Historia Africa e Ritual

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  • 8/18/2019 Historia Africa e Ritual

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    África Negra Pré Colonial

    Origem dos povos Fang e Bamun : Num artigo publicado por D.P. de Pédrals em

    dezembro de 1951, ele relata que Fr. Trilles chegou à coclus!o, ap"s uma série deestudos, de que os Fag ha#iam tido algum cotato com a cristadade européia durate

    sua imigra$!o prime#a% o século &'& eles aida !o ha#iam ido até a costa atlatica. Por 

    isso sua imigra$!o de#e ter sido relati#amete recete. (studo similares de ).D.*.

    +ere- apotam para uma coe!o etre os bamus e os eg/pcios.Pédrals escre#eu

    que%Percebeu em #0rios li#ros sobre o (gito a rela$!o etre o ara" abutre e oara"

    serpete, especialmete o ato apotado por Deodoro% que os sacerdotes et/opes e

    eg/pcios matiham uma 0spide erolada sobre seus chapéus2 também otara os #0rioseemplos de represeta$3es zoom"ricas de duas cabe$as. ( particularmete o Livro

    dos Mortos 46i pap-rus7, o qual ).D.*. 8ere- declarou estar co#ecido que o culto

    dos reis dos :amu deri#a de um culto eg/pcio similar. (sses atos apresetam alguma

    semelha$a etre a eist;cia do abutre real de li#ro e o autor#e8a o li?

    abaio Pre coloial :lac? rica.

    Origem do povo Agni (Añi)  % > ome de todo esse po#o é remaescete de  Anu ou

    Oni , que era o t/tulo de >siris o Livro dos Mortos, o epiteto costatemete atribuido a

    esse deus. @uase todos os soberaos gi possuem o t/tulo ou sobreome de mo, o

    deus eg/pcio da Amidade, ecotrado por toda a Brica >cidetal,ha8a #isto o t/tulo

    sigiicati#o do li#ro de )arcel =riaule,  Amma, Deus da Água dos Dogons . Por 

    coseguite, eistiu um mmo zeia o século dezesseis e um mmo Tiu o século

    dezessete. > ilho desse rei oi trazido diate de Cuis &', que o tratou com disti$!o.

     mmo guire, que reiou o século dezeo#e, assiou o tratado de alia$a com o reiCuis Felipe da Fra$a. Por esses moti#os h0 uma tedecia em acreditarse que todos os

     gi origiaramse da bacia do Nilo.> li#ro e o autor#e8a o li? abaio Precoloial :lac?

     rica

    Origem do povo Serer  % Pro#a#elmete também #ieram do lto Nilo. De acordo com o

    dicio0rio Pierret, Eerer sigiica em eg/pcio aquele que rastreia o templo. 'sso az

    setido com a sua atual posi$!o religiosa% eles aida s!o um dos raros po#os

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    Eeegaleses que aida re8eitam o islamismo. Eeus camihos s!o demarcados pelas

    estacas de pedra ecotradas a (ti"pia por toda a estrada que le#a a EiéEalum. De

    acordo com a tese do Dr. )aes, ao aalisar o #ilare8o de TudiDoro o Eud!o Fraces, a

    origem dessas marca$3es #em dos cartagieses ou dos eg/pcios, alisado o ome

    desse local ele sugere que o ome Tundi  #eha do Eoghai para desigar pedra, e Daro

    do 0rabe sigiicado casa. Portato TudiDaro sigiicaria casa de pedra. (ssa hip"tese

    seria aceit0#el somete se essas pedras aparetassem casas, o que !o é o caso. E!o

    moolitos esculpidos em ormatos 0licos, com uma glade bem delieada e por pedras

    redodas a base que e#ocam a bolsa escrotal. a também pedras meores em ormato

    triagular cu8o cotoro em ormato de pAbis parece represetar o org!o seual emiio.

    > autor acredita que esse local teha sido um cemitério. (tretato !o oramecotrados ehums #est/gios de ossos sob essas pedras. (ssas pedras poderiam estar 

    ligadas a um culto agr0rio, simbolizado a ui!o ritual etre o céu e a terra, para dar a luz

    0 sua ilha, a #egeta$!o. De acordo com as atigas cre$as, a chu#a que imprega#a a

    terra4m!e7 era e#iada pelo céu 4pai7 um deus que tora#ase atmosérico pela

    descoberta da agricultura, segudo )ircea (liade. #egeta$!o que ascia era o produto

    di#io. (ssa triade sagrada poderia ter sido a base para a Eatissima Tridade cu8o

    coceito de pai , ilho e a #irgem 4)aria7, que teria e#oluido com o tempo para Pai, Filho e(spirito Eato, substituido o papel de m!e, da mesma orma que a triade >siris'sis

    orus. Eemelhate produzido semelhate, portato estariam etalhados em pedra

    ambos os seos, como um co#ite para as di#idades acasalarem e trazer como ruto a

    #egeta$!o que abasteceria a #ida do seu po#o. ( por isso a ecessidade de assegurar 

    sua eistecia material le#ado os homes à tais pr0ticas. > impulso #ital, o

    materialismo arcaico, poderia ser epresso apeas essa orma trasposta, camulada

    como meta/sica. >s atuais habitates do TudiDaro !o oram os respos0#eis pelaprese$a dessas pedras, em mesmo seus acestrais de acordo com a pesquisa do

    autor. Podemos supor que os Eerer*olo, teham passado por esse est0gio ates do

    ad#eto da islamiza$!o. >s Eerer aida possuem o mesmo culto dessas pedras. No

    tempo de ba?ri, os habitates do alto rio Eeegal ica#am pilares que eram usados como

    altares para liba$3es e cohecidos o #ocabulario daquele tempo como dekur   4

    dek sigiicado bigora e kur   sigiicado pilar, em *olo7, mas dek   também poderia

    sigiicar altar, o setido de recept0culo, que por sial é o seu sigiicado b0sico. )as a

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    a0lise de TudiDaro em *olo é aida mais iteressate% tund Gcolia, e daroGui!o

    seual o setido ritual7. Hm euemismo que a #ogal i trasorma em plural. TudiDaro a

    ligua *olo cotemporIea sigiica precisamete colias da ui!o. Fato esse de#ido

    aos rituais serem celebrados em locais altos, motahas ou colias, cosideradas

    sagradas por represetarem o poto ode o céu e a terra parecem tocarse% a ide/a de

    cetro do mudo como em +erusalém, a Jaaba em )eca e as motahas sagradas dos

    am!s da )og"lia. (ssa idéia corroborada pelo ato de o #ilare8o de TudiDaro est0 de

    ato diate das motahas de areito a#ermelhado. s esca#a$3es eitas até o mometo

    essa 0rea coirmam a idéia de que as tumbas 4tumuli7 estudadas até agora !o se8am

    t!o recetes quato a migra$!o dos Eerer. >s materiais empregados para os uerais e

    rituiais de eterro destes eram os mesmo dos eg/pcios e dos imperadores de =aa. >deuto era eterrado, de orma mais ou meos luuosa, depededo da riqueza da

    am/lia, e deitado uma cama. (m seu redor icam dispostos os utesilios domesticos

    usados em #ida e até um galo para acord0lo de mah!. deus do céu dos Eerer, cu8a #oz é a do

    tro#!o, chama#ase LKg, que é requetemete complemetado por Ee, um epiteto

    acioal t/pico dos Eerer. LKg sugere La. Ear é um ome amplamete usado pelos Eerer 

    desigado a obreza do atigo (gito. #ariate liguistica Ea da mesma pala#ra,

    desia#a a obreza do Eud!o. Ea?Joré era a #iziha$a de Timbu?tu, habitada por obres, aode oi costruida a amosa ui#ersidademesquita de Ea?oré.Eabemos que

    algus ara"s da terceira diastia tiha o ome Ear, ao paso que PeribEe e >sortaEe

    4EeMart e Ees"stris7 eram ara"s da da primeira e seta diastias, respecti#amete. >s

    eg/pcios !o tiham omes de amilia como os tempos presetes,% eles adicioa#am

    omes como Ee, sigiicado irm!o, e que omes moderos também deri#am de

    epress3es como esta de maeira mais ou meos disar$ada. > li#ro e o autor #e8a o

    li? abaio Precoloial :lac? rica

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    Origem do povo Peul  % Ee olhassemos de relace, poderiamos acreditar que o ramo

