EmbalagemMarca 146

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Ano XIII • Nº 146 • Outubro 2011 • R$ 10,00 ENTREVISTA Scott Young, da PRS, explica os benefícios do rastreamento do olhar do consumidor MARKETING Kits para presentear agregam valor e aumentam as vendas de cosméticos RECICLAGEM Refrigerantes aderem ao berço a berço de garrafas de PET reciclado Saem de cena a miséria e a falta de oportunidades. Com consumo em alta, região vira bola da vez para as indústrias – e seus fornecedores de embalagens Nordeste embalado

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Revista EmbalagemMarca Nº 146, outubro de 2011. Reportagem de capa: Nordeste

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ENTREVISTAScott Young, da PRS, explica os benefícios do rastreamento do olhar do consumidor

MARKETINGKits para presentear agregam valor e aumentam as vendas de cosméticos

RECICLAGEMRefrigerantes aderem ao berço a berço de garrafas de PET reciclado

Saem de cena a miséria e a falta de oportunidades. Com consumo em alta, região vira bola da vez para as indústrias – e seus fornecedores de embalagens

Nordeste embalado

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Outubro 2011 | 3

EditorialUMA CONVERSA COM O LEITOR

O crescimento do Nordeste e as oportunidades para o setor

“Para a cadeia fornecedora de

embalagens, o crescimento do

Nordeste representa uma excelente

chance de bons negócios. No entanto,

indústrias de bens de alto consumo

na região se ressentem de grave

carência de abastecimento, tanto em

quantidade quanto em qualidade”

Já NãO é MAIS novidade, e muito menos surpresa, dizer que o mercado de consumo da região Nordes-te do Brasil apresenta hoje um amplo horizonte de oportunidades de negó-cios, com índices de crescimento do PIB e das vendas em geral que chamam a atenção não só do Brasil, como do mundo inteiro. Tão dinâmico é o cresci-mento e tão vastas as possibilidades de obter-se êxito na indústria, no comér-cio e nos serviços na região que se tornou lugar comum ouvir-se repetida-mente a afirmação de que “o Nordeste é a China do Brasil”, numa comparação com o impetuoso avanço da economia daquele país asiático. Não é bem assim, e entre as diferenças que podem ser destacadas talvez a mais gritante esteja nas formas como se dão o crescimento da China e o do nosso Nordeste.

Como se pode entrever ao fundo da reportagem de capa desta edição, fruto de pesquisa e de recentes visitas do editor executivo Guilherme Kamio a empresas da região, enquanto os asi-áticos (abrangendo não só a China, mas também outros “tigres” e a Índia) inundam o planeta com seus cada vez mais amplos leques de produtos – aí incluídos os artigos piratas e as cópias deslavadas, sem perdão sequer para artigos verde-amarelos –, o mercado nordestino cresce de forma sustentável. Em outras palavras, se a base do cres-cimento chinês são as exportações, a do nordestino é o mercado interno. A leitura do background é então a de que, com todas as falhas que possam ter, as políticas de inclusão social estimuladas pelo governo brasileiro incorporaram ao mercado um contingente de deze-nas de milhões de pessoas que antes mal tinham para comer e agora são classificadas como consumidoras regu-

lares de produtos industrializados. Não custa lembrar que isso desperta apeti-tes, especialmente nesta fase enguiçada mundo afora.

Para a cadeia brasileira fornecedora de embalagens o crescimento do Nor-deste representa uma excelente chance de bons negócios. No entanto, confor-me relatos de indústrias de bens de alto consumo na região feitos durante a viagem de Guilherme Kamio e também chegados diretamente à redação em outras oportunidades, elas se ressen-tem de grave carência de abastecimen-to, tanto em quantidade quanto em qualidade. O desejável, de acordo com esses depoimentos, é que o suprimento seja feito de preferência por agentes locais. O motivo não é bairrismo, e sim as vantagens que em tese daí advêm, como ganhos de tempo e de custos no abastecimento, com resultados muito positivos em produtividade e compe-titividade.

Enfim, o Nordeste e, supõe-se, o restante do Brasil esperam que o cres-cimento do mercado regional ocorra de forma realmente sustentável. Assim o “milagre” ampliará o bem-estar de milhões de brasileiros, consolidando a economia da região e, dentro dela, a cadeia de valor da embalagem. A pro-pósito, no âmbito do ambicioso progra-ma governamental Brasil Maior, cujos desdobramentos e análise não cabem neste espaço, vale lembrar às entida-des representativas dessa cadeia que a bandeira de incentivos setoriais ao conjunto de seus elos não vem tendo a visibilidade efetiva que se espera.

Até novembro.

WIlson palhares

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SumárioEdição 146 • Outubro 2011

3 Editorial A maturidade econômica do Nordeste e os nós que ainda precisam ser desatados para um maior desenvolvimento da cadeia de valor de embalagens na região

8 Doces Embalagens de doces de amendoim sofrem pequenas mudanças e empresa vê as vendas quadruplicarem

10 Refrigerantes Começam a estrear no mercado brasileiro as primeiras garrafas recicladas no sistema bottle-to-bottle, graças a iniciativas de Coca-Cola e Ambev

14 Painel Tradbor anuncia instalação de linha de montagem para pouches com formatos especiais • C-Pack ganha duas novas linhas para produção de bisnagas • Anéis das latas da cerveja Budweiser ganham orifício no formato de coroa • Bericap chega a Argentina para produzir tampas de refrigerantes e águas minerais • Cervejaria Petrópolis instala equipamentos de envase de altíssima velocidade da Krones • Presidente da Bosch Packaging fala sobre o aniversário da companhia e dos planos para o futuro • Johnson & Johnson revela ao mercado protetores solares com embalagens ‘verdes’ da Braskem

24 EM Foco A reportagem de EmbalagEmmarca foi conferir o que os consumidores estão achando da primeira lata de cerveja com abertura total vendida no Brasil

26 Biscoitos Pastifício lança embalagem de biscoito em flow-pack e prova superioridade da embalagem com teste embaixo d’água

28 Artigo Resenha do livro Glamour Icons, do célebre designer de cosméticos e perfumes, Marc Rosen

por ernesTo Cohn

36 Reportagem de capa

NORDESTEO boom que vem sofrendo a economia da Região Nordeste nos últimos anos reflete o sucesso das políticas de inclusão social e está trazendo conseqüências importantes para as indústrias de embalagem. Porém, carências em distribuição, fornecimento e logística ainda travam o desenvolvimento da região

por guIlherme kamIo

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Diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected] • Editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected] • Redação: Flávio Palhares | [email protected] • Marcelo Marcondes | [email protected] • Comercial: Juliana Lenz | [email protected] • Karin Trojan | [email protected] • Wagner Ferreira | [email protected] • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] • Assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | [email protected] • Administração: Eunice Fruet | [email protected] • Marcos Palhares | [email protected] • Eventos: Marcella Freitas | [email protected] • Manoel Dias | [email protected] • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | [email protected]

Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

SumárioEdição 146 • Outubro 2011

30 Marketing Empresas de setores variados – de cosméticos a cafés de grife – começam a apostar nos estojos de papel cartão para agregar valor a seus produtos e oferecer aos clientes embalagens presenteáveis

44 Higiene Pessoal Phisalia lança estojo cartonado para produtos de higiene pessoal infantil que toca música ao ser aberto

46 Entrevista Scott Young, presidente da PRS Eye-Tracking, fala sobre a importância da análise do olhar do consumidor para o desenvolvimento de embalagens mais eficientes

50 Tecnologia Aditivos com insumos orgânicos prometem biodegrabilidade total a embalagens plásticas tradicionais

52 Vidro Empresas de decoração de embalagens de vidro ampliam seus portfólios

54 Internacional Embalagens de produtos para limpeza doméstica com sistemas de recarga baseados em cápsulas chegam às prateleiras como opções “verdes” 58 Display Coca-Cola lança limonada pronta Del Valle no Brasil envasada à quente • Marca de dermocosméticos repagina-se e ganha novos logotipo e embalagem • Fleischmann lança primeiro chantilly sabor chocolate em cartonadas de 200 mililitros • Globalbev lança isotônico Marathon acondicionado em copos • Vinhos populares ganham embalagem bag-in-box de 3 litros • Palmitos Gini usarão caixas display em prateleiras • Cervejaria catarinense lança bebida comemorativa em garrafa de alumínio • Cera Ingleza ingressa no mercado de cuidados automotivos

66 Almanaque Como que as pastas de dente saíram dos potes de porcelana para os tubos de estanho • Lembranças da primeira incursão da Budweiser pelo Brasil • A guerra das marcas de rapé no Nordeste brasileiro • Os fortes laços entre um dos maiores nomes do Surrealismo e uma popular marca de pirulitos

aptar B&H embalagens ...........................................3ª capaaaron .....................................................................................63abeaço .................................................................................. 31adecol ................................................................................... 51arol ..........................................................................................11Banco do Brasil ......................................................... 34 e 35Baumgarten ................................................................ 12 e 13Bericap .................................................................................. 15Betim Química .................................................................... 17Bp filmes ..............................................................................61carton druck .............................................................2ª capa

ccl label .............................................................................27ciclo de conhecimento ...................................................29congraf ................................................................................. 19crespo ...................................................................................43embala...................................................................................65esko-Graphics .....................................................................33frascomar .............................................................................47Gironews ..............................................................................59Grif .......................................................................................... 21indexflex .................................................................................. 5Markem-imaje .....................................................................25

Metapack Máquinas ...........................................................23Mlc ........................................................................................53Moltec ...................................................................................63novelprint ............................................................................. 41papirus .........................................................................4ª capapH fit .....................................................................................43Rigesa ...................................................................................... 7Simbios-pack .......................................................................63Sulforms ................................................................................23technopack .........................................................................63tetra pak .................................................................................9

Empresas que anunciam nesta edição

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8 | Outubro 2011

dOceS

Paçoca à vistacom pequeno ajuste de embalagem, empresa catarinense fortalece imagem no ponto de venda e quadruplica vendas de doces

PARA A JURéIA Alimentos, nunca houve semestre tão bom para os doces de amendoim quanto os meses entre março e agosto últimos. Segundo a empresa, nesse período as vendas de suas paçocas em formato de rolha e de pés de moleque registraram aumento de 400%. A façanha, explica a gerente de marketing Natália Schumacher, é resultado de uma mudança singela, porém engenhosa, empreendida nas embalagens: a adoção de luvas de papel cartão para envolver os potes plásticos ovais em que os produtos são comercia-lizados. “Depois da alteração, consegui-mos igualar o volume de vendas do ano passado inteiro só no primeiro mês”, conta a executiva.

Antes da alteração, a única forma de identificação dos produtos era um rótulo de papel, colado sob a tampa dos potes transparentes de PET em que os doces são comercializados. O recurso trazia limitações. O adereço “sumia”, por exemplo, quando as embalagens fica-vam expostas em gôndolas na altura do olhar do consumidor, impossibilitando a identificação da marca.

Um estúdio de design, contratado para resolver o problema de (falta de) visibilidade, sugeriu a adoção das luvas cartonadas (e a óbvia eliminação dos

rótulos) – solução inspirada nas apre-sentações de sorvetes de massa ofereci-dos no varejo. “Com o acessório, obtive-mos quatro faces para as embalagens”, explica Natália. “Três delas são destina-das exclusivamente ao marketing dos produtos. Na parte inferior, inserimos os dados da empresa e as informações nutricionais.” Para as paçocas, nos sabo-res natural e chocolate, os potes têm capacidade para 150 gramas e 180 gra-mas, sendo que esta é usada também para acondicionar os pés de moleque, em versão de 140 gramas, dado o peso específico maior do produto.

Conforme explica a gerente de marketing da Juréia, a solução adota-da proporcionou aos doces de amen-doim exposição nas prateleiras tanto empilhados quanto em pé, sem prejuízo de percepção da marca pelo consumi-dor – e com vantagens competitivas. “A área impressa não é apenas quatro vezes maior do que a anterior, mas também quatro vezes maior do que a da concor-rência”, observa Natália. “Conseguimos isso sem ter de realizar qualquer modifi-cação nos potes.”

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Galvanotek(54) 3461-9500www.galvanotek.com.br

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Luvas cartOnaDas

Vigraf(47) 3399-0200www.vigraf.com.br

Envolvimento de potes com luva cartonada solucionou a comunicação acanhada da

apresentação anterior (abaixo)

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10 | Outubro 2011

RefRiGeRanteS

De garrafaa nova garrafauso de pet reciclado em embalagens para alimentos e bebidas começa a se tornar realidade no Brasil, tendo o mercado de refrigerantes na dianteira

POR FLáVIO PALhARES

MAIS DE TRêS ANOS após a regulamentação pela Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso do PET reciclado em embalagens para alimentos começa a se tornar realidade no Brasil, com o mercado de refrigerantes na dianteira. Primeiro foi a AmBev, com uma versão de 2 litros do seu carro-chefe em refrige-

rantes, o Guaraná Antarctica (ver EmbalagemMarca nº 144, agos-

to de 2011). Agora, a Coca-Cola

ingressa na mesma trilha por meio de uma garrafa de 2,5 litros. A demora para o lançamento se deve ao tempo utilizado em pesquisas e ao prazo de validação dos materiais pela Anvisa.

Inicialmente, a nova embalagem será produzida com 80% de resina PET virgem tradicional e 20% de PET pós-consumo reciclado grau alimentício, o chamado PET PCR. No processo de fabricação desta última, as embala-gens de PET coletadas após o descarte pelo consumidor são selecionadas e trituradas. Os flocos resultantes pas-sam por um processo de limpeza e descontaminação num reator, sob alta temperatura e pressão, até atingir grau de pureza adequado para utilização na fabricação de embalagens destinadas ao contato direto com alimentos. A tecnologia de fabricação, conhecida como bottle-to-bottle (em tradução para o português, “garrafa a garrafa”), confere ao PET reciclado as mesmas características da resina virgem.

De acordo com a Coca-Cola, o processo de fabricação da nova gar-rafa – batizada de Bottle-to-Bottle – representa utilização de menos água e menos energia do que o necessário em outros sistemas de produção de PET reciclado para uso alimentício, como a despolimerização (processo em que o polímero é decomposto em seus

No rótulo, nova garrafaBottle-to-Bottle da Coca-Cola

informa que contém PET reciclado em sua composição

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componentes originais). É claramente diferente, também, da produção de embalagens com múltiplas camadas, em que o PET PCR é “aprisionado” entre duas camadas de resina PET virgem.

VICE-PRESIDENTE de Técnica e Logística da Coca-Cola Brasil, Rino Abbondi explica que a empresa tem autorização para utilizar até 50% de resina reciclada em suas embalagens. “Tivemos de obter aprovação do Mer-cosul e da Anvisa”, conta o executivo. “Foram pelo menos quatro anos de trabalho intenso.”

A proporção de 20% de PET reci-clado poderá ser aumentada se a oferta de PET PCR crescer. Por enquanto, a garrafa de PET PCR está disponível nos mercados atendidos pela engar-rafadora Spaipa – Paraná e interior de São Paulo – e é produzida pela CPR, empresa pertencente ao Valgroup, única fonte local da tecnologia, segun-

do a multinacional de refrigerantes. Abbondi informa que a Coca-Cola está negociando com um fabricante de PET reciclado, cujo nome não é divulgado, a instalação de uma fábrica no País. “Temos um fornecedor, que já é parcei-ro do grupo nos Estados Unidos e na Europa, e que pode vir a instalar uma fábrica no Brasil para atender a nossa demanda por PET reciclado”, afirma o executivo.

