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~~"ijKidi'iiIi"ijitt'iiKdll.'iiim.~ Universidade Federal do Ceará DO BAIANÊS AO PIAUIÊS: A ONDA DE DICIONÁRIOS REGIONAIS NORDESTINOS Abstract The linguistic studies in the nonheast have been very strong in certain areas, in different moments. /n this manner we had the phase of Dialectologyand Linguistic Geography and another phase, nowadays, of Sociolinguistic, eacli one of these phases working with specific aspects of the linguistic analysis of the Portugues e Languag e, since the phonetical- phonological. the lexical to the morpho-sintatical. In lhe last few years there is a new wave of dialectological and sociolinguistical studies with a strong emphasis in the lexical aspect, more precisely publishing dictionaries, vocabulary and regional northeastem speeches, beginning in Bahia, with the "baianês", going througli Alagoas, with the "alagoanês", Pernambuco witii the "pernambuquês", Ceará with "cearês ". and Piaui with "piauiês ". This tendency nowadays follows a tradition that begun with Pereira da Costa (/937) The Vocabulary from Pernambuco: Leon Clerot (1959) The Vocabulary of Popular Terms and Slang from Paraiba; Raimundo Girão ( 1967) The Vocabulary from Ceará; Horácio de Almeida ( 1979) Popular Dicionary from Paralba; Raimundo Nonato (1980) Calepiano Potiguar - Riograndense slang; Tomé Cabral (1982) Dictionary of Popular Terms and Expressiôns; and with Florival Seraine (1991) Dictionary of Popular Terms - Registered in Ceará. In this work we will analyze the macro and micro structures of these dictionaries, vocabularies and glossaries of the Northeast Region. Palavras-chave: Dicionário regional; lexicografia; linguagem popular. 1 Introdução Os estudos lingüísticos no Nordeste têm se destacado em determinadas áreas, em momentos di- ferentes. Assim, tivemos uma fase da Dialetologia e Geografia Lingüística e uma fase, atual, da Socio- lingüística, cada uma dessas fases abordando aspec- tos específicos da análise lingüística da Língua Portu- guesa, desde o fonético-fonológico, ao léxico e ao morfo-sintático. De alguns anos para cá tem surgido uma nova onda de estudos dialetais e sociolingüísticos com enfoque no aspecto léxico, mais precisamente na publicação de dicionários, vocabulários e glossários de falares regio- nais nordestinos, começando pela Bahia, com o do baianês, passando por Alagoas, com o do alagoanês, por Pernarnbuco, com o do pemambuquês, pelo Ceará, com o do cearês e pelo Piauí, com o do piauiês. Essa tendência atual segue uma tradição começada por Pereira da Costa (1937) com o Vocabu- lário pernambucano; Leon Clerot (1959), com o Vo- cabulário de termos populares e gírias da Paraíba; Raimundo Girão (1967) com o Vocabulário Cearense; Horácio de Almeida (1979) com o Dicionário popu- lar paraibano; Raimundo Nonato (1980) com o Calepino potiguar - gíria riograndense; Tomé Cabral (1982) com o Dicionário de termos e expressões po- pulares; Leonardo Mota (1982) com o Adagiário bra- sileiro e Florival Seraine (1991) com o Dicionário de termos populares - registrados no Ceará. Uma das características desses novos dicio- nários, vocabulários e glossários é que seus autores não são lexicógrafos ou lingüistas. São pessoas com outras formações profissionais: jornalistas, engenhei- ros, médicos, folcloristas ou pessoas curiosas que re- solveram Iistar e publicar, em forma de dicionário, palavras e expressões populares que, crêem eles, são típicas daquele estado específico. Este trabalho faz uma rápida análise da es- trutura desses dicionários, vocabulários e glossários regionais nordestinos. " 2 As variações dia tópicas e diastráticas Os estudos das variações lingüísticas têm tido um grande desenvolvimento, a partir de novas teorias, especialmente na área da Sociolingüística e, em me- nor quantidade, na de Dialetologia. Contudo, esse desenvolvimento não tem sido bem aplicado no sentido de valorizar as variantes re- gionais e sociais, resultando serem elas vistas não como algo exótico, diferente ou 'errado', em alguns casos, mas como parte do todo que constitui nossa língua. Pois, como dizem SCARTON e MARQUARDT: .. .. .. 10 Revista do GELNE VaI. 2 N'.1 2000 53

