HIST CULTURA - 22.ABRIL.2010

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    Sumrio:

    - IV.Do Estado do Renascimento construo do Imprio.

    . D.Joo III:A defesa e a consolidao do Imprio Universal;

    . O estabelecimento da Inquisio;

    . A questo sucessria.

    Esta Aula no est completa, faltam-me os primeiros 15 minutos de aula

    (Pag.157 Livro)

    Relativamente expanso Longnqua, registe-se que em cerca de 15 anos se havia

    efectivamente progredido bastante, E se chegara praticamente China. Acontece porm que

    entre os anos 1522 e 1533 no foi possvel prosseguir a explorao dos mares da china e

    portanto nem prosseguir para Leste, nem depois de Leste para Norte.

    Mas a partir de 1533 isso possvel e portanto os exploradores Portugueses vo a partir desta

    ltima data continuar naturalmente nessa exploraes, por isso que em 1541 chegam os

    primeiros portuguesas ao Japo, entre os quais Ferno Mendes Pinto (autor da

    Peregrinao). Este est no Japo em 1541, na companhia de mais dois Exploradores Diogo

    Zeimoto e CristvoBorralho, que so os trs primeiros portugueses a chegar ao Japo.

    No ano seguinte (1542) mais trs l esto: Antnio da Mota, Francisco Zeimoto (irmo do

    anterior) e Antnio Peixoto.

    Mas para alm da extenso e da chegada ao Japo na dcada de 40, comea naturalmente

    imperioso no apenas descobrir mas manter o que foi descoberto. E o Indico comea a

    representar para os Portugueses obviamente algumas ameaas. J tive aqui ocasio de dizer

    que ningum estava de braos abertos espera da chegada dos Portugueses e muito menos

    para serem Cristianizados. O que facto que a partir de 1517 estas ameaas presena dos

    Portuguesa no Indico aumentam porque, como sabem, em 1453 os Turcos Otomanos

    conquistam Constantinopla (que passam a chamar Istambul) e depois dessa conquista vo

    prosseguir pelos Balcs e chegar at s portas de Viena em 1640, mas para alm disso eles

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    estendem-se para sul, em direco ao Egipto (que

    conquistam em 1517). E um pouco mais tarde, cerca

    de 20 anos mais tarde, depois de terem entrado na

    Mesopotmia (actual Iraque) vo chegar a Bassor

    ou seja, ao Norte do Golfo Prsico.

    Com estas duas conquistas os Turcos Otomanos

    tm a possibilidade de chegar rapidamente ao Indico,

    seja pelo Mar Vermelho e Golfo de Aden, seja

    obviamente pelo Golfo Prsico e pelo Estreito de

    Ormuz.

    por isso que a partir de ento ns vamos assistir a

    uma ameaa muito concreta dos Turcos Otomanosem relao nossa presena no ndico. E dai que

    entre 1568-1571 haja uma grande ofensivaTurca no

    indico em aliana com alguns potentados locais contra

    a presena Portuguesa, nomeadamente contra a presena em: Damo, Chaul, Goa e Malaca

    Os Portugueses conseguem resistir a esta grande ofensiva Turca e manter-se, mas

    obviamente que tudo isto custava cada vez mais dinheiro, mais homens, mais armamento e

    munies. E portanto o Imprio do Oriente (que se entende desde costa Oriental de frica,

    que vai at Malaca e depois de Malaca at Indonsia e Timor) tem j uma dimenso muito

    considervel o que leva a que haja grandes lucros (embora com muito risco) para a coroa e

    para alguns particulares, provenientes das especiarias e monoplio do comrcio que tm nesta

    zona (do saque, do coro e da tributao que conseguem impor).

    Mas para alm desta surgir por esta altura uma outra, que vai resultar da famosa viagem do

    Portugus Ferno de Magalhes ao servio do ImperadorD. Carlos V (rei de Espanha) e

    que resultar na descoberta da passagem do Atlntico para o Pacifico atravs do contorno da

    Amrica do Sul pelo estreito de Magalhes 1 viagem de circum-navegao que serterminada pelo segundo comandante \ pelo imediato de Ferno de Magalhes, Sebastio Del

    Cano. No decurso desta viagem Sebastio Del Cano e Ferno de Magalhes vo passar nas

    Ilhas Molucas (a seguir a Borneu, a seguir Indonsia) e so reclamadas pelos portugueses

    como estando no Hemisfrios Portugus do meridiano e contra-meridiano de Tordesilhas.

    Os Espanhis no vo facilmente aceder s reclamaes Portuguesas, constitusse uma

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    comisso entre Portugueses e Espanhis para decidir esta questo e depois de demoradas

    negociaes ira-se assinar um tratado entre Portugal e Espanha, em 22 de Abril de 1529

    Tratado de Saragoa:

    -Espanha abdica das Molucas a favor de Portugal;

    - Governo Portugal paga 3500 ducados de Ouro.

