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CENTRO DE ESTUDOS E TERAPIA DO Extensão Permanente c:~ C\ t:_ "~'~' .~" I~I ~ t C. f-, P f;' L ~.:::. i"~·' ~~. ';J.. ... ~' -----:-:::::": __ -:::t-.::-:::-:::--- P ;:,:(;,;i::··: '-:: ;~j', U fH~II~::": :. lI:l 3 ~ B I 8 :'~':>::' ~"::;:.;-:l~::';';:·;F');=\ ~içrf~/lsd- oluaweU! 8J l a !~ ~Jaf~H ~p OJ~ Centro de Reierênci e TreInamento - OS ECA t- ~. ""-';'."0 "AIOS" I L..-.. ------;.......---- PROJETO PELOURINHO ESTUDOS DA TOXICOMANIA, ATRAV~S DE ABORDAGENS SOBRE A PREVENC~O DA S!NDROME DA IMUNODEFICI~NCIA ADQUIRIDA (SIDA/AIDS) NA POPULAC~O DO PELOURINHO - SALVADOR/BAHIA: UMA EXPERI~NCIA NA SALA DE ESPERA , " ...•.....•• 0'1 " ) Tarcisio Matos dE AndradE Lucia SoarEs dE AZEVEdo VinhaEs

Transcript of ~içrf~/lsd-oluaweU!8Jl a !~~Jaf~H ~p OJ~ Centro de ... · Estas ca~acteri5ti=as nos anima~am a...

CENTRO DE ESTUDOS E TERAPIA DOExtensão Permanente

c:~C \ t:_ "~'~' .~" I~I ~ t C. f-, P f;' L ~.:::.i"~·'~~. ';J..... ~' -----:-:::::": __ -:::t-.::-:::-:::---P ;:,:(;,;i::··: '-:: ;~j', I· U fH~II~::": :. lI:l 3 ~ BI8:'~':>::' ~"::;:.;-:l~::';';:·;F');=\ ~içrf~/lsd-oluaweU!8Jl a !~ ~Jaf~H ~p OJ~

Centro de Reierênci e TreInamento - OSECA

t-

~. ""-';'."0 "AIOS" IL..-..------;.......----

PROJETO PELOURINHO

ESTUDOS DA TOXICOMANIA, ATRAV~S DE ABORDAGENS SOBRE A PREVENC~ODA S!NDROME DA IMUNODEFICI~NCIA ADQUIRIDA (SIDA/AIDS) NAPOPULAC~O DO PELOURINHO - SALVADOR/BAHIA: UMA EXPERI~NCIA NA SALA

DE ESPERA

, " ...•.....••0'1

" )

Tarcisio Matos dE AndradE

Lucia SoarEs dE AZEVEdo VinhaEs

Estudos da Toxicomania, Atrav~s de Abordagens Sobre a Prevençio

da Sindrome da Imunodeficiincia Adquirida (SIDA/AIDS), na Populaçio do

PElourinho - Salvador-B~.: UMA EXPERltNCIA NA SALA DE ESPERA. Tarcisic

Matos dE AndradE E L0cia SoarES dE AZEVEdo Vinhais. CETAD - CEntro de

Estudos E TErapia do Abuso dE Drogas

FAMED/UFBA) E PREVDROGAS (SEcrEtaria dE Sa~dE - DIPROS - DEPAS).

R E S U H O

05 autores. apresentam uma ComprEens~c da Toxicomania E do Imaginário

sobrE a AIDS trabalhandc na Sala d~ ESOE~2 dE U~ C'oste ~édi~G 5i~uadc

e~ um? ~rea da CidadE de Salv~dor-Ba - [ PElourinho - Onde o uso, 0

tráfico de drogas, os roubos e a prostituiçâo fazem parte do cotidia~G

de seus habitantes Apontam elementos da constituiçio PSlqU1Ca do

toxic6mano E chamam atEnç~o para o ., antes", em relaçio ao encontro

co~ ~ droga. Isto SE ExprEssa nas rElaç5es das pessoas entrE si E no

lugar crianças ~mbito dificultandofamiliarqUE as ocupam no

aq~isi;~c dE uma identidade. Estes mesmos elementos sio constitutivos

das concep;5es locais SOb~E a AIDS - qUE vai dEsde c fosso Existente

entre o que SE veicula superficalmente e os medos mais rec6ndito5. as

BPresentaç5cs de problema a depende~ da inserçio qUE cada

u~ tE~ ~2 Comunldade.

