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    A F SalvadoraN1162

    Sermo pregado na manh de domingo, 15 de maro de 1874

    Por Charles Haddon SpurgeonNo Tabernculo Metropolitano, Newington, Londres.

    "Tua f te salvou." - Lucas 7:50 e Lucas 18:42

    Eu no recordo que esta expresso pode ser encontrada emnenhuma outra parte da Bblia. Est nestes dois versculos doEvangelho de Lucas, mas no a achamos nos demais Evangelhos. Lucastambm nos d uma expresso parecida ou quase idntica em outrasduas passagens: "tua f te curou." (Bblia das Amricas). Esta expressofoi usada em referncia mulher cujo fluxo de sangue havia sidoestancado instantaneamente (Lucas 8:48), e tambm em conexo com onico dos dez leprosos que regressou para glorificar o Salvador pelalimpeza que tinha recebido (Lucas 17:19).

    Podero encontrar a expresso, "tua f te curou" uma vez emMateus e duas vezes em Marcos, mas a encontraro duas vezes emLucas, alm das palavras de nosso texto que so repetidas duas vezes:"Tua f te salvou." Acaso nos equivocamos ao supor que a larga

    convivncia de Lucas com o apstolo Paulo lhe permitiu no s recebera grandiosa doutrina da justificao pela f, que Paulo ensinava demaneira to clara, e outorgar f essa alta importncia que Paulosempre lhe dava, mas tambm ter essa memria peculiar dessasexpresses usadas pelo Salvador, nas quais a f era honrada demaneira manifesta e a um grau extremamente elevado?

    Embora Lucas no tenha escrito nada que no fosse verdadesimplesmente para proclamar essa grandiosa doutrina ensinada peloapstolo to claramente, sem dvida eu creio que sua plena convicodela tenha lhe ajudado a trazer sua memria mais vividamente essaspalavras do Senhor Jesus, nas quais se poderia entender essa doutrinade maneira mais clara e com exemplos.

    Seja como for, sabemos que Lucas estava inspirado, e que notinha escrito nada nem demais nem de menos, seno o que o Salvadordisse na realidade, e aqui podemos estar seguros que a expresso, "Tuaf te salvou," saiu dos lbios do Redentor e somos obrigados a aceit-lacomo uma pura verdade inquestionvel, e ns podemos repeti-la semtemor de confundir outros ou de mutilar outras verdades.

    Menciono isso porque outro dia escutei um amigo sincero dizerque a f no nos salvava e, diante desta afirmao, fiquei muito

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    surpreso. verdade que esse irmo disfarou sua expresso e disse quequeria deixar muito claro que Jesus foi quem nos salvou e no nossoprprio ato de f. Eu estou de acordo com o que ele quis dizer, mas nocom o que disse, pois ele no tinha o direito de usar uma expresso queestava em franca contradio com a clarssima declarao do Salvador,

    "Tua f te salvou."

    Ns no devemos forar nenhuma expresso para faz-laexpressar algo mais alm do que se pretendeu dizer, e bom protegeras palavras para que no sejam mal entendidas; mas por outro lado,no podemos ir to longe como para negar uma declarao do prprioSenhor, independentemente de que sentido queremos lhe dar. Podemosdestacar, mas no contradizer a expresso, pois ali est firme,inaltervel, "Tua f te salvou."

    Agora, no dia de hoje vamos indagar, com a ajuda de Deus, o quefoi que salvouas duas pessoas cujas histrias estaremos considerando?Foi sua f. Nossa segunda pergunta ser que tipo de fos salvou? Edepois, em terceiro lugar, o que isso nos ensina referente f?

    I. O QUE SALVOU as duas pessoas cujas histrias estamosconsiderando?

    No caso da mulher penitente, seus grandes pecados foramperdoados e se converteu numa mulher de extraordinrio amor: amoumuito, pois muito lhe foi perdoado. Ao pensar nela sinto um pouco

    como aquele eminente pai da igreja que dizia: "eu no posso pregar bemem relao a esta narrao; prefiro mais lamentar bem a respeito delaem secreto."

    As lgrimas dessa mulher, as tranas soltas dessa mulhersecando os ps do Salvador, o fato de que se aproximou de seu Senhorapesar dos que O rodeavam, enfrentando seus orgulhosos comentrioscom uma determinao muito firme e resoluta de honrar a Jesus;certamente, entre aqueles que tm amado o Salvador, no viveuningum maior que esta mulher que foi uma pecadora. E sem dvida,apesar de tudo isso, Jesus no lhe disse: "teu amor te salvou." O amor uma ma de ouro da rvore cuja raiz a f, e o Senhor teve o cuidadode no atribuir ao fruto isso que s pertence raiz.

    Esta mulher cheia de amor tambm foi muito notvel por seuarrependimento. Observem bem essas lgrimas. No eram lgrimas deemoo sentimental, mas uma chuva procedente da santa dor docorao pelo pecado. Ela havia sido pecadora e o sabia; ela recordavamuito bem a multido de suas iniquidades, e sentia que cada pecadomerecia uma lgrima, e ali estava ela, desfazendo-se em lgrimas,porque havia ofendido seu amado Senhor. E sem dvida no foi dito:

    "teu arrependimento te salvou."

