DETERMINAÇÃO DE BENZO(A)PIRENO EM CHÁ … · SPE Solid Phase Extration ... HPLC High Performance...

78
RAQUEL GARCIA PEREIRA BRATHWAITE DETERMINAÇÃO DE BENZO(A)PIRENO EM CHÁ VERDE CANOAS, 2010.

Transcript of DETERMINAÇÃO DE BENZO(A)PIRENO EM CHÁ … · SPE Solid Phase Extration ... HPLC High Performance...

RAQUEL GARCIA PEREIRA BRATHWAITE

DETERMINAÇÃO DE BENZO(A)PIRENO EM CHÁ VERDE

CANOAS, 2010.

RAQUEL GARCIA PEREIRA BRATHWAITE

DETERMINAÇÃO DE BENZO(A)PIRENO EM CHÁ VERDE

Trabalho de Conclusão do Curso realizado no Centro Universitário Unilasalle, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Química.

Orientação: Profa. Dr

a Marisa Tsao.

CANOAS, 2010

RAQUEL GARCIA PEREIRA BRATHWAITE

DETERMINAÇÀO DE BENZO(A)PIRENO EM CHÁ VERDE

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no Curso de Química do Centro Universitário La Salle – Unilasalle.

Aprovado pela avaliadora em 07 de julho de 2010.

__________________________________________ Prof

a. Dr

a Marisa Tsao

Unilasalle

À minha mãe, irmãos e ao Marcelo, pelo amor, amizade, compreensão e

confiança, o tempo todo.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que me deu uma família maravilhosa, saúde e força,

tornando possível a realização deste trabalho.

À minha mãe, Daunila, agradeço a todo seu carinho, por sua atenção e

compreensão, por sua dedicação e amor incondicional. Obrigada pelo exemplo de

vida e luta pelo papel de mãe e pai. A minha vitória é tua também, te amo.

Aos meus queridos irmãos, Felipe, Rafael, Kely e Gabriela (famosa e

complicada família Brath), e ao meu amado, Marcelo, família a qual amo muito e é

minha base para tudo nessa vida.

À minha orientadora, Dra. Marisa Tsao, pelo exemplo de profissional, pela

atenção, ajuda, compreensão e importantes ensinamentos e incentivos em todos os

momentos e também a todos os professores que puderam me ajudar nesta

caminhada.

A Souza Cruz, empresa da qual faço parte atualmente, pela grande

oportunidade que tive de crescer profissionalmente, pela disponibilidade, que

possibilitaram a realização deste trabalho.

A minha grande amiga Lilian, fiel companheira de trabalho e de faculdade

pelos grandes e ótimos momentos que vivemos, espero continuar a compartilhar

bons momentos da minha e da tua vida.

Agradeço, enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que

este trabalho se tornasse realidade.

“Você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que você enfrenta

o medo. Você tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue”.

Eleanor Roosevelt

RESUMO

Este trabalho descreve o estudo de determinação de Benzo(a)pireno, em amostras

de chá verde, utilizando Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de

Massas utilizando Impacto de Elétrons .

Palavras-chaves: Chá Verde. HPAs. Benzo(a)pireno. Cromatografia Gasosa.

Espectrometria de massas.

ABSTRACT

This work describes Benzo(a)pyrene determination, in green tea samples, using Gas

Chromatography Mass Spectrometry using electron impact.

Keywords: Green Tea. HPAs. Benzo(a)pyrene. gaseous Cromatografia.

Espectrometry of masses.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - O chá. ..................................................................................................16

Figura 2 - Campos de chá verde..........................................................................18

Figura 3 - A colheita de chá. ................................................................................19

Figura 4 - Estrutura molecular de alguns hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. .

.............................................................................................................22

Figura 5 - Estrutura molecular do B(a)P...............................................................23

Figura 5 - Esquema de um cromatógrafo a gás. ..................................................35

Figura 6 - Cromatograma ideal para uma amostra contendo três substâncias. ...36

Figura 7 - Esquema de componentes de um sistema de cromatografia gasosa

com espectrometria de massas (GC/MS) ............................................37

Figura 8 - Esquema representativo de um analisador tipo quadrupolo ................38

Figura 10 - Amostras pesadas e prontas para iniciar o procedimento ...................51

Figura 11 - Etapa de filtração .................................................................................52

Figura 12 - Secagem em evaporador rotatório.......................................................52

Figura 13 - Etapa de eluição da amostra ...............................................................53

Figura 14- Coleta do Benzo(a)pireno após a eluição ............................................54

Figura 15 - Transferência da amostra para frasco (vial) cromatográfico................54

Figura 16 - Injeção em CG/MS...............................................................................55

Figura 17 - Curva de calibração de B(a)P..............................................................62

Figura 18 - Cromatograma do ponto 7 da curva de calibração. .............................65

Figura 19 - Espectro de massas do B(a)P D12 (PI), íons 260 e 264. ....................66

Figura 20 - Espectro de massas do Padrão B(a)P, íons 250 e 252. ......................66

Figura 21 - Cromatograma da amostra 4, extração do chá com diclorometano.....67

Figura 22 - Cromatograma da amostra 4, extração da infusão com diclorometano...

