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INTRODUO

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A PRTICA CRIATIVA NA FORMAO DOS PROFESSORES DE EDUCAO INFANTILSCHIRMER, Ana Cristina Fagundes UFMS GT: Psicologia da Educao / n.20Agncia Financiadora: No contou com financiamento.IntroduoNo universo escolar, fundamental o exerccio da criatividade, como elemento de propulso no processo educativo. A ao do educador, de uma maneira geral, mas especialmente do educador ligado educao infantil Quando a pesquisa foi iniciada, a designao que se aplicava a educao infantil (LDB 9394/96) era educao pr-escolar (LDB 5692/71), razo pela qual coexistiro no texto as duas expresses., deve ser balizada por experincias criativas. As experincias estimuladoras da criatividade pressupem o desenvolvimento das relaes e das descobertas pessoais, uma vez que a criatividade existe na relao do indivduo e seu meio. As atitudes criativas levam autoconfiana, pelo estmulo ao desenvolvimento de aptides e conhecimento das caractersticas e limitaes pessoais.Para que o ser humano - aqui considerado como dotado naturalmente de potencial criador, mas com necessidade de incentivos adequados para o seu desenvolvimento - tenha atitudes criadoras, necessrio que o processo seja iniciado na infncia: a formao integral do educando estar incompleta sem sua expresso criadora; ento, necessrio que a escola esteja preparada para tal.Seguindo a tendncia atual da educao (construtivista/interacionista) e tendo como referencial a criana de 0 a 6 anos, deve-se trabalhar a criatividade nesse perodo to importante do desenvolvimento humano.O sentido bsico da criatividade na educao infantil o de atividade mediadora e no atividade fim. A criatividade no , em si mesma, um contedo especfico, mas um meio de se trabalhar os contedos especficos. Para que isso ocorra, imprescindvel a existncia do educador, que, interagindo com as crianas, planeja e propicia a ao educativa, com a utilizao da criatividade, sua e de seus alunos.Estudar a criatividade infantil com o professor e durante a sua prtica pedaggica em sala de aula foi a idia que originou esta pesquisa, cujo objetivo foi investigar a concepo que o professor tem de criatividade, a importncia que ele atribui a ela no processo de desenvolvimento cognitivo da criana, bem como seu preparo para promover o desenvolvimento da criatividade junto s crianas.Para melhor sedimentar esta pesquisa, foi realizado um levantamento da produo terica, especialmente do referencial conceitual, tomando como ponto de apoio a psicologia, especialmente a educacional, trazendo elementos que possam facilitar esse processo. Foram levantados tambm estudos e pesquisas j produzidas, enfatizando-se os realizados no Brasil. O corpo da pesquisa caracteriza-se pela anlise de depoimentos, colhidos por meio de questionrios, das professoras de educao infantil que trabalham com a faixa etria de 4 a 6 anos.Trata-se de um estudo de cunho qualitativo, uma vez que, durante o perodo de desenvolvimento da pesquisa, existia a familiaridade com o cotidiano pesquisado e a interao com os sujeitos. Tal familiaridade foi facultada pelo fato de que o Departamento de Educao (DED) oferece curso de formao de professores de educao infantil, ao mesmo tempo em que desenvolve projetos de pesquisa e extenso, abrangendo a educao continuada dos professores que atuam na REME.MetodologiaSeguindo a idia de refletir o prprio fazer e pesquisar o entorno, a idia central deste trabalho foi verificar, por meio da anlise de contedo dos depoimentos e das prticas desenvolvidas, como os entrevistados representam o conceito de criatividade, visando contribuir com o processo de formao de professores e com o processo de formao continuada de professores de educao infantil. Para isso, partiu-se da hiptese de que a ao do professor de educao infantil da Rede Municipal de Ensino de Trs Lagoas - MS, no que concerne criatividade, condicionada pelas representaes scio-culturais produzidas e transmitidas no contexto em que est inserido. Isto comprovado torna-se possvel a interveno nos processos de formao inicial e continuada dos professores e, conseqentemente, a mudana da estrutura dos cursos de formao de professores de educao infantil.O tratamento metodolgico que os dados receberam foi o da anlise de contedo, de Laurence Bardin, pois a inteno era trabalhar com a mensagem enviada por cada um dos sujeitos, professoras, no momento em que respondeu ao questionrio proposto.Populao pesquisada - amostraO objetivo da pesquisa foi verificar o conceito e a prtica de criatividade dos professores de educao infantil entrevistados para contribuir com o processo de formao desses profissionais.Os dados que sustentam a pesquisa foram coletados por meio de um questionrio, o qual foi respondido por professoras atuantes em educao infantil da REME de Trs Lagoas, organizado em trs perguntas - como definem criatividade (defina criatividade); como pensam poder trabalhar a criatividade em sala de aula (como pode ser trabalhada a criatividade na educao infantil); o que acreditam poder impedir a utilizao da criatividade infantil na sala de aula (o que impede o emprego da criatividade em sala de aula) -, que foi respondido no momento da entrega, durante um encontro promovido pela SEMED.De um universo de 71 professoras, das quais 24 respondem por duas turmas, 25 responderam s questes apresentadas.Nesta pesquisa, a anlise foi baseada no mtodo de Laurence Bardin, a anlise de contedo, que um instrumento utilizado quando o objetivo entender uma comunicao, seja ela clara ou no. imprescindvel que ela efetivamente tenha sido mencionada por meio do cdigo verbal (falado ou escrito) e no seja um smbolo (desenho, por exemplo). A anlise de contedo realizada com o exame de cada comunicao, utilizando procedimentos prprios. Os indicadores podem ser quantitativos (a freqncia de aparecimento), qualitativos (a presena ou ausncia de uma caracterstica), ou indicadores combinados (quantitativos e qualitativos), mas sempre buscando a comunicao existente. A organizao da anlise passa por trs momentos distintos: a pr-anlise; a explorao do material; o tratamento dos resultados (inferncia e interpretao).Neste trabalho, primeiramente cada questionrio foi lido e transcrito em forma de idias, e cada idia escrita foi transformada em uma unidade de registro, desaparecendo as perguntas norteadoras da consulta. Depois, cada conjunto de idias foi transformado em unidades de contexto, para a deteco de freqncias de aparecimento. Este procedimento permitiu a construo de quadros de resultados, em que constaram os dados e as informaes identificadas pela anlise. A partir da, a tcnica utilizada foi a da anlise categorial, que funciona por operaes de desmembramento do texto em unidades, em categorias segundo reagrupamentos analgicos.ResultadosO levantamento das unidades de registro, onde cada idia foi separada, e o posterior reagrupamento delas em unidades de contexto, por meio dos indicadores da pr-anlise, possibilitaram a construo e organizao do cenrio das idias das professoras pesquisadas. A base de todas as unidades de registro o conhecimento sobre criatividade, visto que todas elas responderam s trs questes.O maior nmero de unidades de contexto para a primeira questo pode ser explicado por ter sido pedida uma definio pessoal, possibilitando que a professora apresentasse detalhes que gerassem uma nova idia.As quatro unidades de contexto encontradas na segunda questo demonstram que as professoras tm idias para trabalhar a criatividade de seu aluno e que as opes so muitas e variadas. As quatro unidades de contexto encontradas na terceira questo evidenciam que as professoras tambm tm idias sobre o que pode impedir a explorao da criatividade do aluno e sobre o fato de que essa criatividade impedida pelo prprio professor ou, muitas vezes, pela estrutura de ensino qual ele est vinculado, incluindo-se, a, desde a Gerncia de Educao at o coordenador pedaggico da escola.A ao educativa das professoras parece fortemente condicionada pelas representaes que construram durante sua vida acadmica, enquanto estudantes, ou no contato com modelos didticos, com os quais convivem em sua prtica em sala de aula, no que concerne ao conceito de criatividade. por meio da sensibilidade do professor em modificar maneiras de ensinar aps cada processo de avaliao, que ele buscar diversas formas de trabalhar a criatividade para atingir uma aprendizagem pelo prazer de aprender. E isso poder concretizar-se por intermdio de uma srie de medidas, que devem atingir desde a formao desses profissionais at o libertar-se de dogmas que comprometem o verdadeiro exerccio de prticas criativas. Consideraes finaisA criatividade, capacidade inerente espcie humana, que se desenvolve conforme os estmulos que recebe em seus contatos com o mundo e na interao com o outro, deve estar presente no processo ensino-aprendizagem.A criatividade no deve ser considerada como algo extraordinrio e especfico de alguns, que a manifestam clara e publicamente, muitas vezes em expresses artsticas, mas considerada como prpria de todas as pessoas, que iro desenvolv-la (ou no) ao longo de sua vida; da a importncia da escola para manter estmulos motivadores da criatividade e, em especial, o papel da escola de educao infantil, que, ao trabalhar com a criana pequena, pode iniciar esse incentivo cedo, o que certamente favorecer a ela.O professor precisa entender os problemas que ocorrem com a aprendizagem, usando-os como estmulos. Em um ambiente livre de ameaas, onde a curiosidade e a criatividade sejam estimuladas, a criana age com confiana e, conseqentemente, a aprendizagem acontece.O sistema educacional precisa pressupor um modo mais agradvel de aprender. O processo educativo precisa estar voltado para o crescimento dos indivduos e seu relacionamento interpessoal, participando de seu auto conhecimento. fundamental, para a formao crtica, que se desperte a curiosidade e a criatividade, e esta precisa ser estimulada nos professores para que, como sujeitos de sua prpria formao, ao lado de outros sujeitos que trabalham com ele, possam gerar a produo e criao de novos conhecimentos na perspectiva da interdisciplinaridade.A hiptese inicial de que a ao do professor, no que concerne criatividade, condicionada pelas representaes scio- culturais produzidas e transmitidas no contexto em que ele est inserido pde ser confirmada. Assim, possvel a interveno nesse processo, por meio de uma proposta pedaggica de formao inicial e continuada de professores, bem como na mudana da estrutura do curso de formao de professores para educao infantil.A criatividade precisa ocupar um lugar primordial na formao do profissional que atua na faixa de 0 a 6 anos. necessrio, todavia, que seu estudo no se feche unicamente em referncia tericas, e sim que se estenda para a prtica, visto que se constitui como um patrimnio pedaggico precioso para fornecer a educadores e educandos caminhos para atingir as metas fundamentais do RCNEI, alm de ser um dos esteios para a interdisciplinaridade e para a transversalidade.BibliografiaALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. Criatividade. 2. ed. Braslia: Editora Universidade de Braslia, 1995.BARDIN, Laurence. Anlise de contedo. Lisboa: Edies 70, 1977.BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria de Educao Fundamental. Referencial curricular nacional para a educao infantil. Braslia: MEC/SEF, 1998.MATO GROSSO DO SUL (Estado). Secretaria de Educao. Diretrizes curriculares. Vol. Educao infantil-pr-escolar. Campo Grande, 1992._____. Diretrizes gerais para o ensino de pr-escolar e de 1 grau. Campo Grande, 1989.NOVAES, Maria Helena. Psicologia da criatividade. Petrpolis, RJ: Vozes, 1971.

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