    Peul #eio origialmete daquela parte da Brica >cidetal aode os mouros sem/ticos e

    os egros estabeleceram cotato. pesar da hip"tese de mistura racial ser aceita como

    um ato, o local aode isso se deu de#e ser procurado alhures, apesar das apar;cias. Tal

    como as demais popula$3es da Brica >cidetal, os Peul #ieram pro#a#elmete do leste,

    em mometos posteriores. (ssa teoria pode sustetarse pro#a#elmete pelo dado de

    maior importatacia% a idetidade etre dois omes pr"prios tot;micos dos Peul, com

    duas o$3es igualmete t/picas das cre$as meta/sicas dos eg/pcios, os Ja e os :a.De

    acordo com )oret, Ja é o ser essecial, a parte otologica do idi#/duo que eiste o

    céu. ssim sedo, os tetos do elho 'mpério, h0 uma epress!o que diz 'r para o seu

    pr"prio Ja sigiicado morrer. > Ja uido ao et, ormas de :a, é o ser completo queatige a perei$!o e mora o céu.et é a parte do ser que oi puriicada a :acia do

    b#iamete !o tem rela$!o com o ome EoM, usado por algus Peul. De outro lado, Ja

    e :a, essas duas o$3es otol"gicas eg/pcias, s!o omes pr"prios usados pelos Peul, o

    iicio das pala#ras. Ka, ou Kao, em eg/pcio atigo, sigiica ele#ado, superior, gradioso,

    marido, padr!o, altura aode o hier"glio que descre#e a pala#ra, est0 represetado por duas m!os que se ele#am para o céu. Possui o mesmo sigiicado em *olo, podedose

    estabelecer a rela$!o com JauJau mecioado ates. Ba, em eg/pcio, é represetado

    por um p0ssaro com cabe$a humaa,que #i#e o céu2 é também o ome de uma a#é de

    pesco$o comprido. Ba em *olo sigiica a#estruz. Portato podese otar que esses

    elemetos da meta/sica eg/pcia soreram dieretes trasorma$3esdepededo de quem

    as trasmitia2 equato o *olo a sigiica$!o eg/pcia é matida, o Peul essas pala#ras

    toraramse omes pr"prios. O ato cohecido que, até a seta diastia, o tempo dare#olu$!o >siriaa 41QQ

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    Eerer, como ser0 mostrado a seguir.> li#ro e o autor #e8a o li? abaio Precoloial :lac?

     rica

    Origem do povo ao!é % O pro#0#el que esse se8a um po#o descedete dos led0riosEao. >s mauscritos de :oru e as esca#a$oes eitas por ). Cebeu e )arcel =riaule,

    cotamos que os Eao também eram cohecidos por EoM e Ei. @ue eram gigates,

    passa#am a oite iteira da$ado, deiaram iAmeras iguras de terracota que

    re#ela#am o seu tipo etico, com cabe$as em ormato de pera.

    Todas essas caracter/sticas s!o ecotradas os Caobés. Eeu Aico ome tot;mico é

    EoM, que tem sido errKeamete coudido com uma palara Peul. Eeu Aico ob8eto

    sagrado é chamado sao-ta. (les s!o todos a#ata8ados e as mulheres chegam a medir acilmete 1,SQm de altura e os homes metros ou mais. Possuem bela muscullatura e

    tem coorma$!o atlética.

    Eeus crIeos tem ormado de pera ideticos àqueles represetados pelas estatuetas

    Eao. sua Aica ocupa$!o é a de abricar utes/lios etalhados em trocos de madeira

    para equipar as cozihas de todas as outras castas da sociedade aricaa e !o apeas

    para os Peul. Eua grade pai!o é a da$a, especialmete as mulheres. (las participam

    de todas as estas e de outros e#etos sociais. No Eeegal, sua da$a pricipal é a

    kumba laobé gâs.

    >s oram erroeamete cosiderados como sedo uma casta dos Peul e dos escultores

    Tuculor. (sse erro #em em parte pelo ato deles alarem a mesma ligua desses dois

    po#os. > ato dos Caobé serem sempre biligues tem sido egligeciado, ao meos o

    Eeegal. (les alam o *olo t!o luetemete quato o Peul., porém seu sotaque em

    *olo !o é o mesmo dos Peul ou Tuculor, o que !o seria eplica#el se eles

    pertecessem ao mesmo grupo ético que eles, dierido apeas de casta. >s laobé

    parecem ter sido um po#o que perdeu sua cultura e cu8os elemetos dispersos se

    adaptam por aprederem as liguas das regi3es aode residem. >s omes totemicos que

    eles usam além de EoM reletem a sua mistura com os Peul, Tuculor e outros grupos. >

    re#erso também #ale, e isso eplica porque algus Peul possuem o ome EoM, ao lado de

    ba ou Ja.

    >s laobés #i#em espalhados por dieretes #ilare8os o Eeegal e em outras partes. N!o

    possuem moradias ias, sedo impreciso airmar que eles habitam Futa Toro 4 o

    Eeegal7 ou o Futa +alo 4a =uié7, territorios dos Tuculor e Peul. (les ormam grupos

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    espor0dicos em meio a grupos éticos maiores. >s Caobés do Eeegal 8a !o coseguem

    mais localizar com precis!o seu habitat origial. Eua orgaiza$!o social também oi

    completamete diluida2 eles !o possuem mais chees tradicioais. > membro mais

    respeitao do grupo ca#alga uma mula, equato os asos s!o reser#ados para os outros

    (sse é o caso de )ed EoM *ediam, um laobé muito iluete, mas que !o pode ser 

    chamado propriamete de rei. lém disso, ele obte#e sua coia$a de#ido à sua

    co#ers!o ao )uridismo de madu :amba. >s Caobés comugam pela é o sao-ta que

    os protege !o apeas o oicio de etalhe como também a circucis!o, costume que

    herdaram dos po#os #izihos.

    Origem do povo "oru!# : De acordo com +. >lumide Cucas, os iorub0s #i#eram o atigo(gito durate a atiguidade, ates de migrarem para a costa atlItica. Para demostrar 

    sua tese ele usou as similaridades ou idetidades das l/guas, as cre$as religiosas,

    costumes, omes de pessoas e de locais, e de coisas em geral.

    siris, 'sis, orus, Ehu, Eut,

    Thot, Jhepera, mo, u, Jhosu, Jhopri, athor, Eo?aris, La, Eeb, as quatro

    di#idades elemetais, e outros. =rade parte deles sobre#i#e tato em atributos quato

    em omes. >u em ambos.

    -!a-"o sigiica em iorub0, a estrela qie acompaha o sol. Jhosu #eio a ser >su 4 a

    Cua7. s #aria$3es ligu/sticas s!o eplicadas pelo autor com base a oética da ligua

    iorub0. (le ressalta que as o$3es otol"gicas dos atigos eg/pcios, tais como Ja, ?hu,

    Ju, Ea?u, e :a, podem ser ecotradas a ligua iorub0. (le também apota para a

    eist;cia da escrita hier"gliica 4literalmete sigiicado escre#er as pala#ras de Deus

    a ligua eg/pcia7 , e ep3e todas essas idéias ao logo de quatrocetas p0gias.

