Fada Oriana
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Reconto da Obra “A Fada Oriana” de Sophia de Mello Breyner Andresen
Ano Letivo 2012/2013 – 5º. Ano Turma: I
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Reconto da Obra “A Fada Oriana” de Sophia de Mello Breyner Andresen
Ano Letivo 2012/2013 – 5º. Ano Turma: I
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I - Fadas Boas e Fadas Más
No mundo da fada Oriana existem dois tipos de
fadas: as fadas boas e as fadas más.
As fadas boas fazem tudo de bom e as fadas más
fazem tudo de mau.
Quando uma fada boa vê uma árvore morta, sem
folhas e com os ramos secos, toca-lhe com a sua varinha
de condão e pum…, a árvore fica com pássaros, folhas e
sem ramos secos.
Mas quando uma fada má vê uma árvore cheia de
folhas, de flores, de frutos e com pássaros a cantar, toca-
lhe com a sua varinha mágica do mau fado e no mesmo
dia, na mesma hora e, no mesmo instante, vem um vento
frio e arranca as folhas, os frutos apodrecem, as flores
ficam secas e os pássaros caem no chão e ficam mortos.
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Ana Sofia Milhazes; Débora Andrade; João Graça e Ana Catarina Silva 5º.I
II – Oriana
Era uma vez, num mundo mágico, uma fada
chamada Oriana.
Certo dia, a rainha das fadas chamou-a e juntas
voaram até uma linda floresta, cheia de criaturas alegres e
felizes.
Oriana ficou encantada com tanta beleza. A rainha
das fadas propôs a Oriana que, a partir daquele dia,
passasse a ser a fada daquela floresta e ela aceitou
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Passou o verão, passou o outono, passou o inverno e
finalmente chegou a primavera. Numa manhã de abril,
quando despertou o primeiro raio de sol, Oriana foi
visitar uma das habitantes da floresta, a velha. Sempre
que a ia visitar, ouvia lamentações e ficava triste e com
muita pena dela.
O trabalho da velha era apanhar ramos secos para
ir vender à cidade e Oriana ajudava-a todas as manhãs.
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Enquanto a velha vendia, Oriana falava com as
andorinhas.
Certo dia, as andorinhas convidaram Oriana para ir
viajar com elas e ela recusou porque tinha uma promessa
a cumprir. Se fosse com as andorinhas, nem conseguia
pensar nas desgraças que iriam acontecer na floresta, sem
ela por perto.
Era quase meio-dia, Oriana e a velha tinham de
partir para a floresta.
Mal chegaram, Oriana despediu-se e em seguida foi
para a casa do lenhador.
Antes de entrar na casa do lenhador, apanhava três
pedrinhas e sempre que visse que faltava alguma coisa,
colocava uma pedrinha sobre essa coisa e pliiiimm,
aparecia uma coisa nova.
Quando abandonava a casa do lenhador, seguia para
a casa do moleiro.
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Nesse dia, arrumou-lhe a casa toda e no fim dirigiu-se à
casa do Homem muito rico.
Bruna Leite; Bianca Cruz; Ana Cachada 5º.I
III - O Homem muito rico
O Homem muito rico não tinha ninguém, só os
criados.
A casa dele ficava no meio de um jardim muito bem
tratado. Oriana tentou entrar na casa mas estava tudo
fechado e nem a sua varinha de condão a abria.
Oriana, nas traseiras da casa, viu uma janela
aberta e decidiu entrar.
Dentro daquela casa reinava a má disposição; era
impressionante! Todos reclamavam do espaço que tinham.
Oriana, enquanto ouvia aquelas lamentações, teve
uma ideia. Essa tal ideia foi escrever num papel o
seguinte:
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«Quem dá aos pobres empresta a Deus. Dá metade aos
pobres.»
O Homem muito rico, quando viu aquilo, ficou
muito irritado.
Depois, Oriana teve outra ideia: mudar a Bailarina
de Saxe de sítio. Mais uma vez o Homem muito Rico
ficou completamente furioso, porque a Bailarina devia
ficar no sítio onde ela estava.
Oriana viu que aquela ideia não tinha resultado e
então teve outra ideia, decidiu por cabelo ao Homem
muito Rico.
O Homem muito rico começou a sentir uma grande
comichão na cabeça e foi-se ver ao espelho e viu que tinha
cabelo. Então desatou aos pulos e a berrar como um
doido.
Ele nem queria acreditar no sucedido, até que lhe
veio uma ideia completamente absurda à cabeça. Há um
tempo atrás, ele tinha falado com uma senhora muito
pobre, que lhe havia pedido um emprego para o filho e ela
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disse-lhe que lhe iria mandar um remédio para lhe fazer
crescer o cabelo.