A Coca-Cola diz que seus engarra-fadores vão economizar 5 000 tonela-das de PET virgem neste ano graças ao uso da resina reciclada. “Prevemos que até 2014 todas as embalagens de PET do nosso portfólio serão fabricadas com a nova tecnologia, fazendo essa economia chegar a 60 000 toneladas anuais”, explica Abbondi.

Garrafa 100% reciclada da Ambev está pronta

A Ambev aguarda apenas a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para apresentar uma garrafa de PET 100% reciclada. A informação é do diretor de relações socioambientais da companhia, Ricardo Rolim. “Nossa equipe trabalha para que a PET 100% re-ciclada esteja em outubro no mercado”, afirmou o executivo em seminário sobre sustentabilidade realizado no final de setembro pelo jornal Valor Econômico.A garrafa será adotada no Guaraná Antarctica de 2 litros, e a distribuição vai começar pelo Walmart, parceiro da Ambev no projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta (ver EmbalagEmmarca nº 144, agosto de 2011).A falta de coleta seletiva é o entrave para a Ambev expandir o uso da embalagem totalmente reciclada a outras redes varejistas. De acordo com Rolim, “não há matéria-prima suficiente no mercado para fazer todas as garrafas”.

CPR(21) 3651-7600www.cprpet.com.br

ANÚNCIO

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14 | Outubro 2011

PainelMOVIMENTAÇãO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS Edição: GUILHERME KAMIO

[email protected]

FLEXÍVEIS

Pouches com shape facilitados

ESPECIALIzADA EM stand-up pou-ches (SUPs), bolsas plásticas que ficam em pé graças à base que se abre como uma sanfona, a Tradbor anuncia para outubro a instalação de uma nova linha, dedicada à produção de embalagens do gênero dotadas de formatos especiais. Com o novo maquinário, adquiri-do de fonte estrangeira mantida em sigilo, a empresa promete superar barreiras técnicas até então existentes no Brasil para desencadear projetos de shapes personalizados.

Uma das dificuldades, segundo o diretor Alan Baumgarten, é o desenvolvimento de

ferramental. “Por serem de precisão, os equi-pamentos de stand-up pouches exigem facas bastante complexas para a produção de sha-pes especiais, geralmente no sistema de corte macho-femêa e de usinagem cara e demorada”, explica o executivo. “Com a nova linha, pode-remos viabilizar ferramentais para formatos especiais em duas a quatro semanas. Além disso, a alta velocidade de confecção das emba-lagens, de até 300 unidades por minuto, impe-dirá que o processo fique mais caro do que o de pouches convencionais.”

Baumgarten acrescenta que a nova linha

permitirá à empresa operar no sistema “full-shape”, produzindo desde simples formatos de bico de dosagem para SUPs do tipo refil até contornos mais elaborados. “Poderemos fazer pouches com silhuetas de personagens ou com formatos de frutas, para sucos ou gelatinas”, exemplifica. O diretor da Tradbor acrescenta que, no sistema fill-seal (envase de embalagens pré-formadas), os SUPs com formato podem ser processados nas mesmas linhas de enchi-mento dos formatos “lisos” convencionais. A empresa comercializa também equipamentos para essa tarefa.

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16 | Outubro 2011

PainelMOVIMENTAÇãO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

PRêMIO

CNI reconhece inovação na Brasilata

O Prêmio Nacional de Inovação, proje-to da Confederação Nacional da Indús-tria (CNI) e do Movimento Brasil Com-petitivo, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Minis-tério da Ciência e Tecnologia (MCT), teve a Brasilata entre as três finalistas na categoria “Gestão da Inovação - Grande Empresa”. Além da fabricante de latas de aço, chegaram à final a Companhia Energética do Ceará (Coel-ce) e a Siemens – vencedora do troféu.

BISNAGAS

C-Pack com fôlego ampliadoGrande produtora nacional de bisnagas plásticas, a C-Pack concretizou em setembro uma nova expansão de seu parque fabril. Duas novas linhas de produção foram insta-ladas na fábrica da empresa, localizada em São José (SC). Com isso, a capacidade da fabricante salta de 140 milhões para 220 milhões de unidades por ano. A iniciativa faz parte de um pacote de investimentos de 64 milhões de reais anunciado em 2010 e que abrangerá novos acréscimos nos próximos dois anos. “O objetivo é equiparar a oferta à atual demanda anual no Brasil, que corresponde a 300 milhões de tubos”, afirma o presidente da C-Pack, Luiz Gonzaga Coelho. “Alcançaremos essa meta com mais duas linhas, cujas instalações deverão ocorrer até 2013.” Com o mais recente incremento, a fornecedora passa também a oferecer bisnagas nos diâmetros de 22 e de 60 centíme-tros, que antes não constavam em seu portfólio.

CARTONADAS ASSéPTICAS

A vida de uma longa vidaO que é uma embalagem cartonada assépti-ca? Do que é feita? Quais suas funções? Para esclarecer questões como essas, a Tetra Pak inaugurou um website didático, batizado de “A vida de uma embalagem”. Nele é possível obter informações sobre o ciclo de vida das caixinhas longa vida, das florestas até o des-carte e a reciclagem.

emb.bz/146longavida

CODIFICAÇãO

Para packs de iogurtes

Começa a ser oferecida no mercado brasi-leiro, pela Markem-Imaje, uma nova codi-ficadora a laser especialmente desenvolvida para a impressão em filmes flexíveis de mul-tipacks para frascos de iogurtes. A 7031 HD (High Definition) é indicada para integrar linhas de produção que requerem codifica-ção com diversas cabeças laser e que operam a uma velocidade de 30 metros por minuto. Segundo a fabricante, o equipamento impri-me caracteres em alta definição com altura de 1,5 a 100 milímetros, nas versões parada ou em movimento.

7031 HD: laser a 30 metros por minuto

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METáLICAS

Marketing até nos anéis

Recém-lançada pela AmBev no mercado brasileiro, a cerveja Budweiser apresenta uma novidade em sua lata de alumínio. A embalagem é a primeira na Améri-ca do Sul a incorporar anel de lata recortado (cut out tab). O orifí-cio da peça, vermelha, tem formato de coroa – símbolo da marca ame-ricana. Segundo a Rexam, criadora da tecnologia, anéis diferenciados estão sendo desenvolvidos para latas de outros clientes.

Lata de Bud nacional: primeira na américa Latina a ter anel com orifício desenhado

FECHAMENTOS

Filial argentinaA fabricante alemã de tampas Bericap anunciou a construção de uma fábrica em Buenos Aires, na Argentina. De acor-do com a empresa, a filial argentina “irá trabalhar em cooperação com a unidade brasileira”, estabelecida em Sorocaba (SP) desde 1998, “para fortalecer a presença da Bericap na América do Sul”.

A nova fábrica irá produzir inicial-mente a tampa de rosca DoubleSeal SuperShorty, dedicada a garrafas de refri-gerantes e águas minerais, em modelo compatível com o padrão PCO 1881 de gargalo reduzido. Procurada, a Bericap preferiu não revelar valores e outros des-talhes envolvidos no empreendimento, cuja inauguração está prevista para janei-ro de 2012.

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18 | Outubro 2011

PainelMOVIMENTAÇãO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

EQUIPAMENTOS

Velocidade extrema

Fabricante das cervejas Itaipava e Crystal, a Cervejaria Petrópolis instalou em sua unidade de Rondonópolis (MT) uma linha de altíssima velocidade para o envasamen-to de cerveja em lata. A linha, composta exclusivamente por equipamentos da Kro-nes, é capaz de processar até 128 000 emba-lagens por hora. Segundo a fornecedora, o sistema é capaz de trabalhar não só com latas de 350 mililitros, como tem ocorrido na fábrica mato-grossense, mas também com os tamanhos de 310 mililitros e 269 mililitros, mediante trocas de peças de formato. A Krones e a Petrópolis são frequentes parceiros de negócios. Da grife alemã, a cervejaria brasileira possui outras linhas de envase para latas e garrafas de vidro, além de ter sido pioneira no uso da rotuladora Taxomatic, que aplica selos de alumínio no topo de latinhas.

NúMEROS

165,4bilhões de dólaresSerá o valor do mercado mundial de embalagens metálicas (de aço e de alumínio) daqui a dez anos. A projeção é de um levantamento de cenários para 2021 realizado pela consultoria britânica Visiongain.

43milhões de toneladasFoi o volume de cartuchos de papel cartão consumidos mundialmente em 2010, segundo estudo da consultoria Pira International. Em valor, o total representou 78 bilhões de dólares.

16,5%Cresceu a receita do mercado brasileiro de food service (alimentação fora do lar) em 2010, segundo cálculos da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia). O faturamento chegou a R$ 185 bilhões. A Abia prevê para este ano crescimento similar, entre 15% e 16%.

Com nova máquina, Petrópolis é capaz de envasar até 128 000 latas de suas cervejas

Uma intensiva reestruturação foi concluí-da em setembro na Fênix Embalagens, de Belo Horizonte. A empresa, especializada em embalagens de papel cartão, ganhou novos sócios, entre eles Jacks Faria – ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) em Minas Gerais e ex-presidente do Conselho Diretivo da mesma entidade. Além disso, receberá, nos próximos três anos, um

aporte para modernização da ordem de 10 milhões de reais. A capacidade de produção já aumentou com a recente instalação de uma Lithrone S40, impressora offset da japonesa Komori (representada no Brasil pela Guten-berg). A Fênix também está em processo de obtenção do selo FSC – certificação do Conselho de Manejo Florestal que atesta boas práticas socioambientais.

GRáFICAS

Mudança de gestão na Fênix

GENTE

Em novo cicloResponsável por trazer ao Brasil a ameri-cana TerraCycle, empresa voltada ao re-aproveitamento criativo de embalagens pós-consumo, Gui Brammer anunciou seu desligamento da operação. Disposto a explorar oportunidades abertas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, o executivo inaugurou a WiseWaste, com-panhia de gerenciamento de resíduos que reúne dez empresas recicladoras. O novo negócio visa dinamizar a relação entre indústrias e catadores.

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20 | Outubro 2011

RECICLAGEM

Circuito fechado para embalagens industriais

Está prevista para outubro a inauguração de uma nova operação no Brasil para a reciclagem de embalagens rígidas industriais. O projeto é do National Container Group (NCG), empresa subsidiária do grupo alemão Mauser.

A unidade recicladora, que terá a ban-deira Tankpool REPEL, fica em Taubaté (SP), num terreno adjacente às instalações da NCG Tankpool, empresa do mesmo grupo dedicada ao recondicionamento de embalagens indus-triais. De acordo com o grupo Mauser, ela terá capacidade de reciclar todos os tipos de recipientes de uso fabril produzidos a partir de polietileno de alta densidade (PEAD) – de

recipientes de meio litro a contêineres do tipo IBC de mil litros.

A resina pós-consumo (PCR) resultante será direcionada para a produção de novas aplicações em embalagem, como tambores plásticos, jarras e acessórios para IBCs. “A nova unidade permite

aos clientes agir de modo sustentável”, diz Ricar-do Goldenberg, diretor da NCG Tankpool. “O projeto também está alinhado à Política Nacio-nal de Resíduos Sólidos (PNRS), que contempla o aprimoramento das atividades de reciclagem e o descarte correto de resíduos no Brasil.”

contêiner iBc e tambores: exemplos de embalagens que serão recicladas

pela Tankpool REPEL

METáLICAS

Testes em escala industrial

A empresa paulistana PaintPack traz ao Brasil a primeira máquina de testes de impressão para latas de bebidas. Trata-se de uma IPP8, fabri-cada pela britânica Intercan. Com velocidade de até vinte latas por minuto, o equipamento utiliza o sistema de impressão dry off-set – o mesmo utilizado em linhas de produção de latas – com capacidade para seis cores.

Antes, para fazer testes era necessário parar linhas de produção de latas. Como os fabricantes nacionais estão operando com 100% da capacidade tomada, os procedimen-tos significavam prejuízo. “Agora é possível prever o resultado real que teremos na esca-la industrial”, garante Rodrigo Korovichenco, diretor geral da PaintPack.

Segundo Korovichenco, a nova máquina de provas oferece aos clientes diversas possi-bilidades. “Dá para fazer teste de cores, para comprovar se a impressão reflete o que foi ide-alizado pela criação. Além disso, é possível ver

se um degradê é a melhor opção em uma lata ou para analisar a transparência e a opacidade das tintas sobre o alumínio”, diz o executivo. Para adquirir o equipamento, a PaintPack desembolsou 1,1 milhão de reais.

com a ipp8, paintpack passa a oferecer provas realistas para latas. Nos detalhes, uma embalagem feita na máquina

PainelMOVIMENTAÇãO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

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22 | Outubro 2011

PainelMOVIMENTAÇãO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Em 2011, a Bosch comemora 125 anos de ativi-dades e 150 anos do nascimento de seu funda-dor, o alemão Robert Bosch. A empresa afirma também estar atingindo a marca de 150 anos de experiência na área de embalagens, pois a Hesser, fabricante de empacotadoras adqui-rida nos anos 70, surgiu em 1861. Presiden-te da Bosch Packaging Technology, o alemão Friedbert Klefenz fala, nesta entrevista, da data especial e dos projetos da companhia.

Por mais difícil que seja resumir 150 anos de atividades, quais os marcos mais impor-tantes da história da Bosch no campo da embalagem?Começaria por 1911, quando nossa história de inovação em embalagens para alimentos teve início. Foi quando a Hesser construiu a primeira máquina totalmente automática para empaco-tar café. Anos mais tarde, lançamos a primeira embalagem a vácuo da história, o que aumentou a vida útil de perecíveis em um ano e meio. Nos anos 80, introduzimos a tecnologia Hypa-S, permitindo que sucos de frutas e papinhas para bebês fossem selados assepticamente em car-tonadas com bases e tampas de alumínio. Mais recentemente, lançamos sistemas simplificados e versáteis para o acondicio-namento de produtos em tablete, como chocolates, e novos robôs de alta veloci-dade do tipo delta.

E na área farmacêutica?Na área farmacêutica, avanços importantes foram o lançamento da esteriliza-ção térmica contínua a seco e o túnel de esterilização HQL, que ajudaram clientes a maximizar a eficiência. O desenvolvi-mento da tecnologia de isolamento para máqui-nas de enchimento e selagem de ampolas, em 1991, é outro exemplo. Um de nossos mais recen-tes projetos é o sistema de enchimento PreVas, para medicamentos descartáveis. É uma solução que reduz custos com limpeza e manutenção,

sendo ideal para o manejo de substâncias alta-mente delicadas.

A empresa planeja novas aquisições, tanto nos mercados desenvolvidos quanto nos países emergentes?Estamos sempre à procura de boas oportuni-dades, e isso certamente inclui os mercados emergentes. Planejamos nos diversificar, tanto em termos de abranger geograficamente um maior número de mercados, quanto em preen-cher lacunas tecnológicas para oferecer soluções completas e assistência compreensiva. Este ano, por exemplo, celebramos o décimo aniversário de operações na China – onde somos, hoje, a maior empresa de equipamentos de embalagem em termos de volume de negócios. Em 2010, 20% de nossas vendas foram geradas na Ásia. A estratégia de desenvolver produtos para merca-dos locais deu certo e continuará sendo próspera no futuro. Pretendemos adotar esta estratégia em outras regiões do globo, como na América Latina, incluindo o Brasil, onde iremos ampliar nossas unidades de vendas e serviços.

O senhor afirma que diversificação é um foco estratégico cru-cial. Outras compa-nhias concentram-se em suas vocações, pre-ferindo consolidar seus portfólios...Não me entenda mal. Também nos concentra-mos naquilo que fazemos melhor e decidimos há um bom tempo focar em soluções para duas indústrias, a de alimen-

tos e a farmacêutica. Ambas as indústrias têm potencial enorme de crescimento. Em poucas décadas, a população mundial alcançará nove bilhões de pessoas. Teremos de estar prontos para suportar esse desenvolvimento.