    Podese ressaltar também, que o papa dos iorub0s, o >i, possui o mesmo t/tulo de

    >siris, o deus (g/pcio, Juso. 4Josso7. (sse ome #em de uma colia chamada Juse,

    perto de 'l;'é, além de outra com o mesmo ome a Nubia, perto da atiga )ero, para

    oeste do Nilo, o cora$!o do pa/s dos Jush. > ome Juso também repetese a

     b-ss/ia.

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    ocasi!o dessa esti#idade.Por ali estar ela su8eitouse a uma pro#oca$!o, causausado

    esse problema. > rei disselhe que poderia le#ar essa quest!o para a 8usti$a, apesar de

    !o acreditar que ela ti#esse chaces de ser ressarcida.

    Na sequecia desse cap/tulo, a autora d0 #0rios eemplos de hist"rias como essas.

     s perormaces gemo dierem dos colitos etre grupos ormalmete deiidos social e

    politicamete. N!o s!o meras ecea$3es, batalhas de palco, ou epress3es de

    hostilidade cotrolada. Tratamse de 8ogos de poder etre o sacerdotes e os demais, que

    geram #erdadeiros colitos e hostilidades etre autoridades idi#iduais que se op3e etre

    si em #0rios aspectos. lém disso, os colitos !o se limitam apeas às quest3es rituais,eles se etedem à #ida cotidiaa dos sacerdotes.

     s perormaces gemo reletem as tes3es etre as persoalidades dos idi#/duos

    epressado os colitos detro da coleti#idade.

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    seu pr"prio mercado. De ato o po#o de '8ebu é cosiderado tradicioalmete um po#o

    comerciate.

    0 também um tra$o de sacraliza$!o dos mercados. m!e acestral do sacerdote Nopa

    est0 eterrada em seu mercado em >doopa. o8e ha uma l0pide que idica esse local.

    >s locais mais co#ecioais para eterrar os patriarcas alecidos est!o toda#ia sob o

    piso das casas. s mulheres !o apeas cotrolam os mercados mas a sua lihagem

    determia a hereditariedade dos sacertotes gemo.

    Nos idos de 15QS, os eplorador portugues Duarte Pacheco escre#eu sobre uma grade

    cidade chamada =eebu...> comercio aqui é o de escra#os que podem ser trocados por 

    braceletes 4maillas7 doze ou treze para cada escra#o e algus detes de eleate. . >s

    '8ebu , istalados a costaeram os itermedi0rios durate os séculos dezoito e dezeo#e

    etre o império de o-" e o comercio eterior coletado tarias de quem passase pelos

    seus territ"rios. ( coorme a obser#a$!o de >guba, as cidades aode residiam os

    sacerdotes gemo est!o bem pr"imas das muralhas de terra que circuda#am o reio

    de '8ebu, que Pacheco ha#ia se reerido os iicio do século dezesseis.

     -oru!a $iual

    (ste li#ro de )argaret DreMal é um mergulho para detro I da liberdade do ritual iorub0, o

    poder de impro#isa$!o de seus itérpretes, e o dese8o de seus participates em alterar 

    as possibilidades de etretedimeto I. Euas implica$3es s!o diretas a di0spora

    americaa, de#ido a prese$a desses arti/cios, que costituiram a cha#e para a sua

    adapta$!o em o#os ambietes, base udametal para aquilo que Etuart all chamou de

    I estética da di0sporaI.

      estrutura pol/tica dos iorub0s, oi historicamete baseada em go#eros represetati#os

    abertos, os quais aziam parte colitos e competi$3es etre reis , descedetes. mas

    também etre chees ac$3es em disputas com os sacros moarcas. s u$3es politicas

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    dos rituais iorub0s ecluem requetemete certas categorias de pessoas, e e icluem

     8ogos de poder etre seus participates ou etre eles e outros grupos.

    '#or C. )iller, rica Diaspora Program, DePaul Hi#ersit-

    http%VVarocubaMeb.comVi#ormillerV'#or'tro.pd 

    .A$/A$0% %1O.PSON 2$03A

    )argaret Thompso DreMal é uma teorica das artes perorm0ticas, historiadora de da$a,

    e etograa. (la estudou os rituais iorubas da Brica ocidetal e arobrasileiros. lém de

    da$as populares orteamericaas e etreteimetos da #irada do século &'&, icluidoespet0culos apresetados as primeiras (posi$3es 'teracioais. DreMal possui

    especial iteresse a poética e pol/tica do discurso perorm0tico. (la também te#e

    eperi;cia proissioal como bailaria e core"graa.

     -oru!a $iual

    (ste li#ro de )argaret DreMal é um mergulho para detro I da liberdade do ritual iorub0, o

    poder de impro#isa$!o de seus itérpretes, e o dese8o de seus participates em alterar as possibilidades de etreteimetoI. Euas implica$3es s!o diretas a di0spora

    americaa, de#ido a prese$a desses arti/cios, que costituiram a cha#e para a sua

    adapta$!o em o#os ambietes, base udametal para aquilo que Etuart all chamou de

    I estética da di0sporaI.

      estrutura pol/tica dos iorub0s, oi historicamete baseada em go#eros represetati#os

    abertos, os quais aziam parte colitos e competi$3es etre reis , descedetes. mas

    também etre chees ac$3es em disputas com os sacros moarcas. s u$3es politicas

    dos rituais iorub0s ecluem requetemete certas categorias de pessoas, e e icluem

     8ogos de poder etre seus participates ou etre eles e outros grupos.

    '#or C. )iller, rica Diaspora Program, DePaul Hi#ersit-

    http%VVarocubaMeb.comVi#ormillerV'#or'tro.pd 

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    $epresena45o $efle6iva

    Hma esteira da$ate com deseho de gorila ez parte de um repert"rio lei#el de

    mlagres 4ida7 iterpretados o coteto do (gugu pida,  A$ari%&o de Milagres.> pida é um segmeto autKomo de uma esti#idade (gugu e dos uerais

    iorubaos, mas também ser#e para assialar outras celebra$3es tais como ai#ers0rios,

    etroiza$!o de moarcas bem como a iaugura$!o de uma 0brica. >lhado pelo prisma

    da cultura iorub0, que melhor homeagem seria para satisazer uma amilia, do que a

    espera$a de agradecer aos acestrais pela abertura de uma 0brica, s/mbolo de

    progresso e prosperidade para a comuidade iteiraW > ce0rio se'ular  cotribui para a

    sigiica$!o do e#eto, mas para cri0lo é preciso bem mais que isso.

     pesar dos iorub0s cosiderarem toda a celebra$!o uma perormace, compreededo

    percuss!o e da$a, ela também iclui i#oca$3es para as di#idades e liba$3es,

    geralmete realizadas a mah! que precede a apreseta$!o dos tra8es em pAblico os

    satu0rios (gugu. De#eras, os tra8es (gugu s!o por si s" satu0rios em mo#imeto,

    compostos pelos mesmos elemetos que costituem o satu0rio io, situado detro das

    aglomera$3es resideciais dos de#otos. Do poto de #ista iorubao, a perormace pida real$a a iterrela$!o essecial etre apreseta$!o pAblica e o ritual. O um

    discurso reei#o sobre o etreteimeto deste ato de trasormarse a si mesmo. > tra8e

    pricipal 4#e8a as iguras acima7, chamado de (azedor de milagres 4onidan, literalmete

    dono dos milagres7 , represeta magia e maestria a arte da trasorma$!o 4 $arad)7 .

    O, ao mesmo tempo, um orgaismo da$ate e uma par"dia de mulher com bur?a.