Naquele instante ele pensou em agradecer-lhe, por
isso decidiu ligar-lhe. Quando lhe ligou, nem deu tempo
para a senhora falar. Agradeceu-lhe logo e aproveitou
para mandar chamar o filho da senhora ao telefone,
porque lhe tinha arranjado um emprego magnífico, como
forma de agradecimento.
A fada Oriana disse para si mesma: «até que
enfim que consegui fazer uma coisa a esta casa
uuuuuuuuuuuuuuuuffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff!!!!!!!!!»
E saiu disparada pela porta fora.
Ana Silva; Matilde Mendes; Marco Tore; Sérgio Fangueiro 5º. I
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IV - O Peixe
Numa tarde de primavera, soprava uma brisa
fresca, por entre os campos. Oriana, toda contente, foi ao
pé do rio onde encontrou um peixe aflito, fora de água.
O peixe pediu ajuda a Oriana e ela, sem mais
demora, pô-lo na água.
O peixe agradeceu imenso a Oriana, prometendo
estar disposto a ajudá-la quando precisasse.
A fada agradeceu a ajuda mas recusou, pois não
precisava de nada naquele momento.
O peixe foi embora, agradecido pela ajuda de
Oriana.
Oriana ficou a olhar para o reflexo do peixe, muito
divertida.
Continuando a olhar para o rio, Oriana também viu
o seu reflexo, reparando que era linda.
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Oriana adorou a sua descoberta e continuou a
observar-se durante horas e horas. Chegou a noite e o seu
reflexo desapareceu.
Oriana tinha a obrigação de, à noite, ir visitar o
poeta. Entrou pela janela da torre e foi ter com ele.
O poeta pediu que Oriana encantasse a noite e ela
encantou. No decorrer da conversa, elogiou a beleza de
Oriana, dizendo que no mundo existiam muitas outras
meninas bonitas, mas a diferença dela para as outras era
ela ser uma fada.
Oriana sentou- se na janela a contar histórias lindas
e o poeta a dizer os seus versos.
Tocaram as doze badaladas e Oriana despediu- se.
De manhã, a fada apressou- se a ajudar a velha e
seguiu para o rio, para voltar a ver o seu reflexo.
Oriana adorava-se. Não parava de dizer que era
linda.
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Ficou preocupada pois não sabia se era tão bonita
como o reflexo que via. Então chamou o peixe, contou- lhe
o sucedido e o peixe disse que ela era ainda mais bonita
em corpo e alma.
Oriana duvidou. Então foi perguntar ao espelho. O
espelho disse que quem era mais bonita do que ela era
uma parede branca e lisa.
Na manhã seguinte, Oriana levou a velha à cidade
e, quando a deixou, foi para o rio.
Quando chegou ao rio, o peixe estava à espera dela
para começarem a ensaiar penteados.
Oriana passou a tarde naquilo (colher flores, a ver-se
no rio e a ouvir os elogios do peixe). Esqueceu-se de ir a
casa do moleiro e do lenhador, de cuidar dos animais e das
plantas, mas à noite foi visitar o poeta.
Dia após dia, deslumbrada pela sua vaidade, Oriana
abandonou, um por um, todos que precisavam dela, menos
a velha.
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Passava os dias ao pé do rio e divertia-se a enfeitar-
se com flores, nas várias estações do ano.
No inverno, o peixe ofereceu um anel em pérola a
Oriana e disse-lhe que voasse até ao mar e, quando lá
chegasse, que chamasse Salomão e lhe pedisse mil pérolas
do Mar do Oriente.
Oriana voou durante algum tempo.
Quando chegou ao pé do mar, Oriana chamou, mais
que uma vez, pelo peixe Salomão.
O peixe apareceu. Era um peixe preto e azul e com
os olhos vermelhos.
Oriana pediu que lhe fizesse um favor: que lhe
trouxesse mil pérolas do Mar do Oriente.
A fada teve de esperar sete dias e sete noites. O
peixe Salomão apareceu ao amanhecer do sétimo dia,
trazendo-lhe as pérolas. Oriana agradeceu-lhe imenso.
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Inês André; Mara Teixeira 5º. I
V – A Rainha das Fadas
Oriana levou as pérolas que o peixe lhe pedira. Este
foi buscar dez fios de prata ao fundo do rio.
Oriana enfiou as pérolas nos fios e fez dez colares, com os
quais se enfeitou.
A seguir, Oriana olhou-se no reflexo da água do rio
e achou-se muito bonita. O peixe concordou com ela.
Muito vaidosa, não lhe apetecia sair mais da margem do
rio.
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Nisto, fez-se silêncio e ouviu-se a voz da rainha das
fadas, muito zangada com Oriana, acusando-a de ter
faltado à sua promessa.