Como administrar pesquisa e desenvolvi-mento ante as condições de diversificação,

globalização e crescimento?O espírito de inovação foi sempre uma força motriz dentro da Bosch. Nosso slogan, “Inven-ted for Life” (“Inventado para a Vida”, em por-tuguês) traduz essa filosofia. Compartilhamos mutuamente os esforços de P&D dentro do grupo como um todo, por meio de fertilização cruzada de ideias e transferência de tecnologia.

Quais serão os maiores desafios para as indústrias de embalagem nos próximos anos?Sustentabilidade é uma questão importante no mundo inteiro. Ela significa utilizar cada vez menos energia, evitar perdas e utilizar materiais facilmente recicláveis nas embalagens. Nos paí-ses emergentes, reduzir o desperdício de comida será um enorme desafio. Se quisermos realizar melhorias sustentáveis, todos nós teremos de agir conjuntamente – governos, indústrias, for-necedores de embalagens e comércio. Acredito que políticas e regulamentações de segurança alimentar continuarão a evoluir numa escala global, acompanhando os rigorosos padrões da indústria farmacêutica. No setor de máquinas de embalagens, um desafio será a concentração. Estou convencido de que a fase de consolidação desse mercado não terminou.

Presidente da Bosch Packaging Technology, Friedbert Klefenz avisa que a companhia quer ampliar a atuação no mercado brasileiro

EQUIPAMENTOS | ENTREVISTA

Passado, presente e futuro

“Alimentos e medicamentos têm potencial enorme.

Em poucas décadas, a população mundial

alcançará nove bilhões de pessoas. Teremos

de suportar esse desenvolvimento”

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BIOPLáSTICOS

Moda “verde” para o calorA Johnson & Johnson descortinou as embalagens desenvolvidas com base no polietileno “verde” da Braskem, derivado do etanol de cana-de-açúcar, para a linha de bloqueadores solares Sundo-wn. Os frascos, com capacidade para 120 mililitros, têm 60% de sua composição baseada no biopolímero (o restante é de plástico reciclado) e serão utilizados na Sundown Senses, edição limitada para o verão 2011/2012. A decoração das embalagens será feita por meio de rótulos termoencolhíveis com estampas florais, desenha-das pela estilista Adriana Barra.

CORPORATIVO

Adesão a nova imagemA Colacril, fabricante de papéis autoadesivos, que neste ano inte-grou suas operações com a RR Etiquetas, redesenhou seu logoti-po. A proposta mantém os atributos da marca, como a tipografia em caixa alta e a cor verde. O desenvolvimento ficou a cargo da Capacitat Comunicações.

sundown: estreia de frascos de plástico “verde” terá rótulos assinados pela estilista Adriana Barra

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24 | Outubro 2011

EM focoO QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR

Assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/146emfoco

“Acho uma ideia interessante. Mas deveria haver um suporte para higienizar o topo da lata, senão eu ficaria meio receoso de beber diretamente da embalagem”

Dag Dinis

“Uma ideia muito legal. Mas acho que uma maior higienização vai ser necessária no local em que a embalagem é vendida, ou o uso de um selinho protetor”

Jussara marchione

“A abertura não machuca nem nada. É bom porque podemos economizar água e detergente, ajudando o meio ambiente”

Vanessa salmeron

POR MEIO da cerveja Brahma, a AmBev promoveu, em setembro último, a estreia no Brasil da embalagem que batizou de Copaço (ver a edição anterior). Trata-se de uma lata de alumínio, desenvolvida pela Crown, que se transforma num copo ao ter seu topo completamente removido durante a abertura. Quais as impressões do público acerca dessa novidade? EmbalagemMarca reproduz nesta página algumas das opiniões colhidas em um supermercado paulistano.

Brahma CopaçoO consumidor avalia o “casamento” entre lata de alumínio e copo de cerveja

“Achei bem bolado. Dispensaria o copo numa boa”

marco aurélio esteves

“Achei genial, porque sempre tive certo nojo daquele anelzinho ao beber cerveja em lata. O único detalhe que falta é um selo protetor em volta do topo da lata, para ajudar na higiene”

marcela martinez

“Achei a embalagem fantástica! É ótima para quando não se tem copos descartáveis ou de vidro por perto”

sílvia renata Cruz

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26 | Outubro 2011

BiScOitOS

Pode até mergulharcom uso abrangente de flow packs impermeáveis, Selmi ganha visibilidade no mercado de biscoitos

UM TESTE impressionante tem sido realizado pelo Pastifício Selmi durante fei-ras, convenções e encontros com varejis-tas. Num aquário, promotores mergulham embalagens de biscoitos da empresa e exem-plares da concorrência. Minutos depois os pacotes são retirados da água e abertos, para revelar que os produtos da autora da prova continuam enxutos, enquanto os demais, mesmo que levemente, se molharam.

A impermeabilidade é fruto do uso, em grau brandido como inédito no mercado nacional, de flexíveis do tipo flow pack como embalagem primária para biscoitos. Iniciado de forma discreta no final de 2009, à ocasião da estreia na categoria da marca Renata, carro-chefe da Selmi na seara das massas, o projeto ganhou visibilidade gra-ças à ampliação da família de produtos, que já abrange 34 itens. Dessa variedade, sobressaem as adoções de flow packs nas linhas de recheados e de laminados (cra-ckers), gêneros tradicionalmente acondicio-nados em pacotes portfólio – ou “envelopes”, caracterizados pelas extremidades dobradas e coladas.

Presidente do pastifício, Ricardo Selmi descreve que a aposta em flow packs para biscoitos partiu de uma sugestão da fabri-cante de máquinas empacotadoras Masi-pack. “Depois de diversas análises, cons-tatamos que esse sistema de embalagem já era uma tendência mundial e seria algo inovador para o mercado brasileiro”, conta o executivo. Para viabilizar a iniciativa, a Selmi investiu cerca de 20 milhões de reais em equipamentos de embalagem e des-tacou pessoal para trabalhar junto aos fornecedores em pesquisa e desenvolvimento. Um objetivo alcançado foi fazer as flow packs, que apresentam áreas de selagem

FLOw packs

Cepalgo(62) 4006-6111www.cepalgo.com.br

EmpacOtaDOras

Masipack(11) 3246-3666www.masipack.com

salientes, se amoldar, sem folgas, aos for-matos respectivamente redondo e quadrado dos recheados e laminados.

A SELAGEM, a propósito, representou o maior ganho do empreendimento. Além de promover os testes do aquário, a Selmi pas-sou a estampar nas embalagens a mensagem de que a flow pack “evita a oxidação e o enve-lhecimento, evita que o produto murche e gera maior segurança e higiene alimentar”. A inviolabilidade da embalagem impede, por exemplo, que insetos possam entrar no pacote, afirma Ricardo Selmi. “Essa certeza não é garantida nas embalagens do tipo portfólio.”

Segundo Selmi, o arremate da iniciativa irá ocorrer em breve, com a extensão do emprego de flow packs na linha de wafers – a única entre os biscoitos Renata ainda a ser distribuída em invólucros do tipo portfólio. “Como o novo sistema mantém o produto mais crocante e fresquinho, temos recebido muitas manifestações positivas dos consu-midores”, relata, exultante, o mandatário da indústria alimentícia.

Recheado de morango (na foto maior) é um dos 34 itens acondicionados em flow pack. nos detalhes, a solda lateral e a mensagem sobre os benefícios da embalagem

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28 | Outubro 2011

livROS

Ícones do glamourem livro, Marc Rosen esmiúça o assunto do qual é considerado um dos principais expoentes mundiais: o design de frascos para a perfumaria de luxo

POR ERNESTO COhN

ATRAÇãO do Fórum Beauty & Personal Care, rodada do Ciclo de Conhecimento realizada em maio de 2010 por EmbalagemMarca, o americano Marc Rosen é apontado como um dos principais criadores de embalagens de perfume da atualidade, colecionando em sua carreira diversos cases de sucesso e importantes pre-miações – entre elas sete estatuetas do FiFi Awards, considerado o Oscar da indústria mundial de fragrâncias. O designer resolveu compartilhar algu-mas de suas experiências e pensamen-tos por meio de um livro.

Em Glamour Icons – Perfume Bottle Design (Antique Collectors' Club, 204 páginas), Rosen relata suas passagens por empresas como Revlon, Elizabeth Arden, Karl Lagerfeld e Fendi, além de sua carreira como autônomo, detalha seu processo criativo, discorre sobre frascos clássicos do universo da per-fumaria e, por fim, debate o futuro do glamour. O livro tem texto cativante e é ilustrado com nada menos que 200 fotos, a maioria delas de obras do autor. O papel utilizado e a impressão colorida são de alta qualidade, contri-buindo, assim como o formato grande do volume (28 centímetros por 28 centímetros), para uma experiência agradável de leitura.

é PROVáVEL que mesmo aqueles sem interesse particular no tema prin-cipal gostem do livro, por ele abranger temas como carreira, arte, design em geral e até considerações sobre história e economia.

Confesso que fui primeiro sedu-zido pela estética do volume e pelas fotos dos trabalhos de Rosen, para só depois me deixar conquistar pelo con-teúdo. Mas, afinal de contas, diversas vezes não é assim também com um bom perfume? Após ler e reler o livro, continuo sem saber se as melhores fragrâncias vêm nos menores frascos, como prega o velho ditado. Mas não vêm, certamente, em frascos ruins. Em tempo: o vidro reproduzido na capa é o do perfume KL, criado por Rosen nos anos 80, para Karl Lagerfeld, inspirado em um leque – a marca registrada do estilista alemão.

com mais de 200 páginas, obra é fartamente ilustrada. Autor (no detalhe à dir.) fala de seu trabalho e analisa clássicos

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Patrocínio Ouro:

PapelEmbalagens

deComo utilizar o poder de atração de estojos, caixas, blisters, carriers e outros

tipos de embalagens de papel cartão para fortalecer as marcas e vender mais

Designers, profissionais de

marketing, desenvolvimento de

embalagens e compras da indústria

usuária e outros integrantes dessa

cadeia de valor.

Público: Na cadeia de valor de embalagem, geralmente se emprega uma expressão limitante para definir as embalagens que acondicionam os recipientes dos produtos de consumo, isto é, as embalagens externas. Ao definir-se como “embalagens primárias” potes, garrafas e frascos, entre outras variedades acondicionadas em caixas e estojos de papel cartão, estes caem automaticamente na categoria das “secundárias”. Mas não é assim que o consumidor enxerga as embalagens de papel cartão.

Para o potencial comprador que está no ponto de venda, a embalagem de papel cartão é, na maioria dos produtos expostos, a primeira coisa que ele vê.A inigualável propriedade do material permite aceitar infinitas possibilidades de formatos, impressão e acabamentos requintados. O visual das embalagens de papel cartão representa a mais eficaz ferramenta para atrair a atenção do consumidor e influir em sua decisão de compra.

O Fórum de Embalagens de Papel Cartão vai mostrar como utilizar esses recursos e também a extrema versatilidade de uso do material, que se adapta a praticamente todo tipo de produto. O papel cartão está presente em embalagens de alimentos (naturais, congelados e para aquecer). Em perfumes. Em brinquedos. Em materiais de limpeza. Em roupas. Ele está em praticamente todas.

Data:

22 Novembro de 2011

Local:

Centro Brasileiro Britânico

Rua Ferreira de Araújo, 741

São Paulo, SP

“Chamadas de secundárias, as embalagens de papel cartão são as primeiras a ser vistas”Conteúdo:

Fórum

Mantenha-se atualizado. Acessewww.ciclodeconhecimento.com.br | @CicloEM

VAGAS

LIMITADAS!

QUER TER A SUA MARCA ASSOCIADA A

ESTE EVENTO? ENTRE EM CONTATO:

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OU (11) 5181-6533

Cartão

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30 | Outubro 2011

MaRketinG

Kits que agregam agregam valorestojos que agrupam produtos para presentear se fortalecem como instrumento de vendas das indústrias de produtos de higiene e beleza e avançam em outras categorias

POR MARCELO MARCONDES

Há QUEM NãO VEJA com bons olhos a oferta de conjuntos de cosméticos em estojos, que avança em ritmo avassalador no grande varejo. Para os críticos, os “combos” estimu-lam as guerras de preço e o rebai-xamento da qualidade na categoria. A moda dos estojos, porém, guarda uma outra faceta, que segue em via

contrária à da depreciação. É o uso de conjuntos de produtos oferecidos em embalagens caprichadas, com apelo para presentear, prática visível sobre-tudo na área de cosméticos, perfuma-ria e artigos de higiene pessoal. Con-vencidos de que esses kits agregadores de produtos agregam valor, cada vez mais fabricantes utilizam o recurso

para embalar as vendas nas vésperas de datas comemorativas – e só encontram motivos para continuar nessa batida.

A Avon, por exemplo, iniciou o uso de estojos especiais durante o Natal de 2005, com a colocação de cinco varie-dades no mercado. “Para o Natal deste ano, serão 23 kits à venda”, antecipa o diretor de marketing da empresa,

Estojos cartonados comemorativos da avon: os kits de Natal (ao fundo) e do Dia dos Namorados (em

primeiro plano) foram bem recebidos

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Ricardo Patrocínio. Segundo ele, os kits para o Natal de 2010 geraram um aumento de 35% no volume de vendas em relação ao mesmo período do ano anterior. A “mágica” por trás desse êxito é simples: itens convencionais de higiene e beleza, que normalmente seriam adquiridos de forma avulsa, para uso no dia a dia do consumidor, ao serem reunidos em duas, três ou mais unidades distintas, numa emba-lagem diferenciada, criativa e com alguma sofisticação, ganham status e se transformam em atrativos presen-tes. Acresce que são uma opção de compra cômoda, por não exigir muita elucubração para decidir se agradarão a pessoa a ser presenteada: basicamen-te, são bonitas, vistosas e certamen-te consumíveis. Assim, uma compra

potencial de um único item, e talvez até a inexistência dessa intenção, se transforma numa aquisição de mais de um, com maior valor agregado pela inclusão da embalagem promocional.

NESSA ESTRATéGIA mercadoló-gica, dentre os estojos lançados na época natalina de 2009 pela Avon, três em especial se destacaram: cartuchos de papel cartão impressos com cores alusivas ao Natal (verde, vermelho e dourado) e acabamento com detalhes em hot-stamping, reunindo creme, loção, sabonete líquido e outros pro-dutos. Produzidas pela Antilhas, as

kits da natura para o Dia das mães: aumento de 64% nas vendas em um ano

ESTE ASSuNTO SERá ABORDADO NO EVENTO

MAIS INFORMAçõES NA PáGINA 29

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32 | Outubro 2011

embalagens eram envolvidas em sacos de organza, amarrados com um laço, ganhando assim características de pre-sente.

O sucesso de vendas abriu a senda para outras oportunidades, que não param de somar-se no calendário comercial das empresas. O fato é que os kits deixaram de ser uma impor-tante peça de vendas somente durante o Natal. “Em comparação com o ano passado, tivemos um incremento de 60% nas vendas de kits para o Dia dos Namorados”, conta o diretor de marketing da Avon. O número é muito expressivo, uma vez que a efeméride é a que responde pelo menor volume de vendas em datas comemorativas, ainda bem atrás do Dia dos Pais e dos especialmente fortes Dia das Mães e Natal.

