JUIZO FINAL

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ALFIERI, Vittorio (1749/1803) Esboço do Juízo Final Comédia religiosa/1 ato/3 sessões/8 personagens/7 masc. 1 fem./Almas e querubins SINOPSE O Esboço do Juízo Final foi escrito originalmente em francês e contém, sob forma teatral, vários dos ingredientes que formam o pensamento de Vittorio Alfieri, intelectual e dramaturgo progressista italiano, isto é, uma crítica religiosa, bem à maneira de Voltaire e, acima de tudo, uma grande e formidável reflexão sobre o homem e sua posição na vida e no mundo. A peça tem início quando da primeira sessão do esperado e aclamado Juízo Final. Deus, diante das almas que desfilam à sua frente, julga uma a uma de forma implacável, enquanto elas, ao confessarem seu pecados, traçam um painel dos costumes e vícios de uma época. Na segunda sessão, Deus está cansado e pede ao filho que assuma seu posto. O Filho então dá continuidade aos julgamentos. Mais uma vez, desfilam diante Dele as almas mais impuras e cheias de vício, no que são duramente castigadas com deveres e obrigações à altura de seus pecados. Na terceira sessão surge o Espírito Santo que, indignado, não sabe como deve chamar à Deus, se de Pai ou não. O Filho o repreende por querer se igualar à Deus e à Ele próprio. Começa uma discussão entre os dois, quando a reverência ao Filho é colocada em questão pelo Espírito Santo. Não é dada permissão ao Espírito Santo de julgar as almas por causa de sua figura de pombo, pois agora Eles têm a árdua função de julgar as almas femininas, que são rebeldes e insolentes, capazes dos golpes mais baixos para conseguirem sua salvação. Deus convoca os anjos Rafael e Gabriel, e eles retornam sem sucesso na missão de convencê-las a abrirem mão dos adornos e enfeites, pois de nada serviriam para aliviar suas penas. Todas esperam ser julgadas pelo Filho, e, claro, querem seduzi-lo. Deus então convoca a Virgem Maria para tal

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Sinopse, Juizo Final

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ALFIERI, Vittorio (1749/1803)

Esboço do Juízo Final

Comédia religiosa/1 ato/3 sessões/8 personagens/7 masc. 1 fem./Almas e querubins

SINOPSE

O Esboço do Juízo Final foi escrito originalmente em francês e contém, sob forma teatral, vários dos ingredientes que formam o pensamento de Vittorio Alfieri, intelectual e dramaturgo progressista italiano, isto é, uma crítica religiosa, bem à maneira de Voltaire e, acima de tudo, uma grande e formidável reflexão sobre o homem e sua posição na vida e no mundo.

A peça tem início quando da primeira sessão do esperado e aclamado Juízo Final. Deus, diante das almas que desfilam à sua frente, julga uma a uma de forma implacável, enquanto elas, ao confessarem seu pecados, traçam um painel dos costumes e vícios de uma época.

Na segunda sessão, Deus está cansado e pede ao filho que assuma seu posto. O Filho então dá continuidade aos julgamentos. Mais uma vez, desfilam diante Dele as almas mais impuras e cheias de vício, no que são duramente castigadas com deveres e obrigações à altura de seus pecados.

Na terceira sessão surge o Espírito Santo que, indignado, não sabe como deve chamar à Deus, se de Pai ou não. O Filho o repreende por querer se igualar à Deus e à Ele próprio. Começa uma discussão entre os dois, quando a reverência ao Filho é colocada em questão pelo Espírito Santo.

Não é dada permissão ao Espírito Santo de julgar as almas por causa de sua figura de pombo, pois agora Eles têm a árdua função de julgar as almas femininas, que são rebeldes e insolentes, capazes dos golpes mais baixos para conseguirem sua salvação. Deus convoca os anjos Rafael e Gabriel, e eles retornam sem sucesso na missão de convencê-las a abrirem mão dos adornos e enfeites, pois de nada serviriam para aliviar suas penas. Todas esperam ser julgadas pelo Filho, e, claro, querem seduzi-lo. Deus então convoca a Virgem Maria para tal tarefa. A Virgem cumpre com rigor a sua missão, e as almas que desfilam à sua frente são julgadas impiedosamente por seus pecados femininos, principalmente a luxúria.

Para um caso em particular, Maria convoca o auxílio de Plutarco, filósofo e pensador. É o caso de duas irmãs que,

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sendo julgadas ao mesmo tempo, tentam acusar-se mutuamente. Plutarco desiste da empreitada, e a Virgem Maria, a seguir, recebe a alma de Cleópatra, que reclama do tratamento dado por Alfieri à sua pessoa no drama homônimo do autor. A Virgem tenta consolá-la com o argumento de que mentir impunemente é um antigo privilégio da Poesia, e que, além disto, a peça talvez será vaiada, sem que o público tenha a menor idéia de quem tenha sido Cleópatra.