.............................................................................................................68

Figura 23 - Espectro de massas da amostra 4, massa 260 e 264 (B(a)P D12.) ....68

Figura 24 - Espectro de massas da amostra 4, massa 250 e 252 (B(a)P).............69

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação em grupos de acordo com a evidência de

carcinogenicidade de HPAs em humanos e em animais. ....................27

Quadro 2 - Classificação de alguns HPAs de acordo com grupos estabelecidos

pela IARC, relacionada carcinogenicidade...........................................28

Quadro 3 - Níveis de (B(a)P) reportados na literatura para alguns alimentos........31

Quadro 4 - Níveis máximos de B(a)P em alguns tipos de alimentos de acordo com

o Regulamento (CE) nº 208, de 04 de fevereiro de 2005, da

Comunidade Européia..........................................................................32

Quadro 5 - Padrões analíticos utilizados. ..............................................................46

Quadro 6 - Soluções estoque primárias.................................................................47

Quadro 7 - Soluções estoque secundárias. ...........................................................47

Quadro 8 - Soluções estoque terciárias. ................................................................48

Quadro 9 - Soluções para estabelecer a curva de calibração................................49

Quadro 10 - Íons Selecionados e Tempo de Retenção ...........................................57

Quadro 11 - Condições de análise do extrato de chá verde por GC-MS .................58

Quadro 12 - Dados de área versus concentração dos padrões...............................61

Quadro 13 - Estudo de Limites de Detecção e Quantificação..................................64

Quadro 14 - Limites de Detecção e Quantificação do método CG/MS. ...................64

Quadro 15 - Percentagem de recuperação de B(a)P em 3 níveis de fortificação. ...64

Quadro 16 - Resultados de B(a)P obtidos pelo método CG/MS proposto. ..............69

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

B(a)P Benzo(a)pireno

B(a)PD12 Benzo(a)pireno dodecadeuterado

CCD Cromatografia em Camada Delgada

CG Cromatografia Gasosa

CG/MS Cromatografia Gasosa com Detector de Massas

SIM Monitoramento de Íons Seletivos

DCM Diclorometano (CH2Cl2)

HPAs Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

IARC International Agency for Research on Câncer

EPA United States Environmental Protection Agency

LD Limite de Detecção

LQ Limite de Quantificação

PI Padrão Interno

ND Não Detectado

mg Miligrama

ng Nanograma

r2 Coeficiente de Correlação

SPE Solid Phase Extration (Extração em Fase Sólida – EFS)

Ai Área do analito na amostra

Api Área do padrão interno na amostra

I Coeficiente linear da curva analítica

Qpi Quantidade de padrão interno adicionado (ng)

S Coeficiente angular da curva analítica

m Massa da amostra

EUA Estados Unidos da América

CTC Cortar, Triturar, Concentrar

OMS Organização Mundial de Saúde

FAO Food and Agriculture Organization

JECFA Joint Expert Commite on Food Additive (Comitê Conjunto de

Peritos em Aditivos Alimentares - CCPAA)

IPCS International Programme on Chemical Safety (Programa

Internacional de Segurança Química – PISQ)

CE Comunidade Européia

ELL Extração Líquido-Líquido

HPLC High Performance Liquid Chromatography (Cromatografia

líquida de alta eficiência – CLAE)

FE Fase Estacionária

FM Fase Móvel

CH Cicloexil

IE Impacto de Elétrons

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................14

2 OBJETIVOS .................................................................................................15

2.1 Objetivo geral ..............................................................................................15

2.2 Objetivos específicos .................................................................................15

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................16

3.1 A história do chá .........................................................................................16

3.2 Os chás ........................................................................................................17

3.2.1 Etapas de processamento do chá ................................................................19

3.2.1.1 Drenagem.....................................................................................................20

3.2.1.2 Vaporização..................................................................................................20

3.2.1.3 Rotação ........................................................................................................20

3.2.1.4 Secagem.......................................................................................................21

3.2.1.5 Triagem.........................................................................................................21

3.3 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos ................................................21

3.3.1 Benzo(a)pireno .............................................................................................23

3.3.1.1 Propriedades físico-químicas........................................................................23

3.3.1.2 Aspectos históricos.......................................................................................24

3.3.1.3 Fontes emissoras..........................................................................................25

3.3.1.4 Toxicidade ....................................................................................................26

3.3.1.5 Contaminação em alimentos ........................................................................29

3.4 Legislação vigente ......................................................................................30

3.5 Evolução da metodologia analítica para determ inação de B(a)P em

alimentos, bebidas e águas . ......................................................................32

3.6 Cromatografia .............................................................................................33

3.6.1 Cromatografia em fase gasosa .....................................................................34

3.7 Espectrometria de Massas .........................................................................36

3.7.1 Ionização por impacto de elétrons ................................................................37

3.7.2 Analisador.....................................................................................................38

3.8 Validação de resultados .............................................................................39

3.8.1 Linearidade ...................................................................................................39

3.8.2 Limite de Detecção (LD) ...............................................................................41

3.8.3 Recuperação ................................................................................................42

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................44

4.1 Amostragem ................................................................................................44

4.2 Materiais ......................................................................................................44

4.3 Equipamentos .............................................................................................45

4.4 Reagentes ....................................................................................................45

4.5 Padrões ........................................................................................................46

4.6 Preparo de Padrões ....................................................................................46

4.6.2 Soluções estoques secundárias ...................................................................47

4.6.3 Soluções estoques terciárias ........................................................................48

4.6.4 Solução de trabalho de padrão interno - B(a)P D12 .....................................48

4.6.6 Soluções padrão para estabelecer a curva de calibração ............................48

4.7 Método de extração ....................................................................................50

4.7.1 Extração do chá seco ...................................................................................51

4.7.2 Extração em fase sólida (SPE- Solid Phase Extration).................................53

4.7.3 Extração da infusão ......................................................................................55

4.7.3.1 Método 1.......................................................................................................55

4.7.3.2 Método 2.......................................................................................................56