Rua Pedro Lessa,123,Canela-CEP 40.140, Salvador-Ba. Fone 3368673

".

1 - INTRODUCAO

o CEntre dE Estudos E Terapia do Abuso dE Drogas - CETAD. vEm,

198~, dESEn'v'C1ve n d o at i v í d ad es Estudo,

informaçio s6brE o abuso dE drogas, subsidiando sua atividadE-fim

qLI€ e:· o atEndimEnto ~linico ~s pEssoas qUE o P " o c U r a m

oriEntaçio E para tratamEnto do abuso dE drogas. NEstE PEríodo, a

::::onstataçio do CETAD, id~nticas out 1'05

ESPEcializados, E dE qUE 05 toxic6manos nio procuram os 5 E r V 1 ç D S·

~~'5 :i. q li. i á t r i c os j SU;:" d e ma n d a SE d iv id e EntrE 05,

ESPECificos E OS dE :1inic~ Médic~ NEstES Gltimos ElES faZEm uma

NEstE + un d Cl.!TIEn~~C\ 1

capacitaçio dos pro~issionC\i5 dE Sa0dE qUE 05 atEndEm.

ql..l.Est~o, n Ci. qUC:l.1 discutE-SE mEsmo SE ~ t o x í c oman i a POdE S€'-

::::onsidErada come um sintoma, ou SEja Uma VErdadE qUE insistE

S€. a::ESSO

ac s~~ lnconsciEntE TalVEZ por ai SE Dossa comEçar a EntEndEr a

di.f·icu.ldadE dos: t o x i c ôman o s aos modElos

c o n v e n c i o n a i s.

P Cl.'';5 I, com todas ê<.S d í r í c ul o ad e s conhEcidas

tErapfutica da toxicomania (2,5)

o tratamEnto PSicotErápicc do toxic6mano tEre SE' constituido n um

para aqUElES voltados cara o problEma En t " E t <:1. n t o o

.. ~~c u.::. EIT n o ss s.

compar~YEl ao rECUO da mEdicina antE o paciEntE inCUr~YEl: "nada

mais a faZE1-". Ambas as si tuaç ÕES d enunc iam a onipotência do

"r udo ou nad a ". SE a ab ordaç em psicanalítica do toxicômano nao

SUP 01- t C1 a aplica;io da t~cnica standard nio SE justifica qUE,

luz do rEferencial te6rico psicanalitico nio se tentE assiti-lo.

NEssa dE rEflexio SE situam Estudos EXPE1- iÊnc ias d e

alguns autorES (2,5)

ASSllTi, relatos d~ psicoterapeutas s6bre analisantes usuarlOS

d',09<:\S dão c o n t ". dE: U!Ti 2. ,- Edu c ã c do SEU. c o n s um o d U 1- a fi t E

p:=.icotETápico EITi ac toxicômano,

i-regularidade, E C abandone =2~acterizam EstE prOCESSO. mas nac

tradUZEm SU2 fal~n=ia; t·.-",t,,:····::.E an t es , o e UITic.. msr c> p1-6p·.-::'êd -.c.

t ox í c oman í a.. COIr' E'feito, muitos: dE'SSES a n d i v i d uo s, vo l t arr

o SEU terapêuta, SEjê PEsso~lmEnt~; 5CJ~ por t~l~fonE:

nas faSES malS difi=~es, num~ busca lmperiosa de atendimento Se

n~o freQUEntaffi re9ularmente as sEss5E5; mant~m

u.:r COITi c Cl. 11 o s momentos

quando ~ droga j~ nao mais os preenche E elES oscilam

entre a neCEssidade da droga e dE algo que lhe ocupe o lugar.