    Tal como os demais tra8es (gugu, os (azedores de milagres possuem idetidades

    pr"prias baseadas a destreza dos seus itérpretes. No ao de 19X5 a cidade de 'laro,um tra8e (azedor de milagres, chamado 8ouo-ibo 4Nosda$amosparaohomem

    braco7 subiu sobre um #aso com o bo8o #oltado para baio, i#ocado para obter a8uda

    das or$as operates do Hi#erso. (m seguida, ap"s uma comprida i#oca$!o e tres

    catigas, os percussioistas retoraram para o ritmo stacatto de suas da$as, e

     8ouo-ibo desceu do #aso rodopiado, ate que seu tra8e tomasse a orma de um

    #olume cKico. gachadose le#emete , ele et!o espalhou o seu mato sobre o ch!o

    ormado um grade circulo em cosequecia do mo#imeto espiralado de seu corpo.

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    Na sequ;cia, le#atouse, rodopiou e marchou alteradamete, erguedo suas peras

    para o alto coorme da#a passos ao redor da area, para cur#arse diate dos mais

    #elhos e cumprimet0los. Dai, acompahado o repique cadeciado e r0pido dos

    tambores, o (azedor de milagres dobrouse diate do pAblico equato #ira#a o tra8e do

    a#esso 4*i aso $ada7 trasormadose diate dos olhos da audiecia. Fialmete,

     8ouo-ibo, desezse do tra8e etero , trocado o#amete de aparecia, desta #ez a

    orma de um homem V macaco, um mutate.

    >s mestres desse tra8e descobriram umerosas técicas de #irar os seus paos do

    a#esso, como a de agacharse ecur#ados para o ch!o de maeira a arremesarem o

    tecido que lhes e#ol#e as costas pro8etadoo para a rete e la$alo em dire$!o ao

    alto. lgumas #ezes puam um pao que est0 sob o outro para trocarse. maestria dos

    paos do tra8e (gugu 8ouo-ibo, est0 a agilidade com que os tecidos s!o

    maipulados, para trasormarse diate das #istas do pAblico sem re#elar a orma

    humaa que est0 por baio. audiecia de#e perceber apeas aquilo que o perormer 

    quer mostrar, ou se8a um ser ideiido que muda de ormas e de cores em plea a$!o,

    diate dos olhos da plateia.

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    (ssas trasorma$3es sializam um outro est0gio detro da perormace. Por debaio da

    orma orgaica e uteria do tra8e, o (azedor de milagres 8ouo-ibo come$a dar a luz à

    uma série de outros milagres, que caricaturam o mudo. ( isso !o é iterpretado

    literalmete, mas compreedido de alguma maeira pelos obser#adores e participates.

    .ios* .#scaras e Performances

    >s tra8es (gugu e suas m0scaras 8ogam sutilmete com os atributos do Y0-0 macaco

    #ermelho da sa#aa, o #atas +uenon, de maeira t!o estilizada que elimiam qualquer 

    tra$o realista a represeta$!o dessa imagem. 'sso torase especialmete claro os

    tra,es de Ala$al), que est!o etre os primeiros tra8es que os membros das sociedades

    (gugu adquirem ao toraremse seus membros, tato etre os (gbados quato etreos 'orub0s. Tal como o macaco #atas  os tra,es Ala$al), os tra8es s!o compridos,

    predomiatemete #ermelhos, com listas pretas e bracas cobrido o rosto e birotes

    sobre a cabe$a. Hm mato comprido as costas que se arrasta pelo ch!o como uma

    cauda e que pode ser erolado em #olta do pesco$o como se osse a 8uba do macaco, em

    ambos os caso sugerido as duas caracteristicas isicas do aimal. Tal como o macaco

    Patas, que ada ereto sobre suas peras esguias, os perormers aparecem em grupos e

    s!o bricalh3es, 0geis e acrob0ticos.

     presetadose como seres mutates 4hibridos7 , !o s!o humaos, e usado a

    epress!o de dupla egati#a, s!o em !o humaos, em s!o macacos, mas em !o

    macacos. 0 um 8ogo a bricadeira, isso é, a rela$!o etre o itérprete e seu papel.

    roupa carrega um comet0rio relei#o o papel do itérprete como tra8ado. Portato,

    quado o itérprete e seu papel 8utamse o status de em eu, em !o eu do perormer 

    sub#etemse em em !o humaoV em !o macaco o dobro de uma egati#a dupla

    costruida a idetidade do tra8e. maeira dos iorub0s sugerirem o 8ogo a bricadeira é

    simplesmete dizer sorrido é um esp/rito, isso é, adquirir qualquer orma, cor ou

    persoalidade.

    >utros tipos de tra8es também reeremse ao ma'a'o #atas +uenon de outras maeiras.

    (quato Ala$ala ressalta as caracter/sticas /sicas do aimal e seu comportameto de

    http://www.flogao.com.br/czeiger/foto/227/127341946http://www.flogao.com.br/czeiger/foto/227/127341946http://www.flogao.com.br/czeiger/foto/227/127341946http://www.flogao.com.br/czeiger/foto/227/127341946

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    maeiras altamete estilizadas, um outro tra8e que apareceu a esti#idade para (gugu

    de 19XX em 'sale (?o, Cagos, recotetualizou literalmete as ca#eiras dos macacos. >

    macaco e seu alecido atepassado represetado pelo tra8e, oram apresetados 8utos

    de uma maeira bastate cocreta, sugerido a rela$!o cotida o mito etre os dois. Hm

    outro tra8e aida, apresetado em 19XS o bairro de 'tesi em eo?uta, substituiu a ca#eira

    do macaco por uma m0scara etalhada em madeira detre algumas de  bigbo

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    demostra ser possi#el pegar o pAblico de surpresa, essas apreseta$3es . ( isso az

    parte da bricadeira. > iteresse dos espectadores !o esta#a tato preso a repeti$!o

    do mito quato o processo de egocia$!o, aquele mometo da pe$a.

    Hm outro tra8e essa mesma ocasi!o uma capa da$ate chamada lagemo obte#e

    uma reerecia dual. imagem de um macaco pitada sobre a sua super/cie, 4 #er a oto

    acima7 ocalizou o mito da origem de (gugu. Toda#ia aqui esse tra8e diereciouse

    completamete do tradicioal gemo. > ritual que precedeu o tra8e gemo est0

    relacioado aos mitos associados com a guilda dos poderosos chees cu8o emblema é o

    camale!o. (quato esse ritual dos chees que precede o tra8e gemo é citado a

    tradi$!o oral , o modelo do macaco oi apeas uma cria$!o para o ritual. peas o

    macaco desehado reerese espec/icamete a (gugu.

     

    >s peritos o ritual idetiicam precedetes de mitos tal como o acima citado de

    (gugu moldado e remoldado seus temas, atra#és das pr0ticas eibidas.

    perormace possui uma admir0#el diamica dupla. o mesmo tempo que os tra8es

    reeremse aos esp/ritos acestrais de um passado presumido, eles reegociam

    simultaeamete com o presete.

    Origem de 0gungun* um mio

    O atra#és de uma série de #oltas e rodopios que o eterro de um patriarca trasormase

    uma cerimoia de m0scaras, um rito ueral de etreteimeto. rela$!o mitica etre o

    patriarca alecido e seus ilhos é eeti#ada as mascaras e tra8es (gugu. (ssa rela$!o

    eplicitouse #isualmete a casa de algus de#otos de (gugu a cidade de 'laro, ode

    uma série de tra8es com mascaras de propriedade da amilia, esta#am pitadas um

    mural acima do tumulo do atepassado.

    O .io

    De acordo com uma #ers!o do mito publicado por +oel dede8i, quado o rei um

    corcuda morreu, seus tres ilhos icaram sem diheiro para darlhe um ueral

    apropriado. > primeiro ilho #edo o corpo de seu pai, ugiu. > segudo #estiu o corpo

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    apeas para deialo de lado. > terceiro, tetou #eder o corpo o mercado 4 para uso de

    eiti$aria7 e ialmete abadoouo o mato.

     os mais tarde, quado o ilho mais #elho sucedeu seu pai, o rei da cidade #iziha,

    preseteoulhe com uma esposa chamada '-a )ose. Por muitos aos, ela !o deu a luz a

    ehum ilho, resol#edo et!o cosultar idi#idualmete os adi#ihos. Para '-a )ose oi

    predito que ela teria um ilho, e para o rei que !o teria sucessor, a meos que ele

    completasse o ueral de seu pai, que ha#ia egligeciado a ocasi!o de sua morte. > rei

    icou um dilema, pois essas alturas o corpo de seu pai 8a ha#ia se decomposto.