4.7.3.3 Extração em fase sólida................................................................................56

4.8 Método de Análise ......................................................................................57

4.8.1 Condições de CG/MS ...................................................................................57

4.9 Quantificação ..............................................................................................58

4.10 Linearidade ..................................................................................................59

4.11 Limite de detecção ......................................................................................59

4.12 Limite de quantificação ..............................................................................59

4.13 Recuperação ...............................................................................................60

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................61

5.1 Parâmetros de validação de resultados ...................................................61

5.1.1 Linearidade ...................................................................................................61

5.1.2 Limite de detecção e limite de Quantificação................................................62

5.1.3 Recuperação ................................................................................................64

5.2 Cromatogramas ..........................................................................................65

5.2.1. Cromatograma de Padrão ............................................................................65

5.2.1.1 Extração dos íons monitorados do Padrão ...................................................66

5.2.2 Cromatograma de amostra ...........................................................................67

5.2.2.1 Extração dos íons monitorados de amostra contaminada. ...........................68

5.3 Avaliação de resultados obtidos por extração com solvente .................69

5.4 Avaliação de resultados obtidos da extração d a infusão .......................70

6 CONCLUSÕES ............................................................................................71

REFERÊNCIAS ............................................................................................72

14

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a contaminação de alimentos por substâncias tóxicas

tem sido objeto de intensas pesquisas (TFOUNE, 2005; BETTIN, FRANCO, 2005).

Dentre essas, destacam-se os estudos relacionados aos Hidrocarbonetos

Policíclicos Aromáticos (HPAs), compostos químicos que têm sido detectados em

alimentos e bebidas (CARUSO, 2007), formados principalmente em processos de

combustão incompleta de matéria orgânica. Encontram-se amplamente distribuídos

na natureza como contaminantes de solos, ar, água e alimentos e esses compostos

são considerados importantes contaminantes devido a seu elevado potencial

genotóxico, mutagênico e carcinogênico, sendo capazes de desencadear doenças

degenerativas no ser humano, dependendo da susceptibilidade genética de cada

indivíduo e freqüência de exposição a esses compostos (CAMARGO, TOLEDO,

2002b; PEREIRA NETO et al, 2000).

Dentre os HPAs carcinogênicos, destaca-se o Benzo(a)Pireno (B(a)P), potente

carcinógeno que tem sido utilizado por diversos pesquisadores como indicador da

presença desses compostos em alimentos. No Brasil, já foram desenvolvidas

metodologias direcionadas à determinação desta substância tóxica em produtos

cárneos, óleos, gorduras e derivados, além de pesquisas de avaliação dos efeitos

tóxicos no organismo humano (CAMARGO, TOLEDO, 2002a).

A contaminação de alimentos e bebidas por B(a)P pode ocorrer por meio de

duas fontes principais: fontes naturais (processos geoquímicos, atividades

vulcânicas e biossíntese por algas) e fontes antropogênicas (queimadas em

florestas; atividades industriais como defumação, secagem direta com madeira e

torrefação e poluição ambiental como tráfego, sistemas de aquecimento,

vazamentos de óleo) (BETTIN, FRANCO, 2005; SIMAL-GÁNDARA et al., 2005;

GODOI et al., 2004; CONDE et al., 2004; EC, 2002; IPCS, 1998).

Com base no exposto, este trabalho visa avaliar a possível contaminação do

ser humano com a ingestão do composto químico Benzo(a)Pireno, através do chá

verde, além de avaliar suas implicações como substância tóxica para o organismo

humano.

15

2 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho dividem-se em objetivos gerais e específicos.

2.1 Objetivo geral

Determinar a presença de Benzo(a)pireno em amostras de chá verde.

2.2 Objetivos específicos

a) Determinar Benzo(a)pireno em amostras de chá verde, por Cromatografia

Gasosa acoplada a Espectrometria de massa com Impacto de Elétrons

por:

- Extração com diclorometano (solvente);

- Extração com água, por infusão.

b) Comparar os resultados obtidos pelos dois tipos de extração estudados;

c) Discutir o alto potencial toxicológico do benzo(a)pireno à saúde humana.

16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O levantamento bibliográfico foi realizado para elucidar questões polemicas a

respeito da toxicidade do benzo(a)pireno.

3.1 A história do chá

O chá é a segunda bebida mais consumida no planeta, logo depois da água.

Cada cultura tem seus próprios costumes envolvendo o chá. Os japoneses, por

exemplo, consideram o chá muito importante e criaram a Cerimônia do Chá, ou

Chanoyu, como uma celebração ritualista da bebida. Muitos norte-americanos

bebem chá gelado - e os que moram no sul dos EUA são famosos por consumir

grandes quantidades de chá doce. A "hora do chá" ou o "chá da tarde" é uma

tradição britânica (HOWSTUFFWORKS, 2008).

Figura 1 - O chá

Fonte: (HOWSTUFFWORKS, 2008).

Embora seja considerado, em grande parte, uma bebida social, os estudiosos

reconhecem o chá como uma substância medicinal há milhares de anos. Uma

pesquisa recente parece confirmar essas afirmações, sugerindo que o chá oferece

17

vários benefícios para a saúde, incluindo a redução do risco de câncer ou de doença

cardíaca (KANG, 2010).

Sabemos muito pouco sobre as origens do chá. Os humanos podem ter

consumido chá por dezenas de milhares de anos, mas os registros que fazem

referência ao chá têm apenas cerca de 2 mil anos. Um mito permaneceu, o do

lendário imperador chinês Shen Nung que, segundo dizem, governou há mais de 5

mil anos. Shen Nung era conhecido como um talentoso cientista e artista e, para

reforçar a higiene na China, pediu que todas as pessoas fervessem a água que seria

bebida. Durante uma visita a uma região distante da China, ele parou com sua corte

para descansar. Enquanto seus criados preparavam a água, uma rajada de vento

levou algumas folhas de um arbusto próximo para dentro da água, deixando o

líquido com uma coloração marrom-amarelada. Como era um cientista curioso, Shen

Nung decidiu experimentar a água. Ele bebeu a infusão e achou a bebida

revigorante. Assim, estava criado o chá (HOWSTUFFWORKS, 2008).