    Finalmente e no que respeita Costa Atlntica a Amrica do Sul, pode dizer-se que apesar das

    prioridades se encontrarem na ndia, ainda no tempo de D. Manuel I se veio a conceder o

    exclusivo da explorao do Brasil a um cavaleiro mercador, abastado Burgus de Lisboa, de

    nome Fernando de Noronha, com contrapartida de eleter de explorar 300 lguas de costa por

    Ano.

    (Pag. 231 - Livro)

    Acontece porem que durante as primeiras dcadas do sc. XVI alguns Franceses chegam

    ao Brasil, so alis os franceses os primeiros a interferir no chamado mare clausum. Com a

    chegada dos Franceses ao Brasil vai ser necessrios tomar algumas medidas, relativas a esta

    chegada, Portanto D. Joo III vai ordenar a preparao de uma armada, em finais de 1530,

    comandada porMartim Afonso de Sousa que tem como incumbncia fundamental o rigoroso

    levantamento das possibilidades de povoamento do Brasil. Martim Afonso de Sousa

    estuda efectivamente essas potencialidades da colonizao e do povoamento, faz os seus

    relatriose em 1532. E D. Joo III vai optarnum primeiro momento pela adopo do Modelo

    das Capitanias para esta ocupao e povoamento do

    Brasil.

    Este modelo j tinha sido adoptado nas Ilhas

    Atlnticas com sucesso e portanto entre 1534 e 1536

    so criadas 12 Capitanias no Brasil, ou seja,

    constituem territrios ao longo da Costa Oriental que

    se distribuem paralelamente ao longo da costa, com aesperana que a partir da costa para o interior seja

    feito o povoamento e o desenvolvimento econmico

    destas capitanias.

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    Com o tempo vai-se ver que algumas Capitanias vo ser povoadas e desenvolver-se, vo

    prosperar, mas outras nem por isso.

    E portanto D. Joo III num segundo momento opta por outra soluo e nesse sentido vai

    nomear u governador-geral com amplos poderes, que vai partir para o Brasil em 1549.

    1 Governador-geral do Brasil Tom de Sousa vai chegar numa armada de 6 navios

    Baia e ai vai fundar a cidade do Salvadorque ser a 1Capital do Brasil.

    Na companhia do governador Tom de Sousa foram cerca de 1000 pessoas, destinadas

    aquilo que era a preocupao fundamental de D. Joo III que a do Povoamento e

    Consolidao da presena Portuguesa no Brasil. Visto j haver outros pases com interesse

    no Brasil (ex: franceses).

    Entre as 1000 pessoas que vo com Tom de Sousa vo aqueles que sero os primeiros 6

    Jesutas, chefiados pelo Padre Manuel de Nbrega que tero um papel fundamental no

    povoamento e evangelizao do Brasil.

    O 3 Governador-Geral do Brasil Mem de S, vai ter tambm um governo muito longo ente

    1557 e 1572. E ser ele que por fim definitivo presena Francesa no Brasil, em 1560,

    acabando com aquele com o sonho Francs de criar uma Frana Antrctica.

    evidente que no acabam aqui as preocupaes com o Brasil porque quando se der a Unio

    Ibrica entre 1540 e 1640, no s o Brasil mas outros territrios foram alvo de cobia

    estrangeira, porque os inimigos Espanhis passam a ser tambm inimigos de Portugal pois

    nesta altura os territrios portugueses pertenciam Espanha.

    Ver apontamentos a parte sobre Capitanias e Governadores-Gerais

    2 Aspecto do reinado de D. Joo III Oestabelecimento da Inquisio

    No obstante o relevo da cultura Humanista de D. Joo II e o apoio que deu ao Humanismo

    Nacional, cujo apogeu se situa entre 1525 e 1550 (portanto durante a maior parte do reinado

    do prprio monarca) o que facto que D. Joo III ficar ligado controvertia instalao do

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    Tribunal do Santo Oficioda Inquisio em Portugal, tribunal que foi institudo porBula do

    PapaPaulo III em 1536.

    Contrariamente ao que se possa pensar a instalao deste tribunal teve muito pouco a ver com

    a contra-reforma. E muito mais a ver com influncia precedente da sua instalao em

    Castela e Arago em 1478. E ainda a ver com a possibilidade de com a Inquisio a Coroa

    conseguir mais uma arma para o controlo poltico por parte da prpria Coroa.

    Com efeito data que a inquisio solicitada por D. Joo III, ela tinha j sido solicitada por

    D. Manuel I, mas data em que solicitada novamente por D. Joo III pode dizer-se que nem

    os Mouros, nem os Judeus, nem os Cristo novos que viviam em Portugal, ameaavam em

    Portugal a unidade da F Catlica. F catlica, que como j sabemos, havia sido posta em

    causa pelo movimento da reforma iniciado Martinho Lutero, e portanto o Luteranismo vai ter um

    grande desenvolvimento no norte da Europa (na Alemanha onde ele comea) e depoisestendendo-se por outras partes da Europa do Norte e chegando a algumas partes da Frana e

    da Sua (no muitas), mas na Pennsula Ibricano houve grande eco desta reforma do

    Luteranismo. Portanto no havia nenhuma ameaa f crist.

