia, cuidadosamente distribudas e comfreqentes intervalos para relaxamento, o mximo que um menino ou menina em crescimentodevem devotar ao trabalho mental; o que no for aprendido neste perodo deve ser deixado de

    lado". A Me do Mundo, falando recentemente sobre este assunto da educao, disse: "Notenho objees contra o estudo em livros; um pouco disso bom, e mesmo necessrio para umtrabalho eficiente; mas tenho grandes objees imposio de tenso e escravizao incessantessobre uma vida jovem que deveria ser cheia de felicidade. O mal feito por isso ultrapassa emmuito qualquer outro hipottico benefcio que poderia derivar da sobrecarga do crebro comfatos duvidosos".

    A cada ano que passa esses exames se tornam mais difceis, mais e mais nocivos para a alma.Logo se tornar necessrio que os pais sensveis e previdentes faam uma investida decididacontra este sistema desastroso e digam: "Podem ficar com seus graus acadmicos, ns no osqueremos; o preo que pagamos alto demais, e o resultado minguado demais". Isto s poderser feito, contudo, quando os governos relaxarem suas restries desnecessrias, ou quando umgrande nmero de empregadores de bom senso se unir e concordar em aceitar candidatos quedemonstrem capacidade, diligncia e aptido para o trabalho, sem considerao pelos diplomasque eles possam ter ou no.

    Da mesma forma a Me do Mundo solicita com veemncia que a viso espiritual da paternidade,do amor, do casamento, da maternidade e da relao em geral entre os sexos sejam imprimidasnas crianas com tato e delicadeza, mas com muita clareza, para que elas possam aprender osfatos da vida que lhes forem necessrios da maneira certa e no da errada, do ponto de vista maiselevado e no do mais reles.

    Se, ento, queremos nos unir ao glorioso grupo dos que trabalham para a Me do Mundo, hdiversas linhas de atividade nossa escolha. Palestrando, escrevendo ou usando de nossainfluncia pessoal entre nossos amigos, podemos tentar dar nosso melhor para promover e expora grande idia da espiritualizao do amor e do casamento, colocando diante de todos, jovens evelhos, os mais altos ideais nestes assuntos, e estimulando-os a no aceitar nada menos. Ou

    podemos tentar ajudar na instruo das mulheres sobre a higiene do parto, e sobre a necessidadede preparao tanto espiritual como fsica para ele; ou ainda na proviso de condies adequadas

    para as mulheres pobres antes e depois da poca do parto. E ainda, podemos nos devotar aqualquer dos ramos de atividade ligados promoo do tipo correto de educao para crianasde vrias idades. Devemos ter em mente a grande funo da Me do Mundo como Consolatrix

    Afflictorum, a Consoladora dos Aflitos, de modo que qualquer ajuda que pudermos dar a um

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    vizinho em dificuldade pode ser dada em Seu nome, portanto atraindo para o sofredor a Suabenigna influncia e bno.

    Agora enfim, passemos a uma breve considerao do simbolismo que atravs de todas as pocastem sido associado ao conhecimento e ao culto da Me do Mundo, pois a tentativa de mesclar-se

    este simbolismo com os fatos, j descritos, tem sido responsvel por muita confuso em torno daidia central, tanto que muitas vezes chegou a torn-la inverossmil.

    A Matria Virgem

    Deus Absoluto eternamente Um; mas Deus manifesto dual - vida e substncia, esprito ematria - ou, como diz a cincia, energia e matria. Quando Cristo, nascido de um s Pai, sai deSeu ventre e olha para trs para ver o que restou, Ele v como que atravs de um vu - um vu aque os filsofos da ndia antiga deram o nome de Mulaprakriti, a matria primordial; no amatria como a conhecemos, mas a essncia potencial da matria; no o espao, mas o interior

    do espao; aquilo de onde tudo procede, o elemento constituinte da Deidade, da qual o espao uma manifestao.

