LOGISTICA - CÓDIGO DE BARRAS, RFID E E-COMMERCE
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA......................................................................................4
1.2 OBJETIVO.........................................................................................................................4
2. O CÓDIGO DE BARRAS.........................................................................................................5
2.1 A Evolução do Código de Barras Linear...........................................................................7
3. RFID......................................................................................................................................9
3.1 O sistema RFID...............................................................................................................10
3.1.1 Etiquetas de RFID – TAG.....................................................................................10
3.1.2 O Leitor – Reader................................................................................................12
3.1.3 O Software..........................................................................................................12
3.1.4 Aplicações do sistema RFID................................................................................13
4. E-COMMERCE....................................................................................................................15
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................19
6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................................20
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1. INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
A logística se tornou hoje assunto estratégico dentro das empresas de diversos
ramos de atividades. Com a globalização dos mercados, houve uma mudança da
importância dos processos logísticos, elevando de um nível estritamente operacional
para um nível estratégico, onde uma gestão eficiente da logística dentro das empresas,
a coloca em patamar de competitividade diferenciado.
O conceito de Logística segundo o Council of Logistic Management pode ser
definido como sendo “os processos da cadeia de suprimentos (supply chain) que
planejam, estruturam e controlam, de forma eficiente e eficaz, o fluxo de
armazenamento dos bens dos serviços e da informação relacionada, desde o ponto de
origem até o ponto de consumo, para satisfazer o requisito do cliente.” Dentro deste
conceito, é possível identificar uma grande abrangência de estudos dos processos e
etapas desta área.
Todos os elos das etapas da logística possuem um importante e fundamental
“bem” – a informação – que mal gerido, influencia diretamente na satisfação do
cliente. Assim, essa informação passou a ser ponto de estudos para busca de melhoria
e segurança para o processo logístico.
1.2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é tratar sobre alguns pontos importantes da logística
e as possíveis formas de tratar esse “bem” que é a informação. Demonstrará as
possíveis formas de tratar as informações que circulam na logística, com integração e
automação dos processos, como o código de barras, identificando sua evolução para
um novo sistema, o RFID, onde além do ganho de mobilidade e automação, há uma
maior capacidade de armazenamento de dados para as empresas.
Além disso, também abordará o conceito atual de E-commerce a fim de
demonstrar seu impacto para o processo logístico atual das empresas uma vez que a
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globalização da massa consumidora a esse tipo de comércio tem despertado um
grande interesse na implantação dessa modalidade de comércio pelas empresas.
2. O CÓDIGO DE BARRAS
A chegada da Era industrial revolucionou os processos das empresas e
principalmente como elas lidavam com os processos. Houve a necessidade de se
adequá-los a uma forma mais eficiente, segura e com menor custo. Assim deu-se início
ao processo de automação das empresas, que consistia na substituição e/ou redução
da mão de obra humana por computadores reduzindo possíveis erros e tornando mais
eficiência e veloz a linha de produção.
A implantação do processo de automação envolve aplicações de tecnologias,
como por exemplo, automação da informação, automação de operações entre outros.
O código de barras tornou-se uma importante ferramenta tecnológica por identificar
facilmente os produtos permitindo uma automação em todo o processo logístico.
O código de barras é uma forma de representar a numeração, que viabiliza a
captura automática dos dados por meio de leitura óptica nas operações
automatizadas. São conhecidos como sistemas de auto identificação, desenvolvidos
inicialmente para facilitar a coleta e a troca de informações logísticas. Possuem uma
representação gráfica com impressão das informações dispostas em regiões escuras e
claras e para sua leitura é necessário a decodificação dos dados, que por meio da
emissão de um feixe de laser permite reconhecer a informação. A leitura é realizada
com o diferencial entre as regiões, onde na região escura o feixe de luz é absorvido, já
na região clara (espaços em branco) o feixe é refletido para o scanner, que converte
estes retornos em pulsos elétricos interpretados pelo computador como bits
(sequências de 0 ou 1), formando os dados representados no código de barras.
Como resultado, foi criada em 1977 uma entidade sem fins lucrativos, a
"European Article Numbering Association" (EAN) (SEIDEMAN, 2006).
