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expediente diretor da fumappr. aléssio gomes de oliveira

diretor editorialpr. josé lima de farias filho

redação jornalista resposável pr. elias pitombeira de toledo - Mtb 24.465

capa e diagramação márcio de souza rodrigues

revisão do texto eudoxiana canto melo

autorespr. aléssio gomes de oliveira, pr. nata-nael guimarães rodrigues, pr. alan kar-dec, pr. joão leonardo júnior, mis. josé wilberth magalhães, ir. genésio mendes júnior, ir. ricardo radhiguieri rascado e ir. eudoxiana canto melo.

atendimento e tráfico geni ferreira lima - (11) 6955-5141

impressão gráfica e editora a voz do cenáculo rua afonso vergueiro, 12 - vila maria são paulo - sp cep: 02116-000fone: (11) 6955-5141 fax: (11) 6955-6120e-mail: [email protected]

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 5

índice

06 Apresentação

11 Existe ou não amor a primeira vista?

22 Ficar ou não ficar?

30 Quem escolhe com quem vou me casar?

35 Jovens ou adultos: Quem tem mais habilidades para amar?

41 Qual a finalidade do namoro?

48 Sexo antes do casamento: Qual o Problema ?

54 Pode haver discussão entre pessoas que se amam?

62 Posso ou não namorar alguém de outra religião?

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APRESENTAÇÃO

NAMORO, NOIVADO, CASAMENTO E SEXO

Entramos num período de nossa história em que todos exigem seus direitos: Liberdade de expressão, direito de ir e vir, sexo livre, etc. Assim, desde muito jovem, a pessoa entende que, em sua vida,

o que realmente conta é aquilo que ela decide por si mesma; algumas ve-zes, ignorando completamente a experiência de outras pessoas e as orien-tações bíblicas, querendo, desta forma, escrever a sua própria história, com o mínimo possível de interferência de quem quer que seja. É neste desejo de encontrar a independência tanto das pessoas “mais velhas” quanto de “princípios morais” que a juventude caminha a passos largos, em direção a um futuro incerto. Entretanto, o jovem cristão, de todos os tempos e lugares, deve ser consciente de que, para ele, esta regra não vale, pois nossos direitos não são ilimitados, e sempre teremos que pautar nossas escolhas e decisões de maneira tal que elas sejam aprovadas aos olhos de nosso Deus.

Comprovadamente, no que diz respeito à vida amorosa e sexual do jovem pós-moderno, a regra é liberar geral. As revistas com cunho porno-gráfico vendem milhões de exemplares anualmente. São sites, filmes, ou-tdoors, novelas, comerciais bombardeando, ininterruptamente, as nossas mentes, vendendo a idéia de sexo fácil e descartável e de relacionamentos sem compromisso, tendo tão somente em vista a finalidade de proporcio-nar prazer, por um curto período de tempo, negligenciando, desta forma, as orientações divinas para este período de sua vida: fuja das paixões da mocidade e procure viver uma vida correta, com fé, amor e paz, junto com os que com um coração puro podem a ajuda do Senhor (II Tm 2:22).

Em meio a um mundo conturbado, entendemos que abordar sobre o as-sunto: Namoro, Noivado, Casamento e Sexo é uma tarefa delicada, mas neces-sária. Por isso, nos propusemos a falar sobre ele, nesta série de Lições Bíblicas.

NAMOROA atração que um rapaz sente por uma moça ou vice-versa é a defi-

nição mais simples para “namoro”. Ele acontece devido a diversos fa-tores que envolvem a sexualidade e que despertam sentimentos de um

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para com o outro. Este é o período necessário para que os namorados conheçam as qualidades e os defeitos de cada um. É nesse período que as preferências pessoais serão expostas, e, desta forma, o casal vai se preparando para os passos seguintes, que são o noivado e o casamento. Noivado? Casamento? Isto mesmo, se a finalidade do namoro não for esta, é bem possível que se esteja namorando com um propósito que não tenha a aprovação divina.

É neste período, ainda, que ficará evidente se o que sentem é amor ou paixão. Se o namoro estiver alicerçado na paixão, nunca dará certo, pois fugirá ao divino propósito, uma vez que, diferentemente do amor, a paixão é egoísta. Enquanto o amor é sereno e busca a felicidade do outro, a paixão é cega, sem controle e busca tão somente satisfazer a si mesma. Desta forma, não é raro encontrar casais que, sem o devido cuidado, acreditando que estivessem se amando, se casaram num curto período de tempo, alegando estarem “apaixonados”, e estavam mesmo; entretanto, a paixão, diferentemente do amor genuíno, que jamais aca-ba, passa, o que, via de regra, gera desconfortos enormes na vida destes casais, que, na sua maioria, acaba se divorciando.

Se, por um lado, o namoro pode ser prejudicial, quando motivado por finalidades equivocadas, quando se torna possessivo ou descamba para a imoralidade, por outro, estimula positivamente no desenvolvimento e no aperfeiçoamento de algumas áreas de nossa personalidade, pois, devido ao fato de que há interação entre os dois, muitas qualidades e muitos defeitos, que, de outra forma, não seriam conhecidos vão, aos poucos, se mostrando e indicando novas diretrizes para o crescimento de ambos. En-tretanto, entre os muitos benefícios que este período proporciona, como a oportunidade para saber mais do universo do sexo oposto, de propor-cionar o bem-estar interior, advindo de amor que um irá demonstrar ao outro, os remete a momentos de interação social, o maior bem que deve proporcionar é o amadurecimento espiritual na vida dos dois.

NOIVADOO noivado é um compromisso que o casal assume, no sentido de in-

dicar que o casamento se aproxima. Aqui, nesta segunda fase do relacio-namento, é interessante que as questões que envolverão a vida dos dois sejam tratadas com maior firmeza, uma vez que é bem maior a proporção

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de noivados que acabam em casamento do que a de namoros que aca-bam em noivados.

É aconselhável que o primeiro passo, antes de se confirmar o noivado, seja a comunicação aos familiares (pais de ambos), em que a moça esteja presente, quando o fato for comunicado aos pais dele, e o rapaz presen-te, quando o fato for comunicado aos pais dela. A partir daí, se possível, que sejam intensificados momentos que proporcionem oportunidades para que as famílias se conheçam melhor. Após terem recebido o apoio dos pais, o pastor, oportunamente, também deve ser comunicado.

Como o passo a seguir será o casamento, alguns cuidados deverão ser tomados, durante o período do noivado: 1º) Os noivos precisam estar cientes de que ainda não estão casados, pois, certamente agora irão desfrutar de um grau maior de credibilidade o que, automaticamente, irá gerar maior li-berdade: sairão juntos mais vezes, por exemplo, mas, se querem ser bênçãos nas mãos de Deus, precisam evitar situações que os coloquem em elevado nível de tentação. Como dizia o sábio: “... a pessoa sensata vê o perigo e se esconde, mas a insensata vai em frente e acaba mal” (Pv 22:3 – NTLH). 2º) Os noivos precisam fazer exame pré-nupcial, necessário tanto para verificar as condições físicas dos noivos quanto para diagnosticar e tratar algum proble-ma congênito que possa trazer prejuízos aos filhos do casal. 3º) Precisam bus-car orientação sobre possíveis medidas que visem ao planejamento familiar.

CASAMENTOAs estatísticas oficiais do Brasil informam que, dos casamentos rea-

lizados em 1990, 20% foram de rapazes de 20 a 24 anos com moças entre 15 a 19 anos. Os Estados do Maranhão e Alagoas tiveram a maior porcentagem de moças que se casaram com menos de 15 anos e, em Rondônia, mais de 50% das mulheres solteiras que se casaram em 1990 tinha menos de 20 anos. Juridicamente, o casamento é a união legíti-ma entre homem e mulher; já o casamento religioso é aquele belo e esperado dia em que tem lugar a cerimônia, com músicas, convidados. Certamente, por isso envolver gastos, alguns precisam ser orientados a não entrarem no casamento envolvidos em dívidas. Certa ocasião em que falávamos sobre este assunto a um grupo de jovens, um deles disse que tudo isto “era apenas o princípio das dores” e que “a grande tribulação viria em seguida”. Mas, brincadeiras à parte, o fato é que os jovens estão

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se casando, e como vimos anteriormente na estatística, casando muito cedo. Por isso, cremos que seja oportuno relembrar que, dentre as princi-pais razões para o casamento, temos:

1) “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18): O casamento é uma oportunidade sem igual para que o casal aprimore a afetividade no relaciona-mento. A partir de então, os dois serão uma só carne. Saiba que a missão do esposo é fazer sua esposa feliz e que a missão da esposa, conseqüentemen-te, é a de fazer seu esposo feliz. Como sempre se diz: “Ninguém casa para ser feliz, mas para fazer o outro feliz”. Isso tem sua parcela de verdade, por que, se alguém entrar neste tipo de relacionamento com desejos egoístas, pensando apenas em si, certamente enfrentará sérios problemas.

2) “Sede fecundos multiplicai e enchei a terra” (Gn 1:28): Desta for-ma, cada casal recebe a missão de perpetuar a raça humana. Certamen-te, o sexo, dentro do casamento, não visa exclusivamente à fecundação. Entretanto, procriar não é tão somente um ato espontâneo da união se-xual, mas, também, uma responsabilidade, dentro do processo normal de fecundação, de multiplicar e preservar a espécie humana.

3) “E Deus disse: Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher e os dois se tornam uma só pessoa. Assim já não são duas pessoas, mas uma só” (Mt 19:5-6): Muito se tem falado sobre a questão de “deixar” pai e mãe. O certo é que Cristo explica que o cônjuge passa a ser o alvo prioritário do cuidado que, antes, era dedicado aos pais. Assim, “unir-se” um ao outro implica tanto aspecto físico, espi-ritual, quanto mental e afetivo; entretanto, aqui, Cristo está dando maior ênfase ao sentido de relação física.

SEXOEste é assunto que empolga todo mundo, devido ao fato de que fa-

lamos de algo extremamente explosivo e excitante. Entretanto, mesmo em face de toda a empolgação que gira em torno do tema, a maioria de nossos jovens encontra-se alheia a informações básicas sobre sexo.

O assunto também é extenso, no decorrer dos séculos, alguns mo-vimentos religiosos, como o caso do maniquismo do século III, faziam aberta oposição aos prazeres do corpo, ao sexo e à mulher, acreditando que este trio era obra demoníaca e que mesmo o homem só era criatura de Deus da cintura para cima, daí para baixo era igualmente do demônio.

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Os pais da igreja primitiva, como Orígenes, Agostinho e Jerônimo, viam o sexo como algo animal, pecaminoso e desprovido de amor. Somente Tomás de Aquino saiu em defesa, no século XIII, ensinando que a relação sexual era perfeitamente natural para o homem e para a mulher; dizia, entretanto, que o prazer sexual não deveria ser honrado.

Preconceito e desinformações à parte, o fato é que a Bíblia Sagrada enaltece a vida sexual, dentro do matrimônio, dando-lhe um toque todo poético, como ficou registrado em Gn 1:31: “E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom, lembrando que Deus havia criado tanto o homem quanto a mulher dotados de todos os desejos sexuais e viu que tudo era muito bom”. É bom ressaltar, ainda, que a ordem de multiplicar e encher a terra foi dada antes da entrada do pecado. Nisto, obviamente – para quem estiver tentado a (extrair o “a”) ligar uma coisa com a outra (sexo e pecado) –, podemos ficar à vontade para afirmar que, dentro do que ficou estabelecido por Deus, o sexo é puro e sagrado.

Satanás, entretanto, conseguiu que o homem passasse a utilizar esse bem de forma contrária àquela estabelecida originalmente pelo Criador. Nossa proposta é que, nos estudos desta série de Lições Bíblicas de Férias, em que trataremos os assuntos: 1) Existe ou não amor à primeira vista? 2) Ficar ou não ficar? 3) Quem escolhe com quem vou me casar?4) Jovens ou adultos: Quem tem maior habilidade para amar? 5) Qual a finalidade do namoro? 6) Sexo antes do casamento, qual o problema? e 7) Pode haver discussão entre pessoas que se amam?, coloquemos esta delicada questão no seu devido lugar, no qual, certamente, teremos a aprovação divina.

Pr Aléssio Gomes de OliveiraDiretor - Fumap

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Clara chegou em casa, entrou no quarto e, como de costume, en-costou a porta de seu quarto e se jogou em sua cama, permanecen-do um bom tempo deitada. Para Laura, sua mãe, que podia vê-la deitada, por entre a lacuna da por-ta, nada havia de diferente e não estranhou o comportamento da filha, que, geralmente, tinha por hábito, após chegar da escola, tirar um merecido cochilo, uma vez que, todos os dias, acordava bem cedo. Entretanto, com o passar dos dias, Clara, uma adolescente de quator-ze anos, foi se tornando cada vez mais calada e mantendo um olhar distante, qualidades até então des-conhecidas por todos, uma vez que ela era uma jovem sorridente e extrovertida. Com muita calma, Laura foi, aos poucos, entrando naquele universo diferente no qual sua filha se encontrava, ganhando, finalmente, a sua confiança.

Clara, meio encabulada, lhe confidenciou que estava perdida-mente apaixonada por um rapaz que estudava na mesma escola e que ele era tudo o que ela sempre

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esperou, e, mesmo que viesse in-vestindo em cima dele, estava claro que ele gostava de uma outra me-nina. Laura tentou esboçar alguns conselhos e, na tentativa de mini-mizar o sofrimento da filha, garan-tiu-lhe que aquele sentimento pas-saria, que ela já tinha passado por aquela experiência algumas vezes, em sua adolescência, e que, depois de algum tempo, o sentimento simplesmente acabou. Clara não acreditou e, no seu coração, pen-sou que, se sua mãe tivesse sen-tido por alguém o que ela sentia por Nelson, saberia que este é o tipo de sentimento que dura para sempre.

Esta é uma história que se repe-te com muitas Claras, Pedros, An-tônios, uma vez que é estatistica-mente comprovado que as pessoas ficam apaixonadas, amam e voltam a se apaixonar numa média de 7 a 10 vezes na vida.

A grande questão que se tor-na o foco principal desta lição é a busca de uma resposta satisfatória diante da pergunta secular se exis-te ou não amor à primeira vista. Há quem diga que sim, e a seu favor enumera experiências de pessoas conhecidas que “se apaixonaram à primeira vista” e que são felizes até hoje; outros saem em defesa de que é impossível amar alguém

que não se conhece, e que, se al-gum sentimento é despertado à primeira vista, isto não pode ser classificado como amor. Esta ala advoga que existe, sim, em milha-res de casos, um sentimento que é despertado numa primeira olhada, mas que isto é paixão ou desejo, jamais o amor genuíno, que deve ser o alicerce para a construção de uma nova família.

Um estudo sobre o assunto fei-to na Alemanha indica que existe o amor à primeira vista. O fato, en-tretanto, é saber se esse sentimento pode ser classificado como amor. Por outro lado, o “Portal Terra” afirma que “uma equipe de cientistas bri-tânicos deu fim à popular idéia do amor à primeira vista e afirmou que são necessários, em média, 12 meses para alcançar o verdadeiro amor”. Mas independentemente das gran-des pesquisas, o fato é que 88% da população brasileira acreditam que o amor à primeira vista existe.

