~içrf~/lsd-oluaweU!8Jl a !~~Jaf~H ~p OJ~ Centro de ... · Estas ca~acteri5ti=as nos anima~am a...
Transcript of ~içrf~/lsd-oluaweU!8Jl a !~~Jaf~H ~p OJ~ Centro de ... · Estas ca~acteri5ti=as nos anima~am a...
CENTRO DE ESTUDOS E TERAPIA DOExtensão Permanente
c:~C \ t:_ "~'~' .~" I~I ~ t C. f-, P f;' L ~.:::.i"~·'~~. ';J..... ~' -----:-:::::": __ -:::t-.::-:::-:::---P ;:,:(;,;i::··: '-:: ;~j', I· U fH~II~::": :. lI:l 3 ~ BI8:'~':>::' ~"::;:.;-:l~::';';:·;F');=\ ~içrf~/lsd-oluaweU!8Jl a !~ ~Jaf~H ~p OJ~
Centro de Reierênci e TreInamento - OSECA
t-
~. ""-';'."0 "AIOS" IL..-..------;.......----
PROJETO PELOURINHO
ESTUDOS DA TOXICOMANIA, ATRAV~S DE ABORDAGENS SOBRE A PREVENC~ODA S!NDROME DA IMUNODEFICI~NCIA ADQUIRIDA (SIDA/AIDS) NAPOPULAC~O DO PELOURINHO - SALVADOR/BAHIA: UMA EXPERI~NCIA NA SALA
DE ESPERA
, " ...•.....••0'1
" )
Tarcisio Matos dE AndradE
Lucia SoarEs dE AZEVEdo VinhaEs
Estudos da Toxicomania, Atrav~s de Abordagens Sobre a Prevençio
da Sindrome da Imunodeficiincia Adquirida (SIDA/AIDS), na Populaçio do
PElourinho - Salvador-B~.: UMA EXPERltNCIA NA SALA DE ESPERA. Tarcisic
Matos dE AndradE E L0cia SoarES dE AZEVEdo Vinhais. CETAD - CEntro de
Estudos E TErapia do Abuso dE Drogas
FAMED/UFBA) E PREVDROGAS (SEcrEtaria dE Sa~dE - DIPROS - DEPAS).
R E S U H O
05 autores. apresentam uma ComprEens~c da Toxicomania E do Imaginário
sobrE a AIDS trabalhandc na Sala d~ ESOE~2 dE U~ C'oste ~édi~G 5i~uadc
e~ um? ~rea da CidadE de Salv~dor-Ba - [ PElourinho - Onde o uso, 0
tráfico de drogas, os roubos e a prostituiçâo fazem parte do cotidia~G
de seus habitantes Apontam elementos da constituiçio PSlqU1Ca do
toxic6mano E chamam atEnç~o para o ., antes", em relaçio ao encontro
co~ ~ droga. Isto SE ExprEssa nas rElaç5es das pessoas entrE si E no
lugar crianças ~mbito dificultandofamiliarqUE as ocupam no
aq~isi;~c dE uma identidade. Estes mesmos elementos sio constitutivos
das concep;5es locais SOb~E a AIDS - qUE vai dEsde c fosso Existente
entre o que SE veicula superficalmente e os medos mais rec6ndito5. as
BPresentaç5cs de problema a depende~ da inserçio qUE cada
u~ tE~ ~2 Comunldade.
Rua Pedro Lessa,123,Canela-CEP 40.140, Salvador-Ba. Fone 3368673
".
1 - INTRODUCAO
o CEntre dE Estudos E Terapia do Abuso dE Drogas - CETAD. vEm,
198~, dESEn'v'C1ve n d o at i v í d ad es Estudo,
informaçio s6brE o abuso dE drogas, subsidiando sua atividadE-fim
qLI€ e:· o atEndimEnto ~linico ~s pEssoas qUE o P " o c U r a m
oriEntaçio E para tratamEnto do abuso dE drogas. NEstE PEríodo, a
::::onstataçio do CETAD, id~nticas out 1'05
ESPEcializados, E dE qUE 05 toxic6manos nio procuram os 5 E r V 1 ç D S·
~~'5 :i. q li. i á t r i c os j SU;:" d e ma n d a SE d iv id e EntrE 05,
ESPECificos E OS dE :1inic~ Médic~ NEstES Gltimos ElES faZEm uma
NEstE + un d Cl.!TIEn~~C\ 1
capacitaçio dos pro~issionC\i5 dE Sa0dE qUE 05 atEndEm.
