Implatação de Um Viveiro Florestal Especies Nativas

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

    CAMPUS SO GABRIEL

    CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

    RELATRIO DE ESTGIO FINAL

    RELATRIO DE ESTGIO

    Leonardo Severo da Costa

    So Gabriel, RS, Brasil

    2011

  • LEONARDO SEVERO DA COSTA

    IMPLANTAO DE UM VIVEIRO FLORESTAL DE ESPCIES

    NATIVAS NO MUNICPIO DE SANTA MARGARIDA DO SUL, RS

    Relatrio de Estgio obrigatrio apresentado

    ao Curso de Engenharia Florestal, da

    Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA,

    RS), como requisito parcial para obteno da

    Graduao em Engenharia Florestal.

    Orientador: Prof. Dr. Italo Filippi Teixeira

    So Gabriel

    2011

  • LEONARDO SEVERO DA COSTA

    IMPLANTAO DE UM VIVEIRO FLORESTAL DE ESPCIES

    NATIVAS NO MUNICPIO DE SANTA MARGARIDA DO SUL, RS

    Relatrio de Estgio obrigatrio apresentado

    ao Curso de Engenharia Florestal, da

    Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA,

    RS), como requisito parcial para obteno da

    Graduao em Engenharia Florestal.

    Orientador: Prof. Dr. Italo Filippi Teixeira

    Relatrio de Estgio obrigatrio defendido e aprovado em: 23 de dezembro de 2011.

    Banca examinadora:

    Prof. Dr. Italo Filippi Teixeira

    Orientador

    (Unipampa)

    Prof. MSc. Adriano Luis Schnemann

    (Unipampa)

    Prof. Dr. Frederico Costa Beber Vieira

    (Unipampa)

  • RESUMO

    O estgio obrigatrio foi realizado no perodo de 6 de outubro a 5 de dezembro de 2011, na

    Secretaria de Agricultura e de Fomento do municpio de Santa Margarida do Sul com

    superviso do engenheiro agrnomo Paulo Eduardo Martins Fassina. O estgio teve como

    objetivo elaborar um projeto de implantao de um viveiro florestal com a finalidade de

    produzir mudas florestais nativas e exticas destinadas a usos mltiplos dentro do municpio

    de Santa Margarida do Sul, alm de identificar possveis rvores matrizes com a finalidade de

    produzir sementes para a produo de mudas no viveiro bem como criar um banco de dados

    de sementes de espcies arbreas nativas no municpio. No desenvolvimento do estgio

    ocorreram alteraes no plano de estgio, onde foi definida como prioridade a elaborao do

    projeto de viveiro, tendo em vista que j existia um determinado nmero de rvores matrizes

    selecionadas. A elaborao do projeto de viveiro florestal iniciou com o levantamento de

    dados geogrficos da rea de implantao, para posteriormente ser elaborada a planta baixa

    das estruturas bsicas necessrias ao funcionamento do mesmo. A ltima etapa do projeto foi

    o oramento dos materiais necessrios para construo e matrias bsicos para o incio da

    produo de mudas no viveiro.

    Palavra chave: viveiro florestal, produo de mudas, espcies nativas.

  • ABSTRACT

    The compulsory training was conducted from October 6 to December 5, 2011, the Secretary

    of Agriculture and Development in the city of Santa Margarida do Sul under the supervision

    of Paulo Eduardo Martins Fassina. The training curriculum had as objective preparing a

    project to establish a forest nursery for the purpose of producing native and exotic tree seed

    lings to multiple uses within the municipality of Santa Margarida do Sul, and identify

    potential parent trees in order to produce seeds for the production of seedlings in the nursery

    as well as create a database of seeds of native tree species in the county. Stage in the

    development of changes in plan stage, which was identified as a priority project design

    nursery, given that there already existed a number of seed trees selected. The development of

    the nursery project was to survey data from the geographic area of deployment, then be

    prepared to the floor plan of the infrastructure needed to run it. The last step was the budget of

    the materials needed for construction and basic materials for the start of production of

    seedlings in the nursery.

    Keywords: forest nursery, plant propagation, native species.

