Edição 13

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Roberto Hunoff atesta a reação do mercado de trabalho em janeiro | Renato Henrichs fala da disputa eleitoral pela reitoria da UCS | A colônia que mora nos Pavilhões e um guia para aproveitar a festa | O Caxias garimpa talentos | Os planos de um juventudista de estirpe Caxias do Sul, fevereiro de 2010 | Ano I, Edição 13 | R$ 2,50 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet. |S27 |D28 |S|T2 |Q3 |Q4 |S5 NOVO PARA A VELHA CAXIAS Mascarados pela contemporaneidade, prédios antigos do Centro guardam a história da formação da cidade. A revelação dessa trajetória surge como alternativa para mantê-los de pé OLHAR BRIGA FERRENHA As razões (e versões) de cada um no conflito Sindicato x Randon Antônio Júlio Giacomin/O Caxiense

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Mascarados pela contemporaneidade, prédios antigos do Centro guardam a história da formação da cidade. A revelação dessa trajetória surge como alternativa para mantê-los de pé

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Caxias do Sul, fevereiro de 2010 | Ano I, Edição 13 | R$ 2,50 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.|S27 |D28 |S1° |T2 |Q3 |Q4 |S5

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VelhacaxiaSMascarados pela contemporaneidade, prédios antigos do Centro guardam a história da formação da cidade. A revelação dessa trajetória surge como alternativa para mantê-los de pé

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BriGa FerreNhaas razões (e versões) de cada um no conflitoSindicato x randon

Antônio Júlio Giacomin/O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

a Semana | 3Um resumo das notícias que foram destaque no site

roberto hunoff | 4Retomada do segmento industrial impulsiona abertura de vagas de emprego em Caxias

Festa da Uva| 5A Caxias “colona”, com muito orgulho, expõe seus costumes e delícias nas réplicas e no salão paroquial

Guia da Festa | 7Música, dança e teatro tomam todos os espaços dos Pavilhões, enquanto a história desfila na Sinimbu

arquitetura da preservação | 10A observação das fachadas antigas do Centro convida a cidade a refletir sobre seu patrimônio histórico

artes | 13As cores da simplicidade andina e a glória do colar de pérolas falsas

Trégua na fábrica | 14Depois de 14 dias, Sindicato dos Metalúrgicos suspende a greve, mas segue em pé de guerra com a Randon

Guia de cultura | 16Um drama norte-americano nas telas e um blueseiro norte-americano no palco

Guia de esportes | 18A dupla CA-JU volta ao Gauchão e o vôlei ganha as quadras e areias

Seleção grená | 19Na primeira peneira do ano, o Caxias tenta des-cobrir craques entre dezenas de jovens sonhadores

herança alviverde | 21Juarez Ártico, o vice de futebol que planeja um dia ser como o pai: presidente do clube do coração

renato henrichs | 23É tempo de definições eleitorais (nos partidos e na UCS) e homenagens na cena política

VÍDeO(Acompanhe em www.ocaxiense.com.br/multimidia)

TWiTTer(Acompanhe em www.twitter.com/ocaxiense)

estande na Festa da Uva |@anahifros @ocaxiense Fui ontem com a jornalista Vera Damian ao estande de vocês. Parabéns, além de bonito aos olhos, fomos muito bem atendidas.

Anahi Fros, às 9h de 25 de fevereiro

@maurevel @ocaxiense Tchê! Tô curioso, ainda não consegui ir para ver o estande de vocês, tá todo mundo comentando... mas este finde rola!

Maurício Antunes, às 8h de 25 de fevereiro

@leandroucs @ocaxiense Parabéns pelo estande na Festa da Uva. Alta tecnologia. O futuro do jornal promete.Leandro Magalhães, às 8h de 25 de fevereiro de 2010

12ª edição |@danieldalsoto A matéria do @m_aramis (Marcelo Aramis) na edi-ção do final de semana do @ocaxiense matou a pau! Parabéns!

Daniel Dalsoto, em 22 de fevereiro

@adriantunes @ocaxiense Puxa hein, o jornal tá ficando cada vez mais bacana a cada edição! Parabéns!

Adriana Antunes, em 22 de fevereiro

@cdjardim @ocaxiense Finalmente tenho em minhas mãos uma exemplar impresso do O Caxiense, parabéns pela qualidade gráfica e diagramação.

Daniel Jardim, em 21 de fevereiro

OrKUT

12ª capa |Perfeito... ótimo jornal, ótimas fotos... Parabéns!Márcio Azamba, em 23 de fevereiro

A imagem diz tudo, parabéns pro fotógrafo. J. M. Costa, em 21 de fevereiro

capa | No croqui Nossa praça, Antô-nio Júlio Giacomin registra em poéticas tintas sua visão, a partir da Praça Dante Alighieri, da esquina da Rua Sinimbu com a Rua Marquês do Herval, onde o relógio do Eberle desponta, ainda, como sinal dos tempos.

www.OcaxieNSe.com.br

l passeio desvenda a arquitetura e a formação urbana de Ca-xias do Sul. Em vídeo, uma amostra da memória da cidade

l Um almoço com o sabor da tradição. Assista imagens dos bastidores do almoço colonial realizado no Salão Paroquial, da Festa da Uva

redação: Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Maicon Damasceno, Marcelo Aramis, Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora do site), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita comercial: Leandro Trintinagliacirculação/assinaturas: Tatyany Rodriguesadministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: r$ 30 | Semestral: r$ 60 | anual: 2x de r$ 60 ou 1x de r$ 120

Jornal O caxiense ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

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A SemAnAConstruções tradicionais passam por reformas; shopping San Pelegrino inova

SeGUNDa | 22 de fevereiro

TerÇa | 23 de fevereiro

Metalúrgicos

história

Tribunal suspende multa de r$ 150 mil

prédio da UaB é reformado sem aprovação de conselho

Cerca de 300 funcionários da Ran-don marcharam pelas ruas de Caxias do Sul. O grupo saiu da empresa e seguiu a pé até a sede do Sindi-cato. Os trabalhadores, protegidos por guarda-chuvas, prejudicaram o trânsito no Centro. Os metalúrgicos protestaram por revisão do valor do Programa de Participação nos Resultados (PPR) e contra a violência ocorrida durante a mobilização na sexta-feira passada. Na assembleia, o presidente do Sindicato dos Me-talúrgicos, Assis Melo, insistia para um maior engajamento na greve. O presidente afirmou que a greve é um direito dos trabalhadores e que, portanto, os funcionários não pode-rão ser demitidos por causa disso.

A sede da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul (UAB), na Rua Luiz Antunes, número 80, está sendo reformada. Entretanto, como o prédio tem mais de 50 anos,

QUarTa | 24 de fevereiro

copa do Brasil

Negócio

Samae

Juventude é eliminado

San pelegrino será shopping sustentável

abaixo-assinado pede investigação de gastos

a construção é caracterizada como de interesse histórico da cidade. Neste caso, toda reforma necessita acompanhamento da Secretaria do Urbanismo e aprovação do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Compac), o que não está ocorrendo. Conforme o presidente da UAB, Daltro da Rosa Maciel, as reformas são apenas para melhorias internas. Entretanto, estão sendo construídas duas rampas com cor-rimão para cadeirantes e uma nova porta. A quadra inteira onde fica o prédio histórico integrava o conjunto da Companhia Vinícola Luiz An-tunes. A parte ocupada pela UAB é o antigo setor de engarrafamento.

O processo é realizado desde 1999, quando passou a fazer parte da Lei Orgânica. Nenhum projeto foi recebi-do na Secretaria de Urbanismo para ser analisado. Reunião no dia 10 de março discutirá a situação do prédio.

O Juventude não teve competência para reverter o placar adverso da

O San Pelegrino poderá ser um dos primeiros shoppings verdes do país. O prédio, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Machado de Assis, integra a lista de empreendimentos inscritos na certificação LEED (Lea-dership in Energy and Environmental Design), espécie de selo de qualidade concedido a construções que obede-cem aos mais avançados conceitos de sustentabilidade e preocupação ecológica. Entram nesse rol aspectos como o bom desempenho energético e o maior aproveitamento possível de iluminação natural, além do uso de vidros especiais e de uma cobertura na cor branca, fatores que contribuem para diminuir a transmissão de calor – a atual colocação de estruturas me-tálicas no alto e nas laterais do prédio é um dos estágios desse processo.

Panfletos contra o reajuste de 21,42% na taxa de água foram entregues na Praça Dante Alighie-ri. A vereadora Ana Corso (PT) e um assessor do deputado federal Pepe Vargas (PT), Miguel Dall’ Alba, além de representantes do

Negóciohotel itália será prédio residencial

Obras em toda a extensão do Hotel Itália, fechado desde 2008, revelam mais do que simples interferências na estrutura física. Anunciam mu-danças radicais no foco de atuação do empreendimento: até outubro, parte do local deverá abrigar um prédio de 32 apartamentos, de um e dois quartos, todos com garagem e acesso pela Avenida Itália. Depois da conclusão dessa primeira etapa, será a vez de a recepção, pela Ave-nida Júlio de Castilhos, defronte à Panambra, ser posta abaixo. Nesse espaço, está prevista a construção de um edifício de até oito andares.

QUiNTa | 25 de fevereiroSexTa | 26 de fevereiro

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Hotel Itália vira prédio residencial; torcedora lamenta desclassificação do Juventude; e San Pelegrino será shopping “verde”

vereador Rodrigo Beltrão (PT) e de associações de bairros abordavam populares para colaborar com um abaixo-assinado. As assinaturas serão anexadas ao pedido de reconsidera-ção de um processo para investigar, no Ministério Público, os gastos do Samae, documento a ser entregue na próxima segunda-feira, dia 1º.

partida de ida pela Copa do Brasil, foi novamente derrotado por 1 a 0 no Jaconi e acabou eliminado na pri-meira fase. O Corinthians-PR veio fechado, mas não se intimidou, foi para cima poucas vezes e conseguiu fazer o gol da vitória em um erro de marcação alviverde, ainda no pri-meiro tempo. No jogo de ida o time havia vencido pelo mesmo placar.

A Scapini Mitsubishi Motors investiu R$ 5 milhões na estrutu-ração de sua nova concessionária em Caxias do Sul. As instalações de 4 mil metros quadrados, quatro vezes maiores do que a sede anterior de 1 mil metros quadrados, foram erguidas em área total de 6 mil me-tros quadrados. Com a expansão, a empresa ampliou as áreas já existen-tes e agregou o serviço de funilaria e pintura, antes terceirizado. O número de funcionários cresceu de

22 para 35 e deve chegar aos 40 no decorrer do ano. A loja de Caxias do Sul é a primeira no Rio Grande do Sul que segue a nova padronização de revenda definida pela montadora japonesa. Com matriz em Lajeado, a Scapini se prepara agora para inaugurar, no segundo semestre, concessionária em Passo Fundo. A projeção para o ano é crescer 12%, acompanhando as estimativas da Mitsubishi, que tem fábrica na cida-de de Catalão, Goiás.

Novas instalações

Roberto [email protected]

O empresário Tiago De Boni Dal Corno assume na quinta-feira, 4, 19h30, em solenidade no Intercity, a presidência do Sescon-Serra Gaúcha (Sindicato das Empre-sas de Serviços Contá-beis, Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas da Região Serrana). Integrante da diretoria da entidade desde 2007, o novo presidente, eleito no final do ano passado em assembléia ge-ral, é sócio da Organiza Contabi-lidade, onde iniciou suas ativida-des aos 12 anos como office-boy.

Projeto desenvolvido com apoio da Embra-pa e Sebrae, o Selo de Qualidade dos Produtos da Agricultura de Caxias foi entregue nesta se-

mana a 11 produtores de uvas protegidas. A iniciativa da

Secretaria Municipal da Agricultura identifica

produtores que de-senvolvem suas ati-vidades sob critérios socioambientais, tec-

nológicos, de gestão e alimentos saudáveis

com objetivo de ampliar suas redes de comercializa-

ç ã o . A secretaria também confirmou a realização do 4º Horti Serra Gaúcha para o perí-odo de 18 a 21 de maio de 2011, nos pavilhões da Festa da Uva, com o tema Tecnologia e Negócio.

O secretário municipal da Agricultura, Nes-tor Pistorello, explicou que o objetivo da ex-posição é qualificar ainda mais a questão tecnológica e fazer com que os produtores assimilem os conhecimentos que serão ofe-recidos por meio de rodadas de negócios.

Voltando a acompanhar a tendência nacional, o primeiro mês do ano foi de forte recuperação no mercado de trabalho de Caxias do Sul. A abertu-ra de 2.259 vagas foi resultado direto da retomada do segmento industrial, responsável por 1,7 mil postos. Em janeiro de 2009 o setor havia fecha-do mais de mil vagas. Dado também

significativo é o de que a indústria de transformação da cidade respondeu por 25,6% de todos os empregos ge-rados na atividade do Rio Grande do Sul. Já o comércio local participou com 62% dos postos fechados no Es-tado. Em Caxias do Sul o varejo gerou saldo negativo de 86 vagas, enquan-to no estado todo foi de apenas 138.

Força dos serviçosEm 12 meses a economia de Caxias

do Sul gerou 2,9 mil postos de tra-balho. A área de serviços é a grande impulsionadora de empregos no período anualizado, com quase 1,7 mil vagas. Seguem-se comércio com 858 e construção civil com 452. A indústria fechou 112 vagas e a agro-pecuária, 79. Foram admitidas 78.423 pessoas e demitidas 75.505.

representatividadeAs 8.527 admissões realizadas na

cidade corresponderam a 7,98% do total estadual e as 6.268 demissões a 7,12%. As 29.798 empresas registra-das fecharam janeiro com 151.566 empregos formais, representando 6,91% do todo estadual. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos do Ministério do Trabalho e Emprego.

As atividades produtivas das duas maiores empresas da cidade, Randon e Marcopolo, no primeiro mês do ano, reforçaram a convicção de que 2010 poderá ser de números recordes. O conjunto de oito empre-sas da Randon apresentou receita líquida consolidada de R$ 242,4 milhões em janeiro, alta de 57,8% sobre igual mês do ano passado. Na quinta-feira, dia 4, em Porto Alegre, o grupo anuncia os resulta-dos financeiros do ano passado. Já as duas unidades da Marcopolo de Caxias do Sul elevaram a produção de carroçarias de ônibus em 184%, atingindo a marca de 555 unidades.

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Com 18 pistas, que totalizam 15 quilômetros, o Campo de Provas das Empresas Randon foi libe-rado para funcionamento. Após o cumprimento de uma série de requisitos ambientais, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental concedeu a Licença de Operação. O empreendimento, que ocupa parte de uma área total de 87 hec-tares em Forqueta, exigiu aporte de R$ 15 milhões. Além de servir para testes dos produtos Randon, o local também será usado por terceiros.

Mesmo com redução de 18,7% na receita líquida, que totalizou R$ 2,057 bilhões no ano passado, a Marcopolo aumentou em 1,6%, para R$ 136,5 milhões, seu lucro final, com margem de 6,6%. A empresa faturou mundialmente 19.207 ônibus, dos quais 11.937 para transporta-dores brasileiros, queda de 10% na comparação com 2008. Exportou 1.585 unidades completas e 606 desmontadas e produziu 5.685, acréscimo de 4,6%, no exterior. Este resultado positivo decorre da expansão das vendas na Índia, onde foram colocados 2.517 ônibus. A expectativa da Mar-copolo para este exercício é produzir 24,7 mil ônibus e faturar R$ 2,550 bilhões. A organização encerrou o ano passado com 13.715 colabora-dores, apenas 40 a menos do que havia em 2008. Em Caxias do Sul houve redução do quadro em 8%, para 7 mil pessoas. Nas coligadas – Ciferal e Neobus – crescimento de 14%, para 3 mil. No exterior o incremento foi de 28%, superando a casa de 4 mil, dos quais 2 mil só na Índia.

A Microempa programou para terça-feira, 2, às 19h30, em seu estande nos pavilhões da Festa da Uva, o lançamento oficial do projeto de di-vulgação da figura do Empreendedor Individual. O objetivo é levar informações detalhadas sobre este novo sistema jurídico, que busca reduzir a informalidade. Para tanto a entidade desenvol-verá campanha nos meios de comunicação e terá um serviço de orientação aos interessados. Até 7 de março o atendimento será prestado gratuita-mente no estande da entidade na Festa da Uva. O Empreendedor Individual é figura jurídica criada pelo governo federal para estimular trabalha-dores de pequenas atividades, como costureiro, cabeleireiro, eletricista e encanador, entre tantos outros, a se formalizarem. Para ser um em-preendedor individual é necessário faturar no máximo R$ 36 mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Nesta condição o empreendedor paga por mês somente R$ 56,10 para a Previdência e R$ 1 para o Estado caso a atividade for comércio ou indústria ou R$ 5 para o Município se for prestação de serviços.