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    Ser salva causou seu arrependimento, mas o arrependimento noa salvou. A dor pelo pecado uma mostra tempor da graa em seucorao, e sem dvida no foi dito em nenhuma parte: "tua dor pelopecado te salvou." Ela era uma mulher de grande humildade.Aproximou-se do Senhor por trs e lavou Seus ps, como se somente se

    sentisse capaz de ser uma serva de baixa categoria encarregando-se deobras tediosas, mas encontrando prazer ao faz-lo para servir o Senhor.

    Sua reverncia por Ele havia alcanado um ponto muito elevado;ela o via como um rei, e ela fez o que algumas vezes sditos zelosospelos monarcas tm feito: ela beijou os ps do Senhor de seu corao,do Soberano de sua alma, mas no acho que Jesus tenha dito: "tuahumildade te salvou;" ou que tenha dito: "tua reverncia te salvou"; masps a coroa sobre a cabea de sua f e lhe disse expressamente: "tua fte salvou, v em paz."

    No caso do cego a quem se refere meu segundo texto, este homemera notvel por sua confiana; ele clamava e dava vozes: "Filho de Davi,tem misericrdia de mim!" Ele era notvel por sua importunao, eaqueles que queriam cal-lo lhe reprendiam em vo; ele clamava muitomais, "Filho de Davi, tem misericrdia de mim!" Mas eu no descubroque Jesus tenha atribudo sua salvao a suas oraes, emborativessem sido plenas de confiana e incmodas. No est escrito, "tuasoraes te salvaram"; est escrito, "tua f te salvou." Ele era um homemde conhecimento claro e considervel, e tinha um claro entendimentodo verdadeiro carter de Cristo: ele no quis chama-lo Jesus de Nazar,

    como fazia a multido, mas o proclamou "Filho de Davi," e na presenadesse tropel de gente teve o valor de declarar sua plena convico queesse homem humilde, vestido com as roupas de um campesino, que iaempurrado na multido, no era outro seno o herdeiro do reino dalinha real de Jud, quem daria pleno cumprimento ao tipo de Davi, oMessias esperado, o Rei dos judeus, o Filho de Davi.

    E sem dvida, no encontro que Jesus tenha atribudo suasalvao a seu conhecimento, nem a seu claro entendimento, ou a suaclara referncia ao Messias; mas que lhe disse, "tua f te salvou," pondotoda a nfase de sua salvao em sua f.

    Sendo assim em ambos os casos, somos levados a perguntar:qual a razo disso? Por que em cada caso, em cada homem que salvo, a f o grande instrumento de salvao? No , primeiro, porqueDeus tem o direito de eleger o caminho de salvao que Lhe agrada, eEle elegeu que os homens devem ser salvos, no por suas obras, maspor sua f em Seu amado Filho? Deus tem o direito de outorgar Suamisericrdia a quem Ele queira; Ele tem o direito de d-la quando Elequeira; Ele tem o direito de conced-la do modo que Ele queira; esaibam isto, filhos dos homens, que o decreto do cu imutvel, e

    permanece firme para sempre: "O que crer e for batizado ser salvo, mas

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    o que no crer ser condenado." Para isso no haver nenhuma exceo;o SENHOR estabeleceu a regra e ser aplicada sempre.

    Se voc quiser alcanar a salvao, "Cr no Senhor Jesus Cristo esers salvo"; mas se voc no cr, a salvao totalmente impossvel

    para voc. Este o caminho assinalado; siga-o e ele o levar ao cu;rejeite-o e voc perecer. Esta a determinao soberana, "aquele quecrer, no ser condenado; mas o que no crer, j est condenado, porqueno creu no nome do unignito Filho de Deus." A vontade do SENHORsempre se cumprir. Se este Seu mtodo de graa, no demospontaps contra ele. Se Ele determina que a f o salvar, assim ser;apenas, Bom Senhor, cria e aumenta nossa f.

    Mas enquanto eu atribuo isso eleio soberana de Deus, vejocertamente, pois a Escritura o indica claramente, uma razo nanatureza das coisas do porqu a f teve que ser eleita. O apstolo nosdisse que por f para que possa ser por graa. Se a condio dasalvao tivesse sido o sentimento ou as obras, ento, tal adepravao de nossa natureza que inevitavelmente atribuiramos omrito da salvao s obras ou ao sentimento. Ns reclamaramos umaparticipao nisso e, portanto, desejaramos a glria. No importa quobaixa poderia ter sido a condio, mesmo assim o homem teriaconsiderado que tinha algo que se requeria dele, que algo vinha dele, eque, portanto, poderia merecer algum crdito para si mesmo. Masnenhum homem, a menos que esteja louco, reclama jamais um crditopor crer na verdade. Se ele ouve algo que o convence, fica convencido;

    se tem que ser persuadido, persuadido; mas ele sente que no podeser de outra maneira.

    Ele atribui o efeito verdade e influncia usada. No andarondando e presumindo porque ele cr o que lhe parece to claro, queno pode duvidar. Se na verdade presumira de f espiritual, todos oshomens pensantes diriam de imediato: "Por que razo presume do fatode haver crido, especialmente quando esta f nunca foi sua se no fossea fora da verdade que o convenceu, e a obra do Esprito de Deus a queo constrangeu a crer?"

