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    DESCRIPCIÓN DE LA INSTITUCIÓN

    EEFM Raimundo Marques de Almeida

    Região: Nordeste

    Município: Quixadá – CE

    Título da experiência: “Libras, uma ponte para a comunicação com o mundo do silêncio”

    Autoras: Jacinta Maria da Silva e Maria Auxiliadora Melo Ferreira

    O presente trabalho relata uma experiência vivenciada dentro da perspectiva de uma educaçãoinclusiva na Escola de Ensino Fundamental na cidade de Quixadá-CE, com alunos surdos incluídosem sala de aula regular.

    No quadro de matrícula já constava um numero significativo de alunos com deficiênciana escola (Deficiência Intelectual, Deficiência Física, Baixa Visão) através de nosso trabalho,

    respeitando a diversidade, conseguimos obter bons resultados. No ano de 2008, fomos in-formados que iríamos receber 04 alunos surdos, vindos de uma escola especial, não tendoainda passado por uma escola regular.

    A partir daquele momento estávamos conscientes do grande desafio que teríamos pela frente.Quando pensamos na surdez, percebemos logo a sua principal barreira: a comunicação, umavez que sabemos da sua importância para uma interação social satisfatória.

    Partindo desse pressuposto planejamos desenvolver um trabalho onde pudéssemos buscara compreensão e não apenas a aceitação de alunos surdos. Foi elaborado o projeto  LIBRAS,

    Uma Ponte Para a Comunicação Com o Mundo do Silêncio na perspectiva de que as profi-ssionais envolvidas com alunos surdos devem conhecer e aprender Libras, a fim de obteremuma comunicação satisfatória entre surdos e ouvintes que convivem no mesmo ambienteescolar. Diante dessa possibilidade, a nossa experiência foi desenvolvida através de ações de-safiadoras, encontrando alternativas viáveis para uma inclusão onde se respeite realmente anecessidade de cada um. Envolvemos toda comunidade escolar buscando a sua contribuiçãona construção de uma escola que de fato reconheça as singularidades lingüísticas dos alunossurdos.

    Recebemos o apoio da Secretária de Educação do município, no processo de inclusão desses

    alunos surdos, nos foi enviada uma intérprete para nos dar suporte e sua atuação tem sido derelevada importância.

    UBICACIÓN GEOGRÁFICA

    CONTEXTO INSTITUCIONAL

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    DESCRIPCIÓN DE LA EXPERIENCIA

    A equipe envolvida na experiência é composta de.

    Jacinta Maria da Silva – Diretora Geral da Escola Raimundo Marques de Almeida: articulaçãocom os apoios necessários e assistências ao projeto no geral.

    Ana Lúcia de Sousa Melo – Coordenadora do Ensino Fundamental II: apoio na elaboração doprojeto, materiais e equipamentos de suporte pedagógicos.

    Francisca Aldenisa Peixoto da Silva – intérprete da Língua Brasileira de Sinais Libras: Respon-sável pela elaboração do projeto, ministradora do seminário e do mini-curso para os alunosouvinte do Fundamental II, professora de Libras dos alunos surdos.

    Janicleide Saldanha de oliveira Pinheiro – professora da Sala de Recursos Multifuncional,assegura o A.E.E para os alunos surdos, ampliando o seu vocabulário em Libras.

    Maria Auxiliadora Melo Ferreira – professora da sala regular, apoio nas aulas de Librasno mini-curso e assistência aos alunos surdos no engajamento do Programa PETECA.(Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente)

    Shayanna Augusta Neris Ferreira – aluna surda – apoio nas aulas do mini-curso de Libras paraalunos ouvintes.

    Natielri Lourenço da silva – aluno surdo, apoio nas aulas do mini-curso de Libras para alunos

    ouvintes.

    EQUIPE DE TRABALHO

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    DESCRIPCIÓN DE LA EXPERIENCIA

    POPULAÇÃO BENEFICIADA

      n 4 alunos surdos, hoje alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II.

      n Alunos ouvintes do Ensino Fundamental II, 663 alunos participantes do mini-curso deLibras

      n Gestores, professores e funcionários da Escola Raimundo Marques de Almeida

      n Familiares de alunos surdos.