A primeira reunião-janta do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste do Estado terá a presença de Rui Chama, vice-presidente executi-vo da unidade de polímeros da Braskem. Ele abordará as novas perspectivas da empresa, que acaba de anunciar sociedade com indústria do México e se prepara para colocar no mercado o plástico verde, produzido a partir da cana-de-açúcar. O programa, que se inicia às 20h de segunda-feira, dia 1º, no restaurante da CIC, ainda terá apresentações de dois projetos de desenvolvimento do setor e a realização do 3º Encontro Nacional de Ferramentarias.

campo de provas

lucro mantido

apoio à formalidade

encontro do plástico

a criare Móveis planejados abriu, nesta semana, nova sede em Caxias do Sul com 350 metros qua-drados. No mercado há sete anos, a marca está localizada agora no Bair-ro Santa Catarina, próximo à Casa de Pedra.

com votos de 98,3% dos eleito-res, Ivanir Gasparin foi reconduzido para mais um mandato à frente do Sindicato do Comércio Varejista. A chapa única encabeçada pelo atual

presidente assume mandato de quatro anos em 1º de abril. Das empresas ap-tas a votar, 63% se fizeram presentes. A posse festiva está agendada para 8 de abril.

a governadora Yeda Crusius abre, segunda-feira, 1º, o calendário semanal de reuniões-almoços da Câ-mara de Indústria, Comércio e Servi-ços de Caxias do Sul. Ela falará sobre as ações do Estado na Serra Gaúcha. O encontro começará ao meio-dia.

Curtas

por GRAZIELA [email protected]

A tradição italiana vai muito além da tarantela – que, aliás, nem faz parte da cultura regional daqui, exceto pelos grupos de dança folclórica que a apre-sentam. Está no jeito de falar, nas pre-ferências culinárias, nos hábitos, nos costumes e no orgulho incontestável das origens – pobres, trabalhadoras e imigrantes. Imigrantes, sim, e não italianas, como muitos podem pen-sar. “Nosso orgulho é porque nossos antepassados nasceram na Itália, mas deixaram tudo para vir pra cá. Eram muito pobres lá e enfrentaram muitas dificuldades na viagem de navio para o Brasil e também quando chegaram aqui. Mas venceram”, conta a agriculto-ra Graciema Oliva Zanotti Bonatto, 73 anos, moradora de Santa Lúcia do Piaí.

Em 2010, essa travessia marítima descreve completa 135 anos, que es-tão sendo lembrados no tema da Fes-ta da Uva, nas alegorias dos desfiles e também na história de muita gente espalhada pelos Pavilhões e com toda a disposição do mundo para contar as aventuras e vitórias das suas famílias desde que decidiram deixar a Itália para viver aqui.

O historiador Juventino Dal Bó ex-plica que essa exaltação das origens é um processo muito recente que come-çou a se popularizar somente a partir de 1975, quando foi comemorado o centenário da imigração italiana. “His-toricamente, o que havia era uma certa vergonha de pertencer a uma camada social tão pobre que precisou imigrar.

E tinham ainda as campanhas do go-verno brasileiro contra os imigrantes, principalmente os italianos e alemães. Mas o centenário trouxe à tona uma nova visão, que tem se fortalecido de lá para cá.”

Dal Bó lembra que a Festa da Uva também tem um papel importante nesse resgate às origens. Ele teria co-meçado em 1950, quando foi lançada a pedra fundamental para construção do Monumento Nacional ao Imigran-te, inaugurado na edição seguinte, em 1954. E tem se mantido sobretudo nas festas mais recentes. “Todas aquelas di-ficuldades da fome e da pobreza foram ficando distantes e deixando de ser motivos de vergonha. Acredito que, por isso também, ficou fácil exaltar as coisas boas e deixar as ruins para trás.”

Quem não viveu essa época nem acompanhou sua história pode ter uma pequena mostra disso visitando os Pavilhões. Basta apurar um pouco mais o olhar, parar para ouvir e provar da comida típica daqui que um simples passeio pode se transformar em uma aula de cultura. Para saber como des-cobrir tudo isso, propomos um roteiro diferente do tradicional, que até pas-sa pelo itinerário comum do Centro de Eventos e dos pavilhões 1 e 2, mas concentra maior atenção nos arredores desse itinerário grande e tumultuado. Assim é possível descobrir a parte mais colonial da Festa – aquela que tanto agrada turistas e que pode surpreender também os caxienses.

essa visita começa por onde iniciou a cidade: a Réplica de Caxias

de 1885. A fileira de 20 casas, incluin-do uma igreja e um coreto, à direita de quem entra nos Pavilhões, é uma re-produção da arquitetura da cidade na época. As moradias eram de madeira, tinham varandas na frente e, as mais caprichadas, lambrequins nos telha-dos.

Durante a Festa da Uva, os descen-dentes daqueles se instalam nas casas com produtos típicos coloniais, pro-duzidos por eles mes-mos para vender aos visitantes. Em algumas delas é possível comer sanduíche de pão casei-ro com salame, cuca e outras delícias da culi-nária local.

Na casa de Forqueta tem grostoli quentinho e uma sonorização toda especial, providenciada pelos próprios mora-dores, que em alguns horários se sentam na varanda com um vio-lão e começam a entoar músicas italia-nas. Logo acima, na do Clube de Mães Santa Rita de Cássia, do Desvio Rizzo, é feito o pastel mais famoso da Festa da Uva há 18 anos. “Para o pastel ficar bom, a massa tem que ser caseira. Não se compara com essas massas compra-das”, garante Lidia Rossini, 80 anos, a dona da receita.

e tem muito mais atrativos nas

réplicas. Este ano foi construído o sa-lão paroquial Santa Tereza, uma dupla homenagem, aos almoços típicos do

interior e à padroeira de Caxias do Sul. Ele fica bem pertinho de uma capela onde são celebradas missas todos os sábados, às 18h, e domingos, às 11h, durante a Festa da Uva. “Não pode-mos esquecer que antes de alimentar o corpo é preciso alimentar o espírito”, lembrou o vereador Ari Dallegrave no primeiro dia de almoço no salão, dei-xando claro que a missa aos domingos vai além da religiosidade, faz parte da

cultura dos descenden-tes de imigrantes, prin-cipalmente dos mais antigos.

E por falar dos mais antigos... Eles têm um vocabulário proprio para se referir às coisas da colônia. O salão pa-roquial, por exemplo, é chamado de bode-ga, ou bodegão, se for grande. O bar e o caixa são chamados de copa, e o distrito ou subdis-trito, carinhosamente,

de comunidade.Comunidade tem um conceito mui-

to importante no interior, onde as pessoas fazem questão de se conhecer e se ajudar. É pela comunidade que costumam fazer esses almoços, nos quais trabalham de graça e espontane-amente. “Ajudo desde os 12, 13 anos. Nunca parei para pensar se eu gosto. Faço porque precisa e pronto”, resume a agricultora Mari Marcarini, 58 anos, que no salão paroquial dos Pavilhões estava trabalhando de garçonete.

Assim também é com o pessoal da

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“Nosso orgulho éporque nossosantepassadosnasceram na Itália, mas deixaram tudo para vir pra cá,onde venceram”,diz Graciema

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Descendentes de italianos preservam, em alguns espaços dos pavilhões, características culturais que encantam turistas e caxienses

As mulheres do clube de mês Santa Rota de Cássia, do bairro Desvio Rizzo, trabalham nos Pavilhões há 18 anos e fazem o pastel mais famoso do parque de exposições

a cOlÔNiaÉ AQUI

cozinha, da copa e da churrasqueira. Nelson José Copeli, 59 anos, Jané An-tonio dos Santos, 64 anos, e Jucelino Antonio Suzin, 52 anos, trabalham na churrasqueira da co-munidade de Vila Seca há décadas e adoram o serviço. “Só que lá na capela tem que virar o espeto na mão. Não é moderno como aqui na Festa da Uva”, compa-ra Suzin. A cozinheira Elsa Paloski Camello, 60 anos, cozinhou tanto para as festas de Fazenda Souza que acabou se tornando profissional. Hoje, vive de fazer almoços em capelas aos finais de semana.

Todas as pessoas que estão traba-lhando no salão paroquial são mo-radoras de distritos e unidades ad-ministrativas de Caxias. Em comum, elas têm a experiência de fazer aqueles almoços tradicionais – que sempre co-meçam pela sopa de agnolini e sempre terminam pelo rifão – e uma habilida-de incrível para trabalhar pela comuni-dade onde elas vivem.

Mas não é só almoço que elas ser-

vem. Nesse lugar, também se toma café todas as tardes. E não é qualquer café. É café de italiano. Tem salame, queijo, polenta brustolada, pão caseiro, cuca – de uva, claro –, suco e até vinho. Tudo à vontade. “Comida tem que ser à von-tade”, garante Lucia Maria Minuzzi, 65 anos, moradora de Forqueta e uma das cinco voluntárias responsáveis pelo café do salão.

As voluntárias dizem que é quase tudo caseiro, simples e fácil de fazer em casa. “Nasci e cresci comendo isso”,

diz Maria Sirlei Sarafin, 65 anos, que não é descendente de italianos, mas assumiu a cultura. “A gente só não faz o salame”, diz Nádia Zucolotto Rodri-

gues, 51 anos. “Mas, antigamente se fazia esse também”, emenda Lucia rapidamente.

Falar em dieta perto dessas mulheres não pode ser considerado uma pequena gafe. É tão grave que chega a ser “pecado”, diante de tanta comida boa. Afinal, não tem nada menos italiano do que comer pouco.

O hábito de comer bastante está diretamente ligado à his-tória da imigração. Os primeiros imi-grantes enfrentaram a fome na Itália, na viagem para o Brasil, depois nas viagens a pé ou a cavalo até a região e novamente depois de estabelecidos nas terras onde iriam ficar. Quando come-çaram a produzir alimentos e vinho, a mesa farta passou a ser, além de moti-vo de orgulho, um símbolo de vitória. Afinal, tinham vencido a fome e pros-perado.

Mas, se nessa visita aos Pavi-lhões, você estiver cansado de tanto comer e quiser só ouvir alguma histó-ria ou ver alguma demonstração desse orgulho típico dos descendentes de ita-lianos, pode visitar também os estan-des dos distritos, dentro do pavilhão 2. Claro que lá tem comida. Mas também tem os moradores do interior, com seu sotaque e sua simplicidade.

É onde fica a Graciema Oliva Zanotti Bonatto, que vende, na banca de Santa Lúcia, produtos feitos por moradores do distrito. Ao lado dela, a vizinha Os-

valdina Bonatto, 68, que ainda trabalha na lavoura e faz questão de contar isso para os turistas. “Eu adoro trabalhar na roça. Planto tudo o que você imagina: milho, feijão, batata, amendoim, bata-doce e até fava”, diverte-se. Osvaldina diz que não compra quase nada de comida. Só aquilo que não pode pro-duzir. Em sua casa, só tem sopa de ag-nolini quando ela mesma faz a massa, assim como o pão, a cuca e a chimia. “Não tem comida melhor que essa nos-sa feita em casa”, assegura Graciema. “Você precisa ver o pão que eu faço”, concorda Osvaldina.

A música típica italiana – aquela que a gente ouve nos desfiles e apre-sentações artísticas em época de Festa da Uva – não faz parte da rotina nem do gosto de nenhuma delas. Graciema gosta de ouvir músicas de igreja, e Os-valdina, as gaúchas, que a fazem dan-çar. Ligam o rádio todos os dias de ma-nhã bem cedo para ouvir suas canções e acompanhar as notícias e só desligam depois das 13h, quando o locutor ter-mina de ler as notas fúnebres. “Nem todo mundo telefona pra avisar quando al-guém morre. Se a gente ouve no rádio fica sa-bendo de tudo”, explica Graciema.

Se tudo isso irá se perder quando a imi-gração italiana com-pletar 150 ou 200 anos, não se sabe. As crianças já não falam dialeto, estão mudando o sota-que e não devem ouvir notas fúnebres no rádio. Não há como prever nem se a Festa da Uva conti-nuará existindo e preservando certos costumes. Mas alguns hábitos podem

levar muito tempo ainda até que se percam.

O historiador Juventino Dal Bó acredita que muitas coisas deixarão de existir, e a principal delas é a língua. Segundo ele, não faz mais sentido ten-tar forçar as pessoas a aprenderem um dialeto que é falado apenas aqui. “Isso precisa ser preservado, mas através de documentos, registros orais e filmes, pois não se deve impôr uma cultura. O que deve ficar mesmo são aquelas coisas que estão entranhadas na alma.”

Entre essas coisas estão hábitos e cos-tumes bons e ruins que acabam sendo transferidos de pai para filho. “É aquela alegria do italiano, a maneira espontâ-nea de ser, a desconfiança em relação às pessoas que não se conhece bem e até a inveja que move a pessoa a ter o mesmo que o vizinho, característica que pode ser traduzida como defeito ou como aquela fome de progresso que faz a cidade crescer.”

O motoboy Moris Albert Biano, 32 anos, que está trabalhando de padeiro na Festa da Uva, diz com orgulho que

lembra do avô fazendo queijo, salame e vinho, costume que a mãe dele interrompeu. Ele mesmo confessa que só aprendeu a fazer pão por necessidade, já que trabalhou por 14 anos em uma padaria.

Mas se você lhe per-guntar sobre seus hábi-tos e preferências, logo perceberá que algumas coisas a passagem do tempo não consegue

apagar. “Não comi pão melhor do que esse nosso caseiro. E com queijo e sala-me, então, nem se fala.” Alguém duvi-da que a origem dele é italiana?

Falar em dieta é tão grave que chega a ser “pecado”. Afinal, não tem nada menos italiano do que comerpouco

“Não comi pão melhor do que esse nosso caseiro. E com queijo e salame,então, nem se fala”, garante o motoboy e padeiro Biano

6 27 de fevereiro a 5 de marçoO Caxiense

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Ilva frita o pastel feito por Lidia ; Graciema (E) e Osvaldina vendem delícias de Santa Lúcia; a cozinheira Elsa fez do trabalho nas festas coloniais sua profissão

NOTA DE ESCLARECIMENTOEm face de notícias veiculadas sobre irregularidades na compra de ações da Randon S.A. Implementos e Participações (“Randon”) e de sua controlada Fras-le S.A. (“Fras-le”),

por parte de acionistas e executivos em 2002, vimos, a fim de bem esclarecer as operações realizadas, informar que:1. Raul Anselmo Randon, Astor Milton Schmitt, Alexandre Randon, Nilva Therezinha Randon, Daniel Raul Randon e Erino Tonon (“Acionistas e Executivos”), têm por hábito reali-

zar investimentos adquirindo ações da Randon e Fras-le.2. A norma tida por violada, recém editada à época do fato, não é clara com relação ao período em que seriam vedadas compras de ações, e a decisão da CVM – Comissão de

Valores Mobiliários que as julgou irregulares foi objeto de recurso junto ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, que ainda se encontra pendente de julgamento.3. Com exceção feita a um dos envolvidos, que por questão de divórcio, viu-se obrigado a transferir uma parte de suas ações, os Acionistas e Executivos não venderam as

ações da Randon e da Fras-le adquiridas e, portanto, não realizaram lucro com estas operações.4. As compras citadas pela CVM foram em quantidades e valores inexpressivos, se comparadas ao histórico das pessoas abrangidas, variando, individualmente, de R$ 2.680,00

(dois mil, seiscentos e oitenta reais) à R$ 241.800,00 (duzentos e quarenta e um mil e oitocentos reais). Nesse sentido, ainda cabe esclarecer, que as aquisições realizadas não objetivaram a obtenção de vantagem ou proveito próprio e que dúvidas na interpretação da nova lei

ensejaram os questionamentos jurídicos. Caxias do Sul (RS), 25 de fevereiro de 2010.

Raul Anselmo Randon Astor Milton Schmitt Alexandre Randon Nilva Therezinha Randon Daniel Raul Randon Erino Tonon

A firma está reconhecida na forma da lei.