    Hm dia perto de um riacho pr"imo, um gorila estuprou '-a )ose egra#idadoa.

    (#ergohada, ela ugiu ate as terras do Lei >poda, ode escodeuse até que a

    cria$a ascesse, dado a luz a um hibrido metade humao metade macaco. p"s o

    parto, '-a )ose saiu urti#amete, e 8ogou sua cria$a o mato, ates de #oltar para seu

    marido. > bebe, cotudo !o morreu, e mais tarde acabou sedo recolhido. Fialmete

    '-a )ose acabou re#elado essa hist"ria a seu marido. (le #olou a cosultar seu

    adi#iho, que predisse o uturo da cria$a. Disseramlhe que ele cresceria para torarse

    um muZludu 4 literalmete, quele@ueTrazDo$ura para a comuidade. > adi#iho

    persuailhe de realizar os ritos uer0rios de seu pai o local aode a cria$a ha#ia sido

    abadoada, aode seu esp/rito iria materializarse um tra8e, para ser usado por um

    iterprete de maeira a persoiicar o seu pai, o rei corcuda. (ssa cria$a hibrida oi

    chamada de '8imere ome dado pelos iorub0s ao macaco #ermelho da sa#aa, Patas

    =ueo.

      importacia dessa arrati#a é relatar as origes dos #0rios t/tulos e dos papéis detrodo ritual (gugu. (la também estabelece a rela$!o ritual/stica etre os ilhos e seus

    alecidos pais atra#és da arte riual da cerimoia de m0scaras.

    Na pratica atual s!o os ilhos e ilhas que pro#ideciam os paos para os tra8es detro dos

    quais o esp/rito do alecido se maiesta. ( ialmete o mito agrega os ritos uebres ao

    tema do etreteimeto 4 isso é, o iterprete que #este os tra8es tem a u$!o de aimar 

    a comuidade 7. > relacioameto etre os persoages apotados o mito possuem,

    por aalogia, implica$3es com os participates presetes.No ritual (gugu , os

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    epress3es de rezas, catigas, maldi$3es, e também o pala#reado cotidiao.  Ase é o

    poder da trasorma$!o. >s humaos possuem essa or$a geratriz e apredem a

    maipul0la atra#és da educa$!o, iicia$!o para melhorar as suas #idas e daqueles ao

    seu redor.

    > coceito de aé dota os atuates como agetes a estrutura$!o, o processo, a

    cotetualiza$!o e a agilidade das pala#ras, operado de proto sobre a estrutura,

    processo e coteto e impro#isado cosigo e com os demais. 4 como repetistas7. Eua

    eicacia requisita 4aba7 a habilidade em re#elar o seu pr"prio aé, atra#és da maipula$!o

    magistral, egocia$!o e persuas!o.

     s impro#isa$3es toma di#ersas ormas% a trasorma$!o dos #ersos eotéricos em

    arrati#as, iterpreta$3es espotIeas, recotetualiza$3es, percus[ioismo, da$a,

    caticos, par"dias, artimahas, recostitui$3es de co#e$3es, competi$!o de iteresses,

    e iter#e$3es pessoais o e#eto ritualistico. Todas eraizadas o cuidado dos iorub0s

    com o asé o poder de azer eistir, de azer acotecer. \ esse o #erdadeiro trabalho de

    um ritualista2 de ato, est0 a essecia daquilo que se cohece por ato de represetar.Detre os iorub0s, !o eistem peritos que !o possuam ase, o protococeito daquilo

    que #iria a ser o aé o

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    queto a é islImica. ( também te#e a capacidade de sobre#i#er detro das opressoras

    sociedades esra#agistas que desembarcaram o No#o )udo a pricipio

    cladestiamete e depois abertamete. De ato a religi!o iorub0 est0 gahado or$as e

    crescedo etre os bracos e egros da atual classe média americaa, aquilo que #eio a

    se chamar de sociedade limioide 4 ou do limite7.

    &r!anismo

    >s rituais iorubas adquirem di#ersas ormas e estilos, reletido até um certo poto seu

    urbaismo. s pessoas #i#em e permaecem em po#oados relati#amete grades e

    desos que s!o heterog;eos. tra#és de perormaces em grade Amero e rituais de

    #0rios tipos, é que os iorub0s celebram sua #ida urbaa. > poder das di#iades #aria em

    propor$!o direta com o poder de seus de#otos, ou se8a, de#ido ao umero de ieis que

    sustetam seu culto, seu status social, e de suas habilidades em mobilizar recursos.

    )esmo ates da itrodu$!o do catolicismo e do islamismo, h0 mais de um século, a

    religi!o a regi!o iorub0 era pluralista.

    De acordo com o pesameto iorub0, o domiio do otro mudo 4orun7 coeiste com o

    mudo eomeologico das pessoas, aimais , platas e coisas 4a*e7. > Oruncompreede um pate!o de icot0#eis di#idades 4  orisa7, os acestrais 4osi egun7, além

    de espiritos que a8udam ou atrapalham. (sses mudos 4a*e e orun7 coeistem com

    grade proimidade, etre os quais os humaos e os sobreaturais #ia8am em ambas

    dire$3es. > ditado iorubao > mudo é um mercado, o outro mudo é o lar 4a*e l.o,a/

    orun n.ile7 epressa a ideia da #iagem etre os mudos e a permaecia da eist;cia o

    ultimo em cotraste com o primeiro, aode as pessoas est!o apeas de passagem. s

    ecruzilhadas 4orita/ ori ita7, o poto de iterse$!o, 8u$!o de tres e algumas #ezesquatro estradas, é a represeta$!o /sica do osso mudo com o sobreatural. Por isso a

    ecruzilhada é o local escolhido para etregar as oeredas para que se8am carregadas

    para o outro mudo, uma pratica que se mate#e pelos praticates da religi!o iorub0 em

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    > ciclo de #ida de um idi#/duo costitui apeas um segmeto em uma #iagem otologica

    um mo#imeto cotiuo e sem im do esp/rito humao deste para o outro mudo e #ice

    #ersa, para ser reicarado os corpos de descedetes. (ste outro mudo de realidades

    !o re#eladas é mediado por peritos atra#és de di#ersas atua$3es adi#iha$3es,

    cerimoias de m0scaras, trase de possess!o. >s rituais em todas as suas #0rias

    permuta$3ess!o estrZtégias para i#ocar or$as autoomas, trazedoas para a eist;cia

    para eperiecialas, comadalas, polas em a$!o diate de outras, e por im iteragir 

    com elas para terse a impress!o de que aial as coisas !o s!o sempre aquilo que

    aparetam ser.

    %ransforma45o

    (m 19S^, durate a esti#idade gemo em 'mosa 4Nigeria7, espalharamse rumores de

    que uma 0r#ore tiha caido detro do bosque sagrado logo ap"s a saida dos sacerdotes

    que ali aziam um ritual. paretemete iguém #iu a ar#ore cair. >s compaheiros do

    sacerdote que eram doos do bosque eplicaram que o seu iimigo um outro sacerdote,

    que ha#ia recusado participar das celebra$3es aquele ao ha#ia usado seu poder para

    azer cair essa 0r#ore. )as gra$as ao poder do sacerdote presete, os presetes oram

    poupados desse acidete, coorme o relato do colega. Hma outra #ers!o airma#a que

    oi o pr"prio doo e !o seu iimigo, que causou a queda da 0r#ore para demostrar seu

    poder diate do colito. Ee a 0r#ore caiu ou !o era um ato meos importate do que as

    iterpreta$3es dadas a essa hist"ria. Da mesma maeira, az parte cometar e uicar 

    sobre aquilo que est0 acotecedo durate o ritual e o que determiados idi#/duos

    de#eriam ter eito. ( a represeta$!o adquire sua pr"pria realidade. Trasormase.