O Sistema EAN.UCC reconhece três simbologias de código de barras para
representar as estruturas de numeração padronizada: EAN/UPC; ITF-14 e UCC/EAN-
128. (GS1 BRASIL, 2006, p. 1)
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Originalmente o estudo do código de barras foi desenvolvido nos EUA, onde um
comitê em 1973 decidiu-se após alguns anos de estudo, pelo sistema UPC (Universal
Product Code). O “UPC” é um código de doze dígitos assim distribuídos: o primeiro
dígito, geralmente zero, é o número do sistema, os cinco dígitos seguintes são o código
do fabricante, outros cinco dão o código do produto e o último é o dígito de controle.
Para maior facilidade de leitura humana, o primeiro dígito, costuma agora ser impresso
à esquerda do separador lateral esquerdo. Os cinco dígitos do fabricante ficam entre o
referido separador e o separador central, também saliente em baixo. O código UPC
tem duas versões: UPC-A e UPC-E. A versão UPC-E, também chamada de versão
reduzida ou do zero suprimido (zero supressed) distingue-se da primeira, obviamente
pelo tamanho, mas ainda por não ter separador central e só conter 8 (oito) dígitos.
Na Europa, em 1974 fabricantes e distribuidores de doze países formaram um
conselho para examinar a possibilidade de desenvolver um sistema padronizado de
numeração de artigos para a Europa, semelhante ao sistema do Código Universal de
Produtos (UPC) já estabelecido nos Estados Unidos pelo Uniform Code Council (UCC).
Em 1977, 12 países europeus criaram um método de codificação unificado. E adotaram
a sigla EAN (European Article Numbering) que posteriormente foi adotado como
padrão pela maioria dos países.
O sistema EAN.UCC (European Article Numbering) reconhece três simbologias
de códigos de barras para representar as estruturas de numerações padronizadas:
EAN/UPC; ITF-14 e UCC/EAN-128. Para essas três simbologias seguem algumas
considerações.
A simbologia EAN/UPC é a representação gráfica numérica em que
normalmente é reconhecimento por toda a cadeia de varejo. Possui a representação
de 13 dígitos (UCC-13), de 12 dígitos (UCC-12), e de 8 dígitos (UCC-8).
Um exemplo da simbologia bastante difundida hoje e utilizada mundialmente:
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A ITF-14 é a representação de código de barras numérico com 14 dígitos Pode
ser interpretado por toda cadeia de suprimentos com exceção da maioria das lojas do
varejo.
A simbologia UCC/EAN-128 é o código de barras linear alfanumérico,
representa em cada “bloco de barras” até 48 caracteres desde que não ultrapasse 165
mm de largura. Sua estrutura de dados é baseada nos Identificadores de Aplicação
EAN.UCC, que anunciam o conteúdo do dado e seu formato. Esta simbologia pode ser
interpretada por toda cadeia de suprimentos com exceção, da frente de loja do varejo.
Uma das principais funções do UCC/EAN-128 é representar dados referentes a
rastreabilidade de itens comerciais.
2.1 A Evolução do Código de Barras Linear
Além dessas simbologias há o RSS – Reduced Space Symbology e Simbologia
Composta – estas duas simbologias foram especialmente desenvolvidas para
aplicações em que o código de barras linear EAN.UCC existente não possam ser
aplicados em virtude da restrição de espaço físico na embalagem, o que é mais comum
em produtos do setor farmacêutico e hospitalar. O RSS é composto por um conjunto
de modelos de códigos de barras muito pequenos, capazes de representar o GTIN
(Número Global de Item Comercial) e informações complementares, como por
exemplo, o número de lote e data de validade.
A Simbologia Composta é formada pela composição de código de barras linear
do Sistema EAN.UCC (EAN/UPC, ITF, UCC/EAN-128 ou RSS) acrescido de uma estrutura
bidimensional (derivado do micro PDF 417) acima do código linear. Esta estrutura
bidimensional pode representar diversas informações variáveis para rastreabilidade,
como por exemplo, o número do lote, data de validade, número de série entre outras
informações. A seguir exemplo dos códigos bidimensionais.
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O código 2D, como também é conhecido, é considerado como uma evolução do
código de barras linear e tem sua principal vantagem a inclusão em um espaço menor
de impressão, ou seja, em uma imagem menor de tamanho, o armazenamento de
grande quantidade de dados, pela alocação de informações nas duas dimensões do
código. O código bidimensional pode ser classificado de acordo com sua formatação de
criação: Stacked e Matriciais.