3.2 Os chás

Existem quatro tipos principais de chá: o verde, o preto, o de oolong (vermelho)

e o chá branco. A cor do chá verde é variável, sendo que os tons variam entre o

verde e o amarelo, além de o gosto e o aroma da bebida serem bastante

característicos.

O que muitas pessoas não sabem é que esses quatro tipos de chá vêm de uma

única planta, a Camellia sinensis e não de quatro espécies de plantas diferentes.é a

maneira como as folhas de chá são processadas que são originados os diversos

tipos de chás, com seus sabores, cores e aromas específicos.

18

Figura 2 - Campos de chá verde Fonte: (HOWSTUFFWORKS, 2008).

O chá, sob certos aspectos, é parecido com o vinho porque o ambiente em que

ele é cultivado determina a maior parte de seu sabor e qualidade. As plantas

utilizadas para a produção de chá costumam se adaptar melhor em solos ácidos e

em regiões com alto índice de chuvas (cerca de 1 m por ano) (HOWSTUFFWORKS,

2008).

Chás produzidos em grandes quantidades são cultivados em plantações em

mais de 30 países, mas os quatro maiores produtores são a China, a Índia, o Quênia

e o Sri Lanka. A maioria dos chás é colhida à mão para que se possa conseguir a

qualidade necessária, enquanto que o uso de máquinas tende a danificar muito as

folhas. Geralmente são feitas duas colheitas durante o ano, a primeira no início da

primavera e a segunda no verão. Os cultivadores mantêm a planta do chá no estágio

inicial do cultivo com podas constantes, e colhem apenas duas folhas e um botão

dos topos das plantas (HOWSTUFFWORKS, 2008).

19

Figura 3 - A colheita de chá

Fonte: (HOWSTUFFWORKS, 2008).

Assim que os trabalhadores recolhem quantidades suficientes de folhas de chá, o

estoque é levado rapidamente a uma fábrica que deve ficar localizada próxima da

origem das folhas, porque, a partir do momento em que a folha é colhida, a oxidação

já começa. O que distingue o chá verde dos demais é o seu processo de oxidação e

no caso do chá verde, este não é oxidado, o que faz dele o mais claro de todos os

chás – varia entre o verde e o amarelo claro – e aquele que mantém um dos maiores

e mais potentes níveis de antioxidantes, apenas superado pelo chá branco. Colhido

manualmente, são apanhadas sempre duas folhas e um rebento da planta Camellia

sinensis para confeccionar o chá verde. Em vez de serem oxidadas, as folhas são

imediatamente cozidas ao vapor, enroladas e deixadas para secar – só assim é que

se consegue preservar a sua cor verde.

3.2.1 Etapas de processamento do chá

Existem duas maneiras de produzir o chá verde: por meio do método ortodoxo

e pelo método "Cortar, Triturar, Concentrar" (CTC). Os dois possuem cinco etapas

comuns, sendo a principal diferença é que no método ortodoxo o processamento é

feito à mão, ao passo que pelo CTC, são feitos por máquinas.

20

A seguir serão detalhadas as etapas de processamento do chá.

3.2.1.1 Drenagem

Na etapa de drenagem, as folhas de chá são espalhadas em grandes grupos e

drenadas, isso é feito para que as folhas liberem um pouco da umidade retida nas

folhas.

3.2.1.2 Vaporização

Depois que as folhas foram drenadas elas são colocadas em bandejas

quentes, onde sofrem o processo denominado de vaporização. Neste, o processo de

oxidação é interrompido, fazendo com que a folha de chá permaneça em seu estado

atual, mantendo a coloração naturalmente verde.

3.2.1.3 Rotação

No processo de rotação pelo método ortodoxo, as folhas são giradas para que

a umidade restante seja liberada, revestindo a superfície das folhas. Esse método é

particularmente delicado, onde as folhas de chá costumam ficar inteiras. Já pelo

método CTC, ocorre o corte das folhas de chá em pedaços pequenos e o resultado

é um produto com aspecto de pó.

21

3.2.1.4 Secagem

No processo de secagem as folhas são secas com ar quente e as suas cores

podem mudar desde de o tom cobre até o marrom ou preto.

3.2.1.5 Triagem

O processo final de triagem envolve a seleção das folhas de chá de acordo

com o tamanho e a qualidade.

3.3 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos

Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) são produzidos por

combustão incompleta ou pirólise da matéria orgânica. A formação pirolítica de

HPAs é bastante complexa e variável, dependendo das condições reacionais. O

esquema mecanístico aceito para esta reação envolve a polimerização via radicais

livres, em várias etapas, até a formação de núcleos aromáticos condensados

(LOPES, ANDRADE, 1996) (Figura 4). A formação destes compostos depende de

fatores como tipo da biomassa presente, quantidade de oxigênio disponível, pressão

e, principalmente, de calor, pois a concentração de HPAs aumenta linearmente na

faixa de temperatura de 400 a 1000 ºC (CONDE et al., 2004).

Estudos revelam que os HPAs podem ser provenientes de várias fontes

antropogênicas como: queima do carvão, escapamentos de veículos, óleos

lubrificantes usados em motores, fumaça de cigarro, dentre outras, bem como de

fontes ambientais como erupções vulcânicas e queimadas espontâneas. A

contribuição de fontes naturais é muito limitada, contribuindo com pequenas

quantidades de HPAs, enquanto que as fontes antropogênicas representam o

principal processo de emissão destes compostos (BETTIN, FRANCO, 2005; SIMAL-

22

GÁNDARA et al., 2005; GODOI et al., 2004; CONDE et al., 2004; European

Comission, 2002; IPCS, 1998).