ql..l.Est~o, n Ci. qUC:l.1 discutE-SE mEsmo SE ~ t o x í c oman i a POdE S€'-
::::onsidErada come um sintoma, ou SEja Uma VErdadE qUE insistE
S€. a::ESSO
ac s~~ lnconsciEntE TalVEZ por ai SE Dossa comEçar a EntEndEr a
di.f·icu.ldadE dos: t o x i c ôman o s aos modElos
c o n v e n c i o n a i s.
P Cl.'';5 I, com todas ê<.S d í r í c ul o ad e s conhEcidas
tErapfutica da toxicomania (2,5)
o tratamEnto PSicotErápicc do toxic6mano tEre SE' constituido n um
para aqUElES voltados cara o problEma En t " E t <:1. n t o o
.. ~~c u.::. EIT n o ss s.
compar~YEl ao rECUO da mEdicina antE o paciEntE inCUr~YEl: "nada
mais a faZE1-". Ambas as si tuaç ÕES d enunc iam a onipotência do
"r udo ou nad a ". SE a ab ordaç em psicanalítica do toxicômano nao
SUP 01- t C1 a aplica;io da t~cnica standard nio SE justifica qUE,
luz do rEferencial te6rico psicanalitico nio se tentE assiti-lo.
NEssa dE rEflexio SE situam Estudos EXPE1- iÊnc ias d e
alguns autorES (2,5)
ASSllTi, relatos d~ psicoterapeutas s6bre analisantes usuarlOS
d',09<:\S dão c o n t ". dE: U!Ti 2. ,- Edu c ã c do SEU. c o n s um o d U 1- a fi t E
p:=.icotETápico EITi ac toxicômano,
i-regularidade, E C abandone =2~acterizam EstE prOCESSO. mas nac
tradUZEm SU2 fal~n=ia; t·.-",t,,:····::.E an t es , o e UITic.. msr c> p1-6p·.-::'êd -.c.
t ox í c oman í a.. COIr' E'feito, muitos: dE'SSES a n d i v i d uo s, vo l t arr
o SEU terapêuta, SEjê PEsso~lmEnt~; 5CJ~ por t~l~fonE:
nas faSES malS difi=~es, num~ busca lmperiosa de atendimento Se
n~o freQUEntaffi re9ularmente as sEss5E5; mant~m
u.:r COITi c Cl. 11 o s momentos
quando ~ droga j~ nao mais os preenche E elES oscilam
entre a neCEssidade da droga e dE algo que lhe ocupe o lugar.
E~ sua rela;ão com a droga o usuarlO dE drogas injetáveis vive a
momert!c ameaça de cotalTiinação PEle HIV.Freven;~c vEincGlad2~ pela imprEnsa ou discu~so~ proferidos pelos
" ed li. C a t i 'v' C.i s'", oS !TIa i s '" a 1- i a dos t. " b e Ir. intencionados".
t~c complExa~ E eSP2=ias, e~ que c. droga talVEZ n~c SEja mesmo U~
~esponsab~lidadE co~
sa~dE, com a intEgridadE física E a contaminaçio do outro, mas o
qUE obtura o buraco dEstas inquiEtaç5es.
c•... pois de: +un d amen t a 1 importincia a abordagem Eficaz ao
toxic6mano e: ao usu~rio eVEntual dE drogas injEt~vEis com vistas
~ profilaxia da AIDS. Os dados de Santos-SP, do NEPAD aqul no Rio
(1) E de: outros CEntros (3) quanto a lavagEm de: seringas E outras
medidas prEvEntiva~ adotadas PElos usuaTlOS de drogas
de significativa importincia e apontaffi D necessidade dE nos
questiona~mos quanto ~ auto-destrutividade do toxicBmano.
