Fortaleza belle epoque 5º ediçaõ (1)

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Sebastião Rogério Ponte 5 ª e d i ç ã o

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Fortaleza Belle Époque, do historiador Sebastião Rogério Ponte, analisa o processo de remodelação urbana e disciplinarização social por que passou a capital cearense entre o final do século XIX e primeiras décadas do século XX. Neste estudo inovador e denso de informações, o autor mostra como essa ordenação sociourbana constituiu-se, na cidade, por meios de projetos de embelezamento espacial, campanhas de higienização física e moral da população, imposição de novos padrões europeizados de condutas públicas e privadas, asilamento de mendigos e doentes mentais, e práticas policiais de controle das camadas pobres. A obra contempla, ainda, a sátira, o deboche e a irreverência como formas de resistência popular contra as cotidianas tentativas dos poderes e saberes locais em disciplinar a sociedade.

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Forta le za Belle Époque, do his to ria dor Sebastião Rogério Ponte, ana li sa o pro ces so de remo de la ção urba na e dis ci pli na rização social por que pas sou a capi tal cea ren se entre o final do sécu lo XIX e pri mei ras déca das do sécu lo XX. Neste estu do ino va dor e denso de infor ma ções, o autor mos tra como essa orde na ção sóciourba na cons ti tuiu-se, na cida de, por

meios de pro je tos de embe le za men to espa cial, cam pa nhas de higie ni za ção físi ca e moral da popu la ção, impo si ção de novos padrões euro pei za dos de con-du tas públi cas e pri va das, asi la men to de men di gos e doen tes men tais e prá ti cas poli ciais de con tro le das cama das pobres. A obra con tem pla, ainda, a sáti ra, o debo che e a irre ve rên cia como for mas de resis tên cia popu lar con tra as coti dia-nas ten ta ti vas dos pode res e sabe res locais em dis ci pli nar a socie da de.

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5ª ediçãoSebastião Rogério Ponte

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5ª ediçãoFortaleza - Ceará

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Copyright © 1999 by Sebastião Rogério Ponte

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Fundação Demócrito RochaPresidenteJoão Dummar Neto

Edições Demócrito Rocha(marca registrada da Fundação Demócrito Rocha)

EditoraRegina Ribeiro

Editor adjuntoRaymundo Netto

Coordenador de produção gráficaSérgio Falcão

Editor de designAmaurício Cortez

Projeto gráficoSuzana Paz e Deglaucy Jorge

CapaDhara Sena e Karlson Gracie

Editoração eletrônicaSuzana Paz e Cristiane Frota

FotosArquivo Nirez

Revisão ortográficaVessillo Monte e Edísio Fernandes

Catalogação na fonteAdelly Maciel

Ponte, Sebastião Rogério P813f Fortaleza Belle Époque: reforma urbana e controle social 1860 - 1930. / Sebastião Rogério Ponte. 5. ed. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2014. 224 p.

IS BN: 978-85-7529-610-3

I. História - Ceará II. Título CDU 94(813.1)

Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora - CEP 60.055- 402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6256 - Fax (85) 3255.6271edicoesdemocritorocha.com.br | [email protected] | [email protected]

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Em sessões de silente pensamentoChamo a mim lembranças do passado,E porque há faltas ao meu chamamento,Em mal antigo, ao novo acrescentado,Deixo que os olhos, raro umedecidos,Chorem amigos que a noite levou,As mágoas de um amor revivescido,E o pranto gastem no que já passou;Depois lamento as perdas já perdidasSomando mágoa a mágoa até contarA triste conta do sofrer sofrido,Que já foi paga, mas que torno a pagar.Mas se a lembrança te relembra ainda,A perda se restaura e a mágoa finda.

William Shakespeare(Tradução de Jorge Wanderley)

Soneto 30

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A José Júlio, Zeneida (pais) e Rosana (esposa), por amor; para os filhos Yasmin e Rafael, que desde que nasceram (2004 e 2008) têm enchido meu coração de felicidade.

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agradecimentos

O presente livro é uma versão revista e atualizada de minha dissertação de Mestrado, in-titulada Ruas limpas, novos corpos: remodelação urbana e disciplinarização social em Fortaleza na Primeira República, e defendida a 26 de maio de 1992, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo.

Este trabalho não teria se realizado sem a colaboração e o estímulo de muitas pes-soas. Divido com elas as possíveis qualidades que ele contenha; seus equívocos, porém, só a mim pertencem.