Figura 4 - Estrutura molecular de alguns hidrocarbonetos policíclicos aromáticos Fonte: International Programme On Chemical Safety, 1998.

23

3.3.1 Benzo(a)pireno

Dentre os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, o benzo(a)pireno é um dos

mais conhecidos e estudados. Segundo a IUPAC, a grafia recomendada é

benzo[a]pireno, enquanto que o Chemical Abstract adota benzo(a)pireno. São

sinônimas as seguintes formas: benzo(def)criseno; 1,2-benzopireno; 3,4-

benzopireno; 6,7-benzopireno; alfabenzopireno; benzo(alfa)pireno; 3,4-benzpireno;

3,4-benz(a)pireno; B(a)P e B(a)P (IPCS, 1998; IARC, 1983).

Abaixo serão descritas algumas das principais características do composto

Benzo(a)pireno.

Figura 5 - Estrutura molecular do B(a)P Fonte: Chempider, 2010.

3.3.1.1 Propriedades físico-químicas

O Benzo(a)Pireno é um dos HPAs mais conhecidos e estudados. Sua fórmula

molecular é C20H12, apresentando massa molecular de 252,3 g/mol. Possui a

aparência de cristais em forma de agulhas de cor amarelo-pálido; apresenta baixa

volatilidade; pontos de fusão e ebulição de 178,1°C e 310 – 312°C (a 10 mmHg),

24

respectivamente; pressão de vapor a 25°C é de 2,13 x 10-5 Pa e a constante de

Henry a 20°C, 1,86x10 -5. Além disso, esse composto sofre foto-oxidação quando

exposto à luz solar ou radiação fluorescente (CARUSO, 2007).

Como os demais HPAs, o B(a)P é lipossolúvel, apresentando coeficiente de

partição octanol/água (log/Kow = logaritmo da concentração de equilíbrio (K) ou do

coeficiente de partição octanol (o) e água (w=water)) igual a 6,04 e solubilidade em

água a 25°C de 3,8 µg/L. Desta forma, em sistemas aquosos, o B(a)P tende a

concentrar-se em sedimentos ou permanecer associado à matéria orgânica em

suspensão (PEREIRA NETTO et al, 2000).

3.3.1.2 Aspectos históricos

As primeiras provas dos riscos ocupacionais e ambientais dos HPAs foram

obtidas em 1922 de estudos em que extratos orgânicos de fuligem tinham ação

tumoral em animais e, também pela ação neoplásica do extrato de material

particulado. De acordo com Cunha (2007), pode-se considerar como o início da

química dos HPAs o isolamento do B(a)P do carvão, em 1931 e, subseqüentemente,

a sua síntese no mesmo ano. A identificação do B(a)P como uma nova substância

química, em 1933, permitiu identificar como sendo esta o agente cancerígeno em

animais. Em 1970 o B(a)P e outros HPAs foram caracterizados como agentes

cancerígenos, de distribuição mundial, em ambientes respiráveis e como

constituintes de aerossóis urbanos. Neste mesmo ano, foi reconhecido o poder

carcinogênico dos extratos de partículas atmosféricas até então atribuído ao B(a)P,

demonstrando que a atividade cancerígena não era somente devida a esta

substância, mas, também, à presença de outras substâncias orgânicas ainda

desconhecidas e também presentes no material orgânico de fontes de emissão

primárias (COSTA, 2001).

Também nos anos 70 foi introduzido um método muito sensível e eficaz para a

determinação da mutagenicidade de substâncias químicas, por meio de ensaios

envolvendo bactérias do gênero Salmonella que ficariam conhecidos como ensaio

de mutagenicidade ou "Teste de Ames – Salmonella" em homenagem a seus

25

autores (Ames et al., 1975). A partir desta época, muita atenção tem sido dada à

avaliação de HPA em matrizes ambientais e biológicas (COSTA, 2001).

3.3.1.3 Fontes emissoras

Os HPAs são emitidos por fontes naturais e antropogênicas. A contribuição

das fontes naturais é muito limitada restringindo-se, praticamente, à queima

espontânea de florestas e emissões vulcânicas. As fontes antropogênicas

representam o principal processo de produção de HPAs (Lee et al. 1981). A

queima de combustíveis como petróleo e seus derivados, carvão, madeira, gás de

carvão etc; produz HPAs e muitos outros poluentes atmosféricos. A quantidade e

os tipos de HPAs formados dependem das condições específicas do processo e

do tipo de combustível, sendo que processos mais eficientes emitem menores

quantidades de HPAs. A fumaça de cigarro, queimadas e calefação

(especialmente em países de clima temperado) são importantes fontes de HPAs e

derivados (Lopes et al. 1996). Os HPAs são oriundos também de fontes

tecnológicas que podem ser móveis ou estacionárias. Entre as fontes móveis,

destaca-se o motor de combustão interna como o principal emissor destas

substâncias para o ambiente. Este tipo de motor é o mais comum em diversos

veículos de transporte de cargas e passageiros. As fontes estacionárias são

subdivididas entre as utilizadas na geração de energia elétrica e calor e aquelas

ligadas à atividade industrial (produção de alumínio) e de incineração

(principalmente de rejeitos químicos) e podem emitir uma grande variedade de

produtos de combustão incompleta (Netto et al. 1999). As fontes veiculares de

emissão têm uma grande importância devido à complexidade e quantidade, cada

vez maior, de material que é lançado na atmosfera. O material particulado emitido

por veículos a diesel, por exemplo, é constituído principalmente de carbono

elementar que atua como superfície de condensação de HPAs e de outros

compostos aromáticos.