E~ sua rela;ão com a droga o usuarlO dE drogas injetáveis vive a

momert!c ameaça de cotalTiinação PEle HIV.Freven;~c vEincGlad2~ pela imprEnsa ou discu~so~ proferidos pelos

" ed li. C a t i 'v' C.i s'", oS !TIa i s '" a 1- i a dos t. " b e Ir. intencionados".

t~c complExa~ E eSP2=ias, e~ que c. droga talVEZ n~c SEja mesmo U~

~esponsab~lidadE co~

sa~dE, com a intEgridadE física E a contaminaçio do outro, mas o

qUE obtura o buraco dEstas inquiEtaç5es.

c•... pois de: +un d amen t a 1 importincia a abordagem Eficaz ao

toxic6mano e: ao usu~rio eVEntual dE drogas injEt~vEis com vistas

~ profilaxia da AIDS. Os dados de Santos-SP, do NEPAD aqul no Rio

(1) E de: outros CEntros (3) quanto a lavagEm de: seringas E outras

medidas prEvEntiva~ adotadas PElos usuaTlOS de drogas

de significativa importincia e apontaffi D necessidade dE nos

questiona~mos quanto ~ auto-destrutividade do toxicBmano.

2. O PELOURINHO

n F' r:.:. 1 o U.~" i. n h o ~rE~ situada no Centro Hist6'"lCO de Salvador, t e m

uma Dopulaç~o co~ e1evado níVEl de mar91nalidade, onde o consumo

E' c d ~-CJ9 as .1 os a prostituiçio Estâo

ao SEi.' Co t i di CI.no. Dos SEUS 20. 00e) habitantes, 30i~

t E.' m :l d a d e i n f E ~-i o ~- c. ~L4 CI. nos (3) Pintando, dESEnhando,

Em prosa e verso, por SEUS aSPEctos histórlCOS, rElic~rio qUE E

COlonial C E n t ',-c d E ar t E S:. plásticas: E

9i9Cl.ntEscc:. voca;ác musica1, ali conviVEm lado a "lado, pEssoas

n 2-. afEa co~ as malS djvErsas vicissitudES qUE

lhES aprouvera - prostitutas, trasvEstis. pequenos e o me 1- c i a n t e s }

amb ul an t e s , d ome st i::as, ~uncionários pGblicos,

h ~~.ti t (3.:;~::€S P r o '"I E n i E n t e s do i n t E v- :i. 0',- de

margina1 i z a d o s PElas ca~acte~isticas da cidaclE grandE; além

~::u. 0: - ~. .~~ t B.:~: qUE B.l :.

'\ -.._---"frequenta com os mais divErsos intEressEs - dESdE frEqUentar as

Escolas da 'rEa ~ pr'tica dE furtos E tr'fico dE drogas.

CMIro

L i.. ex is tEU m F'o s t C! H É: d i co I o ..F'os t o do H ac i e l." p a)-a on de ac o r ré'

loca1 (4) .

prEstados rElEvantes sErvlços ~ comunidadE. através de Sé'US

profissionais. liderança exercida pela figura

carism~tica de sua Diretor~ ~ Dra. Casilda P S. Duarte Hiranda.

h~ malS dE 10 anos trabalhando no local, pelo que desfruta de

muito crédito e prestígio por parte dos moradores.

Estas ca~acteri5ti=as nos anima~am a escolher o Pelourinho como a

o nosso trabalho os

primeiros contactos com a Dra Casild2 El~ nos apresentou uma

:. !"! i c i a t i v c-o

proP~la ou po~ indicaC~G dos prc~~ssion~is de saGde que trabalha~

no t:'osto I testes para HIV. constando inclusive os

risco E entre eles, com relativa frEqu~ncia, o uso de drogas

a n.ie t ;,il.vf.'is.