NA VERDADE, embora venha se intensificando ultimamente, o recurso a esse instrumento não chega a ser novidade. A Natura, por exemplo, há muitos anos comercializa seus kits nas proximidades o Dia das Mães, do Dia dos Namorados, do Dia dos Pais e do Natal. “Desde a fundação da empresa apostamos em estojos presenteáveis, pois é uma forma de agregar valor a nossa linha de produtos e destacar nossa marca nas datas comemorati-vas”, relata a gerente de marketing, Cláudia Pinheiro.

Um caso típico de sucesso que ela apresenta é o do estojo para presente Dia das Mães Natura 2010, desenhado

pela agência Tátil e produzido pela Antilhas, que superou em 5% o volume de vendas estimado para o período e cuja procura foi 64% superior às vendas da data no ano anterior. A embalagem é composta por uma caixa de cartão duplex com certificação FSC, produzi-da no sistema off-set. Para reforçar a imagem de presente, sua base é forrada com papel de seda, coberta por uma luva cartonada e lacrada por uma fita de tecido.

O Boticário, outra gigante do ramo de cosmética e perfumaria, confirma de forma no mínimo tão expressi-va quanto suas concorrentes o bom retorno comercial propiciado por essa ferramenta. A gerente da categoria Datas Comemorativas na empresa, Mirele Martinez, conta que entre 2008 e 2010, as vendas dos kits para presente aumentaram 39%. Ante tal resultado, a empresa paranaense decidiu ir ainda mais longe que suas concorrentes e explorar outras datas especiais, como o Dia do Amigo. A data é comemorada em 20 de julho, mas é pouco lembrada pelas pessoas. O produto escolhido para a primeira experiência, este ano,

foi o Kit Best Friends Forever Capricho Day & Night, desenhado pela agência BrainBox e produzido pela Kingraf. Trata-se de um cartucho retangular dividido, fechado por um cadeado de papel e com layout que remete à idéia de um diário. A iniciativa superou as expectativas de vendas da empresa em 18%, e os estoques destinados a fran-queados se esgotaram antes do prazo previsto.

As possibilidades de incrementar vendas com base nesse instrumento complementar de estímulo obviamen-te são percebidas em outras categorias de produtos. Tanto é assim que, segun-do Sidney Anversa Victor, presidente da gráfica Congraf e também dire-tor do grupo setorial de embalagem da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), “nos últimos cinco anos houve um crescimento de 70% na demanda de kits promocionais e pre-senteáveis, abrangendo, além de cos-méticos, perfumes e artigos de higiene pessoal, principalmente alimentos”.

É o caso da Nestlé, com o Nespres-so, marca premium de cafés em cápsu-la, cujas cafeteiras têm como um dos

Best Friends Forever, de O Boticário: kit para efeméride pouco conhecida fez bonito

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Antilhas(11) 4152-1100www.antilhas.com.br

Brainbox Design(11) 3522-1919www.brainboxdesign.com.br

Congraf (11) 3103-0300www.congraf.com.br

Futurebrand(11) 3821-1166www.futurebrand.com

Gráfica Rosset(11) 3732-4444www.graficarosset.com.br

Kingraf(41) 3072-6262www.kingraf.com.br

Tátil Design(11) 2131-2200www.tatil.com.br

fatores de seu sucesso o retorno dos consumidores às butiques da marca para recompra. As lojas, porém, não dispunham de sistemas de acondicio-namento apropriados para o trans-porte das cápsulas, fosse para consu-mo próprio, fosse para presente. “O consumidor se via obrigado a levar as cápsulas soltas numa sacola”, explica Rômulo Castilho, designer da Future-brand, agência de design contratada pela Nestlé para desenvolver uma pro-posta de uso dos sleeves da Nespresso como presente.

Foi criado um estojo de papel car-tão, produzido pela Gráfica Rosset, em três tamanhos diferentes, com capa-cidade para quatro, nove ou dezes-seis sleeves – cada um contendo dez cápsulas de café. “Houve um forte mpacto de vendas, porque as pessoas aca-baram comprando volu-mes maiores de produ-tos”, comenta Castilho. “Consumidores que pre-tendiam adquirir somen-te duas ou três cápsulas acabavam levando quatro, a fim de ganhar o estojo.”

Embalagens para cápsulas de nespresso: opção bonita e barata

para presentear ou transportar

fOtOS: caRlOS cuRadO

Curiosamente, trata-se de um objeto de desejo de baixo custo. Segundo fonte ligada ao projeto de criação da Caixa de Presente Nespres-so, que pede anonimato, o preço final de cada caixa é 1,50 real – muito menos que o valor unitário de venda de uma cápsula. É, em suma, um exemplo de como embalagens diferenciadas e que agregam valor aos produtos nem sem-pre precisam ser caras.

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36 | Outubro 2011

RepORtaGeM de capa

Um Nordeste que não é de barroO consumo bomba numa região do Brasil antes castigada pela pobreza e pela escassez de oportunidades comerciais. Resultado: aquece a demanda por mais e melhores embalagens

POR GuILhERME KAMIO

2º lugarjá ocupa o nordeste no ranking do consumo no

Brasil por regiões

7,3%é o crescimento médio da renda per capita nordestina

há oito anos

28,8%foi o aumento real do

salário médio no nordeste entre 2004 e 2009

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Outubro 2011 | 37

NOVA FRONTEIRA, bola da vez, menina dos olhos, China interior. Ultimamente, expressões como essas têm se amiudado para definir o sta-tus que o Nordeste brasileiro adquiriu no mundo dos negócios. Tudo graças ao progresso extraordinário vivido pela região, sustentado por aportes polpudos do governo e da iniciativa privada.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há oito anos a renda per capita do Nordeste cresce a uma taxa média anual de 7,3%, quase dois pontos percentuais acima do índice nacional. Entre 2004 e 2009, os empregos formais avançaram 50% na região. Nesse mesmo período, o salário médio do trabalhador nordestino regis-trou o maior aumento real do País – de

28,8%. São ganhos que vêm confluin-do para uma frondosa elevação do consumo.

Em 2008, o Nordeste tomou da Região Sul o posto de segundo maior mercado consumidor do Brasil, ficando aquém somente do Sudeste. Quase 20% dos gastos dos brasileiros ocorrem atual- mente nos nove estados nordestinos. É praticamente o dobro da realidade de uma década atrás. O fator determinante para essa ascensão foi o florescimento de uma classe média na região, resul-tado das políticas de inclusão social e sobretudo da maior oferta de emprego.

Segundo um estudo do instituto Data Popular, a classe C – formada por famílias com renda entre três e dez salá-rios mínimos – cresceu 50% no Nordeste de 2004 para cá, contra acréscimos de 16% e 21%, respectivamente, no Sul e no Sudeste. No ano passado, essa parcela da população nordestina despendeu 158 bilhões de reais. É um valor quase dez vezes maior do que o verificado em 2003.

NA BATIDA dos bolsos mais bem fornidos, filas nos supermercados já são corriqueiras no dia a dia do Nordeste, como a reportagem pôde comprovar, no início de setembro, em incursões pelo varejo do Recife. Maior giro de bens de consumo alavanca a produção, puxando fatalmente a demanda por embalagens. E não só em termos de quantidade, mas também de qualidade, seguindo o mesmo compasso da cesta de compras do nordestino, cada vez menos recheada apenas por itens de primeira necessida-de. Nesse contexto, relatos colhidos por EmbalagemMarca acerca da oferta de embalagens na região pintam um qua-dro não tão dinâmico – e, exatamente por isso, de oportunidades.

“O nordeste é ainda muito carente em termos de packaging”, avalia Iorley Lisboa, gerente de desenvolvimento de embalagens do Walmart. O grupo ame-

ricano tem nas atividades nordestinas sua principal fonte local de receitas – as 207 lojas na região, divididas entre as bandeiras Bompreço e TodoDia, ori-ginam quase 60% de seu faturamento no País.

Lisboa garante que o saldo da ope-ração poderia ser melhor caso o tra-balho com marcas próprias – modelo de negócios apreciado pela companhia – não acarretasse o abastecimento de invólucros por fornecedores do eixo Sul- Sudeste. “São algumas toneladas a cada mês”, expõe o profissional do Walmart. “A competitividade dos produtos é afe-tada sobremaneira.” Segundo ele, não há saída. “Faltam fornecedores na região capacitados para entregar um resultado melhor. A tecnologia é escassa.”

O bloco dos descontentes é engros-sado por Juliano Gonzalez, gerente industrial da planta pernambucana da gaúcha Josapar, dona da marca de arroz Tio João. Pelos seus cálculos, mais de 90% das embalagens consumidas pela operação nordestina provém de outros locais. O principal insumo de fora é o laminado técnico para empacotamen-to de arroz, preparado por transforma-dores catarinenses situados a mais de

© cc - www.aceRtOdecOntaS.BlOG.BRsupermercado no recife: filas evidenciam a

febre de consumo gerada pelo

desenvolvimento

50%foi a taxa de aumento da classe média na região

de 2003 para cá

R$ 158 bilhõesgastou a classe c nordestina

em 2010, valor dez vezes maior que o de uma década atrás

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38 | Outubro 2011

3 500 quilômetros de distância. “Opções próximas seriam bem-vindas”, admite Gonzalez. O executivo comenta que já foram testadas empresas locais de fle-xíveis. “Nenhuma, contudo, alcançou a homologação.”

Para a sucursal nordestina da Josa-par, nem é o frete o maior empecilho pelo suprimento por fontes longínquas. “O que pesa é o custo de armazena-gem e a administração da logística das embalagens”, expõe Gonzalez. “Geral-mente, temos de antecipar bastante o planejamento. Certas entregas demo-ram até trinta dias.”

HISTóRIAS E OPINIõES pare-cidas foram compartilhadas por qua-dros de outras corporações usuárias de embalagens, que, entretanto, preferiram não torná-las públicas. Com efeito, a situação parece no mínimo preocupan-te, para não entrevê-la, num tom mais alarmante, como obstáculo para o boom manufatureiro da região – mais e mais aquinhoada por exercícios produtivos de importantes indústrias de bens de largo consumo. Danone, Brasil Foods, AmBev, Kraft e Nestlé, para citar só algu-mas, inauguraram fábricas na região nos últimos meses.

Outros empreendimentos estão em fase de conclusão. A Bauducco (Pandu-rata), por exemplo, prepara a abertura de uma unidade de bolos e biscoitos em Rio Largo, Alagoas. “Aumentaremos o vínculo com o consumidor daquela praça”, aposta a gerente de marketing da empresa, Maricy Gattai (ver quadro na página 40).

Não bastassem os deslocamentos de pesos-pesados, a produção no Nor-deste vem se dilatando também a rebo-que da prosperidade dos players de

atuação regional. São empresas como as pernambucanas Asa, Raymundo da Fonte, Ondunorte e Notaro Ali-mentos (Natto), a sergipana Maratá, a paraibana Cipan (Vitamassa) e a poti-guar Simas – sem contar companhias como as cearenses M. Dias Branco e J. Macêdo, já difundidas por todo o território nacional. Sob a óptica da embalagem, não é mesmo fácil arrimar tamanha efervescência.

Diretor comercial da Herbert Per-man Design, agência fundada no fim dos anos 1980 no Recife e que projeta embalagens para marcas da região, Fred Perman minimiza o problema, alegan-do não perceber deficiências crônicas daquela indústria de embalagens. “Do que não se duvida é da maior concen-tração de convertedores no Sul e no Sudeste, o que gera maior concorrên-cia de preços”, argumenta. “Por isso, mesmo com o frete, algumas empresas do Nordeste recorrem a esses centros para adquirir embalagens.”

Para Perman, não é exagero afirmar

Bons ventos para as latinhasUm efeito da melhora do poder de compra da população nordestina é o aumento do consumo de bebidas em latas de alumínio. Desde 2003, o crescimento sucede a índices anuais até cinco pontos percentuais acima da média nacional. Ante as pers-pectivas azuis, fabricantes dessas embalagens rumam à região.

Seguindo os passos da Rexam, cuja fábrica do Recife remonta à década de 90 (quando era operada pela Latasa), a Crown Embalagens inaugurou em 2009, a partir de um aporte de 122 milhões de reais, uma fábrica em Estância (SE), em frente a uma unidade de uma de suas prin-cipais clientes, a AmBev. No fim do ano passado, a empresa anunciou que irá investir para dobrar o output dessa unidade, capacitando-a a processar 2 bilhões de latas por ano. Em 2012, outro grande player, a La-tapack Ball, irá inaugurar uma fábrica em Alagoinhas, na Bahia. A obra é orçada em 200 milhões de reais.

No mercado de bebidas nor-destino, a lata de alumínio compete diretamente com a lata de aço. A presença dessa embalagem, substi-tuída em outros centros do País pela de alumínio a partir dos anos 90, continua expressiva na região graças às atividades da Metalic, empresa integrante do grupo CSN sediada em Maracanaú (CE).

Em 2009, segundo a Metalic, a participação das latas de aço no mercado nordestino de recipientes metálicos para bebidas era de 41% (em termos nacionais, esse share era de 6%). Para a empresa, a lata de aço teria uma vantagem sobre a opção de alumínio: sua maior resistência mecânica suportaria melhor os so-lavancos no transporte – inevitáveis ante as condições ruins de muitas estradas nordestinas.

Melhora da renda na região impulsiona o consumo de bebidas

enlatadas e atrai investimentos

No Nordeste, Josapar não encontra laminado para empacotar arroz Tio João

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que, pelo menos no tocante ao design, cada vez mais as embalagens da região fazem bonito. Exemplo, segundo ele, é o mix de embalagens da conterrânea Iqui-ne, que afirma deter o posto de maior produtora brasileira de tintas com capi-tal nacional. “Suas apresentações não devem nada às das melhores fabricantes mundiais”, assegura.

Outros entendem que o panorama, se ainda não é ideal, tem tudo para evoluir. “O Nordeste está inserido defi-

salgadinhos tobogã (vitamassa), frango da natto (notaro), sabonete Even (raymundo da Fonte) e Biscoito vitarella:

exemplos de hits regionais de consumo no Nordeste brasileiro

nitivamente nos planos de expansão do setor”, considera Luiz Fernando Perei-ra, diretor da Greenfield Business Pro-motion. A empresa é responsável pela organização da Embala Nordeste, feira de negócios da indústria de embalagens realizada ano após ano desde 2006 no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), em Olinda (PE), e cuja edição deste ano ocorreu entre os dias 23 e 26 de agosto último. Pereira fundamenta seu ponto de vista no fato de o índice de

participação de empresas de outros esta-dos ter crescido. “A média, que sempre foi de 75% a 80%, este ano saltou para 90%”, informa o executivo.

Três meses antes da realização da feira, 96% do espaço destinado aos expositores já estavam comercializados. A previsão da Greenfield era de que a exibição alavancasse um total de 1,5 bilhão de reais em negócios ao término de seus quatro dias.

Durante o evento, a Avery Denni-

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son, multinacional americana especia-lizada em materiais para rótulos e com fábrica em Vinhedo (SP), confirmou o investimento em um centro de dis-tribuição na região. Situado em Jaboa-tão dos Guararapes, no Grande Recife, o entreposto, de valor não revelado, tem o objetivo de agilizar o suprimento aos clientes. “Poderemos atender em 24 horas onde hoje levamos de doze a quinze dias”, explica o gerente geral da empresa, Jorge Orejuela. “Assim, nossos clientes poderão melhorar seu capital de trabalho ao não possuir inventário in house e, obviamente, ter maior eficiên-cia em seus fluxos de caixa.”

Um pouco mais ao norte da locali-zação do futuro hub da Avery Dennison fica a planta recifense recém-inaugu-rada pela Brasilata, para encurtar a distância de suas latas de aço das uni-dades locais de clientes como Suvinil (Basf) e Coral (Akzo Nobel). Mais ao sul, situa-se o complexo industrial do Porto de Suape – marco imprescindível nas abordagens sobre o Nordeste bra-sileiro. É lá que a Fiat irá erguer uma nova fábrica, orçada em 3 bilhões de reais. E é ali que toma forma um pólo de embalagens para a região.