Depois disto, retirou-lhe as asas e a sua varinha de
condão que foram arrastadas pelo vento. Oriana ainda
tentou recuperá-las mas não foi capaz.
Então, a voz severa fez-se ouvir outra vez:
-Oriana, será este o teu castigo, por teres faltado à tua
promessa!
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Oriana pediu desculpa pela sua vaidade, muito
arrependida, por ter faltado à sua promessa. Então, a
rainha das fadas convidou-a a ir verificar o mal que já
tinha feito e desapareceu.
Muito chorosa, à beira do rio, Oriana lamentava-se
e ainda pediu a ajuda do peixe mas, por mais que
chamasse, ele não aparecia. Só naquele momento se
apercebeu do mau amigo que o peixe tinha sido.
Então lembrou-se dos amigos antigos e foi novamente
para a floresta.
Elisabete Nogueira; João Braga; Filipe Craveiro; Inês Saraiva 5º.I
VI – A Floresta Abandonada
Quando chegou à floresta, Oriana constatou que
esta se encontrava absolutamente deserta, triste e
adormecida. Desesperadamente tentou chamar por os seus
amigos, na esperança de os reencontrar.
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Subitamente apareceu uma víbora, preta e
pequenina, que informou a fada que todos os habitantes
da floresta tinham partido, pois a fada que os protegia os
havia abandonado. Acrescentou ainda que essa mesma
fada se tinha apaixonado por um peixe, que vivia num
rio, e que por isso tinha esquecido todos os seus amigos,
que outrora prometera proteger.
Indignada, Oriana desmentiu os factos que o Peixe
havia espalhado e acusou a víbora de ser intriguista e má-
língua.
Triste e desiludida, Oriana dirigiu-se à casa do
moleiro, onde um rato lhe disse que toda a família se
tinha mudado para a cidade. Um dos filhos mais novos
do moleiro tinha-se perdido na floresta e para evitar mais
tragédias, o casal decidiu mudar-se para a cidade.
Visitou depois a casa do lenhador, casa essa que
também se encontrava vazia, já que o lenhador e a
esposa, desprotegidos, sem a ajuda da fada, decidiram ir
procurar emprego na cidade.
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Mais tarde foi à casa do Poeta e constatou que
também ele se havia mudado para a cidade e que tinha
queimado todos os seus versos.
Na ânsia de reencontrar os seus amigos, Oriana
atravessou a floresta, descalça, passando pelo caminho
cheio de abismos e, por volta do meio-dia, chegou à
cidade.
Diogo Rocha; Filipa Madalena; Marta Ramos 5º.I
VII - A Cidade
As ruas da cidade estavam cheias de gente e Oriana
sentiu-se muito perdida e muito tonta, no meio de muitas
casas e de muito barulho. Oriana estava à procura do
moleiro. Falou com o senhor sinaleiro e ele disse que
naquela cidade havia um milhão de pessoas e não
conhecia nenhum moleiro.
De seguida, perguntou ao vendedor de jornais e ele
também respondeu que havia muita gente naquela cidade e
que não conhecia nenhum moleiro.
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Então, Oriana encontrou um gato e perguntou-lhe se
sabia onde vivia o moleiro. O gato respondeu que sim.
Passaram por duas ruas e entraram no número 9537,
subiram até ao quarto andar e bateram á porta da casa
do moleiro.
Quando a mulher do moleiro abriu a porta, Oriana
disse:
- Olá! Eu sou Oriana e venho da floresta à procura
do moleiro.
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A mulher disse que não acreditava no que ela lhe estava a
dizer.
Depois, Oriana foi à procura do lenhador, encontrou
um cão vadio e perguntou-lhe se conhecia o lenhador. Ele
respondeu que sim e Oriana seguiu-o.
O lenhador tinha roubado dois cobertores e de
seguida tinha fugido.
O dono da loja gritou:
- Ladrão! Ladrão! Ladrão!
E o lenhador foi pra prisão.
Oriana logo que soube, pediu ao guarda que o
soltasse, porque o lenhador era um homem muito bom e só
tinha feito aquilo, porque os seus filhos estavam a morrer
de frio.
No dia seguinte, ao encontrar o poeta, este disse-
lhe:
- Tu não és a fada Oriana verdadeira! Não
encantas as ruas, nem tens asas.
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Oriana disse que não podia, pois tinha sido castigada por
ter faltado à sua promessa. Desanimada, decidiu
regressar à floresta.
Joana Pereira; Elisabete Castro; João Ferreira 5º.I
VIII - A árvore e os animais
Oriana chegou à floresta e não estava lá ninguém.
Estava sozinha!
Por momentos sentiu-se perdida, sem saber o que
fazer. Decidiu então ir procurar o filho do moleiro.
