EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁ TICA: CICLOS ...Projeções para o final da década resultam em um...

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EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁ TICA: CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS ARTIGO * Fernando de Souza Meirelles Uma ampla visão do papel, da importância e do uso da microinformática nas empresas brasileiras e da lacuna cultural gerada pela avalanche de novas tecnologias. A broad vísion of the role, importance and use of mícrocomputers in the Brazilian enterprises and of the cultural gap generated by an avalanche of neto technologies. PALAVRAS-CHAVE: Informática, microinformática, tecnologia de informação, admi- nistração de recursos de infor- mática, história da Informática. • Professor, Chefe do Departa- mento de Informática e Méto- dos Quantitativos e Coordena- dor do CIA - Centro de Informá- tica aplicada da EAESP/FGV. KEY WORDS: Informatics, information tecimo- logy, informatics resources ma- nagement, Informatics history. 62 Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 34, n. 3, p. 62-80 Mai./Jun. 1994

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EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁ TICA:CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

ARTIGO * Fernando de Souza Meirelles

Uma ampla visão do papel, da importância e do uso da microinformáticanas empresas brasileiras e da lacuna cultural gerada pela avalanche denovas tecnologias.

A broad vísion of the role, importance and use of mícrocomputers in the Brazilianenterprises and of the cultural gap generated by an avalanche of neto technologies.

PALAVRAS-CHAVE:Informática, microinformática,tecnologia de informação, admi-nistração de recursos de infor-mática, história da Informática.

• Professor, Chefe do Departa-mento de Informática e Méto-dos Quantitativos e Coordena-dor do CIA - Centro de Informá-tica aplicada da EAESP/FGV.

KEY WORDS:Informatics, information tecimo-logy, informatics resources ma-nagement, Informatics history.

62 Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 34, n. 3, p. 62-80 Mai./Jun. 1994

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As evoluções tecnológicas dos últimosanos têm evidenciado o valor da infor-mação e provocado uma utilização cres-cente de computadores. O uso vem cres-cendo para todos os tipos de computa-dores, mas tem sido explosivo para os depequeno porte em aplicações com umenfoque mais moderno de utilização,como nos sistemas de automação de es-critórios e nos chamados sistemas de su-porte a decisão.

Apesar do crescimento, esta forma deuso dos recursos de Informática continuapouco explorada devido, entre outros fa-tores, ao pequeno grau de informatizaçãoou "cultura de Informática" que muitasempresas ainda apresentam, o que, como passar do tempo, tenderá a ser resolvi-do, tornando o computador uma ferra-menta de trabalho tão útil e necessáriaquanto o telefone, o fax, a calculadora, amáquina de escrever e outros equipa-mentos tradicionais e presentes no dia-a-dia das empresas e das pessoas. Na novasociedade que está surgindo, o computa-dor está se tornando uma ferramentacada vez mais imprescindível, sendo ca-racterizado como o agente responsávelpelo processo de transformação para anova sociedade da informação.

A explosão do uso de computadores eda informatização pode ser atribuída atrês fatos:

muitas tarefas podem ser realizadas eexecutadas de forma mais convenientee com menor custo com computadores;numa sociedade de crescente comple-xidade, existem cada vez mais tarefase processos que sem computadoresprovavelmente não poderiam ser exe-cutados;a qualidade de vida é uma questão fun-damental e a maioria acredita que, pe-sando os impactos potenciais positivose negativos da informatização, o balan-ço é positivo.

É fácil predizer que vai existir umcomputador no seu futuro - para receberinformação de alguma fonte, realizaralgo com essa informação e transmiti-lapara outra pessoa ou sistema. Cada vezmais a maioria das pessoas estará envol-vida na manipulação e transmissão de in-formação. Uma nova sociedade na qual

DA MICROINFORMÁTlCA: CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

as pessoas transformam a Informática emferramenta que lhes permite amplificar ainteligência humana e adquirir a infor-mação necessária para explorar novossistemas de educação, saúde, manufatu-ra, governo, entre outros.

Redes de dados serão comuns, trazen-do a comunicação em multimídia a qual-quer lugar do mundo, permitindo o usosimultâneo de dados, desenhos, filmes,imagens, documentos, gravações, som,voz e planilhas, entre outras formas deinformação.

importância do software e

a supremacia dos micros

no mercado de

informática.

O moderno escritório central é produ-to do telefone. que permitiu separar a ad-ministração da indústria. À medida queos computadores se tornarem os meiosprimários de comunicação, acima dos te-lefones, fax, celulares etc., será possívellevar o trabalho aos trabalhadores emvez dos trabalhadores ao trabalho. Osmicros ainda copiam os tradicionais mé-todos de trabalho; junto com essa evolu-ção, a forma de trabalho também evolui-rá. Isto é, durante a década de '10 e queocorrerá a verdadeira revolução.

A capacidade do hardware está se tor-nando menos relevante uma vez que seucusto está baixando. Atualmente, os re-cursos que o hardware oferece estão muitoalém dos explorados pelos softwares dis-poníveis. Por. outro lado, o software de úl-tima geração exige um equipamento tam-bém de última geração - a crescente com-plexidade interna do software requer ca-pacidades de processamento tambémcrescentes de hardware para viabilizar

© 1994, Revista de Administração de Empresas / EAESP/ FGV, São Paulo, Brasil. 63

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ARTIGO

uma maior facilida-de de uso e ampliaro potencial de re-cursos e aplicações.Software, integra-ção, conectividadee custo de suportee treinamento estãose tornando fatoresrelevantes.

Os segmentos li-gados à área de In-formática movi-mentaram, em 1990,no mundo cerca de500 bilhões de dóla-res, dos quais apro-ximadamente 50%são referentes ahardware, 25% a soft-ware e o restanteestá dividido emmanutenção, comu-nicação de dados eoutros serviços (vergráfico 1).

Porém, enquan-to a taxa de cresci-mento do mercado

(faturamento) mundial do hardware, quejá foi de 30°/r, ao ano, está caindo paracerca de 10% ao ano, a do software chegaa 30%) ao ano. Os motivos são simples: ocusto está caindo e a tecnologia dosequipamentos tem evoluído em uma ve-locidade espantosa, não acompanhadapelo software. Projeções para o final dadécada resultam em um mercado mun-dial superior a 2 trilhões de dólares, sen-do cerca de 35% em hardware; mais de40% em software e o restante em outrosserviços. As projeções para o ano 2000deixam clara a importância do software ea supremacia dos micros no mercado deInformática.

Os novos e crescentes potenciais ofe-recidos estão e continuarão a provocaruma migração do uso de computadoresde maior porte para micros. Esta migra-ção é um instrumento vital para que aempresa possa absorver e disseminaruma nova cultura de Informática e, con-seqüentemente, usufruir os benefíciosda automatização, indispensáveis nanova sociedade da informação que estáse cristalizando.