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~~"ijKidi'iiIi"ijitt'iiKdll.'iiim.~Universidade Federal do Ceará

DO BAIANÊS AO PIAUIÊS:A ONDA DE DICIONÁRIOS

REGIONAIS NORDESTINOS•

Abstract

The linguistic studies in the nonheast have beenvery strong in certain areas, in different moments. /nthis manner we had the phase of DialectologyandLinguistic Geography and another phase, nowadays,of Sociolinguistic, eacli one of these phases workingwith specific aspects of the linguistic analysis of thePortugues e Languag e, since the phonetical-phonological. the lexical to the morpho-sintatical.

In lhe last few years there is a new wave ofdialectological and sociolinguistical studies with astrong emphasis in the lexical aspect, more preciselypublishing dictionaries, vocabulary and regionalnortheastem speeches, beginning in Bahia, with the"baianês", going througli Alagoas, with the"alagoanês", Pernambuco witii the "pernambuquês",Ceará with "cearês ". and Piaui with "piauiês ".

This tendency nowadays follows a tradition thatbegun with Pereira da Costa (/937) The Vocabularyfrom Pernambuco: Leon Clerot (1959) The Vocabularyof Popular Terms and Slang from Paraiba; RaimundoGirão ( 1967) The Vocabulary from Ceará; Horácio deAlmeida ( 1979) Popular Dicionary from Paralba;Raimundo Nonato (1980) Calepiano Potiguar -Riograndense slang; Tomé Cabral (1982) Dictionaryof Popular Terms and Expressiôns; and with FlorivalSeraine (1991) Dictionary of Popular Terms -Registered in Ceará.

In this work we will analyze the macro and microstructures of these dictionaries, vocabularies andglossaries of the Northeast Region.

Palavras-chave: Dicionário regional; lexicografia;linguagem popular.

1 Introdução

Os estudos lingüísticos no Nordeste têm sedestacado em determinadas áreas, em momentos di-ferentes. Assim, tivemos uma fase da Dialetologia eGeografia Lingüística e uma fase, atual, da Socio-lingüística, cada uma dessas fases abordando aspec-tos específicos da análise lingüística da Língua Portu-guesa, desde o fonético-fonológico, ao léxico e aomorfo-sintático.

De alguns anos para cá tem surgido uma novaonda de estudos dialetais e sociolingüísticos com enfoqueno aspecto léxico, mais precisamente na publicação dedicionários, vocabulários e glossários de falares regio-nais nordestinos, começando pela Bahia, com o dobaianês, passando por Alagoas, com o do alagoanês,por Pernarnbuco, com o do pemambuquês, pelo Ceará,com o do cearês e pelo Piauí, com o do piauiês.

Essa tendência atual segue uma tradiçãocomeçada por Pereira da Costa (1937) com o Vocabu-lário pernambucano; Leon Clerot (1959), com o Vo-cabulário de termos populares e gírias da Paraíba;Raimundo Girão (1967) com o Vocabulário Cearense;Horácio de Almeida (1979) com o Dicionário popu-lar paraibano; Raimundo Nonato (1980) com oCalepino potiguar - gíria riograndense; Tomé Cabral(1982) com o Dicionário de termos e expressões po-pulares; Leonardo Mota (1982) com o Adagiário bra-sileiro e Florival Seraine (1991) com o Dicionário determos populares - registrados no Ceará.