Meus sinceros agradecimentos, portanto, à Dra. Estefânia Knotz Canguçu Fraga, que me orientou na dissertação de Mestrado. Aos amigos Hermetes Reis de Araújo, Denize Bernuzzi Sant’Anna e Henrique Luiz Pereira de Oliveira, colegas da PUC-SP e companhei-ros de pesquisas afins. Aos amigos Ruy Abitbol de Menezes Filho e Elúsia ‘‘Flor Punk’’ Fontenele, meus pesquisadores à época. À amiga, Profª Ms. Simone de Souza, pelas opor-tunas contribuições científicas e os infatigáveis incentivos e apoios. À mestre em Letras, Maria Mailma de Sousa, pela revisão gramatical deste trabalho. Ao confrade Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Júnior, infatigável estudioso da história fortalezense. Aos funcionários da Biblioteca Pública Menezes Pimentel e do Instituto Histórico do Ceará. Ao Nirez, pelo fornecimento da maioria das fotografias presentes neste livro. À historiadora, médica e Mestre em Letras, Caterina de Saboya Oliveira e sua avó, D. Maria José Alcides Campos, que gentilmente me cederam algumas das formidáveis fotografias do seu álbum de fa-mília, datado de 1926. Às Dras. Déa Ribeiro Fenelon (PUC-SP) e Maria Inês Borges Pinto

agradecimentos

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que participaram da banca que avaliou a minha defesa de dissertação. Ao professor, Dr. Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes, pela generosidade de revisar os originais do livro e escrever a Apresentação do mesmo; por fim, aos meus alunos da disciplina de História do Ceará II.

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Fortaleza Belle Époque é um sucesso. Em mais uma edição, volta às prateleiras atendendo aos anseios de um público ávido de informações e referências dessa cidade dinâmica e avassalado-ra na destruição de seu passado. A cidade é um depositário de lembranças, de representações, de imagens e de comunicação. Sebastião Rogério apreende Fortaleza em tempos pretéritos num trabalho fecundo de desestruturação e reestruturação de sistemas de significações, mo-dos de vida, quando o mundo urbano se fazia presente no Ceará. A cidade oculta no emara-nhado de atividades decorrentes da fragmentação metropolitana, é recuperada e recolocada numa ordem determinada pelo autor que segue uma lógica prática do resgate da significação assumida por ruas, praças e outros logradouros da Fortaleza antiga. Sebastião Rogério faz, com maestria, o árduo trabalho – uma verdadeira garimpagem de informações entre a passa-gem do tempo e as transformações espaciais de Fortaleza, a vida de seu povo, seu comércio agitado e antenado com as últimas novidades europeias, além do mais, resgata o glamour das elites, recompõe sua paisagem.

Recuperando flashs do cotidiano da cidade, o autor reconstrói diversas representações de Fortaleza consoante sua composição antropológica, ética, sem esquecer os diversos ter-ritórios precursores de nossa cultura urbana.

Sebastião Rogério impõe uma reflexão sobre a cidade, via recuperação de uma rede de mediações sociais, suporte de nosso sentimento de pertença, responsável hoje por essa enorme concentração demográfica que caminha em direção a uma ex-pressiva comunidade urbana.

apresentação

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Fortaleza atravessa momentos difíceis. Dividida, fragmentada, a cidade busca sua unidade perdida. Em Fortaleza Belle Époque, o autor fornece elementos explicativos da formação de um modelo de urbanidade característico do modo de vida cearense.

Pensar a cidade, participar na perspectiva de compreendê-la, malgrado o problema de escala é um novo e necessário convite que Sebastião Rogério nos faz.

Confirmado pela crítica acadêmica, reafirmado pelo público, Fortaleza Belle Époque retorna em sua quinta edição contemplando aqueles que ainda não tiveram acesso a esse livro ímpar, imperdível.

José Borzacchiello da Silva

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A Fortaleza da Belle Époque

No prefácio de sua Introdução à Epistemologia Genética, Piaget lembra que Pierre Janet cos-tumava afirmar que os cursos são feitos para dizermos as coisas de que ainda não estamos seguros. Sou tentado a completar essa regra, asseverando que os livros são próprios para afirmarmos aquilo de que estamos mais certos pela pesquisa e pela reflexão. Esta obra Fortaleza Belle Époque, de Sebastião Rogério de Barros da Ponte, que comentarei sumaria-mente, nasceu de sua dissertação para obter o título de Mestre em História, em 1992, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e presta homenagem a esse bom princípio que deveria nortear a produção acadêmica, em particular se pensarmos no volume de publicações apressadas e imaturas que vem surgindo ultimamente entre nós, fruto de um açodamento que não favorece o trabalho crítico e sedimentado.