2. O PELOURINHO
n F' r:.:. 1 o U.~" i. n h o ~rE~ situada no Centro Hist6'"lCO de Salvador, t e m
uma Dopulaç~o co~ e1evado níVEl de mar91nalidade, onde o consumo
E' c d ~-CJ9 as .1 os a prostituiçio Estâo
ao SEi.' Co t i di CI.no. Dos SEUS 20. 00e) habitantes, 30i~
t E.' m :l d a d e i n f E ~-i o ~- c. ~L4 CI. nos (3) Pintando, dESEnhando,
Em prosa e verso, por SEUS aSPEctos histórlCOS, rElic~rio qUE E
COlonial C E n t ',-c d E ar t E S:. plásticas: E
9i9Cl.ntEscc:. voca;ác musica1, ali conviVEm lado a "lado, pEssoas
n 2-. afEa co~ as malS djvErsas vicissitudES qUE
lhES aprouvera - prostitutas, trasvEstis. pequenos e o me 1- c i a n t e s }
amb ul an t e s , d ome st i::as, ~uncionários pGblicos,
h ~~.ti t (3.:;~::€S P r o '"I E n i E n t e s do i n t E v- :i. 0',- de
margina1 i z a d o s PElas ca~acte~isticas da cidaclE grandE; além
~::u. 0: - ~. .~~ t B.:~: qUE B.l :.
'\ -.._---"frequenta com os mais divErsos intEressEs - dESdE frEqUentar as
Escolas da 'rEa ~ pr'tica dE furtos E tr'fico dE drogas.
CMIro
L i.. ex is tEU m F'o s t C! H É: d i co I o ..F'os t o do H ac i e l." p a)-a on de ac o r ré'
loca1 (4) .
prEstados rElEvantes sErvlços ~ comunidadE. através de Sé'US
profissionais. liderança exercida pela figura
carism~tica de sua Diretor~ ~ Dra. Casilda P S. Duarte Hiranda.
h~ malS dE 10 anos trabalhando no local, pelo que desfruta de
muito crédito e prestígio por parte dos moradores.
Estas ca~acteri5ti=as nos anima~am a escolher o Pelourinho como a
o nosso trabalho os
primeiros contactos com a Dra Casild2 El~ nos apresentou uma
:. !"! i c i a t i v c-o
proP~la ou po~ indicaC~G dos prc~~ssion~is de saGde que trabalha~
no t:'osto I testes para HIV. constando inclusive os
risco E entre eles, com relativa frEqu~ncia, o uso de drogas
a n.ie t ;,il.vf.'is.
3. O PROJETO
Dividimos c a r t e s : Sala de Espera; 2)
Consu 1t ó r ia Especializado e 3) Atendimento Psicoter'pico
Continuado. De. f.'XEcutorf.'S~ireto de projete somo eu (Ta ~-c i s i c
Dra. Luci~ Azevedo ambos com graduaç~o E POS-
graduaçlo em medicina interna com prática
psiconalítica efetiva. O trabalho na sala de espera consiste na
presença dE um dE nós dois, durantE 3 horas, 2 VEzes por semana,
em meio aos pacientes que aguardam atendimento médico. Nós ~nao
nos identi~icamosi nos colocamos como as outras pessoas ali
presentE, observando as conversas que se desenrolam, tendo nossa
atenção voltada para as crenças, concepções populares e
conhecimentos das pessoas sobre drogas E AIDS. Quando
assuntos E nos participamos da prEstamo~
escla~ecimentos sobrE o uso dE drogas, da AIDS E
indicamos a possibilidade de atendimento individual, para u~
aprofundamentc do assunte EstE atendimento individu~: qUE
consiste em varIas entrevistas realizadas por um d~ n05 d01S,
constitui c Consult6ric Especializado. Detectado a demanda de um~
psi=ote~apia continuad2 encaminhamos o paciente ao :=TAD
4 - RESULTADOS
Das tr~5 partes do projeto ~ sala de espera se apresEntav~ para
nos como um desafio. Fantasi~vamos muito s6bre o lugar
Ocuparlamos em meio a pessoas E ambiência qUE nos eram est~anhas.