2000

1990

1980

Outros

HardwareSoftware (a) Estimativas em bilhões de dólares

$12 $30 $70 $250 S450 $700 (a)

20%

20%80%

60%

20%

1980 1985 1990 1995 2000

Pequeno porte: micro

Mini

Grande porte

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Essa migração e o equilíbrio deverãocompletar-se durante a década de 90. Oproblema é que tudo está em desenvol-vimento e não se sabe - quando estarádisponível?

Para entender os ciclos de evolução erevolução da Informática e seus impac-tos, é necessário perceber a rapidez comque as transformações vêm se realizandonas últimas décadas e ter uma visão docenário atual e algumas de suas tendên-cias. Em especial, para o enfoque princi-pal deste texto: a microinformática (vertabela 1).

Nesse sentido, o texto está dividido emtrês grandes itens: hardware, software euso da microinformática. Cada um dositens começa com um breve resumo daevolução, para então apresentar dados eprevisões sobre o comportamento domercado, das empresas e dos usuários.Em cada item temos ainda uma parte fi-nal delineando o cenário atual, mostran-do os ciclos e revelando as tendências.

Dos pioneiros até as famílias atuaisEm 1976, Sthephen Wozniak eSteve

[obs formaram uma pequena empresa, aApple, onde construíram, numa garagemde fundo de quintal, o Apple L Um anodepois, em 1977, com um novo e melhorprojeto surge o Apple 11. A Apple foi aempresa que cresceu mais rápido na his-tória americana. Suas vendas saltaram demenos de 1 milhão de dólares em 1977para 120 milhões em 1980 e para 1 bilhãode dólares em 1983. A Apple detém umpouco mais de 10% do mercado mundialde micros, faturou em 1993 cerca de 8 bi-lhões de dólares com 6% de lucro, tem20.000 funcionários e sua ação cotada aUS$ 40. Um valor impressionante é o fa-turamento por funcionário de 400 mil dó-lares por ano (Microsoft fatura 300, IBM200 e DEC 100).

Em 16 de agosto de 1981, a IBM entrouno mercado de micros introduzindo oPC, um microcomputador com tecnolo-gia de 16 bits que em pouco tempo se tor-nou um padrão (PC - Personal Computer).Dois anos depois, em fevereiro de 1983,lança um novo modelo, o PC-XT comioinchesier opcional. Em 1984 a IBM já de-

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EVOLUÇÃO DA MICROINFORMATlCA: CICLOS, CENARIOS E TENDÊNCIAS

1942/59 - Computadores de primeira geração -- uso muito restrito 81/84-

59/65 - Computadores de segunda geração - Inicio do uso comer-ciaI. Tamanho gigantesco e capacidade de processamentomuito pequena por um preço de milhões de dólares. 85/86 -

60/65 -

65/68 -

I 68na-

76/80 -

78/81 -

Em cinco anos, o tamanho médio cai para cerca da metade,a capacidade dobra e o preço diminui bastante. 86/88 -

Em três anos, o tamanho cai novamente para metade, comum pequeno prejuízo para a capacidade média, contudo opreço continua diminuindo. Surgem os primeiros mini- 89/91-computadores.

O uso dos computadores, que ainda era restrito, passa aser generalizado, o tamanho diminui e já é razoável, a capa-cidade de processamento cresce muito e o preço continuaa cair. Surgem os microprocessadores: ruptura tecnológicae início de um novo ciclo de evolução/revolução do hard- 90/94-ware.

O preço de uma UCP (microprocessador) já está em tornode 100 dólares. Surgem os primeiros microcomputadores 92/94 -(micros de 8 bits).

lnicia-se um novo ciclo de evolução/revolução no softwarecom o aparecimento das linguagens de quarta geração, emparalelo com a revolução do hardware, criando um proces-so de realimentação que amplifica os avanços da Informáti-ca como um todo.

IBM-PC. Macintosh e Integração crescente. Tem início umaguerra de preços no mercado mundial, em especial noamericano.

O PC (IBM-PC) e os compatíveis tornam-se um padrão tan-to para aplicações profissionais como pessoais.

IBM lança o PS/2; surgem os micros 386; Microsoft lançao OS/2. PC-XT, configuração simples mas completa porcerca de 500 dólares no mercado internacional.

IBM fica com o OS/2; Windows 3 da Microsoft começa ater um enorme sucesso, MS-DOS 5 revitaliza o padrãoDOS. A interface gráfica (GUI - Graphical User Interface),que já era padrão no Macintosh, começa a estabelecer-separa o PC com o Windows. Surgem os 486, notebooks epalmtops Começa a era dos 32 bits.

Os supermicros com tecnologia RISC começam a concor-rer com computadores de maior porte. A IBM continua lí-der do mercado, mas apresenta seus primeiros prejuízos.

O Pentium (586) é lançado pela Intel; Windows 3.1 conti-nua a fazer sucesso. A "guerra de preços" entre os princí-pais fabricantes continua. Os indicias de que vai recomeçaruma migração, como ocorreu com a passagem de 8 para16 bits, já são uma realidade para os 32 bits. Ponto de rup-tura - novo ciclo de evolução e revolução. O ciclo anterioresgota-se e começa outro novo ciclo para o software de 32bits.

80/86 - Ocorre a explosão da microinformática e da informatiza- 93/94 - Windows NT amplia o conceito de sistema operacional in-ção em geral. Novo impulso à evolução do hardware. O ta- tegrado com ambiente operacional e promete um ambientemanha da UCP já atinge dimensões desprezíveis, a capací- que pode ser executado em praticamente qualquer plata- idade alcança niveis até poucos anos atrás inimagináveis; forma de hardware. Surge o PowerPC. ium microprocessador (UCP) já está sendo comercializado Iem quantidade por cerca de 10 dólares para modelos não 199? - Ponto de ruptura - novo ciclo de evolução e revolução l,i,.recentes. para os software e hardware de 64 ou mais bits.

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tinha mais da metade de todo o mercadode microcomputadores, principalmentepela sua atuação mercadológica que in-cluiu, nesse período, uma constante guer-ra de preços e a conseqüente diminuiçãodo preço dos PCs,

Em 1982, são lançados no mercado na-cional o CP-SOOda Prológica e o DGT-100 da Digitus na linha do TRS-80, Mi-crodigital e Prológica com modelos da li-nha Sinclair e os primeiros da linha Ap-ple, o MicroEngenho da Spectrum/Sco-pus e o AP II da Unitron. A linha Appledominou o mercado nacional do final de1983 até 1985, quando o padrão passou aser o dos IBM-PC compatíveis, que tive-ram os seus primeiros modelos lançadosem 1983 pela Softec, Microtec e Scopus.A proliferação de modelos tanto no mer-cado internacional como no nacionalcontinua a ser muito grande; em 1987mais de 300 modelos diferentes de mi-cros eram comercializados no Brasil.