    Mas este vu de matria tambm Deus; tanto uma parte de Deus quanto o Esprito que atuasobre ela. O Esprito de Deus se moveu sobre a face das guas do espao; mas as guas doespao so to divinas em sua origem quanto o Esprito que se move sobre elas, porque noexiste nada em parte alguma que no seja Deus. Elas so a substncia original que constitui a

    base de tudo que criado dela. Na filosofia antiga ela o Grande Abismo, e ento, porque elerodeia e contm todas as coisas, ela tambm a sabedoria celeste que engloba e abraa tudo.Para ele na linguagem dos filsofos sempre se usou um termo feminino; eles falam do GrandeAbismo como "Ela", a Sabedoria Eterna. Assim, ela a alma, macro e microscpica, pois o que verdade no alto tambm o embaixo.

    Estas idias so algo complexas e estranhas para nosso pensar moderno, mas se queremosentender uma religio oriental devemos nos dar ao trabalho de captar este modo oriental de veras coisas. E assim percebemos como que Ela, este outro aspecto da Deidade, chamado deMe, Filha e Esposa de Deus. Filha, porque Ela provm do mesmo Pai Eterno; Esposa, porqueatravs da ao do Esprito Santo sobre a matria virgem tem lugar o nascimento de Cristo nomundo; Me, porque s atravs da matria que possvel a evoluo que d nascimento aoesprito Crstico no homem.

    Acima e alm da Trindade Solar sobre Quem pensamos usualmente h a Trindade Primordial detudo, formada quando a Primeira Manifestao apareceu aparentemente do nada. Pois nestaPrimeira e mais elevada de todas as Trindades Deus Pai o Absoluto - o que com toda areverncia podemos chamar de Estado Esttico da Deidade. Dali emana o Cristo,verdadeiramente o Segundo Aspecto da Divindade e ao mesmo tempo Sua PrimeiraManifestao, pois ningum jamais viu a Deus Pai.

    Ento, atravs da interao da Deidade em Seu prximo Aspecto - o de Esprito Santo, querepresenta o Estado Dinmico da Deidade (a Vontade em ao) - com aquela essncia, a raiz detoda a matria, procedem todos os mundos e todas as futuras manifestaes nos nveis inferiores,quaisquer que possam ser, incluindo a Santssima Trindade de nosso prprio sistema solar.

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    Assim, o aspecto Materno da Deidade se manifesta como ter do espao - no o ter que veiculaas vibraes da luz para os nossos olhos, pois isso uma coisa fsica, mas o ter do espao queem A Qumica Oculta chamamos de koilon, sem o qual no haveria manifestao alguma, masque virgem e no afetado depois de toda a evoluo ter terminado.

    Neste koilon ou ter sutil, Cristo, o Logos ativo ou Verbo de Deus, sopra o alento da vida, e aofaz-lo Ele cria aquelas bolhas das quais feito tudo o que chamamos de matria (pois a matriano o koilon, mas sim a sua ausncia); e assim quando Ele retira esse alento as bolhas cessamde existir. O ter no absolutamente afetado, ele permanece como sempre foi - virgem - depoisdo nascimento da matria a partir dele; fica inclume a despeito de tudo o que acontece, e porcausa disso Nossa Senhora da Luz louvada como Virgem, embora seja Me de Tudo.

    Assim Ela a essncia do grande oceano de matria, e assim Ela simbolizada como Afrodite, aRainha do Mar, como Maria, a Estrela do Mar, e nas pinturas Ela sempre representada vestidado azul do mar ou do cu. Porque s atravs de nossa passagem pela matria que evolumos,Ela tambm sis, a Iniciadora, a Me Virgem a partir de quem nos nasce o Cristo, o corpo

    causal, o veculo para a alma no homem, a Me de Deus em quem o Esprito divino sedesenvolve em ns; pois o smbolo do ventre idntico ao do Clice do Santo Graal. Ela representada como Eva, descendo matria e gerao; como Maria Madalena, quando emunio no natural com a matria, e ento quando Ela ascende purificada da matria, mais umavez Maria, Rainha do Cu, que entrou na vida eterna.