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 rea de implantao do viveiro florestal no municpio de Santa Margarida do

    Sul, RS ...................................................................................................................................... 12

    FIGURA 2 Viveiro permanente com cobertura de sombrite sobre aramado ........................ 15

    FIGURA 3 Croqui do viveiro florestal .................................................................................. 16

    FIGURA 4 Estrutura de aramado sobre esteios possibilitando a sustentao do sombrite ... 16

    FIGURA 5 Croqui do aramado ............................................................................................. 17

    FIGURA 6 Croqui do corte lateral do viveiro ....................................................................... 17

    FIGURA 7 Croqui da irrigao ............................................................................................. 21

    FIGURA 8 Croqui detalhado da irrigao ............................................................................. 21

    FIGURA 9 Croqui da rea de aclimatao ............................................................................ 23

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 Descrio das reas de produo e de circulao .............................................. 18

    TABELA 2 Descrio do nmero de bandejas, rea produtiva e rea no produtiva para

    cada submdulo. ....................................................................................................................... 19

    TABELA 3 Oramento da estrutura do viveiro .................................................................... 24

    TABELA 4 Oramento do material do viveiro ..................................................................... 24

    TABELA 5 Oramento do sistema de irrigao .................................................................... 25

    TABELA 6 Oramento dos equipamentos ............................................................................ 25

    TABELA 7 Oramento da rea de aclimatao .................................................................... 25

    TABELA 8 Oramento da mo-de-obra ............................................................................... 25

    TABELA 9 Oramento total ................................................................................................. 25

  • SUMRIO

    1. ORGANIZAO ............................................................................................................ 9

    2. INTRODUO ............................................................................................................. 10

    3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................. 11

    3.1. Localizao ........................................................................................................................... 12

    3.1.1. Localizao do viveiro .................................................................................................. 12

    3.1.2. Escolha do local ............................................................................................................ 13

    3.2. Descrio do viveiro.............................................................................................................. 14

    3.2.1. Tipo do viveiro .............................................................................................................. 14

    3.2.2. Drenagem ...................................................................................................................... 18

    3.2.3. Mdulo de produo ...................................................................................................... 18

    3.2.4. Recipientes .................................................................................................................... 19

    3.2.5. Substrato ........................................................................................................................ 19

    3.2.6. Irrigao ........................................................................................................................ 20

    3.3. rea de aclimatao .............................................................................................................. 22

    3.4. Relao e custos dos materiais, equipamentos e servios ..................................................... 24

    3.5. CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................ 26

    4. AVALIAO DO ESTGIO ...................................................................................... 26

    4.1. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................. 28

    5. APNDICES ................................................................................................................. 30

    5.1. Apndice 1 Planta baixa da rea de aclimatao, Planta baixa do viveiro florestal, Corte

    transversal do viveiro florestal. ............................................................................................................. 30

    5.2. Apndice 2 Planta baixa do aramado do viveiro florestal, planta baixa do sistema de

    irrigao, Detalhe da linha secundria de irrigao. ............................................................................. 31

  • 9

    1. ORGANIZAO

    A Prefeitura de Santa Margarida do Sul - RS, localizada BR 290, KM 392, Bairro

    Centro, CEP 97335-000 a sede do poder executivo do municpio, e sua competncia

    equivalente a das prefeituras municipais de todo territrio brasileiro. Atribuda, nos moldes da

    constituio do pas, possui a direitos de governar o povo e administrar os interesses pblicos,

    cumprindo fielmente as ordenaes legais. Atualmente o municpio administrado pela

    prefeita Claudia Mara Goulart Brasil e Luciana Barbosa Souto Dias, vice prefeita. Santa

    Margarida pertencia ao municpio de So Gabriel, como Distrito, do qual foi desmembrado

    pela Lei, n 10.751/96, de abril de 1996. O municpio surgiu a partir da idia de um grupo de

    margaridenses que acreditava que a emancipao traria desenvolvimento. Devido a sua

    histria recente o municpio de Santa Margarida do Sul ainda encontra-se em fase de

    estabilizao e estruturao da cidade, enfrentando problemas como quaisquer outras cidades

    em relao a sade, habitao, saneamento bsico entre outros. O estgio obrigatrio foi

    realizado no perodo de 6 de outubro a 5 de dezembro de 2011, na Secretaria de Agricultura e

    de Fomento do municpio de Santa Margarida do Sul com superviso do engenheiro

    agrnomo Paulo Eduardo Martins Fassina. O estgio curricular obrigatrio teve como

    objetivo elaborar um projeto de implantao de um viveiro florestal com a finalidade de

    produzir mudas florestais nativas e exticas destinadas a usos mltiplos dentro do municpio

    de Santa Margarida do Sul, RS.