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Outros modelos, com tecnologia de16/32 bits, marcaram a evolução da mí-croinformática. O Lisa, lançado em janei-ro de 1983, e principalmente o Macintosh,em janeiro de 1984, ambos da AppIe, re-volucionaram com um novo conceito desoftware e interface com o usuário. Outrolançamento importante foi o IBM PC-AT(AT - Advanced Technology) em agosto de1984, época em que o PC já era o padrão"de fato" para micros. É grande a prolife-ração no mercado dos "compatíveis".

A Compaq começa a destacar-se, assu-mindo o terceiro lugar no mercado de mi-cros, depois da IBM e da Apple. Ela domi-na o mercado de micros portáteis e torna-sepioneira com os lançamentos do Compaq386 em 1986 e do Compaq 486 em 1989.

Aumenta a guerra de preços cíclica,que continua até hoje, entre os principaisfabricantes de micros. Os líderes do mer-cado começam a ampliar a garantia paradois a três anos.

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ARTIGO

Modelo Anúncio/Uso Bits MIPS Modelo típico

4004 71/72 4 calculadoras8080 74/75 8 0,1 micros de 8 bits8086 78/81 16 0,4 PC-XT8088 79/81 8/16 04 PC e compatíveis

80286 82/83 16/32 1 a 2 286, PC-AT80386 85/86 32 3 a 8 386

! 80486 88/89 32 30 (10 a 40) 486860 89/90 64 30 RISC

i Pentium (586) 92/93 64/32 100 586 ou P5i "686" 94/97 64 200 pré-anunciadoi "786" 9? 128/64 1000 estimativas It~__.._._, ~._~..,_~__,.__"~_~ __ ,_~~<~~, ~ __ ' ••_,_ •.-. •••••"••.••."_.__ ._._, ._.__ ,_, .••..'*'~ __-.-..~....,. __ ...-.....i

Outra característica importante é osurgimento de modelos de micros cadavez menores. No final da década de 80,surgem os laptops no lugar dos "portá-teis" da Compaq, como os modelos daToshíba, que mais tarde se transformamnos notebooks, hand-held e palmiops, comoo HP-95/100. No início, eram monocro-máticos e com telas de baixa resolução,depois surgiram as telas de alta resoluçãocoloridas, mas ainda caras.

As tecnologias de produção de chipscontinuam evoluindo com rapidez. Oscustos são cada vez menores, a escala deintegração e a capacidade crescentes,como demonstra a evolução dos modelosdo maior fabricante de microprocessado-res, a Intel, que faturou 6 bilhões de dóla-res em 1992 e vendeu, depois de 1980,mais de 120 milhões de microprocessado-res (ver tabela 2).

Atualmente, os microprocessadoresem uso podem ser associados a três gran-des famílias de equipamentos. Existeuma quarta categoria, que reúne diversosgrupos de aplicações eletrônicas dedica-das como Jogos eletrônicos e inúmerosoutros eqUlpamcntos Ljue utilizam micro-processadores. As três grandes famílias lá

Família(50aominantei

ProcessadorIUCP)

8086. 286. 386,486 e Pentium

Fabricantes(rrulhões:

Unidades

Intel com: 90%AMO. Cyrix, IBMcom: 10%

IBM-PC e cornoatlveís(MS-DOS)

140

Macintosh da AppleISysteml

68020 a 68060PowerPC

Motoroia: 100%IBM, Apple e Motorola 15

Supermicros, ServidoresWorkstations, (Unix,Windows NT e outros)

486, Pentium680xO, PowerPCTOdOSos RISC

Intel. Motorola e aindaDEC. IBM, HP,Mips, Sun .

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venderam mais de 150 milhões de microsaté o final de 1993 (ver tabela 3).

Na família IBM-PC e compatíveis, a In-tel tem a maior participação, cerca de90'/:, da base instalada. Nos App les. oúnico fornecedor vinha sendo a Motoro-la. Foi lançado recentemente o PowerPCbaseado no RISC 601 da IBM e que fazparte de uma aliança entre Apple, IBM eMotorola para desenvolver uma platafor-ma comum para o final da década. Naterceira família, não existe nenhum fabri-cante predominante e são utilizados tan-to chips proprietários como padrões paraas famílias anteriores.

A participação de microprocessadoresno mercado é dinâmica. No início da dé-cada, a Intel tinha 80% e a Motorola 20%.Em 1992, a participação de outros fabri-cantes já era maior que 10°;;,.A tendênciapara meados da década é que a Intel con-tinue a dominar e crescer em faturamen-to, mas caia para perto de 70'10, a Motoro-la para cerca de 14% e que outros tenhamuma participação crescente superior aos13%,de 1993.

A partir dos processadores 386, os fa-bricantes começam a utilizar uma estraté-gia de oferecer, além de várias velocida-des de clock, vários modelos básicos parao mesmo processador: DX, SX, SL e ou-tras variações.

A obsolescência tem sido muitogrande e crescente. Os modelos lança-dos têm uma vida no mercado muitocurta: a maioria sai de linha em menosde d01S anos, outros duram menos deum ano, Contudo, para o usuário, essaobsolescência, via de regra. não é física,isto é. o micro fica obsoleto para umaaplicação, mas não para d t'mpresa, quecontinua d util izá-Io em outras aplica-coes adequadas.

Mercado dos PCs CompatíveisA vida útil tísica de um micro pode

chegar a dez anos, mas em média é me-nor. Já a vida útil tecnológica é muito me-nor e tem diminuído com o tempo devi-do à aceleração da obsolescência pela di-minuição da duração dos ciclos de pa-drões de micros. A vida útil conservado-ra, considerada nos cálculos da tabela 4começa em sete anos em 1980 e vai dimi-nuindo até três anos em 1996. O resulta-do é que a base ativa, os micros em uso, é

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A Companhia Brasileira de Alumínio contia no luluro.COIllG cc 1-SEQuência, inves1e no alimento de produçao, através da Iflformati2;;lç~O.Dedica stençáo especla' ao M-eio Ambiente.,gec'ul custas e garante milhares {le srnpreqos.É est::. a tórmula de trabalho que a CompanhJa Brasileira de AjuminiQ desenvolve confiando no futuro.

COMPANHIABRASILEIRA DEALUMíNIO

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Ano Venda Tolal Base AIivaAnual Tolal

1980 1.000 1.0001981 2.000 3.0001982 12.000 15.0001983 35.000 50.0001984 70.000 120.0001985 130.000 250.0001986 230.000 480.0001987 310.000 790.0001988 400.000 1.200.0001989 460.000 1.500.0001990 400.000 1.800.0001991 400.000 2.000.0001992 400.000 2.100.000

1993 500.000 2.200.0001994 600.000 2.500.0001995 750.000 2.800.0001996 900.000 3.500.000

L__ ..

VendaAnual PC

Base PCIAliva PC Tolal

1.000 1.000 2%)2.000 3.000 3"'/05.000 8.000 3°'lu

12.000 20.000 4%50.000 70.000 9~1~

100.000 170.000 14%230.000 400.000 27%250.000 650.000 36%310.000 940.000 47",0350.000 1.240.000 59"0

460.000 1.600.000 73%540.000 2.000.000 80%650.000 2.500.000 89%720.000 2.800.000 80%

a venda acumulada menos os micros quejá tiveram sua vida útil esgotada.