Uma das características desses novos dicio-nários, vocabulários e glossários é que seus autoresnão são lexicógrafos ou lingüistas. São pessoas comoutras formações profissionais: jornalistas, engenhei-ros, médicos, folcloristas ou pessoas curiosas que re-solveram Iistar e publicar, em forma de dicionário,palavras e expressões populares que, crêem eles, sãotípicas daquele estado específico.

Este trabalho faz uma rápida análise da es-trutura desses dicionários, vocabulários e glossáriosregionais nordestinos. "

2 As variações dia tópicas e diastráticas

Os estudos das variações lingüísticas têm tidoum grande desenvolvimento, a partir de novas teorias,especialmente na área da Sociolingüística e, em me-nor quantidade, na de Dialetologia.

Contudo, esse desenvolvimento não tem sidobem aplicado no sentido de valorizar as variantes re-gionais e sociais, resultando serem elas vistas não comoalgo exótico, diferente ou 'errado', em alguns casos,mas como parte do todo que constitui nossa língua.

Pois, como dizem SCARTON eMARQUARDT:

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I SCARTON, G. et MARQUARDT, L. L. o princípio da variação lingüística e uas aplicações numa política para oidioma. Boletim do Gabinete Português de Leitura. Porto Alegre: (24) 21-31. jun 19 I. P 6.

2 LABOV, W. Language in the inner city, Philadelphia: University of Penn _I I Pre • 19-_. ap.5.1 LEMLE, M. Heterogeneidade dialetal: um apelo à pesquisa. Temp, Bra etro e J erro: (53/54): 69-94, abr/set,

1978, p. 60.• BARBOSA, M. Aparecida. Léxico, produção e criatívidad«: prI o O léxico e a produção da cultura: elementos em- I.

ASSIS. Al1ais. Assis: UNESP,1993, p. I.

"As múltiplas variações observadas no siste-ma lingüistico ocasionadas por fatores váriosdão uma idéia multicolorida da língua, real-çando seu caráter maleável, diversificado. Talimagem corresponde a uma realidade eviden-te e desconhecê-la ou não levá-la em con-sideração o suficiente, significa, ter umaconcepção mutilada da língua. " /

As variações diatópicas ou regionais, espe-cialmente as nordestinas, têm sido bastante utilizadasem novelas e programas humorísticos da televisão,porém, sempre com sentido conotativo e pejorativo,com exageros que levam esses falares ao ridículo, faceà variante padrão ou aos falares do Rio de Janeiro eSão Paulo.

A esse falar regional junta-se sempre a vari-ante social demarcadora de pessoas incultas ou debaixo nível sociocultural ou, ainda, de 'novos ricos',que ascenderam socialmente, sem que essa ascensãotenha se dado, também, no nível cultural.

Assim, é necessário que essa tendência demenosprezar as variantes regionais e populares sejadetida e isto tem que ser feito a partir de um maiorconhecimento lingüístico dessas variações por partede pessoas detentoras de certa influência nos meios decomunicação de massa ou dos professores de primeiroe segundo graus, que têm uma faixa bastante forte deatuação na comunidade, através de seus alunos. Paraisso, torna-se imprescindível que esses profissionais eprofessores tenham conhecimento de que o falar re-gional e o falar popular são diferentes do falar padrão eem nada inferiores a eles. É necessário que eles enten-dam o que muito bem frisou LABOV:

"Diferença não é deficiência. "2

Fazemos nossa, aqui, por oportuna, a afirma-ção da professora LEMLE, quando diz:

"Um dos requisitos imprescindíveis para odesenvolvimento de um ensino escolar de lín-gua portuguesa de real utilidade para osaprendizes é uma atitude lúcida diante daheterogeneidade dialetal da parte dos pro-fessores, que sem isso ficam sem rumo em suatarefa de favorecer o desenvolvimento e odisciplinaniento da expressão espontânea doseu educando. O caminho para tal lucidezrequer duas etapas: a primeira, teórica, é acompreensão dos fatores que determinam avariação dentro de uma mesma língua; a se-

gunda, é o conhecimento dos fatores especí-ficos dessa variação na área em que o pro-fessor atua ... "J

Outro não é o nosso objetivo ao estudar osfalares regionais nordestinos, sob os mais vanadosenfoques, nos diversos níveis de análise lingüística:conhecer, estudar e analisar, para poder valorizar epreservar as variantes socioculturais dos falares nor-destinos.