De acordo com dados estatís-ticos, é muito pequeno o número de casais que afirma ter se apaixo-nado à primeira vista. Apenas um

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entre dez afirma ter iniciado o seu relacionamento através de um sen-timento que lhe foi despertado de um momento para o outro. Mes-mo assim, não podemos ignorar a importância de se falar sobre um tema que faz parte de nosso dia-a-dia e que, na maioria das vezes, tem trazido grande sofrimento para rapazes e moças que estão bem perto de nós; mesmo porque a paixão, sendo cientificamente um fenômeno bioquímico, pode ser despertada em qualquer pessoa. Assim, de repente, quando menos espera, você pode ser impulsiona-do pelas catecolaminas e levado a um estágio de plena fascinação por uma determinada pessoa, em que você entra numa espécie de pane. Desta forma, o seu córtex cere-bral estimula seus neurônios, e aí começa um enorme filme em sua mente. Você dá asas à imaginação. Todo aquele envolvimento lhe trás enorme satisfação e, quanto mais você imagina ou sonha com a pes-soa pela qual se apaixonou, mais estimula o seu organismo, que, por sua vez, tende a se apaixonar ainda mais. Assim, cria-se um circulo ex-tremamente prazeroso e, ao mes-mo tempo, em muitos casos, mui-tíssimo dolorido.

O certo é que, alguns momen-tos da sua vida, você poderá ser

surpreendido por sentimentos ex-tremamente fortes por uma pessoa que nunca antes havia visto e que, a partir daquele momento, mexerá com você, não sairá da sua men-te. Sem mais nem menos, você se verá envolvido profundamente por alguém que, até então, não fazia parte de sua vida. Tudo na pessoa lhe será atraente: você o achará lin-do, se agradará da cor dos olhos, da sua forma de falar, mesmo o som de sua voz lhe será agradável, e, como tudo nessa pessoa vai lhe parecer algo de outro mundo, você ficará convencido que a sua procu-ra pelo amor de sua vida acabou e que, finalmente, você encontrou a pessoa dos seus sonhos, que o seu sentimento não terá fim e que a vida sem a companhia dela não será possível, a possibilidade de não a ter em seus braços fará com que você sue frio e pense que a vida sem essa pessoa não terá mais graça, nem razão de ser. Em determinadas ocasiões, você pode-rá mesmo pensar que só existem duas alternativas possíveis: ou vive para sempre ao lado de quem você ama ou então não vive mais.O que acontece, entretanto, é que, neste caso, por mais forte que seja o sentimento que lhe foi desperta-do, você se apaixonou tão somente pelo exterior, pela aparência, pela

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casca e por mais dolorido que lhe possa parecer, é impossível alicer-çar um relacionamento em bases tão frágeis. Desta forma, não há como você saber o que ele pensa da vida, quais são os hábitos dele, quais são os seus dilemas pesso-ais, seus planos para o futuro, suas virtudes e defeitos e, assim, você não tem como amar integralmente uma pessoa da qual você conhece apenas a parte de fora.

Entretanto, infelizmente, quan-do algumas pessoas se encontram envolvidas por um sentimento as-sim tão profundo, têm enormes dificuldades em acreditar que algo tão forte vai acabar um dia e mesmo que milhares de pessoas testemunhem que também já esti-veram envolvidas em sentimentos semelhantes e que, meses após, o que parecia insolúvel havia se aca-bado, a pessoa se convencerá de que aquilo que ela está sentindo é muito mais forte do que as demais pessoas sentiram. E isto ela fará para se proteger contra o enorme sofrimento que ela entende que passará, caso o sentimento venha realmente a desvanecer.

Alguns se entregam, de corpo e alma, pois a paixão lhes dá a enga-nosa sensação de que nada poderá ser mais forte do que aquele senti-mento que envolve os dois, e, ge-ralmente, a paixão é acompanhada de uma enorme dose de estímulo sexual. Desta forma, como acerta-damente se diz que como brasas

juntas tendem ao fogo, dois apai-xonados tendem ao sexo, enten-demos ser oportunas as palavras de W. Pratne y: “O sexo é como fogo.O que acontece quando o fogo fica descontrolado? Em nosso mundo este fogo está ardendo de forma errada. Depois de descon-trolado, não conhece barreiras de classes, nem de posição, nem de graduação. O próprio inferno ali-menta as chamas com o combustí-vel dos contos pornográficos, livros imorais e imaginação depravada” “Não deixe o fogo arder fora dos limites prescritos por Deus. Se dei-xar, não conseguirá controlá-lo mais, e sofrerá queimaduras dolo-rosas e profundas.”

O sexo, sem a aprovação de Deus, criará enormes problemas, tanto para você quanto para as pessoas ao seu redor, e, certamen-te, o fato de que precisará enfren-tar uma situação delicada com Deus deve também ser levado a sério. Hoje, devido ao fato de que, tanto o adultério, que, em alguns círculos, é visto como algo chique, quanto o sexo pré-conjugal, é as-sustador o número de abortos co-metido anualmente nos Estados Unidos. As estatísticas americanas informam que, anualmente, apro-ximadamente, 300 mil casos de abortos são praticados por adoles-centes, que outros 250 mil filhos ilegítimos nascem todos os anos e que ainda há o alarmante qua-dro de 12 milhões de jovens que

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sofrem de doenças venéreas. Neste caso, é sempre bom atentar para as orientações bíblicas que são infle-xíveis, quando o assunto é sexo fora do casamento, empregando “três palavras que definem claramente onde os problemas sexuais se ini-ciam, antes que a pessoa cometa o pecado da fornicação, adultério ou perversão sexual”.

A primeira palavra, lascívia, indica que a pessoa, delibera-damente, tomou a decisão de excitar-se sexualmente fora do casamento. Desta forma, tanto através do pensamento quan-to de um ato praticado que vise despertar sexualmente a pessoa, dentro de um quadro em que este desejo não possa ser corretamen-te satisfeito, é lascívia. A segunda palavra, defraudação, neste caso, está ligada ao ato que visa des-pertar numa outra pessoa dese-jos que não poderão ser correta e plenamente satisfeitos, signifi-cando, desta forma, o ato de se tirar vantagem de alguém, sendo que a outra pessoa se submete passivamente à exploração sexu-al, que parte do defraudador.

A terceira e última palavra é concupiscência, que está relacio-nado à pessoa que vive subjuga-da por um forte sentimento sexu-al. Neste caso, a pessoa vive num estado de extrema excitação e não consegue voltar a um ponto de equilíbrio. Para todos aqueles que se encontram numa situação

ou em qualquer outra, a palavra de Deus segue em sua advertên-cia, dizendo: “portanto matem os desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade sexual, a indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobi-ça, porque a cobiça é um tipo de idolatria. Pois é por causa destas coisas que o castigo de Deus cairá sobre os que não lhe obedecem” (Cl 3:5-6).

Nunca é demais repetir que, por mais intensa que seja a paixão e por mais que as pessoas nela en-volvidas acreditem que nada pode dar errado numa coisa que pare-ce tão certa, provavelmente este sentimento estará morto nos pró-ximos 12 meses. Por isso, diante de uma experiência tão excitante, explosiva, mas com data de ven-cimento impressa na embalagem, quero lhe convidar a tirar a prova para que você saiba o que, afinal de contas, está lhe acontecendo. No quadro que se segue, há uma comparação entre paixão e amor. Aprenda a distinguir entre um e outro. Nas palavras dos escritores e palestrantes, pastor Sérgio e Ma-gali Leoto, há a seguinte pondera-ção: “Algo diferente está aconte-cendo com você! Suas emoções estão a mil. O coração parece que vai explodir. Tudo é tão emocio-nante e mexe com você! Mas será que é amor ou paixão?Confira no quadro abaixo e procure tirar suas dúvidas.“

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PAIXÃO AMORAcontece de repente. Na hora é aque-la loucura alucinada e desenfreada. É de momento, logo vai embora. Ela é passageira.

É um sentimento forte, mas prolon-gado e duradouro. Ele é mais seguro e tranqüilo. Cresce aos poucos, tornan-do-se cada vez mais sólido.

Você se entrega, se envolve, mas é só emoção. Você acaba fazendo coisas que não quer fazer. Quando passa o sentimento, a euforia, percebem-se os erros cometidos.

Não perde a cabeça facilmente. Não se governa pelo instinto. Dá um tem-po para examinar as suas emoções. Usa a inteligência. Só toma uma atitu-de depois de uma séria avaliação.

A paixão pode tornar-se uma obses-são, algo tão forte que foge ao seu controle. A conseqüência é um ciú-me desmedido.

No amor, você tem vontade de es-tar perto da pessoa amada, mas sem pressão. É de uma forma mais doce e amável. Tudo acontece naturalmente. Há mútua confiança.

Provoca uma ansiedade que aca-ba interferindo nas outras áreas da vida. Afeta estudos, trabalho, tempo com a família, relacionamentos com os amigos.

Sabe lidar com as demais áreas da vida, sem as prejudicar. Sabe convi-ver com os amigos. Não se afasta da família. Consegue conciliar: estudos, trabalho e namoro.

Desde que se “ame” tudo é válido. O importante é satisfazer os impulsos sexuais e realizar as fantasias.

Quem ama espera. Respeita o corpo do outro, sem deixar marcas e mágoas. Não confunde sexualidade com amor.

Um se interessa pelo outro simples-mente por uma questão de “pele”.

O visual não é o mais importante. Você quer conhecer o outro, seus interesses, sentimentos, planos e alvos de vida. In-clusive seus temores e fraquezas.

As diferenças são motivos de brigas e desentendimentos. Um fere o outro e ambos não enfrentam o problema. Acabam se afastando não permitindo uma amizade mais profunda.

No amor, existem as opiniões diferen-tes. Há discussões e ficam irritados. Mas buscam soluções para os problemas, usando o bom senso. O relacionamen-to torna-se mais profundo, a medida que superam junto as dificuldades.

Quando os pensamentos são opostos, o caminho mais fácil é substituir a pes-soa rapidamente. Não existe paciência para dar um tempo, e descobrir os pontos em comum.

No amor, há espaço para o outro dis-cordar, sem atacá-lo. Pode-se discor-dar de um pensamento, sem rejeitar a pessoa que o expressou. Respeitam-se os sentimentos e convicções do outro, mesmo que isto custe algum sacrifício.

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Na paixão você representa quem não é. Passa uma imagem falsa. Quando menos se espera, cai a “mascara”. Há medo de perder o outro, caso ele des-cubra quem eu sou de verdade.

Você se mostra como é de verdade. Por isso, o amor é transparente. De-monstrando não só as qualidades, mas também os defeitos.

A paixão é egoísta, busca os seus próprios interesses. Usa o relacionamento para avaliar suas carências: afetivas, sexuais e de companheirismo. É uma forma de auto-afirmar e sentir-se mais seguro.

O amor se interessa pelo bem estar do outro; quer ver a pessoa feliz e reali-zada. Preocupa-se com o outro, como se preocupa consigo mesmo. É muito mais dar do que receber.

Você pode apaixonar-se por duas ou três pessoas ao mesmo tempo.

O amor é fiel. Dedica-se exclusivamen-te a uma pessoa.

O relacionamento não tem ideal. Não faz planos para o futuro. O importan-te é viver o momento, o presente.

Não significa que estão obrigados a se casarem. Mas pensam seriamente nes-ta possibilidade. Os propósitos e metas para o futuro sempre incluem o outro.

Afeta sua comunhão com Deus e com a igreja. O namoro vem em primeiro lugar. Faz do namoro sua “igreja”.

Há uma preocupação e interesse em buscar as coisas de Deus. Não quebra a sua comunhão com os outros. Que-rem orar e ler a Bíblia juntos.

Provavelmente você terá problemas com os pais. Eles sabem que se o re-lacionamento estiver alicerçado só numa louca paixão, não vai durar. É comum ouvi-los pedir que se dê um tempo para pensar melhor, ou então até proíbem o namoro.

Quando os pais identificam um amor verdadeiro, baseado em compromisso, maturidade e sinceridade, geralmente incentivam e dão a maior força para que este namoro siga em frente.

É possível que este não seja o seu caso, mas há, ainda, quem creia que paixão à primeira vista está ligada a vidas passadas, idéia tão explorada atualmente na mídia televisiva. Os que advogam neste sentido entendem que as “almas gêmeas” já têm um futuro traça-do e vão se apaixonar de alguma forma e que isto se dará no exato momento em que seus caminhos se cruzarem. Este ensinamento,

entretanto, não tem respaldo no Livro Sagrado, uma vez que o cris-tianismo se opõe terminantemen-te à proposta de reencarnação: cada pessoa tem de morrer uma vez só e depois ser julgada por Deus (Hb 9:27).

Pode ser que você esteja envol-vido em alguma paixão e isto o le-vará a dar muito mais vazão à sua emoção do que à sua razão. Você pode mesmo ser tentado a des-

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considerar todas as experiências de quem já viveu situação semelhan-te à sua e que atesta que a paixão vai passar, independentemente de você acreditar ou não. Alguns cuidados precisam ser levados em consideração para que sua imagem seja preservada:

1) Durante o seu namoro, es-tabeleça limites e comunique-os a seu/sua namorado(a). O limite deve ser tomado e comunicado, quando estiverem conversando sobre o re-lacionamento de vocês. Não deixe para fazê-lo quando estiverem em situação já quase sem controle, pois alguém sexualmente agressivo po-derá anular sua decisão, sendo pos-sível que acabem por fazer algo de que você certamente se arrepende-rá mais tarde.

O apóstolo Paulo já advertia so-bre a necessidade de não se brincar com fogo, pois quem brinca com fogo, acaba se queimando. Por isso, o seu conselho é para que fujamos de situações de risco: fuja das pai-xões da mocidade e procure viver uma vida correta, com fé, amor e paz, junto com os que, com um co-ração puro, pedem a ajuda do Se-nhor (II Tm 2.22).

2) Aprenda a dizer não com voz firme. Não há por que aceitar passivamente um comportamento de alguém que alega ter tudo a

ver com você, mas que, ao mesmo tempo, não respeita o que você pensa sobre aquilo. Em alguns casos, você precisará ter firmeza, levantando-se e convidando a pes-soa a se retirar. Lembre-se de que haverá ocasiões em que, se você partir para um gentil “por favor”, com beijinhos e afagos, sua men-sagem não será entendida.

É bom que você tenha em men-te que a definição sobre qual fun-damento irá alicerçar seu namoro irá delinear todo o seu relaciona-mento. Se sua base forem os prin-cípios de nossa sociedade, você terá problemas, mesmo porque nossa sociedade acredita que este período (namoro) é uma oportuni-dade para aprender a fazer sexo, esquecendo-se de que o sexo é algo instintivo e que não precisa ser ensinado, pois faz parte da na-tureza humana, assim como respi-rar, dormir ou satisfazer nossas ne-cessidades fisiológicas. O que, de fato, precisamos aprender é amar com serenidade, respeitar, viver com dignidade e compromisso de empreender esforços, no sentido de fazer o outro feliz.

3) Evite longos períodos sozi-nhos. O homem verá, na sua dis-ponibilidade de ficar a sós com a pessoa amada, uma permissão para o sexo. Enquanto as moças

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entendem isto como uma oportu-nidade para momentos românti-cos, é possível que o rapaz enten-da que você esteja lhe indicando que aceita avançar um pouco mais na questão sexual; caso contrário, ele pensa, você não se submete-ria a ficar tanto tempo sozinha ao lado dele. É estatisticamente com-provado que a maior parte dos jo-vens que avançam o sinal, acaba se relacionando sexualmente no sofá da casa da moça, depois que algum tempo de namoro, quando os pais já têm confiança suficiente para deixá-los sozinhos. Lembre-se do conselho divino que diz: Quem tem juízo toma cuidado para não se meter em dificuldade (Pv 14.16).