    A f eleita por Cristo para levar a coroa da salvao porque(permitam-me contradizer-me) ela recusa levar a coroa. Foi Cristo quemsalvou a mulher penitente, foi Cristo quem salvou o mendigo cego, masEle retira a coroa de Sua cabea to amada a f para Ele e pe odiadema sobre a cabea da f e diz: "tua f te salvou," porque estabsolutamente seguro que a f nunca tomar a glria para si, mas pornovamente a coroa junto aos ps transpassados, e dir: "no paramim a glria, pois Tu o fizeste; Tu s o Salvador, e s Tu." Ento, parailustrar e para proteger os interesses da graa soberana, e para eliminartoda a vanglria, agradou a Deus fazer que o caminho da salvao seja

    pela f e por nenhum outro meio.

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    E isto no tudo. Fica muito claro a todo aquele que pensa quepara a regenerao do corao, que a parte principal da salvao, estbem comear com a f; porque uma vez exercitada corretamente a f seconverte no motor da natureza inteira. O homem cr que foi perdoado.Que acontece ento? Sente gratido para com Aquele que o tem

    perdoado. Sentindo-se grato, muito natural que odeie tudo aquilo quedesagrada ao seu Salvador, e que ame intensamente o que agradaAquele que o salvou, de tal forma que a f opera sobre a naturezainteira, e se converte no instrumento na mo do Esprito regenerador,pelo qual todas as faculdades da alma so postas na condio correta.

    Da maneira que um homem pensa em seu corao, assim essehomem, pois seus pensamentos saem de suas crenas; se esse homem corrigido em suas crenas, ento seu entendimento operar sobreseus afetos, e todos os outros poderes de sua condio de homem, etodas as velhas coisas passaro, todas as coisas se convertero emnovas por meio do maravilhoso efeito da f, que da operao de Deus.

    A f funciona por amor, e por meio do amor purifica a alma, e ohomem se converte em uma nova criatura. Ento, vocs veem asabedoria de Deus? Ele pode eleger o caminho que Ele quiser, mas Eleelege um caminho que simultaneamente guarda Sua graa de nossasjactncias malvadas, e por outro lado produz em ns uma santidadeque de outra forma nunca tinha estado l.

    F na salvao, sem dvida, no uma causa meritria; nem

    tampouco em nenhum sentido a salvao mesma. A f nos salva damesma maneira que a boca nos salva da fome. Se temos fome, oalimento a cura real para a fome, mas seria correto dizer que comertira a fome, sendo que o prprio alimento no poderia beneficiar-nos, amenos que a boca o receba.

    A f a boca da alma, por meio da qual se sacia a fome docorao. Cristo tambm a serpente de bronze levantada; todo o poderde sarar est Nele; sem dvida o poder de sarar no sai da serpente debronze para quem no olhar para ela; de tal maneira que o olhar corretamente considerado como o ato que salva. Certo, no sentido maisprofundo Cristo levantado quem salva, e a Ele seja toda a glria; massem olhar para Ele no podem ser salvos, assim que:

    "H vida quando se olha,"

    Assim como h vida no Salvador para Quem vocs olham. Nada devocs enquanto no se apropriem. Se querem receber riquezas, a coisada qual se aproprie o enriquece; no incorreto mas estritamentecorreto dizer que a apropriao da bno o que o faz rico. A f amo da alma. Ao estic-la, se agarra salvao de Cristo, e assim pela

    f somos salvos. "Tua f te salvou". No devo ficar mais tempo neste

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    ponto. muito evidente pelo texto que a f o grande instrumento dasalvao.

    II. QUE TIPO DE F salvou essas pessoas? Primeiro, mencionareios acordosessenciais; e depois, em segundo lugar, as diferenas, ou os

    pontos nos quais esta f difere em suas manifestaes externas nos doiscasos.

    Nos casos da mulher penitente e do mendigo cego, sua f estavafixada unicamente em Jesus. Eles no podem descobrir nada flutuandoem sua f em Jesus, que a tenha adulterado; foi uma f Nele, semnenhuma mescla. A mulher abriu seu caminho at Ele, suas lgrimascaram sobre Ele; seu unguento foi para Ele; suas tranas soltas foramuma toalha para Seus ps; no lhe preocupava mais nada, nem sequeros discpulos, que ela respeitava por Sua causa; todo seu esprito e todasua alma estavam absorvidos Nele. Ele podia salv-la; Ele podia apagarseus pecados. Ela acreditava Nele; ela o fez para Ele. O mesmo foi ocaso com esse homem cego. Ele no tinha nenhum pensamento acercade algumas cerimnias que os sacerdotes deviam desempenhar; notinha nenhuma ideia que lhe tivesse chegado por meio dos mdicos.Sua exclamao foi, "Filho de Davi, Filho de Davi." A nica forma emque se fixou nos demais foi para no os levar em conta, e clamar, "Filhode Davi, Filho de Davi." "Que queres que te faa?" foi a pergunta doSenhor, e respondeu ao anelo de sua alma, pois ele sabia que se algodevia ser feito tinha que se fazer pelo Filho de Davi.

    essencial que nossa f descanse unicamente em Jesus.Misturem qualquer coisa com Cristo e estaro arruinados. Se sua fdescansa com um p sobre a rocha de seus mritos e com o outro psobre a areia de seus prprios deveres, voc cair e grande ser suaqueda. Construam solidamente sobre a rocha, pois se somente s umaesquina do edifcio descanse em qualquer outra coisa alem da rocha,isso ser a garantia da runa do prdio todo:

    Nada seno apenas Jesus, nada seno apenas JesusPode fazer bem aos impotentes pecadores."