Nota-se que de 1981 a 1986 o mercadonacional cresceu mais de 80% ao ano emvolume. Em 1988 já existiam no Brasilmais de 1 milhão de micros, e nos EUA,mais de 40 milhões com um crescimentoem volume de cerca de 15% ao ano.

O crescimento registrado e previstopara os PCs vem superando as projeçõesotimistas. A penetração é espantosa econtinua crescendo: passaram de umamédia de 1.000 micros PC mensais, em1986, para uma média de cerca de 40.000micros PC por mês em 1993, apesar da"crise econômica".

O simples aumento da demanda pormicros nas empresas não explica tudo. Éimportante notar outro fenômeno: o PCtornou-se um padrão para as aplicações

r··-------,~,.,...~II!MI!If,..,II!IftIII~""_'!I"""_"_._~!i! Processador lançamento!i 8080 (8 bits) 1974! 8088 (8/16 bits) 1980 6 anosI 80286 (16 bits) 1983 3 anosI 80386 (32 bits) 1986 3 anosi 80386SX (16/32 bits) 1988 2 anos

::

1 80486 (32 bits) 1989 3 anos (1 ano do SX)80486SX (32 bits) 1990 1 ano80486DX/2 e OverDrive 1992 2 anosI Pentium (32/64 bits) 1993 3 anos

,:1 Pentium SX (32 bits) 1994 1 ano"686" (64 bits) 1995/96 2 a 3 anos~~----------------------------------------------------~

Vida (modelo de ponta).-._----_._ _._------------_ .._-_ ..__ ._--_._. __ .- __ _-

68

pessoais, profissionais, comerciais e deautomação de escritório e absorveu 92°/,)do mercado de micros em 1993 (PC / T0-

tal da Venda Anual), ou seja, em 1993praticamente só se venderam micros Pc.A partir de 1994, o rc, como é conhecidohoje, continuará a dominar o mercado,mas suas vendas devem representar ta-xas decrescentes do total (na tabela 4, aestimativa para 1996 é de 80'1<»,começan-do a dar lugar a novos modelos que ain-da estão sendo desenvolvidos.

O PC era responsável por pouco maisde um terço (36%, PC / Total da BaseAtiva) dos micros sendo utilizados (BaseAtiva) em 1990. Em 1993, chega próximoaos três quartos (73%) e deve atingir seupico em 1995 com cerca de 90%.

A base instalada de PCs no Brasil cres-ceu entre 1983 e 1993 a uma taxa médiamaior que 80% ao ano, mesmo tendo caí-do temporariamente em 1990 para cercade 9%, em conseqüência da recessão eco-nômica. Após 1990, ela tem oscilado emtorno do valor de 20% ao ano.

Ser seduzido pelo último modelo demicro com mais recursos e capacidade éum perigo que todos que convivem como mercado de consumo correm. Contudo,a decisão não é tão simples assim, umavez que o último modelo pode ser de fatouma oportunidade para aumentar a pro-dutividade e explorar novos recursos. Osanúncios e a imagem mercadológica doúltimo modelo amplificam ao mesmotempo as tentações e os riscos.

As opiniões podem divergir, mas umfato é inquestionável: a velocidade do de-senvolvimento tecnológico está restrin-gindo perigosamente a vida útil dos pro-dutos. O ciclo de desenvolvimento de no-vos modelos de processadores e, comoconseqüência, de novos micros, está di-minuindo cada vez mais (ver tabela 5).

Os diagramas sobre os micros PC emuso no Brasil mostram a evolução dacomposição da base ativa por modelo(processador), sua tendência e previsãoaté 1996 (ver gráfico 2).

Em 1988, tínhamos praticamente só ()XT (97%). Em 1991, o XT era responsávelpor 71%, o 286 por 20%, o 386 por 8% ecomeçava-se a vender o 486. A situaçãoatual é de 50'X) de X'I' que tende para va-lores cada vez menores, 17% em 1995 ecerca de 6'10 em 1996. O 286, atualmente

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com 15';;" deve ficar com 6% em 1995. Aparticipação na composição do 386 cresceaté 40% em 1995. A previsão para o 486,que hoje representa 5% da base instalada,é de cerca de 35% em 1995, crescendopara mais de 45'/"oem 1996.

Assim, podemos concluir que a médiada participação de XTs nas médias egrandes empresas nacionais privadasestá ainda longe da média mundial, quedeve ser em torno de um terço de XT nabase ativa de mícros Pc. Se acrescentar-mos a essa estatística as pequenas empre-sas nacionais, a diferença com o queocorre no resto do mundo é ainda maior,o que significa uma defasagem em tornode dois a três anos para a situação dasempresas nos países desenvolvidos.

O mercado de PCs no Brasil tem evo-luído até pouco tempo de forma diferen-te do mercado internacional. Contudo, aabertura paulatina da reserva de merca-do, a progressiva liberação de softwaresem conjunto com a própria evolução datecnologia mundial fazem com que aevolução da oferta de produtos comece aseguir mais de perto as tendências mun-diais. A situação é muito dinâmica e asparticipações relativas dos modelos nomercado estão sendo modificadas rapi-damente, como ilustram os diagramas deevolução dos mícros Pc.

Cenários, Ciclos e TendênciasExistem quatro tendências que retra-

tam o cenário atual:

, custo de hardware diminui 30% ao ano:"custo relativo do hardware tende azero";capacidade do hardware cresce 30% aoano: "capacidade tende a infinito";equipamento já é tão pequeno quantose deseja: limitação é de custo e funda-mentalmente ergonométríca e não tec-nológica;hardware está bem à frente do software,que por sua vez está mais à frente ain-da do usuário: potencial inexploradoainda é muito grande.

A análise do custo do hardware é maiscomplexa, considerando que, na realida-de, as reduções de preço acompanham osciclos de evolução tecnológica. Assim,uma determinada configuração vai tendo

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EVOLUÇÃO DA M/CRO/NFORMÁTlCA: CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNC!3.~

seu preço diminuído até o lançamento deum novo modelo que começa a ser co-mercializado em um patamar semelhanteao do início do modelo anterior.

As evidências dos avanços tecnológi-cos para a próxima década indicam pelomenos duas convergências tecnológicasimportantes. A primeira é a da Informá-tica com as telecomunicações, atravésda teleinformátíca. A segunda é a detecnologias convergentes para os con-ceitos digitais, que reunidas irão formara nova estação de trabalho da sociedadeinformatizada.