3 Léxico, sociedade e cultura

Ao se estudar a língua, os contextos socio-culturais em que ela ocorre são elementos básicos. e,muitas vezes, determinantes de suas variações, expli-cando e justificando fatos que apenas lingüisticamenteseriam difíceis ou até impossíveis de serem determi-nados, pois, no dizer de BARBOSA:

"Língua, sociedade e cultura são indis-sociáveis, interagem continuamente, cons-tituem, na verdade, um único processocomplexo ... "4

No caso específico do léxico, esta afirmaçãoé ainda mais verdadeira pois toda a visão de mundo,a ideologia, os sistemas de valores e as práticassocioculturais das comunidades humanas são refleti-dos em seu léxico.

Ainda segundo BARBOSA (1992: I)

"... o léxico representa, por certo, o espaçoprivilegiado desse processo de produção, acu-mulação, transformação e diferenciação des-ses sistemas de valores. "5

Para se apreender, compreender, descrever eexplicar a "visão de mundo" de um grupo sócio-lingüístico-cultural, ou de um grupo de especialistasou profissionais, o objeto de estudo principal são asunidades lexicais e suas relações em contextos.

O lingüista francês MAITORÉ ao estudar asociedade francesa viu a política social, o jornalis-mo, as artes e os esportes através do que chamoupalavras-chave, as que exprimem, numa sociedade,uma idéia, um ser, um sentimento que a sociedadereconhece como modelo, e as Pillavras-testemunho,como elementos em função das quais se hierarquizae se coordena a estrutura da comunidade.

Paulo: Global, 1981, p. 158.E -:::-ITDO LI GÜÍSTICOS DE

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Para BIDERMAN:

"O universo semântico se estrutura em doisplanos: o indivíduo e a sociedade, e da tensãode ambos se origina o léxico" 6

A palavra é o fenômeno ideológico por exce-lência. Todo ato ou todo objeto ideológico é sempreacompanhado, comentado, analisado, glosado por dis-curso, na me,djda em que a ligação que une linguageme pensamento é uma ligação de unicidade.

O discurso é determinado pelas condições só-cio-históricas de sua produção, do mesmo modo queos objetos ou as formações ideológicas são condicio-nadas por pertencerem a um corpo social no momentode sua história.

Diz BAKHTIN:

" Por sua onipresença social a palavra é oindicador mais sensível de todas as transfor-mações sociais.

Concluindo por afirmar que:

Tudo que é ideológico é um signo. Sem signo,fim da ideologia" 7

O léxico (dicionário, vocabulário, glossário),enquanto descrição de uma cultura, está no seio mes-mo da sociedade, reflete a ideologia dominante mas,também, as lutas e tendências dessa sociedade.

GRAMSCI em seu trabalho Problemes dumaterialism historique diz:

"Os dicionários fornecem informações deacordo com um modelo sociocultural quetende a juntar a diversidade das culturascoexistentes numa sociedade de modo a pri-vilegiar a cultura e ideologia das classes oufacções dominantes (ditas cultivadas) - ide-ologia tomada no sentido de concepção demundo sem no entanto ser um sistemaconceptual" 8

Assim, como vimos, não se pode estudar alíngua sem relacioná-Ia com a sociedade e a culturanas quais o falante está inserido.