  • 10

    2. INTRODUO

    O viveiro de mudas um dos instrumentos, talvez o de maior importncia, dentro do

    processo de recuperao de reas degradadas, pois serve como clula reprodutora das espcies

    vegetais, tanto de espcies nativas quanto exticas, disponibilizando uma quantidade

    significativa de mudas dos vrios ecossistemas encontrados na regio, com a finalidade de

    atender a demanda ambiental de uma determinada localidade.

    Entende-se por viveiro florestal um determinado local onde so concentradas todas as

    atividades de produo de mudas florestais. o local onde as mudas so produzidas, dispostas

    de forma regular, abrigadas em ambiente favorvel, observados os critrios tcnicos de

    instalao, visando obter material botnico de qualidade para plantao em local definitivo

    (GOES, 2006).

    A produo de mudas florestais, em qualidade e quantidade, uma das fases mais

    importantes para o estabelecimento de bons povoamentos florestais e regenerao de reas

    degradadas com espcies nativas (GONALVES, 2005).

    O primeiro passo para que um viveiro florestal possa constituir um empreendimento

    de sucesso a ateno especial na escolha das sementes. De acordo com Nogueira (2007), a

    produo de sementes de alta qualidade muito importante para qualquer programa de

    produo de mudas voltado para plantios comerciais, restaurao de reas degradadas e

    conservao dos recursos genticos. As sementes devem ser de boa qualidade gentica e

    fisiolgica. Devem ser colhidas em talhes com uma qualidade superior, representativos da

    espcie, com todas as tcnicas de beneficiamento e armazenamento adequadas. O principal

    problema est no processo de colheita de sementes das espcies nativas, onde existe uma

    grande dificuldade em colher sementes na floresta nativa, como seria o ideal. Tendo em vista

    isso, comum a utilizao de poucas rvores, muitas vezes apenas uma matriz, da arborizao

    urbana ou com origem desconhecida, para a produo de sementes. Esse descuido pode afetar

    o sucesso das futuras mudas devido a conseqncias genticas, como reduo da capacidade

    de adaptao ao meio em circunstncias extremas (MACEDO, 1993).

  • 11

    O objetivo do estgio curricular obrigatrio foi elaborar um projeto de implantao de

    um viveiro florestal com a finalidade de produzir mudas florestais nativas e exticas

    destinadas a usos mltiplos dentro do municpio de Santa Margarida do Sul, RS.

    3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

    O plano de estgio acordado entre o orientador, Prof. Italo Filippi Teixeira, e o

    supervisor, Eng. Paulo Eduardo Martins Fassina, continha as seguintes atividades a serem

    desenvolvidas:

    Identificao e localizao geogrfica de matrizes de espcies florestais nativas

    em reas do municpio de Santa Margarida do Sul para fins de formao de banco de dados

    com futuras coletas de sementes e produo de mudas;

    Elaborao de um projeto de viveiro florestal para o municpio de Santa

    Margarida do Sul.

    Durante o perodo de realizao do estgio curricular obrigatrio, definiu-se como

    prioridade a elaborao do projeto de viveiro, tendo em vista que as atividades para a

    elaborao do mesmo envolveu inclusive oramentos de equipamentos o que gerou um maior

    envolvimento acarretando uma alterao no planejamento inicial de distribuio de tempo e

    atividades.

  • 12

    3.1. Localizao

    3.1.1. Localizao do viveiro

    O projeto ser implantado no municpio de Santa Margarida do Sul, situado na regio

    da Fronteira Oeste do estado do Rio Grande do Sul, com coordenadas geogrficas de

    302022.43 de latitude sul e 540453.85 de latitude oeste, distando 309 km da capital

    Porto Alegre. O municpio apresenta uma rea de 956.148 km, com uma populao total de

    2.352 habitantes (IBGE, 2009).