    Toda f verdadeira semelhante a este respeito.

    A f desses dois era semelhante em sua confisso de indignidade.O que significava aquilo que ela tinha deixado para trs? O quesignificavam suas lgrimas, suas lgrimas interminveis, seno que elase sentia indigna de achegar-se a Jesus? E que queria dizer o clamor domendigo: "tem misericrdia de mim"? Observem a nfase que pe arespeito. "Tem misericrdiade mim." Ele no reclama a sade pormrito, nem a pede como uma recompensa. Ele apelou misericrdia.Agora, no me importa de que f se trata, seja a de Davi em seus

    amargos clamores do Salmo 51, ou seja a de Paulo em sua exaltaomais elevada em relao a estar sem condenao por meio de Cristo,

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    sempre h em conexo com a verdadeira f um pleno e profundosentido que a misericrdia, e unicamente a misericrdia, o que nossalva da ira vindoura.

    A f e a vanglria so to opostas como so os dois polos. Se voc

    se apresenta diante de Cristo com sua justia em suas mos, aproxima-se sem f; mas se vem com f ento tambm deve vir com a confisso dopecado, pois a verdadeira f sempre caminha de mos dadas com umprofundo sentido de culpabilidade diante do Altssimo. Isto assim emtodos os casos.

    Ademais, a f deles era semelhante quando desafiavam econquistavam a oposio. Pouco sabemos das lutas internas da mulherpenitente quando passou pela porta da casa de Simo. "Ele te rejeitar,"diria o duro fariseu imperturbvel, "melhor ir-te, rameira; como teatreves a manchar as portas dos homens honestos." Mas sem seimportar com o que poderia ocorrer, ela atravessa as portas, aproxima-se dos ps do Salvador que esto estendidos para a entrada, estandoEle recostado mesa, e ali se mantm. Simo a v: queria que seu olhara secasse, mas o amor dela por Cristo estava muito bem arraigado paraser secado por ele.

    Sem dvida ele fez muitos gestos de desagrado, mostrando queestava horrorizado porque tal criatura havia ousado aproximar-se, masela no lhe prestou ateno. Seu Senhor estava ali, e ela se sentiasegura. Tmida como uma pomba, ela no tremia quando Ele se

    encontrava perto; mas no devolvia olhares desafiantes as grosserias deSimo; seus olhos estavam ocupados em chorar. Ela no se voltou parapedir uma explicao por seus movimentos pouco amveis, pois seuslbios estavam ocupados em beijar os amados ps de seu Senhor. SeuSenhor, seu Senhor, era tudo para ela. Ela triunfou por meio da f Nele,e manteve sua posio, no abandonou a casa at que Ele a despediucom "v em paz."

    Ocorreu o mesmo com o cego. Ele disse, "Filho de Davi, temmisericrdia de mim." Eles o repreenderam, "Cala-te! Cego, para queesses clamores? A eloquncia Dele msica; no o interrompas. Nuncaum homem falou como Ele est falando. Cada tom tm o som de harpasdos anjos. Cale-se! Como se atreves a estragar Seu discurso?" Masacima de todos eles se elevou ainda mais a petio importuna, "Filho deDavi, tem misericrdia de mim!" e o cego prevaleceu.

    Toda f verdadeira enfrenta oposio. Se sua f nunca enfrentaprovas, no nascida da raa da igreja militante. "Esta a vitria quevence o mundo, nossa f," mas nessa mesma declarao se indica queh algo que deve ser vencido, e que a f deve pelejar uma guerra paraexistir.

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    Uma vez mais, a f dessas duas pessoas era semelhante nosentido que era confessada abertamente. No vou dizer que a confissotomou a mesma forma em ambos os casos, pois no foi assim; masmesmo assim ambas foram confisses abertas. Ali est o Salvador, e alivem a penitente chorando. Ela o ama. Causa-lhe vergonha diz-lo?

    Poderia acarretar-lhe reprovaes; certamente este feito reavivar asvelhas censuras contra ela, pois ela tinha sido uma pecadora. Noimporta o que tenha sido, nem quem est presente vendo-a. Ela amaseu Senhor, e quer demonstr-lo.

    Ela traz unguento e ungir Seus ps, mesmo na presena dosfariseus, fariseus que certamente iro dizer, "esta tambm pertence aosdiscpulos de Cristo? Que qualidade de mulher convertida! Umaexcelente conquista esta, para Seu reino! Uma prostituta se converteem discpula! Que podemos esperar em continuao?" Ela deve terconhecido e sentido tudo isso, mas mesmo assim no teve nenhumadissimulao. Ela amava seu Senhor, e ia proclam-lo de qualquerforma, mesmo na prpria casa do fariseu, j que no havia umaoportunidade mais conveniente; e ento ela se adianta e, sem palavras,mas com aes muito mais eloquentes que as palavras, diz, "eu te amo.Estas lgrimas o demonstram; este unguento vai difundir seuconhecimento, conforme seu doce perfume encha a habitao; e cadafio do meu cabelo ser um testemunho de que eu perteno ao Senhor eEle pertence a mim." Ela proclamou sua f.

