8/14/2019 DinizPoetryLesson|Materials

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Poetry and Emigration in a Portuguese Language Classroom

Levels: Intermediate/advanced

Objective: The students will learn language, history, culture, and

Portuguese-American linguistic expressions through a poem that conveysthe trajectory of emigrants from the islands of the Azores to the state ofCalifornia.

National Standards Addressed:

Standard 1.1: Students engage in conversations, provide and obtaininformation, express feelings and emotions, and exchange opinionsStandard 2.2: Students demonstrate an understanding of the relationshipbetween the products and perspectives of the culture studiedStandard 3.2: Students acquire information and recognize the distinctiveviewpoints that are only available through the foreign language and itsculturesStandard 4.2: Students demonstrate understanding of the concept ofculture through comparisons of the cultures studied and their own.Standard 5.1: Students use the language both within and beyond theschool setting

Stages

Into:

With music played with a traditional 15-string guitar from the island of Terceira, the teacher recites thepoem Joo Valente written by lamo Oliveira (included below).

Through:

1. Each student gets a cut-a-way of the poem (indicated by the different sections in which the poemhas been divided). Students have 5-7 minutes to line-up according to how the poem is written.2. Once again, the teacher recites the poem and students may change the order they have lined-up inorder for it to be correct.3. Students recite the poem collectively. Each student recites the portion that she/he has.4. Students get a full copy of the poem and are encouraged to read one favorite stanza.5. In pairs students work on writing as many Portuguese-American words as they can identify in thetext. They write the word expressed in the text, and the corresponding real words in English and inPortuguese. This is followed by a short debrief session with the entire class. The teacher goes throughall the Portuguese-American words in the text.6. In groups of four the students do a memory activity matching colloquial phrases with translations inEnglish.7. Verdade/Falsostudents respond to an amalgam of questions regarding the content and themessages of the poem.8. In pairs the students answer, in writing, with complete sentences, 20 questions about the poem.

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9. Portuguese misspellsstudents find the words in the poem that the author misspelled in order to bephonetically close to the pronunciation of a rural freguesia in the Azores in the 1960s and 1970s.10. The students get a hand-out (from the first edition ofPortugal, Lngua e Cultura) with Portuguese-American words and volunteers read the dialogue in the hand-out.11. In pairs students create a small phone dialogue between two relatives, one in the Azores and one inCalifornia. The dialogue must include a few Portuguese-American words and must make reference to

everyday situations, such as the poem does.

Beyond:

1. Students write a 3 paragraph e-mail to a relative (or friend) in a Portuguese speaking country abouteveryday situations in their life and ask questions about what is going-on in his/her respectivecountry/area.2. Students are given a situation in the Portuguese-American world and they create a dialogue that ispresented to class, either in front of the class or recorded and then played in class. The students areencouraged to use Portuguese-American words (examples of situations that are relevant to the localcommunity: four Portuguese-Americans playing cards in a Portuguese-American club; threePortuguese ladies in a Portuguese church service; three Portuguese-American ladies in a Portuguese-American Festa; three Portuguese-Americans working in a dairy; a Portuguese-American family at thedinner table; a Portuguese-American family driving to Pismo Beach., etc.)

Note: This lesson is followed by several others with the theme Immigration from Portugal to theUnited States. The students read excerpts from Os Aorianos na Californiaby Dr. Mayone Dias, doan amalgam of written and oral activities around the interviews read, watch and do a Powerpointactivity around the documentaries Off the Boat and Tradies Portuguesas na Califrnia; then theunit culminates with another Beyond-activity: The Interview!

Students interview, in Portuguese, an immigrant from Portugal and/or Brazil. Students are given tenbasic questions and then they ask 5 on their own. The interviews are recorded, audio or video (extra-credit for video). The students are encouraged to use someone in their family. If they arent ofPortuguese ancestry or dont know someone who was an immigrant, the teacher gives a list of people,who have been previously contacted and are willing to be interviewed.

2009 Diniz Borges

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carta de joo valente(raminhense da terceira)

a seu irmo embarcado nacalifrnia (gastinhas)

ou ento

cantigas de como se picamos olhos de misria em picosde abundncia

Escrevo-te esta cartaPra saber como vais passando.A saudade que nos farta,Mas, por c, vamos andando

Muito bem, graas a Deus.