APE

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Músical coral anima D’itália | 10h, 12h e 14h |estação das Soberanas

l Banda amigos | 11h |estação da convivência

l Quinteto de Metais da Or-questra Municipal de Sopros | 11h, 13h e 15h |estação das Soberanas

l Grupo Sonata | 12h |Salão da igreja

l Guido Gremo | 12h |estação da colônia

l Sidinei lucas | 12h |restaurante Tulipa

l Di Kaios | Rap. 13H |estação da convivência

l elmo de Freitas | Sertanejo uni-versitário. 14h |estação da convivência

l Maral Gurgel | Nativista. 14h |estação do Gaúcho

l Bora Balançá | Sertanejo univer-

sitário. 15h |estação da convivência

l Jéssica e rosana | Nativista. 15h |estação do Gaúcho

l coral da associação cultu-ral Germânica de caxias do Sul | 16h, 18h e 20h |estação das Soberanas

l hold riff | Hard rock. 16h |estação da convivência

l Maiquinho do acordeon | Tra-dicionalista. 16h |estação do Gaúcho

l Grupo a Festa chegou | 17 h |estação da colônia

l luiz Felipe Brando | 17h |estação do Gaúcho

l Madeira de lei | 17h |estação da convivência

l paulo Johann | 17h e 19h |estação das Soberanas

l Gringos e Troianos | Pop rock. 18h |estação da convivência

l lázaro e luizinho | 18h |estação da Serra

l paulo cardoso da Silva | 18h e 20h |estação da colônia

l xiruzinho | Nativista. 18h |estação do Gaúcho

l césar de Freitas | 19h |restaurante Tulipa

l italianíssimo Benhur Toledo | Música italiana. 19h |estação da colônia

l Sertanejo Show | Sertanejo uni-versitário. 19h |estação da Música – palco auxiliar

l Grupo Felicitá | 20h |estação da Serra

l Grupo Sul Mania | Musica nati-vista. 20h |estação da Música – palco auxiliar

l João paulo & Fabiano e pop Star | Sertanejo universitário. 21h |estação da Música – palco auxiliar

l luciano cesa | Clássica/ Italiana. 21h |estação da colônia

l Barracuda project | Rock ele-trônico. 22h |estação da convivência

l leonardo | Sertanejo. 22h |

O cantor goiano apresenta sucessos como Pensa em mim, Entre tapas e bei-jos e Festa de rodeioestação da Música – palco principal

Dançal Shutzenhaus Tangruppe | 13h e 17h |estação da Serra

l cTG campo dos Bugres | 14h e 19h |estação da Serra

l MixTU | 20h |estação da convivência

Teatrol c.i.a. Uerê | 10h |estação do abraço

l Tem gente teatrando | 10h |réplica

l Grupo aprontação experi-mental | Das 13h às 18h |alameda em frente aos parreirais

l associação artística Sempre amigos | 15h |estação da colônia

l Grupo hora Vaga | 15h |pórtico

Mineiros do Jota Quest são atração na sexta, dia 5; o Tholl traz suas cores, acrobacias e fantasias, no domingo; o romântico Leonardo se apresenta no sábado

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SÁBaDO | 20

GuiA dA FeStAMúsica, circo, teatro e desfiles animam a semana nos Pavilhões e na Sinimbu

APEDIDO

A FIRMA ESTÁ RECONHECIDA NA FORMA DA LEI

SeGUNDa | 22

QUarTa | 24

Desfilel corso alegórico | 18h |

São 10 quadros temáticos que contam 135 anos de Caxias em 1 hora. rua SinimbuR$ 25 arquibancada coberta, R$ 15 ar-quibancada descoberta (bilheteria da Casa da Cultura, das 9h às 19h)

Músical Quarteto de Saxofones da Orquestra Municipal de Sopros | 10h e 12h |estação das Soberanas

l Grupo de câmara do coral Municipal | 11h, 13h e 15h |estação das Soberanas

l acordes instrumentais | 12h e 14h |estação da colônia

l Giovani e Marilda | MPB. 12h |restaurante Tulipa

l Grupo Vozes da Terra | 12h |Salão da igreja

l Samuel Sodré | MPB. 13h |estação da Serra

l Guido Gremo | 13h |estação da colônia

l edon | New metal. 13h |estação da convivência

l coral Nova Trento | Típica ita-liana. 14h e 16h |estação da Serra

l Trovador da Serra | 14h |estação da colônia

l Grupo Os colonos Zo Scarpon | 15h |estação da Música – palco auxiliar

l William pontes leite | 15h |estação do Gaúcho

l Grupo a Festa chegou | 16h |estação das Soberanas

l itajaiba Mattana e Quarteto | 16h |estação da Música – palco auxiliar

l airton arruda | 16h |estação do Gaúcho

l xiruzinho | Nativista. 16h |estação da colônia

l exilados | Rock. 16h30 |estação da convivência

l as princesinhas | Nativista. 17h |estação do Gaúcho

l canteriando | Nativista. 17h |estação da Música – palco auxiliar

l Júlio césar | 17h e 19h |estação das Soberanas

l Valdir anzolin | Italiana. 17h |estação da colônia

l infra Blue | Hard rock. 17h30 |estação da convivência

l João Maria ribeiro | Nativista. 18h |estação do Gaúcho

l Vagabundos iluminados | Rock. 18h30 |estação da convivência

l Dan Ferretti | MPB. 19h |estação da convivência

l Querência Serrana | Nativista. 19h |estação do Gaúcho

l Sul paion | Nativista. 20h |estação da Serra

l Jesus Oliveira | 20h |estação da convivência

l Jota Junior | 20h |Salão da igreja

l lázaro Nascimento | MPB. 21h |

Apresenta músicas de seu novo álbum, Simplicidade.estação da convivência

Dançal Grupo avanti | Típica italiana, 15h |estação da Serra

l Grupo de Danças Folclóricas Maristela Gadens | 17h e 19h |estação da Serra

Teatrol c.i.a. Uerê | 10h |estação do abraço

l Tem gente teatrando | 10h |réplica

l Grupo aprontação experi-mental | das 13h às 17h |alameda em frente aos parreirais

l Grupo eDZ | 14h |estação da convivência

l Grupo hora Vaga | 15h |estação da réplica

circol Tholl imagem e Sonho | 22h |

Trupe circense de Pelotas traz espetá-culo que mistura cor, acrobacia e fan-tasia. estação da Música – palco principal

Músical Marcos De ros | Rock. 17h e 19h |estação das Soberanas

l Julio césar | 18h e 20h |estação das Soberanas

l coral Típico italiano ana rech | 18h; 20h |estação da colônia; estação da Serra

l coral pamiatki | Música polone-sa. 20h |estação da colônia

l paulo roberto | 21h |estação da convivência

Dançal Grupo estrela Sirius | 20h |estação da convivência

Músical Marcos De ros | Rock. 18h e 20h |estação das Soberanas

l coro Monte carlo | 18h e 20h |estação da Serra

l coimbra Jones | Pop rock. 19h |estação da convivência

l lady Jam | Rock. 20h |estação da convivência

l Mouai | New metal. 21h |estação da convivência

Teatrol cia. Uerê | 14h |estação do abraço

l Grupo eDZ | 14h |estação da convivência

l Grupo Quiquiprocó | 15h e 16 |estação da Serra

l Médicos do Sorriso | 15h |estação da leitura

l Tem gente teatrando | 15h |réplica

Desfilel corso alegórico | 18h |

São 10 quadros temáticos que contam 135 anos de Caxias em 1 hora. rua Sinimbu

Músical Sul paion | Nativista. 15h |estação da convivência

l adão léo | MPB. 17h e 19h |estação das Soberanas

l Grupo Felicitá | 18h e 20h |estação da colônia

l luiz carlos | 8h e 20h |estação das Soberanas

l anaxes | Heavy metal. 9h |estação da Música – palco principal

l coral São Brás | 19h |estação da colônia

l eletric Blues explosion | Blues. 19h |estação da convivência

l inheritours | Power metal. 20h |estação da Música – palco auxiliar

l pedro lima e Daiane Show | 19h |estação da Serra

l Darkshadows | Metal. 21h |estação da Música – palco principal

l andré Viegas e Banda | Rock. 21h |estação da convivência

l exit 11 | Heavy metal. 22h |estação da Música – palco auxiliar

l predator | Death metal. 23h |estação da Música – palco principal

Dançal Grupo Diapositivo | 20h |estação da convivência

Teatrol c.i.a. Uerê | 14h |estação do abraço

l cia. Nazareno Bonecos | 14h |

8 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

Médicos do Sorriso alegram com esquetes; banda caxiense Edon toca new metal, mesmo estilo de outro conjunto local, o Mouai

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DOMiNGO | 21

TerÇa | 23

Salão da igreja

l Médicos do Sorriso | 14h |estação da leitura

l Tem gente teatrando | 15h |réplica

l casa das Marocas | 15h e 15h30 |estação da Serra

Músical adão léo | MPB. 14h e 16h |estação das Soberanas

l paulo Johann | 16h e 18h |estação da colônia

l Grupo de câmara do coral Municipal de caxias do Sul | 17h e 19h |estação das Soberanas

l coro do Samae | 18h e 20h |estação da colônia

l ladrões de Diamantes | Indie rock. 18h30 |estação da convivência

l Grupo a Festa chegou | 19h |estação da colônia

l hard rockers | Hard rock. 19h |estação da convivência

l inácio amado de Souza | Nati-

vista. 19h |estação do Gaúcho

l Multiverso | Reggae. 19h |estação da Música – palco auxiliar

l Trahma | Reggae/ Pop rock. 20h |estação da Música – palco auxiliar

l irmãos rasta | Reggae. 21h |estação da Música – palco auxiliar

l Os pipocas | 21h |estação da convivência

l armandinho | Reggae. 22h |

Reggaeiro canta seus sucessos, como Desenho de Deus.estação da Música – palco principal

Dançal cTG Ginetes da Tradição | 9h |estação da Serra

l escola carla Barcellos | 20h |estação da convivência

l imaginário | 20h |estação da colônia

l Os Gaudérios | Gaúcha. 20h |estação da Serra

Teatrol c.i.a. Uerê | 14h |estação do abraço

l cia. Nazareno Bonecos | 14h |Salão da igreja

l Grupo eDZ | 14h |estação da convivência

l Grupo aprontação experi-mental | Das 17h às 21h|alameda em frente aos parreirais

l Médicos do Sorriso | 15h |estação da leitura

l Grupo Tem gente teatrando | 15h |réplica

l Molhados na chuva | 15h, 16h e 17h |estação da Serra

Músical Giovani e Marilda | MPB. 12h |restaurante Tulipa

l Som Duetos | 15h; 20h |estação convivência e Soberanas

l Grupo de canto Vozes do Sul | 18h |estação da colônia

l Oltz | Rock. 19h |estação da Música – palco auxiliar

l ibanês de Oliveira | 20h |restaurante Tulipa

l Kriz | Pop. 20H |estação da Música – palco auxiliar

l Orquestra Municipal | 20h |estação da Música – palco auxiliar

l Zava | Power rock. 21H |estação da Música – palco auxiliar

l apocalypse | Progressivo. 22H |estação da convivência

l Jota Quest | Pop rock. 22h |

Mineiros apresentam sucessos como Encontrar alguém e Na moral.estação da Música – palco principal

Dançal cTG Mirim da cohab | Tradicio-nalista. 17h e 19h |estação da Serra

l Grupo Kalina | 18h e 20h |estação da Serra

l Grupo convivendo a Tradi-ção | Tradicionalista. 20h |estação da colônia

Teatrol cia. Nazareno Bonecos | 14h |Salão da igreja

l Grupo aprontação experi-mental | Das 17h às 21h|alameda em frente aos parreirais

l Médicos do Sorriso | 15h |estação da leitura

l Tem gente teatrando | 15h |réplica

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QUiNTa | 24

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r 927 de fevereiro a 5 de março O Caxiense

por MARCELO [email protected]

uem passa apressado pelo Centro de Caxias pode até não perceber, mas anda por uma cidade que conserva vestígios da época em que começou a ser construída, há mais de cem anos. Entre as grandes placas comerciais, banners e anúncios – ornamentos do nosso tempo – resistem os antigos e imponentes prédios que representam a trajetória e a identidade cultural do município. Ainda que tenham as fa-chadas caladas pela modernidade da propaganda, as paredes sussurram his-tórias, dessas que os velhos gostam de contar repetidamente até solidificar a tradição. Falam de um tempo em que era mais difícil e trabalhoso erguer um prédio, mas harmonizá-lo com a estru-tura arquitetônica coletiva da cidade, um desafio para a Caxias contempo-rânea, era algo que fluía naturalmente.

O arquiteto e urbanista Roberto Fi-lippini percorre as ruas de Caxias com o olhar de admirador. É essa sensibi-lidade, de aficionado pela história, e a responsabilidade de quem a preserva

que Filippini procura transmitir aos participantes dos Caminhos da Memó-ria, um projeto realizado em parceria entre a prefeitura e a Associação dos Amigos da Memória e do Patrimônio Cultural de Caxias do Sul (chamada Moúsai, do grego “musa”), via Lei Mu-nicipal de Incentivo à Cultura. Em um ano do projeto, mais de 100 pessoas foram guiadas por Filippini por cinco quarteirões do centro de Caxias. A vi-sita está marcada para o último sábado de cada mês, mediante agendamento no Museu Municipal. O objetivo do passeio é fazer com que as pessoas an-dem por ruas conhecidas e, com um caminhar mais lento e um novo olhar sobre os prédios, sintam-se forasteiros na própria casa e redescubram uma ci-dade mais interessante do que o coti-diano é capaz de revelar.

O roteiro parte do Museu Municipal, na Rua Visconde de Pelotas, passa pela Avenida Júlio de Castilhos, no entor-no da Praça Dante, e vai até a entrada do Parque Getúlio Vargas (Macaqui-nhos), na escadaria da Rua Os 18 do Forte. Nesse percurso, que dura cerca de uma hora, Filippini fala sobre as ar-

quiteturas, os ornamentos e o contexto histórico de 16 prédios. Antes de ini-ciar a caminhada, os participantes têm uma aula introdutória sobre os princi-pais elementos e estilos arquitetônicos. “Quem acertar o nome de um ornamento du-rante a visita ganha um pote de chimia”, brinca.

No Museu, o pri-meiro prédio a ser descrito, a visita já se revela interessante. “A residência da família Otolini, construída en-tre 1880 e 1884, mostra a herança dos sobrados da época do Brasil Co-lônia. Antes de funcio-nar como prefeitura, já foi Centro da Intendência, abrigou a Guarda Mu-nicipal e uma cadeia”, conta Filippini, entre histórias de assaltos à diligência, em clima de faroeste. Na próxima pa-rada, a esquina entre a Avenida Júlio de Castilhos e a Rua Visconde de Pelotas, está a antiga Casa Saldanha (atual loja da TIM). “No alto do prédio temos três

figuras femininas. Sentadas, as mu-sas da música e da pintura ladeiam a musa da literatura, que está de pé e lê para a cidade”, descreve Filippini. Em 1944, a poesia das estátuas que hoje

passam despercebidas fazia uma referência à função comercial do prédio, que abrigava a famosa livraria das ir-mãs Nina e Ninetta.

O passeio prossegue pela Avenida Júlio de Castilhos. A essa altu-ra, os participantes já caminham pela Rua Grande, como era cha-mada a principal rua da cidade na origem do desenvolvimento

de Caxias. Na esquina com a Rua Dr. Montaury, que Filippini chama de ponto didático, o arquiteto fala sobre o estilo eclético (estilo arquitetônico que mescla elementos de outros estilos), predominante nos prédios ao redor da Praça Dante. “Ali eu mostro as varia-ções do eclético, que se apresentam de acordo com a intenção do arquiteto.”

Nosso patrimônio

“(O Eberle) é o 1º arranha-céu da região. Foi construído com o objetivo de dar melhor assistência aos funcionários”, diz Filippini

Q

10 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

No roteiro arquitetônico que percorre o Centro, a história de Caxias do Sulse revela na face antiga das construções que pontuaram sua trajetória

UM paSSeiO pelaMEMÓRIA DAS RUAS

Estátuas do antigo Cine Theatro Central, no prédio do Recreio da Juventude (que hoje abriga a Manlec), chocaram o vigário e parte da sociedade no fim da década de 20

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No quarteirão mais interessante do ro-teiro, a partir do “ponto didático”, está a residência da família de Adelino Sassi (atual lojas Pompéia), o antigo Banco Francês e Italiano para a América do Sul (que hoje abriga uma finan-ceira) e a residência de Ângelo Chittolina. Nessa última, Chitto-lina instalou, no final do século XIX, a sua moradia no segundo pavimento e um co-mércio no primeiro – um tipo de cons-trução característico dos antigos comércios centrais. O local abri-gou uma fábrica de produtos suínos e o Café América, famoso ponto de encon-tro da elite local. A fachada do prédio, onde agora funciona o supermercado Imec, sofreu sucessivas mudanças e hoje conserva poucas referências da construção original.

Ainda no antigo Calçadão, Filippi-ni conta a história do Theatro Central (atual Manlec). O prédio, que pertence

ao Recreio da Juventude, foi erguido em 1928 para abrigar uma casa de es-petáculos. Na fachada, além das más-caras de teatro, três figuras humanas

exibem-se seminuas, o que foi um escândalo na época. “A mulher (no centro) segura uma co-roa de louros, o que in-terpretamos como uma referência à conquista”, explica Filippini. A so-ciedade eminentemen-te católica dos anos 20 não interpretou dessa maneira. “O vigário João Meneguzzi achou uma afronta aquelas es-tátuas de frente para a

catedral. E a sociedade que ele repre-sentava ficou desgostosa.”