    2esempen+o Con+ecimeno do $iual* %reinameno e 06peri7ncia

    No ritual iorub0, as pessoas participam com dieretes gradua$3es de cohecimeto,

    esor$o e comprees!o. No teto, a autora airma que !o deu a mesma ate$!o a todos

    os participates. 'teressouse espec/icamete a pratica adquirida pelos peritos

    4 iiciados ha bastate tempo7 aqueles que cocebem, os seus pricipais itérpretes,

    e os diretores do ritual, a quem outros participates se 8utam. pala#ra iorub0 para o

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    especialista o ritual é alaMo ou simplesmete aMo, sigiicado, aquele que possui um

    cohecimeto e sabedoria 4aMo7 esotérico especializado. > coceito da pala#ra aMo tem

    sido requetemete tri#ializado como segredo a literatura especializada da cultura

    religiosa iorub0. pesar dos iorub0s utilizarem esse termo geéricamete esse setido,

    ele implica em /#eis mais proudo de sigiicado em rela$!o ao ritual. ssim sedo, o

    oposto de aMo é ogberi, o igeuo e !o iiciado, ou ologberi, aquele que possui uma

    perspecti#a 4#is!o7 igeua. (ssa pala#ra é muito utilizada pelos alaMo ou omo aMo,

    para desigar os apredizes que est!o se especializado o cohecimeto ritual, para

    reerirse àqueles que !o receberam treiameto e portato aida !o adquiriram

    suiciete destreza e cohecimeto. maior parte do ritual iorub0 iclui de algum 8eito a

    arrati#a. (m muitas delas ecedem os especialistas.

      disti$!o que os iorubas d!o aos à eperi;cia dos especialistas em rela$!o aos

    iiciates , sigiica a maioria das #ezes que o ritual é eclusi#o. N!o apeas isso, em

    todos tem acesso a tudo. Também se azem restri$3es à algus iiciados para assistirem

    algumas partes do ritual. De ato essas restri$3es pro#a#elmete le#aram ao setido

    errKeo da pala#ra a0o traduzida como segredo. ideia de secreto !o é aleat"ria, pois

    eiste a preocupa$!o de que o cohecimeto do ritual, em determiadas m!osm, possa

    le#ar ao perigo . ( porque o temor W Pelo moti#o de que a a$!o est0 ligada ao poder. 'sso

    é #erdadeiro tato do poto de #ista dos iorub0s quato pelo prisma das te"rico das

    sociologias cotemporIeas.

     dquirir técicas para produzir a a$!o ritual é em grade parte um eerc/cio de

    memoriza$!o que solicita empeho o esor$o e a cocetra$!o. >sitola descre#eu paraa autora como seu a#K lhe azia icar horas a io setado atetamete para estudar os

    tetos orais de adi#iha$!o e o processo da a$!o ritual. Para adquirir essas técicas em

    outras pala#ras, para eteder como adquirese algo, pricipalmete se pode ser obtido

    acilmete le#ado a maus usos ou abusos, caso !o se compreedam os #alores éticos

    que operam por tras desse cohecimeto, 'sso pode torarse perigoso pricipalmete

    os rituais celebrados para operar muda$as, como os ritos de passagem, adi#iha$!p,

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    e cura. Do mesmo modo que a a$!o ritual est0 relacioada ao poder, ela também pode

    a#orecer aqueles capazes de usalo.

    >s peritos apreem seu oicio com permaete coroto com o processo ritual,

    perse#era$a, e pela cotempla$!o da sabedoria ritual/stica. Ee !o osse assim,

    qualquer um poderia torase um perito ledo um maual ou bisbilhotado a a$!o.

    Porém as aparecias podem iludir os ieperietes. > que distigue os peritos o ritual

    etre si e dos charlat!es é o seu papel espec/ico o ritual, requetemete herdado e

    para o quel oram desigados e educados. > pricipal aqui é a obte$!o da eperi;cia

    desse tipo de poder trasormador, raz!o pela qual JolaMole >sitola  lembrarequetemete que !o se pode apreder tudo em um s" dia, em resposta ao

    persistete questioameto de DreMal.

    > ato é que, iguém pode testemuhar a celebra$!o ritual por completo, em mesmo os

    pr"prios peritos 4 #elhos iiciados7. 'sso #ale !o apeas por causa da simultaeidade

    com que s!o celebradas algumas partes do ritual, mas também de#ido a a$!o simultIea

    do ritual como um todo. )uitas celebra$3es rituais s!o t!o pri#ati#as os seus #0rios

    i#eis que a Aica realidade que os participates tem acesso, icluido os pr"prios

    participates, 8a est0 saturada por #elhas ormulas repetiti#as.

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    relato pessoal acaba sedo usado, !o ha#edo duas cocep$3es eatamete iguais

    para descre#er o ritual.

    que molda a eperi;cia completa para os participates e

    o caso para a autora também, é a combia$!o das dieretes itera$3es e

    represeta$3es, se8am de primeira m!o ou baseadas em boatos. eperiecia #i#ida de

    orma icompleta acaba por egedrar a criati#idade, pela maeira com que cadaidi#/duo costroi o setido do todo. Desta orma, o cohecimeto de cada ritual

    celebrado #em igualmete da eperimeta$!o da sua perormace, ou daquilo que

    Cadisla# ol- e )ila Etuchli? chamam de represeta$3es da realidade social. lém do

    ato de que as represeta$3es costituem realidade sociologica, a disti$!o !o é meos

    importate para a comprees!o do ritual. (m outras pala#ras, a discuss!o sobre o ritual é

    t!o importate quato aquilo que as pessoas de ato realizam.

    O cuso da produ45o e do improviso

    Eedo o ritual, em grade parte, um sacri/cio co8uto, a quatidade de diheiro que os

    participates dispoibilizam essas ocasi3es de#er0 represetar as suas codi$3es

    ecoKmicas aquele mometo. No modo de #er dos ecoomistas, as pessoas i#estem

    seus redimetos em cerimKias como uerais e assetametos, para reor$ar as suas

    rela$3es de status e patroagem, como estratégia para competir por riqueza e ilu;cia.

      prosperidade ecoomica da Nigeria os aos 19XQ, durate o boom da produ$!o de

    "leo, !o torou melhores os tra8es em as cerimoias (gugu, porém permitiulhes a

    proliera$!o e o lorescimeto. Da mesma maeira, baba $arikoko  4com seus tra8es

    sutuosos7 adquiriu propor$3es moumetais durate o pico da produ$!o de cacau em

    'laro , o iicio dos aos 5Q. moumetalidade das ormas era por si s" uma re#is!o do

    ritual2 uma impro#isa$!o que beeiciouse das codi$3es ecoomicas daquele mometo

    quado oram criadas.

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    @uado os iorubas dizem que est!o celebrado o ritual tal como seus acestrais ha#iam

    eito o passado, ica implicita a impro#isa$!o as suas restaura$3es e recria$3es. s

    io#a$3es o ritual, portato, !o rompem com a tradi$!o, e sim pelo cotr0rio,

    costituem a cotiuidade do esp/rito de impro#iso. Nas pr0ticas, a impro#isa$!o

    equato um modo de oprera$!o, desestabiliza o ritual toradoo mais aberto, luido e

    male0#el. progress!o do seu roteiro, bem como dos sigiicados que ela gera, s!o

    idetermiados, tra8et"rias que obedecem a sua pr"pria l"gica. (stas tra8et"rias

    possuem uma rela$!o dialética com o modelo coceitual do ritual particular de cada

    idi#/duo, uma espécie de processo cotiuo de a#alia$!o, e bastate discuss!o sobre

    os cetros de ritual em rela$!o 0s discrepIcias etre esses modelos e o que acoteceu

    de ato.