Encontrou-o junto de um veado e pediu que o
deixasse levar à sua mãe, mas o veado não deixou, porque
ela não tinha asas, por isso não era fada.
A única testemunha possível era o peixe mas, na
hora da verdade, ele não apareceu. Oriana viu-se impedida
de levar consigo o filho do moleiro.
Oriana chorava, chorava, chorava, até que a
Rainha das Fadas Más lhe ofereceu asas de má. Ela
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recusou, porque preferia ser menina normal e boazinha do
que fada e má.
Então, ela decidiu regressar à cidade e ajudar os que
verdadeiramente precisavam de ajuda, os homens
Tânia Sencadas; Vítor Costa; (Tiago Feiteira)5º.I
IX - O Abismo
Andou, andou, andou. Quado ia a meio do caminho,
viu ao longe uma sombra, a vir ao seu encontro. Era um
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vulto escuro, que estava com as costas dobradas e
caminhava devagar, encostado a um pau. Oriana, ao ver
aquela sombra, percebeu logo que era a velha que ela às
vezes ajudava. Ao ver aquilo, Oriana pensou:
<< Coitada! Eu nunca mais a fui ajudar e ela
anda um pouco cega. Aqui, perto do caminho perigoso,
mesmo perto do abismo, ela corre perigo. A partir de
agora, vou ajudá-la, como o fazia antes!>>
Oriana acelerou o passo, para ir para o pé da velha.
Mas, de repente, ao ver a velha a seguir o caminho do
abismo, Oriana gritou:
-Ai, ela vai cair ao abismo!
E gritou novamente:
-Para! Para!
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E começou a correr, mas Oriana estava muito longe
da velha e a velha muito perto do abismo, o lado bom, era
que a velha andava muito devagar e Oriana muito
depressa. Oriana corria, corria, de tão preocupada que
estava!
Então, a velha decidiu parar para descansar, mas já
estava a um passo do abismo e Oriana pensou que ainda
lá chagava a tempo. Mas, quando a ia agarrar, esta deu
um passo e caiu mesmo no abismo. Oriana esqueceu-se
que não tinha asas, saltou para o abismo, agarrou a
velha, mas não pôde voar e gritou de desesperada.
Viu o fundo do abismo e fez-lhe lembrar uma boca
enorme, prestes a devorá-las.
Mas, de repente, como um raio de luz, apareceu a
Rainha das Fadas. Estendeu o braço e tocou com a sua
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varinha de condão em Oriana e, nesse instante, Oriana
ficou parada, deixando assim de cair e segurando a velha.
Então a Rainha das Fadas disse:
- Oriana, cumpriste a tua promessa e saltaste para o
abismo, para salvar a velha e gostas tanto dessa tua
amiga, que nem te lembraste de ti. Foi por isso que, um
dia, eu te entreguei as plantas, os animais e os homens da
floresta. Quando tu os abandonaste, foi um desastre.
Mas como cumpriste a tua promessa, as tuas asas vão
voltar a nascer.
A Rainha fez um gesto com a mão, nascendo assim
asas a Oriana. Ela deu um salto de alegria! A Rainha
das Fadas, não só tinha para lhe oferecer as asas, como
também tinha a sua varinha de condão.
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E, mais uma vez, como um raio de sol, a Rainha
desapareceu.
Oriana puxou a velha e pousou-a no chão, guiando-a
assim até à floresta. A velha só dizia que parecia que as
fadas tinham voltado.
Oriana voltou e chamou alguns animais e pediu o
filho perdido do moleiro.
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Na cidade, Oriana tocou à porta da casa do
moleiro e entregou a criança. A moleira ficou muito
agradecida, decidindo assim voltar para a floresta.
Oriana foi à prisão, e com a sua varinha, adormeceu
os guardas, soltando o lenhador. Nesse dia, a família do
lenhador voltou para a floresta.
Quando chegou a noite, Oriana entrou num café.
Encostado ao balcão, o empregado dormia, quatro
homens, de costas para a sala, conversavam e, na mesa do
fundo, sozinho, estava o poeta.
Oriana atravessou o café, sem dar nas vistas, parou
em frente ao poeta e tocou-lhe levemente na mão:
-Sou eu – disse ela.
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-Vejo que és tu…és uma fada, e obrigado por
voltares. De mão dada, saíram do café e, mais tarde, da
cidade. Foram por um caminho ao longo do abismo, até à
floresta, iluminados pela lua cheia.
Quando lá chegaram, o poeta pediu que ela
encantasse tudo. Oriana levantou a sua varinha de condão
e encantou a floresta!
Ana Luísa Arnaud Maques Postiga; Raquel Maria Ramos Torres; Inês Silva
Marques; Hugo Miguel dos Santos Cruz 5º.I
Trabalho realizado no âmbito da atividade “Um autor
por período”.
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