4) Evite lugares escuros ou pou-co iluminados. Certamente, carícias e beijos, por si só, são fortes ingre-dientes para que haja excitação se-xual entre o casal. Se isto for feito em lugares pouco visíveis, grande se tornará a possibilidade de que ambos avancem o sinal, ultrapassa-do, assim, o limite da moralidade. Você precisa estar ciente de que o seu corpo desejará andar no limite dos prazeres sensuais, e, se você não evitar “conscientemente” situ-ações que favoreçam este contato, existe grande possibilidade de que pratique atos contrários aos princí-pios cristãos. É válida a advertên-

cia divina também nesta questão: A pessoa sensata vê o perigo e se esconde; mas a insensata vai em frente e acaba mal (Pv 22.3).

Como vimos, no decorrer des-ta lição, a resposta à pergunta que lançamos no tema é que não existe amor à primeira vista. O que pode acontecer à primeira vista é a pai-xão, que, na maioria das vezes, vem forte e avassaladora. Mas, na mesma rapidez com que chega, ela vai embora. Durante o tempo em que ela o domina, você se torna egoísta e cobra atenção constante da pessoa pela qual se apaixonou, isto, claro, no caso de seu senti-mento ter sido correspondido. A primeira vista, o amor genuíno é impossível porque, neste curto es-paço de tempo, só lhe é possível conhecer o exterior: o belo rosto, o bom perfume que usa, os lindos olhos, etc. Dominado por este sen-timento você acreditará que lhe seria impossível ser feliz ao lado de outra pessoa e que você foi feito para ela e ela para você. Entretan-to, por mais que isto possa doer em

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seu coração, permita-me dizer que isto não é verdade.

Todos nós temos necessidade de amar e sermos amados; entre-tanto, se não tiver o devido cuida-do com este sentimento extrema-mente forte, que é a paixão, você corre o risco de ser dominado por ele e levado a acreditar que a vida só terá sentido se estiver em companhia de uma determinada pessoa, e isto poderá trazer sérios prejuízos para você, tanto para a sua personalidade quanto para sua saúde física.

Por isto, se você se encontra envolvido numa situação seme-lhante, vá com calma; não te-nha pressa em entrar de cabe-ça numa situação que o possa machucar mais tarde. Acredite: este sentimento vai passar e você precisa se portar com toda a cautela, para que, quando isto acontecer não haja seqüelas que venham a colocar sob sus-peita o seu caráter, ou algo que comprometa tanto a sua saúde quanto a sua fé.

E quanto à Clara, o que aconte-

ceu com ela? Bem hoje ela tem 24 anos, tem dois lindos filhos, está casada com Tiago, um excelente rapaz que soube amá-la e respei-tá-la, dando-lhe todo o carinho e compreensão que precisava, quando Nelson a abandonou grávida de seu primeiro filho (fora os nomes que alteramos para preservar a identidade da família, tudo mais narrado é um caso real). Que o exemplo des-ta moça lhe sirva de alerta, e ao encerrarmos esta lição queremos relembrá-la da orientação pau-lina que diz: “... fujam da imo-ralidade sexual! Qualquer outro peado que alguém comete não afeta o corpo, mas a pessoa que comete imoralidade sexual peca contra o próprio corpo. Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus, pois ele os comprou e pagou o preço. Portanto, usem o seu corpo para a glória dele” (I Co 6:18-20).

PERGUNTAS

1. Leia Mt 15:19; Pv 12:20, 4:23 e o comentário e responda: Que cuidado devemos ter para não alimentarmos nossas mentes com pensa-mentos impuros?

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2. Leia Pv 31:30; G 5:22; II Sm 14:25, I Sm 9:2 e o comentário e res-ponda: Quais as características relevantes na personalidade de seu(sua) futuro(a) esposo(a)?

3. Leia Cl 3:5-6; Gl 5:19; I Ts 4:6; I Jo 2:15-17 e responda: O que sig-nifica lascívia, defraudação e concupiscência e quais os prejuízos morais advindos de sua prática?

4. Leia Ef 5:22-33 (amor); Ct 8:6 (paixão), o comentário e responda: Quais as diferenças de atitudes de uma pessoa apaixonada e de uma pes-soa que esteja amando genuinamente?

5. Leia II Tm 2:22; I Co 6:18; I Pe 5:8 e responda: No namoro, quando os limites devem ser estabelecidos e comunicados ao namorado?

6. Leia Pv 14:16, 22:3, o comentário e responda: A qual perigo está exposto o casal que permanece longos períodos sozinhos? Qual a orien-tação bíblica para os que agem assim?

7. Leia Pv 22:3, 14:15-16, 27:12, o comentário e responda: Qual a orientação divina para aqueles que, inadvertidamente, se expõem a situ-ações de risco?

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Com certeza, você já ouviu falar do tempo em que um relaciona-mento entre uma moça e um rapaz era levado bem a sério, quando um encontro sequer longe dos olhares de pais ou responsáveis era inacei-tável. Os jovens casais comprome-tiam-se num estágio de preparo para o casamento, o namoro, em que faziam planos para uma futura vida conjugal. Mas não pense que não havia aqueles que fugiam des-se padrão, mesmo sabendo que seriam reprovados.

Estamos nos referindo à socie-dade em geral, não apenas à Igre-ja. Valores como castidade comple-ta, fora do casamento, e fidelidade completa, no casamento, eram le-vados a sério nos relacionamentos entre homem e mulher. Não esta-mos, contudo, insinuando que, em algum momento, foi possível viver despreocupadamente no mundo, sem que fosse preciso lutar contra os poderes da maldade que agem nele. Sempre houve perversão, mas esta era exatamente assim considerada por ser reprovada por uma sociedade que ainda reconhe-

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cia bons princípios, porque sentia o bom cheiro de Cristo que exalava da Igreja.

Trata-se de um passado até mesmo recente – mais ou menos uns cinqüenta anos atrás –, mas que se torna cada vez mais distan-te da geração a que você perten-ce. Quando tudo começou a mu-dar? Por que mudou? Na verdade, o que hoje vemos é resultado de um longo processo, chamado mo-dernização, que, se, por um lado, promoveu uma revolução científica e tecnológica, com grandes bene-fícios à humanidade, por outro, trouxe uma alteração nos padrões de relacionamento humano.

Mas você já deve estar intrigado para saber o que esse blá-blá-blá tem a ver com ficar ou não ficar. À medi-da que prosseguir neste estudo, você vai entender que tem tudo a ver. É isso que tentaremos lhe mostrar.

Você mesmo vê, no seu dia-a-dia, os resultados da moderniza-ção: tudo é bem mais prático, rápi-do, diversificado. Comida, bebida, roupas, calçados, móveis e tantas outras coisas são tão bem aprimo-

radas, tão diversificadas que seu consumo torna-se praticamente irresistível para a imensa maioria. Mas aqui está um detalhe nem um pouco insignificante para este nosso assunto: Quanto mais consomem, mais inconformadas e insaciáveis as pessoas se tornam por consumir. Um só objeto não basta; são “necessá-rios” três, cinco, dez... e por aí vai.

Infelizmente, não há espaço, aqui, para uma grande discussão sobre a modernidade e todos os seus aspectos, com exemplos e tudo mais; mas você entende aon-de queremos chegar? Todo o ime-diatismo, a praticidade e o consu-mismo ultrapassaram prateleiras, vitrines e balcões e se instalaram nos relacionamentos humanos. As pessoas passaram a colocar umas às outras no mesmo nível de um lance McDonald’s: tornaram-se consumíveis, usáveis, de modo que aqueles que usam também são usados. As pessoas tiram van-tagem umas das outras. Ninguém quer perder; ninguém quer ficar para trás. O ser humano tornou-se tão descartável quanto as coisas que consome. Todo esse estilo de vida é fortemente encorajado por aqueles que controlam os meios de informação, pelos chamados “formadores de opinião” – publi-citários, escritores, artistas, apre-

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sentadores de programas de TV, estilistas, etc. –, e até mesmo pelas instituições de ensino.

Por que, algumas décadas atrás, os relacionamentos eram mais es-táveis e os compromissos, levados a sério? Por que, hoje, as pessoas não querem relacionamentos dura-douros? Porque o mundo atual va-loriza o superficial, o fútil, e bana-liza valores, princípios que a Bíblia jamais descartou. Entenda banali-zação como desinteresse pelo que era atraente, e até mesmo despre-zo, pelo que era fundamental. O grande efeito dessa banalização se faz sentir, exatamente, nos rela-cionamentos afetivos entre casais, irmãos, parentes, amigos, etc.

É aí que entra o ficar. Trata-se de um tipo de comportamento que tem como base a busca pela satisfação pessoal, tão valorizada em nossa época. Assim, uma vez conquistada a “presa” e alcançada essa satisfação, através de beijos, carícias e até mesmo do sexo de fato, cada uma das partes – tanto a moça quanto o rapaz – sente-se na vantagem, quando, na verdade, ambas são usadas, pois uma se sa-tisfaz às custas da outra, sem res-ponsabilidade alguma, sem com-promisso algum, no breve contato que têm, de minutos ou algumas horinhas. E, assim como um só tê-

nis, uma só bolsa, um só carro ou um celular menos sofisticado não bastam para saciar a sede de con-sumo, uma só “presa” humana não basta para satisfazer os impul-sos sexuais. Assim como qualquer lencinho de papel é jogado, depois de perder sua utilidade, os ficantes se descartam, depois de se “diver-tirem” às custas um do outro.

Até aqui, estamos nos referin-do a um estado de coisas que pre-domina no mundo, a uma forma de lidar com objetos e pessoas transformadas em objetos. Em se tratando especificamente de ficar, estamos nos referindo a um tipo de contato gerado desse estado de coisas e, portanto, muito valo-rizado no mundo moderno. Mas, e quanto a você, jovem cristão? Nestas condições, como membro do Corpo de Cristo, que é a Igre-ja, você deve se envolver com essa cultura? Deve adotá-la como for-ma de viver? Ora, Deus quer que você viva, aqui, como um ser hu-mano normal, e ainda não lhe deu um corpo superior ao que tem. Isto quer dizer que, mesmo depois de entregar sua vida a Cristo, você tem de lidar com as coisas deste mundo, até que ele volte. Mas isso significa que deve aceitar e assimi-lar toda essa cultura egoísta que está aí? Vamos conhecer o que a

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Bíblia diz sobre isso. O texto de Rm 12:2, que esco-

lhemos como base para este estu-do, diz: “Não se amoldem a este mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e per-feita vontade de Deus”. Aqui, é importante você entender “amol-dar” como encaixar em um mode-lo, adequar a algo. Na tradução da Bíblia Revista e Atualizada, está es-crito assim: “... não vos conformeis com este século”. A mensagem é a mesma, sendo que tanto “amol-dem” como “conformeis” são tra-duções para a palavra grega sche-ma. O importante mesmo é que você conheça a instrução do texto, que é: Não entrem no modelo do mundo; não se tornem iguais a ele, não se encaixem, não se adequem, nem considerem normal essa ma-neira de viver.

Então, diante dessa instrução da palavra de Deus, você pode olhar o quadro que lhe apresentamos do mundo, o modelo que ele oferece, especialmente quanto ao ficar, e comprovar que, já que a Bíblia vale hoje tanto quanto valeu nos sécu-los passados, ela está se referindo, sim, a este estilo atual de viver, que desdenha de compromissos, que zomba da castidade e que cultua

o egoísmo. É nele que o rapaz e a moça se encaixam, ao se portarem como ficantes. Você precisa, portan-to, estar ciente de que isto se opõe a Deus, ou seja, não há como estar dos dois lados (Mt 6:24). Trocando em miúdos, ficar não é coisa de cris-tão! Sendo assim, se quiser fazer o que é certo, você precisa levar bem a sério o conselho divino que lhe diz para não se amoldar.

No entanto, sua pergunta pode ser: Como posso me opor a esse modelo, se estou exposto a ele to-dos os dias, todas as horas, todos os minutos e segundos da minha vida? É aqui que entra outra ins-trução do texto bíblico: “... mas transformem-se pela renovação da sua mente”. Para que fique claro o que é essa transformação, imagine o seguinte: você tem duas fôrmas: uma quadrada e outra redonda. Faça de conta que a quadrada é a de Deus, os seus princípios, e a redonda, a do mundo. Você é a massa, que, mesmo jogada na fôr-ma redonda, precisa tomar a for-ma quadrada; ou seja: dentro do mundo, você precisa ter o formato de Deus. O que torna esse milagre possível é a transformação. Ela é essa ação antinatural que lhe dá um formato diferente daquele que você teria naturalmente, pois o nor-mal é que você, colocado na fôrma

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do mundo, tome a forma dele. Mas a transformação impede isso.

Sua pergunta, porém, só esta-rá respondida quando você sou-ber como pode conseguir essa transformação. Então, vamos lá: A parte seguinte do versículo diz que conseguimos transformar-nos “pela renovação da nossa mente”. Ora, só precisa de renovação o que já está gasto. E o que há de mais desgastante para um jovem cris-tão que ser bombardeado a todo instante com mensagens escritas, faladas ou cantadas, imagens e tantas outras coisas carregadas de apelo ao pecado? Ao entregar-se a Jesus Cristo, ele é justificado, ou seja, o pecado que, antes, o sepa-rava de Deus é cancelado, por cau-sa do sangue de Jesus (Rm 3:21-26, 5:1-2,6-11). Mas ele precisa manter-se puro, pois, do contrário, voltará à antiga vida de pecado. É por isso que precisa ter sua men-te constantemente renovada. Para este desafio, a palavra de Deus tem a solução: “Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Viven-do de acordo com a tua palavra” (Sl 119:9 – NVI).

É dessa renovação que você pre-cisa para se transformar ao molde de Cristo, ao invés de se adequar ao mundo. Sua mente só será re-novada se você a preencher com

a palavra de Deus. O necessário para não ser moldado pelo mundo é fir-mar-se nos princípios cristãos, que são eternos; é ter a mente de Cristo, que está manifestada na Bíblia Sagrada.

Sim, você é exposto, bombardea-do e invadido, constantemente, por conceitos que se opõem à palavra de Deus. A idéia do ficar é mundana porque tem como base o egoísmo, a sensualidade, a impureza (I Co 6:12-20; Gl 5:16-26); ou seja: ela nasce dessa forma anticristã de lidar com pessoas, sendo que o Senhor Jesus nos ensinou que devemos tratar os outros como nós mesmos gostaría-mos de ser tratados (Mt 7:12, 5:43-48; Jo 13:31-35; Gl 5:13-15).

Ser usado como objeto de di-versão, de satisfação de impulsos sexuais de outra pessoa agrada a você? Isso o torna mais digno? Com certeza, isso afronta a dignidade de qualquer ser humano; e tudo que afronta a nossa dignidade afronta a Deus. Sendo assim, a forma de você se manter fora disso é evitar coisas e situações que possam induzi-lo ao pecado e partir para o contra-ataque: expor sua mente ao ensino de Cris-to, bombardeá-la com a palavra de Deus e praticar seus ensinos; assumir a forma “quadrada” num mundo que insiste em torná-lo “redondo”.

É comum para a mente jovem pensar que o que é bom, divertido,

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agradável e bonito está na fôrma “redonda”. Afinal de contas, pa-rece interessante ter um relatório divertido da última balada, uma boa lista de parceiros de ficada. Sim, tudo isso parece interessante, quando não se pensa nas motiva-ções impuras e egoístas que geram tal comportamento e nas conseqü-ências dessa atitude que rejeita vín-culos e compromissos. Parece que ter um formato “quadrado” é difí-cil, desagradável e desinteressante. Contudo, a seqüência do texto-base deste nosso estudo diz: “... para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e per-feita vontade de Deus”.