O código de barras Stacked se dá com a composição de dois ou mais códigos de
barras lineares. Com esse rearranjo de códigos lineares é utilizado a segunda dimensão
e assim a possibilidade de armazenamento de maiores informações.
Já o código Matricial é considerado como o código bidimensional verdadeiro,
pois é construído a partir de uma tecnologia mais nova de reconhecimento por
scanner de imagem e são omnidirecionais, ou seja, podem ser lidos por diversos
ângulos. Além disso, tem uma vantagem importante para a leitura, que é a
redundância. Ou seja, como a informação incluída no código é repetida em diferente
locais da imagem, de acordo com a redundância que se quer obter (10% – 30%), a
leitura é realizada mesmo com perda parcial (sujo ou danificado) do código na
embalagem. Um importante ponto a ser considerado na redundância é que quanto
maior a redundância, maior será o código. Mesmo assim a vantagem de tamanho em
relação ao código linear é muito grande, chegando até a 10% do tamanho. A seguir
exemplo da relação de tamanho.
Os impactos positivos trazidos pelo código de barras ou bidimensional para a
logística é a racionalidade do gerenciamento do controle de fluxo e estoque de
produtos acabados, semiacabados ou matérias-primas. Pois ao contrario de sistemas
tradicionais que processam as informações ao final de um período, os códigos
permitem o acesso às informações on-line. Além disso, o controle físico do estoque é
uma vantagem importante nesse sistema tecnológico. Com a competitividade do
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mercado as empresas que possuírem uma logística aprimorada e eficiente terão um
diferencial competitivo importante.
O sistema de código de barras é uma ferramenta importante aos processos
logísticos visto que a busca por produzir a quantidade correta, movimentar o produto
mais rápido e eficientemente e entrega-lo no menor tempo possível são importantes
pilares da logística empresarial.
A utilização do sistema de código de barras em todos os ramos do comercio,
seja industrial ou na prestação de serviços, está consolidada e difundida. No âmbito da
saúde existem diversos estágios de utilização.
3. RFID
A tecnologia RFID (radio-frequency identification) é uma tecnologia que trafega
dados e informações por meio de ondas de rádio frequência. Trata-se de um sistema
de identificação automática através de sinais, por meio da recuperação e
armazenagem remota de dados, através de dispositivos de transmissão e recepção das
ondas de rádio frequência.
A Origem do RFID se deu na segunda guerra mundial por meio de
implementação da tecnologia de transmissão por rádio frequência onde identificavam
se os aviões que se aproximavam da base eram aliados ou inimigos. Foi desenvolvido
um dispositivo que era colocado nos seus aviões, conhecido como IFF – Identification
Friend or Foe. Este dispositivo era um transponder que respondia aos sinais enviados
pela estação de rastreio. Se o avião respondia era considerado amigo se não respondia
era considerado inimigo.
A história da RFID começa verdadeiramente em 1973, quando o americano
Mario W. Cadullo consegue a patente de um dispositivo ativo de RFID, com memória
regravável. No seu pedido de patente, além da descrição técnica englobava, também,
áreas de aplicação do seu invento.Nessa década grandes corporações tais como a
General Eletric, Westinhouse, Philips e Gleynayre, começaram a adotar a tecnologia
para controlar objetos e veículos em movimento.
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A tecnologia de RFID foi se consolidando frente a comunidade acadêmica e
também as empresas que vislumbram importantes nichos de mercado com a
implantação da tecnologia.
3.1 O sistema RFID
A tecnologia RFID é um conjunto de componentes que permitem a transmissão,
recepção, decodificação, e compilação da informação transmitida. O sistema para
permitir a transmissão dos dados é composto por: leitores / gravadores, antenas,
etiquetas RFID, software para gerenciamento do sistema de leitura e infra-estrutura de
instalação.
A seguir serão descritos para cada componente do sistema as suas
especificações e funcionamento.