Dados, texto, voz, imagem são formasnas quais a informação é representada ouarmazenada e. portanto são recursos quedeverão estar presentes na estação de tra-balho do futuro. O tratamento desses re-cursos converge para o uso de conceitosdigitais, viabilizando cada vez mais.: tan-to técnica como economicamente, a nova

GRÁFICO 2:

Evolução dos PCs em UsoBase nacional ativa por tipo

20%

0%

286Xl

1992 1993 1994 1995 19961988 1989 1990 1991

Modelos de PC em UsoMercado nacional

Base Atua I Ativa Tendência para 1995

386 30% Pentium 2%

486 35%

286 15% 386 40%

286 6%xr 17%

1.500.000 Micros PC 2.500.000 Micros PC

Pentium

486

386

69

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estação de trabalho que já começa a apa-recer com o rótulo de multimídia.

Antes do final da década, os computa-dores terão mais de dez vezes a capacida-de e velocidade dos atuais. Para micros,algo como dez vezes mais que o 486, eeles serão capazes de trabalhar com umainterface avançada, e não apenas o vídeoe os dispositivos de saída serão modifica-dos, outros dispositivos de entrada comoteclado e mouse também sofrerão mudan-ças profundas. Melhoria de hardware ca-paz de utilizar multimídia (voz, som,imagem, escrita manual etc.) como meiode entrada/ saída e armazenamento deinformação.

Os ciclos de evolução e revolução dohardware estão resumidos no gráfico 3 -Ciclo Tecnológico dos Micros - que mos-tra a passagem dos de 8 bits para o PC, aruptura que estamos atravessando paramicros de 32 bits e a inexorável perspecti-va da nova ruptura para equipamentosde 64 bits.

Em paralelo, ocorre outro ciclo, o dosoftware.

A indústria de softwareAté o final dos anos 60, a maioria dos

fabricantes de hardware costumava desen-volver ou comercializar, em conjuntocom o equipamento, o software. Uma es-pécie de pacote que incluía equipamentoe programas. Os fabricantes forneciam osoftware e os serviços correlatos comoparte integrante do hardware e não cobra-vam diretamente por esses serviços, masde forma indireta, embutindo no aluguel

1978 Apple 11

70

ou preço do equipamento. Como conse-qüência, praticamente não existia incenti-vo para outras empresas produzirem ecomercializarem softwares.

Até que a IBM, na década de 60, sepa-rou os custos de hardware e de software(unbundling), comercializando seus pro-dutos em dois pacotes separados, cobran-do pelo primeiro só o hardware e pelo se-gundo, o que antes era transparente e atécerto ponto compulsório, o software - queengloba programas, treinamento e outrosserviços.

A conseqüência dessa mudança mer-cadológica foi o nascimento da indústriade software. Essa indústria possui atual-mente bem mais de 5.000 empresas quecomercializam mais de 50.000 produtos emovimentam mais de uma centena de bi-lhões de dólares.

Como resposta à centralização totalsem perspectivas, os fabricantes de hard-ware e software começam a comercializarprodutos que refletem a tendência dedescentralização e distribuição dos recur-sos de processamento. Distribuir os re-cursos de processamento significa colo-car os computadores mais perto das pes-soas que os usam, e então interligá-los detal maneira que eles possam comunicar-se. Essa estratégia, cada vez mais atualcom o advento dos micros e da crescenteinformatização das empresas, é desenha-da para aumentar cada vez mais a parti-cipação do usuário final no desenvolvi-mento e operação dos Sistemas de Infor-mação - uma estratégia para viabilizarum crescimento ainda maior no uso derecursos de Informática. No início da dé-cada de 90, essa tendência transformou-se no movimento chamado doumsizing.

Além da inovação tecnológica, muitosfatores têm contribuído para o crescimen-to do interesse da interligação de compu-tadores em rede, como: preocupação comaspectos de produtividade e custos deprocessamento; crescimento da base demicros e sua integração ao processamen-to da empresa como um todo; tendênciade distribuir o processamento; aumentoda segurança contra falhas em um siste-ma central único.

Como resultado da evolução do hard-ware, três mudanças ocorrem. Primeiro,usuários, especialmente aqueles que vi-nham enfrentando sistemas difíceis de

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EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁTlCA: CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

trabalhar e usar pelos quais haviam es-perado anos para receber, começaram adesviar-se do controle do departamentode sistemas. Começaram adquirindoseus próprios sistemas e mais tarde de-senvolvendo-os e operando-os em má-quinas menores micros. Segundo, aeconomia dos sistemas mudou - aumen-tando muito a faixa de aplicações econo-micamente viáveis. Terceiro, começa aficar claro que pequenas máquinas dis-persas dificilmente seriam úteis sem co-municação entre si e sem uma estruturade dadoscomum.Surge aautoma-ção deescritó-rios, astelecomunica-ções e as demaisTIs - Tecnologiasde Informação -como resposta.Emergem amicroinformá-tica e a com-putação pelousuário finalcomo resultado.

São atribuídos novos e importantes pa-péis para SIs - Sistemas de Informação.No início dos anos 80, a principal tarefade muitos departamentos de SI era tornara informação disponível. Telecomunica-ções ganharam interesse pelos problemasde interconexão e troca de informações.Os desenvolvimentos da TI - Tecnologiade Informação - e as mudanças nas atitu-des têm provocado rápidas mudançasnos papéis tanto dos profissionais de sis-temas como dos usuários. Emerge umnovo conceito - o Centro de Informações- voltado para dar suporte à computaçãopelo usuário final, fornecendo informa-ção e consultoria para usuários.

Por volta de meados da década de 80,alguns novos tipos de implementaçõesde SI atingem resultados sem preceden-tes - servem de instrumentos para umamudança na natureza dos negócios e daposição competitiva da empresa -, SI e TIcomo instrumento de vantagem competi-tiva. O papel dos SIs nos negócios revelaseu potencial estratégico.

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Evolução dos softwares para microAté o final da década de 70, os micro-

computadores usaram predominante-mente o Basic (interpretado) e versõespara micros de linguagens de terceira ge-ração, normalmente compiladores.

Apesar de poderosas, essas linguagensde terceira geração mantêm a orientaçãodas máquinas grandes: para utilizá-las, énecessário aprender a falar uma das lín-guas que a máquina entende e a estrutu-rar os pensamentos segundo uma deter-

minada lógica.Ou seja, lin-guagens orien-tadas para

procedi-mentos,nas quaispode seraté fácilaprendero voca-bulário ea sintaxeda lín-guagem,mas é difí-cil e traba-lhoso des-

crever os procedimentos e a estrutura ló-gica do problema que se quer resolver.

Em 1979, a primeira Planilha Eletrôni-ca é mostrada ao público, o VisiCalcpara o Apple n. Seu surgimento é umdos marcos mais importantes na históriados micros. Coincidência ou não, os mi-cros explodiram - já tinham um SistemaOperacional, uma linguagem de progra-mação de terceira geração (Basic da Mi-crosoft) e uma revolucionária de quartageração (VisiCalc da VisiCorp). A ten-dência moderna de software é baseada nafilosofia de utilização do VisiCalc: omodo de usar o computador deve apro-ximar-se ao máximo das aplicações e daforma de agir das pessoas. Hoje, cente-nas de linguagens de quarta geração,chamadas user friendly ou amigáveis aousuário, estão disponíveis para uma sé-rie de aplicações.