    O municpio apresenta uma altitude mdia de 113 m acima do nvel do mar. O clima

    local, segundo a classificao de Keppen, do tipo Cfa, sendo o clima predominante no

    estado, caracterstico por apresentar precipitaes mdias bem distribudas ao longo dos

    meses do ano, no h estao seca nem estao chuvosa bem definida caracterizada. A

    localidade apresenta precipitao mdia anual de 1.700 mm e temperatura mdia anual de

    18C, sendo a mdia das mximas do ms mais quente 32C e das mnimas do ms mais frio

    de 9C. O viveiro ser implantado em uma rea de 10.000 m, junto ao parque de exposies

    do municpio (FIGURA 1) com uma rea de cultivo de 576 m para produo de mudas de

    espcies florestais nativas.

    Fonte: Google Earth

    FIGURA 1 Local de implantao do viveiro florestal no municpio de Santa

    Margarida do Sul, RS.

  • 13

    3.1.2. Escolha do local

    Fatores como topografia da rea, disponibilidade de gua, facilidade de acesso, tipo de

    solo devem ser analisados com rigor para escolher o local mais adequado implantao de

    um viveiro florestal.

    O local destinado implantao deste projeto foi definido pela prefeitura do municpio

    de Santa Margarida do Sul, inviabilizando a anlise de tais fatores, possibilitando apenas a

    descrio da rea.

    3.1.2.1. Topografia

    A declividade mdia do local de implantao do viveiro florestal foi calculado a partir

    da Equao 1, onde foi estimada uma declividade de 3 %, sendo que o valor indicado

    encontra-se de 2 a 3%, possibilitando assim o escoamento da gua sem causar eroso

    (VILELLA, 2009).

    Equao 1 Frmula para clculo da declividade mdia.

    DV diferena vertical entre a cota mais alta e cota mais baixa;

    DH diferena horizontal entre os pontos.

    3.1.2.2. Disponibilidade de gua

    O local no apresenta rio, lago ou aude em sua proximidade, sendo assim,

    necessria a implantao de reservatrios, caixas de gua, com a finalidade de suprir as

  • 14

    necessidades de irrigao diria e servir como reservatrio evitando futuros problemas devido

    falta de gua.

    3.1.2.3. Facilidade de acesso

    A rea de implantao apresenta-se prximo a BR-290, facilitando o acesso e

    transporte de insumos bem como o transporte das mudas produzidas.

    3.1.2.4. Solo

    Segundo Streck et al. (2008), o solo do municpio de Santa Margarida do Sul do tipo

    Argissolo Vermelho Amarelo distrfico mbrico, Unidade Alto das Canas.

    3.2. Descrio do viveiro

    3.2.1. Tipo do viveiro

    Viveiros florestais so reas com um conjunto de benfeitorias e utenslios, em que se

    empregam tcnicas visando obter o mximo da produo de mudas.

    Ser utilizado viveiro do tipo permanente (FIGURA 2), onde so produzidas mudas de

    maneira contnua e por tempo indeterminado para comercializao.

    O projeto apresenta uma proposta de instalao de um viveiro com capacidade

    aproximada de 30.000 mudas, podendo ser ampliado com outros mdulos, de acordo com a

    necessidade de produo.

    O viveiro apresenta a dimenso de 24 x 24 m (FIGURA 3), perfazendo uma rea total

    de 576 m, sendo dividido em quatro submdulos.

    Quanto orientao, o viveiro ser voltado para a face norte por ser mais quente,

    ensolarada e propiciar proteo contra o vento sul.

  • 15

    A cobertura ser feita utilizando-se sombrite com 50% de interceptao da luz solar,

    que atende maioria das espcies cultivadas na regio. O pedilvio (1 x 1 m) ser assentado

    na entrada principal do viveiro, de modo a permitir o controle fitossanitrio na circulao de

    mquinas e pessoas.