Na outra esquina da praça, Filippi-ni descreve a arquitetura da residên-cia da família de Álvaro Scotti (atual Farmácia Central), um dos prédios que melhor conservam elementos originais, e apresenta o Clube Juve-nil. Com cores pastéis, características dos anos 20, o prédio, que sempre foi

símbolo da elite caxiense, sediou um momento histórico na política de Ca-xias. “No segundo balcão, em 1942, se deu um grande comício, com mais de 900 pessoas, para discutir a parti-cipação do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Bra-dando contra o povo alemão e italiano, se decidiu apoiar o Bra-sil.” A volta na quadra mostra o prédio do Banrisul e chega ao Cine Guarany (atu-al Deltasul), na Rua Marquês do Herval. “O Cine Guarany, de 1939, foi o primeiro a ser construído para ser cinema. O caxien-se sempre foi aficionado por cinema e nunca faltou uma sala para mostrar o que acontecia no mundo”, discursa Filippini sobre o prédio que seguiu pa-drões internacionais da construção de

cinemas. Na sequência do roteiro, os partici-

pantes avaliam o prédio da Catedral Diocesana e a Casa Episcopal. A ca-minhada segue pela Rua Sinimbu e

estuda a antiga Meta-lúrgica Abramo Eber-le. Conforme Filippini, o prédio, construído em 1942, segue o esti-lo art-déco do Empi-re State Building, em Nova York. “É o pri-meiro arranha-céu da região. Foi construído com vários ambien-tes e o objetivo de dar melhor assistência aos funcionários”, explica Filippini. Em 1955, foi

instalado o relógio que virou símbolo do centro. Antes de encerrar o passeio, na entrada do Parque Getúlio Vargas, onde se vê o antigo Pavilhão da Festa da Uva e Feira Industrial (atual Cen-

“Em nome do novo, se destrói a história. Mas, se destruímos, é porque não temos consciência sobre identidade cultural”, analisa Marta

“Um prédio antigo mostra que a cidade não nasceu naquele dia e que a cidade tem uma história”,enfatiza Liliana

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r 1127 de fevereiro a 5 de março O Caxiense

O palacete florentino da família Eberle, na esquina das ruas Sinimbu e Borges de Medeiros, foi erguida em 1938 com materiais nobres, que

lhe garantem um ótimo estado de conservação

A Metalúrgica Eberle foi construída ao estilo do Empire State Building, em 1942; na antiga Casa Saldanha, as musas da música e da pintura ladeiam a da literatura

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tro Administrativo), Filippini fala da ostentação na casa da família Eberle (esquina da Sinimbu com a Borges), construída em 1938. “Em cada detalhe, o palacete florentino representava a família de posses. A obra foi constru-ída com muito esmero.” A qualidade e o requinte dos materiais utilizados na construção a conservaram em ótimo estado, quase como na época em que foi erguida.

enquanto reverencia os pré-dios que integram os Caminhos da Memória, Filippini lamenta a perda de outros tantos que foram substituídos pelo descontrolado crescimento ur-bano. Marta Slomp, coordenadora da Educação Patrimonial, acompanha o projeto e percebe que o público se sur-preende com a história dos prédios an-tigos, o primeiro passo para sentir falta dos que não existem mais. “Em nome do novo, se destrói a história. A pratici-dade que um prédio novo oferece, um antigo não pode oferecer. Mas, se des-truímos, é porque não temos consci-ência sobre a identidade cultural”, diz Marta. Para Filippini, a preservação do patrimônio histórico carece de um planejamento que organize o Centro. “Temos os prédios históricos mas não há uma unidade entre eles. Seria neces-sário um plano diretor que considere a implementação de diretrizes específi-cas e a adoção de instrumentos criati-vos que interpretem e proponham um modelo de arquitetura coletiva para o desenho urbano”, avalia Filippini.

Liliana Henrichs, diretora do Museu

Municipal e do Departamento de Me-mória e Patrimônio Cultural, aposta nos Caminhos da Memória como uma ferramenta para envolver a comunida-de no debate e no desafio da preserva-ção patrimonial. “O projeto não é um roteiro cultural ou um passeio turísti-co. As arquiteturas são como um livro, que, para ler, é preciso estar alfabetiza-do”, analisa. Conforme Liliana, é preci-so conhecer o contexto histórico da arquitetura urbana para entender a sua importância na pre-servação da identidade cultural caxiense. “Um prédio antigo mostra que a cidade não nas-ceu naquele dia e que a cidade tem uma histó-ria”. Ela diz que ainda é possível valorizar o que restou da Caxias antiga e evitar a deteriorização dos prédios históricos, o que considera “uma arrogância e um desrespeito com os que passaram”. “Te-mos prédios maravilhosos dos séculos XIX e XX. E o que temos do século XXI? Banners e outdoors.”

O artista plástico antônio Júlio Giacomin, 45 anos, escolheu um lugar afastado da cidade para pintar suas aquarelas. O seu ateliê, em Nossa Senhora da Saúde, é um prédio con-temporâneo, que, pela sensibilidade do artista, foi construído em harmonia com o antigo. Na entrada do prédio, uma bicicleta enferrujada tem lugar

de destaque. Logo adiante, uma escada de metal conduz à sala de exposições, onde um penico velho sob uma cadeira de palha, um rádio de madeira e uma mesa atacada pelo cupim mostram que o moderno combina com o antigo. Das grandes vidraças, dá para ver um gal-pão em perfeito estado de decomposi-ção – pelo tempo. A paixão pelo antigo é visível em todas as obras do artista.

Canecas enferrujadas, latas velhas, palha des-fiada e casas em ruínas ganham cores e desta-que nas telas de Giaco-min. E o velho ganha status de relíquia.

Caxias também está na obra de Giacomin, em um bloco de cro-quis. “Ando sempre com um bloco, alguns lápis, tinta e pincéis no carro. Sempre que algo me chama atenção,

faço anotações simples, que não levam mais do que cinco minutos. Depois al-gumas viram telas. Às vezes acabam fi-cando só no bloco. Mas o mais impor-tante é conseguir capturar a essência.” Para Giacomin, Caxias não é a melhor cidade para um artista que procura cenários antigos. “Lembro quando era moleque – e nessa época já tinham destruído 90% do que era interessante –, me chamavam atenção os detalhes dos prédios e casas antigas. Hoje não enxergo mais a Caxias dos velhos tem-pos”, diz Giacomin.

Outras cidades registradas pelo ar-

tista, que em abril inaugura uma expo-sição sobre sua viagem à Catalunha, na Espanha, são mais generosas na oferta de boas paisagens. “Nos lugares da Es-panha onde estive, as guerras destruí-ram cidades inteiras. Mas ainda se pre-servam centros medievais inteiros. É só abrir o bloco e começar a trabalhar.” Para Giacomin, o patrimônio arquite-tônico de Caxias também sofre uma guerra violenta: “a do mau gosto”.

O artista prefere paisagens rurais, onde os novos prédios também avan-çam sobre a história. “É comum no interior ver aquela casa antiga, dividi-da em casa de dormitórios e copa, um porão de pedra e a casa de madeira. De repente, aparece do lado uma de mate-rial, com arquitetura muito duvidosa. E o antigo vem abaixo.” Ele lamenta a destruição das casas da Avenida Júlio, em nome do desenvolvimento econô-mico, e reclama a falta de matéria-pri-ma. “Demoliram o que acharam que era ‘casa de pobre”. Havia casas geniais, e elas fazem falta pra mim.”

Filippini, que não se sente muito à vontade quando os participantes dos Caminhos da Memória o chamam de professor, vai continuar dando lições de preservação do patrimônio. Liliana garante que o roteiro é um programa permanente de sensibilização e confia no envolvimento comunitário. En-quanto isso, Giacomin prefere apres-sar-se em registrar a história em suas telas, onde só o tempo tem o direito de agir. “Acordamos tarde para preservar. A riqueza não está na fábrica ou no banco. Riqueza é bagagem cultural.”

“Acordamos tarde para preservar. A riqueza não está na fábrica ou no banco. É bagagem cultural”, ensina Giacomin

12 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

Sindicato da Construção Pesada e Terraplenagem – Sincoter

Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas – Sindercol

Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis – Sescon

Sindicato das Empresas de Veículos de Carga – Sivecarga

Sindicato das Indústrias da Alimentação – Sindiali

Sindicato da Indústria da Construção Civil – Sinduscon

Sindicato das Indústrias da Madeira – Sindimadeira

Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias – Fitemasul

Sindicato das Indústrias de Joalherias – Sindijóias

Sindicato das Indústrias de Material Plástico – Simplás

Sindicato das Indústrias do Vestuário e do Calçado – Sindivest

Sindicato da Indústria do Vinho do RS - Sindivinho RS

Sindicato das Indústrias Gráficas – Singraf

Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico – Simecs

Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares – SHRBS Região Uva e Vinho

Sindicato do Comércio Varejista – Sindilojas

Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo – Sindipetro Serra Gaúcha

Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios – Sindigêneros

Sindicato dos Representantes Comerciais – Sirecom

Sindicato Rural – Sindirural

A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e os Sindicatos Patronais solidarizam-se com o empresário Raul Randon, que in-justamente vem sofrendo graves agressões verbais nas manifestações pro-movidas pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos em frente à Randon Implementos, na imprensa e na mídia.

Nossas entidades não compactuam com atitudes grosseiras e desrespeito-sas que têm a deliberada intenção de macular a imagem de um empresário cuja trajetória é reconhecida até no exterior. Aos 80 anos, Raul Randon é um exemplo de homem íntegro, empresário ético e totalmente dedicado à comu-nidade.

Fruto do seu trabalho, da sua dedicação e espírito empreendedor, as empre-sas fundadas por Raul Randon empregam dez mil trabalhadores, proporciona-ndo a eles e a suas famílias dignidade, qualidade de vida e oportunidades de crescimento, ao oferecer benefícios que vão além das suas obrigações legais.

Além de dedicar toda sua vida ao trabalho, Raul Randon doou-se a out-ras causas, entre as quais à CIC, da qual foi presidente no período de 1975 a 1978. Sua visão social o levou a lançar o Programa Florescer, que con-siste num Centro de Educação Livre para crianças e adolescentes, de 7 a 14 anos, que estudam em escolas públicas da região, com menos oportunidades econômicas e sociais, filhos de funcionários das Empresas Randon e jovens da comunidade. A integração de Raul Randon na comunidade também é mar-cadamente presente nas áreas da cultura e da segurança pública.

As entidades empresariais de Caxias do Sul reiteram a defesa do diálogo na solução de divergências e alertam para o fato de que essas manifestações possam estar servindo a manipulações políticas que não representam a von-tade dos trabalhadores. Temos certeza que os trabalhadores das Empresas Randon têm apreço pela liderança de Raul Randon e não concordam com a maneira pejorativa com que ele vem sendo tratado publicamente por pessoas que escondem suas reais motivações ao questionarem o PPR, cujas regras já eram do conhecimento do sindicato da categoria.

Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul – CIC

Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL

Manifestação de apoio a Raul Randon

APEDIDO

[email protected]

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r 1327 de fevereiro a 5 de março O Caxiense

por NATALIA BORGES POLESSO

“Vou contar uma história...Era démodé. Aquele colar de pérolas

falsas não combinava com mais nada. E o quão triste pode ser um colar de pérolas, mesmo falsas, socado num porta-joias velho? Uma indignidade! E o porta-joias tão velho! Desses que quando as pessoas abrem, salta uma bailarina carcomida e sem braço, gi-rando, girando ao som de um realejo desmilinguido. Nem as crianças ti-nham mais interesse em brincar com aquilo. Logo, o colar estava condenado a um fundo de baú num porão úmido de casa velha. Esquecido, maltratado, desmerecido. Todo amontoado de ver-gonha e sem brilho, encolhia-se mais ainda por existir e prestar-se a nada. Nem as memórias ele pode guardar, pois a opressão e o escuro cubículo onde o enfiaram foram os carrascos de sua morte.

Num dia de limpeza, desses em que

se tira tudo do lugar e joga-se fora o que não presta mais ou recupera-se o que pode ser ainda útil, o colar foi visitado. Temeroso, pois poderia virar brinquedo de gato ou voar direto para o lixo seletivo, espremeu-se todo, e foi preciso muito tempo para desfazer to-dos os nós. Foi cuidadosamente trata-do e muito bem limpo. Quando a lim-peza terminou já havia anoitecido e o colar dormia em cima da penteadeira do quarto. Ele nem imaginava a sequ-ência dos eventos e o momento mais feliz de sua vida, sentir um colo quen-te de mulher e refletir-se brilhante no espelho. Cada bolinha deitava con-fortável na pele quente e sardenta da mulher. Que felicidade cruzar a casa novamente e ser elogiado, acariciado! Estar em evidência, ornando um colo, complementando um vestido de festa!

Já no carro, a caminho do baile re-fletia as luzes da cidade à noite. Cada pérola falsa sorria entusiasmada, plena de glamour! Saltitando no peito, pe-

quenos corações despertando a glória.Ao chegar no baile foi tocado, com

graça, inúmeras vezes. Os dedos es-corregadios lhe faziam cócegas. Agora ele era um colar digno! Um colar feliz e útil.

A certa hora do baile, quando os ca-belos já escorrem pelo rosto e os vesti-dos já não rodopiam com tanta leveza, num enroscar de dedos em meio a um pas des deux, o cordão gasto que unia as pérolas resolveu ceder à pressão e arrebentar. Explosão de bolinhas, tudo pelos ares. Picavam frenéticas no salão e rolavam para baixo das mesas tac tac tac tac tac tac tac tactacatacaca-tactacat, solas de sapato, saltos incon-venientes. Paravam nos cantos, pa-redes, iam-se por debaixo das frestas e das portas de banheiro. Cada um a uma direção em compassos distintos, mas não menos que allegros andantes. As últimas, ainda nas mãos, escapa-vam pelo meio dos dedos, repetindo toda a coreografia das anteriores tac

tac tac tac tactacatacatacatacatacat. E no fim de tudo, as mais resistentes foram lançadas para cima ao som de gargalhadas que se traduziam em ‘a vida é assim mesmo’ e ao aterrissarem partiam-se ao meio, ou em muitos caquinhos tamanho o impacto. Todo despedaçado, sem poder se ver por inteiro, o colar silenciou novamente. Aterrorizado. Lembrou-se da vida na caixinha de joias, do conforto da soli-dão e do confinamento. Das possibili-dades de sonhar a vida como ele dese-java que fosse. Mas ela não é. E sentiu mais dor e constrangimento quando foi varrido porta afora como se não ti-vesse valor algum, como se nunca fora parte de nada belo, nem humano, nem feio... nada.”

“Nossa! Que história horrível!”“É que os colares de pérolas falsas

são muito sensíveis e acabam assim.”“Que horror!”“Mas não se preocupe! Nós somos

saias...”

COLAR DE PÉROLAS

Neusa Welter Bocchese| Natividade Andina |

Cores que lembram a terra revelam os contornos da tradição do povo dos Andes. A linguagem de plantar, co-lher, conviver com a natureza e os animais é universal e representada pela artista com a técnica acrílica.

por VALQUÍRIA [email protected]

hovia naquela terça-feira, 16 de feve-reiro. Às 6h20min, um grupo de inte-grantes do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, usando capas amarelas, começou a se reunir próximo à entra-da da Randon Implementos, no bair-ro Interlagos. Apenas uma viatura da Brigada Militar estava no local, mas a lembrança do conflito ocorrido quatro dias antes entre policiais e sindicalistas ainda era vívida. O presidente do sin-dicato, Assis Melo, usava botas, jaqueta e chapéu de gaúcho para se proteger da chuva fina, e ficou parado na esquina das Ruas Atílio Andreazza e Abramo Randon até que chegassem todos os ônibus que traziam os funcionários do turno das 7h.

Os trabalhadores, à medida em que iam descendo dos veículos, davam de cara com sindicalistas dizendo “Ran-don não entra hoje”, “pessoal da Imple-mentos permanece” e “parada obriga-tória”. Com isso, até quem não queria participar da mobilização acabava fi-cando. Passado o tumulto dos ônibus, Melo subiu no caminhão de som do sindicato – um veículo provisório, já que o principal havia sido guinchado dias antes – e, com o microfone em mãos, começou a falar aos funcioná-rios: “Queria pedir colaboração de vocês, companheiros, pra continua-rem com nós (sic). A ideia é a gente ir lá para o sindicato fazer uma as-sembleia. Está certo, companheirada? Vam’bora?”, depois de aplausos e gritos

de incentivo, Melo, os sindicalistas de capas amarelas e os funcionários que se recusaram a entrar na fábrica naquele dia foram até o Sindicato dos Metalúr-gicos e lá discutiram ações para conti-nuar a paralisação.

Cenas como esta se repetiram de 10 a 25 de fevereiro, período em que fun-cionários da Randon Implementos, a maior das unidades do Grupo Randon, resolveram entrar em greve por causa do descontentamento com o valor que receberam referente ao Programa de Participação nos Resultados, cuja si-gla, PPR, foi tão propalada nos últimos dias que se tornou de conhecimento de muitos que até então nunca tinham ou-vido falar nela. Na quinta-feira, dia 25, o Sindicato anunciou que a greve está suspensa, pois a Randon se recusou a negociar. Eles aguardam o resultado de uma ação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que deve apresentar uma solução para o impasse.

Uma espécie de guerra de for-ças, que muitos consideram uma guer-ra política, travou-se nas últimas duas semanas. De um lado, a empresa, que se mostrou irredutível ao tratar do as-sunto PPR, e do outro o sindicato, que não cogitou abandonar a ideia da pa-ralisação.

Enquanto isso, a Justiça de Caxias to-mou decisões e voltou atrás de algumas delas. Nos despachos mais significati-vos, o Sindicato chegou a ficar proibido de organizar a manifestação a menos de 200 metros da empresa, e por ter descumprido o interdito proibitório

solicitado pela Randon teve R$ 150 mil embargados de sua conta bancária. Depois de recorrer TRT em Porto Ale-gre, no sábado, dia 20, os sindicalistas conseguiram não só que a multa não fosse cobrada, mas adquiriram autori-zação para se aproximar a até 20 me-tros da empresa.