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    Divulgar a Libras para alunos surdos, profissionais e familiares que atuam juntos na inclusão,possibilitando-lhes uma maior integração e conseqüentemente, minimizar um imagináriosocial negativo construído historicamente sobre a língua e identidade das pessoas surdas,criando um ambiente bilíngüe onde não só os alunos surdos podem ter o direito de apren-derem a Libras e o português, como também os ouvintes que compartilham a sua companhiapossam estar participando de momentos de aprendizagem dentro da escola conhecendo eaprendendo a Libras, ampliando, portanto, a comunicação entre surdos e ouvintes, oportuni-zando a competência comunicativa no convívio Sócio Educacional.

    OBJETIVO

    DESCRIÇÃO DETALHADADA EXPERIÊNCIA

    A experiência que iremos relatar passou por duas etapas. Na primeira começou com umseminário no início do ano letivo de 2008.

    A presença de alunos surdos na sala regular nos faz refletir sobre a real necessidade deconhecermos mais sobre a surdez e a Língua Brasileira de Sinais. A intérprete da línguade Sinais da escola Raimundo Marques de Almeida trazia um bom conhecimento sobre oassunto e se comprometeu de repassar para gestores, professores, funcionários e pais dealunos os conhecimentos básicos sobre surdez e Libras.

    O seminário teve a carga horária de 8h/a. Foi um momento riquíssimo, nos aprofundamossobre os aspectos legais e os fundamentos sócios lingüísticos que legitima a Libras comolíngua natural das pessoas com surdez.

    Sabendo que a Libras é uma língua visual-espacial e as técnicas são voltadas a priorizar o cam-po visual e não auditivo, tratamos de adequar o ambiente escolar com cartazes e desenhos

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    DESCRIPCIÓN DE LA EXPERIENCIA

    identificando todos as dependências da Escola. Contamos também com um recurso visual:sirene visual de cor vermelha, dando suporte aos alunos surdos nos horários do intervalo,termino da aula e em outras ocasiões, facilitando o acesso para os alunos surdos e todos queali visitam. Vale salientar que alguns professores já possuem o curso básico de Libras.

    Na segunda etapa do projeto, partimos para o aprendizado dos sinais, todos os que haviamparticipado do seminário queriam aprender a se comunicar em Libras com os alunos surdos.

    Em reflexões com os gestores, foram proporcionadas duas horas nos planejamentos mensaispara que os professores aprendessem os sinais básicos da Libras.

    As aulas são ministradas pela intérprete da língua de sinais da referida escola. Em 2009 sen-timos a necessidade de desenvolvermos um mini-curso com os alunos ouvintes nas aulas detemas transversais, encaixando o tema Libras nas turmas do fundamental II. O mini-curso foi

    ministrado pela intérprete com apoio dos alunos surdos. Os ouvintes aprendiam com muitoentusiasmo.

    Os professores, por sua vez, sentem-se mais seguros e preparados para os desafios da in-clusão, introduzindo assim uma nova política de fundamentos e princípios que garantem ainclusão de alunos surdos nas escolas regulares, a partir da discussão e práticas de valorizaçãodas diferenças.

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    EVALUACIÓN DE LA EXPERIENCIA

    Destacaremos algumas ações em que consideramos importantes no processo de ensinoaprendizagem dos alunos na instituição escolar.

    Na socialização, alunos interagem naturalmente no interior da escola se comunicando com

    porteiros, alunos, professores, gestores, nos cumprimentando dia a dia. No recreio vão maislonge, eles ficam rodeados de amigos ouvintes, ocorrendo assim a troca de experiênciaatravés da sua língua (Libras)

    Na sala de aula.

    Ressaltamos a compreensão e bom desempenho nos conteúdos apresentado pelos professores,vale salientar que os alunos surdos têm acompanhamento da intérprete em sala de aula.

    Alunos ouvintes que já dominam Libras dão suporte na comunicação dos surdos em sala de aula.