    A sustentao do sombrite ser feita com arame liso galvanizado apoiado sobre esteios

    (FIGURA 4) e tensionados linha a linha at os esticadores dispostos em todas as laterais do

    viveiro, a cada 4 m. O arame ser disposto de forma longitudinal, perpendicular e transversal

    (FIGURA 5), possibilitando timo apoio para o sombrite e para o sistema de irrigao. Com o

    tensionamento do arame, projeta-se uma aba de 3 m de comprimento (FIGURA 6), que

    servir de quebra vento e auxiliar na uniformizao da luminosidade nas laterais do viveiro.

    Fonte: Goes (2006).

    FIGURA 2 Viveiro permanente com cobertura de sombrite sobre aramado.

  • 16

    FIGURA 3 Croqui do viveiro florestal.

    Fonte: Goes (2006).

    FIGURA 4 Estrutura de aramado sobre esteios possibilitando a sustentao do

    sombrite.

  • 17

    FIGURA 5 Croqui do aramado.

    FIGURA 6 Croqui do corte lateral do viveiro.

  • 18

    3.2.2. Drenagem

    Mesmo nos sistemas mais modernos de produo de mudas, deve-se evitar que a gua

    de irrigao permanea na superfcie do solo aps a chuva ou irrigao, instalando-se um

    adequado sistema de drenagem que dever ter manuteno constante (GOES, 2006).

    A drenagem do viveiro , tanto quanto a irrigao, de fundamental importncia, pois a

    reteno de gua na superfcie do viveiro favorece o desenvolvimento de doenas. O sistema

    de drenagem dever ser instalado, preferencialmente, antes da confeco dos canteiros.

    O sistema de drenagem utilizado ser do tipo espinha de peixe, composto por canais

    de alvenaria, de forma triangular, com largura de 0,8 m, preenchidos com brita.

    3.2.3. Mdulo de produo

    A rea destinada estruturao do viveiro corresponde a 576 m, sendo que 70 m

    referem-se aos caminhos no mdulo de produo, e os 505,948 m restantes referem-se s

    reas de cultivo, compostas por 4 submdulos com diferentes reas (TABELA 1).

    TABELA 1 Descrio das reas de produo e de circulao.

    Descrio Dimenso (m) rea (m)

    Sub Mdulo 1 12 x 12 144

    Sub Mdulo 2 11 x 12 132

    Sub Mdulo 3 12 x 10 120

    Sub Mdulo 4 11 x 10 110

    Caminhos entre os submdulos 1 x 12/ 2 x 12 70

    rea Total 576

    Os submdulos sero formados por bandejas metlicas galvanizadas com dimenses

    de 1,05 m x 1,05 m e pernas com 0,35 m, com capacidade para 961 tubetes. Os canteiros

    apresentaro largura de 2,10 m, o que corresponde a duas bandejas, e comprimento varivel

    de acordo com o mdulo. O nmero de bandejas por mdulo bem como rea produtiva e no

    produtiva so apresentados na TABELA 2. O piso do viveiro ser composto por solo natural,

    mais solo cascalhado e compactado e por ltimo uma camada de brita.

  • 19

    TABELA 2 Descrio do nmero de bandejas, rea produtiva e rea no produtiva para

    cada sub mdulo.

    Sub Mdulo N de bandejas rea produtiva (m) rea no produtiva (m)

    1 80 88,2 55,8

    2 80 88,2 43,8

    3 60 66,15 53,85

    4 60 66,15 43,85

    Total 280 308,7 197,3

    3.2.4. Recipientes

    A produo das mudas ser realizada em tubetes de polipropileno atxico, com

    formato cnico, com dimenso externa de 38 mm, dimenso interna de 35 mm, possuindo

    uma capacidade de 100 cm de substrato.

    Sero utilizadas um total de 280 bandejas com capacidade para 961 tubetes cada,

    perfazendo um total de 269.080 tubetes necessrios para a produo do mesmo nmero de

    mudas.

    3.2.5. Substrato

    Os substratos constituem o meio de crescimento das razes, desempenhando as funes

    do solo. Qualquer material no txico pode ser usado como substrato, desde que tenha ou se

    possa adicionar as caractersticas desejveis para o crescimento e desenvolvimento das

    plantas.