Nos primeiros dias ficamos muito sem jeito, sentíamos um~
necessidade muito 9~ande de nos identificar. Um dia eu me perCEbi
respondendo a uma pessoa EU médicc Para em seguida mE conta
~1? me PErguntou outra coisa E n~o qUEm eu Era ou o qUE eu
faz:a Mas momEntos foram muito importantes
~o1ocavam qUE mE PErmitia uma . ~•..Vlsao c~itica
mais aguçada. Algumas vezes me sentia qUE era notado, fantasiavc.
que indagariam se eu era um policial ou algujm que os FSPTeitava.
AtÉ que um dia tendo perguntado aos +un C i o n á)- i o o qUE oco
pacientes questionavam a meu respeito eles isto
nio acontecia; refleti Entio qUE aquelas PEssoas estavam
a me rsas suas dificuldadEs. SEUS mundos E não mE davam ê>.
importincia que e~ mEsmo me atribuia. Isto depois foi c o n f i ,-ma d o
P 01- de: uma VEZ, Em qUE as pessoas mE P E 1- 9 LIn t a 1- am SE E 1-'.
e s t a v a-r •a i 1 para faZEr curativos. pa~a tomar lnJEçOES coisas
dEste: tipo.
11,- C< .. Luc i c;. ln::'CloLl
comigo, tendo inclusive contribuido COffi reflex5es importante~ no
inicio do t~abalho, declinou Em SEU intE~esSE e: mE comunico~ que
nao continuaria D·-ossegui entrE as dificuldades E c
un i VE1-SO qUE SE descortinava 2 minha
algumas das minhas reflexôEs, advinda~ deste: trabalho. sob 1- e c
toxicomani~ E a AIDE.
toxicSmano SE apreSEnta com uma certeza qUE impressiona., mas
entrElinhas; E ~s VEZES até dE forma mais clara. p e rc eb E.'InOS
as contradiç5ES que denunciam a hiincia entre a sua
E a sua essenCla. Ele é dono dE um marcante Estoicismo qUE passc<.
pelo mutilar-sE. pelo auto-tatuar-sE; PEla injeç~c qUE SE apllca.
Ele descreVE mesmo com gozo o ato de ver SEU sangUE misturar-SE cd 1- ogc.
qUE PudE ouvi~ dE um rapa~ qUE dEscrEVEU com
Fi: c: Pl.lX"' ..
vai misturando com o sanguE, Empurra E puxa; na tercEira bomba j~
Esti numa longa". Chama atEnçio ainda a palavra bomba para dizer
d~ d~09a qUE Explode no SEU corpo, na rapidEZ do SEU efEito. Mas
Estoicismo s6 ocorrE SE ElE é o agEntE da açio s6brE o SEU
cor P o, ou SE Esta SE passa sob o SEU controlE, sua PErmissãoi
contrastando com a dor provocada PElo outro como Em um ato médico
por EXEmplo, EfT! l-EC USe. uma SLI. t ur a ou tEm ...mUl"as
dificuldadEs dE PErmitir a drEnagEm dE um abSCESSO.
A rEla;ic de toxic5manc com c SEU corpo além do estoicismo. passa
também PElo dEsconhecimEnto, PEla sensa;io dE EstranhEza, para a
qual ele Elabo~~ teorias que G coloca animisticamente na posi;~c
dE c o s s u ; punhos
.:: o n c E n t 1- a lTl uma energia mental qUE SE batEr Em um dErruba. O c·-v'
I i c-o \-- que d e",",o ,,~.c.. Z f:' ,~ u. rr
c oc ar :DITi unnas, ~s unhas t~m venEno; um arn i s c m"'·' .I _ \,..', fico:.
ElES +-" ,'. EfT, 1 . 'o·exp lcaçoes E a p a 1- E n t em E n t E 1 h E'S
possibilitam di conta dE si próprio, suprir suas nECEssidadES.
C dis:ursc do toxic6mano portanto o EscondE, mas isto nao enCErra
novidade; afinal qUEm fala mEntE, mente porqUE fala SEmprE dE um
lugar ondE nio Est~. No toxicBmanc Esta mentira é maior porquer E
ma10r a distincia qUE SEPara c sujeito qUE SE Enuncia - de
para o sujEito da Enunciaç~o - do lugar da falta
mc."::: .r.. -. '1 •. -., c, J. '•. C". , nio prEEnchivE! co~ mEnos do qLle' a1gc
qUE seja imEdiato 2 grandioso: a droga. Has SE no
c <=:. i n d <: q Ll t. c.