    E o mesmo fez o cego. No se sentou simplesmente dizendo, "eu

    sei que Ele o Filho de Davi, mas no devo diz-lo." Eles diziam, algunscom desprezo e outros com indiferena, " Jesus de Nazar." Mas o cegono ia aceitar isso. "Tu, Filho de Davi," disse; e eu o escuto exclamarbem alto, por cima do rudo deles, como um arauto proclamando ao Rei,"Filho de Davi!" Pois bem, senhores, parece-me que ele foi exaltado aum elevado ofcio: se converteu no arauto do Rei, e o proclamou, e istopertence a um elevado oficial de Estado no nosso pas.

    O mendigo cego demonstrou uma grande deciso e valor. Emefeito clamou: "Tu s o Filho de Davi; filho de Davi, eu te proclamo;sers proclamado Filho de Davi, e no importa quem queira neg-lo; svolta Teus olhos e tem misericrdia de mim." H algum aqui que tenhaf em Cristo, da qual se envergonhe? Eu tambm me envergonho dele eCristo tambm se envergonhar dele quando vier na glria de Seu Pai etodos Seus santos anjos com Ele.

    Envergonha-se de manifestar que honesto? Ento, creio que viverodeado de ms companhias, onde ser um malfeitor ser famoso; e sevoc se envergonha em dizer, "eu amo meu Senhor," parece-me que estcortejando os inimigos de Cristo, e ento, acaso voc no tambm uminimigo?

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    Se o amas, diga-o. Ponha o uniforme do regimento de seu Senhor,aliste-se em Seu exrcito, d um passo frente e declare: "eu e minhacasa serviremos a Jehov." Sua f, ento, era semelhante nestes quatropontos especficos, estava posta unicamente Nele, estava acompanhadade um sentimento de indignidade, lutou e conquistou a oposio, e foi

    declarada abertamente em frente a todos os presentes.

    Apelando sua pacincia vou tratar de mostraras diferenasentre ambas em relao a suas manifestaes. Emprimeiro lugar, a f da mulher atuou como uma f de mulher. Elamostrou um amor terno, e os afetos so a glria e a fortaleza dasmulheres. Assim certamente eram nela. Seu amor era intenso, amorfeminino, e ela o dirigiu ao Salvador. A f do homem atuou como a f deum varo em sua determinao e fora. Persistiu em clamar, "Tu, Filhode Davi." Havia muito de masculino acerca da sua f assim como haviamuito de feminino na f da mulher penitente, e tudo deve ser conformea sua ordem e suas estaes. No teria sido apropriado que a voz deuma mulher se escutasse muito sonora por cima da multido; pareceriadescabido que as lgrimas de um homem tivessem cado aos ps doSalvador. Qualquer dos dois casos poderia ser justificado, mas nenhumdos dois teria sido to apropriado. Mas agora ambos so apropriadosposto que so excelentes.

    A mulher atua como uma mulher piedosa deve faz-lo; o homematua como um homem piedoso. Ns no devemos medir-nos conforme amedida de outras pessoas. Meu irmo, no diga: "eu no poderia

    derramar lgrimas." Quem pediu a voc que o fizesse? As lgrimas deum homem esto basicamente no interior, e devem permanecer ali:corresponde a ns usar outros modos de demonstrar nosso amor.Minha irm, no diga, "eu no poderia atuar como um arauto eproclamar publicamente o Rei." No duvido que poderia faz-lo sehouvesse necessidade disso, mas suas lgrimas em segredo, e essasmudas demonstraes de amor a Jesus com que voc o est brindando,no so menos aceitveis porque no so as mesmas que um homemdaria. No, mas so as melhores porque so as adequadas para voc.No pense que todas as flores do jardim de Deus devem florescer com omesmo colorido ou derramar o mesmo perfume.

    Continuando, observem que a mulher atuou como uma mulherque tinha sido uma pecadora. Que pode ser mais conveniente que aslgrimas? Que lugar pode ser mais adequado para ela que estar aos psdo Salvador? Ela tinha sido uma pecadora, e ela atua como umapecadora; mas o homem que tinha sido um mendigo atua como ummendigo. Que faz um mendigo seno clamar por esmolas? Acaso nomendigou gloriosamente? Ningum jamais praticou com maior afincosua profisso que ele. "Filho de Davi," disse, "tem misericrdia de mim."Eu detestaria ter visto o mendigo sentado na beira do caminho

    chorando; nem tampouco gostaria de ter escutado a mulher penitentedando gritos. Nenhuma dessas duas coisas seria natural ou apropriada.

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    A f opera de acordo a condio, s circunstncias, sexo, ou habilidadeda pessoa na qual vive, e a melhor maneira que se manifesta em suaprpria forma, no de uma maneira artificial, mas na efuso natural docorao.

    Observem tambm que a mulher no falou. H algo muito belo nosilncio de ouro da mulher, que era mais rico do que teria sido seudiscurso de prata. Mas o homem no estava calado; ele falou; ele falou esuas palavras foram excelentes. Aventuro-me a dizer que o silncio damulher falou to poderosamente como a voz do homem. Dos dois, pensoque encontro mais eloquncia nas lgrimas que aspergiam e nastranas soltas que secavam os ps do Salvador do que no grito, "Filhode Davi, tem misericrdia de mim." Sem dvida, ambas as formas deexpresso eram igualmente boas, melhor o silncio da mulher com suaslgrimas, e a eloquncia do homem com sua confiana plena em Cristo.