    O substrato utilizado para a semeadura ser composto por casca de Pinus, vermiculita

    e casca de arroz carbonizada, com uma densidade aproximada de 0,4 g/cm. Como a

    capacidade de cada tubete de 100 cm de substrato e a densidade do substrato de 0,4

    g/cm, temos o equivalente a 40 g ou 0,04 kg de substrato por tubete, somando-se no total

    10.763,2 kg de substrato, equivalente a 26,91 m de substrato.

  • 20

    3.2.6. Irrigao

    3.2.6.1. Sistema utilizado

    Ser utilizado o sistema de irrigao por microasperso, que se caracteriza pela

    aplicao de gua em forma de chuva artificial, atravs do fracionamento do jato de gua em

    estruturas denominadas aspersores.

    Em geral, esse sistema de irrigao compe-se das seguintes partes: conjunto

    motobomba, linha principal, secundria, aspersores e acessrios.

    O sistema vai ser areo e composto de uma linha de alimentao principal de 100 mm

    de dimetro, da qual derivam 18 linhas secundrias de 75 mm, sendo 9 de cada lado

    (FIGURA 7).

    A eficincia desse sistema de irrigao relativamente alta, entre 60 e 85% de

    eficincia, principalmente devido vantagem de aplicao controlada de gua (KELLER &

    BLIESNER, 1990).

    3.2.6.2. Detalhamento do sistema

    Aspersores

    Sero usados microaspersores fixos do tipo slido, onde a gua distribuda

    uniformemente nos 360, ficando a 3,0 metros de altura em relao ao piso (FIGURA 8). Os

    mesmos sero da marca Amanco, que possuem presso 15 mca, vazo de 31 litros/hora e

    dimetro molhado () de 1,5 m. Com base no dimetro molhado indicado pelo fabricante (1,5

    m), a distncia entre os aspersores para que ocorra uma sobreposio de 30% de 1,05 m.

    Sendo assim, sero utilizados 20 aspersores em cada linha secundria (linha

    secundria=10 m), sabendo-se que so 14 linhas secundrias, totalizam 280 aspersores.

  • 21

    FIGURA 7 Croqui do sistema de irrigao.

    FIGURA 8 Croqui detalhado da irrigao.

  • 22

    Tempo de irrigao

    O tempo de irrigao determinado conforme a necessidade de gua, que calculada

    a partir da lmina bruta, resultando em 15,11 litros/m/dia.

    Sendo assim, a irrigao ser realizada em trs turnos: s 07h00min, s 11h00min e s

    19h00min. No primeiro turno sero irrigados 3,11 litros/m, no segundo 6 litros/m e no

    ltimo turno ser irrigado o restante, 6 litros/m.

    Sabendo que a vazo do aspersor 17,61 litros/hora/m, o tempo de irrigao no

    primeiro turno ser de 10 minutos e 59 segundos, pois 17,61 litros seriam irrigados em 60

    min., conseqentemente 3,11 litros equivalem a 10 min e 59 segundos. O tempo de irrigao

    do segundo e terceiro turnos sero de 20 minutos e 44 segundos cada. O tempo total que os

    aspersores ficaro ligados 31 minutos e 3 segundos por dia.

    Vazo por linha lateral e vazo total do sistema

    Sabendo-se que a vazo de cada aspersor 17,61 litros/hora/m, equivalente a 0,01761

    m/hora, e sero 20 aspersores por linha lateral, a vazo ser 0,3522 m/hora. Como o sistema

    funcionar apenas 31 minutos e 3 segundos por dia, a vazo por linha lateral correspondente

    0,1821 m/hora.

    Tendo em vista que o viveiro possui 14 linhas laterais, a vazo total do sistema ser

    2,5494 m/hora.

    3.3. rea de aclimatao

    Antes do plantio, as mudas devem ser gradativamente expostas s condies mais

    prximas das encontradas no campo, de modo a sofrer um processo de aclimatao ou

    rustificao. Basicamente, so reduzidas as irrigaes e as mudas ficam a pleno sol.

  • 23

    A rea de rustificao ter a mesma rea do viveiro, porm com uma estrutura

    relativamente mais simples (FIGURA 9) e apresentar as mesmas divises (submdulos) de

    modo a comportar toda a produo do viveiro no perodo de aclimatao at a expedio das

    mudas.

    FIGURA 9 Croqui da rea de aclimatao.