3. O PROJETO

Dividimos c a r t e s : Sala de Espera; 2)

Consu 1t ó r ia Especializado e 3) Atendimento Psicoter'pico

Continuado. De. f.'XEcutorf.'S~ireto de projete somo eu (Ta ~-c i s i c

Dra. Luci~ Azevedo ambos com graduaç~o E POS-

graduaçlo em medicina interna com prática

psiconalítica efetiva. O trabalho na sala de espera consiste na

presença dE um dE nós dois, durantE 3 horas, 2 VEzes por semana,

em meio aos pacientes que aguardam atendimento médico. Nós ~nao

nos identi~icamosi nos colocamos como as outras pessoas ali

presentE, observando as conversas que se desenrolam, tendo nossa

atenção voltada para as crenças, concepções populares e

conhecimentos das pessoas sobre drogas E AIDS. Quando

assuntos E nos participamos da prEstamo~

escla~ecimentos sobrE o uso dE drogas, da AIDS E

indicamos a possibilidade de atendimento individual, para u~

aprofundamentc do assunte EstE atendimento individu~: qUE

consiste em varIas entrevistas realizadas por um d~ n05 d01S,

constitui c Consult6ric Especializado. Detectado a demanda de um~

psi=ote~apia continuad2 encaminhamos o paciente ao :=TAD

4 - RESULTADOS

Das tr~5 partes do projeto ~ sala de espera se apresEntav~ para

nos como um desafio. Fantasi~vamos muito s6bre o lugar

Ocuparlamos em meio a pessoas E ambiência qUE nos eram est~anhas.

Nos primeiros dias ficamos muito sem jeito, sentíamos um~

necessidade muito 9~ande de nos identificar. Um dia eu me perCEbi

respondendo a uma pessoa EU médicc Para em seguida mE conta

~1? me PErguntou outra coisa E n~o qUEm eu Era ou o qUE eu

faz:a Mas momEntos foram muito importantes

~o1ocavam qUE mE PErmitia uma . ~•..Vlsao c~itica

mais aguçada. Algumas vezes me sentia qUE era notado, fantasiavc.

que indagariam se eu era um policial ou algujm que os FSPTeitava.

AtÉ que um dia tendo perguntado aos +un C i o n á)- i o o qUE oco

pacientes questionavam a meu respeito eles isto

nio acontecia; refleti Entio qUE aquelas PEssoas estavam

a me rsas suas dificuldadEs. SEUS mundos E não mE davam ê>.

importincia que e~ mEsmo me atribuia. Isto depois foi c o n f i ,-ma d o

P 01- de: uma VEZ, Em qUE as pessoas mE P E 1- 9 LIn t a 1- am SE E 1-'.

e s t a v a-r •a i 1 para faZEr curativos. pa~a tomar lnJEçOES coisas

dEste: tipo.

11,- C< .. Luc i c;. ln::'CloLl

comigo, tendo inclusive contribuido COffi reflex5es importante~ no

inicio do t~abalho, declinou Em SEU intE~esSE e: mE comunico~ que

nao continuaria D·-ossegui entrE as dificuldades E c

un i VE1-SO qUE SE descortinava 2 minha

algumas das minhas reflexôEs, advinda~ deste: trabalho. sob 1- e c

toxicomani~ E a AIDE.

toxicSmano SE apreSEnta com uma certeza qUE impressiona., mas

entrElinhas; E ~s VEZES até dE forma mais clara. p e rc eb E.'InOS

as contradiç5ES que denunciam a hiincia entre a sua

E a sua essenCla. Ele é dono dE um marcante Estoicismo qUE passc<.

pelo mutilar-sE. pelo auto-tatuar-sE; PEla injeç~c qUE SE apllca.

Ele descreVE mesmo com gozo o ato de ver SEU sangUE misturar-SE cd 1- ogc.

qUE PudE ouvi~ dE um rapa~ qUE dEscrEVEU com

Fi: c: Pl.lX"' ..

vai misturando com o sanguE, Empurra E puxa; na tercEira bomba j~

Esti numa longa". Chama atEnçio ainda a palavra bomba para dizer

d~ d~09a qUE Explode no SEU corpo, na rapidEZ do SEU efEito. Mas

Estoicismo s6 ocorrE SE ElE é o agEntE da açio s6brE o SEU

cor P o, ou SE Esta SE passa sob o SEU controlE, sua PErmissãoi

contrastando com a dor provocada PElo outro como Em um ato médico

por EXEmplo, EfT! l-EC USe. uma SLI. t ur a ou tEm ...mUl"as

dificuldadEs dE PErmitir a drEnagEm dE um abSCESSO.