Aos poucos, porém, a manifestação foi per-dendo a força. Raul Randon, em entrevista à Radio São Francisco, no dia 19, disse que a maioria dos funcioná-rios estava trabalhan-do. “É uma minoria que não está, são anar-quistas mesmo, que não querem que os ou-tros trabalhem. Meia dúzia que querem ser os reis da verdade, e não é isso. Querem ser candidatos só”, disse o dono e presidente do Conselho de Administração do Grupo Randon.

O empresário chegou a afirmar que manifestações como essa fazem com que ele tenha vontade de diminuir a produção na fábrica de Caxias e procu-rar outra cidade para expandir o gru-po. “Às vezes isso começa a trancar o negócio. Pra que eu vou fazer as coisas aqui? Vou fazer em outro lugar”, decla-rou à São Francisco.

Enquanto a Randon vê a produção voltar praticamente ao normal de-pois de dias de tormenta, o sindicato diz que a greve só perdeu adeptos por causa da pressão interna que os fun-

cionários sofrem para não se juntar ao movimento.

Para o ex-presidente e atual secretá-rio-geral do sindicato, Jorge Rodrigues, a greve sempre é um processo de con-vencimento, engajamento e resistência dos trabalhadores. “Fora o regime mi-litar, qual outro período que teve uma

forma de coação assim? As empresas têm mais câmeras que o Big Bro-ther e todos os patrões têm os celulares dos trabalhadores. O nível coercitivo da parte da Randon é crescente. O aparato usado hoje transcende o profis-sional. É uma tentativa de dominação”, diz Ro-drigues, que esteve no comando do sindicato nos anos 90.

assis Melo, sentado na sala da diretoria da entidade, nem parece o mesmo homem que discursa em cima do caminhão de som para um aglo-merado de trabalhadores nos dias de manifestação. Apoiado na cadeira, fala tranquilamente sobre as duas semanas em que liderou a paralisação, e só se exalta quando lembra da atuação da Brigada Militar. No dia 12 de fevereiro, ápice da greve, os policiais utilizaram cassetetes, bombas de efeito moral e balas de borracha para conter os ma-nifestantes. Melo chegou a ser preso. “Quando não era a BM agindo contra nós era a Justiça de Caxias, que esta-

conflitos trabalhistas

“São anarquistas, que não querem que os outros trabalhem. Meia dúzia que querem ser os reis da verdade. Querem ser candidatos”,diz Raul Randon

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14 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

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A greve promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos na Randon Implementos arrastou-se por 14 dias e está suspensa, mas a reivindicação de maior participação nos lucros continua

Paralisação organizada pelos metalúrgicos teve seu ápice no dia 12, quando Assis Melo foi preso e BM entrou em conflito com manifestantes

BraÇO De FerrONA INDúSTRIA

va sempre favorecendo a empresa. Era todo mundo atirando em nós, e nós nos defendendo.”

Segundo ele, as críticas sobre a ma-nifestação ter um fundo político – que poderia beneficiar o hoje vereador do PC do B e futuro can-didato a deputado (es-tadual ou federal, ain-da não se sabe) – não o atingem. “Não preci-samos disso”, diz Melo, que em 2008 alcançou a marca histórica de 8.399 votos como can-didato a vereador.

A luta de classes já é por si só, segundo o presidente, uma luta política. “Dizer não ao patrão é uma posição política. Faz parte da democracia. Eu sou vereador da classe. O Lula também recebia as mesmas críticas. Faço greve desde 1985, o que prova que não é de hoje isso. O nosso problema é com a Randon”, explica.

Manifestações do sindicato que pa-ralisaram parte das empresas, só este ano, já foram três: além da Randon, ocorreram na Tomé e na Keko. “Essa greve é de resistência, de opressão. A Randon acha que o sindicato é des-pachante, só carimba papéis e manda embora”, reage Melo.

Segundo Rodrigues, esta última gre-

ve durou tantos dias por causa da falta de flexibilidade da empresa. Além dis-so, ele diz que os trabalhadores estão vendo crescer a produção, o lucro e o grau de cobrança da Randon, mas não estão recebendo por isso. “Tem que haver maior distribuição dessa rique-za. Não há necessidade de haver uma disparidade tão grande. Na revolução industrial, quebravam as máquinas. Hoje, se quebrarem os ônibus, têm esse valor descontado dos salários. Uma coisa é certa: enquanto existir capita-lismo vai existir sindicato”, explica.

a mobilização começou quando os funcionários da Randon Implemen-tos receberam a segunda parte do PPR, no início de fevereiro - a primeira parte havia sido paga em agosto. A média do valor da segunda parcela foi R$ 70, en-quanto funcionários das outras unida-des do grupo, como Fras-le, Suspensys, Jost e Master, ganharam valores muito mais gordos em seus contracheques, próximos a R$ 1 mil, segundo o sin-dicato. “Até hoje não entendi o motivo que levou a Randon a praticar uma coi-sa dessas”, diz Melo.

A explicação, segundo a gerente ad-ministrativa da empresa, Maria Tereza Casagrande, é uma só: os reflexos da crise econômica, que fez com que a empresa reduzisse a jornada por seis meses. Maria Tereza, que tem sido a

porta-voz da Randon no caso, desde o início da greve tem estado à disposição da imprensa e não se cansou de re-petir a mesma informa-ção: “Estamos pagando o que acordamos”.

Se pudesse voltar atrás, na época que os protestos começaram, Maria Tereza diz que a postura adotada seria exatamente a mesma. “É um princípio. Acre-

ditamos no PPR. Não faríamos dife-rente. Não por não querer voltar atrás do que dissemos, mas porque a regra é essa.”

Ela explica que existe uma lei para o PPR desde 2000, mas que a empresa já adotava a prática antes disso. A lei não impõe que as empresas paguem o bônus, mas orienta como ele deve ser dividido. A Randon paga, em duas par-celas, o equivalente a 8% de seu lucro – sendo que cada unidade do Grupo Randon tem o seu – e divide entre os funcionários proporcionalmente ao salário de cada um.

Maria Tereza não diz quanto a Im-plementos sofreu com a crise no ano passado, pois a empresa está em um período de silêncio até o dia 4 de mar-ço, quando serão divulgados os resul-tados do Grupo Randon – data esta que vem sendo aguardada ansiosa-mente pelos sindicalistas, já que com o balanço poderá se comprovar se o valor do PPR está mesmo de acordo. “Mas posso dizer que foi muito atingi-da. Também fico triste de pagar menos para uns. Mas ninguém dá o que não tem”, explica a gerente administrativa.

Os funcionários, segundo ela, já esta-vam cientes de que o valor seria baixo, pois a empresa faz reuniões mensais para tratar dos lucros de cada unidade. “Nesse semestre o deles foi menor, no outro foi o de outra unidade. Na Im-plementos foi diferente dos lucros das outras empresas porque, infelizmente, o mercado dela não foi bom, o lucro foi muito pequeno, esses 8% foram meno-res do que 2008.”

Em 2008 o lucro líquido da Imple-mentos foi R$ 124,9 milhões, e o valor correspondente ao PPR que foi divi-dido entre os funcionários foi R$ 9,9

milhões.

Tanto a empresa quanto o Sin-dicato criaram, da sua maneira, alter-nativas para diminuir os prejuízos que os dias paralisados trouxeram. A Ran-don anunciou que pagaria um bônus aos trabalhadores que não participa-ram de nenhum dia de greve. Maria Tereza prefere chamá-lo de “reconhe-cimento”. Para cada hora trabalhada, os funcionários ganharão 50% a mais, ou seja, receberão como se tivessem feito hora extra. “Esses funcionários tive-ram que enfrentar uma situação dife-rente, trabalharam para suprir os que não estavam. Afinal, o mercado teve que ser atendido nesse período”, justi-fica a gerente.

Para Melo, o bônus foi uma pro-posta, mesmo não atendendo a todos os funcionários da Implementos. “Até agora eles não haviam cedido finan-ceiramente em nada. Nosso objetivo era que eles colocassem algo aos tra-balhadores. Antes não tinham nada, agora apresentam 50% do salário. Não aceitaríamos proposta desse tipo, mas é uma proposta. Se eles tivessem colo-cado esse dinheiro antes, não teríamos parado”, afirma o presidente. “Com a medida do bônus que eles adotaram ficou provado que daria para pagar a reivindicação dos trabalhadores”, apóia Rodrigues. “Mas não estamos mexen-do no PPR. E isso eles queriam”, rebate

Maria Tereza. Além do reconhecimento, a Randon

vai descontar as horas paralisadas dos grevistas em quatro etapas, para que a diminuição do salário não seja sentida em um único mês. “Pensamos que esse pessoal que está voltando tem familia, e ela não tem culpa disso. Queremos que voltem a trabalhar, que não fiquem revol-tados com a empresa”, diz a gerente, acrescen-tando que os funcioná-rios que participaram da greve não serão de-mitidos quando retor-narem.

O sindicato, por sua vez, organizou um sor-teio para ajudar quem paralisou. Até maio, funcionários da Im-plementos e filiados da entidade venderão a R$ 10 ao número de um talão que dá direito a concorrer a um Gol zero quilômetro. A renda da promoção será revertida aos grevistas.

entidades patronais de caxias

demonstraram-se descontentes com a forma que o Sindicato dos Metalúrgi-cos conduziu a greve. “Somos a favor de tudo que seja discutido sentado na mesa, não podemos admitir agressões verbais que estão sendo feitas a em-presários, principalmente ao Seu Raul Randon. Esses empresários ajudaram a construir Caxias, são eles que são os geradores de empregos”, posiciona-se Milton Corlatti, presidente da Câma-ra de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).

Para ele, a grande quantidade de manifestações dos últimos meses tem fundo político, e está ocorrendo por tratar-se de um ano eleitoral. “Isso já está durando muito tempo. O ato de greve é constitucional, mas esse motivo do PPR é fútil para manifestação deste porte, sendo que ano passado lutáva-mos pela manutenção dos empregos”, diz Corlatti.

O diretor-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecâ-nicas e de Material Elétrico (Simecs), Oscar de Azevedo, um defensor do pa-gamento do PPR por ser uma forma de fazer com que os trabalhadores sejam estimulados ao participar dos resulta-dos da empresa, diz que é contra a falta de diálogo e a violência desnecessária. O que precisa acontecer agora, ele ex-plica, é uma flexibilização de ambas as partes. “A companhia diz que não vai mexer nos resultados mas que está

aberta a conversar para os próximos contratos de PPR, e isso já é um grande avanço. Quando acontece uma coisa dessas a gente sempre tira lições. As empresas têm que saber que, se vão en-frentar um mar turbulento lá na frente, têm que dar uma boia para cada um”, analisa Azevedo, que considera a Ran-

don um orgulho para qualquer país.

“Não é mais o sonho do metalúrgico traba-lhar na Randon. Co-nheço muitos que dese-jam não trabalhar lá. O salário não é mais atra-tivo, o plano de saúde é limitado, as relações com a chefia estão atri-tadas. Há estímulo para que os funcionários pensem nas melhorias contínuas no processo

de produção, mas os trabalhadores não são valorizados por isso”, ataca o ex-presidente Rodrigues, demonstrando que sindicato patronal e sindicato dos trabalhadores estão, ainda, longe de chegar a um consenso.

“Dizer não ao patrão é uma posição política. Faz parte da democracia. Lula também recebia as mesmas críticas”, afirma Assis Melo

“Também fico triste de pagar menos para uns. Mas ninguém dá o que não tem”, explica a gerente administrativaMaria Tereza

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r 1527 de fevereiro a 5 de março O Caxiense

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Enquanto Maria Tereza insistia que a Randon não voltaria atrás, as mobilizações continuaram, lideradas sempre pelo presidente do sindicato, Assis Melo

16 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

ciNeMal alvin e os esquilos 2 | Comé-dia. De sábado a quinta, 14h e 16h |

Trio de esquilos participa de um concurso de bandas, mas um dos con-correntes é um grupo formado por três fêmeas, as Chipettes. Dirigido por Tim Hill. Censura livre, 94 minutos, dublado.pepsi GNc 6 - Shopping iguatemi Segunda e quarta-feira (exceto feria-dos): R$ 11 (inteira), R$ 7,50 (Movie Club Preferencial) e R$ 5,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos).Terça-feira: R$ 6,50 (promocional)Sexta-feira, sábado, domingo e feria-dos: R$ 13 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos).RSC-453 nº 2.780, Distrito Industrial | 3209-5910

l avatar | Ficção científica. Dubla-do. De sábado a quinta, 18h |

Ex-fuzileiro naval é enviado ao pla-neta Pandora, onde encontra a raça humanoide Na’Vi. Dirigido por James Cameron. Censura 12 anos, 166 minu-tos, dublado.pepsi GNc 6 – Shopping iguatemi

l avatar | Ficção científica. Legen-dado. De sábado a quinta, 21h20 |pepsi GNc 6 – Shopping iguatemi

l avatar | Ficção científica. Du-blado. De sábado a quinta, 16h30 e

19h30 |UcS cinema R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, professores e funcionários da UCS) | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | Galeria Universitária

l cheri | Drama. De quinta a do-mingo, 20h |

Bela cortesã aposentada se apaixona por jovem. Tudo corre bem até a mãe do rapaz tramar um casamento arran-jado para ele. Dirigido por Stephen Frears. Com Michelle Pfeiffer e Katty Bates. Legendado.Sala de cinema Ulysses GeremiaR$ 5 e R$ 2 (meia entrada) | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares

l invictus | Drama. De sábado a quinta, 14h10 e 21h15 |

Nelson Mandela, recém saído da cadeia e eleito presidente da África do Sul, resolve usar o rúgbi como meio de unir a população do país ainda devas-tado pelo apartheid. Para isso, incenti-va a seleção nacional a ser campeã da Copa do Mundo de Rúgbi, realizada no país pela primeira vez. Dirigido por Clint Eastwood. Com Morgan Freeman e Matt Damon. Censura li-vre, 134 minutos, legendado. pepsi GNc 3 – Shopping iguatemi

l O lobisomem | Suspense/Terror. De sábado a quinta, 13h30 e 21h30 |

Ao voltar para sua terra natal, ho-mem se depara com o mistério da morte do irmão. Quando investiga o caso, acaba mordido por estranha

criatura e sofre transformações na época de lua cheia. Baseado em clássi-co de 1941. Dirigido por Joe Johnston. Com Benicio Del Toro e Anthony Ho-pkins. Censura 14 anos, 102 minutos, legendado.pepsi GNc 2 e 4 – iguatemi

Outono em Nova York | Drama. Quinta, dia 4, às 15h |

Playboy cinquentão que foge de compromisso conhece jovem e se apaixona, mas ela está morrendo. De Joan Chen. Com Richard Gere e Wi-nona Ryder. A exibição faz parte do projeto Matinê às 3. Censura 14 anos, 100 minutos, legendado.Sala de cinema Ulysses GeremiaEntrada franca. A participação pode ser confirmada por agendamento de sua entidade, retirando ingresso no local ou por reserva de ingresso, pelo telefone 3901.1312, com Tatiéli | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares

l percy Jackson: o ladrão de raios | Aventura. De sábado a quin-ta, 13h40, 16h15 e 18h50 |

Baseado em livro de Rick Riordan, filme conta a descoberta de que Percy é filho de um deus da mitologia grega com uma humana. Ele então vai para um campo de treinamento para aper-feiçoar seus poderes e tentará evitar uma guerra entre os deuses. Dirigido por Chris Columbus. Com Logan Ler-man e Pierce Brosnan. Censura livre, 123 minutos, legendado.pepsi GNc 4 – Shopping iguatemi caxias

Zumbis no cinema, nome internacional do blues e inscrições abertas para o [email protected]

GuiA de CulturA

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Mississippi recebe James Wheeler

l preciosa – Uma história de esperança | Drama. De sá-bado a quinta, 16h40 e 19h |

Jovem com vida difícil e experiên-cias traumáticas muda para nova es-cola, onde imaginação é seu refúgio. A produção concorre a 6 Oscars: melhor filme, direção, atriz, atriz coadjuvante, edição de imagem e roteiro adaptado. De Lee Daniels. Com Gabourey Sidibe e Mariah Carey. Censura 16 anos, 110 minutos, legendado.pepsi GNc 3 – Shopping iguatemi

l Simplesmente complicado | Comédia romântica. De sábado a quinta, 14h20, 16h50, 19h20 e 21h40 |

Mulher mantém relação amigável com ex-marido, de quem se separou há 10 anos, mas acaba tendo um caso com ele, que casou novamente. No meio disso, aparece um novo preten-dente. De Nancy Meyers. Com Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin. Censura 14 anos, 118 minutos, legen-dado.pepsi GNc 5 – Shopping iguatemi

l Um olhar no paraíso | Drama. De sábado a quinta, 13h50, 16h30, 19h10 e 21h50 |

Menina de 14 anos é assassinada e acompanha do céu como sua família e amigos vão seguindo a vida. Dirigido por Peter Jackson. Com Mark Wahl-berg e Rachel Weisz. Censura 14 anos, 135 minutos, legendado.pepsi GNc 1 - Shopping iguatemi

l Zumbilândia | Comédia. De sábado a quinta, 15h30, 17h20, 19h25 e 21h10 |

A população mundial foi reduzida a zumbis. Os humanos restantes se reu-nem e lutam pela salvação. De Ruben Fleischer. Com Woody Harrelson e Abigail Breslin. Censura 14 anos, 88 minutos, legendado.pepsi GNc 2 – Shopping iguatemi

l corina, elegância e tradição nos figurinos da Festa da Uva | De segunda a sexta, das 9h às 17h |

Sob curadoria de Véra Stedile Zat-tera, mostra com trajes, desenhos, adornos e painéis traz história da in-dumentária de soberanas, evidencian-do contribuição da costureira Corina Frigeri e artista plástico Darwin Ga-zzana.