26

3.3.1.4 Toxicidade

O interesse pelo estudo da contaminação por HPAs e seus derivados reside no

fato de que muitos deles são potencialmente carcinogênicos e mutagênicos (IARC,

1983). Os HPAs estão entre aqueles poluentes que apresentam atividade

cancerígena e mutagênica, podendo provocar tumoração em animais e mutação em

bactérias (EC, 2002). A exposição humana aos HPAs pode ocorrer por diferentes

vias, como inalação, pele ou por ingestão. A ação exercida pelos HPAs é ativada

durante o seu processo metabólico, visando à formação de compostos

hidrossolúveis para facilitar a sua excreção. O mecanismo de eliminação envolve a

formação de epóxidos, seguidos de compostos polihidroxilados, os quais são mais

solúveis em água, viabilizando a sua eliminação pela via urinária. Um destes

intermediários pode reagir com a guanina do DNA e formar um aduto dando origem

a processos de tumoração (LOPES, ANDRADE, 1996). Segundo a International

Agency for Research on Câncer (IARC), os HPAs são classificados de acordo com a

evidência de carcinogenicidade em humanos e em animais experimentais.

Os agentes são divididos nos grupos 1, 2A, 2B, 3 e 4 e estão descritos no

quadro 1.

27

Grupo Caracterização

1

O agente é carcinogênico para humanos.

Esta categoria é atribuída quando existe

suficiente evidência de carcinogenicidade em

humanos.

2

Esta categoria inclui agentes que

apresentam evidência quase suficiente de

carcinogenicidade em humanos, ou que

apresentam suficiente evidência de

carcinogenicidade em animais experimentais.

Este grupo é ainda dividido em Grupo 2A

(prováveis carcinogênicos para humanos) e

Grupo 2B (possíveis carcinogênicos para

humanos).

2A

O Grupo 2 A é utilizado para os agentes que

apresentam limitada evidência de

carcinogenicidade em humanos e suficiente

evidência de carcinogenicidade em animais

experimentais.

2B

O Grupo 2 A é utilizado para os agentes que

apresentam limitada evidência de

carcinogenicidade em humanos e suficiente

evidência de carcinogenicidade em animais

experimentais. O Grupo 2 B refere-se a

agentes para os quais há inadequada

evidência de carcinogenicidade em

humanos, mas há suficiente evidência de

carcinogenicidade em animais experimentais

3 O agente não é classificado como

carcinogênico para humanos

4 O agente é provavelmente não carcinogênico

para humanos.

Quadro 1 - Classificação em grupos de acordo com a evidência de carcinogenicidade de HPAs em humanos e em animais.

Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2006a

28

O quadro 2 apresenta a classificação de alguns HPAs de acordo com a

evidência de carcinogenicidade

HPA Classificação

Antraceno Grupo 3

Benzo(a)antraceno Grupo 2B

Benzo(b)fluoranteno Grupo 2B

Benzo(j)fluoranteno Grupo 2B

Benzo(k)fluoranteno Grupo 2B

Benzo(g,h,i)fluoranteno Grupo 3

Benzo(c)fenantreno Grupo 2B

Benzo(a)pireno Grupo 1

Benzo(e)pireno Grupo 3

Criseno Grupo 2B

Coronono Grupo 3

Dibenzo(a,c)antraceno Grupo 3

Dibenzo(a,h)antraceno Grupo 2A

Dibenzo(a,j)antraceno Grupo 3

Fluoranteno Grupo 3

Fluoreno Grupo 3

Indeno 1,23-cd-pireno Grupo 2B

Naftaleno Grupo 3

Pireno Grupo 3 Quadro 2 - Classificação de alguns HPAs de acordo com grupos estabelecidos pela

IARC, relacionada carcinogenicidade Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2006b.

De acordo com a proposta do trabalho, que é a contaminação de

benzo(a)pireno em chá verde, no próximo item será abordada a somente a

contaminação de benzo(a)pireno em alimentos.

29

3.3.1.5 Contaminação em alimentos

Existem muitos estudos sobre a ocorrência de B(a)P em diversos tipos de

alimentos, incluindo óleos vegetais, margarinas, maionese, produtos lácteos, frutas,

vegetais, produtos defumados, chás, café, cereais, água, alimentos de origem

marinha, alimentos grelhados entre outros (TFOUNI, 2005).

No caso dos óleos vegetais, a presença desses compostos é atribuída à etapa

de secagem dos grãos, sendo a secagem à lenha a técnica que mais contribui para

a formação dos compostos e sua presença no produto final. Embora a

desodorização reduza os teores totais de HPAs, seu efeito não é substancial, sendo

necessário o controle do óleo bruto ou a utilização de carvão ativo para remoção

dessas substâncias (TOLEDO, CAMARGO, 1998).

A ocorrência de B(a)P em frutas e vegetais se deve principalmente à poluição

ambiental. Neste caso, o material particulado se deposita na superfície destes, onde

são concentrados pela camada de cera através de adsorção superficial (CAMARGO,

TOLEDO, 2002c). O nível de contaminação depende da localização da plantação e

da área de superfície do alimento exposta à contaminação. As plantações situadas

próximas a rodovias dão origem a produtos com maiores teores de B(a)P

(CAMARGO, TOLEDO, 2002a).

A contaminação de cereais se dá de maneira análoga à de frutas e vegetais,

sendo a área de cultivo um fator muito importante. Outra via de contaminação dos

grãos é a secagem dos mesmos pela aplicação de gases de combustão, com os

teores de B(a)P variando em função do tipo de combustível utilizado e das condições

de sua queima (CAMARGO, TOLEDO, 2002b).