A rEla;ic de toxic5manc com c SEU corpo além do estoicismo. passa

também PElo dEsconhecimEnto, PEla sensa;io dE EstranhEza, para a

qual ele Elabo~~ teorias que G coloca animisticamente na posi;~c

dE c o s s u ; punhos

.:: o n c E n t 1- a lTl uma energia mental qUE SE batEr Em um dErruba. O c·-v'

I i c-o \-- que d e",",o ,,~.c.. Z f:' ,~ u. rr

c oc ar :DITi unnas, ~s unhas t~m venEno; um arn i s c m"'·' .I _ \,..', fico:.

ElES +-" ,'. EfT, 1 . 'o·exp lcaçoes E a p a 1- E n t em E n t E 1 h E'S

possibilitam di conta dE si próprio, suprir suas nECEssidadES.

C dis:ursc do toxic6mano portanto o EscondE, mas isto nao enCErra

novidade; afinal qUEm fala mEntE, mente porqUE fala SEmprE dE um

lugar ondE nio Est~. No toxicBmanc Esta mentira é maior porquer E

ma10r a distincia qUE SEPara c sujeito qUE SE Enuncia - de

para o sujEito da Enunciaç~o - do lugar da falta

mc."::: .r.. -. '1 •. -., c, J. '•. C". , nio prEEnchivE! co~ mEnos do qLle' a1gc

qUE seja imEdiato 2 grandioso: a droga. Has SE no

c <=:. i n d <: q Ll t. c.

'7

Centro \ o I/AIDS"A._----------_ ..•

droga dificulte esta revelaç~o, o discurso do toxicSmano existe,

e existe mais solto, mais aberto nos lugares aonde ele se sente

mais s e s ur o , com mais dominio da situação. A.H.

encaminhado, serr: que eu G tivesse visto na sala de

atendi por 2 vezes em meu consultório particular - r e+e r iCl. uso

PEsado dE maconha até h~ 01 mis atr~s E um processo na justiça

por e or te desta droga. A.H. nio mais compareceu aos hon,,- í os

marcados. Encontramo-nos na sala dE Espera, agora Ele falava ma15

E de coisas mais intimas, aind~ qUE na presença dE outras pessoas

r n c Lu s a v e d c qUE ali t '"a b CI. '1h a v c:.. do

disse ,-Ci. antES, rEvelou qUE estava intermediando uma venda dE

quando foi prESO Estas conVE-S~~ SE repetiram. p assa1-a n

r E S u 1 t CI. d o positivo do tEstE da para HIV, E so ag 0',- <:1.

Con s u l t ór i c; do ;:'ost c MÉ'di::or '1- EVE 1ou. usado

intravEnosas E tE~ compartilhado sE~ingas

No 1n1[10 EU me prEocupava, ao obSErvar uma pessoa que mE parEciat ...._OXlcoma.nc. Como Em 1a sabEr SE ElE usava ou nao drogas? Isto 50

seria POSSiVEl se vinhéssemos a conversar, o qUE muitas veZES nao

tinhamos oP O," t uni d Cl.d e. F'asSE i Entio a rEfletir SObl"E o

observav~ da rElaçio das crianças com 05 familiarES. (

sEjarr: lEvadas ao Poste PEla av6. PEla ma d 1" i n h c, , PEle:

vizinhê. Quando lEvadas PElas miES PUdE observar qUE E1Cl.':. não

usam ~ palavra mãE, mas as chamam PElos nomES. Ac mãES costumam

SEi- muite brutas E f~ias com SEUS filhos - os POEm dE c a s t i s c.

xingam - ficando mEsmo . .-C<. 1.mp ·1- E S S a c dE qUE

~rlanças S~O uns Estorvos Em suas vidas. RElatos dE profissionais

cI c r:. os t c ,-a: i ~~i. c a !T: E~s ': :O'5 o b SE': 1- '-v' Cl.ç élE 5·: •. Um ec. c 1- i a n ç c\ SE cs c o n o e r a