GARMADI ao falar sobre o assunto chega adizer que:

"...qualquer grupo de locutores geografica-mente situados, também está socialmente si-tuado, por meio das relações que mantémcom o resto da sociedade global, e a varie-dade que pratica é, simultaneamente, regio-nal e social. "9

Relacionando léxico (dicionário), sociedadee cultura diz BIDERMAN:

"O dicionário é um instrumento cultural queremete tanto à língua como à cultura" 10

4 Léxico (Dicionário), Vocabulário,Glossário

4.1 Léxico (Dicionário)

É importante, nesse contexto, tocarmos no pro-blema da distinção entre léxico (dicionário) e voca-bulário de uma língua, assunto bastante discutido nalingüística moderna, havendo autores que usam am-bos os termos como sinônimos ou ainda como equi-valentes a dicionário. Outros, com os quais concor-damos, consideram-nos aspectos distintos da lingüís-tica, embora complementares, para o estudo das uni-dades da língua e do discurso.

Para MOUNIN, léxico é:

" O conjunto de unidades significativas deuma determinada língua, num dado momen-to de sua história. " /I

O léxico de uma língua não pode ser reduzidoa um simples vocabulário, ou seja, a uma lista de pa-lavras. Deve ser estudado de forma autônoma, in-dependentemente de qualquer contexto particular, istoé, através das formas cristalizadas da língua, tais comoas palavras isoladas, conjunto de expressões marcadaspelo funcionamento gramatical e mantidas pelo usocoletivo: locuções fixas, idiotismos, provérbios, en-tre outros.

Segundo FAVROD (1-978:116), é impossívelenumerar o léxico, uma vez que este varia de acordocom os falantes, que por sua vez o utilizarão de for-mas diversas, dependendo do contexto em que estãoinseridos.

Portanto, torna-se praticamente inviável de-terminar matematicamente, o número exato das uni-dades que compõem o léxico de uma língua, uma vez

• BIDERMAN, M. T. C. Teoria lingüística (lingüística quantitativa e computacional). Rio de Janeiro: Livros Técnicos eCientíficos, 1978, p.

1 BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1977, p.38.8 GRAMSCI• GARMADI, J. La sociolinguistique . Paris: PUF, 1981, p. 30.10 BIDERMAN, M. T. C. op. cit. p. 28."MOUNIN, J. Dictionaire de Ia linguistique. Paris: PUF, 1974, p. 203.

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12 MULLER, C. Initiotion à Ia statistique linguistique . Paris: Larousse, 1968, p. 134.J3 REY -DEBOVE, J. Léxico e dicionário. In: ALFA: Revista de Lingüística. São Paulo:

v.28 (supl.), 1984, p. 65.14 JOTA, Z. dos Santos. Dicionário de lingüística. Rio de Janeiro: Presen . 1976 P15 MULLER, C. op. cit. p. 130.16 PICOCHE, J. Précis de lexicologie [rançaise: f 'étude et ensignement17 JOTA, Z. dos S. op. cit. p.154.IR BARBOSA, M. A. Dicionário de língua, vocabulários técni 0- i tífi

unidades-padrão. Estudos Lingüísticos XXIII. Anais de Seminâri S

que ele varia de um indivíduo a outro, de um mo-mento a outro no mesmo indivíduo e de um estado delíngua a outro.

Em consonância com o pensamento deFAVROD. MULLER afirma que:

..... o léxico é formado por um conjunto deunidades que, sem serem infinitas no sentidomatemático do termo, não nos dão maisque a impressão de serem estritamente'finitas '... " /2

Sendo, pois. o léxico o número total de pala-vras de que dispõe um falante, um grupo de falantes ouuma língua, não é possível. através de um dicionário,descrevê-lo na sua totalidade, de acordo com MOUNIN(1974:336), porém REY -DEBOVE diz que:

" Os dicionários são nossa única idéia doléxico" IJ

4_2 Vocabulário

Vocabulário é o conjunto dos vocábulos de umalíngua.