'7
Centro \ o I/AIDS"A._----------_ ..•
droga dificulte esta revelaç~o, o discurso do toxicSmano existe,
e existe mais solto, mais aberto nos lugares aonde ele se sente
mais s e s ur o , com mais dominio da situação. A.H.
encaminhado, serr: que eu G tivesse visto na sala de
atendi por 2 vezes em meu consultório particular - r e+e r iCl. uso
PEsado dE maconha até h~ 01 mis atr~s E um processo na justiça
por e or te desta droga. A.H. nio mais compareceu aos hon,,- í os
marcados. Encontramo-nos na sala dE Espera, agora Ele falava ma15
E de coisas mais intimas, aind~ qUE na presença dE outras pessoas
r n c Lu s a v e d c qUE ali t '"a b CI. '1h a v c:.. do
disse ,-Ci. antES, rEvelou qUE estava intermediando uma venda dE
quando foi prESO Estas conVE-S~~ SE repetiram. p assa1-a n
r E S u 1 t CI. d o positivo do tEstE da para HIV, E so ag 0',- <:1.
Con s u l t ór i c; do ;:'ost c MÉ'di::or '1- EVE 1ou. usado
intravEnosas E tE~ compartilhado sE~ingas
No 1n1[10 EU me prEocupava, ao obSErvar uma pessoa que mE parEciat ...._OXlcoma.nc. Como Em 1a sabEr SE ElE usava ou nao drogas? Isto 50
seria POSSiVEl se vinhéssemos a conversar, o qUE muitas veZES nao
tinhamos oP O," t uni d Cl.d e. F'asSE i Entio a rEfletir SObl"E o
observav~ da rElaçio das crianças com 05 familiarES. (
sEjarr: lEvadas ao Poste PEla av6. PEla ma d 1" i n h c, , PEle:
vizinhê. Quando lEvadas PElas miES PUdE observar qUE E1Cl.':. não
usam ~ palavra mãE, mas as chamam PElos nomES. Ac mãES costumam
SEi- muite brutas E f~ias com SEUS filhos - os POEm dE c a s t i s c.
xingam - ficando mEsmo . .-C<. 1.mp ·1- E S S a c dE qUE
~rlanças S~O uns Estorvos Em suas vidas. RElatos dE profissionais
cI c r:. os t c ,-a: i ~~i. c a !T: E~s ': :O'5 o b SE': 1- '-v' Cl.ç élE 5·: •. Um ec. c 1- i a n ç c\ SE cs c o n o e r a
P~.'
debaixo da cama .E'a mãE' ear a... de.-sE'ntoca-la" jogou alcool E' tocou
-fOgO"; " Uma mãe c o l oc ou um ovo quente na boca da c r í anc a para
ela nio comeSSE mais ovo CErto dia vi uma criança com uma
grandE no pinis qUE a miE informava tratar-sE LllTI
acidentE ao retirar a fralda. Um dia pErce.-bi qUE um pai
com c ar i nh c SEU filho dE um ano qUE dormia profundamEnte. <:1.0
convErsarmos ElE mE disse qUE i sEParado da da companhEira € qUE
a criança s6 conseguE dormir SE for Em SEUS braços: SE coloca-I ••.
n a ea!TI? Ela ae en- d é\ . c qUE dEnota, também. uma. ma ter n ag Em
inadE9Ué\dc...
adultos s~o desencontrados Fico impressionado como a~ VEZES
nãc) c o n l+e c e m pessoas qUE fazem, h~ muito tEmpo. t r a b c..1 h o s
c omun i o a d e. e também C<.. ,.. .
e x i s t e n c J.(;. de locais como escolas, t ea t r os
qUE é\li existem hé\ muitos anos. As ruas SE particularizam 2m suas
C 2,·, ac t er is':: ice.'=· p r o s '::i t u i ç: ãc ,
culturais. As PEssoas mudam muuito de casas E as casas SE reduzem
ri LImE")"o: .. Mo 1- e i n o 1 0" j •• Me u SE" 9 1.\ n d o f i 1 h c' nas c e II no
Soma-SE a lsto a popu~acão flutuante.