SUAPE ABRIGA, por exemplo, uma fábrica de resina PET do grupo italia-no Mossi & Ghisolfi (M&G)¸ aberta em 2007, e uma filial da fornecedora de pré-formas Plastipak. No mesmo local, a Petrobras, por meio da Com-panhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape), anunciou que irá produzir resina PET a partir de 2012. Também fica nesse complexo portuário a Terranor, fabricante de embalagens flexíveis fundada quatro anos atrás de olho na consolidação do parque indus-trial dos arredores. A carteira da empre-sa já coleciona vinte clientes, entre grifes de atuação nacional, como a Elma Chips (PepsiCo), e regionais dos portes de Vitamassa e Vitarella.

Gerente industrial da fornecedora, Daniel Zanfelice conta que a exigência das companhias atendidas já fica no nível daquela observada nos grandes centros. “Mesmo no Nordeste não exis-te mais empresa pequena”, pondera o executivo. Daí a montagem da fábrica

da Terranor com equipamentos novos, brandidos como de última geração e grande capacidade. “Não trouxemos ati-vos de segunda mão para cá, como já foi comum entre empresas que se alojavam na região”, diz Zanfelice.

A Terranor não fugiu à regra de mui-tos startups do Nordeste, tendo aprovei-tado estímulos oficiais para lá se insta-lar. São mecanismos capazes de prover empurrões convenientes para firmas de packaging dispostas a iniciar atividades na região. No território pernambuca-no, por exemplo, vigora o Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe), cujo principal atrativo é a oferta, durante até doze anos, de crédito presumido de 75% a 95% do saldo a pagar de ICMS (quanto mais distante da capital, maior é o abono). Outras ações de fomento são o Programa de

ENTREVISTA

Maricy Gattai, gerente de marketing da Bauduccoo que o nordeste representa para a Bauducco?De cinco anos para cá, a Bauducco tem direcionado mais ações para o Nordeste devido ao crescimento contínuo da região. A classe C nordestina vem au-mentando e ganhando acesso a produtos premium. Hoje, o Nordeste representa mais ou menos 30% do nosso faturamento. Somos líderes em bolinhos e wafers na região, mas almejamos nos aproximar ainda mais desse consumidor. Por isso, estamos construindo a fábrica em Alagoas (município de Rio Verde).

a empresa cria produtos específicos para o nordeste. por quê? Identificamos que o consumidor nordestino apresenta uma tendência a consumir porções menores devido ao fator preço. Isso nos levou a de-senvolver produtos em quantidades menores. Exemplos são os recheados Gulosos, vendidos no Nordeste em embalagens de 65 gramas, contra as de 140 gramas distribuídas no restan-te do País, e o wafer de 140 gramas, oferecido em 165 gramas em outros mercados. Também criamos porções individuais para a região, já encontra-das em todo o Brasil em embalagens dose única de cookies, torradas, bolinhos e minirrocamboles.

o panettone, carro-chefe da empresa, passou também por ajustes?Sim. Para atender ao mercado nordestino e gerar maior experimentação, desenvolvemos versões especiais de 400 gramas (menores do que o padrão 500 gramas), comercializadas exclusivamente naquele mercado. Um grande desafio é fazer do panettone uma tradição na região.

segundo executiva,

itens menores, inclusive

panettones (no detalhe), surtem efeito na região

Embala nordeste: edição deste

ano teve maior presença de empresas de

outros estados

iquine: maior produtora de

tintas com capital nacional capricha na apresentação

dos produtos

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42 | Outubro 2011

Nordeste brasileiro em números 

9 Estados

1 793 municípios

1,5 milhão de km²

3 300 km de litoral

54 milhões de habitantes

PIB de R$ 420 bilhões 

18 terminais marítimos 

18 aeroportos, 9 internacionais

405 396 km de rodovias 

8 231 km de ferrovias 

27 767 129 kW de capacidade instalada de energia

fOnte: iBGe | junHO 2011

Indústrias que desejam se instalar no Nordeste sem partir do zero têm nas aquisições uma alter-nativa óbvia. Foi o que fez a Owens-Illinois. No final do ano passado, a fabricante de embalagens de vidro desembolsou pouco mais de 1 bilhão de reais na Companhia Industrial de Vidros (CIV), que abastecia o mercado do Nordeste por meio de três fábricas (duas em Pernambuco e uma no Ceará). “Antes, tínhamos atuação tímida na região”, lembra João Éder, diretor comercial da Owens-Illinois para o Norte/Nordeste.

Beneficiada pelas enco-mendas crescentes das sucur-sais de grandes empresas e por potências sediadas na região, como a cearense Ypióca e a pernambucana Pitú, da área de cachaças, e a alagoana Sococo, de leite e outros derivados de coco, a vidraria inclusive reativou uma operação em Fortaleza, suspensa há alguns anos. “O crescimento tem sido fantás-tico”, relata Éder.

Seguir a trilha da Owens- Illinois depende, é claro, de disponibilidade de unidades fabris satisfatórias. “Não

é raro deparar com indústrias de embalagens mal equipadas ou mesmo sucateadas”, comenta uma fonte que prefere não se identificar. “Nesses casos”, aconselha, “convém seguir uma lógica dos profissionais de construção civil: às vezes é melhor começar uma casa do zero do que reformá-la.”

Os percalços não se limitam à escolha do modo de instalação. Diretor do Grupo Empresa-

rial de Embalagens da se-ção paulista da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), além de diretor da Congraf, fabricante de embalagens de papel cartão, Sidney Anversa Victor diz perceber gráficas nordestinas investindo em máquinas e se modernizando – mas lembra que isso não basta para a consolidação de uma opera-ção de alto nível. “O processo de aprimoramento requer também tempo, qualificação dos fornecedores de insumos e conformidade com normas ambientais e de sustentabili-dade”, assinala o empresário. “Isso sem falar na qualifica-ção de mão-de-obra. Esse é um grande embaraço para o Nordeste.”

O alojamento nem sempre é confortável

sococo, de alagoas, está entre as que puxam o consumo de vidro no NE

Desenvolvimento Industrial e de Inte-gração (Desenvolve) e o Programa de Defesa da Economia Baiana (Prodecon), na Bahia, e o Programa de Desenvolvi-mento Integrado (Prodesin) de Alagoas. Na Paraíba, empresas incentivadas de transformação pagam somente 1% de ICMS sobre as vendas.

Existem, ainda, amparos governa-mentais direcionados à região como aqueles oferecidos por meio do Banco do Nordeste (BNB). Diretor de Gestão do Desenvolvimento dessa instituição, José Sydrião de Alencar Júnior informa que a procura de empresas das cadeias de recipientes e envoltórios ainda é aca-nhada. “Em 2010, o BNB financiou apro-ximadamente 35,5 milhões de reais para a indústria e segmentos comerciais do setor de embalagens. Desse total, 33,7 milhões de reais foram destinados a empreendimentos industriais”, repassa o executivo. “Neste ano, até o fim de agosto, financiamos 15,3 milhões para essa mesma finalidade.”

O BNB pode atender às indústrias de embalagens com financiamentos de curto ou longo prazo para a implan-

tação, ampliação, realocação e capital de giro de empreendimentos por meio de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), repasses do Finame (BNDES) e recursos internos. “Através do programa FNE- Indústria, por exemplo, financiamos implantações com prazos de até doze anos, com até quatro anos de carência incluídos”, ilustra Alencar Júnior.

Os juros, no caso do FNE, variam de 6,75% a 10% ao ano, sendo a menor alíquota para as microempresas e a maior para as grandes corporações. Para o capital de giro, o BNB financia até 35% do investimento total, valor que pode chegar a 50% nos pedidos justificados.

Em consultas realizadas antes e durante a Embala Nordeste deste ano, a reportagem apurou que outras empresas estão em processo de pleito ou mesmo já de uso de vantagens como essas para consolidar linhas de produção ou esto-cagem in situ. Estas, porém, preferiram não se pronunciar.

EMBORA CLASSIFIQUE como bom o grau de desenvolvimento do par-que industrial de embalagens do Nor-deste, Gilson Paraíso, gerente comercial da Indústrias Reunidas Renda, produ-tora de recipientes metálicos e plásticos para os setores alimentício e químico baseada em Abreu e Lima (PE), não nega que as condições são propícias para o robustecimento da atividade na região. “O momento é excelente para a instalação de empresas”, opina o profis-sional. “Temos o mercado interno que mais cresce, além de ser bastante inte-ressante, em aspectos logísticos, para exportação.”

Às empresas receosas de que o cres-cimento do Nordeste seja uma bolha calçada no assistencialismo, cabe ressal-tar que especialistas convergem para a opinião de que ele é sustentado – e a ten-dência é melhorar ainda mais. Conforme o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, observou semanas atrás num artigo do jornal O Estado de S. Paulo, o aumento de quase 14% do salá-rio mínimo previsto para 2012 pode levar o crescimento do consumo das famílias do Nordeste a taxas chinesas – “especial-mente no caso de itens de baixo valor

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Avery Dennison(19) 3876-7700ww.averydennison.com.br Banco do Nordeste0800 728-3030www.bnb.gov.br Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br Congraf (11) 3103-0300www.congraf.com.br crown Embalagens(11) 4529-1000www.crownembalagens.com.br Greenfield(81) 3343-1101www.greenfield-brm.com Herbert perman Design(81) 3461-9810www.herbertperman.com.br indústrias reunidas renda(81) 2121-8100www.renda.com.br Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br M&G(81) 2119-8200www.gruppomg.com Metalic(85) 3299-7300www.metalic.com.br MWV Rigesa(19) 3881-8800www.rigesa.com.br Owens-illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br petroquímica suapewww.petroquimicasuape.com.br Rexam(21) 2104-3300www.rexam.com/brazil Terranor(81) [email protected]

unitário, como alimentos e bebidas”.“Diferentemente do que costumava

ocorrer no passado, empresas não têm se instalado na região para abastecer outros centros”, acrescenta Armando Porto Pimentel, diretor de desenvolvi-mento de produtos e negócios da MWV Rigesa – grande fabricante de emba-lagens de papelão ondulado, presente no Nordeste com fábricas em Pacaju, no Ceará, e em Feira de Santana, na Bahia. “Os empreendimentos são para municiar o próprio mercado regional.”

Na corrida das marcas rumo ao mercado nordestino, novos ensejos tendem a surgir para o setor do packa-ging. Para ficar num só exemplo, no iní-cio de setembro O Boticário divulgou que aportará 355 milhões de reais na

construção de uma fábrica e de um cen-tro de distribuição na Bahia, em local indefinido. A porta está aberta para os provedores de embalagens para cos-méticos e perfumaria. É só mais uma possibilidade em um cenário dinâmico, que poderá deixar para trás a imagem do Nordeste brasileiro como “terra mais que seca, calcinada, de onde tudo fugia e só pedra ficava”, como descreveu um dia o finado poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto. Tomara.

Saiba sobre os produtos sob medida para o Nordeste e outras estratégias de marketing para a região alicerçadas em embalagens

mais em emb.bz/146nordeste

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complexo portuário e industrial de suape: joia do governo pernambucano para fazer

a atividade produtiva acelerar na região

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HiGiene peSSOal

Caixa de somestojo cartonado com produtos da phisalia para o público infantil toca música ao ser aberto

CRIANÇA GOSTA de música. Partindo desse princípio, a Phisalia traz ao mercado um cartucho de papel car-tão que emite sons ao ser aberto. A novidade chega para acondicionar uma edição especial da linha de produtos infantis para cabelos Trá Lá Lá Kids. O kit, denominado pela empresa de Caixa Cantante, é composto por xampu e con-dicionador e, na parte sonora, toca um jingle criado para a marca.

O cartucho tem um mecanismo que funciona com três pequenas baterias e um alto-falante, mesmo princípio utiliza-do em cartões musicais de natal. Quando a aba da embalagem é aberta, o mecanis-mo é ativado, e a música começa a tocar. A Phisalia recebe os cartuchos impressos, e monta o mecanismo musical interna-mente, já que tem uma linha dedicada a kits promocionais. Além das embala-gens musicais, os rótulos dos xampus e condicionadores ganharam motivos que remetem à música, com desenhos de instrumentos e notas musicais

As mudanças nos rótulos não termi-nam aí. “Além da sonoridade da marca, incluímos na arte elementos musicais, como partitura, instrumentos e os pró-prios personagens, que estão sempre ‘curtindo música’”, relata Adriana Ami-ralian, gerente de Trade Marketing da Phisalia. A linha de xampus e condicio-nadores teve alteração também no tipo de rótulo utilizado, com a substitução da manga plástica (stretch sleever), por um termoencolhível. Este, na opinião da executiva, permite explorar melhor

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Embalagem incorpora circuito eletrônico

parecido com o utilizado em cartões

musicais comemorativos

Creator : DragonArt

dragonartz.wordpress.com

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ons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/us/

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DEsign

Benchmark Design Total(11) 3057-1222www.bench.com.br

rOtuLO

CCL Label(19) 3876-9300www.ccllabel.com.br

cartucHOs

Congraf (11) 3103-0300www.congraf.com.br

FrascOs

Engratech(19) 3837-8100www.grupoengra.com.br

TAMPA

sigmaplasth(11) 3186-1100www.sigmaplasth.com.br

FrascOs

Vibraço(21) 3219-1999www.vibracoembalagem.com.br

a comunicação, pois oferece maior área de decoração, “além de conferir mais qualidade ao produto”. Mesmo com os rótulos decorando a embalagem em 360°, a transparência das embalagens de PET foi mantida. “Com o novo sistema de decoração, conseguimos incluir um medidor de banhos nos frascos”, conta Adriana. “Assim, o consumidor pode acompanhar a quantidade de banhos que ainda restam na embalagem por meio do uma janela que mostra o nível do produto dentro da embalagem.”

NA PARTE DE TRáS de cada Caixa Cantante há um passo a passo para a criança montar em casa instrumentos musicais brasileiros, como o ganzá (uma espécie de chocalho) e o gri-gri (que faz o som parecido com o de um grilo), e também recortar outros tipos de instru-

mentos, como guitarras e baterias. Para identificar os kits com música

basta olhar na parte da frente da caixa, onde está indicado que aquela é uma Caixa Cantante. A novidade está dis-ponível em três versões: exclusiva para meninos, com a Linha Nutrikids, espe-cial para meninas, com a Linha Hidraki-ds; e o Kit com a Linha Sem Embaraço, para ambos os sexos. Os kits têm edição limitada.

Apesar de as embalagens terem fica-do mais caras, o preço final ao consumi-dor será mantido. A expectativa da Phi-salia é de que as vendas do kit musical sejam quatro vezes maiores que as de kits tradicionais.

Verso da caixa ensina a montar

instrumentos de brinquedo

Área transparente do rótulo deixa ver nível do conteúdo

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entReviSta

Olhar analíticoSCOTT YOUNG, presidente da Perception Research Services (PRS), empresa americana pioneira em pesquisa de mercado pelo sistema de eye tracking, baseado no que o olhar do consumidor revela sobre embalagens, afirma trazer inovações em sua atuação no Brasil

DENTRE OS recursos volta-dos a descobrir como os consumido-res reagem (ou podem reagir) ante produtos expostos em pontos de venda, um dos mais populares é o eye tracking, expressão cuja tradução para o português – algo como “rastreamento do olhar” – é de certa forma descriti-va da técnica. Basicamente, o método consiste na análise dos padrões de olhar das pessoas, registrando, por meio de microcâmeras, tudo aquilo que chama sua atenção – e o que passa despercebi-do – numa embalagem. Especializada nesse serviço, do qual afirma ser pioneira (e prestadora para nomes do quilate de Unilever, Kraft, Procter & Gamble e Johnson & John-son), a americana Perception Research Services (PRS) está entrando no merca-do brasileiro, por intermédio da firma de pesquisas Provokers. Nesta entrevista, Scott Young, presidente da PRS, expli-ca os atributos do eye tracking e fala de uma suposta novidade que traz ao País nesse campo: um sistema móvel, que propicia pesquisas em ambientes de vendas reais – e não em laboratórios, onde o sistema tradicional é realizado.