Tradicionalmente, os vocabulários são regis-tros de vocábulos sem a respectiva significação, opon-do-se ao dicionário, segundo CÂMARA JR.(1977:241), com o qual concorda ZÉLIO DOS SAN-TOS, ao afirmar:

"Opõe-se vocabulário, mero repositório devocábulos (palavras sem as respectivas signi-ficações) o dicionário, conjunto de palavras esignificações" /4

Uma definição bastante complexa, porém prá-tica, de vocabulário dá-nos CHARLES MULLERquando diz:

"... vocabulário é necessariamente ligado aum texto escrito oufalado, curto ou longo, li-terário ou utilitário, homogêneo ou compos-to, nos limites de um idioma dado. É o conjuntodos vocábulos representados um número qual-quer de vezes no texto considerado. "15

Comparando léxico e vocabulário, PICOCHEutiliza as oposições língua e fala, disponibilidade eatualização, quando diz que o léxico é o conjunto depalavras que a língua põe à disposição do falante,enquanto o vocabulário é o conjunto de palavras uti-lizadas pelo falante em determinadas circunstâncias.

Complernentando, diz ele:

" O léxico é uma realidade de língua à qualnão se pode ter acesso a não ser pelo conhe-cimento dos vocábulos particulares que arealidade dos discursos. O léxico transcendeos vocabulários mas não são acessíveis a nãoser por meio deles: um vocabulário supõea existência do léxico do qual ele é umaamostragem. " /6

Conclui-se, portanto, que léxico e vocabu-lário são aspectos diferentes do estudo das unidadeslingüísticas, porém interdependentes, tal como línguae fala, uma vez que um não existe sem o outro.

4.3 Glossário

Glossário é O inventário lexical que normal-mente aparece no final de obras, dando, em ordemalfabética, os termos do vocabulário especializado oudialetal utilizado.

Para ZÉLIO glossário é:"...dicionário especial que consigna vocábu-los sobre os quais pode o leitor comum terdificuldades "/7

Vimos, assim, partindo do mais geral para omais específico, que o léxico está ligado a vários fa-lantes ou textos, o vocabulário, a um falante ou textoe o glossário, a termos específicos do texto que apre-sentem dificuldades de compreensão.

Modernamente, a distinção entre dicionário,vocabulário e glossário está baseada na distinção en-tre sistema, norma e fala proposta por COSERIU(1969). O Dicionário está relacionado ao Sistema,sendo sua unidade padrão o lexema. O Vocabulário,está relacionado à Norma, tendo como unidade dealta freqüência e distribuição regular, o Vocábulo. Eo Glossário, relacionado à Fala. usando a Palavracomo unidade de ocorrência nos atos de fala.(MULLER - BARBOSA)18

5 Os dicionários, vocabulários e glos-sários regionais nordestinos

Vistos os aspectos regionais e sociais da lin-guagem, as relações entre léxico, cultura e sociedadee sua formalização lexicográfica em dici~nári~s, vo-cabulários e glossários, surge a questão que divide os

niver Idade Estadual Paulista,

vocabelaire Pan : ~an. 1977. p. 44-45.

gkl=Eric)S:eSl:atulO emântico-sintáxico das10: 1994.

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especialistas: os chamados dicionários regionais, sãodicionários, são vocabulários ou são glossários?

Se tomarmos a posição de MULLER-BAR-BOSA, os consideraríamos vocabulários, uma vez quesuas unidades se constituem norma no falar de umestado ou região e de uma classe definida socio-culturalmente. Esta afirmação pode levar a outras dis-cussões e maiores especificações, porém, para nossoobjeti vo, continuaremos a usar o termo dicionário, queé o utilizado pelos autores dos "dicionários regionais"

, que. ~'errlOsanalisar.Antes de tudo é importante marcar, além da

noção de dicionário, a noção de regionalismo, já quevamos tratar de dicionários regionais. Para AURÉ-LIO BUARQUE:

" Regionalismo (3) - é a -locução peculiar auma região, ou a regiões" /9

Para SILVA NETO (1986:307):