Há, pelo menos, duas verda-des contidas aí: uma delas é que a vontade de Deus não é o que o mundo faz você pensar ser. A Bí-blia está lhe dizendo que ela é boa, agradável e perfeita, pois o Senhor é bom, agradável e perfeito. Ele nunca quis privar você de alegria, de coisas agradáveis. Mas aconte-ce que todo o bem que ele quer lhe dispensar envolve compromis-sos, relacionamentos saudáveis e duradouros, laços de amor, vín-culos afetivos, com ele e com as pessoas com quem você puder se envolver. Ele se compromete com seus filhos, zela por eles, e quer que o tenham como modelo para seus relacionamentos. A vontade de

Deus é, portanto, tudo o que ele é, e não importa que o mundo inteiro diga o contrário; o Senhor nunca vai deixar de ser quem é: santo, fiel, justo e bom; a própria verdade, o próprio amor. É isso tudo que ele quer para você.

A outra verdade desse trecho é que só é capaz de experimentar a vontade de Deus quem se deixa transformar por ele e toma a sua forma, através da renovação da mente, que, como já dissemos, é possível somente pelo conheci-mento e pela prática dos ensinos contidos na Bíblia Sagrada.

Agora que você já sabe por que ficar não é uma postura de quem segue os ensinos de Cristo (Jo 15:18-19) e como não se adequar ao padrão de vida do mundo, seu desafio é, portanto, praticar o que acabou de aprender: apegue-se à palavra de Deus e desvincule-se desse modelo que está aí fora, que insiste em torná-lo uma “coisa” usável e descartável, que lhe rouba a oportunidade de construir uma vida espiritual e social saudável, tanto para você quanto para a fa-mília que Deus pode lhe dar no fu-turo, pois é somente isto que a práti-

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ca de ficar dá aos que insistem nela: a incapacidade de ter compromissos com pessoas e um futuro de solidão. Olhe para o mundo e você vai ver que é assim. Mas não o imite. Olhe apenas para confirmar que o que Deus tem para você é infinitamente melhor que minutinhos de carícias com uma pessoa desconhecida.

Se lhe parece pesado ler a Bíblia, meditar nela, para rejeitar o mode-lo redondo do mundo, busque a ajuda do seu Pai celeste. Ele vai lhe

dar a coragem necessária para ini-ciar o desafio e vai torná-lo à ima-gem do seu Filho Jesus Cristo. À medida que você o conhecer, me-nos pesado será segui-lo, até que chegará um dia em que não será peso nenhum para você estar na fôrma dele, pois seus mandamen-tos não são pesados (I Jo 5:2-3; Mt 11:30). Essa caminhada o le-vará a um futuro glorioso, à eter-nidade; e Deus é mais que digno dessa glória.

PERGUNTAS

1. Leia Rm 12:2a e comente em que o modelo do mundo, em relação ao ficar, é diferente do modelo de Deus?

2. Leia Jo 15:12-23 e responda: Você pode se encaixar nos dois mo-delos? Por quê?

3. Leia Rm 12:2b e responda: O que é a transformação a que o texto se refere?

4. Leia Rm 12:2c; Sl 119:9 e responda: O que é a renovação da mente?

Como você pode ser renovado?

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5. Leia o texto-base, reflita com os colegas de classe sobre o que o texto diz a respeito da vontade de Deus e responda. Vale a pena trocá-la pelo padrão do mundo, especialmente quanto ao ficar?

6. Leia I Jo 5:2-3; Mt 11:30 e pense em coisas e situações que você precisa evitar para não se amoldar ao mundo e responda. Como a men-sagem desses textos pode ajudar você?

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Nossa pegunta-título é uma da-quelas perguntas de difícil respos-ta. Mais ou menos como quando perguntaram a Jesus: “Deve-se pagar imposto a César ou não?” A resposta de Jesus é sábia, como sempre, pois ele, como ninguém, olha cada situação em particular e posiciona-se com maestria: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Um exemplo de equilíbrio, verdade e reconhe-cimento da realidade da época. Apesar de Deus estar acima de tudo e todos, Jesus não descartou a responsabilidade do compromis-so social que cada ser humano tem como seu governo humano, gos-tando dele ou não.

Quem escolhe sua esposa ou esposo? Ainda que seja uma ques-tão bem específica, ela levanta uma das batalhas mais antigas e debatidas da história da teologia: soberania de Deus versus respon-sabilidade humana. De forma sim-plista, se Deus é quem escolhe, não deveria me preocupar, pois a responsabilidade é dele! Se quem

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escolhe sou eu, é como se dissesse que Deus não tem participação al-guma na condução da minha vida. Que bom que temos a Bíblia para nos ajudar nessa discussão nas pró-ximas páginas!

Em Gn 24, temos a narrativa da procura de uma mulher para Isa-que. Seu pai, Abraão, pede a seu mais antigo servo (v. 2) que vá à terra de sua parentela e lá tome esposa para seu filho. Abraão não queria uma esposa cananéia para Isaque. A Canaã de então era idó-latra. A promessa de terras e bên-çãos ainda não havia se cumprido integralmente para Abraão. Aliás, mal sabia Abraão que a concreti-zação de tudo aquilo que Deus lhe falara ao sair de Ur (sua cidade na-tal) demoraria muitos séculos para ter sua concretização final. O velho patriarca manda seu servo a Harã com o intuito de preservar a pure-za em sua família, não misturando Isaque com outros povos.

Ao chegar lá, o servo coloca-se em oração a Deus (vv. 12-14), na expectativa de que tenha êxito em sua missão de escolher esposa

para Isaque. Quem conhece a his-tória, sabe que ela tem final feliz. O servo encontra a bela Rebeca, pa-rente próxima de Abraão, conhece sua família, conta toda a história da sua jornada, e versículo 51 de Gn 24 é conclusivo: “Eis Rebeca na tua presença; toma-a e vai-te; seja ela a mulher do filho do teu senhor, segundo a palavra do SENHOR”. Afinal, quem escolheu Rebeca para Isaque: Deus, Abraão ou o servo dele?

O texto de Gn 24 apresenta alguns princípios importantes. O Pr. Jaasiel Botelho, do Ministério Jovens da Verdade, em suas pales-tras para namorados, usa esse ca-pítulo e apresenta, dentre outros, os princípios que se seguem: con-fiar em Deus para a escolha do(a) namorado(a); escolher alguém da família de Deus; valorizar a opinião dos pais, etc. É bem verdade que a cultura de lá era outra. No mun-do oriental, em alguns lugares, até hoje, são os pais que escolhem com quem seus filhos devem casar. Nós, ocidentais, fazemos nossas próprias escolhas. Independente-mente das diferenças culturais, os princípios de Gn 24 são úteis para que haja sabedoria na escolha. Mas o nosso assunto não são os princí-pios para uma boa escolha do côn-juge e, sim, quem escolhe! Nesse

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capítulo, ainda que haja uma clara e fundamental direção de Deus em todo o processo, existe também uma evidente participação huma-na na escolha.

Abraão decide enviar seu servo. O servo aceita ir e, lá, toma algumas atitudes que ele coloca em oração a Deus e espera a sua atuação. Ao conhecer Rebeca, ele vai à casa de seus pais e conta toda a sua histó-ria. Por fim, o pai de Rebeca decide concordar com tudo o que ouviu e oferece a sua filha em casamento a Isaque. Houve uma parceria en-tre Deus e o homem. Deus condu-ziu toda a escolha; o homem, por seu lado, submeteu sua escolha à vontade de Deus. Vejamos, então, a ação de Deus e a ação humana nessa parceria tão importante.

Nada foge ao controle do Se-nhor. Os textos acima são prova disso. Muitos outros podem confir-mar essa verdade (o Salmo 139 é um clássico da soberania de Deus sobre tudo e todos). A escolha do cônjuge também está no controle do Pai. Ele sabe, de antemão, qual será, quando será e por que razão se dará nossa escolha por tal pes-soa. Ele nos conhece profunda-mente. A escolha certa ou a errada não surpreenderá o Deus Eterno. Os planos humanos precisam vir antecedidos pela condicional: “Se

Deus quiser”. Agir sem a parceria de Deus é possível, pois temos o livre-arbítrio, mas é perigoso, pois temos enorme facilidade em tomar rumos que nos levam a situações difíceis.

Por outro lado, os planos de Deus não podem ser frustrados. Confiar nele e em sua Palavra é fundamental não só para uma boa escolha, mas para uma futura boa convivência. Submissão, entrega, parceria, amor são palavras do vocabulário de Deus, enquanto o mundo em geral tem usado outras palavras: prazer próprio, “eu” aci-ma do outro. Este é o desafio da nossa geração: casar e permanecer casado. Escolhas sem a parceria de Deus podem frustrar esse desafio.

As palavras “moderados”, “prudentes” ou “criteriosos”, de-pendendo da tradução bíblica que você utiliza, em Tito 2:6, são tra-duções para a palavra grega so-phroneo, que Paulo utiliza para aconselhar os jovens. Nossa esco-lha precisa estar revestida de so-phroneo; precisamos escolher com critério a partir de certos valores.

Ao escrever a Timóteo, Paulo o aconselha a ser padrão para os fi-éis. Podemos seguir o mesmo con-selho de Paulo, como ele mesmo diz, desde que tenhamos cuidado conosco, respeito à graça de Deus e conhecimento da Palavra e da dou-

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trina. Assim, podemos estabelecer valores bíblicos em nossas decisões, inclusive quanto ao casamento.

E aí? Quem escolhe? Você ou Deus? A resposta mais sensata parece ser: você e Deus. Você não pode fugir da responsabilidade de tomar atitudes e buscar um com-panheiro ou companheira. Ao mesmo tempo, Deus precisa fazer parte desse e de qualquer outro processo de sua vida, não por uma obrigação, mas por uma necessi-dade, à medida que você confia nele e deposita sua vida em suas mãos. Ele tem sempre o melhor, ele sabe, mais do qualquer outra pessoa, o que cada um precisa. Por isso, colocar sua escolha nas mãos de Deus é fundamental.

Então, de forma prática, como você pode saber que sua escolha é também a escolha de Deus? Fami-liaridade com a Bíblia é o primeiro item. Nela, está a vontade revelada de Deus e os princípios de sua atu-ação e de seu cuidado para com os seus. A propósito, Gn 24, que estu-damos, é um bom exemplo disso. Você precisa colocar tudo a Deus,

em oração, e estar atento às suas respostas. Tais respostas podem vir de diversas maneiras. De for-ma direta aos seus ouvidos ou ao seu coração, mas, mais comumen-te, entender a resposta de Deus envolve sensibilidade para ouvir conselhos (Pv 19:20, 20:18, 24:6). As circunstâncias, muitas vezes, dão claros sinais de portas que se abrem ou que se fecham. E quan-tas vezes quando elas se abrem e nós não entramos, e quando elas se fecham, nós as forçamos?!

Em resumo, conhecimento da palavra de Deus, vida de oração, bons conselheiros e sensibilidade às circunstâncias são itens funda-mentais para a tomada de decisão. Deus fez e tem feito sua parte para com a humanidade. Aliás, Deus tem feito a sua parte com você. E você? Tem feito o mesmo para com Deus? Ele o ajuda na esco-lha certa, mas você está atento à Palavra e ao que se passa ao seu redor? Não adianta, depois que tudo dá errado, dizer que orou e deu errado. Orar é falar com Deus, mas você precisa ouvi-lo também. Você está conseguindo ouvir o que Deus está dizendo? Quem esco-lhe? Você ou Deus? Você e Deus, cada um fazendo a sua parte. Que Deus o abençoe nessa decisão tão importante.

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PERGUNTAS

1) Leia Gn 24:2-7 e comente: O motivo da preocupação de Abraão, ao mandar seu servo procurar esposa para Isaque, em meio aos seus paren-tes, era não se misturar com os cananeus.

2) Leia Gn 24:1-4, 12-14, 21 e responda: A necessidade de que Deus orientasse e conduzisse todo o processo não impediu que Abraão e o servo tomassem algumas decisões importantes. Quais foram elas?

3) Leia Tiago 4:13-17 e responda: Como esse texto pode ajudá-lo a perceber a importância de Deus no projeto do casamento?

4) Sabendo que ninguém frustra os planos de Deus, leia Jó 12:13-14, 42:1–6 e analise com a classe como Jó, em seu sofrimento, entendeu isso.

5) Leia I Timóteo 4:12-16 Tito 2:6 e responda: Diante da responsabi-lidade pessoal na escolha do(a) esposo(a), qual a importância de se esta-belecer critérios para esta tomada de decisões?

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Falar sobre a habilidade de amar a jovens cristãos não deveria ser ne-nhum desafio; afinal, o amor deve-ria contagiar o mundo a partir dos seguidores de Cristo. Entretanto, quando nos referimos ao amor em relação ao sexo oposto, tudo pa-rece mais complicado. Parece que os pais não conseguem compre-ender o amor que os adolescentes experimentam e que nunca prova-ram a intensidade de um amor na adolescência. Mas, afinal, o que é isso que chamamos de amor? É co-mum dizermos que amamos sorve-te, chocolate ou massas. Também amamos aquele CD que acabou de ser lançado, aquele artista famo-so de Hollywood ou aquele carrão que acabou de ser exposto na fei-ra de automóveis. Amamos nossos pais, amigos, pastores e, claro, na-morados (as). Luis de Camões, um poeta português, definiu o amor como sendo: “... fogo que arde, sem se ver; ... ferida que dói e não se sente”.

Imaginem uma jovem chegando em casa, após seu primeiro encon-

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tro com um belo rapaz: Seus olhos a denunciam e ela, num suspiro emo-cionado, desabafa: “Estou apaixo-nada!”. Imediatamente, ouve-se o grito da mãe: “Você só tem quinze anos, nem sabe o que é o amor”. Mas será que os adultos sabem o que é o amor? Essa é a única pala-vra que a nossa língua oferece para expressarmos nossos sentimentos, nossas paixões e nossas preferên-cias. Mas a língua grega, idioma em que foi escrito o Novo Testamento, apresenta um bom número de pa-lavras para expressar esse estado de alma. Assim, o que foi traduzido do grego por amor pode ter significa-dos bem distintos.

Mas, já que vamos falar sobre o amor, seria oportuno distiguirmos duas palavras muito utilizadas pe-los jovens: paixão e amor. Procu-rando pela definição de amor nos diferentes dicionários de língua portuguesa, iremos nos deparar com uma aparente confusão ou mistura de significados entre amor e paixão. Assim, para facilitar nos-so aprendizado, utilizaremos a de-finição bíblica (veja o texto básico) para a palavra amor e a definição do dicionário Michaelis para a pa-lavra paixão. Somente sabendo dis-tinguir essas duas palavras podere-mos responder à pergunta de nossa lição: Jovens ou adultos: quem tem

mais habilidade para amar?

Conforme mencionamos ante-riormente, a palavra amor, usada no Novo Testamento, é a tradução de quatro palavras gregas diferen-tes: eros, fileo (II Pe 1:7; Jo 15:19, 11:36, 16:27), storg (Rm 1.31; II Tm 3:3; Rm 12:10) e ágape (Mt 3:17; Mc 1:11; Lc 9:35). Eros era usado pelos gregos para expressar paixão ou um sentimento forte. Freqüente-mente, o termo era usado pelos gre-gos com referência à paixão física ou sexual. Assim, podemos definir eros como atração física. Existem pessoas que pensam que sexo é uma palavra suja, mas foi Deus quem fez o sexo. O apóstolo Paulo, no Novo Testamen-to, trata o sexo como uma benção no matrimônio (I Coríntios 7:3–5).