    Ce#adose em cota aquilo que os iterpretes iorub0s operam o ritual relete seu

     8ulgameto daquele mometo, seria igeuo pesar suas apreseta$3es como

    ecea$3es e reecea$3es precocebidas de algum passado autorit0rio ou mesmo

    como a represeta$!o das regras e co#e$3es da sociedade. > ritual iorub0, tal como

    DreMal teta mostrar, !o é uma estrutura r/gida que os participate aderem

    icoscietemete a algum dese8o ortemete assetado de repeti$3es coleti#as que

    sustetam uma ordem social domiate. Ee isso osse correto tal#ez a propria cultura

    de#eria ser deiida como hegemoica. ( a percep$!o em geral da icapacidade do

    homem braco de ega8arse a a$!o, ou aida de recohecela, pode ser tomada como

    uma e#id;cia emp/rica. 'sso sugere que de#eria darse mais ate$!o à impro#isa$!o

    como $rais 4costume7, e ao seu ppotecial patra testar a sua adequa$!o, desaiado as

    co#e$3es, e aida de maipular e trasormar as estruturas rituais.

    "mprovisa48es no $iual

    O mais 0cil detectar a impro#isa$!o uma mescla cultural, quado #emos o emprego de

    elemetos idustrializados iseridos em cotetos em que !o lhes pertecem. u quado os mascarados seguram li#ros de

    bolso, e briquedos de plastico adorado suas cabe$as. Da mesma maeira que DreMal

    #iu em 19XS, um mascarado (gugu #ido de uma aldeia 'masai a cidade de (gbado

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    alar, com a sua #oz rouca e gutural em igles Pidgi 4um tipo de dialeto7, ao imitar um

    comediate popular cohecido por :aba Eala da radio e tele#is!o igeriaa.

    Porém torase mais diicil de perceber quado a mistura cultural é local, de mascaras

    etalhadas por culturas #izihas, como a dos po#os 'bibio 4 sudeste da Nigeria7 , serem

    utilizadas o ritual iorubao em apreseta$3es para turistas, a meos que o obser#ador 

    teha um bom cohecimeto dos estilos. Por serem represeta$3es de esp/ritos

    acestrais, tais mascaras reeremse ao passado, e os adere$os cotemporIeos

    real$am muito mais a di#erg;cia com o co#ecioal do que sua similaridade.

      autora acredita que !o é acidetal que a mesma pala#ra usada para desigar 

    espet0culo 4 ere7, é a mesma usada para alar de uma gera$!o de gete que asceu o

    mudo ao mesmo tempo. Tato a perormace do ritual quato a o$!o dedescedecia, h0 simultaeamete uma cotiuidade e uma trasorma$!o. mascara

    de g0s usada a '' guerra mudial torase o rosto do esp/rito, e boecas de pl0stico

    toramse os adra8os espirituais, por uma sitese que mescla essas praticas. )eras

    possibilidades ou poteciais toramse a o#a represeta$!o sitetizada. ( quado as

    o#as siteses toramse populares, podem dissemiarse amplamete, causado

    muda$as em todo o co8uto de mascaras. Nesses casos, a o#a sitese 4ecess!o7

    tede a torarse regra.

    Pela sua mobilidade e istabilidade, o ritual iorub0 é mais modero do que o pr"pirio

    moderismo. Durate os aos 19XQ, os lucros como o "leo troueram prosperidade,

    aumetado o poder de cosumo dos igeriaos, possibilitado ecear rituais também

    as 0reas urbaas. (m Cagos, uma cidade cosmopolita, os tra8es de mascaras toraram

    se luuosos e elaborados, coeccioados com damascos, brocados e #eludos

    importados. > que DreMal #iu em sua estadia a cidade iorub0 de (gbado era eito com

    sesseta metros de #eludo mais comprido que a casa aode era guardado reletido as

    gordas cotribui$3es de diheiro dos membros dessa casta. (sses tra8es cohecidos por 

    baba $arikoko simboliza#am por seu logo comprimeto a largueza das cotribui$3es

    desses grupos.

     s #estes baba $arikoko represetam os esp/ritos da lihagem origial dos (gugua

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    cidade. etutu

    além de sua dimes!o sagrada guarda semelha$as com as raizes do ritual ido

    europeu ri , em rela$!o as o$3es de cotagem ou umera$!o. Por esse moti#o, osestudiosos da cultura iorub0, a#a$aram grademete ao eumerar a ordem desses

    segmetos discretos 4aito ou eto7 que ormam os modelos coceituais peculiares do etutu.

    > coceito iorub0 de ritual, compreede uma categoria mais ampla de ecea$!o, os

    esti#ais auais 4odu7, os ritos semaais 4ose7, os uerais 4isi?u7, a arte di#iat"ria

    4idaa7, além das iicia$3es e coirma$3es de todos os tipos cohecidas por #0rios

    omes de acordo ao coteto a que se iserem. s ecea$3es de cada uma dessas

    catgorias, #aria radicalmete coorme o local e o mometo. @uado os ioruba scelebram um ritual 4se etutu7 costumam dizer que #!o obrar 4pla- em igles7, (ste

    coceito permaceceu mesmo as pr0ticas da di0spora em paises como o :rasil.

    (m rela$!o ao ritual, o que a autora etede por obrar é, mais espec/ico, queredo

    dizer que eles impro#isam. pala#ra pla- , que eu traduzi por obrar, é mais abragete

    em igles, pois também pode sigiicar bricar, 8ogar, e portato impro#isar.

    DreMal !o usa a pala#ra impro#iso de orma restrita em rela$!o à musica e a da$a,

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    apesar dos iorub0s reeriremse aos omes e a estrutura de certas ati#idades como

    pla-.

    2ramaurgia

    DreMal cota que um cohecido dela chegou esbaorido a casa de um amigo dizedo%

    o8e iz um policial trabalhar _ (le me parou o seu posto de trabalho pedido para

    eamiar todos os meus documetos carteira de motorista, registro do autom"#el,

    seguro, e assim por diate. :ricado com a situa$!o, meu cohecido a#isou ao policial

    que ele teria muito trabalho para azer ucioar o carro o#amete se lhe pedisse para

    desligar o motor. Eem dar ate$!o, o policial isistiu para que eu parasse o carro e saisse.

    Hma #ez de #olta ao carro meu cohecido ez de cota que o carro !o ia pegar. >

    policial setiuse a obriga$!o de a8ud0lo, coisa que o meu cohecido 8a ha#ia percebido

    ao tramar o ardil. sitola cometou%

    oce sabe como s!o os iorubas _ > ato de ser iorub0 trazia em si a ideia implicita de

    ardil e de esperteza.

    (sse eemplo !o é ada at/pico etre os ardis e truques dos iorub0s. Eitua$3es

    ardilosas como essas s!o comus tato as artes #erbais como a #ida cotidiaa. Na

    #ers!o popular das hist"rias sobre a di#idade tra#essa dos iorub0s, (uV(legba

    trasorma #elhos amigos em iimigos, icedeia casas de cidad!os reduzidoas a

    ruias, e, igido que #ai proteger os bes das pessoas cotra o ogo, preseteiaos aosque passam por ele. Eitua$3es semelhates s!o costates em rela$!o ao seu

    equi#alete brasileiro (u. ictor Turer #isualisa (u como um itruso em potecial que

    etra de surpresa os rituais de Hmbada como uma maiesta$!o do perigo de

    coudir. > perigo aqui, é o de desestabilizar o ritual, atiradoo uma situa$!o de

    ambiguidade. o mesmo tempo cria oportuidades para modiica$3es.