"os regionalismos embora geograficamenteconfinados e socialmente desprestigiados, se-riam melhor tratados se enfocados sob umaperspectiva histórica ...

pois, segundo ele,:

... antes da constituição da língua comum,temos apenas os regionalismos das diferen-tes partes do país, que fornecerão a matéria-prima para a constituição do léxico da línguacomum." 20

Mas, além do caráter regional - diatópico, in-teressa-nos, nesses dicionários, o caráter sociocultural,ou diastrático, uma vez que eles, de forma geral, tra-zem palavras e expressões usadas por falantes de umaclasse sociocultural bastante definida, de pouca esco-laridade e de baixo nível sócio-econômico, emborana linguagem coloquial do dia-a-dia, as pessoas, ditascultas, usem essas mesmas palavras e expressões.

O Brasil é tido como um país-continente, comdiferenças regionais e socioculturais imensas e, por issomesmo, a língua portuguesa, em nosso país, apresentauma diversidade bastante significativa, tanto regionalquanto social, especialmente em relação ao léxico.

Essa diversidade muitas vezes é característicade um estado específico, outras vezes se estende paratoda uma região, e é nesse aspecto que vamos ver comose comportam os dicionários regionais populares daregião nordestina.

Analisamos oito dicionários: da Bahia, deAlagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grandedo orte, do Ceará, do Piauí e do Maranhão. Desses,

dois são mais tradicionais, o da Paraíba, de Horáciode Almeida, historiador e dicionarista e o do RioGrande do Norte, de Raimundo Nonato, cronistariograndense do norte. Os outros seis são mais no-vos: o da Bahia, de Nivaldo Sariú; o de Alagoas, deElza Cansanção Medeiros, jornalista e militar, ex-combatente na Itália; o de Pernambuco, de BertrandoBernardino, engenheiro, o do Ceará, do engenheiroMarcus Gadelha, o do Piauí, do jornalista Paulo JoséCunha e o do Maranhão, de Domingos Vieira Filho.Esses têm nomes de baianês, alagoanês, cearês epiauiês, palavras criadas pelos autores para se referiraos falares desses estados.

• Apenas o do Ceará e o da Bahia não apresentamexemplos ou abonações, os demais vêm com con-textos que esclarecem melhor o conceito;

• Deles, apenas o da Paraíba tem a categoria ou clas-se gramatical das palavras e expressões;

• As palavras e expressões vêm na forma como sãofaladas e não na ortografia padrão. Muitas vezes,estão numa transcrição quase fonética, como emarrudiar, (arrodear) balai (balaio), caboco (cabo-clo);

• Os verbos não vêm na forma infinitiva, e os nomesnão vêm no masculino singular, como de praxe nosdicionários;

• Os dicionários de Pernambuco, Paraíba, Rio Gran-de do Norte e Piauí são de médio porte; os da Bahia,Alagoas, Ceará e Maranhão são pequenos, do tipolivro de bolso;

• Os da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas eMaranhão têm um caráter mais sério, Iingüístico emesmo lexicográfico. Os da Bahia, Ceará, Piauí ePernambuco são mais descontraídos, de gozação,sem qualquer preocupação lexicográfica.

Vejamos alguns exemplos colhidos aleato-riamente:

Abestado - abobalhado, bobo, otário, idiota.(CE, PI). A PB, BA e PE apresentam a varianteabestalhado. Aurélio Buarque registra como brasi-leirismo a forma abestalhado.

Abilolado - imbecil, idiota, aparvalhado, des-norteado, abobalhado. (AL, PB, CE, RN e PE). NoCE e RN há, ainda, a variante abirobado. PE apre-senta a variante abiscoitado. Aurélio Buarque regis-tra como brasileirismo popular.

Aperreado - irritado, agastado, angustiado,contrariado, afobado, atormentado, cheio de preo-cupações.( AL, PB, CE, PE).O MA apresenta a va-riante Avexado. Aurélio Buarque registra como bra-sileirismo.