3.1.1 Etiquetas de RFID – TAG
As etiquetas ou comumente conhecidas como TAG, são dispositivos para
transmissão das informações, onde armazenam os dados e os transmite via
ondas de rádio frequência. Ela é composta pelos seguintes componente:
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Sensor - responsável pela aquisição dos aspectos físicos como temperatura,
luminosidade, etc; Antena – permite a comunicação pelo chip; Processador
ou chip - responsável pela comunicação e pela gestão dos dados
armazenados em sua memória; Encapsulamento - invólucro externo no
qual o chip, a antena e o sensor são acomodados.
A diversidade dos modelos das Tags está diretamente relacionada com suas
características. O tamanho da antena interna influenciará diretamente na
interação com o leitor dos dados e no formato da tag. Já o encapsulamento
tem sua função direta em proteger o conjunto processador e antena,
também conhecido como Inlay, das condições externas e ambientais.
Independente do tipo da etiqueta de RFID elas possuem duas
características em comum, a primeira é que são utilizadas para identificar o
produto e é anexada a ele, a segunda é que transmitem os dados contidos
nela. As outras características variam de acordo com a aplicabilidade das
Tags e são descritas a seguir.
Quanto à faixa de operação as etiquetas podem ser:
Baixa freqüência (LF): geralmente usada para controle de acesso
e rastreamento de itens, possuem alcance aproximadamente 50
cm;
Alta freqüência (HF): usada onde taxas de leituras e distâncias
mínimas são necessárias, possuem alcance médio de 3 metros;
Freqüência Ultra Alta (UHF): oferecem as maiores taxas de
leitura e distância, possuem alcance que chegam até 9 metros;
Microondas: usada para identificação de veículos e tem alcance
bem maior com alcance acima de 10 metros.
Quanto a característica padrão de comunicação as etiquetas são definidas
pelo padrão EPCGlobal, como segue:
Classe 0: tags passivas com característica apenas de leitura;
Classe 0+: tags passivas com possibilidade de escrita única
usando o protocolo de classe 0;
Classe 1: tags passivas com possibilidade de escrita (única);
Classe 2: tags passivas com encriptação adicional;
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Classe 3: tags regraváveis e semi-passivas como sensores e tags
com baterias;
Classe 4: tags regraváveis ativas com possibilidade de
comunicação ponto-a-ponto com outras tags
Classe 5: tags e leitores que podem ativar classes tags 1, 2 e 3 e
podem se comunicar com tags classes 4 e 5.
Quando a capacidade de armazenamento das etiquetas ela podem variar
de tamanho, desde a capacidade de armazenar 1 bit até centenas de bits,
porém as mais comumente utilizadas são das de 64 e 96 bits.
3.1.2 O Leitor – Reader
O leitor é o componente do sistema que transmite energia por meio de
ondas eletromagnéticas através de suas antenas a uma etiqueta. Esta por
sua vez capta esta onda e a converte em energia, energia esta que é usada
para transmitir de volta com os dados contidos internamente. Essa
transmissão então realizada pela tag é captada pelas antenas do leitor que
a identifica e a envia para o sistema. É o principal elo entre a tag e a rede,
sendo responsável pela captura da informação contida nas etiquetas.
Um dos principais componente do leitor, também conhecido como
interrogador, é a antena. Sendo que em alguns modelos é utilizada apenas
uma antena para enviar e receber as informações das tags, em outros
modelos são utilizadas duas antenas independentes.
3.1.3 O Software
Para implementação do sistema de RFID é necessário que as informações
transmitidas pelas tags e captadas pelo interrogador, sejam filtradas e
integradas com o sistema de gestão empresarial da empresa. Assim esta
atividade é realizada por um software conhecido como middleware. Este
disponibilizará os dados de maneira controlada e tratada.
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O middleware deve promover algumas características básicas para o pleno
funcionamento do sistema de RFID.
Interface com os leitores de maneira a controla-los dentro da rede e
dos vários tipos possíveis de programação.
Gerenciamento das leituras: permite que haja o gerenciamento de
uma quantidade muito grande de informação transmitida de
maneira a filtrar as informações mais relevantes do processo de
transmissão.
Integração com sistemas empresariais: permite as informações
controladas e tratadas sejam integradas e enviadas ao sistema de
gerenciamento da empresa. Normalmente é utilizada uma
arquitetura orientada a serviços (SOA) e utilizado o protocolo de
integração via web servisse.