Quando começou o uso das técnicas de eye tracking para a avaliação de produtos?Iniciamos nos anos 1980. À época, era uma ferramenta utilizada para avaliar o alcance de peças publicitárias. Logo percebemos que a visibilidade desem-penha papel crucial no sucesso das embalagens. Era tão ou mais importan-te do que o que as pessoas realmente diziam. Notamos também uma grande correlação entre visibilidade e aquisi-ção dos produtos.

Como o eye tracking pode efetiva-mente ajudar a melhorar a atuação de uma embalagem?Ajudando a desvendar pontos falhos nas embalagens. Se uma empresa nos informa que seus produtos estão enca-lhando ou que pessoas estão tendo difi-culdade de encontrar suas marcas nas gôndolas, o eye tracking pode auxiliar a desvendar imprecisões. É uma ferra-menta capaz de avaliar como o consu-midor enxerga determinada embala-

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gem: se pega o produto da prateleira, quantos segundos passa olhando para ela e o que seu olhar percebe ou negli-gencia – textos, grafismos, formas e diversos outros elementos. A análise desses dados revela como a embalagem é realmente vista e fornece uma orien-tação sobre como melhorá-la. Com o uso do eye tracking é possível desco-brir, por exemplo, que um alimento está vendendo mal por não oferecer informações sobre saúde e nutrição, cada vez mais procuradas pelos con-sumidores.

Certa vez Steve Jobs argumentou que pesquisa de mercado não é uma ferramenta adequada para detec-tar e definir a inovação, porque os consumidores são capazes de ava-liar somente suas experiências pas-sadas, não podendo, assim, detec-tar tendências revolucionárias. De acordo com ele, a pesquisa de mercado teria provavelmente con-vencido a Apple a não desenvolver produtos como o iPod ou o iPhone. O que acha disso?Em relação a alguns setores, essa afir-mação pode ser em parte verdadeira. Lembro-me particularmente de outra frase de Jobs, em que ele dizia não ser papel dos consumidores saber qual vai ser a próxima invenção útil para suas vidas – e eu concordo com ele. Isso cabe às empresas. Mesmo assim, acho que pesquisas podem ajudá-las a comunicar para as pessoas quais são suas inova-ções e como elas poderão ajudar em seu dia a dia. As inovações, por mais que sejam marcantes e revolucionárias,

Como funciona o eye tracking

No método mais ortodoxo do eye tracking, os testes são realizados em laboratório. O consumidor é colocado sentado diante de uma tela de quatro metros quadrados, que exibe os objetos que se quer avaliar. Uma microcâmera, posicionada na parte inferior da tela, capta o reflexo que as imagens vistas produzem nos olhos do consumidor. Os dados são enviados para um computador, que “desenha” o padrão do olhar obtido durante o teste.

Uma nova variante, móvel, permite aplicar a técnica também em pesquisas de campo, para a avaliação de objetos em seus “habitats” naturais – como embala-gens expostas em supermercados.Os movimentos dos olhos do consu-midor e sua interação com o objeto de pesquisa são registrados por óculos dotados de microcâmeras e também mapeados por um computador. Para produtos em desenvolvimento, o teste pode ser feito em ambientes virtuais.

precisam conquistar os consumidores no ponto de venda. Para concluir, digo que, embora eu não deva esperar que meus consumidores ditem a ideia de como deverá ser a embalagem do meu mais novo lançamento, é sensato que, após o desenvolvimento dessa emba-lagem, eu faça um teste com eles para aferir se estão entendendo a ideia que tive, e se isto lhes está sendo comunica-do de modo que faça sentido.

Existe algum índice do grau de sucesso de projetos que seguem os insights obtidos por análises do olhar, como o eye tracking?Não tenho um número preciso da taxa de sucesso dos testes, mas posso garan-tir que é alto – se não fosse assim, o eye tracking não estaria em voga há tanto tempo. A ferramenta não é, obviamen-te, infalível. Sempre esclarecemos aos clientes que o sucesso é mais provável se trabalharmos com eles desde a cria-ção do conceito do produto e da emba-lagem, para assimilarmos suas forças e fraquezas. A chance de a embalagem atingir seus objetivos é muito maior.

Em linhas básicas, como são feitas as avaliações de produtos por meio do eye tracking?A abordagem mais corriqueira consiste em testes realizados em ambiente con-trolado. Esse ambiente pode ser tanto um minissupermercado montado por nós, pôsteres em tamanho real de gôn-dolas de supermercados ou ainda exibi-ções em vídeo com imagens em tama-nho real, simulando prateleiras de uma loja de varejo. Quando o consumidor é

confrontado com essas imagens, capta-mos, por meio de um aparato eletrôni-co, seus padrões de olhar (ver quadro). Depois de analisarmos as informações, conduzimos entrevistas com os par-ticipantes da avaliação, para verificar suas opiniões formais, ponderadas – do que gostaram e do que não gostaram no objeto de pesquisa. A partir disso, elaboramos um diagnóstico para os clientes, relatando o que funciona ou o que não está funcionando em sua embalagem. Parece ser um processo tradicional. Ele é suficiente sozinho ou é com-plementado por outros métodos para a avaliação de embalagens e produtos?O eye tracking é na verdade apenas um dos serviços que oferecemos. Costu-mamos utilizar um conjunto de ferra-mentas. Além da abordagem mais tra-dicional, temos testado ultimamente o eye tracking móvel. Nessa modalidade, levamos o consumidor a um super-mercado real. Pedimos para ele colo-car óculos especiais, dotados de uma microcâmera acoplada, e fazer seu pas-seio de compras. A câmera capta exata-mente o que o indivíduo vê, e repassa as informações para um computador, que registra aquilo que mais atrai sua aten-ção. Por meio desse método podemos também entender melhor o comporta-mento do consumidor no ambiente de compras. Além dessas variantes de eye tracking, temos empregado técnicas de neurociência. Elas proporcionam uma leitura emocional da reação das pessoas quando em contato com embalagens.

Óculos com câmera podem mapear olhar em lojas reais

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Permitem entender não só o que uma pessoa vê, mas também o que sente a respeito de uma embalagem.

O senhor pode dar um exemplo prá-tico de uso da pesquisa neurocientí-fica para a análise de embalagens?Recentemente fizemos um estudo de neurociência que envolvia o uso de uma faixa que, colocada na altura da testa, media respostas neurológicas e nos permitiu entender como as pessoas estavam reagindo a embalagens apre-sentadas a elas. Estavam se sentindo bem ou mal? Estavam se concentrando na embalagem ou abstraindo as infor-mações transmitidas por ela? Com esse teste pudemos traçar uma série de cor-relações entre engajamento e estado de espírito dos consumidores ao entrar em contato com uma embalagem.

Há quem questione a eficácia de procedimentos como esse e também do eye tracking, sob a alegação de que a espontaneidade do consumi-dor é prejudicada em ambientes de testes. Qual sua opinião a respeito?Diferentemente das abordagens neuro-científicas, incluídos os testes biomé-tricos (em que sensores medem as rea-ções fisiológicas do consumidor, como mudanças de temperatura corporal e da frequência cardíaca, em sessões de observação de produtos), o eye tracking

A embalagem deve ressaltar aquilo que o produto tem de especial,

mas ao mesmo tempo não pode ser poluída por promessas

‘marqueteiras’

Desodorante Lady speed stick, cereal special k, batata pringles e salgadinho Baked!Lays: embalagens que, segundo Young, seguiriam

princípios desejáveis para a apresentação nos supermercados

é uma abordagem extremamente não- intrusiva. E estudamos constantemen-te formas de reduzir qualquer tipo de preparação dos testes para não inter-ferir na espontaneidade. No método tradicional, não utilizamos nenhum tipo de capacete ou óculos, como já foi comum no passado. Há somente o consumidor e o objeto de análise, e procuramos dissimular a natureza da pesquisa, para evitar respostas viciadas. Se fôssemos às ruas e perguntássemos às pessoas o que acham de determina-do produto, não obteríamos resultados mais espontâneos. Existem os méto-dos não-detectáveis de análise, em que câmeras escondidas registram atitudes do consumidor. Podem até ser valio-sos para entender o comportamento fundamental das pessoas nos super-mercados, mas não substituem o eye tracking, pois não dão a exata dimensão daquilo que estão vendo ou não.

É possível criar uma lista de carac-terísticas gráficas de eficácia com-provada para o uso em embalagens?Estabelecer fórmulas é complicado. De todo modo, delineamos alguns prin-cípios que a nosso ver deveriam ser levados em consideração ao se criar uma embalagem. O primeiro deles é o da visibilidade. O segundo é evitar a confusão no ponto de venda. O terceiro é a diferenciação e o contraste em rela-

ção aos demais produtos. O quarto e último princípio é o realce simplista das qualidades do produto. A embalagem deve ressaltar aquilo que o conteúdo tem de especial, mas ao mesmo tempo não pode ser poluída com frases de efeito e promessas “marqueteiras”. Para cada um desses princípios há algumas estratégias em particular que funcio-nam melhor do que outras.

Cite, por favor, exemplos concretos de aplicação desses princípios.Falemos de visibilidade. Nossos estudos de eye tracking revelam a importância do contraste entre cores nas embala-gens. Um dos meios mais eficazes de se produzir contraste é criar um bloqueio de cores. É o caso da embalagem do desodorante Lady Speed Stick, cujo roxo predominante cria um contraste com a caixa de texto branca na qual está inserido o nome do produto. Outro exemplo é a linha de produtos para

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cabelos Garnier Fructis, com seu verde claro chamativo, que ressalta o texto em branco. Sobre confusão no ponto de venda, que é o segundo princípio que mencionei, as empresas podem evitá- la ao adotar um símbolo ou grafismo próprio. Exemplo disso é o “K” gigante nas embalagens do cereal Special K, da Kellogg, que facilita a identificação diante de diversas marcas de cereais colocadas numa mesma prateleira. Em termos de diferenciação, que é o terceiro princípio, cito embalagens com forma-tos únicos. É o caso da batata Pringles, vendida em um tubo, num mundaréu de batatas chips vendidas em pacotes. Quanto ao quarto princípio, lembro as novas embalagens das batatas chips Baked! Lays. Elas ficaram minimalistas e, de acordo com nossos testes, muito mais apelativas ao consumidor.

O que é mais importante para garantir o êxito de uma embalagem nas prateleiras: seus grafismos ou seu formato?Esses elementos têm de ser comple-mentares entre si, e ambos têm de fun-cionar. Testamos produtos que muda-ram somente os grafismos e outros que mudaram somente o formato ou a estrutura. Ficou comprovado que o consumidor se sente mais atraído por embalagens que modificaram sua forma e seus grafismos do que por aquelas que promoveram somente uma mudança nos elementos gráficos. O formato é uma característica muito poderosa nas embalagens. Se uma mudança estrutural for promovida de

maneira correta, a chance de aumento das vendas é enorme.

O que a experiência do eye tracking aponta em termos de influência das cores na decisão de compra do con-sumidor?Concluímos que, nas embalagens, cor e forma se conectam de maneira muito mais forte com o consumidor do que palavras. Uma prateleira de produ-tos num supermercado, de uma dada seção, cheia de produtos concorrentes – que chamamos de clutter –, não é seara das informações escritas. O olhar do consumidor, na hora da compra, é muito mais atraído por cores, formas e símbolos que ajudam a remeter a uma dada marca. É por isso que, quando lançam produtos novos sem respei-tar seus equities e sua história, gran-des marcas geralmente experimentam resultados lastimáveis nas vendas. Por quê? Porque não há reconhecimento instantâneo daquela marca, e os consu-midores vão atrás de outros produtos.

O senhor esteve em outras oportu-nidades no Brasil. Ao visitar super-mercados, quais foram suas impres-sões sobre as embalagens locais?

Nas embalagens, cor e forma se conectam de maneira muito mais forte com o consumidor do que palavras. uma prateleira cheia de produtos concorrentes não é

seara das informações escritas

A de que geralmente são embalagens menores, mas que estão aumentando de tamanho à medida que as empresas oferecem soluções do tipo “mais por menos”. Em termos de cores, notei muito o uso de tons vivos, em compa-ração com embalagens de coloração mais sóbria na América do Norte e principalmente na Europa. Nas pri-meiras vezes que vim para cá, há dez anos, havia um número muito menor de marcas e produtos. Isto está mudan-do rapidamente, pelo que observo. A questão da opressora variedade de pro-dutos nas gôndolas, tão comum nos Estados Unidos, começa a aparecer por aqui. O que ocorre particularmente nos supermercados brasileiros é, ainda, uma enorme – e muitas vezes opressora – variedade de cores. Isto pode se tornar um grande problema, uma vez que as pessoas se vêem obrigadas a enveredar por uma selva de cores e embalagens para encontrar o que querem.

O senhor poderia citar exemplos de embalagens brasileiras que, de acordo com as pesquisas do eye tra-cking, são bem-sucedidas?Nestes seis meses em que estamos ope-rando no Brasil, dois produtos que estão sendo muito bem-sucedidos nas gôndolas, de acordo com nossas pes-quisas, são o Guaraná Antarctica, da AmBev, e o Omo Líquido Super Con-centrado, da Unilever. O primeiro, por conta de sua nova identidade visual, que ressalta o contraste entre um tom de verde mais escuro e alguns raios amarelos em volta do logotipo cen-tral. Já o segundo é uma marca top of mind que apostou numa embalagem de formato diferente da concorrência ao lançar uma extensão de linha que conseguiu cativar a atenção e o apreço do consumidor.

Omo super Concentrado e

guaraná antarctica: para o entrevistado,

exemplos de embalagens

competentes

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tecnOlOGia

Mais uma via “verde”disponíveis no mercado local, aditivos com insumos orgânicos prometem conferir biodegradabilidade total a embalagens plásticas convencionais

COMEÇOU A SER oferecida no Brasil uma nova tecnologia que promete acelerar a biodegradação de artefatos plásticos descartados em aterros sani-tários ou encaminhados para a compos-tagem. A novidade chega ao mercado nacional em duas versões, Eco-One e EcoPure, criadas respectivamente pelas empresas americanas Ecologic LLC e Bio-Tec Environmental LLC e comercia-lizadas, nessa ordem, pela Tiv Plásticos,

distribuidora de filmes para gráficas e fabricantes de embalagens flexíveis, e pela trading chilena Global Market.

Os dois produtos têm por base o mesmo princípio. Apresentam-se na forma de um aditivo granulado capaz de fragmentar a cadeia molecular dos plás-ticos e permitir que micro-organismos, em ambientes anaeróbicos, promovam rápida biodegradação de embalagens e outros derivados de polímeros fósseis.