    No pense que necessrio, querido amigo, para voc servir, quevoc faa o trabalho de outras pessoas. A atividade que sua prpria moencontre, essa atividade faa com todo o seu poder. Se voc pensa queno pode jamais honrar a Cristo at que entre num plpito, pode ser ocaso que vai honrar mais descendo do plpito o mais rapidamentepossvel. Tem havido pessoas muito bem qualificadas para adornar areligio de Cristo com uma prancha de sapateiro em seu colo, quepensaram que era necessrio subir no plpito, e nessa posio foramum estorvo para Cristo e Seu Evangelho.

    Irm, h um lugar para voc; mantenha-se nele, no permita quenada a tire dele; mas no pense que no h nada mais que fazer excetoo trabalho que alguma outra mulher faz. Deus a chamou a ele, deixeque ela siga a voz de Deus: Ele chama voc em outra direo, segue aliSua voz. Ento, ser muito semelhante a essa excelente mulher, quantomais diferente dela seja: quero dizer, ser verdadeiramente maisobediente a Cristo, como ela , se prosseguir num caminho muitodiferente.

    Tambm havia outra diferena nisso. A mulher deu, ela trouxeseu unguento. O homem fez o contrrio, mendigou. Existem vriasmaneiras de mostrar amor a Cristo, que so igualmente demonstraesexcelentes de f. Dar-lhe seu unguento, e dar-lhe suas lgrimas, e dar-lhe o servio de seu cabelo, estava muito bem; mostrava sua f, queagia por amor: no dar nada, pois o mendigo no tinha nada para dar,mas simplesmente honrar a Cristo ao apelar Sua riqueza e Seu poderreal, era o melhor nesse mendigo. No posso exaltar a um mais que aooutro, pois no duvido que ambos, a mulher penitente e o mendigo,deram a Cristo todo seu corao, e que mais pede Jesus de algum?

    Tambm os pensamentos da mulher e os pensamentos do mendigo

    eram diferentes. Os pensamentos dela eram principalmente acerca dopassado, e de seus pecados, por isso suas lgrimas. Ser perdoada, esse

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    era seu ponto. Os pensamentos do homem eram principalmente sobreseu presente, no tanto em relao a seus pecados, mas em suadeficincia, a sua enfermidade, sua incapacidade, e assim ele veiocom pensamentos diferentes. No duvido que ele tenha pensado nopecado, como tambm me atrevo a dizer que pensava em sua

    enfermidade; mas no caso dela o pensamento do pecado eraproeminente, e por isso suas lgrimas; no caso dele, a enfermidade erao proeminente, e por isso sua orao, "Senhor, que eu veja."

    Ento, no compare sua experincia com a de algum mais. Deus um Deus de uma variedade maravilhosa. O pintor que se repete a simesmo em muitos quadros tem uma pobreza de concepo, mas oartista que mestre raramente faz um esboo de uma mesma coisauma segunda vez. Existe uma variedade ilimitada na genialidade, eDeus que transcende toda a genialidade dos homens, cria umavariedade infinita as obras de Sua graa.

    Portanto, no busquem semelhanas em todas as partes. Amulher amou muito, e ela manifestou seu amor mediante seus atos;mas o homem tambm amou muito, e manifestou seu amor medianteaes que eram extremamente admirveis, pois seguiu Jesus pelocaminho, glorificando a Deus. Sem dvida, eram aes diferentes. Noencontro que ele tenha trazido uma caixa com unguento, ou que tenhaungido os ps de Cristo, nem tampouco encontro que ela tenha seguidoliteralmente a Cristo pelo caminho, embora sem nenhuma dvida ela oseguiu em esprito; tampouco ela glorificou a Deus em voz alta como o

    fez o cego mendigo restaurado.

    H diferenas de operao, mas um mesmo Senhor; h diferenasde capacidade e diferenas de chamados, e mediante esta reflexo euespero que vocs sejam capacitados para libertar-se da falha de julgar aum mediante os padres de outro, e possam buscar a mesma f, masno seu mesmo desenvolvimento.

    Este tema to interessante que eu quero que me sigamenquanto esboo rapidamente o caso da mulher e a continuao dohomem, sem mencionar cada uma das diferenas, mas permitindo queos dois quadros gravem-se separadamente em suas mentes.

    Observem esta mulher. Que estranho composto era ela. Elaestava consciente de ser indigna, e por isso chorou, e apesar disso seaproximou de Jesus. Seus atos foram de proximidade e comunho; elalavou Seus ps com lgrimas, secou-os com os cabelos e durante todoesse tempo os beijava uma e outra vez. "Mas esta, desde que entrei, nocessou de beijar meus ps," disse Cristo. Um sentido de indignidade, e ogozo da comunho, estavam misturados. Oh, f divina, que funde aambos! Ela estava muito envergonhada, e sem dvida foi muito

    audaciosa. Todavia no se atrevia a olhar para o rosto do Senhor;aproximou-se Dele por trs; e sem dvida se atreveu a enfrentar Simo,

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    e a permanecer na sua habitao, mesmo que ele a olhasse com mausolhos ou no. sabido que alguns coram ante a face de Cristo que nose corariam ante um juiz, nem na fogueira se fossem arrastados ali porcausa de Cristo. Uma mulher assim era Anne Askew, humilde ante seuSenhor, mas como uma leoa ante os inimigos de Deus.