3.1.4 Aplicações do sistema RFID
O sistema RFID possui as mais diversas aplicabilidades como, por exemplo, na
atividade hospitalar, implantes humanos, uso industrial, comercial, segurança,
pedágios, lixo contaminado, manutenção, bibliotecas, identificação de objetos,
veículos, pessoas, animais, e muitas outras.
O setor de indústrias produtoras de carne, por exemplo, utiliza esta tecnologia
para identificar o animal e a coleta de dados em campo, ferramentas de controle para
os diferentes estágios da produção e das quantidades de estoque.
Especificamente na gestão das cadeias de suprimentos (SCM), o sistema de
RFID é uma peça-chave para o aprimoramento da gestão dos fluxos físicos de recursos
para fabricação, armazenagem e distribuição. Alguns modelos de utilização desta
tecnologia são descritos a seguir:
Portal: entrada ou saída de um local determinado com as antenas
dispostas de modo a detectar a passagem de tags pela passagem. Há a
possibilidade de serem portáteis e instaladas apenas quando forem
necessárias.
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Túnel: é a disposição das antenas de maneira a criar um pequeno portal.
A única diferença é que geralmente possuem isolamento
eletromagnético, possibilitando que existam outras antenas por perto
com a garantia de que não ocorrerá interferência entre elas. É bastante
utilizado em linhas de montagem e empacotamento.
Portátil: utiliza dispositivos portáteis que coletam as informações no
local desejado e próximo às tags;
Embarcado: são distribuídos e instalados os leitores em empilhadeiras
permitindo que haja a integração durante o momento e execução das
atividades com a empilhadeira.
Armazenamento inteligente: as antenas são dispostas nas prateleiras e
fazem a captação automática das tags no momento da movimentação
do produto. É possível assim controlar o estoque em tempo real e ainda
realizar o ressuprimento de maneira on line.
Na indústria automotiva o uso do RFID é destinado ao rastreio de cada etapa
de produção de um automóvel que se torna vital para qualquer montadora de classe
mundial. RF tags aplicados desde a inserção do monobloco na linha de montagem,
acompanham o veiculo ao longo processo de montagem, passando pelo forno de
pintura, até o controle de qualidade final. Com o uso da RFID, aumentou-se muito a
flexibilidade de produção, podendo-se fabricar diversos modelos e configurações em
uma mesma linha produtiva. A indústria de auto peças também tem utilizado o RFID
em larga escala, na identificação em linhas de faróis, ar-condicionado, motores, etc.
Além da aplicação nas linhas produtivas de automóveis, a tecnologia RFID está
sendo aplicada no cotidiano dos consumidores de automóveis. Imobilizadores
eletrônicos na ignição do veiculo são aplicados com esta tecnologia que chegam a tag
no momento da partida do veículo.
Há também a aplicação da tecnologia no gerenciamento de produtividade dos
funcionários. Possibilita o controle de entrada e saída, cálculo de horas trabalhadas e
horas extras, utilização de equipamentos, uso de vale refeição, exames médicos, entre
outras atividades.
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A evolução dos sistemas de RFID permitirá que haja a diminuição dos custos de
implantação bem como a necessidade de padronização e unificação das frequências
utilizadas, pontos estes que são importantes no seu desenvolvimento.
É um sistema que veio complementar o atual sistema de código de barras,
porém o esforço para substituí-lo deverá ser grande, pois os custos são muito elevados
comparados com o sistema de código de barras. Os dois sistemas devem passar juntos
por um período de transição e que ao longo do tempo o RFID predomine no
rastreamento de ativos e de produtos com valor agregado maior, mas em curto e
médio prazo, não devem substituir o sistema atual de código de barras.
4. E-COMMERCE
O e-commerce é o conjunto das transações comerciais de produtos e serviços
efetuadas através da Internet ou de outros meios digitais. É uma nova modalidade
comercial disseminada hoje no mercado brasileiro, uma vez que a população tem tido
uma maior facilidade de acesso à internet, o que possibilita essa nova prática de
comércio. Não se caracteriza apenas por compras, mas também abrangem transações
de títulos financeiros, download de software, negócios entre empresas, entre
consumidores, dentre outras formas de comercialização.