Provavelmente, por causa das conotações ruins que adquiriu, a palavra eros não se encontra no texto grego do Novo Testamento. Este é o tipo de amor a que nos re-ferimos com as expressões “fazer amor” ou “morrer de amor”. Não é uma palavra ruim em si mesma, mas, se for isolada dos outros tipos de amor, pode ser uma perversão

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vulgar e grosseira, uma zombaria do verdadeiro amor. É da raiz des-ta palavra grega que vem o termo “erótico” na língua portuguesa.

A segunda palavra grega para amor é filia ou fileo. Filia era a pala-vra mais comum para amor usada pelos gregos. Ela se aproxima do uso mais recente que fazemos da palavra amor. Tem a ver com afei-ção e sentimentos calorosos por alguém ou alguma coisa. Podia ser usada para a afeição de um marido pela esposa ou para a afeição dos pais pelos filhos. Ou poderia ser usada para a afeição de um amigo por outro. Como este último uso é o mais comum no Novo Testamen-to, designaremos filia como “amor de amigo”. Um dos maiores exem-plos bíblicos desse tipo de amor é a amizade entre Davi e Jônatas, no Antigo Testamento (II Sm 1:26).

A terceira palavra grega para de-finição de amor é storg. Ela é, exclu-sivamente, utilizada pelo apóstolo Paulo para se referir ao amor mútuo existente entre pais e filhos. Paulo utiliza storg, tanto para a igreja de Roma quanto para Timóteo, sendo que, em ambos os casos, ele a utili-za no composto, e ressalta a neces-sidade de que, na Igreja, um deve nutrir amor pelo outro.

Chegamos à mais importante palavra grega para amor, não pela

palavra em si, mas pela qualidade do amor que ela expressa. É a pala-vra ágape. Essa palavra é usada em João 3:16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas te-nha a vida eterna”. Ela é também usada em I João 4:8,16: “Deus é amor”; em I Coríntios 13, o grande capítulo do amor, e nas passagens usadas para mostrar a supremacia do amor.

Uma vez que destrinchamos a palavra amor, vamos estudar um pouco sobre a palavra paixão. O Dicionário Michaelis define pai-xão como sendo: ”1 Sentimento forte, como o amor, o ódio, etc. 2 Movimento impetuoso da alma para o bem ou para o mal. 3 Mais comumente paixão designa amor, atração de um sexo pelo outro. 4 Gosto muito vivo, acentuada predi-leção por alguma coisa. 5 A coisa, o objeto dessa predileção”.

Como é possível observar, a paixão é um sentimento mais vio-lento e mais intenso. Nem sempre é um sentimento bom. Normal-mente, a paixão é ligada ao egoís-mo e freqüentemente confunde-se com eros. É por isso que, quando procuramos a definição para amor e paixão, nos dicionários de língua portuguesa, parece que o significa-

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do dessas palavras se mistura.Todo homem ou mulher, jovem

ou criança, foi feito com a capaci-dade, a habilidade de amar. Deus, o autor do amor, fez suas criaturas dotadas dessa capacidade. O gran-de problema que enfrentamos atu-almente é que Satanás conseguiu deturpar o amor criado por Deus; conseguiu separar o amor eros e torná-lo mais forte e evidente, fa-zendo que o homem deixe de amar e passe a se apaixonar, porque ele sabe que a paixão não é duradou-ra, que é egoísta e não agrada o coração de Deus.

Acreditando agir em nome do amor, jovens e adolescentes têm praticado as mais loucas aventu-ras. Sem pensar nas conseqüên-cias futuras, iniciam a vida sexual prematuramente, acreditando que o amor justifica tudo. A so-ciedade vem, convertendo inú-meros adolescentes em adultos prematuros, no aspecto sexual, sem fazer nada para ajudá-los a descobrir o aspecto afetivo e espiritual do amor humano: Em vez dos ritos tradicionais de en-contro entre rapazes e moças, que envolviam toda uma delica-da sensibilidade de um para com o outro, hoje, apenas encontra-mos, em muitos adolescentes, a impaciência por imitar os adul-

tos, por “amar” como eles, por ir mais longe, arrastados por uma curiosidade nunca satisfeita, por ir mais rápido, por queimar eta-pas, isto é, experimentar, na vida imatura, o que é reservado para a vida madura.

O jovem, apesar de ser capaz de amar tanto quanto o adulto – se bem que há jovens maduros e imaturos, assim como há adul-tos maduros e imaturos no amor –, é mais passível de ser enga-nado e de confundir paixão com amor. A Bíblia relata um caso interessante de dois jovens que tiveram problemas, confundindo esses sentimentos: a história de Siquém e da jovem Diná, que foi enganada pelo sentimento ego-ísta vestido de “amor” e acabou cometendo uma loucura que teve graves conseqüências (Gn 34:1-31).

Há pouco tempo, havia um programa de TV que exibia as “loucuras de amor”. Mas, jo-vem, não se engane! Ninguém comete loucuras por amor. As loucuras sempre são cometidas pela paixão. As discussões entre pais e filhos sempre acontecem quando um dos lados confunde esses sentimentos. Normalmen-te, os pais, com a experiência de vida e maturidade adquirida com

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o tempo, conseguem distinguir, com mais facilidade, amor e pai-xão e, por isso, tentam evitar que os filhos cometam as loucuras da paixão.

A orientação dos pais e os conselhos da Bíblia podem ser de grande utilidade para sa-bermos se estamos sofrendo de uma “paixonite aguda” ou se realmente estamos amando uma pessoa. A principal carac-terística do amor é o respeito e a doação. No amor, não exis-te espaço para o egoísmo. Se, numa relação, existe alguma coisa imposta, alguém “forçan-do a barra”, pressionando para fazer algo que o outro não de-seja, não há amor.

Podemos afirmar, com certe-za, que a paixão apresenta ca-racterísticas contrárias ao amor descrito por Paulo. Ela não é benigna; é invejosa; trata com leviandade e se ensoberbece; porta-se com indecência; bus-ca os seus interesses; irrita-se, quando não consegue se satis-fazer; suspeita mal; folga com a

injustiça e foge da verdade; não quer sofrer; não quer acreditar; não espera, nem suporta.

Portanto, jovem, não se en-tregue a promessas e juras de amor, sem, antes, analisar seus sentimentos, buscar conselho de pessoas sábias e mais expe-rientes; confie nos seus pais, que sempre desejam o melhor para você e, claro, busque a Deus em oração. Certamente, Deus responderá a sua oração, quando você buscar uma orien-tação. Analise as atitudes de seu namorado ou de sua namorada e compare com o que diz a pa-lavra de Deus. Você será capaz de saber o que é amor e o que é paixão. Quando o sentimento de amor estiver presente em vo-cês, não haverá dificuldades de estabelecer limites, respeitar-se mutuamente, estudar a Bíblia juntos, orar um pelo outro, de-senvolver um relacionamento sincero e íntegro com Deus. Vo-cês não terão medo de assumir compromissos diante de Deus e dos homens.

Antes de qualquer atitude, lembre-se de que todos temos a habilidade de amar, mas te-mos que ter a certeza de que estamos vivendo um amor e não uma simples paixão.

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PERGUNTAS

1. Leia o primeiro comentário e responda: Você acredita que a juventu-de sabe distinguir amor e paixão? Cite exemplos que você vivenciou.

2. Leia Ef 5:22-25,28; Cl 3:18-19; I Pe 3:1-7 e responda: Quais as ca-racterísticas do verdadeiro amor mencionadas na Bíblia?

3. Leia o comentário e descreva o que significa eros, fileo, storg e ága-pe. Cite exemplos em que essas palavras são utilizadas na Bíblia (Pv 7:18; I Sm 18:1-3; Jo 3:16; I Jo 4:8,16)

4. Leia Gn 34:1-5, o comentário e responda: O que aconteceu entre Siquém e Diná foi amor ou paixão?

5. Como Diná poderia ter resistido ao convite de Siquém? Os pais podem judar os filhos a fazer diferença entre amor e paixão? Justifique sua resposta.

6. Leia o comentário e responda: Como podemos identificar uma pai-xão? Quais as características desse sentimento que o diferem do amor?

7. O que acontece com maior freqüência entre os jovens: amor ou paixão? Quem tem maior habilidade de amar: jovens ou adultos? Justifique sua resposta.

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O ser humano foi criado para viver em comunhão. Tanto com Deus, o seu Criador (relação ver-tical), quanto com os seus seme-lhantes (relação horizontal). Na verdade, esse é o plano divino para nossas vidas. Foi o próprio Senhor Deus quem declarou: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18). Lemos, ainda, na sua Palavra que “Melhor é serem dois do que um” (Ec 4:9). Deus, percebendo que o homem estava sozinho e que não poderia continuar daquele jeito, providenciou uma companheira que o amasse e o ajudasse. Assim, a solidão deixou de existir na vida de Adão. Precisamos de amizade, namoro, casamento para vencer-mos a solidão. Mas, como saber que pessoa está nos planos de Deus para a vida de cada jovem?

Mesmo na solidão, o rapaz ou a moça deve tomar muito cuidado para não se envolver em qualquer tipo de relacionamento. É neces-sário saber esperar no Senhor (Sl 37:7a). Alguns jovens não conse-guem aguardar o tempo de Deus e acabam se precipitando, a ponto de

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se envolverem com qualquer pessoa. Quantas vezes já ouvimos: “Ruim com ele (ela), pior sem ele (ela)!”? É claro que tal afirmação não pode ex-pressar uma verdade, não é mesmo? Isso pode ser o resultado de um re-lacionamento sem o consentimento de Deus. A obra da criação foi per-feita e o criador fez macho e fêmea, homem e mulher e estabeleceu crité-rios para os relacionamentos. A fase da juventude é a mais empolgante e envolvente da vida.

Mas, nessa fase, é importante estar ciente do que realmente sig-nifica o namoro e qual a sua finali-dade. Não basta apenas dizer que está amando alguém. É necessário ter responsabilidade e compromis-so para com a outra pessoa. Para o jovem que realmente quer agir de acordo com as orientações de Deus, os desafios da pós-moderni-dade são intensos.

Quando voltamos um pouco no tempo, percebemos o quanto as coisas mudaram. Os conceitos, os valores, os relacionamentos, as crenças. Tudo isso é tratado hoje como se não tivesse tanta impor-tância para a vida. Em meio a essas

mudanças está o relacionamento amoroso entre um homem e uma mulher (namoro). Ainda existe na-moro? Hoje, quando um jovem fala sobre “namoro”, no sentido sério da palavra, torna-se, muitas vezes, alvo de piada e gozação, por parte dos colegas. O que está em evidên-cia nos dias atuais é o ficar. Mas o que é isto? Segundo o que os jovens definem, ficar é passar um tempo com alguém, sem qualquer compromisso. O ficar nada tem a ver com o namoro. Infelizmente, muitos jovens cristãos acabam sen-do influenciados pela mídia que apregoa a sensualidade, sem ne-nhum pudor.

Os jovens, rapazes e moças, principalmente os que querem le-var Deus a sério em suas vidas, pre-cisam observar, cuidadosamente, o que ele diz em sua Palavra, antes de se envolverem com alguém. É óbvio que o ficar não deve ser uma prática para esses jovens. O namoro deve ser levado a sério, pois, além de envolver sentimentos, serve como preparativo para o futuro ca-samento. É através do namoro que o casal passa a se conhecer melhor, não na intimidade, é claro, pois esse conhecimento íntimo só se dará após o casamento. Precisamos en-tender que o namoro do cristão não deve ser igual ao praticado no mun-

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do. Deve haver respeito de ambas as partes. Não se namora pensando em sexo, mas em afinidade de pro-pósitos e na partilha do amor com a pessoa amada.

O namoro é um período extre-mamente importante na vida de dois jovens cristãos e de muitas responsabilidades. Para tanto, é necessário que ambos tenham um bom nível de maturidade. Embora o desejo seja que ambos se tornem íntimos em seu relacionamento, isso não quer dizer liberdade no aspecto físico e muito menos liber-dade sexual entre os namorados. A relação sexual está reservada para ser desfrutada no casamen-to (Hb 13.4; Gn 2:24; Ct 4.12). A comunhão espiritual é de suma importância durante o período de namoro, pois, quanto mais perto de Deus, mais força o casal terá para vencer as tentações da carne. Devemos lembrar que Deus precisa ocupar o primeiro lugar e não o(a) namorado(a).

Como estamos lidando com jo-vens comprometidos com o Senhor, é importante lembrar que tudo deve ser feito objetivando a glória de Deus. O apóstolo Paulo, a esse respeito, afirma: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qual-quer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31). É pre-

ciso estabelecer certas normas para que o namoro cristão realmente se torne do agrado de Deus; uma de-las é evitar contato físico exagera-do. Todo(a) namorado(a) gosta de receber carinho, beijos e abraços. Porém, deve-se parar por aqui. Pro-cure, a todo custo, evitar continuar os avanços físicos, como tocar em outras partes do corpo da moça, por exemplo. Isso pode provocar desejos sexuais que não podem ser satisfeitos antes do casamento (I Ts 4:3-8; I Co 7).

Existem condições em que a freqüência de visitas deve ser li-mitada. Isso exige paciência por parte de ambos. Algumas vezes, a doença, o serviço militar, os estudos, os trabalhos, os deve-res pessoais impedem que este-jam juntos. Seja paciente nessas horas; tenha cautela no modo de vestir, em sua conversa, em seu comportamento e mesmo em seus gestos. Lembre-se de semear um ambiente agradável em que valha a pena estar jun-to. Evite ficar só com seu par, em ambientes fechados e por muito tempo. Procure estar com seu par em atividades com outros jovens, ou seja, procure envolver seus amigos em suas atividades.

Qual é, então, a finalidade do namoro? Podemos dizer que

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o namoro é o primeiro passo para um relacionamento mais sério entre duas pessoas do sexo oposto que se amam de verda-de. É a preparação para o ca-samento. É no namoro que os jovens têm a oportunidade para observarem, com bastante aten-ção, como é o comportamento do(a) futuro(a) esposo(a). Poderá surgir a seguinte pergunta, por parte do casal de namorados: Será que é com ele(ela) que irei casar? O fato de se estar namo-rando alguém não significa que este já vai ser o esposo. É impor-tante pedir a orientação de Deus para saber se é da vontade dele que este relacionamento amoro-so prossiga ou não; afinal, é ele quem determina tudo em nossas vidas.

O namoro do cristão deve ser baseado nos princípios sa-grados. Alguém poderá ques-tionar dizendo que os tempos estão mudados e que a realida-de hoje é bem diferente de al-gum tempo atrás. Sabemos que as coisas mudaram. Estamos vivendo na pós-modernidade; mas algo deve ser lembrado por nós, que conhecemos as Sagradas Escrituras. Jesus dis-se: “Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais

passarão” (Mt 24:35). Isto sig-nifica dizer que os princípios estabelecidos pelo Senhor con-tinuam valendo, embora os homens dessa nova geração tentem invertê-los. Meu caro jovem, Deus se agrada de nos-sa pureza; por isso, devemos mantê-la sempre. É preciso buscar sempre a presença do Senhor e a sua direção.