    O que facto que o Tribunal do Santo Ofcio da Inquisio seria instalado com Rgio

    patrocnio em vora no ano de1536.

    Tendo tido um impulso decisivo em 1539 quando o Infante D. Henrique, irmo do Rei D. Joo

    III e que ser o futuro Cardial D. Henrique, foi nomeado por este Inquisidor Mor.

    A partir de vora o Tribunal do Santo Ofcio da Inquisio ser desdobrado, com um tribunal

    em Lisboa em 1548 e um em Coimbra em 1565.

    Antes do ter sido criado o tribunal em Coimbra, em 1560 foi criado um Tribunal do Santo Ofcio

    da Inquisio em Goa.

    Tribunal do Santo Oficio da Inquisio tinha um a aparelho burocrtico bastante importante:

    - Naturalmente que havia o Inquisidor-Mor;

    - Os inquisidores;

    - Um conselho geral;

    - Funcionrios burocratas (no seu sentido restrito);

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    - Mas depois havia duas redes muito importantes:

    . Rede constituda por Eclesisticos (Padres, sobretudo padres do Sculo \

    Padres Seculares, pois os que no so do sculo no tm contacto com a sociedade). Esta

    rede era uma rede de Comissrios (eles chamavam-se comissrios da Inquisio). E so

    aqueles que constituem os elementos locais pelas paroquias da prpria instituio;

    . Rede constituda pelos Familiares do Santo Oficio, rede que constitudo por

    leigos que benevolamente (no remunerados) desempenhavam funes de representao do

    tribunal e portanto tm alguns poderes, designadamente o da execuo de mandatos.

    A inquisio instala-se e desenvolve-se por todo o pas, abrangendo toda a populao.

    Dos dois sculos subsequentes sua instalao, a inquisio deixaria um marca desisiva na

    sociedade Portuguesa, que a distinguia das suas congneres Italiana e Espanhola, o fulcro da

    sua actividade repressiva vai incidir quase sempre sobre acusados de prtica de Judasmo e

    isto at ao reinado de D. Jos em meados do sc. XVII e mesmo contra as indicaes dadas

    pela coroa.

    Esta questo, a longevidade da Inquisio um mistrio e objecto de diversas interpretaes

    e controvrsia ainda hoje.

    pela Inquisio que D. Joo III efectivamente muito criticado.

    3 Aspecto do reinado de D. Joo III Sucesso de D. Joo III

    O monarca Portugus foi simultaneamente um produto e um agente daquilo que se pode

    designar por suicdio gentico da Dinastia de Avis, em resultado de uma politica de

    casamentos que aumentos a consanguinidade quase at nveis absurdos e que levaria

    Extino da Dinastia de Avis.

    Apenas duas linhagens vo resistir a esta extino:

    - Por um lado os Braganas que uma linhagem bastarda de D. Joo I;

    - Por outro os Lencastres - que uma linhagem bastarda de D. Joo II.

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    Tudo isto pode dizer-se que comea com D. Manuel que tinha uma obsesso, que foi tambm

    uma obsesso de vrios monarcas Portugueses, sobre a unio real dos reinos Ibricos

    D. Manuel vai casar 3 vezes, todas elas em Espanha e na mesma famlia:

    - 1 - 1497 - Com Infanta D. Isabel (filha de Reis catlicos);

    - 2 - 1500 - Com a Infanta D. Maria (filha de Reis catlicos e irm da anterior);

    - 3 - 1518 - Com a Infanta D. Leonor(filha de Filipe o Belo e Joana a Louca,, irmo do

    imperador Carlos V e sobrinha das anteriores);

    da 2 casamento de D. Manuel que nasce D. Joo III que por sua vez haveria de casa em

    1524 com a Infanta D. Catarina a filha mais nova de Filipe (o belo) e Joana (a Louca) o que o

    tornava cunhado do pai.

    ( e por ai adiante, no vou transcrever a confuso de casamentos, no interessa. Se

    quiserem podem ouvir para se rirei um pouco.)

    Do casamento de D. Joo III com D. Catarina haveria de resultar uma vasta prole de 8 filhos:

    (6 masculinos e 3 femininos), vasta prole mas de fraca resistncia biolgica, porque nenhum

    dos 9 filhos lhe vai sobreviver, vo todos morrer antes do pai. Apenas um o Infante D. Joo,

    nascido em 1537 (o 8 filho) haveria de atingir a idade nbia e casar em 1553 com a Infanta D.

    Joana (filha do Imperador Carlos V e D. Isabel de Portugal - portanto prima direita). Deste

    casamento viria a nascer um filho, em 1554 (o pai entretanto j tinha morrido), D. Sebastio.

    portanto este D. Sebastio que o ponto final de toda esta sucesso que tem uma

    consanguinidade excessiva e que vai acabar com a Dinastia de Avis. D. Sebastio vai

    desaparecer na batalha de Alccer-Quibir.