Museu Municipal Entrada franca | Visconde de Pelotas, 586, Centro | 3221-2423

l rodas de leitura | Segunda, dia 1, das 15h às 16h |

Grupos de leitores lêem e comentam obras literárias no segundo andar da Biblioteca, acompanhado pelo escritor e funcionário Uili Bergamin.Biblioteca pública MunicipalEntrada franca | Dr. Montaury, 1333, Centro | 3221-1118

l Financiarte | Até dia 7 de abril |Inscrições abertas para projetos cul-

turais. Esclarecimentos e intruções sobre preenchimento de formulários podem ser obtidos nas segundas-fei-ras, às 14h, na Secretaria Municipal de Cultura. O edital está disponível no www.caxias.rs.gov.br. Secretaria de cultura – comitê assessor do FinanciarteAugusto Pestana, 50, São Pelegrino | 3901-1381

l 12° caxias em cena | De 22 de fevereiro a 14 de maio |

O Festival Internacional de Artes Cênicas abre inscrições para grupos e companhias interessadas em partici-par do evento, que devem enviar ficha de inscrição, ficha técnica, currículo do espetáculo, necessidades técnicas, material de divulgação, clipping e DVD/Vídeo do espetáculo na íntegra. O material pode ser entregue pessoal-mente ou pelo email [email protected]. Regulamento e ficha de inscrição estão disponíveis no site www.caxias.rs.gov.br.Unidade de Teatro da Secretaria Municipal de culturaLuiz Antunes, 312 | Panazzolo | 3901-1316

l after Dark | Heavy metal. Sába-do, 23h30 |

Banda realiza cover de Iron Maiden, com sucessos como The number of the beast.

roxx rock BarR$ 12 (até 23h30 com nome na lista) e R$ 15 (depois) | Av. Júlio de Castilhos, 1.343, Centro | 3021-3597 | 400 pessoas

l aniversário 2 anos | Música eletrônica. Sábado, 23h |

Boate comemora com show de Tha-lia Bombinha (SP) e os DJs Amanda Caldas e Rodrigo Dias. Terá também apresentação de gogo boys.Nox VersusR$ 15 (com nome na lista e até 0h30) e R$ 20 (após) | Darcy Zaparolli, 111, Villaggio Iguatemi | 3027.1351 | www.noxversus.com.br

l cinquentinha | Música eletrôni-ca. Sábado, 23h |

Festa com participação das drag queens Giovana Playmobil e Valma Classic Kieer, sob comando dos DJs Bebezão e Gui. Melhor show ganha R$ 50.Studio54MixR$ 12 | Visconde de Pelotas, 87, Centro | 9104-3160 | www.studio54mix.com

l Drink Me | Música eletrônica. Sábado, 22h |

Festa comandada pelos DJs Fernan-do Jorej, Flá Scola, Alibu e Thobias Wolff. havana caféFeminino: R$ 20 e R$ 10 (com nome na lista). Masculino: R$ 40 e R$ 20 (com nome na lista) | Augusto Pesta-na, 145, São Pelegrino | 3215-6619 | www.havanacafe.com.br

l eletric Blues explosion | Blues. Sábado, 23h |

Banda caxiense mistura rock e blues em covers e músicas próprias.Mississippi Delta Blues BarR$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br

l Festa Gloss | Pagode. Sábado, 23h |

Na pista, DJ Greice Lee e DVJ Sai-mon Sun. No lounge, show com Kika-risma e DJ Vanucci.MoveIngresso liberado para quem mandar email para [email protected] ou ligar para 8407-4942 | Gaston Luis Benetti, 849, Parque Sanvitto | 9931-1234 ou 8407-4942| 1.200 pessoas

l issac e Betta | Pop rock. Sábado, 22h30 |

Acústico com covers de músicas na-

cionais e internacionais.Badulê american pubEntrada franca até as 22h . Após, R$ 5,00. | Rua Marechal Floriano, 1.504, sala 1, Centro | 3419-5269 | 70 pessoas

l libertá | Nativista e outros gêne-ros. Sábado, 22h30 |

Grupo com repertório variado, des-de música gaúcha e sertaneja até MPB, passando por axé music e pagode.libertá DanceteriaR$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas

l Mr. pi e banda | Rock. Sábado, 23h |

Pijama show com o comunicador. Show de abertura com a banda Mãe do Norman.Vagão BarR$ 15 ou R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www.vagaobar.com.br | 500 pessoas

l Que prazer, Swing Muleki e pura Ousadia | Pagode. Sábado, 22h30 |

Grupos tocam sucessos do pagode e do samba.expresso pub caféR$ 10 (feminino) e R$ 12 (masculino) | Garibaldi, 984, Centro | 3025-4474 | 150 pessoas

l Vicca | Música eletrônica. Sábado, 23h |

Banda se apresenta na festa Sensa-ções, que continua com DJs Marcelo Falcas, Daniel e Juliano Pontalti no lounge. DJs Leo Z e Elias Capellero e VJ Gustavo na pista.pepsi clubR$ 20, com flyer R$ 15 (feminino) e R$ 40, com flyer R$ 35 (masculino) | Vereador Mário Pezzi, 1.450, Exposi-ção | 3419-0900 | www.pepsiclub.com.br | 1.100 pessoas

l James Wheeler | Blues. Terça, dia 2, 22h |

Atração internacional, o americano já tocou com grandes nomes do blues, como B. B. King, Millie Jackson e Otis Clay e foi guitarrista da banda de Otis Rush por sete anos. Ingressos numera-dos. Compra antecipada no local.Mississippi Delta Blues BarR$ 30 (feminino) e R$ 40 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r 1727 de fevereiro a 5 de março O Caxiense

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Drama de jovem que enfrenta preconceitos em preciosa; romance e reencontro entre adultos maduros em Simplesmente complicado

GuiA de eSporteSFutebol jogado na mesa e no gramado; vôlei no Parque dos Macaquinhos e na UCS

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Botões substituem bola e jogadores no futebol de mesa; equipes jogam vôlei na areia do parque e na quadra da universidade

l Torneio Brasileiro de Bocha ponto rafa e Tiro Festa da Uva 2010 | sábado, 8h, e domingo, às 9h |

Os quatro primeiros colocados rece-berão troféus e medalhas.cancha de Bocha do clube S.e.r. Medianeira e Sociedade recreativa Santa lúcia (cohab)Entrada gratuita | Rua Nossa Senhora Auxiliadora, 200, Floresta/Medianeira (atrás do Quartel) e Rua Remo Gia-nella, 154, Cohab |

l Torneio Festa da Uva de Bo-cha de areia | domingo, às 10h |

As 14 equipes enfrentam-se na can-cha coberta.

pavilhões da Festa da UvaEntrada gratuita | Rua Ludovico Cavi-nato, 1431, Nossa Senhora da Saúde |

l 7º Torneio aberto de Vôlei de Du-plas Festa da Uva 2010 | sábado e do-mingo, às 9h |

O campeonato funciona com elimi-natória dupla. parque Getúlio Vargas (Macaqui-nhos)Entrada gratuita | Rua Dom José Ba-rea, s/nº, Exposição |

l Superliga de Vôlei | quinta, às 20h |A equipe do Caxias enfrenta o Floria-nópolis pela nona rodada Ginásio poliesportivo da UcSIngressos: Para jogo único, R$ 4 fun-cionários da UCS e estudantes em ge-ral mediante identificação e R$ 8 para público em geral. Para rodada dupla (os dois jogos), R$ 5 para funcionários da UCS e estudantes em geral median-te identificação e R$ 10 para público em geral. | Rua Francisco Getúlio Var-gas, s/n - Vila Olímpica UCS, Petrópo-lis |

l 4º Torneio de Futebol de Mesa Festa da Uva 2010 | sábado e do-mingo, às 14h |

Os jogadores estarão divididos em cinco grupos. Os oito melhores joga-dores se confrontam. Os quatro pri-meiros colocados recebem troféus.pavilhões da Festa da Uva Entrada gratuita | Rua Ludovico Cavi-nato, 1431, Nossa Senhora da Saúde |

l 1ª corrida de revezamento | domingo, às 8h |

Trajeto começa na rua Ludovico

Cavinato e segue a estrada Vereador Marcial Pisoni. Os cinco primeiros colocados de cada categoria recebem prêmio em dinheiro e troféus.estacionamento da Festa da UvaEntrada gratuita | Rua Ludovico Cavi-nato, 1431, Nossa Senhora da Saúde |

l circuito caxiense de Futebol 7 Society | domingo, às 14h|

São 16 equipes participantes, dividi-das em quatro chaves. Neste domingo, oito equipes se enfrentam na disputa por vagas para as rodadas finais. Os dois melhores colocados de cada cha-ve se classificam para a fase de mata-mata.Sede do Sindicato dos Metalúrgicos de caxias do SulEntrada gratuita | Linha Rádio Nor-deste, Capela Nossa Senhora das Do-res, Travessão Cavour, Flores da Cunha | Para mais Informações, 9999-1705. Falar com Jair Oliveira |

l Juventude x inter-SM | quarta, às 17h | O Juventude estreia na segunda fase do Gauchão nesta quarta-feira, jogan-do contra o Inter-SM, em Santa Maria,

às 17h. A equipe alviverde, treinada por Osmar Loss, espera fazer uma campanha no mínimo igual a do pri-meiro turno para se classificar para as fases finais.estádio presidente Vargas Ingressos: R$ 20 para torcedor do ju-ventude | Rua Ana Nery, nº 390, Patro-nato, Santa Maria |

l caxias x Universidade | quinta, às 19h30 |

O Caxias estreia na Taça Fábio Koff jogando contra o último colocado do seu grupo no primeiro turno, o Uni-versidade. A equipe grená, treinada por Julinho, que terminou a primeira fase em sexto colocado, terá um novo desafio: se classificar entre os quatro primeiros, jogando apenas contra as equipes de sua chave, consideradas as mais fortes.estádio Francisco Stédile (centená-rio)Ingressos arquibancada a R$ 10 para o torcedor do Caxias e R$ 20 para tor-cedores do Universidade. Cadeira a R$ 20. Sócios em dia com o clube não pagam entrada. Acompanhantes de sócios, R$ 15. Crianças menores de 12 anos, acompanhados de responsável, munidos de carteira de identidade ou certidão de nascimento não pagam en-trada. Estudantes e pessoas acima de 60 anos, R$ 5 | Rua Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano |

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18 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

por MARCELO [email protected]

ão há no mundo maior democracia do que um jogo de futebol. Todas as di-ferenças caem por terra. Torcedores e jogadores, de classes sociais e vivências tão distintas, são tão iguais naquela re-doma. Não importa se o cara nasceu num loteamento irregular, ou no Cin-quentenário, se tem doutorado em ge-ofísica ou é analfabeto, todos têm voz e vez. Invencíveis podem perder a ma-jestade do dia para a noite. De rei, vira plebeu, e vai para reserva do pior time da várzea. Da mesma forma, pode sair do ostracismo às manchetes dos maio-res jornais do mundo. Nessa batalha que é o futebol não importa o tamanho nem a cara feia.

O rico, alto, forte e perfumado pode virar um zé ninguém, um perna de pau de araque, diante do drible desconcer-tante do pobre, feio e baixinho craque, que faz graça até de pés descalços. E nessa pátria de chuteiras, onde os desi-guais e desconhecidos abraçam-se nas arquibancadas, comemorando o gol da vitória de um campeonato, ou mesmo o empate suado no amistoso contra sei lá quem, é onde se vê na prática o que muita gente só estuda na universidade: a tal de ascensão social. Milhares de moleques, talvez sem o menor espaço ou incentivo para ser alguém na vida, só conseguem ser vistos e notados, e talvez até admirados, dentro de um campo de futebol.

Onde estariam hoje Robinho, Ronal-dinho, Washington, e por aí vai, cada um pode fazer a sua lista, não estives-sem eles empregados em algum clube de futebol? Hoje eles são a fonte de ins-

piração de uma penca de garotos des-te brasilzão. País que ainda pena com tanto preconceito e tenta a todo custo driblar as injustiças sociais. Só sendo muito craque, persistente e abençoado por Deus para transpor tanta dificul-dade e vencer.

Na semana que passou, 149 garo-

tos jogaram a sorte das suas vidas. Uns mais apaixonados, outros menos, mas todos lutando para conquistar o sonho de virar um jogador de futebol. O mes-mo sonho, disputado por tantos desi-guais, mas com as mesmas condições. A mesma bola, o mesmo gramado, o mesmo tamanho da goleira. Essa sele-ção é chamada, no mundo do futebol, de peneira. É uma das formas que os clubes encontram de escolher os garo-tos que se diferenciam.

O Caxias resolveu fazer sua primeira peneira do ano sem muito alarde. Não investiu em campanha de marketing para atrair a garotada. Anunciou no site e a notícia se espalhou. Quase 200 garotos, de vários lugares do Brasil, participaram da peneira, que ocorreu de segunda a quinta-feira passadas no Campo do Catarinense, próximo a Forqueta.

A garotada disputava um lugar ao sol nas categorias Sub-20 (junior) e Sub-17 (juvenil) do Caxias. Dos 149 inscri-tos, no final das contas ficaram apenas quatro garotos para o junior e oito para o juvenil. Durante a peneira a gurizada recebeu visita ilustre do treinador do Caxias, Julinho Camargo, porque apa-receu bom jogador, quem sabe até para saciar carências lá dos profissionais. É lógico que é cedo para lançar um garoto recém chegado ao clube. Mas

é preciso dizer que nos juniores, por exemplo, apareceram dois laterais, um direito e um esquerdo, o que deixou a comissão técnica com sorriso largo no rosto. Isso tudo na mesma semana em que o esquadrão grená contratava o la-teral esquerdo Edu Silva.

Nessa batalha entre os desiguais, uns foram sozinhos, outros tinham a com-panhia do pai e da mãe. Um franzino carregava todos os dias a sacola plás-tica. Dentro dela havia um par de chu-teiras surrado e a passagem de ônibus. Outro, melhor nutrido, embarcava na possante caminhonete do pai e voltava para casa sentindo o frescor do ar condicionado. As camisetas de clubes do mundo afora entrega-vam a fonte de inspira-ção de cada um. Ronal-dinho tinha vários. Mas tinha também gente com a camiseta do ar-gentino Messi a afron-tar a defesa adversária.

“Todo mundo quer arrumar trabalho pra mim, até o meu pai. Mas eu fujo”, sorri Cléber da Silva, 17 anos. Bom de dri-ble, fora e dentro do campo. O garo-to é mais um dos que sonham em ser jogador de futebol. E mesmo vestindo a camisa do Ronaldinho Gaúcho, ain-da dos tempos áureos do Barcelona, Cléber tem outro ídolo: “Eu gosto do Robinho. Me inspiro nele. Acho as pe-daladas dele muito massa”.

De pedalada em pedalada, Cléber foi tomando ceifada de quase todos em campo. Baixinho e rápido, infernizou zagueiros, volantes e goleiros. “O garo-

to é atrevido, não tem medo, é um jo-gador diferente”, revelou à boca peque-na Walter Neto, 42 anos, treinador dos juniores do Caxias, durante a tarde de quarta-feira. “Se esse garoto tiver uma boa orientação, pode ir longe, mas não pode desviar do caminho, nem se dei-xar influenciar”, complementou Neto, em tom baixo, para que outros garotos não pudessem ouvi-lo.

Cléber sonha viver dias melhores. Os pais são separados e ele vive com a mãe, Eva, e os irmãos, Patrick, 11 anos, e Natiele, seis anos. O garoto di-

vide seu tempo entre a escola, umas partidas de futebol no Atlético, clube amador do Lote-amento Mariani, onde Cléber mora, e os cul-tos na igreja do bairro. “Não sei o nome da igreja, mas gosto de orar a Deus. Quero ser jogador pra poder aju-dar minha mãe a com-prar uma casa pra ela”, revela, num dos raros momentos em que fi-

tou o repórter nos olhos.