    Na cultura

    Participação de coral entre outras apresentações culturais.

    Destacaremos a participação de uma das alunas surdas na apresentação da literatura decordel do programa PETECA - Programa de Educação Contra a Exploração do Trabalho daCriança e do Adolescente, onde ela recitou um Libras algumas poesias juntamente com osdemais alunos ouvintes, concorrendo a premiações entre 53 municípios do estado do Cearáe, para a alegria de todos, sendo premiada..

    Consideramos que a inclusão acontece de forma gradativa e sem medo de errar, todos os diastemos um novo aprendizado e com eles aprendemos que a inclusão se faz com respeito eresponsabilidade.

    RESULTADOS

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    EVALUACIÓN DE LA EXPERIENCIA

    Acreditamos que a formação de professores e de todos os envolvidos na política educacionalé de fundamental importância na educação inclusiva, sendo um processo permanente deavaliação e de modificação, sendo hoje uns dos debates mais presentes na educação inclu-siva do município de Quixadá.

    Os valores precisam ser cultivados no sentido de fazer valer os direitos da pessoa com defi-ciência. A inclusão requer de todos uma mudança no pensar, é preciso quebrar alguns tabusque ainda existem em relação a pessoa surda, o que foi um de nossos desafios enfrentadosna realização de nossa experiência já relatada Alguns acreditavam não ser importante osouvintes estarem aprendendo a língua de sinais, tendo a concepção de que só eles deveriamse esforçarem para entender os ouvintes e não ouvintes em entende-los já que são eles estãoentre ouvintes.

    Nós que estávamos recebendo e abraçando os alunos surdos, não poderíamos pensar dessa

    forma, pois estaríamos reproduzindo uma visão colonialista sobre a surdez, onde a idéia desupremacia do ouvinte é o ponto central da situação. Com o seminário, essa concepção foimudando. Com os conhecimentos adquiridos, aprendemos com a diferença a não isolar osalunos surdos dos projetos vivenciados na escola, permitindo assim elevar a auto-estima noque diz respeito a convivência entre alunos surdos e alunos ouvintes.

    Consideramos muitos avanços significativos em todos os trabalhos que já realizamos com osalunos incluídos em específico aos surdos. Os alunos participam, possuem desenvolvimentoescolar satisfatório e compreensão comunicativa.

    AVALIAÇÃO

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Compartilhar idéias na busca de alternativas para alargar uma comunicação satisfatória entresurdos e ouvintes deve ser uma preocupação para todos que acreditam na inclusão, acre-ditando que a escola deve ser um lugar que possibilite a participação de todas as pessoasque fazem parte da inclusão e não venham a serem impedidos de exercerem os seus direitosquando essas apresentarem possíveis diferenças na sua forma de se comunicar.

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    EVALUACIÓN DE LA EXPERIENCIA

    As mudanças estão acontecendo todos os dias de forma gradativa, novos desafios vão surgindo, épreciso vencê-los.

    Vale salientar que a escola conta com o apoio da Secretária de Educação do município de Quixadá

    que desde 2002 vem lutando por uma educação inclusiva de qualidade, hoje a escola conta comuma sala de recursos, onde são atendidos todos os alunos público alvo da educação especial atravésdo A.E.E..

    Finalizamos afirmando que a presença da pessoa com deficiência na escola regular não pode serignorada e nem tão pouco apenas aceita para cumprir leis. É preciso investir na realização de umaprática pedagógica que reconheça a importância da inclusão, não do ponto de vista hegemônico dadeficiência, mas como fator principal de evolução história educacional.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    Sousa Regina Maria de Rui palavra que te falta? Lingüística e educação: consideraçõesepistemológicas a partir surdez, São Paulo Martins Fontes 1998

    Brasil Ministério da Educação. Direito a educação: subsídios para a gestão dos sistemaseducacionais. Orientações gerais e marcas legais MEL / SEESP, 2004

    Lei Nº 10.436 / 2002, que dispões sobre a língua brasileira de sinais – Libras. Brasília / DF, 2002

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