    )as a #erdadeira o$!o de desestabiliza$!o 4quebra de sitoia7 pressup3e uma

    sitoia para quebrar, uma met0ora espacial para o tempo o eteder de (r#ig

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    /offman

    > iesperado tra#esso postado as ecruzilhadas, tato a Nigeria quato o :rasil, é

    um s/mbolo da eic0cia da pe$a 4 o setido de pregar pe$as e de pe$a teatral7, e asarrati#as que eocam (u s!o modelos de e $ara suas praticas.

    > que é sigiicati#o é que atuar uma situa$!o sigiica iter#ir trasorm0la. @uado o

    policial ez com que o motor do carro osse desligado, !o tiha idéia do trabalho que isso

    iria lhe causar. (le itereririu cotra o motorista, mas o motorista re#idou, #irado a

    situa$!o cotra ele e tirado prazer disso.

     s ecea$3es iorub0s em sempre ee#ol#em situa$3es ardilosas. No cotetoiorubao, bricar também compreede passar tempo com as pessoas e para si 4lazer7,

    tra#ado competi$3es de habilidades #erbaisV ou isicas, eretado taticas para

    desorietar e ser desorietado, para surpreeder e ser surpreedido, para chocar o ser 

    chocado, e para rir 8utos e obter prazer.

    Pessoas que !o sabem bricar ser!o pegas de surpresa porque a bricadeira ir0

    cotiuar sem a sua percep$!o. >s ocidetais, por eemplo!o s!o cohecidos pela sua

    habilidade em bricar. Por esse moti#o, h0 um ditado etre os iorub0s que diz% #oce

    sempre pode azer um homem braco de bKbo. >u literalmete, #oce pode acilmete

    circucidar o homem braco sem que ele perceba 4dZa?o u o-ibo7. titudes como

    estas certamete !o coseguiram sub#erter o coloialismo, mas puderam sabotar 

    ocasioalmete o coloizador.

      bricadeira tem por atureza o o setido t0tico. Também mostra como os idi#/duos

    agem e maipulam situa$3es. Tra#ar bricadeiras competiti#as, é um teste, é testar o

    idi#/duo. Pela perspic0cia com que os iorub0s obser#am o comportameto humao, eles

    também tem a cosciecia da importIcia de epor os seus opoetes aos perigos que

    temem ser epostos. preocupa$!o dos iorub0s com as apar;cias epressase em sua

    cosciecia agu$ada de o8u a-e, os olhos do mudo. s implica$3es em testar o modo

    de agir dos idi#/duos trascede qualquer o$!o de de uma situa$!o limitada. :ricar o

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    setido que os iorubas cohecem é uma eplora$!o iterati#a iteriorizada, 4ori iu7 dos

     8ogadores, um estratégia criati#a e e e#ol#ete que se dese#ol#e para testar seu

    opoete. eperiecia que se gaha esse tipo de bricadeira aplicase para qualquer 

    situa$!o a #ida.

    O espe#culo ioru!# e a ransforma45o do riual

      autora usa os termos ritual para desigar etutu, esti#al para odun, espet0culo para

    iran, e atua$!o ou impro#iso para ere. >s iorub0s usam requetemete as pala#ras

    ritual, esti#al, espet0culo, atua$!o itercambia#el. s categorias de atua$!o e espet0culo

    etre os iorub0s, s!o as mais amplas. (les cocebem o espet0culo como dimes!o da

    realidade permate e sobreatural, iacessi#el para a eperiecia humaa, ate ser re#elada por itérpretes capacitados. De ato L.s iorubas toda#ia, aplicam esse termo para a maioria dos rituais religiosos. s

    pala#ra repeti$!os e trasorma$!o 4Olabi*i 1ai , comuica$!o pessoal7 s!o itrisecas ao

    sigiicado de iran 4espet0culo7. Por coseguite iran deri#a do #erbo ran2 et!o ranti 2ran

    eti3 sigiica lembrar2 ran(a 2ran (a3 recitar #ersos2 e ranse 2ran ise3 e#iar recado por um

    mesageiro, recado esse que ser0 etregue com a iterpreta$!o do mesageiro. (m cada

    caso, a repeti$!o é uma re#is!o de tudo o que or repetido. pala#ra iorub0 2a0oran3 pararepreseta$!o #isual é baseada o mesmo pric/pio de iterpreta$!o, assim como

    espectador 2a0oran3 também é. > papel dos itérpretes capacitados é o de trazer o outro

    mudo peri"dicamete à luz para que se8a eperimetado e cotemplado. Nesse setido,

    o espet0culo iorub0 é, por deii$!o, o reestabelecimeto de um comportameto baseado

    as praticas de icorpora$!o dos seus iterpretes.

      represeta$!o é um coceito mais amplo e geérico do que o espet0culo. Todo

    espet0culo iorub0 é uma atua$!o porém em toda atua$!o é um espet0culo. > que os

    iorub0s etedem por atua$!o, ere 4substati#o7 ou sere 4#erbo7, é muito mais di/cil de

    comuicar, de#ido a o$!o capitalista que a pala#ra atua$!o carrega a sua bagagem

    cultural, que requetemete se op3e a o$!o de trabalho. realiza$!o de um ritual é

    simultaeamete trabalho duro e atua$!o. > que certamete uma atua$!o !o siiica

    para os iorub0s, é algo le#iao, r/#olo e impotete. (les usam a pala#ra - *e*e -  para

    desigar uma pe$a r/#ola, requetemete traduzida por iorub0s para o igles como

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    osese 4besteira7. 1e*e é uma pe$a gratuita e iAtil, um besteirol. Porém quado os

    iorub0s usam a pala#ra pe$a 4 atua$!o7, reeremse diretamete a ere ou sere. atua$!o

    assim como espet0culo iorub0 é, mais espec/icamete, ega8arse um processo de

    participa$!o e trasorma$!o que é requetemete, mas !o costatemete,

    competiti#o.

      cocep$!o de rituais como etapas de um roteiro, por #ezes real e outras #irtual.

    caracteriza o modo de cultuar dos p"#os iorub0s do sudoeste da Nigéria. Lealizados

    como desile ou prociss!o, peregria$!o, mascarada, ou trase de possess!o, o roteiro

    e#oca a eperi;cia relei#a, progressi#a, trasormati#a, da participa$!o ritual. > ritual

    ioruba é um estudo origial e estimulate dessas pr0ticas.

    Hsado o paradigma do espet0culo teatral, )argareth Thompso DreMal coigura uma

    o#a abordagem te"rica e metodol"gica para o estudo do ritual, cuidadosamete

    udametado a aproima$!o aal/tica dos pesametos e a$3es dos participates.

    Desaiado as o$3es de rigidez, i#ariIcia e estere"tipo dos rituais tradicioais , DreMal

    re#ela um ritual progressi#o, trasormati#o, gerati#o, e reei#o e repleto de

    simultaeidade, multiocalidade, cotig;cia, idetermia$!o e itertetualidade.(m todo o li#ro ressaltase a itecioalidade dos atores como agetes cohecedores

    que trasormam o pr"prio ritual atra#és da impro#isa$!o e atua$!o. s iterpola$3es

    sobre os participates e seus sigiicados costituem parte iel da arrati#a de JolaMole

    >sitola, um estudioso da tradi$!o oral iorubaa, praticate da religi!o, adi#iho, e

    importate a atua$!o do ritual. lém da rica descri$!o dos rituais, relacioadas ao

    ascimeto, morte, reicara$!o, adi#iha$!o, e costru$3es de g;ero 4masculio

    emiio7, h0 uma rica sele$!o de otos de campo das cerimKias, que toram mais claroo teto.

    http://www.humboldt.edu/~rwj1/YOR/yor013s.htmlhttp://www.humboldt.edu/~rwj1/YOR/yor013s.htmlhttp://www.humboldt.edu/~rwj1/YOR/yor013s.htmlhttp://www.humboldt.edu/~rwj1/YOR/yor013s.html