A cada ano o comércio eletrônico tem apresentado crescimento importante na
economia global e principalmente no Brasil. O crescimento do primeiro semestre de
2011 foi 24% maior do que o mesmo período de 2010. O valor total de transações
desse período em 2011 foi de R$ 8,4 bilhões e em 2010, foi de R$ 6,8 bilhões. A seguir
gráfico com a evolução do primeiro semestre ao longo dos anos.
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Existem diversas formas de realização do comercio eletrônico. A seguir a
descrição dos modelos mais comuns:
Business to Business: conhecido também como B2B e EDI
(Eletronic Data Interchange), é o comercio entre duas empresas. Nesse
tipo de transação eletrônica, as empresas fornecedoras desenvolvem
sites na Internet, através dos quais as empresas-cliente podem obter e
trocar informações com os fornecedores. Ou seja, a comercialização não
é dirigida aos consumidores finais.
Bussiness to Consumer: conhecido como B2C, é o
comércio eletrônico empresa-consumidor onde a transação comercial, a
venda, é realizada diretamente ao cliente. O comprador é uma pessoa
física que, a partir de um computador pessoal, realiza suas buscas e
adquire um produto ou serviço através da Internet.
Consumer to business: conhecido como C2B, é o inverso
do B2C, onde os consumidores ofertam um bem de consumo ou serviço
às empresas. O mais comumente encontrado são os profissionais
freelancers que ofertam serviços às empresas.
Bussines to Employee: conhecido como B2E, é o comércio
eletrônico que se dá no ambiente da própria empresa, ou seja, na
própria intranet. Acontece quando há a necessidade de relação
comercial com os funcionários da empresa, como gestão de seguros,
programas de recompensas, etc.
Consumer to Consumer: conhecido também com C2C é o
comércio eletrônico entre consumidores finais, atrave´s de um
intermediário. Normalmente acontece em site de leilões, onde um
consumidor compra o produto de outro consumidor.
Nos últimos anos, modalidade que mais se destacou foi a mais nova criada,
compra coletiva. Esse modelo tem o objetivo de vender produtos e serviços para um
número mínimo estabelecido de consumidores por promoção. Isso permite que com a
garantia mínima de venda e a possibilidade de disseminação da marca da empresa,
possa ser ofertado um preço com reduções significativas.
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Neste modelo de comércio é importante salientar as vantagens e desvantagens
que agrega às empresas e clientes, conforme a seguir:
Inserção instantânea no mercado - os produtos ou
serviços estão expostos a qualquer um que tenha acesso a
tecnologia da internet.
Relações mais ágeis - o comércio eletrônico possibilita
maior agilidade entre consumidores e empresas.
Redução da burocracia - o uso e a guarda de papéis são
reduzidos, ganha-se tempo, os erros diminuem e muitos custos
operacionais e administrativos são cortados.
Fraude: as informações contidas nos cartões magnéticos
podem ser utilizadas fraudulentamente por terceiros.
Impostos: uma vez que a Internet forma uma rede global,
não restringindo as operações entre países e entre estados, aparece
o problema da taxação e da cobrança de impostos entre fronteiras.
Confiança: sendo uma relação eletrônica que no máximo
existe o contato telefônico existe a fragilidade na falta da relação
presencial a referência física para dar apoio à transação em caso de
dúvida ou divergência é maior.
A concentração dos esforços na montagem de uma infraestrutura eletrônica
confiável e uma política de marketing consistente é fundamental para funcionamento
do e-commerce, porém não é bastante para garantir o melhor desempenho desse
recurso. Uma logística eficiente e eficaz que atenda a expectativa do cliente é uma das
principais dificuldades enfrentadas das empresas com de e-commerce.
Com o surgimento desse novo seguimento comercial as empresas alcançaram
novos mercados de consumidores, conseguiram diminuir os seus estoques físicos
gerando um menor custo com estoque e conseguindo um maior giro de seu estoque,
outro ponto positivo é a integração da cadeia de suprimentos (Supply Chain
Management) das empresas, desde o fornecimento da matéria prima até o processo
final que seria o produto acabado e sua distribuição e chegada ao cliente final.