A contaminação do café ocorre no processo de torrefação dos grãos. Quando

se prepara a bebida no modo tradicional (café coado em processo direto), 20 a 30%

dos HPAs totais presentes no pó de café são extraídos para a bebida; entretanto,

quando o pó de café é fervido juntamente com a água antes da filtração, forma-se

um complexo HPA-cafeína que facilita a passagem dos hidrocarbonetos para a

bebida, resultando em um café com maiores níveis de HPAs (CAMARGO, TOLEDO,

2002b).

O chá geralmente apresenta níveis superiores de B(a)P em relação ao café

torrado. A contaminação do chá se dá devido à poluição ambiental aliada à secagem

30

direta das folhas de chá (CAMARGO, TOLEDO, 2002b; CAMARGO, TOLEDO,

2002c).

Em produtos defumados os B(a)P são formados pela queima da madeira

utilizada no processo. A maior concentração de B(a)P nesses produtos se dá

imediatamente após a defumação, quando a sua concentração na fumaça diminui

devido à decomposição na presença de luz e à interação com outros compostos.

Estes podem penetrar no alimento, onde ficam protegidos da luz e do oxigênio;

depois de algum tempo, a concentração se estabiliza em um valor constante

(SIMKO, 2002). Segundo Azeredo (2001), o controle de alguns parâmetros

importantes como temperatura, distância da fonte geradora e concentração de

fumaça pode contribuir para a diminuição da contaminação de produtos defumados

por B(a)P. Nos processos de defumação industriais mais modernos, a fumaça é

gerada numa câmara separada e tratada antes de passar à câmara de defumação.

Passagem por filtros eletrostáticos e “lavagem” da fumaça (formação de fumaça

líquida) são algumas das técnicas utilizadas para diminuir a contaminação da

fumaça por B(a)P.

Quando alimentos são preparados em contato com a chama, como acontece

com as carnes de churrasco, a gordura da carne em contato com o fogo, sofre

pirólise e então retorna à carne na forma de fumaça, carregando os HPAs que

contaminam a carne. Quanto maior o teor de gordura da carne, maior a quantidade

de HPAs presente no produto, conseqüentemente maior teor de B(a)P (PHILLIPS,

1999; CAMARGO, TOLEDO, 2002c).

3.4 Legislação vigente

De acordo com Caruso (2007), vários estudos vêm sendo realizados com o

objetivo de avaliar quais são os alimentos ou grupo de alimentos que mais

contribuem na ingestão diária de B(a)P. Estes estudos revelaram que a maioria dos

alimentos citados no item 3.3.1.5 apresentam partículas deste composto. Além

disso, tem sido verificado que as fontes de exposição variam de acordo com o país e

o respectivo hábito alimentar.

31

A Quadro 3 apresenta a faixa dos níveis de Benzo(a)Pireno encontrados em alguns

tipos de alimentos:

Alimentos B(a)P(µg/Kg) Alimentos defumados nd* – 66,90

Alface 0,1 – 31,7 Óleo de oliva nd – 164,4 Óleo de soja nd – 42,90

Óleo de girassol nd – 8,0 Óleo de milho 1,51 – 58,9

Peixes e frutos do mar <0,005 – 4,54 * nd – não detectado

Quadro 3 - Níveis de (B(a)P) reportados na literatura para alguns alimentos Fonte: Camargo, Toledo, 2002c.

A Portaria N° 518/2004 vigente estabelece limite má ximo de B(a)P apenas para

a potabilidade de água (0,7 µg/L) (BRASIL, 2004) e para aroma de fumaça (0,03

µg/kg de produto final) (BRASIL, 2007). Somente alguns países possuem limites

estabelecidos para um número restrito de alimentos (SIMKO, 2002): na Alemanha,

Áustria e Polônia, o teor máximo permitido de B(a)P em carnes defumadas é 1µg/Kg

e este valor tem sido usado como limite de referencia para avaliação do grau de

contaminação de outros alimentos. Para óleos e gorduras, as indústrias alemãs têm

suas próprias recomendações quanto aos limites. Por exemplo, a soma dos resíduos

dos HPAs leves não deve exceder a 25 µg/Kg, enquanto que a soma dos HPAs

pesados, que inclui o B(a)P, deve permanecer abaixo de 5 µg/Kg (CAMARGO,

TOLEDO, 1998).

De acordo com decisão do Comitê Científico da Alimentação Humana, da

Comunidade Européia (CE), os níveis de HPAs e de B(a)P nos gêneros alimentícios

devem ser reduzidos a concentrações tão baixas quanto possível. Desta forma,

através do Regulamento (CE) nº 208, de 04 de fevereiro de 2005, este Comitê

determinou que se utilizasse o Benzo(a)Pireno como marcador relativo à ocorrência

de outros HPAs cancerígenos e determinou limites máximos para este contaminante

para alguns tipos de alimentos. Tais valores estão apresentados no Quadro 3.

32

Produto alimentício B(a)P (µg/Kg de peso fresco)

Óleos e gorduras 2,0

Alimentos para lactentes e crianças 1,0 Carnes defumadas e produtos defumados à base

de carnes 5,0

Partes comestíveis de peixes defumados 5,0

Partes comestíveis de peixes 2,0

Moluscos bivalves 10,0

Crustáceos e cefalópodes 5,0 Quadro 4 - Níveis máximos de B(a)P em alguns tipos de alimentos de acordo com o

Regulamento (CE) nº 208, de 04 de fevereiro de 2005, da Comunidade Européia Fonte: Caruso, 2007.

3.5 Evolução da metodologia analítica para determin ação de B(a)P em

alimentos, bebidas e águas.