Constitui-SE aSSlm um univErso descontinuo. um mundo fragmentado.
de TEferencié\is est~veisj arriscarié\ mEsmo a dize~ uma
estrutura esquizofr~nica. Neste contexto a minha inquietação
a n i c i a l - é ou não é usuirio dE drogas 7 - PErder o sEntido;
t r·o c o -2. P 01- lI.ITi diz E.,- p opu 1 a1-: •• Se n~: o E". t o d a s
as +er r ament d.=: ,.
9
I·
t sobre a AIDS o que tenho a dizer ? Me chamou a atenção que
comentirios sobre realização do teste para HIV fossem fe it os
a b er tame n te: A indagaçio da diretora do posto a um rapaz em
presença dos amigos SE j~ fizera o HIV; o pedido dE A.H. na Sala
•. 11r a. o 1h e p o r mim... o me u H I\.I j <:Í. veio ? Ist C)
contrasta com a preocupaçio da dirEtora em c o mo ,- E V E 1a r o
resultado positivo a A.H. tendo inclusive discutido comigo E com
psic610ga qual ~ maneira melhor dE faz~-10. E A.H. no dia elT'
qUE soube mE comprimentou mEio atrap~lhado sem saber o qUE faZEr.
mE diSSE, em sua nEga;io: a fé remOVE montanha
1- emo ve r Esta montanha qu e caiu Em c i ma d e mim .. Portanto dois
~29istros Um dE sUPErficie - as indaga;5Es dE fo~m~ dEscontraid~.
- e outro m21S in~lmc, PEsado como uma montanha da qual s6 Deus G
Além distDi dE=or~ide o primEiro mes, 56 o cartaz afixado na
d E E S P E1-C;.: .. A I DS. Não d E i x e: c; d li.v :i. d ?-. v i~-a.r d o En c c; ..
Ao perquntar a uma p,-osti.tutc\ o
que motivou o curativo Em suas pernas Ela me respondeu: Pico. E
me falou do uso dE Algafan qUE quaSE não se consegue mais; de uso
de cocaina qUE suas companheiras fazem, compartilhando seringas,
com agua; hOjE v~rias dElas com AIDS, algumas an c l u s íve
J c;. mo 1- ,- e ,- a!TI . Ela mE disse que tem sua proprla seringa aonde
coloca o p6 E dilui ali mEsmo, para não apanhar na tampa como
faZEm as outras. ME disse qUE nunca ouviu falar dE ~9ua sanit~ria
P 2. ',- c. lavagEm dE sErIng2 E qUE algumas PEssoas chEgam
SEringas no lixo pa~a tomar pico
tlai por diante outras pessoas me falaram de casos dE AIDS, uma
dElas PErdeu o vizinho, um homOSSExual. Outra trÊs
a m ig os d o i s dE 1E 5 " C om t Ll b E 1- C u 1o SEm a 5 o m é d i co d isS E qUE
AIDS e uma COlEga qUE usava muita droga ESt. contaminada mas
n €' ITI P a r E C e , pois e forte e saudivel SobrE esta colEga Ela mE
PErgUntou SE tEm PErigo dE contaminação; sua filha Estava
b~incandG com ela e isto a dEixou prEocupada. Diz ainda qUE
COlE9Ci comunicou sua dOEnça aos amigos mas Estcí r E C o n s i d E.' r Cl. n d c.
€'sta atitudE porque todos SE.'afastaram dEla. Em out l-a si t LI.,\(; ão
du as mu l i-e r e s c o nvE.',-S <3. v a Ir: 5 ob ,-E.'" a. d oE.'n (;:a " E
ê't.iguÉITIp ar ap l e ç i co d í z í am : "r: na d si, Aquilo foi Algafan qUE c l a
í n.i e t ou Ji tEm SEtE anos; Se fOSSE nao d U 1- Cl. ·vc'.
me.. 1s qUE quatro a cinco anos. Os ossos dEscolan: das caTnes)
A.H come,
je? t e n d c Estadc rna~s agora Esti bErr:, !':inimi:::andc os
EPisódios dE fEbre E diarrE.'ria qUE E.'lEainda aprESE.'nta.