*O processo

também ocorre em

ambiente microbial

aeróbico, porém de

forma mais lenta

Como funcionam as novas tecnologias biodegradantes

Colocadas em ambiente

anaeróbico*, como no interior

de pilhas de aterros e usinas de

compostagem ou enterradas no

solo, as embalagens plásticas

atraem fungos e bactérias. A

“convocação” ocorre graças a

um aditivo orgânico somado

às embalagens durante seus

processos de moldagem

As colônias de micróbios

começam rapidamente a

biodegradar a embalagem. isso

porque o aditivo utilizado inclui

também um ingrediente que

“relaxa” a cadeia molecular dos

plásticos, devolvendo-lhes uma

capacidade de biodegradação

anulada durante os processos de

fabricação das resinas

Os plásticos são rapidamente

transformados pelos micro-

organismos em húmus e gás metano

(cH4). O tempo para o processo

varia de acordo com a espessura

e o tipo de resina. Para filmes de

polietileno com até 35 micra, é de

um ano. Para peças rígidas mais

grossas, a decomposição total

pode levar até dez anos

O resultado do processo é a formação de húmus e gás metano (CH4). Ambos os aditivos são formulados a partir de resinas petroquímicas comuns e ingre-dientes orgânicos especiais, de composi-ção não revelada, que funcionam como atrativos para a atividade microbiana.

Segundo as representantes, as novas tecnologias sobressaem porque não têm custo alto nem escala restrita, como os bioplásticos, e também não se enqua-

1 2 3iluStRaçãO: daniel daS neveS

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dram na categoria dos oxi-biodegradá-veis – oferecidos no Brasil desde o início da década passada e alvo de polêmica, por haver quem alegue que eles não se desintegram completamente, deixan-do partículas livres no ambiente (fato contestado por seus distribuidores). No entanto, a confusão com a tecnologia oxi-bio é frequente, pelo fato de ambas se basearem em aditivos.

“Venho tendo de desmistificar a palavra ‘aditivo’, porque ela remete a oxi-biodegradável, e muitos clientes ficam com um pé atrás”, relata Tamas Vero, diretor geral da Tiv Plásticos. O empresário diz que, além da biodegra-dabilidade anaeróbica comprovada por testes como o ASTM D 5.511 e o ISO 15.985 – que responderiam às exigên-cias da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de seu equivalente americano, o Food and Drug Adminis-tration (FDA) – o Eco-One, ao contrário dos aditivos oxi-biodegradáveis, atende a uma gama maior de resinas plásticas. “Existem graus compatíveis com polieti-leno, polipropileno, poliestireno, nylon, poliéster (PET) e PVC”, arrola Vero.

AGENTE DA Global Market para o mercado brasileiro, Celso Domene afir-ma que o EcoPure proporciona a mesma flexibilidade. “É possível utilizar o adi-tivo nos processos de extrusão, injeção ou sopro de embalagens”, explica. “A proporção de uso do composto é de 1% ou menos em relação ao total de resina utilizada.” Em sua opinião a tecnolo-gia é especialmente promissora para a produção de sacolas de boca de caixa para supermercados – objeto de sanhas extintoras que, embarcado com o adi-

tivo, levaria cerca de um ano para se biodegradar em ambiente anaeróbico. “Queremos que os varejistas e os detra-tores das sacolas avaliem a tecnologia como um recurso ambientalmente ami-gável”, diz Domene.

O representante do EcoPure conta que mantém conversas com diversos convertedores nacionais e que aguar-da as primeiras adesões. Vero, por seu turno, diz que a Tiv Plásticos já empla-cou cerca de trinta contratos de uso no País, entre produtores de sacolas, filmes, vasos e até embalagens rígidas para cos-méticos (por questão de confidenciali-dade, ele não divulga nomes).

Segundo ele, até uma grande multi-nacional já estaria em testes finais para aplicar a tecnologia em autopeças. “É um exemplo conveniente para deixar claro que a tecnologia não interfere na resistência nem em outras propriedades dos produtos finais”, encaixa Vero. O dirigente da Tiv Plásticos assegura que o shelf life, por exemplo, não é afetado nas embalagens. E que, ao contrário dos bioplásticos como o PLA (ácido polilático, derivado de fontes vegetais como o amido de milho), o novo aditivo orgânico não compromete a reciclabili-dade dos plásticos. “A possibilidade de reaproveitamento é total”, garante.

Bio-Tec Environmental LLC+1 (505) 999-1160www.goecopure.com

Ecologic LLC+1 (630) 869-0490www.ecologic-llc.com

Global Market(19) 3035-8801www.globalmarket-sudamerica.com

Tiv Plásticos(11) 3474-5400www.tivplasticos.com.br

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vidRO

Decoração ganhaforça e se ampliaplastclean aposta em garrafas de bebidas e SGd amplia estrutura para decorar frascos de perfumes e cosméticos

POUCO MAIS de dois meses depois de a Wheaton ter comprado as operações de decoração de embalagens de vidro de perfumes e cosméticos da Plastclean (ver EmbalagemMarca nº 143, julho de 2011), o segmento continua movimentado. A Plastclean acaba de anunciar novos investimentos, e já fun-ciona em outro endereço, agora com o foco voltado para a pintura de garrafas de bebidas e de utilidades domésticas (pratos, copos, jarras etc). Ao mesmo tempo, a SGD, principal concorrente da Wheaton em perfumaria e cosmética, também apresenta novidades, com a verticalização daquela atividade.

Especializada em pintura e serigrafia em embalagens de vidro, a Plastclean investiu cerca de 4,5 milhões de reais em sua nova estrutura, que funciona em um galpão industrial de 5 000 metros quadrados em Osasco, na Gran-de São Paulo. Com a venda para a Whe-aton, a companhia viu a oportunidade de mudar definitivamente seu foco de atuação. “O mercado em que agora atuamos traz a chance de se ter maior número de clientes, já que o setor de frascos para cosméticos é muito con-centrado”, comenta Kleber Von Dentz, presidente da empresa. “Quando a Plastclean atuava na área de cosmé-ticos e perfumaria, mais de 90% dos trabalhos eram feitos para a SGD, que terceirizava alguns clientes.”

Mas mesmo antes de vender seu negócio de perfumaria e cosméticos, a Plastclean já tinha dado seus primei-ros passos na decoração de garrafas para bebidas, com serviços prestados para clientes como a Diageo (vodca Smirnoff pintada de prata), Grupo

Petrópolis (vodca Blue Spirit pinta-da e serigrafada) e AmBev (cerveja Bohemia Oaken pintada). Agora, a empresa se prepara para crescer e se firmar definitivamente nesse mercado. “Estamos nos preparando com o que há de melhor em tecnologia, estrutura fabril e profissionalização dos cola-boradores. Importamos recentemente da Itália uma máquina de serigrafia de até oito cores no mesmo ciclo, um dos equipamentos mais modernos e produtivos à disposição e também investimos em uma linha de pintura automática”, conta Von Dentz.

De acordo com o executivo, o mer-cado de bebidas ainda vê na decoração de garrafas uma ação premium, que pode ser voltada a edições limitadas.

Algumas garrafas pintadas e serigrafadas pela Plastclean, que agora foca o mercado de bebidas

“Lá fora essa demanda é maior. Mas o mercado por aqui vai mudar”, ele acredita. “Não há limites para este tipo decoração, que pode ser aplicada em garrafas de bebidas de segmentos varia-dos como vodcas, cachaças, cervejas, espumantes, vinhos e licores.”

Com a nova estrutura, a Plastclean terá capacidade produtiva inicial de 3 milhões de peças por mês. A empresa espera atingir esse volume dentro de dois anos, e para isso foca também o mercado de utilidades domésticas, onde a demanda por copos e pratos serigrafados é grande.

A VIDRARIA SGD Brasil, assim como a Wheaton, especializada no mer-cado de embalagens para perfumes e

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serigrafia. As obras, iniciadas em outu-bro deste ano, devem estar concluídas em meados de 2012.

O objetivo da companhia é elevar a capacidade interna de decoração de frascos, reduzindo a dependência de fornecedores externos. A capacidade de decoração da SGD chega hoje a cerca de 30% das unidades vendidas pela empresa. A expectativa é de que chegue ao patamar dos 70% ao final dos próxi-mos dois anos. A capacidade de fabri-cação de frascos de vidro da companhia também será ampliada, passando de 1,3 milhão de unidades para 2,6 milhões de embalagens por dia.

O foco agora é o aumento do nível de sofisticação dos produtos do setor de beleza, que representa mais de 60% dos negócios da unidade. Os outros 40% vêm do setor de farmácia. “O setor de perfumaria brasileiro está mais exi-gente”, observa Liberali. “Vamos trazer para o mercado sul-americano serviços até então apenas disponíveis na Europa e nos Estados Unidos.”

Os investimentos são bancados por recursos vindos da matriz francesa e pelo caixa próprio da filial brasileira.

Plastclean(11) 3603-3395www.plastclean.com.br

sgD Brasil(11) 3883-4300www.sgdbrasil.com

cosméticos, também anunciou investi-mentos na área de decoração de frascos, em paralelo à construção de seu segun-do forno para a produção de vidro, previsto para entrar em funcionamento em janeiro de 2012. O investimento de 8 milhões de reais na área de serigrafia faz parte do aporte de 70 milhões de reais que a multinacional francesa está realizando em sua unidade no país.

Com o agravamento da crise eco-nômica na Europa, o Brasil ganhou importância na operação da SGD. Em 2007, a unidade brasileira respon-dia por 5% dos resultados globais da empresa. Hoje, os números represen-tam 10%. De acordo com André Libe-rali, diretor geral da SGD Brasil, com os novos investimentos em 2013 o país pode alcançar uma participação de 15% nos resultados do grupo.

Além da expansão do espaço, que passará de 1 500 para 2 850 metros quadrados, o setor de decoração da empresa ganhará novos equipamentos, incluindo duas máquinas automáticas equipadas com sistema de cura UV (ultravioleta) que permitirão a deco-ração em até quatro cores no mesmo frasco. Serão instaladas máquinas de aplicação de hot-stamping, tornando possíveis efeitos prateado e dourado na

Com a crise europeia, operação brasileira da vidraria francesa sgD ganha importância

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inteRnaciOnal

Para preparar os limpadores da canadense iQ, consumidor deve utilizar água da torneira para preencher o frasco da marca, encaixar uma cápsula no gargalo do recipiente e atarraxar o gatilho spray. A

cânula do aplicador rompe a cápsula e o concentrado é diluído

emb.bz/146iq

Refis de vanguardaembalagens com sistemas inteligentes de recarga, baseados em cápsulas, propõem uma saída “verde” e mais racional para os produtos de limpeza doméstica

NOS ESTADOS UNIDOS e no Canadá, a mais nova moda entre artigos de limpeza doméstica com apelo ecológico é a venda de kits com-postos por um frasco spray vazio e uma pequena embalagem recheada com uma fórmula superconcentrada. Para utilizar o produto é preciso encher o recipiente aplicador com água da tor-neira e diluir o concentrado. Quando o conteúdo acaba, basta o consumidor adquirir um refil do agente limpador para reutilizar o mesmo frasco compra-do anteriormente.

Até aí, a proposta não soa diferente do que diversas marcas já oferecem mundo afora e mesmo no Brasil (ver EmbalagemMarca nº 144, agosto de 2011), sob as credenciais “verdes” da redução do descarte de embalagens e da menor emissão de gases, graças aos ganhos obtidos no transporte (aspectos que parecem no mínimo justificar uma opção mais racional, haja vista que muitos itens de limpeza têm 95% de água em sua composição). Alvissarei-ra, porém, é a forma com que novos produtos desse gênero começam a ser veiculados no mercado norte-ameri-cano: acondicionados em embalagens especiais, capazes de ser reabastecidas por meio de cápsulas – ou “cartuchos”, como alguns preferem.

Nos casos da americana Jaws (acrô-nimo para Just Add Water System, ou “Sistema Somente Adicione Água”, em tradução livre para o português) e da linha iQ, da canadense Planet People,

a mecânica de recarga é muito pareci-da. Baseia-se em diminutas cápsulas cilíndricas que se encaixam no interior dos gargalos dos frascos disponibili-zados. Ao atarraxar gatilhos spray nos recipientes, a cânula dos aplicadores atravessa as cápsulas, liberando o agen-te concentrado na água (ver imagem). De acordo com ambas as empresas, os frascos são suficientemente robustos para suportar diversos ciclos de reuso. Caso quebrem, podem ser encaminha-dos para a reciclagem.

Um aspecto importante é que tanto a Jaws quanto a Planet Peo-ple desenvolveram frascos e gatilhos spray específicos para suas aplicações. Resultado: os cartuchos de cada marca

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julho 2011 | 55

são compatíveis apenas com seus res-pectivos frascos exclusivos, inviabili-zando o uso das soluções concentradas em outro recipiente qualquer, como permitem os produtos similares base-ados em embalagens standard. “Para materializarmos a ideia do cartucho tivemos de bancar a criação de um frasco com gargalo mais alto”, contou a EmbalagemMarca Ami Shah, dire-tora da marca iQ na Planet People. “Consequentemente, o nebulizador é também sui generis, desenvolvido por um parceiro sul-coreano.”

UM TERCEIRO PLAYER, a ame-ricana Replenish Bottling Company, se destaca pelo uso de um método de recarga para o seu limpador multiuso que segue princípio similar, mas que é ao mesmo tempo original. A empresa desenvolveu uma cápsula plástica espe-cial, cujo formato lembra um pequeno frasco de perfume, capaz de ser rosque-ada na base de um frasco maior, dotado de um gatilho spray. Este apresenta um compartimento medidor na parte infe-rior, logo acima de onde fica o gargalo da cápsula.

Para preparar o produto, basta o consumidor acoplar o recipiente que traz a solução concentrada ao fras-co aplicador, colocar o conjunto de cabeça para baixo e comprimir a cáp-sula com as mãos, liberando o agen-te de limpeza na câmara dosadora até enchê-la. Depois, basta adicionar água ao frasco (ver imagem). Quatro diferentes fragrâncias são oferecidas nas cápsulas, que acondicionam 118 mililitros de produto concentrado. É o suficiente para o preparo de quatro porções de limpador multiuso.

Jason Foster, fundador e diretor geral da Replenish, entende que as versões solúveis e baseadas em refis representam o futuro da categoria de limpeza doméstica, pois gerariam ganhos para todos os elos da cadeia de consumo. Ele diz: “Para os pro-dutores, elas proporcionam economia com custos de embalagem e logística. Para os varejistas, podem representar uma vantagem por ocuparem menos espaços nas gôndolas. Para o público, representam uma opção antenada com

sustentabilidade – e, se tiverem bons preços e bom desempenho, também uma melhor escolha financeira.”

Outro ponto interessante para a indústria partidária dessa via é o poten-cial ganho de imagem. Antes de tudo, isso tende a ocorrer pelo engajamento com a causa ambiental. “Pelos nossos cálculos, se todos os lares norte-ame-ricanos adotassem os nossos produtos, em um ano seria possível evitar o envio de 100 000 toneladas de resíduo plás-tico a aterros e uma emissão de gases

nocivos equivalente à circulação de 200 000 caminhões”, diz Ami Shah, da Pla-net People. Mas não é só. Por meio do conceito de recarga é possível oferecer uma embalagem aplicadora de design mais refinado, para estimular a percep-ção premium. “O visual cativante dos nossos produtos tem sido fundamen-tal para o sucesso que começamos a experimentar”, afirma Ami. “Queremos que o consumidor transforme nossos limpadores em um elemento visível na decoração de sua casa.”

sistema de recarga dos frascos da linha Jaws é similar ao da iQ. No detalhe, a forma com que as cápsulas-refil

são vendidas

emb.bz/146jaws

Cápsulas do limpador multiuso Replenish se encaixam à base do frasco aplicador. O consumidor deve virar o produto de ponta-cabeça e comprimir a cápsula, liberando o concentrado até encher uma câmara medidora no frasco. Basta, então, preencher a embalagem com água e utilizar o produto. Cada cápsula rende quatro porções de multiuso

emb.bz/146replenish

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Patrocínio OuroPatrocínio Platina

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De cara nova, com o sucesso de sempreEm sua quinta edição, o Prêmio EmbalagemMarca — Grandes Cases de Embalagem passou por aprimoramentos no regulamento, no julgamento e na cerimônia. E ainda ganhou uma marca redesenhada e uma nova versão para o troféu, criado pelo designer Karim Rashid.