P~.'

debaixo da cama .E'a mãE' ear a... de.-sE'ntoca-la" jogou alcool E' tocou

-fOgO"; " Uma mãe c o l oc ou um ovo quente na boca da c r í anc a para

ela nio comeSSE mais ovo CErto dia vi uma criança com uma

grandE no pinis qUE a miE informava tratar-sE LllTI

acidentE ao retirar a fralda. Um dia pErce.-bi qUE um pai

com c ar i nh c SEU filho dE um ano qUE dormia profundamEnte. <:1.0

convErsarmos ElE mE disse qUE i sEParado da da companhEira € qUE

a criança s6 conseguE dormir SE for Em SEUS braços: SE coloca-I ••.

n a ea!TI? Ela ae en- d é\ . c qUE dEnota, também. uma. ma ter n ag Em

inadE9Ué\dc...

adultos s~o desencontrados Fico impressionado como a~ VEZES

nãc) c o n l+e c e m pessoas qUE fazem, h~ muito tEmpo. t r a b c..1 h o s

c omun i o a d e. e também C<.. ,.. .

e x i s t e n c J.(;. de locais como escolas, t ea t r os

qUE é\li existem hé\ muitos anos. As ruas SE particularizam 2m suas

C 2,·, ac t er is':: ice.'=· p r o s '::i t u i ç: ãc ,

culturais. As PEssoas mudam muuito de casas E as casas SE reduzem

ri LImE")"o: .. Mo 1- e i n o 1 0" j •• Me u SE" 9 1.\ n d o f i 1 h c' nas c e II no

Soma-SE a lsto a popu~acão flutuante.

Constitui-SE aSSlm um univErso descontinuo. um mundo fragmentado.

de TEferencié\is est~veisj arriscarié\ mEsmo a dize~ uma

estrutura esquizofr~nica. Neste contexto a minha inquietação

a n i c i a l - é ou não é usuirio dE drogas 7 - PErder o sEntido;

t r·o c o -2. P 01- lI.ITi diz E.,- p opu 1 a1-: •• Se n~: o E". t o d a s

as +er r ament d.=: ,.

9

t sobre a AIDS o que tenho a dizer ? Me chamou a atenção que

comentirios sobre realização do teste para HIV fossem fe it os

a b er tame n te: A indagaçio da diretora do posto a um rapaz em

presença dos amigos SE j~ fizera o HIV; o pedido dE A.H. na Sala

•. 11r a. o 1h e p o r mim... o me u H I\.I j <:Í. veio ? Ist C)

contrasta com a preocupaçio da dirEtora em c o mo ,- E V E 1a r o

resultado positivo a A.H. tendo inclusive discutido comigo E com

psic610ga qual ~ maneira melhor dE faz~-10. E A.H. no dia elT'

qUE soube mE comprimentou mEio atrap~lhado sem saber o qUE faZEr.

mE diSSE, em sua nEga;io: a fé remOVE montanha

1- emo ve r Esta montanha qu e caiu Em c i ma d e mim .. Portanto dois

~29istros Um dE sUPErficie - as indaga;5Es dE fo~m~ dEscontraid~.

- e outro m21S in~lmc, PEsado como uma montanha da qual s6 Deus G

Além distDi dE=or~ide o primEiro mes, 56 o cartaz afixado na

d E E S P E1-C;.: .. A I DS. Não d E i x e: c; d li.v :i. d ?-. v i~-a.r d o En c c; ..