No lado de fora do gramado, uma legião de pais acompanhava o teste dos filhos. Alguns silenciosos, caminhavam de um lado ao outro, ora chutando uma pedra de cascalho, ora esfregando as mãos no rosto, em declarado sinal de ansiedade. Outros, como Euclides Preto, 56 anos, não con-seguiam se conter. “Henrique, fecha o meio. Henrique, olha as costas. Henri-que, pega ele. Henriqueeee! Henrique-eeee! Henrique, não deixa ele sozinho,

peneira grená

“Henrique, fecha o meio. Henrique, olha as costas. Henrique, pega ele. Henriqueeee!”,gritava o pai à beira do gramado

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Dezenas de garotos lutaram como bravos guerreiros durante quatro dias por vontade de vestir a camisa do Caxias

Entre 149 inscritos para os testes, no Campo do Catarinense, restaram apenas quatro aspirantes à categoria Sub-20 (juniores) e oito à Sub-17 (juvenis)

UM SONhOEM jOGO

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r 1927 de fevereiro a 5 de março O Caxiense

pega junto.” Por vezes, Henrique, 16 anos, um garoto alto e forte para a sua idade, olhava de canto para o pai, como se dissesse: “Tá, tá, en-tendi...mas me deixa jogar”.

“Tem que ver o que come esse guri”, dizia o pai, sem tirar os olhos do jovem zagueiro. “Ele faz academia, se cuida, não anda mais to-mando nem refrigerante. Mas ele não é muito acostumado a jogar futebol de campo. Ele joga mais futsal. Então, é diferente o posiciona-mento”, ponderava, meio que antecipando as desculpas por um eventual insucesso do filho. E prosseguia: “O guri me disse esses dias que anda pensando em fazer um curso técnico. Eu acho bom, porque tem muito campo de traba-lho em Caxias. Se ele fizer Senai, então ajuda bastante. Ele não é muito de estudar, acho que é da idade, gosta mais de ficar no computador.”

Em campo, Henrique tentava fazer o possí-vel para mostrar que tem condições de vestir a camisa do Caxias. Em cada dia de treino deve ter jogado pelo menos três partidas, divididas em 20 minutos cada lado. “É difícil vir zaguei-ro, por isso ele está tanto tempo em campo. Se tu perguntar aí quem é atacante, 15 vão le-vantar a mão, agora pede quem é lateral, tem um, dois”, ironiza Neto. “O Henrique não jo-gou bem na terça-feira, mas hoje está melhor”, ponderava o pai, ainda esperançoso. Pena não ter jogado bem justo no dia em que o treina-dor do Caxias, Julinho Camargo, e o gerente de futebol, Júlio Soster, foram acompanhar a peneira.

Esses garotos nem sabiam, mas os Júlios foram responsáveis por um punhado de revelações no Grêmio. Aqueles jovens garo-tos que salvaram o imortal tri-color de períodos turbulentos, como Lucas e Anderson, são fruto do empenho dessa dupla que hoje está no Caxias. “Esse trabalho que estamos fazendo é para médio e longo prazo”, acrescenta Luciano de Olivei-ra Elias, 37 anos, coordenador das categorias de base do clu-be.

Se já é difícil para quem tem habilida-

de e faz o impossível para marcar um golaço na peneira, imagine como é dura a caminhada de um goleiro. “O goleiro tem de ser testado. Mas se o adversário chuta uma bola só no gol dele e a bola entra, o guri vai ficar marcado e não vai passar no teste”, temia o industrial Val-decir Rodrigues, 41 anos, pai de Vinicius, 17 anos, que disputava seu lugar ao sol na ingra-ta posição. “Eu também era goleiro, mas era muito baixinho. Meu guri tem 1m85cm. Ele fala bastante em campo, porque é um líder. Na formatura dele no colégio praticamente orga-nizou tudo sozinho”, revela o pai, mostrando uma qualidade extra do filho.

Valdecir tinha a mesma preocupação de João Carlos de Castro Dorneles, 50 anos. Os filhos deles queriam a mesma vaga, de goleiro. Com a diferença que os Dorneles precisaram vir lá de Santa Rosa. “O Luis Henrique integra o grupo de jogadores do Juventus, time da se-gunda divisão do Gauchão, lá de Santa Rosa. Mas eu queria encontrar um lugar onde ele pudesse treinar com garotos da idade dele e não com homens de 30 anos, como acontece lá no Juventus”, justifica o pai, dizendo que o filho recém fez 17.

“Mesmo que meu filho não passe, estávamos conversando antes do treino desta quinta-feira que é um resultado positivo ele ter sido pré-selecionado para esse teste de hoje com os ju-niores do Caxias. Mas a gente, como pai, sem-pre acha que pode mais, que ele pode ir mais longe”, entrega Dorneles. Durante três dias,

os garotos disputaram partidas uns contra os outros, mas no quarto dia de testes a comis-são técnica resolveu colocar os 11 aspirantes ao time sub-17 e os 11 aspirantes ao sub-20 a duelar contra o elenco do Caxias, nas mesmas categorias.

Na quinta-feira, antes mesmo de en-

cerrar a primeira peneira dessa nova etapa do esquadrão grená, Luciano revelava a intenção do clube em realizar novos testes. E com in-tervalos de um a no máximo três meses. “A seleção de atletas é um processo contínuo e nem mesmo essa garotada que está treinando hoje nos juvenis do Caxias, integrada ao clube, está garantida. Porque hoje pode aparecer um novo jogador para a mesma posição e decidir-mos trocar”, explica Claudinei Dutra de Var-gas, 41 anos, coordenador do Departamento de Captação e Avaliação de Atletas. Para bom entendedor, uma espécie de olheiro.

“Trabalhei com o Julinho Camargo no In-ternacional, em Porto Alegre, entre 1995 e 1996. Eu era o coordenador da base, e ele, o técnico. Minha função é mais do que observar e perceber se o atleta tem condições de chegar a profissional. Mas, principalmente, tenho de manter um bom relacionamento, com os atle-tas e os pais. Tem de conversar com os pais e falar que tipo de trabalho fazemos, dizer com respeito por que não vamos aproveitar o ga-roto agora. E eu gosto muito desse trabalho”, declara Claudinei.

O olheiro diz que, como o Caxias não tem um perfil de formação de atle-tas ainda, aparecem aspirantes a jogador de diversos estilos. “Todo mundo sabe que o Fla-mengo forma um jogador com bom toque de bola, habilidoso, sabe que no São Paulo é pa-recido, sabe que quem sai do Inter ou do Grêmio tem mais pegada, é mais brigador, então logo o Caxias vai montar o seu estilo, aí vai ficar fácil pra todo mundo identificar que tipo de atleta queremos formar no clu-be”, observa Claudinei.

“a hora de dizer não é muito difícil.

Eu espero ter errado na minha avaliação com uma porção desses garotos. Espero que eles possam encontrar seu espaço em algum ou-tro clube, ou mesmo aqui no Caxias. Porque é difícil, sabe, a gente acaba mexendo com o sonho deles...”, revela, desolado, Walter Neto, treinador dos juniores do Caxias. Os goleiros Vinicius e Luis Henrique, o zagueiro Henrique e mais de uma centena de garotos receberam esse “não”.

Já o veloz, valente e atrevido atacante Cléber, aquele que gosta de pedalar como o Robinho, tomou mais pancada no teste de quinta-feira, mas acabou sendo selecionado para integrar o elenco grená. “Nada ainda está garantido. Ele e os outros que escolhemos devem ficar mais uns 15 dias conosco e, se aguentarem, poderão ficar”, explica Luciano, antecipando que se al-gum dos garotos esperava encontrar mais faci-lidade nessa nova etapa, melhor ficar em casa.

O futebol é uma batalha. Disso ninguém du-vida, nem questiona. Fosse diferente, ninguém se importaria em perder, de um, dois ou 10 a zero. Um vence e goza do sabor de ter sido o melhor. O vencido engole o dissabor a seco e diz, em silêncio: “dias melhores virão”. Clé-ber e outros 11 jovens atletas ainda poderão alimentar o sonho de se tornarem jogadores de futebol. Como ensina Valdecir Rodrigues, pai de Vinicius: “O futebol é uma loteria. Tem de ser persistente para vencer, mas contar um pouco com a sorte também”.

“É difícil vir zagueiro. Se tu perguntar aí quem é atacante, 15 vão levantar a mão, agora pede quem é lateral, tem um, dois”, conta Walter

20 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

SINDICALISMO DE ALTO NÍVEL Há mais de meio século o SIMECS transformou-se em agente indutor do

desenvolvimento econômico e social junto à comunidade onde atua, vencendo fronteiras e fazendo parte do surgimento de diversas organizações fabris no esteio metalúrgico de Caxias do Sul e região. Portanto, representar empre-sas emblemáticas como a Randon S/A, é confundir-se com a sua própria tra-jetória histórica de 60 anos, reconhecendo com coragem os dignos exemplos sociais que esta organização tem prestado em nosso meio. Além de servir como conciliador, o SIMECS está atento e acompanha de perto o movimento do Sindicato dos Trabalhadores envolvendo o questionamento de valores do Programa de Participação nos Resultados (PPR) da Randon S.A. Além de não concordar com a manifestação extremada, o SIMECS lamenta que nem mesmo o direito de ir e vir do cidadão não tenha sido respeitado. Os movimen-tos reivindicatórios são legítimos, desde que dentro das regras da civilidade. Lamentavelmente, o que aconteceu em nossa cidade, entretanto, foi um claro exemplo do que não se deve fazer. O SIMECS também lamenta a falta de respeito junto a empresários, os quais têm uma história de vida em comu-nidade. As relações entre capital e trabalho mudaram e avançaram no seu tempo. Ao manter a missão de representar e estimular suas empresas para que além do fator econômico, continuem oportunizando milhares de empregos e benefícios sociais como o próprio PPR aos seus trabalhadores, o SIMECS, igualmente vai defender sempre a relação saudável entre o capital e trabalho. Esta bandeira só será possível através da defesa de um sindicalismo de alto nível capaz de entender os novos tempos.

EVENTO SOBRE GESTÃO DE RESULTADOSSerá realizada no dia de 10 de março, importante palestra no auditório do

SIMECS sobre Gestão voltada para Resultados. Num cenário de competência total em que o desafio das organizações está em sustentar seu crescimento, criando um modelo de gestão sustentável ao longo do tempo, o SIMECS real-izará este evento que terá como palestrante o professor Volnei Pereira Garcia, o qual possui formação em Ciências Contábeis, pós-graduação em Administ-ração RH, MBA Gestão Empresarial, Programa Estratégias para Crescimento ( Olin School of Business/Washington University in St. Louis – USA). Volnei Garcia irá mostrar aos participantes que a gestão voltada para resultados se fundamenta em duas dimensões: ampliar o conceito de resultados desejados, indo além da perspectiva econômica e financeira; estruturação de um pro-cesso de gerenciamento de resultados capaz de gerar uma cultura orientada para resultados. As empresas do SIMECS interessadas em participação de-vem entrar em contato pelo fone: (54) 3228.1855.

CURSO RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAISPromovido pelo SIMECS para representantes das empresas metalúrgicas,

será realizado no dia 09 de março o Curso sobre Relações Trabalhistas e Sindicais: Prevenindo e Superando Crises. Será palestrante o professor Celso Van Der Halen (Graduado em Administração de empresas pela UFRGS. Os objetivos do curso são: caracterizar o ambiente interno e o ambiente externo das relações com os empregados; identificar e discutir o papel dos partici-pantes/atores destas relações; caracterizar a atuação das entidades represen-tativas; detalhar e analisar a atuação dos gestores; caracterizar e entender os processos de negociação coletiva. Estão disponíveis apenas 40 vagas. Infor-mações e inscrições: (54) 3228.1855.

PALESTRA / IMPOSTO DE RENDA 2010Imposto de Renda – Pessoa Física 2010. Este será o tema da palestra que

o SIMECS realizará em seu auditório no dia 04 de março. Será palestrante do evento, Miguel Pletsch (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – aposen-tado e ex-delegado da Receita Federal em Caxias do Sul). Na oportunidade, serão abordados itens como: Modelos de Declaração; Deduções; Multa por atraso na entrega; Principais novidades; Como evitar a Malha Fiscal. O en-contro destina-se para as empresas do SIMECS e Escritórios Contabilidade. Informações e inscrições através do fone: (54) 32281855.

MEIO AMBIENTE / PRAZOA Comissão de Meio Ambiente do SIMECS informa as empresas metal-

mecânicas que a renovação do Cadastro Técnico Federal do Ibama e o envio do Relatório Anual de Atividades vencem em 31 de março próximo. A finali-dade do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Naturais, é o controle e monitoramento das ativi-dades potencialmente poluidoras ou a extração, produção, transporte e com-ercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. As empresas devem ficar atentas a esta necessidade para que se mantenham legalizadas, prevenindo-se de multas e autuações.

AUTOMEC / FEIRA DA MECÂNICAEstão abertas as inscrições para as empresas metalúrgicas interessadas

em participar de duas importantes feiras em São Paulo. Nos meses de abril e maio de 2010 o SIMECS promoverá visitação à Automec Pesados e a Feira In-ternacional da Mecânica. A Automec Pesados é um evento bienal especializa-do em peças, equipamentos e serviços para veículos pesados e comerciais. Já a Feira Internacional da Mecânica irá expor: máquinas para trabalhar metal, plástico, madeira, além de ferramentas e uma série de outros equipamentos. O SIMECS alerta que as vagas para os participantes são limitadas. Inscrições devem ser feiras pelo fone: (54) 3228.1855.

MISSÕES INTERNACIONAISNo mês de setembro o SIMECS realizará sua Missão Técnico-Comercial

para o exterior. O grupo irá visitar a Automechanika em Frankfurt e a IAA em Hannover, ambas na Alemanha. A Automechanika é uma feira voltada para o setor automotivo e especializada em equipamentos para oficinas, acessórios para automóveis, reparação de automóveis, plataformas elevatórias, carroçar-ias, pintura de veículos, entre outros. Enquanto isso, A IAA International é a Feira mais completa da indústria automotiva e terá a exposição de caminhões de carga, ônibus e trailers, logística, equipamento para garagem e automóveis.

CURSO DE MBA EM GESTÃO INDUSTRIALO SIMECS informa que a Universidade de Caxias do Sul oferece o MBA In-

ternacional em Gestão Industrial, voltado para as bases conceituais da gestão industrial no contexto de globalização da economia e acirramento da com-petitividade. Os temas abordados no curso referem-se à linha de Estratégia e Gestão da Produção e a linha de Gestão da Inovação e Competitividade. O corpo docente é formado por profissionais titulados em instituições de renome internacional, representando países da América do Norte, Ásia, Europa, Ocea-nia e América do Sul. O objetivo principal é capacitar os profissionais de nível superior, vinculados a organizações da região para a gestão industrial profis-sional num contexto global. O público-alvo serão os profissionais envolvidos com a gestão industrial e de organizações, com experiência em gestão indus-trial e conhecimento básico do inglês. Início das aulas: março/2010. Informa-ções e inscrições pelos fones: (54) 3218.2068 e 3218.2800.

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 - Caixa Postal 1334 Fone/Fax: (54)

3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br - [email protected]

INFORME COMERCIAL

por FABIANO [email protected]

le sabe, em detalhes, como foi aquela reunião na noite do dia 29 de junho de 1913, um domingo de inverno, realiza-da na área central da Caxias do Sul que fora elevada à categoria de cidade três anos antes. Juarez Ártico conta que, iluminados por lampiões, 35 homens assinaram a primeira ata, fundaram o Esporte Clube Juventude e elegeram o primeiro presidente: Antônio Chiara-dia Neto. A narrativa desse e de outros fatos está gravada na memória do atual vice-presidente de futebol alviverde. Foi do pai, Oswaldo Ártico, que ele ou-viu tantas histórias do time do coração. Oswaldo era um dos 35 jovens daquele encontro no início do século passado. Além de fundador, jogou na primeira equipe, como meio-campista. Tradição que foi passada de pai para filho.

Nascido em Ana Rech – que na épo-ca era praticamente uma cidade vizi-nha, de tão longe que ficava do Cen-tro –, Ártico conta que ficava ansioso quando chegava o final de semana. “O pai levava a família para o estádio. Eu acompanhava tudo”, recorda. Sentado no banco de reservas ocupado pelas equipes visitantes do Estádio Alfredo

Jaconi, acompanhando um treino co-mandado pelo técnico Osmar Loss, o dirigente acende um cigarro. Entre uma tragada e outra, lembra que jogou seis anos nas categorias de base do clu-be, na época chamadas de aspirantes. “Antes de um jogo dos profissionais sempre tinha uma partida dos aspiran-tes. Eu era zagueiro. Meu irmão mais velho, Ervaldo, já falecido, também atuava. Era conhecido como Nenê e chegou a jogar no time principal”, con-ta.

Dentro de campo, naquela época, Ártico recorda a diferença de estatura entre os jogadores do Ju e da dupla Gre-Nal. “Aquilo me marcou muito. Eles eram muito altos no com-parativo com nossos atletas. Talvez por isso – não é uma regra – eu leve muito em consideração hoje a altura de um jogador antes de ele ser contratado.” Além de acompanhar o pai na Quin-ta dos Pinheiros e, posteriormente, no Alfredo Jaconi, Ártico fazia questão de ir à sede social, que ficava na Avenida Júlio de Castilhos, bem na frente da Praça Dante Alighieri. Nos encontros, os associados conversavam sobre fute-bol e política, discutiam planos para o clube e jogavam cartas. “Durante a se-

mana, lembro que, depois da janta, o pai ia para a sede. Era uma rotina.”