Se a finalidade do namo-ro sério é o futuro casamento, faz-se necessário considerar-mos alguns aspectos importan-tes em relação a isso. O pastor Paul Hoff apresenta algumas características a serem identi-ficadas pelo jovem, em relação à pessoa que poderá ser o seu cônjuge:

-te, e mais ou menos da mesma doutrina, para que não haja conflitos com relação à igreja que eles freqüentam. Os ca-samentos mistos resultam em muitos males.

quem se possa respeitar e ad-mirar. Não basta a atração físi-ca mútua.

quem o jovem se sinta à vonta-de e com quem sinta prazer em estar. Se ambos os jovens não

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podem conversar bem, quando estão em situações normais, e só se divertem quando estão nos braços um do outro, certa-mente não terão uma vida feliz no futuro. O companheirismo é muito mais importante e dura-douro no casamento do que a atração física.

com ideais parecidos. Se uma pessoa tem ideais muito nobres e outra não, haverá choques quase irreconciliáveis entre os dois. Devem ter atitudes idên-ticas com relação ao relaciona-mento com as outras pessoas, a moda, o dinheiro, o sexo, a ética nos negócios e os demais valores da vida.

O namoro dos jovens cris-tãos não deve ser muito pro-longado. Isso poderá levar o casal a ter um relacionamento muito íntimo. Se a intenção do namoro não for visando ao futuro casamento é preferível terminar. Alguns jovens, com medo de ficarem solteirões, acabam se precipitando. Na-moram um pouquinho, e da-qui a pouco já estão com o ca-samento marcado. Casamento é coisa séria, pelo menos para aqueles que têm responsa-bilidade e compromisso com

Deus. Para a sociedade atual, isso virou algo tão banal que muitos casam hoje e amanhã já estão separados. Outros, antes mesmo de casarem, já pensam na separação e dizem que, se não der certo, tudo bem. Jovem, lembre-se de que Deus tem um plano especial para você. É só aguardar por ele.

Os pais, os filhos e a lide-rança da igreja devem estar sempre preocupados com a vida sentimental dos seus jo-vens. Deve ser feito um tra-balho conjunto e constante de orientação, a fim de que eles procurem viver de acordo com os princípios da palavra de Deus. O apóstolo Paulo, orientando o jovem Timóteo, disse-lhe: Tu, porém, perma-nece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sa-bendo de quem o tens apren-dido (II Tm 3:14). Quando so-mos orientados, passamos a agir de maneira correta e sa-bemos que cada atitude nossa será benéfica. É possível fazer a coisa certa. É possível man-ter-se puro. Mas como? O sal-mista Davi responde: ... obser-vando conforme a Palavra de Deus (Sl 119:9).

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Agora que você já sabe qual é a importância do namoro, busque o direcionamento de Deus para a sua tomada de decisão. Lemos no Salmo 37:5 o seguinte: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele agirá”. Não aja sim-plesmente pela emoção. Se você entregar a sua vida nas mãos do Senhor e confiar no seu grande poder, com toda a certeza, ele agirá. Ele está pronto a abençoar, mas é necessário acreditar nele. Não se deixe levar pelos impulsos da carne. Ore bastante a Deus para que o seu relacionamento amoroso tenha a aprovação dele. Assim como você estabelece seus objetivos na vida espiritual e pro-fissional, você precisa fazer isso em relação a sua vida sentimen-tal. Deus tem um plano especial para cada filho seu.

Tenha uma vida compromissa-da com o Senhor e com sua Pa-lavra. Não fique preocupado com o que vão pensar a seu respeito. Importa obedecer ao Senhor. Po-dem chamar-lhe de careta ou ul-trapassado; não se importe com

isso. Dedique sua vida ao criador. O Profeta Isaias diz: Deixe o ím-pio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos (Is 55:7a). A sociedade tenta influen-ciá-lo nas suas atitudes e sempre com a tendência para aquilo que é maléfico. As regras da socieda-de não importam. Elas não o edi-ficam. Pelo contrário, distanciam você de Deus. Jovem, seja dife-rente! Mostre que você pertence a Cristo!

O que lhe resta fazer agora é levar a sério o seu namoro. Lem-bre-se de que você está se prepa-rando para assumir um compro-misso de maior responsabilidade, que é o casamento. Atente bem para os conselhos da palavra de Deus e não faça nada que cause frustração, tanto a você quanto à pessoa que está ao teu lado. Cul-tive uma vida de santificação e te-nha um namoro saudável, em que Jesus esteja presente. Atente para as palavras do apóstolo Paulo aos Colossenses, que diz: Exterminai, pois, as vossas inclinações car-nais: “a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria” (Cl 3.5). Dê um basta em tudo aquilo que não condiz com a postura de um cristão e seja muito feliz ao lado da pessoa que você ama.

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 47

PERGUNTAS

01. Leia Gn 2:18, o primeiro comentário e responda: O que Deus percebeu que não estava bom no homem?

02. Leia o segundo parágrafo do primeiro comentário e explique o porquê do cuidado de não se envolver com qualquer pessoa.

03. Explique por que o termo “namoro” está em desuso pela socie-dade pós-moderna?

04. Em que princípio deve ser baseado o namoro do jovem cristão?

05. Leia o segundo tópico da lição e explique qual é a finalidade do namoro.

06. Leia o Salmo 119:9 e responda: Como o jovem pode purificar a sua vida?

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 48

Ao dizer que “o mundo jaz no maligno” (I Jo 5:19), João afirmou que o mundo que não está sob a proteção espiritual de Cristo segue o modelo de vida maligno (Ef 2:2-3). Essa afirmação bíblica se evi-dência a cada dia, pois o certo vem sendo substituído pelo errado, a verdade pela mentira, o amor pelo ódio, a humildade pela exaltação, a vontade de Deus pela vontade do homem. Vivemos numa crescente inversão de valores. Tais inversões têm confundido a humanidade, que não sabe mais discernir entre o bem e o mal (Mt 24:10-12; II Tm 4:3-4). Em virtude disso, princípios básicos da vida social e cristã estão sendo quebrados e banalizados. A sexualidade é uma das áreas mais afetadas. Regras que, durante sé-culos, fizeram parte da cultura po-pular, preservando o pudor e os bons costumes, são desrespeitadas e tidas como ultrapassadas.

A presente lição tratará do prin-cípio bíblico da pureza, que ensi-na a abstinência sexual antes do casamento. Comentar sobre esse assunto há alguns anos seria uma

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 49

obviedade. Infelizmente, nos dias atuais não podemos dizer o mes-mo. Esse assunto tem se tornado antiquado, e o pior, não somente no mundo, mas também no meio do povo de Deus. A atividade se-xual honrosa, feita tão somente no laço do matrimônio (Hb 13:4) deu lugar à sexualidade sem compro-misso. Agindo assim, os homens estão ”... trocando a verdade de Deus pela mentira (...) estando cheios de toda injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malig-nidade; sendo murmuradores, de-tratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunço-sos, inventores de males, desobe-diente aos pais; néscios, infiéis nos contatos, sem afeição natural, sem misericórdia; os quais conhecendo o bom decreto de Deus, que de-claram dignos de morte os que tais coisas praticam, e não somente os que as fazem, mas o que aprovam (Rm 1:25, 29-32)”.

A Igreja como tutora do evange-lho da verdade, recebeu de Deus a missão de transportar os que vivem nas trevas para sua maravilhosa luz (Cl 1:13; I Pe 2:9). Trevas, na Bíblia, representam ignorância, falta de conhecimento, cegueira espiritu-al. A palavra de Deus é a luz que alumia na escuridão (II Pe 1:19;Sl

119:105). Assim sendo, vejamos o que a luz de Deus tem a revelar.

Deus é criador de todas as coi-sas, inclusive do sexo (Gn 1:28). A atividade sexual, dentro dos pa-drões divinos, é uma benção (I Co 7:3-6). Não obstante, o comporta-mento sexual antibíblico, como o adultério, fornicação, incesto, ho-mossexualismo, entre outros, são reprovados por Deus. A atitude do casal de namorados, noivos e côn-juges em relação ao sexo e a ou-tros aspectos importantes da vida íntima, pode determinar a benção ou a maldição divina no relaciona-mento a dois (cf. Dt 30:19, 28:1,2-15; Gl 5:19; Cl 3:5; I Ts 4:3).

O sexo antes do casamento é chamado na Bíblia de “fornica-ção” (Gl 5:19; Ef 5:5; I Tm 1:10; I Co 5:9). Em algumas versões bíbli-cas, aparecem outras palavras, tais como, “imoralidade”, “impureza”, “prostituição”, etc. Esses termos originam-se da palavra grega por-nea, que indica toda espécie de pe-cado sexual, inclusive o sexo entre solteiros.

Embora a fornicação tenha se

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tornado normal nos nossos dias, a Bíblia a considera pecado (I Ts 4:3; Cl 3:5; I Co 6:13,18; At 21:25; Ef 3:3), afirmando que os que a praticam não herdarão o Reino de Deus (Gl 5:19-21; Ef 5:5). O pra-ticante da fornicação não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece (Jo 3:36) e ele apare-ce, ainda, no livro do Apocalipse, incluído numa lista de pecadores a serem banidos da presença de Deus (Ap 21:8).

A fornicação, assim como as demais atividades sexuais desor-denadas, destroem os valores fa-miliares. A corrupção da família desestrutura a sociedade como um todo, aumentando a criminalida-de, a desonestidade, o desafeto, o desrespeito, e outros fatores noci-vos à raça humana. A humanidade precisa da família para sobreviver. Deus é o idealizador e mantenedor das famílias (Gn 1:26-28, 2:18,21-22; Mt 19:4-6). Seu desejo é per-petuá-las sobre a terra (Gn 12:3; Sl 68:6; Ef 2:19). Em contrapartida, a fornicação é inimiga da família, pois sua prática transmite a falsa idéia de que o casamento é desne-cessário e sem sentido. Além disso, a fornicação possibilita gestações inesperadas, decepções amorosas, doenças fatais e perversão sexual. O fornicário passa a ser um escra-

vo dos seus desejos e das conse-qüências que ele proporciona. Dessa forma, o homem perde sua identidade humana, guiado pelos instintos e não pela razão. Sendo inimiga da família, a for-nicação constitui-se inimiga de Deus. Os fornicadores, inevita-velmente, vestem a camisa do time adversário de Deus os quais serão desfeitos pelo sopro de sua boca, por ocasião da segunda vinda de Cristo (II Ts 2:8).

A fornicação tornou-se comum e possui seus veículos de propaga-ção, que, a cada dia, conquistam novos adeptos para participarem desse pecado. Telenovelas, filmes, revistas, jornais e até livros esco-lares assumiram o papel de con-selheiros aprovadores dessa prá-tica pecaminosa. Idosos, adultos, jovens e até crianças têm adota-do esses conselhos como verdade absoluta. E, em contextos seme-lhantes a estes, no decorrer da história, sempre se ouviu a firme voz de repreensão de Deus dizen-do: “Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fi-zeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3:10-12).

Nestes dias trabalhosos, em

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que os homens são “amantes de si mesmos, gananciosos, presun-çosos, soberbos, blasfemos, de-sobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, im-placáveis, caluniadores, inconti-nentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (II Tm 3:2-3), preservar valores espirituais ou morais é uma tarefa árdua. Num mundo em que as próprias auto-ridades governamentais, aliadas à mídia, apregoam o sexo livre, viver ou até mesmo pregar a pureza se-xual tem sido uma luta difícil de ser vencida.

Mas a Bíblia nos afirma que as armas da nossa milícia não são car-nais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derriban-do raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensa-mento à obediência a Cristo ( II Co 10:4-5 ).

Enquanto os simpatizantes e praticantes da fornicação têm o apoio popular e governamental para se prostituírem, os cristãos dispõem da palavra de Deus, para se conservarem distantes desta prática (Sl 119:9; Ef 6:17). A Bíblia é a arma pela qual o cristão se for-talece contra a tentação imposta

pelos desejos impuros da carne (Sl 119:11; Mt 4:2). Somente ela o protege contra o conselho dos ímpios (Sl 1:1-2, Sl 91:4), conce-dendo a vitória contra o maligno (I Jo 2:14), e certeza da aprovação divina, nos dando vida eterna (Jo 5:24, 6:63).

A sexualidade é tema de discus-sões em vários ambientes em que, tanto cultos quanto leigos, opinam sobre o ele. Ouve-se muito a res-peito do prazer que ela proporcio-na, mas muito pouco sobre os pe-rigos que ela oferece. Isso mesmo! A sexualidade, criada por Deus para ser uma benção, pode ser um perigo mortal, se não for usada adequadamente. Sabendo disso, o diabo tem trabalhado, de forma incansável, na mente dos homens, para distorcê-la. No que diz respei-to ao mundo, esse trabalho malig-no vem sendo “próspero”, pois a perversão sexual já se tornou uma cultura. A fornicação é o exemplo clássico disso. No meio mundano, o sexo antes do casamento tornou-se prática normal.

A igreja de Cristo é compara-da a uma noiva pura e imacula-

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da que aguarda pacientemente o seu noivo, Jesus. Esta simbologia, além de representar a santidade e a perseverança do povo de Deus, também indica a posição do crente diante de uma sociedade desenfre-ada sexualmente. Como a igreja aguarda pacientemente a volta de Jesus, para desfrutar plenamente do amor do Mestre, o cristão deve aguardar o enlace matrimonial para usufruir da sexualidade com a pessoa amada.

O jovem cristão não deve se con-

formar com o mundo, mas trans-formar-se com a renovação do seu entendimento, para que saiba qual é a boa, agradável e perfeita von-tade de Deus (Rm 12:2), conforme estudado na lição de número dois. A boa, agradável e perfeita vontade de Deus está expressa em sua palavra, a Bíblia Sagrada. A Igreja de Cristo deve vivenciar essa palavra, para proteger-se da fornicação. Agindo assim, ela será o sal restaurador dos princípios divinos e a luz da cegueira deste mundo (Mt 5:13-16).

PERGUNTAS

01. Leia Gn 1:28; I Co 7:3-6, o comentário e responda: O que diz a Bíblia a respeito do sexo?

02. Leia Gl 5:19; Ef 5:5; I Tm 1:10; I Co 5:9, o comentário e responda: Qual o significado bíblico para o termo “fornicação”?

03. Leia Gl 5:19-21; Ef 5:5; Ap 21:8 e responda: Qual será o destino dos fornicadores?

04. Leia Gn 12:3; Sl 68:6; Ef 2:19 e responda: Por que a fornicação é inimiga de Deus?

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05. De acordo com o comentário, responda: Quais os danos provoca-dos pela prática da fornicação?

06. Leia Sl 119:9,11; Mt 4:2, o comentário e responda: Em meio a tanta promiscuidade, como um jovem crente pode vencer a tentação de praticar o sexo antes do casamento.

07. Com base na lição, discuta em classe: Como a igreja de hoje pode se posicionar contra o pecado da fornicação?

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Você já parou para pensar por que os casais discutem? Ou por que muitos casamentos são des-feitos por “incompatibilidade de gênios”? Ora, sendo cada ser hu-mano singular, não há como se esperar que haja compatibilidade de gênios nos relacionamentos. Assim, você pode pensar que este assunto de brigas e discussões en-tre casais não tem muita importân-cia, que é coisa de gente casada ou que nada tem a ver com os jovens. Mas, na verdade, tem muito a ver conosco, porque alguns de nossos jovens já são casados e os outros irão casar um dia. Desta forma, se identificarmos as causas destes conflitos e aprendermos os segre-dos de um bom relacionamento, teremos grandes chances de ter um casamento muito feliz, no pre-sente ou no futuro. Outro motivo para o interesse neste assunto é que os conflitos de relacionamento acontecem também no namoro e no noivado, em que, desde logo, podem ser aplicados os princípios bíblicos que serão tratados neste estudo.

