Diferenças na ultra-estrutura de células pavimentosas do epitélio branquial em Hoplias...
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Diferenças na ultra-estrutura de células pavimentosas do epitélio branquial em Hoplias
malabaricus.
S. E. MORON, E, M. N. FERNANDES*
Universidade Federal de São Carlos
Received 13 July 1995, Accepted 28 November 1995Journal of Fish Biology (1996), 49, pg 357-362.
Nas brânquias de peixes são encontrados dois tipos de epitélios:
O epitélio multicamada ao redor de todo o filamento (epitélio não respiratório) e;
O epitélio de dupla camada (epitélio respiratório) que recobre as lamelas secundárias;
Este epitélio consiste de diferentes tipos celulares, sendo 90% delas, células pavimentosas;
O trabalho descreveu as ultra-estruturas encontradas no epitélio pavimentoso das brânquias de H. malabaricus.
Carregam vários modelos de microrrugas e microvilosidades.
Num total, foram coletados 10 juvenis e adultos pesando de 10-400g, do reservatório Monjolinho da UFSCar.
• Os peixes foram mortos por um golpe preciso na cabeça;
• Os filamentos branquiais foram extraídos cuidadosamente dos arcos branquiais;
• Fixados em Glutaraldeido;
Amostras de tecidos foram pós-fixadas com tetróxido de ósmio, para serem submetidos a microscopia eletrônica de transmissão.
Cortes foram submetidos aos corantes:
• azul de toluidina;
• acetato de uranila e;
• citrato de chumbo.
Microscopia eletrônica de varredura:
• Os cortes foram desidratados por etanol e acetona,
• Secos até um ponto crítico usando CO2 líquido como uma transição,
• Revestidos de ouro a vácuo por pulverização catódica e,
• Examinados.
As células pavimentosas do epitélio não respiratório apresentaram as seguintes características:
• Células de escamosa para cubóide com núcleo irregular,
• Matriz citoplasmática eletrondensa,
• Aparelho de golgi bem desenvolvidos,
• Retículo endoplasmático rugoso abundante,
• Numerosos ribossomos e,
• Um pequeno número de mitocôndrias, se comparadas com as células de cloreto.
Entroncamentos de espaços apertado, incluindo pelo menos um a quatro desmossomos, que caracterizam as junções intercelulares entre as células pavimentosas e de cloreto.
A superfície destas células apresenta uma forma poligonal com diâmetro de 4-6 µm, 1-6 µm de comprimento com uma fina camada de glicocalix, que retém muco, contribuindo com a redução da ação abrasiva de partículas suspensas na água, durante a ventilação.
(a) Observar o padrão de microrrugas do epitelio das células pavimentosas (PVC), as mucosas (MC) e as aberturas das células de cloreto (CC). Bar = 1 µm.
(b) Mostra os complexos juncionais entre as células de cloreto (CC) e de células pavimentosas (PVC)
(c) Entre duas células pavimentosas.
Note o número notável de desmossomos (setas) entre o cloreto e células de pavimento e da altura microrrugas (setas). m, mitocôndrias; N, núcleo. Bar = 1 µm.
O epitélio de transição entre as lamelas secundárias apresentam espaços e curtas microrrugas na superfície apical da membrana das células pavimentosas.
Aos poucos, a superfície das células pavimentosas torna-se mais espessa devido ao glicocálix.
Fig 2 e 3.
FIG. 2. (a) varredura dos filamentos branquiais (F) de H. malabaricus no início das lamelas secundárias (SL).
Observar a mudança na arquitetura da superfície apical das células pavimentosas (PVC), alisamento das células sobre a superfície das lamelas secundárias e no espaço interlamelar (I).
As setas indicam as células de cloreto. Bar = 10 µm.
(b) Fotomicrografia eletrônica de transmissão do epitélio do filamento no início das lamelas secundárias.
Note a altura de microrrugas (setas). PC, celular pilar; E, hemácias; MC, células mucosas; PVC, células epiteliais pavimento. Bar = 5 µm.
FIG. 3. (a) Fotomicrografia eletrônica de varredura das lamelas secundárias de H. malabaricus. Observe o pavimento liso com células epiteliais (PVC). Microssaliências são encontrados na fronteira da célula (seta). Bar = 5 µm.
(b) Fotomicrografia eletrônica de transmissão de uma seção transversal das lamelas secundárias. Observar a superfície do pavimento de células da camada externa do epitélio respiratório. Microssaliências (setas) com os limites das células. E, hemácias; PC, celular pilar. Bar = 5 5 µm.
(c ampliação) Alto do epitélio respiratório mostrando o complexo juncional (seta) entre as células do pavimento e; a superfície lisa apical da célula recoberta pelo glicocálix (Gli). bl Lâmina basal; g, complexo de Golgi; m, mitocôndrias; N, núcleo; PC, células pilar; RER, retículo endoplasmático rugoso. Bar = 1 µm.
As células pavimentosas lisas do epitélio respiratório, também apresentaram forma poligonal com diâmetros variando de 5 a 10 µm, e os limites celulares foram definidos por microrrugas.
As células são lisas e apresentam núcleos alongados;
A matriz citoplasmática eletrodensa contem:• Pequenas mitocôndrias, • Complexo de golgi bem desenvolvido, • Abundantes RER e • Ribossomos • Raramente são encontradas vesículas perto da superfície da célula.
As conexões intercelulares são curtas e os desmossomos normalmente ausentes;
A matriz citoplasmática é menos eletrondensa e pobre em organelas.
Não foram observadas estruturas de junção entre as camadas celulares internas e externas
As alterações estruturais nas células pavimentosas do epitélio das lamelas secundárias não suportam a redução de microrrugas ou microvilosidades, relacionada a uma redução na eficiência de troca gasosa,
• Embora se saiba que os recortes superficiais das células branquiais, podem facilitar a adesão de moléculas de água ajudando a difusão dos gases,
• Turbulência e mistura de água causada pelas projeções célula apical pode ser vantajoso para as trocas gasosas
H. malabaricus é um peixe de respiração eficiente e muito tolerante a hipoxia;
Sendo capaz de viver na mesma água hipóxica de espécies Amazônia como, Hoplerythrinus unitaeniatus.
Seminário apresentado dia 25/09/2009 na disciplina Biologia Estrutural em Peixes, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Estadual Paulista – Júlio de Mesquita Filho - UNESP Campus de São José do Rio Preto – IBILCE por Felipe Pontieri de Lima.
Obrigado!