Lá, Oswaldo se encontrava com os outros 34 fundadores do Ju, que veio a presidir em duas oportunidades (1917 e 1931) – ele também participou, em 1912, da fundação do Recreio da Ju-ventude, rival do Juvenil (fundado em 1905).

Depois das fases de torcedor e jogador, Ártico partiu para ou-tra etapa. Tornou-se dirigente e, como pri-meira tarefa, presidiu a comissão dos Dra-gões, antiga modalida-de de associados. Foi em 1980, na gestão do presidente Adelar San-tarem. “Tínhamos até um cofre separado, ta-manha a importância que sempre foi dada ao torcedor”, frisa Biriba, como é chamado pelos amigos. Em 1993, quando Marcos Cunha Lima estava à frente do seu segundo manda-to como presidente, Ártico colaborou como diretor administrativo. “Isso foi até 1995. Depois, veio um intervalo”, conta, já com o cigarro apagado, ob-

servando atentamente o treino.Ártico foi gerente de compras por

33 anos da Guerra Implementos Ro-doviários. No intervalo citado por ele, atuou nos bastidores, principalmente nas categorias de base do Ju. “O Mar-cos Guerra, dono da empresa, era pre-sidente do Caxias. Eu não podia ter um cargo de dirigente, senão as coisas

ficariam complicadas”, revela. Entre 1998 e 2000, foi diretor dos Juniores e das catego-rias de base alviverdes. Em 2008, presidiu o Conselho Deliberativo por seis meses. Hoje, aos 63 anos, é vice-pre-sidente de futebol. Está aposentado e trabalha, conciliando horários, como representante co-mercial. É casado e tem um casal de filhos. “Ele

é arquiteto e está dando uma força em algumas questões do clube. Ela mora em Porto Alegre e vai a todos os jogos”, acrescenta, orgulhoso de ter mantido na família a tradição esmeraldina.

É difícil ver Juarez Ártico irritado. Mesmo após uma derrota,

Juventudista de estirpe

“O nome do Loss não foi escolhido por acaso. Esse é o projeto do Ju: apostar nas categorias de base”, diz o vice de futebol

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Juarez Ártico, vice de futebol, herdou do pai, o ex-presidente e fundador Oswaldo Ártico, o amor ao clube

Discreto, o vice-presidente de futebol (com a foto do pai no Memorial do Juventude) sempre atuou nos bastidores. Para o futuro, porém, os planos são outros

FilhO DaGENEALOGIAALVIVERDE

ele não muda o tom calmo da voz, e mantém o discurso feito quando o presidente Milton Scola assumiu, pela terceira vez, o comando do Juventude. “Sabíamos que o problema seria o or-çamento. Mas não ima-ginávamos encontrar o clube na situação que o recebemos em 1º de janeiro. Hoje, te digo que gastamos R$ 160 mil no futebol, somen-te com salários. Nosso objetivo é montar um grupo de no máximo 28 jogadores. Se gas-tarmos R$ 170 mil por mês, será muito”, avisa.

Antes de iniciar a disputa do segundo turno do Gauchão (Taça Fábio Koff) e em meio à frustrante eliminação da Copa do Brasil na noite de quarta-feira, dia 24 de fevereiro, Ártico ainda analisa pedidos de reforços feitos pelo treinador Osmar Loss. Ou seja, novas contratações serão feitas. O último re-forço a desembarcar no Jaconi (o 12º da temporada) foi o meia-atacante Ro-berson, que veio emprestado do Grê-mio. “Precisamos de mais um zagueiro e de um atacante. O primeiro virá de Santa Catarina ou São Paulo. Soma-dos aos atletas que vieram da base, no início da Série C vamos analisar pontualmente se precisamos ou não trocar peças. Ainda não prometi que o Juventude irá subir para a Série B este ano, mas é a nossa principal meta”, diz o vice de futebol.

Na quarta-feira, cabisbaixo e com os olhos fechados, provavelmente pen-sando no que irá fazer, Ártico esperava ser entrevistado na sala de imprensa do Jaconi após a derrota por 1 a 0 para o

Corinthians-PR. Sereno, falando mui-to baixo, opinou que o transcorrer da partida mostrou problemas típicos de uma equipe em formação. Além dis-so, a lesão do volante Julio César teria

“desmoronado” o es-quema de jogo monta-do. “Logo em seguida veio o gol adversário. O Juventude tentou ven-cer, foi para cima. Mu-danças não são fáceis, as lesões têm atrapa-lhado. Estamos decep-cionados, mas vamos manter o caminho planejado. No segundo turno do Gauchão o grupo ficará mais for-te”, aposta.

Sobre a situação financeira do clube, Ártico conta que em 2000 a direção fora repassada com o medo de que existiria uma dívida de R$ 300 mil. No final, com o acerto das contas, deu empate, ou seja, não houve lucro nem prejuízo. “Depois de seis anos na Série A, sentimos que a dívida iria crescer a cada ano. O rebaixamento iria acontecer, sabíamos disso, era uma questão de tempo. Para ajeitar as coi-sas, a sede campestre foi vendida”, la-menta. No início da década, a torcida também cresceu – o Ju chegou a ter 12 mil associados. “Reflexo de um marke-ting atuante. O time ganhava jogos, o que ajuda bastante, mas depois veio a estagnação”, complementa. “Hoje, a fi-losofia mudou: o projeto é reconstruir o clube.”

Essa reformulação pregada pela atu-al direção começou a ser planejada no ano passado. Em meio ao processo de-sencadeado pelo Conselho Consultivo

(formado por ex-presidentes do Juven-tude), que buscou Milton Scola para encabeçar a chapa vencedora do pleito histórico realizado na noite de 17 de dezembro de 2009 (até então nunca havia ocorrido uma eleição no Ju), Ár-tico conclamou os demais dirigentes que integram a atual direção executiva. “Quando me aposentei, em 1998, pen-sava em me dedicar exclusivamente ao clube. Como tinha tempo, organizei a chapa. Eu planejava atuar no futebol”, explica.

A vitória na eleição, além de deixá-lo feliz, deixou-o preocupado. Isso por-que a diferença foi de apenas oito vo-tos. Scola recebeu 64, enquanto que o titular da Chapa 2, José Antônio Boff, o Boffinho, fez 56. “Não pensei que seria tão apertado. Fiquei um pouco decep-cionado, na verdade. Imaginava uma vitória folgada”, admite o dirigente, que garante que sabe separar a emoção de ser papo da responsabilidade de ser vice de futebol. “Consigo separar tanto que já no final de 2009 já tinha um esboço da comissão técnica na cabeça. Mesmo chate-ado com dois rebaixa-mentos em três anos”, argumenta.

Falando em co-missão técnica, Ár-tico ressalta que está tranquilo por ter con-tratado um técnico jovem, acostumado a trabalhar com “a gu-rizada”. Mesmo após a queda na Copa do Brasil, com duas derrotas para o Corinthians Paranaense, ambas por 1 a 0. Nessa partida, a papada perdeu a paciência: gritou “olé”, “timinho” e

chamou Loss de “burro”. “Acompanho diariamente o trabalho da comissão técnica. Eles estão fazendo a sua parte na reconstituição do Ju. Tomara Deus que a sorte vire um pouquinho para o nosso lado. O nome do Osmar Loss não foi escolhido por acaso. Foi con-versando com meus contatos ligados à área do futebol que o nome dele surgiu como referência. Esse é o projeto do Ju: apostar nas categorias de base”, refor-ça. Como pontos positivos, ele cita a afirmação de alguns atletas da base que se firmaram no grupo, como o meia Hiago, o volante Gustavo e o zagueiro Victor.

Antes de acertar com Loss, a direção também fez tratativas com Beto Almei-da (hoje no Pelotas), Marcelo Rospide (auxiliar técnico de Silas no Grêmio) e Casemiro (Ypiranga). “O Osmar era o cara certo. E na minha cabeça eu ti-nha o Picolli (ex-zagueiro do Ju) como auxiliar. Desde 2000 imaginava ele na comissão. O Rodrigo Poletto já havia

trabalhado comigo. Foi um grupo formado por convicção”, defende Ár-tico.

A mesma convicção o dirigente tem com re-lação a outro assunto. A tranquilidade com que conta fatos históricos e sua trajetória no Ju está presente também quan-do o tema é o futuro. “Sinceramente, não é um sonho. Eu plane-jei tudo isso na minha

vida. Poucos conhecem o Juventude como eu. Passei por vários setores – desde o administrativo até o futebol profissional. Um dia serei presidente, como meu pai.”

Segundo Ártico,atualmente oclube gastaR$ 160 milpor mês comsalários de atletas. A metaé não passardos R$ 170 mil

“Poucos conhecem o Juventude como eu. Passei por vários setores. Um dia serei presidente, como meu pai”,planeja Ártico

22 27 de fevereiro a 5 de março Semanalmente nas bancas , diar iamente na internet .O Caxiense

No seu entendimento, a uva, motivo maior da festa, está bem contemplada no evento deste ano?

Com certeza. Como nas últimas edições, a exposição de uvas está no acesso principal do parque, junto com a mostra que reúne o tema da festa, este ano a estação da historia e da colheita. É uma posição privilegiada. A outra inserção é no palácio das uvas. A cada festa, o local vem melhorando na forma de distribuição, na logística. Se a gente pegasse outras festas, a uva não chegava refrigerada ao visitante. Agora, ela é distribuída com qualidade e refrigera-da, muito mais agradável ao consumo. Também aquela velha e nem sempre verdadeira reclamação de que não havia uva à venda no parque está resolvida. Sempre teve, talvez não na quantidade suficiente. Ela era colocada dentro do circuito do parque e acabava sumindo diante do fluxo das pessoas, que não chegavam a percebê-la. Instalamos três pontos de venda, na saida do pavilhão 2, em direção à réplica, no pórtico e na estação de embarque dos ônibus, junto ao salão paroquial. Tudo para facilitar a venda e dar visibilidade à fruta.

No final das contas, qual foi o prejuízo provocado pelo clima este ano?

O clima exigiu nesta safra mais

insumos, mais mão de obra, enfim representou um custo maior. Com mais umidade e pouco sol, o efeito é um baixo teor de açúcar. Dentro de certos limites, pode ser feita a correção do açúcar, com álcool vínico ou concentrado de mosto, sem comprometer a qualidade. Mas o custo aumenta. No caso da uva in natura, temos um tra-balho forte com uva pro-tegida (plasticultura), que não sentiu tanto os efeitos do clima, protegida que está da umidade. A uva normal, para consumo, teve o volume reduzido na colheita. Ela não ficou tão uniforme também em função da umi-dade, da chuva. Mas procuramos com-pensar tudo isso. Na festa, por exemplo, é prática repor a correção. Foi dado um plus ao produtor: estamos pagando um real ao quilo, quando o preço mínimo estabelecido pelo governo federal é de 46 centavos. Há quatro anos, aliás, esse valor da uva para a indústria não muda. Agora, é preciso admitir: o clima foi um fato negativo desta safra.

ainda vale a pena produzir uva? Vale, mas é preciso mais profissiona-

lização, como em qualquer atividade. Mais recursos, mais tecnologia. Como em toda a atividade econômica existem problemas, principalmente quando há excesso de oferta. Não é diferente com

a uva, com a maçã ou com o tomate. Não temos uma política de planejamento de safra. Cada um planta o que é interessante. Mas, este ano, com as chuvas, está sendo dificil alcançar os 15 graus. Houve um custo maior para produzir, foi mesmo um ano muito dificil para o produtor. Agora, quem tem uma produção mecanizada tem um custo menor.

Os mais eficientes conseguem ter um ganho maior, mas a pequena agricul-tura familiar não mede a mão de obra para estabelecer seu custo. Por isso, a Secretaria Municipal da Agricultura tem procurado, neste governo, oferecer meios para mais qualificação, como assistência técnica e infraestrutura.Além disso, estimula a organização dos produtores, com a criação de associa-ções de agroindústrias, de cantinas, de uva protegida e de comercialização nos pontos de safra. O que não pode é o produtor ficar desassistido.

Renato [email protected]

A liderança de Sartori extrapola Caxias do Sul

ex-governador Germano rigotto ao sugerir vôos mais altos ao prefeito caxiense, aniversariante de quinta-feira.

Secretário, diretor de agricultura e encarregado da exposição de uvas na Festa da Uva

perguntas paraNestor pistorello

O PC do B estadual avalia este fim de semana o futuro político do verea-dor Assis Melo, também presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

A princípio, Melo disputaria uma cadeira para a Assembleia Legislati-va. Mas há no partido quem defenda a idéia de que a deputada federal Manuela d’Ávila, candidata à reeleição, puxaria votos suficientes para eleger também o sindicalista caxiense para a Câmara Federal.

Dentro de uma proposta mais ampla que procura priorizar o transporte coletivo em relação ao automóvel, a Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade implanta corredor de ônibus na Rua Bento Gonçalves, entre a Visconde de Pelotas e a Borges de Medeiros. O projeto só dará certo se as paradas não funcionarem como ponto de final das linhas de ônibus.

Haverá surpresas de última hora para a eleição à reitoria da Universi-dade de Caxias do Sul?

Com apenas um mês de campanha eleitoral pela frente (estima-se que o novo reitor será conhecido até 31 de março), parece não haver espaço para novidades além daquelas já di-vulgadas pelo site d’O Caxiense esta semana: a confirmação da candida-tura da ex-pró-reitora de Graduação, Nilva Lúcia Rech Stédile, e do atual reitor, Isidoro Zorzi. O também ex-pró-reitor José Clemente Pozenato

ainda aguarda algumas movimen-tações internas para lançar-se como a terceira via dessa disputa, por ora flagrantemente favorável a Zorzi.

Por quê? Por ser o atual reitor, por integrar o Conselho Diretor, pela ex-periência acumulada em quatro anos de mandato, pela proposta de dar continuidade às mudanças iniciadas na atual gestão – como ele mesmo diz, “visando a priorização dos fins da instituição e a consolidação da UCS como a Universidade Comuni-tária da Serra”.

De acordo com a proposta da Liga Carnavalesca, o show de Neguinho da Beija-Flor, marcado para o Espaço Multicultural, servirá para pagar as contas do Carnaval do ano passado. Mas, e se a apresentação não render nas bilheterias aquilo que esperam os organizadores, quem pagará essas contas e o show?

Os quatro vereadores da bancada pe-tista (Ana Corso, Denise Pessôa, Mar-cos Daneluz e Rodrigo Beltrão), mais Édio Elói Frizzo (PSB) e Renato Nunes (PRB), assumem a façanha de encami-nhar projeto de decreto legislativo que pretende conceder o título de Cidadão Caxiense a José de Oliveira, conhecido como Zé do Rio.

Dizem os proponentes na exposi-ção de motivos: “Homenagear José de Oliveira com o título de Cidadão Caxiense é externar o reconhecimento a esse homem, cuja contribuição histórica faz parte do contexto cultural, político, humano e social de nossa cidade”!

Na dúvida, uma das proponentes, Ana Corso, pediu vistas ao projeto.

A festa de 62 anos do prefeito José Ivo Sartori (PMDB) quinta-feira à noite, no Grêmio Esportivo Gianella, não contou com a presença do guru de peemede-bistas locais, senador Pedro Simon. Em compensação, o ex-governador Germa-no Rigotto fez um discurso inflamado a respeito da dimensão política do aniver-sariante, praticamente lançado candida-to ao governo do Estado, em 2014.

O vereador Assis Mello (PC do B) chegou depois da pregação.

O salário atual do prefeito vai sofrer um reajuste de 3,65%. O projeto de lei foi enviado pelo Executivo municipal esta semana e deverá entrar na pauta de votações nos próximos dias. Prevê também aumentos salariais para o vice-prefeito, secretários municipais, procurador geral, chefe de Gabinete e diretores da Fundação de Assistência Social (FAS), Samae e Ipam.

Os subsídios mensais do prefeito foram fixados pela lei 6.841, de 1° de julho de 2008, em R$ 16.512,09. Os ven-cimentos do vice são de R$ 11.564,76 por mês.

O índice de 3,65% refere-se à inflação do período de 2009.

A principal expectativa diante da presença da governadora Yeda Crusius, segunda-feira na CIC, está descartada. O Departamento Aeroportuário do Estado adiantou esta semana que vai le-var ainda mais um mês para concluir o estudo técnico a respeito da localização do futuro Aeroporto Regional de Caxias do Sul - para que não paire qualquer dúvida a respeito.

Havia quase uma promessa de a governadora anunciar no encontro a opção pelo distrito caxiense de Vila Oli-va, em detrimento de Mato Perso, em Farroupilha, preferida pelo empresa-riado de Bento Gonçalves e por alguns políticos petistas. Sem essa possibili-dade, o interesse da reunião-almoço resume-se ao tema central de Yeda, em plena campanha à reeleição: as ações do Estado na Serra.

Dúvida cruel

paradas

pela reitoria

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