Isso, aliás, me traz à memória uma recordação pessoal. Nos inícios de 1980, eu me encontrava em Paris, quando conheci, durante uma reunião de “brasilianistas” franceses e brasileiros na Maison des Sciences de l’Homme, o historiador Guy Martinière que, na oca-sião, convidou-me a visitar o Grupo de Pesquisas Econômicas e Sociais sobre a América Latina (G.R.E.S.A.L.), dirigido por ele na Universidade de Grenoble, sudeste da França. Fui até lá e, numa das reuniões de trabalho, falei sobre a produção recente das Ciências Sociais no Brasil. Recordo que ousei exprimir a minha apreciação pessoal sobre essa produção:

Prefácio

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no meu entender, disse então, o melhor de nossas Ciências Sociais nos últimos quinze anos encontra-se nos trabalhos da jovem historiografia brasileira que tem buscado reconstituir e iluminar aspectos antes desprezados de nossa história social. Hoje, decorridos mais de dez anos, não creio que tenha razões para modificar essa avaliação. Ao contrário, só tende mais a inclinar-se a balança para esse lado. E isso me parece fecundo e estimulante.

O texto que Sebastião Rogério dá à luz neste momento inscreve-se de plano nessa his-toriografia renovada e enriquecida de novos aspectos e novos objetos de estudo.

Conforme explicita o seu subtítulo, este livro de boa história social pretende dar conta do processo de remodelação urbana e de disciplinarização sociopolítica por que passou Fortaleza no final do regime imperial e durante a Primeira República. Tendo como pano de fundo o percurso histórico das transformações econômicas, sociais e culturais do período, a obra se distribui em três partes que contemplam, nos seus respectivos capítulos, desde os diferentes projetos de remodelação da paisagem urbana da capital cearense, assim como do seu “aformoseamento” segundo as ideologias então vigentes e inspiradas em modelos europeus, com ênfase predominante no fascínio que exercia Paris sobre as elites da época, mas também em consequência do surgimento de novos equipamentos como o bonde, o automóvel, etc.; passando pela forte inclinação a medicalizar esses procedimentos pela obsedante preocupação com a higiene e a saúde da população, em parte proveniente da real existência de graves problemas dessa natureza (pequeno número de hospitais, baixo nível sanitário e hábitos indesejáveis de toda ordem, surtos epidêmicos frequentes, au-sência de sistema público de água potável e de esgotos, etc.), e em parte decorrente de significativa presença de médicos entre os representantes do saber dominante; até chegar às considerações acerca de aspectos sociourbanos mais mundanos, a saber, a moda em suas várias dimensões, os novos padrões de comportamento, de lazer, de elegância, de consumo — inclusive o cultural, cujo ponto mais alto exprime-se na criação de academias, na inauguração do Theatro José de Alencar (1910), etc., — e ainda também na correlata inquietação que leva ao sistemático recolhimento em asilos de mendigos e doentes men-tais, e à modernização do aparelho policial com o intuito de vigiar e disciplinar as amplas camadas pobres, porque estas, em sua profunda intuição ou “saber de experiência feito”

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(Camões), percebiam que tais investimentos implicavam normalmente sua excludência e discriminação, e reagiam, como de hábito, às inovações das elites com uma espécie de estética do grotesco, persistentemente expressa pela sátira e a irreverência, em particular na conduta extravagante de seus inúmeros tipos populares.

* * *Obviamente, uma sumária apresentação como a que procedo aqui não fornece nem de longe uma autêntica visão do alcance e da riqueza de aspectos e pormenores que são examinados e descritos no livro. É o caso, por exemplo, da pregnante tendência medica-lizadora que acompanhou boa parte da implementação das políticas públicas no perío-do analisado, conforme ressalta sobejamente dos capítulos que compõem a sua segunda parte: “Saneamento urbano e higienização social”. Não obstante, se levarmos em conta o reduzido efetivo demográfico das elites da época, bem como a intensidade de suas alian-ças políticas e de classe, não há como não considerar elogiável a conduta de governos que, conforme assinala o próprio autor, procediam a inspeções em estabelecimentos como restaurantes, hotéis, padarias e até em fábricas — inclusive a de cigarros de Caminha e Ir-mãos, a de sabão de Proença e Irmãos, ou a de Philomeno Gomes — com vistas a assegurar melhores condições de higiene urbana e saúde pública. Nesse sentido, portanto, merecem sublinhadas a lucidez e a dedicação da classe médica da época, que, face à grave situação sanitária de Fortaleza, empenhava-se em intensas campanhas de saúde pública ao invés de refestelar-se na confortável posição que lhe asseguraria por certo o exercício de uma medicina curativa, privada e individualizada.

Como quer que seja, pode-se dizer que este é um trabalho inovador e ousado. O seu aproche consegue, habilmente, sem desconhecê-las, não atribuir prioridade às grandes es-truturas econômicas e políticas, que costumam explicar o mesmo pelo mesmo; ele dedica, antes, particular consideração a outros aspectos histórico-culturais num jogo múltiplo de interpretação da problemática estudada, no período examinado. Com efeito, o livro não cultiva essa espécie de redundante psitacismo teórico tão abundante em nossos trabalhos, que pretendem desvendar a complexidade do navio por sua âncora.