Nestas linhas, que alinhavoMuito mal, desejo aos teusTamm sade. Por mim, cavo,

Desta hora, a mo na pena,Poucas letras e saberes;Tua carta to pequenaQue nos fala em teus haveres.

C ficou o teu vazioEm manh de cravos goivos.(Lembro que o ar tava frio;Rosa e Manel tavam noivos).

E a saudade se quedou,Como caldo na tigela,No corao que estralou,Como vidro na janela.

Mas juntaste p-de-meia.J tens um bum bocado.Isso terra de mo-cheia,Taleigo bem aviado.

Gostei de saber que tensFriza e um novo meximSfas, clausetas, sertsE alvaroses dingrim.

J sei que tens fogo,Uma trela e talaveijaE que j vives no To. Mas que sorte!, salvo seija!

E cuma pisca de dlasTe vestiste numa esta Issqu brunir violas,Nem fidalgo de Lisboa!

Tudo parece um ingano!

Quase choro de contente!Que terra essa, mano,Que d tanto de repente!

Quando estiveres da banda(E se isto puder ser),Tira retratos e manda,Que a gente gosta de ver

Vocs e essas grandes vistasColoridas um conslo!Mesmo co mexim das fitas... Anda l. No seijas tolo!

E, antes que me esquea,Tu diz-me se vens croarPr vero. No acontea,Depois , no teres lugar

Nos bdos do Esprito Santo.Os pilhoiros esto dadosE eu preciso saber quantoDs plos bezerros mercados

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Pr funo. Que, com certeza,Queres, de tudo, abundana...:Spas e carne na mesaE msica na briana.

S o gosto da salvao,Vocs virem este ano!E termos (oh, corao!)Em casa, um amercano.

A saca dncomendas,Coas roipas que no usas,J chegou. No h imendasNem nas calas nem nas blusas.

E dizias que a mandavas

No por ser de coisas raras;Que eram roipas muito usadas.Afinal, buas e caras.

Fica tudo como um pregoE c do-nos muito jeito;Precisa apenas um repregoNos alvaroses de peito.

A roipa poliestraFica mesmo um assento.Domingo da nossa festaFarei grande luzimento.

E as suras prs pequenosTamm sto desbancar...Sto gordinhos e morenosCabritinhos a saltar.

Mas quem vai ficar caipora Maria, a minha dona,Cum vestido de sinhoraNem burrinha de atafona.

Seija pla vossa sade!(Tanta abundana nos dais!)Que Deus sempre vos ajudeE depare cada vez mais

Nessa terra de grandeza.Agora, as novidadesSo as mesmas da tristeza,Do levantar s trindades.

O que primeiro entristeceuE que j dorme no cho,Foi ti Jaquim que morreuCum malzim do corao.

A Galanta j pariu

Uma bezerra amarela.O trevo, por mor do frio,Queimou-se que nem morcela.

Domingo a matana,Tenho inhames no quintal.O Raminho tem uma danaPrs dias do Carnaval.

A Rosa j se casou,Mora na casa da grota.E, do mais que se passou,Nosso Antnio t na tropa.

E, logo que o tempo faa,Sua sorte vai tentar.Diz que a ilha, nem de graa!Pensa j em embarcar.

E j se secou tammA figueira das coirelas.Nossa casa, agora, temTinta verde nas janelas.

De resto, por cada dia,Trabalho vergado ao cho:Mesma raiva na barria;Mesmo vazio na mo.

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Que aqui, em cada ano,Smos sempre menos gente. Que terra esta, mano,Que nada d de repente!

(Tantas vezes j picadoFui na alma e no corpo,Que se me dano danado,Cairei, por terra, morto).

Vem barulho da cozinha.O mais moo bate prato.(T malinho nem doninha,Int luvou um sopapo!)

E agora, se me oives,

Tremino. Vamos cearO mesmo caldo de coivesDo almoo e do jantar.

Tira os erros destas linhas,Minha iscola foi a enxada;No d grandes ladainhas...Bem bum! melhor que nada!

E j me chama a Maria(Eu estou no meio da casa).Enfim! Int calquer dia!Tenho um sono que me arrasa.

Vo saudades para os teus,Dos vizinhos. E, da gente,Um abrao e um adeus.Teu irmo

Joo Valente.

(Eu fui ao Pico, piquei-me)lamo Oliveira