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Toda a dimensão de globalização alcançada com o comércio eletrônico é
verdadeiramente igual aos problemas relacionados à logística que evolver esse tipo de
comércio. A primeira preocupação é que uma das mais importantes percepções de
qualidade neste tipo de comercio é a logística: o tempos de entrega, a forma e
qualidade da entrega, a informação e integração com o cliente, uma vez que as outras
percepções que qualidade do produto, de atendimento, espera no atendimento, forma
de pagamento, são todas bem atendidas atualmente pelas empresas que estão neste
ramo de atividade.
Assim o desafio logístico se torna muito maior neste seguimento uma vez que a
tecnologia ainda precisa conviver com habilidades antigas como armazenar, gerir
estoques, manusear produtos e pedidos, separar produtos por embalagens individuais,
entregá-los no prazo prometido e na casa do cliente, além de todos os problemas
causados por essa nova dinâmica aos indicadores normais de estoque com
informações precisas de giro, custo e tempo de reposição.
As empresas para minimizar o impacto dessa nova forma de gerir a logística do
comércio eletrônico têm feito investimentos na automação dos processos, uma vez
que essa nova dinâmica trouxe um novo cenário, diferente dos sistemas logísticos
tradicionais: ao invés de pedidos de grande volume e entregas de forma centralizada, o
e-commerce trouxe um grande número de pequenos pedidos, entregues de forma
fragmentada, gerando elevados custos. Nesta automação, o uso das tecnologias de
código de barras e RFID se tornam obrigatórias, em virtude de todos os benefícios que
trazem par o processo logístico.
O número de entradas e saídas realizadas diariamente nas empresas de
comercio eletrônico é muito grande devido ao acesso maior de clientes aos produtos
via ferramenta eletrônica. Assim o desafio logístico de manter um estoque sob uma
demanda desconhecida requer que haja uma consistência de inventários muito grande
dos produtos. É neste momento que se torna imprescindível a necessidade de
implantação de sistemas ERP integrados, onde o código de barras deve ser implantado
desde a entrada no produto, a sua localização e armazenamento, o inventário, a
separação e expedição. Aliada a tecnologia do código de barras, a tecnologia de RFID
está sendo utilizada para a automação de localização, de separação dos produtos, e
até rastreamento de produtos com valor agregado maior.
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Mas, depois de todas essas melhorias as empresas ainda enfrentam problemas
para satisfazer os seus clientes, pois ainda existem muitas reclamações sobre a
distribuição dos produtos que não chegam no dia combinado no ato da compra,
avarias nos produtos, o cliente não sabe se o produto realmente existe no estoque das
empresas, produtos que não chegam ao seu destino final, problemas com devolução
dos produtos com avaria, problemas com as transportadoras que não dão conta de
todos os pedidos feitos pelas empresas, por não possuírem infraestrutura do país, sem
esquecer que todos esses problemas trás para a empresa uma imagem negativa e
consequentemente tendo uma baixa no seu volume de vendas, pois o consumidor
quer na mesma velocidade do click, que todo o restante da cadeia funcione com
extrema precisão.
As empresas terão que concentrar os seus esforços para satisfazer seus clientes
de maneira a integrar todo o processo logístico, chegando ao consumidor final com a
melhor das expectativas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o avanço tecnológico e a urgência em informações precisas, a logística
tornou-se uma importante ferramenta das empresas. Otimização dos custos e controle
total do gerenciamento de uma organização é a fórmula encontrada para o sucesso.
A utilização de sistemas, como os vistos neste trabalho permite visualizarmos a
evolução da logística nas empresas e certeza que as tecnologias analisadas neste
trabalho não substituem uma ou outra e sim são complementares.
Traçar metas e investir em novas implementações dessas tecnologias de
maneira a automatizar e integras a informação existente em todo o processos logístico
se torno prioritários para todas as empresas que querem se manter competitivas no
mercado. Aprender com as falhas, e buscar sempre novas saídas, faz da logística um
segmento que fará o diferencial entre as empresas, sejam elas tradicionais ou virtuais.
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6. REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Marco Antônio de. Administração de Produção e Operações: Uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Brasport, 2009.
ARENDARENKO, Ernest. A study of comparing RFID and 2D barcode tag technologies for pervasive mobile applications. 2010. 58 f. Dissertação (Mestrado em Computação e Estatística) – Universidade de Joensuu, Joensuu.
BALLOU, Ronald H; tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
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http://ecommercenews.com.br