    A mulher penitente chorou, ela se lamentava, mas tinha um gozoprofundo; eu sei que o tinha, pois cada beijo significava gozo. Cada vezque ela levantava esse p bendito, e o beijava, seu corao saltava emarrebatamento de amor. Seu corao conhecia a amargura pelo pecado,mas tambm conhecia a doura do perdo. Que combinao! A f fez acomposio. Ela era humilde, no havia ningum mais humilde; semdvida, vejam como ela toma para si tratar com o prprio Rei.

    Irmo, vocs e eu estaramos satisfeitos, e bem podemos estar, sepudssemos lavar os ps dos santos, mas ela no. Oh, o valor destamulher! Ela atravessou o ptio exterior, e foi direto ao trono do Rei,para render ali sua homenagem, em sua prpria pessoa para Suapessoa, e lavar os ps do Admirvel, o Conselheiro, Deus forte.

    Eu no sei se algum anjo tenha jamais desempenhado taltrabalho e servio, portanto esta mulher tem proeminncia ao ter feitopor Jesus o que nenhum outro ser jamais fez. dito que ela estavacalada, e sem dvida falou; acrescentarei que foi desprezada, masCristo a colocou em elevada honra, e fez que Simo, que a desprezava,se sentisse pequeno na presena dela.

    Vou acrescentar tambm que ela era uma grande pecadora, masera uma grande santa. Sua condio de grande pecadora, quando foramperdoados seus pecados, converteu-se na matria-prima da qual saemos grandes santos pela fora poderosa de Deus. Finalmente ela foi salvapela f, isso nos disse o texto, mas se alguma vez houve um caso emque Tiago no pode ter dito: "Poder a f salv-lo?", e em que devia terdito, "Aqui est uma que mostra sua f por suas obras," era o casodesta mulher. Ali est frente a ti. Imita sua f, embora no possas naverdade copiar suas obras.

    Agora observem o homem. Ele era cego, mas podia ver muito maisque os fariseus, que diziam que podiam ver. Cego, mas sua visointerna viu o Rei em sua beleza, viu o esplendor de Seu trono, e oconfessou. Era um mendigo, mas tinha uma alma real, e uma fortedeterminao soberana que no podia ser reprimida. Tinha o tipo demente que habita em homens que so prncipes entre seuscompanheiros. Ele no ia ser detido por discpulos, no, nem porapstolos. Ele comeou a orar, e vai orar at obter a bno que busca.

    Notem bem que o que sabia era o que proclamava, o que desejava

    era o que pedia, e entendia o que necessitava. "Senhor, que eu veja;" eleestava claro acerca de suas necessidades, e claro acerca da nica

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    pessoa que podia supri-las. Ele esperava o que pedia, pois quando selhe ordenou que se aproximasse, ele evidentemente esperava que suavista fosse restaurada, pois outro evangelista nos narra que jogou suacapa de mendigo. Sentiu que nunca necessitaria mendigar de novo.Estava seguro que seus olhos estavam a ponto de se abrir.

    Finalmente, estava muito agradecido pelo que recebeu, pois tologo pode caminhar sem um guia, tomou a Cristo como seu guia, e oseguiu pelo caminho, glorificando-o. Vejam ambos os quadros. Esperoque percebam as sombras e as luzes de ambos, at que os incline aconverter-se em uma pintura diferente e clara feita pelo mesmo artista,cuja mo unicamente pode produzir tais maravilhas.

    III. O QUE ISSO NOS ENSINA COM REFERNCIA F?Primeiro, ensina-nos que a f tem a mxima importncia. Rogo-lhes,meus leitores, que verifiquem se vocs tenham a preciosa f, a f doseleitos de Deus. Recordem que na Escritura no h muitas coisas quesejam chamadas preciosas, mas entre elas est o sangue precioso, ecom ele a f preciosa. Se vocs no tm isso, esto perdidos; se no tmisso, no so aptos para viver nem aptos para morrer; se no tm isso,o eterno destino de vocs ser desespero infinito; mas se vocs tm f,mesmo que seja como um gro de semente de mostarda, vocs sosalvos. "Tu f te salvou."

    Tambm aprendam que a principal matria na f a pessoa aquem creem. No digo a pessoa em quem creem. Isso seria verdadeiro,

    mas no uma expresso muito escritural. Paulo no disse, segundo citaa maioria das pessoas, "eu sei em quem tenho crido." A f cr em Cristo.A f de vocs deve reconhec-Lo como uma pessoa, e vir a Ele comopessoa, e no descansar simplesmente em Seu ensinamento, ouunicamente em Sua obra, mas Nele. "Vinde a mimtodos os que estaiscansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei."

    Um Salvador pessoal para os pecadores! Vocs esto confiandoNele unicamente? Creem Nele? Vocs sabem que a segurana do edifciodepende principalmente dos alicerces, e se os alicerces no soadequados, podem construir como quiserem, mas o prdio no durar.Ento, vocs constroem sobre Cristo unicamente? Investiguem issocomo um ponto especial.