    Enquanto estamos nos estgios inferiores de nossa evoluo, e sujeitos ao domnio da matria,Ela para ns verdadeiramente a Mater Dolorosa, a Me das Dores, porque todas as nossastristezas e problemas nos vm atravs de nosso contato com a matria; mas assim que adominamos, assim que o tringulo deixa de ser obscurecido pelo quadrado, ento Ela para ns

    Nossa Senhora da Vitria, a glria da Igreja Triunfante, a Mulher vestida de sol, e tendo a luasob seus ps, e em torno de Sua cabea uma coroa de doze estrelas.

    Se a considerarmos ao longo desta linha de simbolismo, a doutrina da absoro final da matriano Absoluto, para que Deus possa ser todo em tudo, o que ilustrado pela Assuno da BenditaVirgem Maria. Os grandes festivais da Igreja Crist so todos planejados para demonstrar aosseus membros, etapa por etapa, o que acontece no trabalho do Grande Arquiteto do Universo, naevoluo do cosmos, assim como na evoluo do homem. Estudando estes mistrios jamaisdevemos esquecer da regra dos filsofos antigos: "Assim em cima como embaixo". Ento, o quequer que vejamos tendo lugar naquela grandiosa evoluo mundial tambm veremos repetidoneste plano inferior no crescimento do homem; e inversamente, se formos capazes de estudar os

    mtodos do desdobramento de Deus no homem aqui embaixo, veremos que este estudo devalor inestimvel na direo de um entendimento daquele desdobramento infinitamente maisglorioso que a vontade de Deus para o universo como um todo. E aprendendo isso jamaisdeixaremos de colocar a lio em prtica. Como escreveu um poeta:

    Eu devo ser como Maria

    e dar luz Divindade

    Se hei de viver eu algum dia

    na celeste felicidade.

    Note-se ainda, para um melhor entendimento do simbolismo, que Cristo, o Esprito, sendo

    defico em natureza, ascende por Seu prprio poder e vontade, assim como foi por Sua vontadeque Ele emanou do seio de Seu Pai no incio; mas Maria, a alma, resgatada pela vontade

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    d'Aquele que ao mesmo tempo Seu Pai e Seu Filho; pois segundo So Paulo o primeiro Adofoi criado como uma alma vivente, mas o ltimo Ado, Cristo, Ele mesmo um Esprito ativo oudoador de vida. Ento, seguindo Ado, que tipifica a mente, todos morremos; mas em Cristotodos revivemos.

    O Aspecto Feminino da Deidade

    Devemos perceber tambm que nossa mais alta concepo da Deidade combina tudo o que omelhor das caractersticas dos dois sexos. Deus, contendo tudo em Si mesmo, no pode sertomado como exclusivamente masculino ou feminino. Ele no pode seno ter muitos aspectos, ena religio Crist sempre tem havido uma grande tendncia de esquecer o fato fundamental damanifestao mltipla. Na perfeio da Divindade se apresenta tudo o que mais belo, tudo oque mais glorioso no carter humano. Neste carter temos dois conjuntos de qualidades,algumas que associamos em nosso pensamento principalmente ao lado masculino ou mais

    positivo do ser humano, e outras que associamos mais geralmente em nosso pensamento ao lado

    feminino. Por exemplo, a fora, a sabedoria, a tendncia cientfica e aquele poder destrutivo quena religio Hindu caracterizado por Shiva - tudo isso consideramos usualmente comomasculino. Mas o amor, a gentileza, a ternura, a harmonia, consideramos como masespecificamente femininos.