Quatro outros programas foram pio-neiros no conceito de quarta geração paramicros. O WordStar da MicroPro, o pri-meiro processador de texto. Dois progra-mas da série Visi: VisiFile - gerenciador

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ARTIGO

1.-.. --- .. lIlJim!ll~mHI~;I\am!~',t!nlil~iml~~~'II-------1, (valores em milhões de dólares, lucro/ação em dólares) I

!:9n808 Re~~~a L~~~O LUC~~~~ÇãO Valor de Mercado I1990 1,200 170 1,00 10,000 i1992 2,800 710 2.40 20,000 I

, 1993 3,100 950 3,50 30,000 I\.'_'_''''_''_'"''.'_''MW' __ ._,",~","~ ..•_•••.,..~ .•,.~~ .•_ .•.,,~~ ••••,~~ ••,~_.,_ ••,.~,_._",._._,_,.~"~ __ ~._ ••• "".~.~,.~~.'~,"'_~"*"'_""_·""_~"~"_."'~'~'.~'_.~"_'W' __ '~_'_~.~_,..,~., •.•••~•.•,_,~.__ ._•.•·".""~.~•.~·_,,.~_~.,~__ ,·A

de arquivos e VisiPlot/VisiTrend paraconstruir gráficos e realizar estatísticassimples, e por último o dBase II da As-hton- Tate (hoje Borland) - um gerencia-dor de arquivos com uma linguagem deconsulta.

A IBM, que demorou para entrar nomercado de micros, não podia lançar umequipamento com tecnologia que ficasselogo obsoleta, Lançou o PC com um mi-croprocessador Intel 8088 de 8/16 bits,com maior capacidade de processamentoe memória, Novas oportunidades surgi-ram e de uma certa forma a história se re-petiu: precisava-se rapidamente de umnovo sistema operacional e de uma novaplanilha eletrônica que explorasse os no-vos recursos e a linguagem de terceirageração não era tão importante - ficou oBasic.

O sistema operacional foi licenciadoda Microsoft o MS-DOS (MicroSoft-DiskOperating System), muito parecido com oCP IM, A planilha veio um pouco maistarde, no final de 1982, com o Lotus 1-2-3da Lotus,

Ano Micro

1981 PC1982 PC-XT19831984 PC-AT1985

1987 38619881989 4861990 386SL1991 486SX1992 486SL

1993 Pentium

1994 Pentium SX199? X86

72

DOS11,1233,1

Ambiente e Sistema

Xerox StarVisiOnApple LisaApple MacintoshIBM TopViewWindows 1Windows 2OS/2 1,1HP NewWaveWindows 3Norton DesktopOS/22,Windows 3,1Win WorkgroupOS/22,1Windows NTChicago e CairoOS/23,0

3,344,01

5

6

6,2X

O segredo da explosão dos micros estáno software. Só para se ter uma idéia;existem atualmente mais de 50,000 pro-gramas diferentes só para os PCs compa-tíveis (MS-DOS) como: programas apli-cativos, dedicados, linguagens de quartageração em pacotes integrados, integra-dores de software, No mercado nacional,os 500 programas para os PCs compatí-veis disponíveis em 1986 já eram mais de1.200 em 1987, Em 1993, são milhares deopções, mesmo sem considerar todas asopções internacionais que, teoricamente,com a abertura de mercado, estariamdisponíveis,

A evolução do software e da forma deusar os sistemas não estaria completa,sem se falar do conceito que existe portrás do Macintosh da Apple, Um concei-to inspirado no Smalltalk da Xerox eque se preocupa ao extremo com a in-terface homem-máquina orientada parao objetivo de produzir uma estação detrabalho muito fácil de ser usada, comtodos os recursos necessários para tor-nar-se uma ferramenta poderosa. Umconceito que usa: I1lOUSC, ícones, janelase recursos gráficos, ou seja, um padrãode interface homem-máquina ou maisgenericamente: CUI - Graphical Usa In-terface, Uma estratégia que obriga todosos programas desenvolvidos para esteambiente operacional a seguirem rigida-mente um padrão, O resultado dessa es-tratégia é uma consistência que permitea quem aprende a usar um programa,saber usar grande parte de todos os ou-tros programas disponíveis para esteambiente, Em suma, um conceito queindica a direção e a tendência dos novossistemas,

Da mesma forma que a história doscomputadores se confunde com a da IBMe a dos micros com a da Apple, a históriado software para micros confunde-se tam-bém com a da empresa mais influente eque vem dominando o setor, A Microsofté a maior empresa de software, um fenô ..meno de crescimento e faturamento naeconomia mundial (ver tabela 6),

A estimativa para o exercício de 1994é de faturar perto de 5 bilhões de dóla-res, continuar a ter um lucro de 25% ecrescer 40% ao ano. Sua receita é supe-rior à soma dos seis maiores concorren-tes, Há mais de 12,000 funcionários em

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27 países, 20.000 micros e atende a maisde 30.000 chamadas de suporte por dia.Seu valor de mercado é maior que o daIBM e tem uma relação valor e receita daqua I nenhuma outra grande empresachega perto. Seu fundador e principalexecutivo, Bi11Gates, tornou-se o ho-mem mais rico do mundo e criou o lemaatual da Microsoft: "Information at yourfingertips ".

O ciclo de desenvolvimento de novosmodelos de processadores e de novasversões de sistemas operacionais sempreteve um ritmo acelerado, como podemosobservar na tabela 7.

O mercado de software e hardware pa-(hão PC no Brasil evoluiu até 1990 deforma diferente do mercado internacio-nal. Contudo, a abertura da reserva demercado em conjunto com a própriaevolução da tecnologia mundial fazemcom que a evolução da oferta de produ-tos comece a seguir as tendências mun-diais.

Cenários, Ciclos e TendênciasAtualmente, a ruptura tecnológica

provocada por interfaces gráficas como oWindows exige a atualização de metas,uma avaliação e atualização da base ins-talada de equipamentos para servir deplataforma para os novos programas cominterface gráfica (ver gráfico 4).

Existe um conjunto razoável de ten-dências que podem ser identificadas commaior facilidade. Por exemplo, a fusão dosistema operacional com a interface gráfi-ca em um só programa e ambiente, comoacontece desde o início com o Macintosh.Outros exemplos são:

Ambientenovo para32/64 bits

Interfacegráfica (GUI)tipo Windows.Macintosh..

Linguagens dequarta geraçãotipo planilhas ...

Linguagens deprogramação tipoCabal. Basic ...