    Em seguida, observem que no devemos esperar exatamente amesma manifestao em cada convertido. Que no a esperem os ancioda igreja, que os pais no a requeiram de seus filhos; que no abusquem os ansiosos amigos; vocs mesmos no a esperem. Asbiografias so muito teis, mas se podem converter em uma armadilha.No devo julgar que no sou um filho de Deus porque no souprecisamente como o bom homem sobre cuja vida acabei de ler.

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    Estou descansando em Cristo? Creio Nele? Ento, pode ser que agraa do Senhor esteja preparando um caminho muito diferente paramim do caminho em que meu irmo tem caminhado, que possa ilustraroutras fases de Seu poder, e ensinar aos principados e s potestades asriquezas superabundantes do amor divino.

    Finalmente, o assunto que resume tudo este, se tivermos f emJesus somos salvos, e no devemos falar nem agir como se tivessealguma dvida a respeito. "TUA F TE SALVOU." Jesus o disse.Concedido, voc tem f em Cristo, e certo que a f o salvou. Portanto,no ande por a falando e agindo e sentindo como se no fosse salvo.

    Conheo um grupo de gente salva que diz a cada domingo,"Senhor, tem misericrdia de ns, miserveis pecadores"; mas eles noso miserveis pecadores se so salvos, e que eles utilizem tais palavras jogar um menosprezo sobre a salvao que Cristo lhes deu. Se elesso pecadores salvos, ento deveriam ser santos plenos de gozo. O queuns dizem, outros no o dizem, mas agem como se assim fosse. Andampor a pedindo a Deus que lhes d a misericrdia que j obtiveram,esperando receber um dia o que Cristo lhes assegura que j est emsua posse, falando a outros como se fosse um assunto seu se so salvosou no, quando no pode haver nenhuma dvida.

    "Tua f te salvou." Imagine a pobre mulher penitente voltando-se edizendo ao Salvador, "Senhor, eu humildemente espero que sejaverdade." No existiria nem humildade nem f numa expresso dessa

    natureza. Imagine o cego, quando Cristo lhe disse: "tua f te salvou,"respondendo: "eu confio que nos anos vindouros se comprove que assim." Seria contradizer de maneira simultnea seu carter sincero e ahonestidade da pregao de Cristo. Se voc creu, voc est salvo. Nofale como se no fosse, mas agora pegue dos salgueiros sua harpa eentoe um cntico novo ao Senhor.

    Tenho observado em muitas oraes uma tendncia a fazerrodeios como se os feitos no fossem feitos. Tenho ouvido este tipo deexpresses, "Grandes coisas fez Jehov por ns; por isso ns desejamosestar alegres." O texto diz, "Grandes coisas fez Jehov por ns;estaremos alegres." e se o Senhor fez essas grandes coisas por ns,nosso direito estar alegres por elas, no responder com um infame"se" com nossos lbios ante o Senhor que no pode mentir.

    Se vocs tm tratos e acordos com outras pessoas, podem tersuspeitas delas, pois em geral o merecem; se escutam suas promessas,podem duvidar delas, pois suas promessas vo ser quebradas; mas seesto tratando com seu Deus e Senhor, nunca suspeitem Dele, pois Eleest alm de toda suspeita; nunca duvidem de Suas promessas, pois ocu e a terra passaro, mas nem um jota nem um til de Sua palavra

    falhar.

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    Eu reclamo para Cristo que vocs joguem para sempre toda falaque esteja cheia de "mas" e "se" e "talvez" e "eu espero" e "eu confio."Vocs esto na presena de Um que disse "Em verdade, em verdade," equis dizer o que disse, e que "o Amm, o testemunho fiel e verdadeiro."

    Vocs no lhe cuspiriam no rosto se Ele estivesse aqui, semduvida seus "se" e seus "mas" so um insulto parecido, jogado sobreSua verdade. Vocs no o flagelariam, mas que fazem suas dvidasseno aborrec-Lo e p-Lo em vergonha? Se Ele mente, no creiam Nelenunca; se Ele disse a verdade, nunca duvidem Dele. Ento, sabero,quando deixarem de lado sua malvada incredulidade, que sua f ossalvou, e podero ir em paz.

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    ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMO PARATRAZER UM CONHECIMENTO SALVIFCO DE JESUS CRISTO E PARAEDIFICAO DA IGREJA

    FONTE:

    Traduzido dehttp://www.spurgeon.com.mx/sermon1162.html

    Todo direito de traduo protegido por lei internacional de domniopblicoSermo n 1162 Volume 20 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit,

    Traduo: Projeto SpurgeonCapa: Victor Silva

    Projeto Spurgeon - Proclamando a Cristo crucificado.Projeto de traduo de sermes, devocionais e livros do pregador batistareformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glria de Deus emCristo Jesus, pelo poder do Esprito Santo, para edificao da Igreja e salvaoe converso de incrdulos de seus pecados.

    Acesse em:www.projetospurgeon.com.br

    Voc tem permisso de livre uso desse material, e incentivado a distribu-lo,desde que sem alterao do contedo, em parte ou em todo, em qualquer

    formato: em blogs e sites, ou distribuidores, pede-se somente que cite o siteProjeto Spurgeon como fonte, bem como o link do site

    www.projetospurgeon.com.br. Caso voc tenha encontrado esse arquivo em sitesde downloads de livros, no se preocupe se legal ou ilegal, nosso material

    para livre uso para divulgao de Cristo e do Evangelho, por qualquer meioadquirido, exceto por venda. vedada a venda desse material

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