    Porm todas estas caractersticas so discernidas por ns na Deidade, e natural que as pessoasas tenham separado em dois aspectos Seus, e tenham pensado n'Ele como Pai-Me. Em todas asgrandes religies do mundo at bem pouco tempo estes dois aspectos tm sido representados, demodo que seus devotos reconhecem no s deuses, mas tambm deusas. Na ndia temos Parvati,Lakshmi, Uma, Sarasvati; na Grcia temos Hera, Afrodite, Demter, Pallas Atena; no Egito, sise Nephthys; na China, Kwan-Yin; em Roma, Juno, Vnus, Minerva, Ceres, Diana, Bellona. Emoutras religies ainda encontramos Astarte ou Ashtaroth, a Rainha dos Cus. Imagens de siscom seu Infante Hrus nos braos so idnticas s da Virgem Maria carregando o Menino Jesus;de fato, diz-se que antigas esttuas egpcias ainda esto em uso em diversos templos Cristos.

    Os Cristos ignorantes acusam aquelas antigas religies de politesmo - do culto de muitosdeuses. Isso simplesmente um mau entendimento do significado pretendido. Todas as pessoasinstrudas sempre souberam que s existe Um Deus; mas elas tambm tm sabido que aqueleDeus nico Se manifesta de diversas maneiras, e em todos os sentidos to plenamente atravs docorpo masculino como do feminino - atravs do que chamado de lado negativo da vida, bemcomo do positivo.

    Ns, que crescemos entre idias Crists, s vezes achamos um pouco difcil compreender querebaixamos tanto o ensinamento de Cristo que em muitos casos o que hoje confessamos apenasum arremedo do que Ele originalmente ensinou. Ns fomos educados, at onde interessa religio, no-filosoficamente. Jamais aprendemos a apreciar o valor da religio comparada e damitologia comparada. Os que as estudaram por muitos anos descobriram que elas lanamtorrentes de luz sobre muitos pontos que de outra forma seriam incompreensveis. Vemos que setudo Deus, e se no h nada alm de Deus, ento a matria tanto Deus quanto o Esprito, eque h um lado ou aspecto feminino ou passivo da Deidade assim como h um lado masculino, emesmo assim Deus Um s, e no n'Ele existe nenhum tipo de duplicao.

    Tudo o que existe Deus; mas podemos v-Lo atravs de muitos diferentes vidros coloridos e demuitos pontos de vista; podemos v-lo como o grandioso Esprito que anima todas as coisas; mas

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    estas coisas que so animadas - as formas - no so menos Deus, pois no h nada alm de Deus.E assim vemos que o que podemos chamar de aspecto feminino da Deidade, e exatamente comoo lado masculino, o feminino tem muitas manifestaes. De forma que antigamente havia muitosdeuses e deusas, cada qual representando um aspecto, e os deuses tinham seus sacerdotes, e asdeusas suas sacerdotisas, que tinham na religio um parte to importante quanto os sacerdotes.

    Mas nas ltimas grandes religies, o Cristianismo e o Islamismo (ambas derivadas do Judasmo,que ignorava o lado feminino), o Instrutor do Mundo escolheu no tornar a diviso to evidente;portanto no Cristianismo e no Islamismo s temos sacerdotes, e as foras que so derramadasatravs dos seus servios eclesisticos, embora incluam todas as qualidades, so arranjadas edirigidas atravs s da forma masculina - pelo menos at agora.

    No antigo Egito dividamos estas foras porque esta foi a vontade do Instrutor do Mundo quandofundou a religio Egpcia, e assim algumas delas fluam atravs da manifestao de Osris, ealgumas atravs da manifestao de sis. Portanto algumas delas eram administradas atravs desacerdotes de Amen-R, o Deus-sol, e outras por sacerdotisas de sis. E sis era de todas asformas muito honrada, e considerada igualmente alto em todos os sentidos, como qualquer um

    dos aspectos masculinos. Ela era a grande Deusa e Me benfica, cuja influncia e amorpenetravam todo o cu e a terra.