Ume<. o E.' an o s E uma aoolescE.'ntE.', mep,-os t i t LI t a 5 . Elas conVErsavam E.' P r ov o c a v arr m í n h a atEnção.
FinalmEntE qUEm Era a pE.'ssoa qUE a o p <3. S Sar mEc: U!TI Fi r i me n t o li. , ao que IhES rE.'spondi: Ela é a médica trabalha com
VOCES COnhECE.'m alguém com AIDS . ~B.qU.l ~ E1a s ms
'( E:::· D o n d E 1- a m qUE ~~o, nunca ouviram falar .. sabEm aPEnas qUE
pE.'ssoas ficam magras, as carnES SOITlE.'1TIdos ossos. A rEsposta dE.'las
rn t:: :L n t 1- i 9 ou. Cons~dErEi a hipotÉSE d~ mE tErEm tomado como um
EITi c o t en c i a I Um~ JOVEm dE outro bairro v i 121- Ci. C.C!
posto dESConhE.'CE uso dE drogas injEtávE.'is aondE mora Uma F,- E i 1- <3.
que vai sempre ao posto para atendimento com a psic610ga ao saber
do meu interesse pensou logo na possibilidade de uma palestra
para seus alunos. enfatizando as desinformaç5es E o contingentE
dE adolescentes gr~vidas
A diversidade do imagin.rio sobre AIDS no Pelourinho. rEflete a
diversidade de sua constituiçio com todos os determinantes por
mim j~ mencionados. A julgarmos pelo n0mEro dE pEssoas qUE J a
rEalizaram tEstES para o HIV no Posto Médico. muitas de:1as
usu~rios dE drogasj E PElos tipos sociais ob SE1- v arnos r. 8.5
r LIa s • sobrEtudo naquelas ondE o tr~ficc dE drogas SE faz mais
intEn5amE~tE. E qUE 50 dE form~ malS Espa~5~ compa·-E~E~ ao poste,
a tEndência t qUE nos aproximEmos cada vez mais dos usuirios dE
drogas E qUE possamos introduzir Em SEU unlVErso E da maneira qUE
ElES PErmitam ~ SE PErmitam as abordagEns nECESSarl?S c. LI me'.
profilaxi2 E~icaz da AIDS.
Centro de Referência e Treinamento - OST/AIOS
BIBLIOTECA
BIBLIOGRAFIA
~ BC'.s tos: , :-:-. I ., L i mc.. E S .; T E -: 1 e s F'. F: .; F~-i e d ma n , S . F\,; !l E.' SJarlais, D.C.; WE.'nston, J. Sotheran, J.; S~ringe Sharing &CIE.'aning, And Condom Use Among IDVs In Rio de Janeiro AndNew YorK Cit~ Helping To Define PrevEntion Strategies ForRio. VIII lnternational ConferencE on AIDS/III STD WorldCongresso AmstErdam, thE NEthe~lands. Jul~ 1992.
2. Freda. H.; Lazartignes. A.; NeuburgEr. M.; Parquet. J. i RouxJ.~. So11E~. C i La Toxicomanie. les Toxicomanes. L'ANE. n~27 s JL,l1·-SEP~ i986. (A To x í c ornani a . os Tox i c ôrnan o a .T~aduçio d~ LUiS AlbE~to LEite Tavares E Maria Luiza Mot~Hl~anda, pa~a c~~culaç~o inte~na no CETAD).
"';~.'-!C<.S·i r.c ;:-·-::'€.'dmcH,~F: an d Hopk:r.sA:q~~~e~ !mmJ~=~~~:ciE.'nc~ S~ndrome ArnonsUSE~S. Anna1s or Inte~~a1 Mediein€.' 1985.
W; F:isc. thE!"I .•-",.... .-L..', '-~.:::O: =
1.03: 755 - 759.
4 M~rand~, C.R.S.l - Comunica;io Pessoal Dados obtidos €.'mCampanha de Vacina;ic a ser€.'m publicados pela Secretaria deSaGde do Estado da Bahia. Salvador-Ba. 1992
~. 01iEvenstein, C. A Vida do Toxicômano. Zahar EditorES - Rio dEJ a n E i 1- c. i 983 .