  • 24

    3.4. Relao e custos dos materiais, equipamentos e servios

    TABELA 3 Oramento da Estrutura do viveiro.

    Discriminao Uni. Quant. Valor (R$)

    Esteio de 0,10m X 0,10m X 3m Unid. 65 1.872,00

    Ripa plainada de 4m Dz 8 422,40

    Frechal de 4m Unid. 70 910,00

    Areia m 30 990,00

    Seixo m 6 480,00

    Arame liso ovalado de ao galvanizado 2,40 X 3mm, rolo com 1.000m Rolo 1 253,00

    Arame galvanizado 0,56mm, rolo com 125m Rolo 3 27,00

    Catraca para arame liso Unid. 16 48,00

    Grampo 1 X 9 para arame Kg 2 9,20

    Grampo 1/8'' para cabo de ao Unid. 60 30,00

    Sombrite com 3m de largura, 50% luminosidade Metro linear 300 3.600,00

    Tinta PVA branca Lato 18 L 2 97,00

    Prego 3 X 9 Kg 3 12,60

    Prego 1,5'' Kg 3 14,19

    Prego 2,5'' Kg 3 13,20

    Outros materiais* 750,00

    Sub Total 9.528,59

    TABELA 4 Oramento do material do viveiro.

    Discriminao Uni. Quant. Valor (R$)

    Bandejas Unid. 600 12.000,00

    Tubetes Cen. 580.000 19.720,00

    Peneira vibratria Unid. 1 600,00

    Carro de mo Unid. 4 320,00

    Betoneira Unid. 1 780,00

    Substrato m 26,91 3.459,6

    Outros materiais* 850,00

    Sub Total 37.729,6

  • 25

    TABELA 5 Oramento do Sistema de irrigao.

    Discriminao Uni. Quant. Valor (R$)

    Microaspersores Unid. 360 1.728,00

    Adesivo plstico tubo com 75g Tubo 5 9,95

    Fita veda rosca rolo 25m Rolo 4 9,76

    Tubo PVC marrom soldvel 100mm X 6m Unid. 6 265,66

    Tubo PVC marrom soldvel 75mm X 6m Unid. 36 1.152,20

    Curva PVC marrom soldvel 75mm Unid. 2 14,00

    Cruzeta PVC marrom soldvel 75mm Unid. 8 88,00

    T PVC marrom soldvel 100mm Unid. 1 5,00

    T PVC marrom soldvel 75mm Unid. 180 120,40

    Registro PVC marrom roscvel 100mm Unid. 1 29,00

    Registro PVC marrom soldvel 75mm Unid. 18 154,80

    Adaptador PVC marrom SR 100mm X 1,5'' Unid. 2 4,60

    Adaptador PVC marrom SR 75mm Unid. 108 37,80

    Bolsa reduo PVC marrom soldvel 100 X 75mm Unid. 18 72,00

    Luva PVC roscvel 0,5'' Unid. 108 64,80

    Caixa de gua Unid. 2 2.900,00

    Cap PVC marrom soldvel 75mm Unid. 18 10,00

    Sub Total 6.665,97

    TABELA 6 Oramento dos Equipamentos.

    Discriminao Uni. Quant. Valor (R$)

    Bomba d'gua centrfuga (20 CV)* Unid. 1 3.865,00

    TABELA 7 Oramento da rea de aclimatao.

    Discriminao Uni. Quant. Valor (R$)

    Areia m 30 990,00

    Seixo m 6 480,00

    Outros materiais* 750,00

    Sub Total 2.220,00

    TABELA 8 Oramento da Mo-de-obra.

    Quantidade Uni. Valor (R$)

    120 h/dia 25 3.000,00

    TABELA 9 Oramento total.

    Descrio Valor (R$)

    Estrutura do viveiro 9.528,59

    Material do viveiro 37.729,60

    Sistema de irrigao 6.665,97

    Equipamentos 3.865,00

    rea de aclimatao 2.220,00

    Mo de obra 3.000,00

    Total 63.009,16

  • 26

    3.5. CONSIDERAES FINAIS

    A garantia de sucesso de um viveiro florestal depende do bom planejamento de todas

    as atividades envolvidas no processo de produo de mudas, uma boa administrao e uma

    estrutura adequada de modo a suprir as necessidades bsicas de um viveiro.