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Veremos que repartir a vida com alguém é um grande desafio. Exa-tamente porque, quando adentra o casamento, cada um leva consi-go uma “mala” enorme cheia de atitudes, idéias, comportamentos e crenças, que são aprendidos duran-te a vida toda. Desta forma, não é de admirar que surjam os conflitos. Maridos e esposas terão pontos de vistas divergentes, apesar de se amarem. Sem dúvida, haverá dis-cussões! No entanto, é necessário saber lidar com elas, pois isso po-derá determinar o sucesso ou fra-casso da vida a dois.

Na lição de hoje, buscaremos identificar os motivos de dissen-sões entre pessoas casadas e as causas de conflitos no namoro e no noivado, trazendo respostas das Escrituras Sagradas para essas situações. Desejamos que todos de posse deste ensino tenham relacio-namentos mais maduros e felizes.

Na Bíblia, temos o seguinte rela-to: Então o Senhor Deus declarou: Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda (Gn 2:18

– NVI). Esse texto mostra que o ser humano não foi criado para viver sozinho e, por isso, o homem e mulher são marcados pela carência de se completar. Assim, na criação, vemos que Deus os idealizou dife-rentes, para que se completassem. Contudo, é irônico percebermos que, apesar da necessidade recí-proca de estarem juntos, é muito comum vermos casais tendo dificul-dade de ter uma vida em comum, devido a brigas, conflitos e crises no relacionamento, que levam muitos a se separarem.

Mas o que nos leva o refletir so-bre a pergunta que está em debate hoje: Pode haver discussão entre pessoas que se amam? Em respos-ta a isso, os terapeutas e conse-lheiros de casais são unânimes em afirmar que conflitos e discussões são normais nos relacionamentos e que, dentro de certa medida, são até saudáveis. Isso ocorre por-que se trata pessoas diferentes, que vieram de famílias diferentes, educações diferentes, que tiveram histórias completamente distintas, que pensam e que têm opiniões próprias. Há, neles, diferenças de temperamentos, porque são pes-soas imperfeitas, pecadoras, e que, portanto, no convívio, terão atritos. De fato, todo namoro, noivado ou casamento bem sucedido, exige

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ajustes, adaptações, acordos e, de vez em quando, uma boa discus-são, isso é importante.

Além disso, é inegável o fato de que o homem e a mulher têm es-truturas psicológicas diferenciadas. “Os homens tendem a interessar-se em comunicar idéias, programas e planos. As mulheres inclinam-se a falar de sentimentos e emoções”. Homens e mulheres têm expectati-vas diferentes sobre casamento. As mulheres são, na sua maioria, mais emotivas, mais apegadas a detalhes; já os homens são mais práticos.

Já que as diferenças de um para outro são inevitáveis e que, por isso, acontecem os conflitos e os desen-tendimentos, é preciso enfrentá-las, não como barreiras, mas como oportunidades dadas por Deus para o crescimento e a santificação.

É necessário entender que “Prín-cipe Encantado” e “Cinderela” só existem em contos de fadas. Nin-guém é totalmente lindo, maravi-lhoso e perfeito. Na realidade, por serem dois pecadores com uma vida em comum, a tendência de esse rela-cionamento não dar certo é enorme. Todavia, o amor de Deus concede ao casal a bênção de ser, em amor, uma só carne (Mc 10:7-9).

O problema é quando o casal não consegue administrar os con-flitos, o que faz que as chateações

tornem-se constantes ou duradou-ras e até mesmo que o compromis-so seja rompido. Nossa proposta, aqui, é buscar os conselhos que a Bíblia nos apresenta para evitarmos isso e sabermos lidar com dificul-dade no relacionamento.

AOS CASADOSMotivos de dissensões entre

pessoas casadas: São diversos os motivos que levam um casal a uma briga: incompreensão, desamor, in-fidelidade, etc. Entretanto, há três motivos que queremos destacar: 1. Dificuldade na comunicação; 2. Difi-culdade de controlar as emoções; 3. Dificuldade de amar e aceitar a outra pessoa como ela realmente é.

1. Dificuldade na comunica-ção: Todo ser humano, em certo grau, tem dificuldade em relacio-nar-se pela comunicação. Mas o que é comunicar? Comunicar é mais que diálogo; é mais que falar; é quando as pessoas se entendem. Vários casais, quando conseguem comunicar-se, fazem-no de forma errada; pois não entendem, nem se dão a entender ao outro; criam um bloqueio na comunicação do casal. A comunicação completa é composta por elementos impor-tantes, que são: falar, ouvir e com-preender.

Vejamos o que a Bíblia diz a

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respeito:a. Saber falar: Nenhuma pa-

lavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edi-ficar os outros, conforme a neces-sidade, para que conceda graça aos que ouvem (Ef 4:29 – NVI). O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tem-po, quão é! (Pv 15:23).

b. Saber ouvir: Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para ira-se (Tg 1:19). Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha (Pv 18:13). Deus nos criou com uma boca e dois ouvidos, então, deve-mos ouvir mais e falar menos.

c. Compreender: ... os meus ouvidos o ouviram e compreende-ram (Jó 13:1). O amor é paciente, o amor é bondoso (...) Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo supor-ta (I Co 13:4,7). Não basta ouvir; é preciso compreender o que o ou-tro está falando e, ao falar, procu-rar ser compreendido. A boa co-municação exige paciência e é ato de amor, compromisso e interesse pelo outro.

2. Dificuldade de controlar as emoções: Muitas pessoas têm dificuldade em se controlar, no momento de uma discussão; têm explosões de raiva, acessos de

choro, gritos, ofensas e lamenta-ções. A dificuldade de controlar as emoções e o temperamento leva muitos casais a agressões físicas e verbais, que destroem suas vidas e seus relacionamentos. Sobre isso, o apóstolo Paulo nos ensina que, tanto a paciência quanto o domí-nio próprio, são frutos do Espírito (Gl 5:22). Em Provérbios, lemos: A pessoa sensata controla o seu gê-nio, e a sua grandeza é perdoar quem a ofende (Pv 19:11 – BLH). Se você não tem conseguido con-trolar-se, ore, peça ajuda ao Se-nhor; ele pode operar essa trans-formação em sua vida.

3. Dificuldade de amar e aceitar a outra pessoa como ela realmente é: O terapeuta John Drescher, no seu livro “Os Opostos se atraem”, afirma o se-guinte: “Não é difícil verificar, por-tanto, que somos atraídos, de ma-neira notável, para o casamento com aqueles cujo temperamento é oposto ao nosso. Ficamos fasci-nados pela pessoa que pode fazer aquilo que não fazemos. Somos atraídos pela pessoa que exibe qualidades pessoais que deseja-mos, mas não possuímos.” Este autor quer dizer que as pessoas têm a tendência natural de casar-se com alguém que seja diferen-te em seus traços marcantes de

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personalidade e temperamento, e foi Deus quem nos fez assim, para que um complete o outro. O irônico, segundo Drescher, é que, com o passar do tempo, es-sas diferenças de temperamento passam a incomodar, pois pas-samos a ver mais o lado nega-tivo que o positivo no tempera-mento da outra pessoa. Então, decidimos mudar a pessoa que amamos, tentando reformá-la e adaptá-la a nós. Essa atitude é muito prejudicial para o relacio-namento.

Para se ter um bom relaciona-mento, é preciso que o casal se aceite mutuamente com since-ridade. A dificuldade de amar e aceitar o cônjuge como ele re-almente é freqüentemente tem sido a causa de muitas discussões entre casais. O desejo de mudar o outro, muitas vezes, desde o namoro, expressa a falta de acei-tação, e isso fere, magoa, porque a pessoa está sendo rejeitada na sua maneira natural de ser, esma-gando seu ego.

Se você acha que alguns com-portamentos da pessoa que você ama são inaceitáveis, não tente mudá-la com seus próprios esfor-ços, mas entregue esta causa ao Senhor, pois não há nada impos-sível para ele (Sl 37:5; Mt 19:26).

Lembre que o Senhor é oleiro que pode moldar o vaso (Jr 18:4-6).

AOS NAMORADOS E NOIVOSCausas de Conflitos no namo-

ro e no noivado: Embora namoro seja uma fase muito romântica, não está livre dos conflitos. So-bre isso, a autora Nancy Van Pelt comenta que algumas discussões e brigas durante um relaciona-mento firme ou continuo são normais, diz ela: “se dois jovens jamais discordam um do outro ou discutem, não estão sendo eles mesmos, tampouco aprenderam a agir reciprocamente.” Todavia, Nancy alerta os jovens para um sinal de perigo no namoro, que é o excesso de discussões e bri-gas. Isso não é saudável. Se suas brigas superam seus períodos de paz, você tem algo com que se preocupar.

Esse excesso de discussão, na maioria das vezes, é fruto da ima-turidade do casal; um exemplo dis-so é o ciúme. Embora esse senti-mento seja uma obra da carne (Gl 5:20), muitas vezes, é tido como atitude de amor. Todavia, o ciúme não denota sentimentos sadios; antes, é uma demonstração de in-segurança, de uma auto-imagem negativa. O ciumento procura cer-car-se da outra pessoa de modo a

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garanti-la para si mesmo. Em suma, ele se torna egoísta e possessivo. É importante lembrarmos que esse negócio de muitas brigas e de ci-úmes no namoro são sintomas de paixão e não de amor.

Se você tem percebido que seu namoro ou noivado tem caminhado nesta perigosa direção de ciúmes e de constantes chateações, é neces-sário tomar a atitude de ter uma conversa franca com a namorada ou o namorado, a fim de buscar amadurecimento do casal. Porém, não havendo êxito, é necessário que você ore pedindo orientação a Deus. Talvez, o rompimento seja a melhor saída.

Costumamos dizer que o casa-mento é o namoro que deu certo; por isso, não podemos brincar de namorar. O namoro é uma ótima oportunidade de crescimento e aprendizado, não só porque pas-samos a conhecer alguém do sexo oposto, mas, também, porque passamos a conhecer um pouco de nós mesmos. É nesta fase que começamos a compreender certas diferenças e a nos relacionar com elas. Aprendemos a lidar com de-sentendimentos; treinamos o nos-so falar, o nosso ouvir e também a capacidade de compreender e entender o que outro está falan-do. Isso é importante porque, no

próximo passo do relacionamen-to, que é o noivado, há uma gran-de tendência de surgirem novos conflitos. Se, desde o namoro, já conseguirmos superar as barreiras da comunicação, teremos grande possibilidade termos um casamen-to feliz.

Uma boa comunicação é indis-pensável para que haja um bom relacionamento. Mas o que fazer, quando há discórdia entre o casal? O que fazer para não errarem no casamento? Além de seguirmos as orientações do tópico anterior, é indispensável a observação das orientações dadas pelo apóstolo Paulo, em Ef 4:25-32. Neste tex-to, são-nos apresentados alguns conselhos práticos e fundamen-tais para comunicação interpesso-al que devem ser aplicados na vida do casal:

1. Pare de mentiras e seja Sincero (4:25): A honestidade deve ser um compromisso cons-tante na vida do casal. O amor exige sinceridade. E a verdade deve ser sempre comunicada com amor.

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2. Controle-se (4:26,27): Mantenha seu temperamento sob controle, não grite, não ofen-da, fique calado, se necessário. O domínio próprio é um fruto do Espírito (Gl 5:22). Quando não o exercemos, damos lugar para que o diabo aja em nosso rela-cionamento.

3. Não deixe passar muito tempo (4:26): Não cultive a ira, nem o ressentimento. Procure resolver os problemas o mais rá-pido possível.

4. Tenha cuidado ao falar (4:29,30): Tenha cuidado com o que você diz e como você diz. Nossas palavras, conquanto não tenham poder, em si mesmas, para criar realidades – pois só Deus tem este poder –, podem colaborar para construir ou ar-ruinar relacionamentos. De-pendendo da imaturidade emo-cional e espiritual de quem as ouve, as palavras podem contri-buir negativamente para entris-tecer e amargurar pessoas por muito tempo. Quando a comu-nhão do casal está afetada, a comunhão com Deus é também prejudicada.

5. Diga apenas palavras que edifiquem (4:29): Ao falar com a outra pessoa, suas pala-vras precisam transmitir graça;

devem ser expressões de amor. Muitas pessoas só abrem a boca para criticar e reclamar; seria bem melhor se abrissem a boca para fazer um elogio, para dizer “eu te amo”.

6. Jogue o lixo fora (4:31): Jogue fora, de vez em quando, o lixo do relacionamento. O pro-blema dos casais, neste sentido, está em juntar, até não caber mais, queixas, mágoas, chatea-ções, até se tornar insuportável, culminando numa “explosão de nervos”.

7. Perdoem uns aos outros (4:32): Neste versículo, Paulo diz que precisamos ser bondosos e compassivos uns para com os outros. Compassiva é a pessoa sensível aos erros alheios. Deve-mos entender que nosso cônju-ge ou noivo(a) ou namorado(a) não é perfeito(a). Precisamos ter paciência com suas falhas. De-vemos ser bons e atenciosos uns com os outros. Mas o ponto mais importante deste versículo é o ensino de Paulo sobre o perdão. Precisamos estar sempre dispos-tos não somente a perdoar, mas, também, a dizer “eu errei”, “por favor, perdoe-me”. A disposição para o perdão é fundamental para dissolução e saída dos con-flitos.

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 61

1. Leia Gn 2:18; Ef 4:26 e o comentário e responda: Pode haver discus-são entre pessoas que se amam? Justifique sua resposta.

2. Entre os motivos de dissensões entre pessoas casados, destacamos três: a dificuldade na comunicação, a dificuldade de controlar as emoções e a dificuldade de amar e aceitar a outra pessoa como ela realmente é. Comente cada um destes motivos, baseado-se no comentário.

3. Com base em Mt 19:3-8 e no conteúdo desta lição, responda: “In-compatibilidade de gênio” é motivo aceitável para o divórcio?

4. Baseando-se no comentário, comente as causas de conflitos no namoro ou no noivado e responda: O ciúme é saudável para o relaciona-mento?

5. Leia Ef 4:25-32 e comente: Quais são as orientações do apóstolo Paulo para se ter um bom relacionamento?

PERGUNTAS

PARA SABER MAIS Os Apostos se Atraem – Ed. Mundo Cristão Conversando a gente se entende! – Ed. Sepal O Namoro Completo – CPB

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A exemplo de outros temas já tratados nesta série de lições, Posso ou não namorar alguém de outra religião? é um daqueles as-suntos um pouco mais complexos do que possamos imaginar. Nossa proposta é que, num primeiro mo-mento, possamos refletir juntos so-bre outras duas perguntas básicas que devem vir antes, e, quem sabe, depois disso, consigamos, de uma forma bem despretensiosa, porém, temendo e tremendo diante do Deus da palavra, chegar a algumas conclusões.