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EVOLUÇÃO OA MICROINFORMÁTlCA. CICLOS. CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

suftware cada vez mais complexo inter-namente, para facilitar o uso e oferecermais recursos (maior demanda de hard-ware para processá-los);software mais versátil e fácil de usar -ajuda e manual inteligentes e on-line -capacidade de ensinar a usar o própriosoftware, de analisar dúvidas e deaprender tarefas repetitivas;distribuição eletrônica de software - in-clusive de documentação, manuais eauto-instrução. Cada vez mais fácil deser adquirido para grandes empresas;toda linha de produtos de determina-dos fabricantes já estará disponível noservidor, bastando instalar e pagarapós algum tempo. O meio eletrônicode distribuição pode ser por comuni-cação ou físico, como, por exemplo,um CD-ROM que tem capacidade dearmazenar até centenas de softwarescompletos;crescente preocupação com interfacehomem-máquina, com três vertentes:* padronização dessa interface - por

modelo ou família de equipamento;* múltiplas formas - interfaces múlti-

plas:. várias formas diferentes de visuali-zação / utilização da informação;

. várias formas alternativas de reali-zar a mesma tarefa;

* fusão de linguagens;melhoria significativa em linguagemnatural, compreensão, tradução, utili-zação da voz e outros avanços em C3111-

pos da Inteligência Artificial;maior disponibilidade de informaçãodigitalizada - tecnologias convergentespara conceitos digitais.

Evolução e índicesO estudo de casos reais permite identi-

ficar e quantificar diversos índices e parâ-metros para planejamento e principal-mente verificar como eles estão evoluin-do com o tempo, estágio, porte e setordas empresas. Após apresentar o valormédio encontrado no estudo de casosreais e pesquisas nas médias e grandesempresas nacionais (Pesquisa anual doClA - Centro de Informática Aplicada daFGV), é mostrada a faixa na qual se con-

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ARTIGO

centram os valores e comenta-se o tipo devariação usual do índice em função deaspectos característicos das empresaspesquisadas:

Usuário ativo/micro = 2,2 (1,5 a 5,0). Arelação entre o número de usuáriosativos e os micros instalados na em-presa diminui conforme a empresa ca-minha no processo de informatizaçãoe da média atual de 2,2 converge paraum valor menor que 2, sendo que va-

utiliza o micro após o

treinamento.

lores entre 1,5 e 5,0 us uarros ati-vos/micro são comuns. A base insta-lada de micros nas empresas nacionaisestá crescendo muito e este índice mé-dio, que era de três usuários ati-vos/micro, manteve-se estável por al-guns anos até 1988, quando voltou acair. O índice é inversamente propor-cional ao estágio de informatização, eao porte da empresa - quanto maior oporte ou mais adiantada no processo,menor o índice.

Analista de suporte/micro = 4% (2% a15%). A evidência empírica sugere umíndice próximo de 8% para número depessoas do CI (Centro de Informação)pelo total de micros inicial. A médiapara grandes empresas, em 1993, ficouem 3%. Esse índice tende a evoluir ra-pidamente e seu comportamento é in-versamente proporcional ao estágio deinformatização e à base de micros ins-talada. Depende da estratégia de im-plementação e da relação usuário ati-

74

vo / micro - o típico é ficar próximo ouum pouco abaixo de 8% para uma es-tratégia não muito agressiva e uma re-lação de três usuários/micro, dimi-nuindo bastante quando a relação caipara menos de 2,2 usuários/micro.Para estratégias mais agressivas e está-gios mais avançados do processo, valo-res abaixo de 4% analistas/micros sãocomuns. A propósito, o pessoal de CI éem média 10% do total de pessoal emInformática, o que, por sua vez, repre-senta perto de 6% dos funcionários téc-nicos e administrativos da empresa.Nas fases adiantadas do processo de in-formatização, o índice tem uma dimi-nuição aparente devido ao fato de queos Analistas de Suporte se transformamem Analistas de Negócio ou exercemeste papel e portanto passam a fazerparte do setor, não sendo mais contabi-lizados como pessoal de Informática.

Usuário/funcionário administrativo =45% (10% a 99%). Novamente a faixade variação é ampla. Existem empresascom praticamente 100% dos funcioná-rios técnicos e administrativos sendousuários. Outras tantas que estão emfases iniciais do processo têm somente10%. A média vem crescendo ano aano: em 1987 era de 20%, passou para30% em 1990, em 1991 para 35% e em1992 para 40%. Essa média deve ultra-passar 50% antes de 1995. Em 1993, onúmero de usuários está próximo de45% do total de funcionários técnicos eadministrativos, com diversas empre-sas apresentando taxas de mais de60%. O fator mais relevante é a culturavigente na empresa. Por exemplo, em-presas pequenas com idade média dosfuncionários relativamente alta tendema ter um índice bem menor que 40%;por outro lado, empresas com pessoalmais jovem e com tradição de inovaçãoatingem valores até superiores a 75%.

Usuário ativo/usuário treinado = 70%(55% a 80%). Nem todos os usuáriostreinados tornam-se usuários finais ati-vos; um terço não utiliza o micro apóso treinamento, em média. A taxa de pe-netração planejada é normalmentemaior que 50%, isto é, bem mais de50% do pessoal técnico e administrati-

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lenome.Pnhlndl1dade.

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ARTIGO

18

16

14

12

10

FUN ~ total defuncionários daempresa

FTA ~ total defuncionáriostécnicos eadministrativos

FUN{TEC

FTA/MicroFTA{TEC

TEC ~ teclados ~micros + terminais

1992 1994 1996

vo serão treinados ao longo de todo oprocesso de informatização. O perfilmédio dos usuários treinados costumaresultar em:

* 25% a 35% dos usuários treinadoscontinuam a usar os micros, desen-volvem suas próprias aplicações, têmuma parcela significativa de seu tra-balho automatizada e demandam umsuporte mais especializado e de re-cursos avançados das ferramentas;

* 30'X,a 35'X,continua a usar os micros,em média uma vez por semana, de-senvolve aplicações simples, temuma parte de seu trabalho automati-zada e demanda suporte na estrutu-ração de novas aplicações e no usodas ferramentas padrões;

* 25'10a 35% praticamente não usa di-retamente os micros, uma parte ain-da participa, mas utiliza tipicamenteresultados produzidos por outrosusuários;

Média nacional

76

* 5% a 10% torna-se I/especialista" e, sefor permitido, passa a maior parte dodia utilizando o micro, demanda ferra-mentas mais sofisticadas e auxilia osdemais; em alguns setores, faz o papeldo Analista de Suporte e tende a pro-vocar uma descentralização das fun-ções do CI.

Muitos desses índices podem ser con-siderados baixos quando comparadoscom médias internacionais, mas estãocrescendo a taxas maiores e já atingemvalores significativos.

Os gráficos mostram a evolução de al-guns dos índices. O gráfico 5 é um exem-plo ilustrativo da evolução da relação defuncionários por teclados e por micros.

O gráfico 6 mostra a evolução desde1988 e a tendência para relação usuá-rio / micro na média das empresas e porsetor da economia.

Os dois últimos (gráficos 7 e 8) repe-tem os índices do primeiro, mas no con-texto de evolução para média das empre-sas e por setor.