Ao perquntar a uma p,-osti.tutc\ o

que motivou o curativo Em suas pernas Ela me respondeu: Pico. E

me falou do uso dE Algafan qUE quaSE não se consegue mais; de uso

de cocaina qUE suas companheiras fazem, compartilhando seringas,

com agua; hOjE v~rias dElas com AIDS, algumas an c l u s íve

J c;. mo 1- ,- e ,- a!TI . Ela mE disse que tem sua proprla seringa aonde

coloca o p6 E dilui ali mEsmo, para não apanhar na tampa como

faZEm as outras. ME disse qUE nunca ouviu falar dE ~9ua sanit~ria

P 2. ',- c. lavagEm dE sErIng2 E qUE algumas PEssoas chEgam

SEringas no lixo pa~a tomar pico

tlai por diante outras pessoas me falaram de casos dE AIDS, uma

dElas PErdeu o vizinho, um homOSSExual. Outra trÊs

a m ig os d o i s dE 1E 5 " C om t Ll b E 1- C u 1o SEm a 5 o m é d i co d isS E qUE

AIDS e uma COlEga qUE usava muita droga ESt. contaminada mas

n €' ITI P a r E C e , pois e forte e saudivel SobrE esta colEga Ela mE

PErgUntou SE tEm PErigo dE contaminação; sua filha Estava

b~incandG com ela e isto a dEixou prEocupada. Diz ainda qUE

COlE9Ci comunicou sua dOEnça aos amigos mas Estcí r E C o n s i d E.' r Cl. n d c.

€'sta atitudE porque todos SE.'afastaram dEla. Em out l-a si t LI.,\(; ão

du as mu l i-e r e s c o nvE.',-S <3. v a Ir: 5 ob ,-E.'" a. d oE.'n (;:a " E

ê't.iguÉITIp ar ap l e ç i co d í z í am : "r: na d si, Aquilo foi Algafan qUE c l a

í n.i e t ou Ji tEm SEtE anos; Se fOSSE nao d U 1- Cl. ·vc'.

me.. 1s qUE quatro a cinco anos. Os ossos dEscolan: das caTnes)

A.H come,

je? t e n d c Estadc rna~s agora Esti bErr:, !':inimi:::andc os

EPisódios dE fEbre E diarrE.'ria qUE E.'lEainda aprESE.'nta.

Ume<. o E.' an o s E uma aoolescE.'ntE.', mep,-os t i t LI t a 5 . Elas conVErsavam E.' P r ov o c a v arr m í n h a atEnção.

FinalmEntE qUEm Era a pE.'ssoa qUE a o p <3. S Sar mEc: U!TI Fi r i me n t o li. , ao que IhES rE.'spondi: Ela é a médica trabalha com

VOCES COnhECE.'m alguém com AIDS . ~B.qU.l ~ E1a s ms

'( E:::· D o n d E 1- a m qUE ~~o, nunca ouviram falar .. sabEm aPEnas qUE

pE.'ssoas ficam magras, as carnES SOITlE.'1TIdos ossos. A rEsposta dE.'las

rn t:: :L n t 1- i 9 ou. Cons~dErEi a hipotÉSE d~ mE tErEm tomado como um

EITi c o t en c i a I Um~ JOVEm dE outro bairro v i 121- Ci. C.C!

posto dESConhE.'CE uso dE drogas injEtávE.'is aondE mora Uma F,- E i 1- <3.

que vai sempre ao posto para atendimento com a psic610ga ao saber

do meu interesse pensou logo na possibilidade de uma palestra

para seus alunos. enfatizando as desinformaç5es E o contingentE

dE adolescentes gr~vidas

A diversidade do imagin.rio sobre AIDS no Pelourinho. rEflete a

diversidade de sua constituiçio com todos os determinantes por

mim j~ mencionados. A julgarmos pelo n0mEro dE pEssoas qUE J a

rEalizaram tEstES para o HIV no Posto Médico. muitas de:1as

usu~rios dE drogasj E PElos tipos sociais ob SE1- v arnos r. 8.5

r LIa s • sobrEtudo naquelas ondE o tr~ficc dE drogas SE faz mais

intEn5amE~tE. E qUE 50 dE form~ malS Espa~5~ compa·-E~E~ ao poste,

a tEndência t qUE nos aproximEmos cada vez mais dos usuirios dE

drogas E qUE possamos introduzir Em SEU unlVErso E da maneira qUE

ElES PErmitam ~ SE PErmitam as abordagEns nECESSarl?S c. LI me'.

profilaxi2 E~icaz da AIDS.

Centro de Referência e Treinamento - OST/AIOS

BIBLIOTECA

BIBLIOGRAFIA

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