É importante deixar registrado que todos os nossos apontamen-tos vão se dar a partir da perspec-tiva do namoro cristão, sendo que quem participa deles são pessoas nascidas de novo, que vivem em novidade de vida, que se deixam guiar pelo Espírito Santo, que têm desejo de viver segundo os propó-sitos divinos, que professam o Se-nhorio de Cristo sobre suas vidas, enfim, aqueles homens e mulheres que foram tirados do império das trevas e trazidos para o glorioso reino de luz de nosso Senhor e Sal-

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vador Jesus Cristo.Queremos pensar com você so-

bre uma pergunta bastante básica, mas que traz, em si, uma resposta muito clara: O que é namoro? Len-do alguns estudiosos do assunto, poderíamos trazer a seguinte defi-nição: Forma especial de amizade que se dá entre duas pessoas do sexo oposto, amizade que pode tornar-se amor verdadeiro e levar o casal ao noivado e ao casamento.

Note que existe um caminho natural desenhado: amizade, amor, namoro, noivado e casa-mento. Outra questão importan-te na resposta é pensar sobre o desenvolvimento natural desta amizade e deste amor. O namoro dá-se através de fases, que vão desde o “casual” (em que não se tem ainda maiores envolvimentos ou implicações sentimentais) até o chamado “namoro firme” (fase do compromisso, dos planos e so-nhos, quando já se fala de casa-mento e vida comum).

A segunda pergunta para nossa reflexão é: Por que Namorar? Den-tre tantas respostas, gostaria de pensar sobre dois grandes motivos: 1. Para encontrar um futuro côn-juge, embora os jovens namorem para viver uma vida de sociabilida-de e recreação. Tal relacionamen-to, sendo saudável e progressivo,

naturalmente, irá desembocar no casamento. Encontrar o futuro cônjuge é, definitivamente, a base do assunto em questão.

O segundo grande motivo está bastante ligado ao primeiro. As-sim, depois de encontrar o prínci-pe ou princesa dos sonhos, todo jovem, consciente ou inconscien-temente, quer que seu relaciona-mento lhe dê a tão sonhada uni-dade emocional, física e espiritual. O casamento deveria ser a réplica do relacionamento que deveria existir entre Deus e o homem. Portanto, o namoro e o casamen-to deverão ser aqueles veículos que trarão consolidação das bases emocional, física e espiritual aos envolvidos.

Ora, se, na ênfase da nossa introdução, procuramos trazer à tona a importância do namoro, bem como seus desdobramentos, tanto no que diz respeito à res-ponsabilidade, como também aos benefícios que ele traz às pessoas sérias e comprometidas com a pa-lavra, poderíamos resumir esta par-te dizendo que o namoro deve ser concebido como instrumento tera-pêutico de Deus para aqueles que buscam uma vida equilibrada, em todas as áreas, mas especialmente, na vida social, intelectual e espiri-tual (ênfase nossa).

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Considerando o comentário ini-cial, alguém poderia dizer: E daí? Onde está a resposta à pergun-ta-tema do estudo? Pois bem, de fato, a Bíblia não apresenta, ex-plicitamente, nenhum versículo, do tipo: Não namorarás um não-cristão. Por outro lado, a própria palavra de Deus nos revela alguns ensinamentos que nos possibilitam chegar rapidamente às conclusões mais acertadas.

Um desses trechos é o texto bá-sico de II Coríntios 6.14, que, na tradução da Bíblia Viva, está escrito da seguinte forma: Não entrem de-baixo do mesmo jugo daqueles que não amam ao Senhor, pois que tem o povo de Deus em comum com o povo do pecado? Como pode a luz conviver com as trevas?

Podemos concluir que namo-rar alguém que não partilha das mesmas perspectivas religiosas, fatalmente, trará problemas e di-ficuldades. Lembre-se dos apon-tamentos iniciais sobre o caminho natural do namoro, suas fases e desdobramentos? Num primeiro momento, você se sente o dono da situação, com o controle nas

mãos. Estar mais ou menos tempo com a pessoa amada só depende de você. Passado um tempo, a si-tuação muda e, nessa altura do campeonato, passar “mais e mais e mais tempo” com a pessoa ama-da só depende de você (e do seu coração apaixonado); até chegar, finalmente, aquela fase “crítica” em que não há mais como deixar de gritar pra todo mundo ouvir: “Estou te amando como nunca amei ninguém”. A partir desse momento, pode acreditar, se você arriscou e resolveu pagar o preço pelo namoro com alguém de outra religião, prepare-se, porque come-çará a “colocar a mão no bolso”. Não duvide: as direções são opos-tas, e chegar ao momento de fazer escolhas só será uma questão de tempo. De uma forma ou de outra, ciente ou não dos fatos e da situ-ação gerada por você mesmo, terá de fazer escolhas que o consumi-rão: Deus ou o namorado (a).

Como se não bastasse, o após-tolo Paulo avança um pouco mais nas suas palavras e acaba formu-lando seis perguntas extremamen-te diretas e objetivas para nossa reflexão:

1. “Que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade?”

2. “Que comunhão há entre a luz e as trevas?”

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 65

3. “Que harmonia há entre Cris-to e o maligno (diabo)?”

5. “Que união há entre o crente e o incrédulo?”

6. “Que ligação há entre o san-tuário de Deus e os ídolos?”

Ainda em II Coríntios 6.17,18, o mesmo apóstolo traz uma citação não menos impactante a respeito da advertência do Senhor Deus à nação de Israel de não se con-taminar com as nações ao redor. Deuteronômio 7.3,4 nos diz: nem contrairás matrimônio com os fi-lhos dessas nações: não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos. Em ou-tras palavras, nosso Pai eterno esta-va proibindo terminantemente que seu povo casasse com os pagãos e da mesma forma Paulo está, pela autoridade do Espírito Santo, tra-zendo o mesmo alerta sobre o pe-rigo do casamento de crentes com incrédulos.

Você lembra alguns dos moti-vos para o namoro e o casamen-to, tratados, também, na nossa introdução? Estamos nos referin-do a crescimento social, desen-volvimento físico e espiritual. E aí? Se você escolher a Deus, seu coração se sentirá ferido quase que mortalmente; se escolher a pessoa amada, dará de ombros para aquele que o criou e o se-

gurou por todos os caminhos que seguiu, aquele que é o centro e a razão não só da tua existência, mas de todo o universo; as coi-sas acontecem porque ele está na retaguarda. Se escolher essa “trilha”, o processo de entorpe-cimento espiritual que ela desen-volve em você pode levá-lo a ter-minar numa “fria”. Pare e pense: Quantos jovens você já conheceu e com quem até mesmo já convi-veu, que, hoje, estão literalmente embaraçados e distantes do “ca-minho”?

Namoro de “gente grande”, gente de Deus, gente do Cristo, é para ser levado a sério, é para ser encarado como a fase do conhe-cimento. Iniciada a amizade, a se-gunda fase (namoro), inicia-se o momento para o conhecimento, as análises, a troca de informa-ções, os diálogos, as observações sobre tudo. Se, mediante muita oração e percepções, você enten-der que deve continuar no rela-cionamento, saiba de uma coisa antecipadamente: você terá uma longa jornada pelo caminho, em que uma série de ajustes e consi-derações deverão ser feitos e toda uma carga cultural e familiar terá de ser estudada e trabalhada, em que haverá todo um “custo ope-racional” a ser assimilado. Você

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 66

já parou para pensar na possibili-dade de ter de assumir tudo sozi-nho? Sem o apoio e a retaguarda daquele que o formou e o conhe-ce infinitamente melhor do que você mesmo?

Que tal mais uma reflexão sobre a questão apresenta-da pelo grande apóstolo Pau-lo aos coríntios? Essa questão dos dois animais de espécies diferentes realmente é muito sugestiva para sermos levados a pensar, usar a inteligência que Deus nos deu e, com sua graça e seu amor, tomarmos a decisão mais acertada. Será que já temos condições de for-mularmos algumas conclusões? Qual é o seu palpite? Definiti-vamente, parece que não seria uma boa arriscar percorrer tal maratona, sem a presença da-quele que, além de ser o gran-de técnico, também é o nosso grande preparador físico. O que você acha? Você decide! Ainda está pensando? Há mais algumas respostas a buscar? Tudo bem.

Observe estas informações bastante oportunas e esclare-cedoras sobre o assunto em discussão. A escritora Nancy Van Pelt, em seu livro “o na-moro completo”, afirma:

As quatro causas mais co-muns de conflito em matrimô-nios de fé mista, em ordem de freqüência, são:

1. Conflito acerca de que re-ligião as crianças seguirão. Se o casal já não entra em acor-do sobre questões religiosas, quando os filhos entram em cena, tudo se complica ainda mais.

2. Conflito acerca da freqü-ência à igreja. Muitas vezes é apenas depois do matrimônio que o casal percebe como es-tão arraigados, em sua vida, os valores e normas de sua fé.

3. Conflito acerca da in-terferência dos sogros em as-suntos religiosos. Eles estarão observando e esperando para ver se seu neto será criado na igreja “verdadeira”.

4. Conflito acerca do tama-nho da família e/ ou do lugar para os filhos. As estatísticas indicam que os casais de fé mista têm menos filhos, possi-velmente devido aos problemas que surgem durante o período em que são educados.

Para ampliarmos um pouco mais nosso conhecimento e, fi-nalmente, irmos à resposta final, gostaria de que você pensasse sobre tais questionamentos:

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É importante esclarecer que este parágrafo diz respeito só àqueles que resolveram correr o caminho do namoro misto, e, finalmente, ao casamento misto: Como fariam para par-ticiparem das reuniões das res-pectivas igrejas, iriam alternar os dias? Será que você rompe-ria, definitivamente, com a sua religião, em detrimento da re-ligião do seu cônjuge? Depois desse rompimento com sua própria religião, você passaria a congregar, definitivamente, com seu cônjuge ou só por de-terminado período? Vocês dois permanecerão cada qual na sua própria religião? Como fi-carão as atividades sociais das respectivas igrejas? Cada um por si? E quanto à educação dos filhos? De que forma se dará? Ainda no caso de abrir mão da sua religião, como você enfrentará as lutas e as tem-pestades, quando elas baterem no seu “barco”? Como ficarão os momentos de cultos familia-res? Os amigos de vocês serão os mesmos? Ora, se uma das maiores graças de Deus no ca-samento é promover aos côn-juges unidade física, psíquica, e espiritual, como viverão tais momentos?

Em provérbios 30.18-19, en-contramos um texto extremamen-te interessante, para não dizer in-trigante. Vamos a ele:

“Há três coisas que são mara-vilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o cami-nho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com sua donzela.”

Segundo alguns estudiosos da palavra, uma das formas salutares de interpretar este texto seria es-tabelecer uma relação progressiva entre eles, o que nos permite di-zer que o sábio Salomão poderia estar dizendo que os três primei-ros intrigantes exemplos citados (o caminho da águia, o caminho da cobra e o caminho do navio) nos arremessariam à possibilidade de entendermos o “quarto caminho”, o caminho do homem com a don-zela. Nesse caso, a palavra viva e eficaz de nosso Senhor, mais uma vez, fará toda a diferença em nossa vida.

Pare para pensar no vôo da águia; pense no equilíbrio, na des-

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Inegavelmente, ao namorar e caminhar sob a orientação de Deus, com muita unidade, comunhão, acordo, entendimento, os jovens casais convivem, sem deixar marcas ou cicatrizes, sem vacilos, orienta-dos continuamente pela luz de nos-so Senhor e Salvador Jesus. Amós 3:3 nos diz: Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? É claro que não! Se não houver entre eles comum acordo sobre tudo, se não estiverem unidos nos propósi-tos e nos conselhos da palavra imu-tável de Deus, a viagem fatalmente poderá ficar comprometida.

A palavra é fiel. Sendo assim, a casa construída nessa rocha perma-nece inabalável diante das tempes-tades: ... Caiu a chuva, transborda-ram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha (Mt 7.25). Não brinque com coisa séria! Segundo estudiosos da matéria, dentre as três coisas fun-damentais na vida de um homem, uma delas é a consolidação de sua vida conjugal. Construa esse pilar no poder da palavra imutável e po-derosa de nosso Senhor.

Decida-se por confiar na palavra de Deus, e apegue-se a ela com firmeza à esperança que professa-mos, pois aquele que prometeu é Fiel (Hb 10:23)

treza, na leveza que ele transmite; isso sem contar com a capacidade da águia de se conduzir pelo ar, sua postura, seu desempenho, sua maestria, sua objetividade em al-cançar os alvos pré-estabelecidos.

Reflita sobre o caminho da co-bra na penha. A maneira extra-ordinária de esse animal realizar seus feitos admiráveis, mesmo não tendo nem pernas, nem asas. E mesmo com todas as explicações e descobertas, a excelência dos mo-vimentos continuam a mesma: sem “pegadas”, sem “barulho”, sem “vacilo”. A cobra não “dá bandei-ra”; mantém-se atenta, apercebida e avança minuciosamente para o êxito da missão proposta.

Reflita ainda sobre o caminho do navio no meio do mar. Conside-rando o contexto histórico: Quando ainda as bússolas não existiam, os comandantes do navio o conduziam pela imensidão do mar, mediante os sinais da natureza e do céu.

Semelhantemente, este deve ser o caminho percorrido por um homem e uma mulher, que, inicial-mente se conhecendo, se tornam amigos, passam a se amar, se ena-moram e se casam. Estes precisam caminhar pautados por princípios eternos, que só poderão levá-los a vitórias e conquistas neste mundo e, por fim, à vitória final.

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1. Leia a seção “O que vem por aí” e comente a respeito da definição de namoro.

2. Ainda se baseando na seção “O que vem por aí” discuta com a classe por que namorar?

3. Lendo II Co 6:14 e o comentário e disserete sobre o texto bíblico.

PERGUNTAS

4. Qual o princípio bíblico defendido pelo apóstolo Paulo em II Cor 6:17-18?

5. Leia o comentário e discuta em classe sobre os conflitos mais co-muns nos matrimônios mistos.

6. Leia Provérbios 30:18-19 e Amós 3:3 e discorra sobre a proposta bíblica para os filhos de deus

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lições bíblicas de férias fumap - julho 2007 - 70

BIBLIOGRAFIA

LIÇÃO 01

BÍBLIA SAGRADA, Revista e Atualizada.

BÍBLIA SAGRADA, Nova tradução na Linguagem de Hoje.

DOBSON, James. Adolescência Feliz! São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1994.FILHO, Pedro Liasch. Sexo sem culpa. São Paulo: Editora Revida, 2000.FILHO, Caio Fábio de Araújo. Abrindo o jogo sobre o namoro. Venda Nova: Editora Betânia, 1985.GRANT, Wilson. Jovens, sexo e amor. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1985.LUTZER, Erwin. Aprenda a viver bem com Deus e com seus impulsos sexuais. Venda Nova: Editora Betânia, 1984.MCDOWELL, Josh. Pode acontecer com você. São Paulo: Candeia, 2000.PRATNEY, Winkie. Você e seus dilemas. Venda Nova: Editora Betânia, 1983.

LIÇÃO 02

BÍBLIA SAGRADA, Nova Versão Internacional (NVI).AMORESE, Rubem Martins. Icabode: Da mente de Cristo à Consciência Moderna. São Paulo: Abba Press Editora, 1993.CLARK, Mauro. “Ficar”: sim ou não?. São Paulo: Candeia, 1997.

LIÇÃO 04

CASTILLO, Gerardo. Educar para a amizade. São Paulo: Quadrante, 1999. LOTHAR, Coenen & COLIN, Brown. Dicionário Internacional de Teologia do Novo

Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2ª Edição.

LIÇÃO 05

HOFF, Paul. O Pastor Como Conselheiro. São Paulo: Editora Vida, 1996, p. 106.LOPES, Jamiel de Oliveira. Abrindo o Jogo com o Adolescente. São Paulo: Editora Candeia, 1997, p.53.