(94/95)

12

10

FTA/Micro FTA/TEC

Indústria Comércio Serviços

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Existem outros índices utilizados naAdministração da Informática. Um dosprincipais indicadores para o planeja-mento e comparação com outras empre-sas é o gasto total/faturamento, isto é, op.ercentual do faturamento da empresaque é destinado à Informática. Esse per-centual depende de vários fatores. Osdois principais são o estágio de informa-tização e o setor da empresa.

O gasto total é a soma dos gastos comequipamento, instalações, materiais deconsumo, gastos com software e gastoscom pessoal de sistemas. A composiçãodesses gastos depende dos fatores men-cionados e principalmente das Tecnolo-gias de Informação utilizadas. Para mi-crocomputadores, os gastos com hardwaree software são equivalentes já para siste-mas de maior porte, o gasto com hardwareé a menor parcela e vem diminuindo.

Em média os gastos têm crescido maisde 10% ao ano, passando de 1,4%, em1988, para cerca de 2,3% em 1993. Nesseperíodo, as maiores taxas de crescimentosão apresentadas pelas empresas menosinformatizadas e pelo setor industrial. Apropósito, os índices para os países doPrimeiro Mundo são superiores aos na-cionais. Por exemplo, em 1991, a médiaamericana foi da ordem de 3,5'X" portan-to, 80°;\)a mais que a média nacional de1,9%. Em 1992, a média continuou emcerca de 3,5% e a nacional subiu para2,1%.

Cenário e a Lacuna CulturalOs avanços da tecnologia de informa-

EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁTlCA: CICLOS. CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

r----I•.•:lfIli"t'h~h~I~,IPI.mlP,.··"j'u••4'-'1, 11!II11I!1'tjft~ rmltll~,fl!ll·jl!llii"*IIII~'I"I,!IIIC'j[!IIIit!llll't!IftJ~I'~if~, 11_. --"-'1i

I, 1. Descongelar:!!II

I!1

li! 3. Recongelar: traduzir investimento em retorno;. estabilizar em novo patamar de cultura:I " diminuir o "gap cultural";! "aumentar a "inteligência da empresa".L ._. . . . ,__. __.._ .._._ J

Estratégia de Implementação

preparar pessoal;educação = melhor veículo de mudança: resulta em:

" confiança e participação;" maior probabilidade de sucesso;

2. Mover / Ação: movimento - concretizar idéias para ação;educação como veículo para ação - estimular ação:implementação é um processo de mudança cultural;

ção ocorrem em tal velocidade que as ne-cessidades surgem a uma velocidademaior que a capacidade de absorver atecnologia e de atender a essas necessida-des que a área de Informática pode ter.Esta situação deixa a nítida impressão deque a área de Informática Uatrapalha aorganização" .

Neste contexto, convém ressaltar maisuma vez que estamos atravessando umafase de grande transição, agravada pelacoincidência de rupturas tecnológicasnos ciclos de evolução do hardware e dosoftware.

A avalanche de novas tecnologias deInformática é tão grande que as empresase pessoas não têm capacidade de assimi-lá-las na mesma velocidade, provocandouma grande lacuna cultural, isto é, umadefasagem entre o que está sendo utiliza-do e o que está disponível. O gráfico 9ilustra este conceito.

i"·-··------ltlmUt!·Ia:I,mZtlamli,lImmmd1ijIItflilflH.-··-----lI Uso (Lacuna cultural - cu/ture gap) Ij !; í! I~ ;! "Cu/lure Gap" {<>zf !

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!~I'~' :~""" Tecnologia disponível Te---.Jmpo!I.' Novo patamar de "Inteligência da Organização"1 Uso da Tecnologia pelas empresas em geral",_,~ ·_ .•••_a' ,,__ ._'~~.'·"'·""''''''''''''''_'''''''''·''·''''~·~'''-- ••,_._,-_._-~ •.,~-~.~-,._"",-,..., ..",,,.,.,,,~,•••,,,,'--,,,._-~,~~.---~~,..- •••_ •.••.••••.__ ••'---_.

RAE • v. 34 • n.3 . Mai./Jun. 1994 77

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ARTIGO

Uma estratégia correta para imple-mentar novas tecnologias pode diminuiressa lacuna cultural e colocar a empre-sa/pessoas em um novo patamar, comomostra o quadro 1, sobre a administraçãoda mudança que utiliza a educação comoveículo principa l.

O modelo retrata o mecanismo do pro-cesso de implementação de novas tecno-logias - em especial a estrutura da atua-

do

cerca de 25 anos; os micros

há pouco mais de 15 anos e

os futurólogos são unânimes

ao afirmar que só vimos a

ponta de um iceberg.

ção de um consultor externo. Inicialmen-te ele funciona como orientador para di-minuir a lacuna cultural e provocar odescongelamento; depois direciona oprocesso de mudança estimulando açãona direção correta e diminuindo as bar-reiras e resistências naturais; e em umterceiro estágio funciona como catalisá-dor da institucionalização.

Os objetivos do processo de adminis-tração da mudança organizacional repre-sentada por novas tecnologias e sistemassão:

,. diminuir a lacuna cultural:* aumentar conhecimento e "desconge-

lar";

BIBLIOGRAFIA

* criar vocabulário comum e visão ho-mogênea das aplicações e potenciaisTI;

* construir habilidades: técnicas e ad-ministrativas; transferir informações;

estimular a ação:* TI é ao mesmo tempo concreta e abs-

trata. Os componentes concretos sãoo hardware e parte do software, quepodem ser apresentados clara e ex-plicitamente;

* os componentes abstratos, que fre-qüentemente são críticos na imple-mentação, não são tão claros e fáceisde ser apresentados, como:· aspectos psicológicos, organizacio-nais e políticos;

· o processo de administração e a suaredefinição;

· as resistências à mudança - que de-vem ser aliviadas;

· envolvimento do usuário - criaçãode um ambiente propício para en-volvimento e confiança.

A relação de tendências, impactos edesenvolvimentos futuros, como os cita-dos ao longo do texto, são baseados noestudo do processo de evolução. Contu-do, qualquer lista desse tipo é limitada aoconhecimento atual e não inclui breakih-roughs, os grandes saltos que muito pro-vavelmente ocorrerão e eventualmentecausarão efeitos mais profundos que ossignificativos já visualizados com o co-nhecimento atual.

A indústria de Informática está na suainfância. A indústria de software começouhá cerca de 25 anos; os micros há poucomais de 15 anos e os futurólogos são unâ-nimes ao afirmar que só vimos a pontade um iceberg. Os impactos e eventossignificativos ainda estão por vir.

--------------_._----_._----------------MEIRELLES. Fernando S. Informática: novas aplicações com microcomputadores. São Paulo:McGraw-Hill/Makron Books, 1994, 2ª edição atualizada e ampliada.

CIA - Centro de Informática Aplicada - Pesquisa Anual - Administração de Recursos de Informáti-ca. 4ª edição de 1993 e resultados preliminares da 5ª edição de 1994, São Paulo, FGV.

80 Artigo recebido pela Redação da RAEem abril/94, avaliado e aprovado para publicação em maio/94.