    O conjunto de todos esses fatores permite assegurar uma produo de mudas de alta

    qualidade, sendo que, por exemplo, o sucesso de projetos de recuperao de reas degradadas

    e outros projetos que envolvam o plantio de espcies nativas vo depender exclusivamente da

    qualidade destas mudas.

    4. AVALIAO DO ESTGIO

    A realizao do estgio permitiu por em prtica o conhecimento adquirido em

    inmeras disciplinas cursadas, desde Metodologia Cientfica, que proporcionou a base

    necessria para elaborao de projetos at Hidrulica, que trata de conceitos de hidrosttica e

    hidrodinmica.

    O estgio ainda permitiu um contato mais prximo com o setor pblico, onde foi

    possvel verificar as dificuldades enfrentadas com relao disponibilidade de recursos

    financeiros, principalmente quando tratamos de investimentos na rea ambiental.

    Caso este projeto seja realmente implantado pela Prefeitura Municipal de Santa

    Margarida do Sul, os demais estudantes do Curso de Engenharia Florestal da Universidade

    Federal do Pampa (UNIPAMPA) - Campus So Gabriel, tero a possibilidade de realizar

    estgios obrigatrios e no obrigatrios em um viveiro florestal, acompanhando toda a cadeia

    produtiva da produo de mudas, desde a seleo de rvores matrizes para coleta de sementes

    at mesmo o processo de aclimatao de mudas para plantio.

    Com relao as recomendaes UNIPAMPA, seria interessante que a mesma

    disponibilizasse possibilidades de estgios em todos os ramos do Setor Florestal, permitindo

  • 27

    dessa forma, que os acadmicos realizem seu estgio obrigatrio na rea de maior interesse

    para desenvolver e que gostariam de atuar profissionalmente.

    No que diz respeito a funo do professor orientador, o mesmo desempenhou todas as

    funes exigidas, sanando as dvidas criadas no decorrer do estgio e auxiliando nas questes

    de deslocamento atravs de carros da universidade at o local e reserva de equipamentos para

    realizar determinadas atividades necessrias durante o desenvolvimento do projeto.

  • 28

    4.1. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica Censo Demogrfico 2010.

    Disponvel em: . Acesso

    em 20 de setembro de 2011, 15:05:11.

    GONALVES, J. L. M. et al. Produo de mudas de espcies nativas: substrato, nutrio,

    sombreamento e fertilizao. In: GONALVES, J. L. M.; BENEDETTI, V. Nutrio e

    Fertilizao Florestal. Piracicaba: IPEF, 2005. 427 p.

    GOES, A. C. P. Viveiro de mudas: construo, custos e legalizao. Embrapa, Documentos

    64. Macap: Embrapa Amap, 2006. 32 p.

    GOOGLE MAPS. Disponvel em: .

    Acessado em: 20 jul. 2011.

    KELLER, J.; BLIESNER, R. D. Sprinkle and trickle irrigation. New York: van Nostrand

    Reinhold, 1990. 652p.

    MACEDO, A. C. Produo de Mudas em viveiros florestais: espcies nativas. Governo do

    Estado de So Paulo. Secretaria do Meio Ambiente. So Paulo: Fundao Florestal, 1993.

    NOGUEIRA, A.C.; MEDEIROS, A. C. S. Coleta de Sementes Florestais Nativas. Circular

    Tcnica 144. Colombo, PR, 2007.

    STRECK, E. V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2.ed. Porto Alegre: EMATER/RS, 2008.

    222 p.

  • 29

    VILELLA, A. L. A.; VALARINI, G. A. Manual Informativo para Produo de Mudas em

    Viveiros Florestais. Americana, 2009. 34p.

  • 30

    5. APNDICES

    5.1. Apndice 1 Planta baixa da rea de aclimatao, Planta baixa do viveiro

    florestal, Corte transversal do viveiro florestal.

  • 31

    5.2. Apndice 2 Planta baixa do aramado do viveiro florestal, planta baixa do

    sistema de irrigao, Detalhe da linha secundria de irrigao.