    Hoje em dia os Cristos aprenderam a entender o simbolismo de sua Igreja - aprenderam a verquo multifacetada ela , de modo que cada idia que ela nos apresenta invoca uma hoste de

    pensamentos teis e elevados, e no apenas um. J foi feita referncia quela outra linha desimbolismo em que os diferentes estgios da vida terrena de Cristo ilustram as quatro grandesIniciaes, e Sua Ascenso tipifica a quinta. Nesta linha tambm entra a histria de NossaSenhora Maria, pois nela Seu nascimento representa o primeiro surgimento da matria emassociao com o ego em sua individualizao, enquanto que a Anunciao ilustra o quecomumente se chama de converso, que pe o homem na direo correta, e tem o nascimento doCristo interior como o seu resultado necessrio, quando tiver terminado o seu longo perodo degestao. No mesmo esquema, a Assuno significa a retirada plena e final do ego ou alma paradentro da Mnada.

    Se seguirmos a outra forma de simbologia, aquela que se refere ao Nascimento de Cristo comoSua descida matria, Sua Concepo , ento, a formao da Mulaprakriti pela emanao daSegunda Pessoa, como foi mencionado antes, enquanto que a Anunciao ilustra a Primeiradescida do Esprito Santo na matria. O Esprito Santo desce e encobre os maria [mares, emlatim - NT], o oceano da matria virgem; o Esprito de Deus se moveu sobre a face do abismo, eento a Anunciao esta Primeira Descida que, em nossa terminologia, chamamos de Primeira

    Emanao, a qual traz os elementos qumicos existncia. Mas somente depois de um longoperodo de gestao que a matria fica preparada para a Segunda Emanao, que provm daSegunda Pessoa da Trindade, e Cristo nasce na matria (no Natal). Mais tarde vem a TerceiraEmanao, quando cada homem individualmente recebe em si mesmo a centelha divina, aMnada, e ento nasce o ego ou alma humana. Mas isso em uma etapa muito posterior.

    Nas religies mais antigas, como dissemos, houve diversas apresentaes do Aspecto Feminino.Para os Romanos, Vnus tipificava o amor, Minerva a sabedoria, Ceres a me terra, e Bellona eraa defensora. Nossa Senhora, a Me do Mundo, no corresponde exatamente a nenhum destesaspectos, ou antes Ela inclui diversos deles, elevados a um alto plano de pensamento. Naantigidade a maior aproximao de nossa concepo d'Ela que encontramos provavelmente seja

    a figura de Kwan-Yin, a Me de Misericrdia e do Conhecimento do Budismo do Norte,divulgado na China e no Tibete. Nossa Senhora em essncia Maria, a Me, o prottipo do

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    amor, da devoo e da piedade; de fato, a verdadeira Sabedoria celeste, mas acima de tudo aConsolatrix Afflictorum, a consoladora, confortadora, auxiliadora de todos os que esto com

    problemas, tristezas, necessidades, doena ou qualquer outra adversidade. Pois no s Ela umcanal por onde o amor e a devoo se encaminham para Cristo, Seu Filho e Rei, mas Ela porsua vez um canal para o derramamento de Seu amor em resposta.

    Assim, do ponto de vista tanto do simbolismo quanto do fato, o Cristo tem uma boa razo parafreqentar as Festas de Nossa Senhora, e se regozijar e dar graas pela sabedoria e pelo amor quese constituem estas linhas de aproximao - gratos a Cristo que nos d isso, e a Nossa Senhora

    por Quem isso dado. Assim podemos todos nos unir em um coro mundial de louvor, repetindoas palavras do Anjo Gabriel: "Ave, Maria, cheia de graa, o Senhor convosco; bendita Sois vsentre as mulheres".

    Ave, Maria! Oh tu cujo nomes pode amor ardoroso invocar,

    possamos ns o teu templo adentrar;

    Pois o teu Filho, o nosso Senhor,toda pessoa coroar prometeucom alegria e amor como os teus.