Arre-égua - interjeição que pode significarqualquer coisa, a depender do tom de voz e da oca-

,. FERREIRA, A. B .H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p. 1474.20 SILVA NETO, S. História da língua portuguesa. São Paulo: Ática, 1986. Apud OLIVEIRA, Ana Maria P. P. de.

Normas regionais e dialetais. In: CARVALHO, N. et SILVA, M. E. B (Orgs.) I ENCONTRO NACIONAL DO GT DELEXICOLOGIA. LEXICOGRAFIA E TERMINOLOGIA DA ANPOLL. Anais. Recife: UFPE, 1998, p. 199-200.

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siao: alegria, irritação, surpresa, enfado, contra-riedade.(CE) Há ainda as variantes Ai-égua (AL),Arre-lá (PI), Arre-Elza e Arre-ema (CE). AurélioBuarque registra apenas a forma arre, para designarcólera, enfado.

Assanhada - moça exibida, saliente, namo-radeira, avoada, fogosa, espevitada, sem compostura,sem termos de gente. (AL, RN, PB, PE). Há, também,o conceito de despenteada. Aurélio Buarque registracomo brasileirismo (2) irrequieto, buliçoso, turbulen-to, e como familiar (4) erótico, namorador.

Baixa da égua - lugar imaginário, incerto,duvidoso, distante, "longe que só a porra", não sa-bido. (AL, PB, RN, CE, PI). Aurélio Buarque não re-gistra esta forma.

Cruviana- garoa fina da madrugada, frio,vento frio irritante que sopra de madrugada. (AL, PB,RN, PI). Em Pernambuco tem o sentido de preguiça,indolência. Aurélio Buarque registra como brasilei-rismo do Norte e Nordeste.

Dar fé - perceber, observar, dar por si, repa-rar, tomar tento. (PB, RN, CE, PI).Aurélio Buarquenão registra.

Descansar - dar à luz, parir, ter filho. (BA,AL, PB, RN, CE, PI). Aurélio Buarque registra comobrasileirismo.

Dor de veado - cólica no baço, dor do ladodireito, na altura da região do apêndice. (BA, PB, RN,CE).Aurélio Buarque registra como brasileirismo doNorte e Nordeste.

Estalicido - estalicídio - gripe, resfriado, cons-tipação, coriza, asma. (PB, CE, PI).Aurélio Buarqueregistra como brasileirismo da Bahia.

Gastura - indisposição estomacal, enjôo, náu-seas, sensação de fome, sensação desagradável pro-duzida pelo tato, audição ou ao sabor. (BA, AL, PE,PB, RN, CE, PI, MA).Aurélio Buarque registra comobrasileirismo.

Inticar - ter prevenção ou má vontade contraalguém, implicar, provocar, ficar de marcação. (BA,AL, PB, RN, PI). Aurélio Buarque registra comoprovincianismo lusitano e açoriano, forma enticar.

6 Conclusão

Pela rápida análise que realizamos nos oitodicionários regionais do Nordeste, pode-se concluirque as palavras e expressões consideradas de cadaum desses estados, na realidade a grande maioria éencontrada, também, nos demais estados do nordes-te. Das treze palavras analisadas, apenas três não sãoregistradas no Aurélio, as demais são registradas comobrasileirismo, dessas, apenas três são registradas comobrasileirismos do Norte e/ou do Nordeste e apenasuma diz que é uma forma popular.

Uma pesquisa mais aprofundada poderá nosdá uma visão melhor do que se pode considerar léxi-co regional nordestino e léxico de linguagem popularbrasileira e não apenas léxico nordestino.

Isto poderá ser mais um caminho para com-provar uma de nossas hipóteses ao trabalharmos com

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linguagem regional/popular, ou seja, para nós as di-ferenças diatópicas não são muito significativas. Oque é mais marcante são grandes diferençasdiastráticas no léxico da língua portuguesa do Brasil.

7 Bibliografia

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