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E para contornar certo fetichismo da historiografia tradicional acerca do documento escrito e dos arquivos oficiais, ele ousa ir adiante na ampliação das fontes válidas para a realização da tarefa que se propôs: além de compulsar segura bibliografia sobre a história nacional e local, além de vasta consulta à documentação pública, aos jornais, anuários estatísticos, almanaques, relatórios, etc., alarga os horizontes das práticas discursivas in-cluindo obras de ficção, crônicas, memórias, revistas mundanas, literárias e científicas, e dando extenso relevo ao material iconográfico (sobretudo fotografias) de publicações, álbuns e coleções particulares.

É de se ressaltar as belas páginas com que, já no final do trabalho, o autor trata da irreverência do “zé-povinho” de então e sobremaneira dos tipos populares que ornavam o quotidiano daquela Fortaleza provinciana que se modernizava pelos acertos e erros de suas elites. Eis por que, entre as considerações com que encerra o livro, ele inclui aberta e emocionada confissão do encantamento e do prazer que fruiu na realização dessa viagem através dos documentos históricos, dos testemunhos e das imagens que nos legaram aque-les que remodelaram a formosa cidade das primeiras décadas do século XX: banhada de sol e de mar, emoldurada num harmonioso conjunto urbano de ruas, avenidas, praças e jardins, com a arquitetura de seus sobrados e fachadas, “toda limpa, perfumada e vestida com elegantes adereços, é bem possível que mesmo seus habitantes mais humildes também a consideras-sem bonita”.

É que Sebastião Rogério aprendeu em seu ofício que a decifração dos processos his-tóricos implica hermenêutica arguta e vária, que não dispensa, inclusive, a sensibilidade poética, pois, como dizia Goethe em sua imensa sabedoria:

“Cinza, meu amigo, é toda teoria, mas a árvore da vida é sempre verde.”

Eduardo Diatahy B. de Menezes

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Apresentação - Eduardo Diatahy B. de Menezes .......................................................09

Introdução ........................................................................................................................17

I

A Remodelação de Fortaleza1. Disciplinar a expansão urbana e aformosear a cidade ..........................................272. ‘‘Fortaleza em Paris’’: as reformas urbanas na 1ª República ................................382.1 ‘‘Nada respeitaram os bárbaros’’: a revolta urbana de 1912 ............................... 512.2 A modernidade turbulenta dos anos 20 ................................................................63

Notas .................................................................................................................................69

II

Saneamento Urbano e Higienização Social1. Medicina, epidemias e loucura ................................................................................ 751.1 Medicalizando céu e terra ....................................................................................... 841.2 O dia dos mil mortos ................................................................................................ 911.3 Um asilo para os loucos ........................................................................................... 972. Corpos sadios em ruas limpas ................................................................................ 1052.1 Saúde em domicílio ................................................................................................ 1172.2 Purgatório urbano .................................................................................................. 125

Notas .................................................................................................. ............................134

SUMÁRIO

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III

Mundanismo Chique x Irreverência Chocante 1. A febre das novidades .............................................................................................1411.1 Prazeres feéricos: clube e carnavais ......................................................................1461.2 O culto do afrancesamento ...................................................................................1551.3 Moda: sedução e higiene .......................................................................................1602. A disciplinarização da pobreza ..............................................................................1722.1 Vigiar e regenerar ...................................................................................................1763. A irreverência popular ............................................................................................1883.1 Estranhos no paraíso: os ‘‘tipos populares’’ .......................................................190

Notas ..............................................................................................................................200

Considerações finais ...................................................................................................207

Referências ...................................................................................................................215

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Forta le za Belle Époque, do his to ria dor Sebastião Rogério Ponte, ana li sa o pro ces so de remo de la ção urba na e dis ci pli na rização social por que pas sou a capi tal cea ren se entre o final do sécu lo XIX e pri mei ras déca das do sécu lo XX. Neste estu do ino va dor e denso de infor ma ções, o autor mos tra como essa orde na ção sóciourba na cons ti tuiu-se, na cida de, por

meios de pro je tos de embe le za men to espa cial, cam pa nhas de higie ni za ção físi ca e moral da popu la ção, impo si ção de novos padrões euro pei za dos de con-du tas públi cas e pri va das, asi la men to de men di gos e doen tes men tais e prá ti cas poli ciais de con tro le das cama das pobres. A obra con tem pla, ainda, a sáti ra, o debo che e a irre ve rên cia como for mas de resis tên cia popu lar con tra as coti dia-nas ten ta ti vas dos pode res e sabe res locais em dis ci pli nar a socie da de.

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