O que não mudou foi o sucesso da iniciativa. Projetos de embalagem com elevada qualidade foram submetidos ao júri, que escolheu trinta vencedores. Veja quem são eles na edição de novembro.

OrganizaçãoPromoção

Apoio Educacional

EmbalagemMarca

Patrocínio Prata

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DisplayO QUE Há DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA Edição: FLAVIO PALHARES

[email protected]

SUCOS PRONTOS

PUREZA COM HOT FILLCom a assinatura da Del Valle, a Coca-Cola lança uma limonada no mercado brasileiro, a Limão & Nada, nome inspirado no fato de a bebida ser produzida com suco da fruta sem adição de conservantes. Tal isenção é fruto do envase a quente (hot fill), a até 95ºC, que este-riliza produto e embalagem na linha da fabri-cante e que permite, também, a distribuição da bebida sob temperatura ambiente. A novidade chega ao mercado em garrafas de PET de 300 mililitros e de 1 litro, decoradas com rótulos ter-moencolhíveis. As ilustrações dos rótulos são do artista fran-cês Serge Bloch.

tampas

America Tampas(11) 2504-7000www.americatampas.com.br

rótuLOs

Dase seal (chile)+56 (2) 544-0790www.daseseal.com

garraFas

Graham Packaging(11) 2135-7900www.grahampackaging.com

DEsign

Oz Design(11) 3024-2670www.ozdesign.com.br

iLustraÇÕEs

serge Blochwww.sergebloch.net

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DisplayO QUE Há DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

1

Antes . . .

. . . e depois

SOBREMESAS

MAIs CREMEs 2

A Fleischmann ampliou sua linha de Creme Tipo Chantilly com o sabor chocolate. O produto é apresentado em embalagens cartonadas assépticas de 200 mililitros. A versão tradicional do creme, que antes era comercializada em caixinhas de 200 mililitros, ganhou versão de 1 litro.

ESMALTES

COREsTROPICAIs 1

A Beauty Color apresenta a coleção de esmaltes Mistura Brasileira, composta por oito cores brandidas como inéditas no mercado nacional. Os frascos de vidro e as tampas aplicadoras dos produtos são importados. A decoração é feita com rótulos autoadesivos confeccionados a partir de filme transparente.

COSMéTICOS

DEsTAqUE PARA A MARCAA marca de dermocosméticos Universal, da Merck, ganhou novo logotipo e novas embalagens. Os principais códigos cromáticos de cada produto da família foram mantidos, para garantir o reconhecimento pelos consumidores no ponto de venda. A marca Merck ganhou maior destaque nas embalagens.

LáCTEOS

LEITE COM ROsCA 3

A Shefa passa a acondicionar sua linha de leites ultrapasteurizados (UHT) enriquecidos com vitaminas A e D em cartonadas assépticas de 1 litro dotadas de tampa de rosca. Os leites estão disponíveis nas versões integral, semidesnatado e desnatado.

Bisnagas

Globalpack(11) 3908-1253 www.globalpack.com.br

cartucHOs

Macron(11) 4393-8369 www.macron.com.br

DEsign

Matriz Escritório de Desenho(11) 5083-2022www.matrizdesenho.com.br

EmBaLagEns

sig combibloc(11) 3028-6744www.sig.biz/brasil

DEsign

B+G Designers(11) 5090-1460www.bmaisg.com.br

EmBaLagEns

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

rótuLOs

Baumgarten(47) 3321-6666www.baumgarten.com.br

DEsign rótuLOs

The Getz(41) 3028-8200www.getz.com.br

2

3

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Outubro 2011 | 61

DOCES

CARAMELOs RECHEADOs 4

A Arcor lança a versão dos caramelos Butter Toffees com recheio de polpa de frutas. Flow packs de BOPP laminado de 160 gramas e de 750 gramas agrupam os confeitos. A empresa também modernizou o layout das embalagens.

VODCAS

ROskOFFé ICE 5

A vodca com limão Roskoff, da Cereser, ganha sua versão ice. A bebida é acondicionada em garrafas que utilizam 20% menos vidro em sua composição (pesam 172 gramas, enquanto os modelos standard chegam a 220 gramas).

ISOTôNICOS

NO COPO 6

Marathon em copos é a novidade da Globalbev. As embalagens de 200 mililitros, uma inovação na categoria, têm layout exclusivo, com design anatômico, fácil de segurar. Estão disponíveis em copos os sabores tangerina e limão.

TEMPEROS

sAbOREs EM COREs 7

Amarelo (cebola, alho e pimenta do reino) e Laranja (cebola, alho e orégano) são as novas extensões da linha “Temperos Completos Arisco”, da Unilever. Os produtos são acondicionados em flow packs de 50 gramas, cada um contendo dez envelopes de 5 gramas.

FLOw packs sacHês

inapel(11) 2462-8800www.inapel.com.br

DEsign

Narita Design(11) 4052-3700www.naritadesign.com.br

DEsign

A La Carte (11) 2371-0071www.alacarte.net.br

cOpOs

Fibrasa (11) 5051-2984www.fibrasa.com.br

tampas

Politampas (11) 4146-6000www.politampas.com.br

rótuLO

Crespo Rótulos e Embalagens(17) 2139-6950

www.crespoimpressora.com.br

DEsign

DZ Design(19) 3256-4440

www.dzdesign.com.br

GARRAFA

Owens-illinois(11) 2542-8084

www.oidobrasil.com.br

FLOw packs

Camargo Cia de Embalagens(15) 3285-5200www.camargociaembalagens.com.br

4

5

6

7

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DisplayO QUE Há DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

1

SABONETES

ACqUAEM bARRA 1

A linha de produtos infantis para banho Acqua Kids, da Nazca Cosméticos, foi ampliada com sabonetes em barra. Com fórmula hipoalergênica, os sabonetes nas versões Maçã com Camomila e Erva Doce com Hortelã são acondicionados em cartuchos de papel cartão.

CACHAÇA

CARáTERARTEsANAL 4

A cachaça Engenho São Luiz, de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, é lançada em embalagem que acentua o caráter artesanal do produto. A garrafa de 600 mililitros tem formato exclusivo, e o rótulo é produzido em papel kraft.

VINHOS

POPULAREs NA CAIxA 2

Os tradicionais vinhos Sangue de Boi e Mosteiro, da Cooperativa Vinícola Aurora, ganham nova opção de embalagem: bag-in-box de 3 litros, volume equivalente ao de quatro garrafas de 750 mililitros. A embalagem consiste de uma bolsa de filme flexível, fechada a vácuo, que permite que o vinho seja retirado por meio de uma torneira com válvula que impede a entrada de ar. O conjunto é acondicionado em uma caixa de papelão microondulado.

caixa

Embanor (54) 3454-9500www.embanor.ind.br

DEsign

Plano Design (54) 3451-4160

BOLsa

scholle packaging (19) 3826-8830 scholle.com.br

ATOMATADOS

sAFRADOURADA 5

A Brasfrigo lança uma edição limitada da polpa de tomate Jurema em embalagens cartonadas assépticas douradas. A polpa é produzida e envasada no mesmo dia da colheita. A embalagem especial será comercializada durante a época da colheita do tomate, que vai até o final de outubro.

DEsign

B+G designers(11) 5090-1460www.bmaisg.com.br

cartucHO

Emibra(11) 4741-9600www.emibra.com.br

2

DEsign

Benchmark Design Total(11) 3057-1222

www.bench.com.br

rótuLO

EPRGraf(11) 2894-7370

www.eprgraf.com.br

GARRAFA

Wheaton Brasil(11) 4355–1800

www.wheaton.com.br

4

DEsign

spO Design(11) 3168-9166www.spodesign.com.br

EmBaLagEns

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

5

ALIMENTOS

PALMITOs EM DEsTAqUE 3

A Inaceres, empresa detentora da marca Gini, lança uma caixa display com capacidade para nove frascos de palmito. Voltada para o pequeno varejo, a embalagem foi desenvolvida para estimular o consumo do palmito em conserva da marca.

DEsign

Ozônio(19) 3402-5573www.ozoniopropaganda.com.br

caixa

Klabin(11) 4588-7227www.klabin.com.br

3

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CERVEJAS

PRIMEIRA NAgARRAFA 6

Para comemorar seus 5 anos, a cervejaria Opa Bier, de Joinville (SC), lança uma edição especial limitada em garrafa de alumínio de 500 mililitros. A embalagem amarela, com design criado pela própria Opa, traz desenhos dos sumérios, inventores da cerveja. É a primeira cerveja produzida no Brasil engarrafada nesse tipo de embalagem.

AUTOMOTIVOS

CERA NA gARAgEM 7

A Ingleza ingressa no mercado de produtos para cuidado automotivo com a linha Fórmula Max, composta por nove itens. Os destaques são o xampu, o detergente 2 em 1, o limpa vidros e a cera automotiva, cujas fórmulas incorporam nanotecnologia para evitar a aderência de partículas de sujeira às superfícies dos veículos. O xampu é apresentado em frasco de PET de 500 mililitros decorado com rótulo de papel com cola e dotado de tampa dosadora. O detergente 2 em 1 chega ao mercado em frasco de PVC de 200 mililitros, ornado com rótulo termoencolhível e fechado com tampa flip-top. O limpa vidros é acondicionado em frasco de polietileno de 500 mililitros com gatilho spray acoplado e decorado com rótulo autoadesivo de papel. As embalagens desses produtos são produzidas pela Ingleza. A cera é acondicionada em lata de aço. O design gráfico é da própria fabricante.

6

GARRAFA

Boxal (França)+33 (0) 4 7479-2200www.boxal.com

rótuLO autOaDEsivO

Maxcor (31) 3303-6000www.maxcor.com.br

tampas

WR Plásticos(11) 4612-2589www.ferramentariawr.com.br

rótuLO DE papEL

Crespo Rótulos e Embalagens(17) 2139-6950www.crespoimpressora.com.br

Lata DE aÇO

Masafer(24) 3350-1728www.masafer.com.br

rótuLO tErmOEncOLHívEL

Propack(11) 4785-3700www.propack.com.br

7

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64 | Outubro 2011

TINTAS

gALãOgRáTIs 2

Por meio de sua marca própria Luxens, a rede de home centers Leroy Merlin passa a oferecer tintas imobiliárias acrílicas em nova embalagem com apelo de custo-benefício. Trata-se de uma lata de aço cilíndrica com 21,6 litros. Segundo a varejista, essas embalagens têm preço equivalente ao das latas de 18 litros, volume tradicional na categoria. O conteúdo extra, de um galão (3,6 litros), é levado gratuitamente pelo consumidor.

SUCOS

COREs vALORIZADAs 1

A Pioneira Sul investiu no redesign das embalagens do suco SUQ. As novas garrafas, em formato de bulbo, têm rótulos termoencolhíveis que valorizam as cores das frutas em harmonia com os tons das tampas.

áGUAS

EsPIRAIs EM DEsTAqUE 4

A Bonafont, marca da Danone, lança no mercado mexicano uma linha de bebidas para crianças. A água mineral saborizada “Bonafont Kids con Jugo” tem os sabores maçã, uva e laranja. Com formas de espirais em destaque, a garrafa de 330 mililitros segue a identidade da linha Bonafont. O bico dosador garante a segurança das crianças.

DEsign Da garraFa

O3 Design(11) 4063-9551

www.o3design.com.br

DEsign rótuLO

DlaCruz Diseño (México)[email protected]

www.dlacruz.mx

DisplayO QUE Há DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

rótuLO

Baumgarten (47) 3321-6781www.baumgarten.com.br

DEsign (rótuLO E garraFa)

Braza Branding(47) 3227-2707www.brazabranding.com

GARRAFA

sellpet Embalagens(48) 9948-9759www.refrigerantespureza.com.br

Lata DE aÇO

Novalata(11) 6168-5255www.novalata.com.br

1

4

2

Antes . . .

. . . e depois

NOvO POsICIONAMENTOA Pernod Ricard revê o posicionamento da vodca Orloff para atingir o público jovem. Para isso, lança uma nova garrafa, com shape cilíndrico. A águia, símbolo da marca, foi reestilizada. As novas cores do rótulo – preto em contraste com o vermelho – dão destaque à embalagem nos pontos de venda.

DEsign

100% Design(11) 3032-5100www.100porcento.net

rótuLO

gráfica 43(47) 3221-1200www.43sagrafica.com.br

TAMPA

Guala Closures(11) 4166-2400www.gualaclosures.com

GARRAFA

Owens-illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

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Almanaque

66 | Outubro 2011

QUIZUm acessório utilizado

em sistemas de fechamento

de embalagens nasceu

para ser utilizado em

calçados.

Veja em o que é em

emb.bz/146quiz

Dalí e o pirulitoEm 1957, o catalão Enric Bernat Fontlladosa inventou um produto sim-ples e inovador: balas espetadas em palitos para as crianças não sujarem as mãos. O pirulito foi inicialmente chama-do de Gol, devido ao forma-to de bola, mas depois teve o nome mudado para Chups. Porém, o jingle criado para promover o produto – “chupa chupa chupa Chups” – se tornou tão famoso que acabou transformando a marca em Chupa Chups, cujo logotipo foi criado pelo pintor catalão surrealista Salvador Dalí. Em 1969, Enric visitou o artista, que durante a refeição fez o desenho em um pedaço de jornal. O logo em forma de margarida sofreu alterações ao longo dos anos, mas mantém as características definidas por Dalí.

anúncio de pasta de dentes em tubo, de 1892

Das tintas para os dentesOs primeiros produtos em bisnagas surgiram graças ao pintor americano John Goffe Rand. Ele começou a produzir tubos de estanho para acondicionar suas tintas. A criação foi patenteada na Inglaterra e nos Estados Unidos em setembro de 1841. Mas a popularização dessas embalagens só ocorreu em 1892, quando o dentista americano Washington Wentworth Sheffield, inventor da pasta de dentes, teve a ideia de acondicionar seu produto, até então vendido em potes de porcelana, nos tubos de metal.

lápide do inventor das bisnagas no cemitério Woodlawn, em Nova York

Curta duraçãoA Budweiser, marca lançada recentemente pela Ambev no Brasil, já esteve por aqui, tra-zida pela Antarctica, em 1997. Diferentemente dos Estados Unidos, onde só é vendida em long necks e em latas, no Brasil a cerveja era acondicio-nada em garrafas retornáveis de 600 mililitros. Ficou pouco tempo no mercado. Em 1999, com a fusão entre Brahma e Antarctica, a Ambev tirou o produto de seu portfólio.

As marcas

no BrasilEm 1873, a fábrica baiana

de rapé Méuron e Cia.,

que vendia seu produto

em saquinhos de papel

com a inscrição Rapé

Área Preta, viu a empresa

pernambucana Moreira & Cia

lançar o Rapé Área Parda em

uma embalagem semelhante

à sua. O caso foi parar na

Justiça, que deu ganho de

causa à fabricante baiana. Mas

o julgamento em instância

superior inverteu a sentença,

alegando que não havia lei

que proibisse o plágio. O episódio chamou a

atenção do deputado mineiro Affonso Celso

de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro

Preto, que redigiu uma lei, promulgada em

1875, regulando o direito de o fabricante

colocar marcas nos seus produtos.

visconde de ouro preto criou lei para marcas

patente da primeira bisnaga metálica, criada por John Goffe Rand

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