Na década de 60, a metodologia utilizada para análise de HPAs em alimentos

envolvia Extração Líquido-Líquido (ELL), purificação em coluna cromatográfica

clássica, separação em cromatografia em papel e em camada delgada e

quantificação por espectrofotometria na região do ultravioleta. Eram empregados

grandes volumes de solventes (em torno de 3000 mL), como etanol, dimetilsulfóxido,

isooctano, e benzeno, sendo este último considerado cancerígeno (HOWARD et al.,

1965, 1966 abc; 1968; MANOSKI et al., 1968; THE MERCK INDEX, 1989). A partir

de 1975, Grimmer e Böhnke, propuseram uma metodologia que vem sendo bastante

utilizada por diversos pesquisadores. Envolve ELL com cicloexano, com

dimetilformamida/água e novamente com cicloexano. A etapa de purificação é feita

em coluna clássica. Neste método, ainda eram gastos grandes volumes de

solventes, acima de 2500 mL, aproximadamente. Esta metodologia, no entanto, vem

sofrendo várias modificações desde a sua publicação, sendo que atualmente o

volume de solvente empregado é quase 1/6 desse total (TFOUNI et al., 2007;

FALCÓ et al., 2003; CAMARGO, TOLEDO, 2002ab; CAMARGO, TOLEDO, 2001,

2000, 1998; CAMARGO, TOLEDO, 1998). Por outro lado, alguns pesquisadores têm

adotado o aparelho de ultrassom para extração de HPAs, obtendo resultados

satisfatórios com simplicidade, menor tempo de análise e pequenos volumes de

solvente. De um modo geral, os solventes mais utilizados para este fim são

33

acetona/n-hexano (JÁNSKÁ et al., 2006; BANJOO, NELSON, 2005), diclorometano

(LIN et al., 2005), diclorometano/acetona (LIN, ZHU, 2004), éter etílico/cloreto de

metileno (NIEVA-CANO et al., 2001), clorofórmio (CEJPEK et al., 1995), e

cicloexano (JOE et al., 1982).

Nos últimos anos, observa-se um crescente número de trabalhos em que a

extração em fase sólida vem sendo utilizada para extração ou purificação dos

extratos de HPAs. Isto ocorre pela praticidade, custos relativamente pequenos,

volume de solventes e tempo reduzidos, bem como pelos excelentes resultados de

recuperação e repetitividade que este método proporciona (CARUSO, 2007).

A seguir é abordada a técnica de cromatografia, já que foi esta a técnica

utilizada para elaboração da pesquisa.

3.6 Cromatografia

A cromatografia faz parte de um importante grupo de métodos de separação,

que nos permite separar, isolar, identificar e quantificar substâncias, mesmo em

misturas muito complexas.

Existem várias técnicas cromatográficas, que vão das mais simples, como a

cromatografia em papel, até as mais sofisticadas, como a Cromatografia Líquida de

Alta Eficiência (HPLC). O ponto comum entre essas técnicas, e que caracteriza o

método, é o fato dos componentes da mistura que compõem uma amostra, serem

distribuídos entre duas fases. Uma delas permanece fixa, e por isso é chamada de

fase estacionária (F.E.), enquanto a outra percola através da F.E., sendo então

chamada de fase móvel (F.M.). Esta situação dinâmica resulta em uma migração

diferenciada, ou seja, os componentes da amostra têm diferentes velocidades ao

passarem pela fase estacionária. (SKOOG et al., 2001).

A fase estacionária, de forma geral, é acondicionada nas chamadas colunas

cromatográficas, que na sua maioria são tubos de vidro ou metal de dimensões

diversas. Quando essa fase é um sólido, basta que a coluna seja preenchida com o

mesmo, de acordo com técnicas especiais. Por outro lado, quando a fase

estacionária é um líquido, esse pode tanto revestir as paredes da coluna, no caso de

34

colunas capilares, quanto estar aderido a um suporte sólido com o qual se preenche

a coluna.

A amostra é introduzida na coluna e a fase móvel carreia os diversos

componentes dessa amostra através da coluna e, dependendo do tipo de

cromatografia, pode participar ou não da separação. Assim, a separação dos

diversos componentes será dada em função de uma maior ou menor afinidade de

cada um deles, por cada uma das fases. Logo, o componente com maior afinidade

pela fase estacionária fica mais tempo retido na coluna, enquanto aquele que tiver

mais afinidade pela fase móvel percorrerá a coluna com maior rapidez. Outras

características importantes na separação serão o tamanho da molécula, sua massa

e, no caso da cromatografia em fase gasosa, sua pressão de vapor (ou ponto de

ebulição) (SKOOG et al., 2001).

3.6.1 Cromatografia em fase gasosa

A cromatografia gasosa veio possibilitar, de maneira rápida e eficiente, uma

série de separações extremamente difíceis, ou mesmo impossíveis pelos métodos

convencionais, como por exemplo, a separação da mistura benzeno-cicloexano,

impossível de ser feita por destilação fracionada, ou ainda, a análise de gases

provenientes de automóveis, contendo mais de cem componentes, que podem ser

separados por essa técnica. Os princípios do método cromatográfico são os mesmos

para todas as formas de cromatografia, ou seja, é um processo no qual uma mistura

de substâncias pode ser separada nos seus constituintes graças à passagem de

uma fase móvel gasosa, que carreia a mistura, sobre uma fase estacionária.

Como o nome denota, a Cromatografia Gasosa (CG) é aquela em que a fase

móvel é um gás , podendo a fase estacionária ser um sólido ou um líquido.

A função do gás usado como fase móvel é apenas a de carrear os

componentes da amostra através da coluna, sem participar dos processos de

interação. Por este motivo é chamado gás de arraste. Exemplos de gases mais

utilizados em CG são o hélio (He), hidrogênio (H2) e o nitrogênio (N2 ).

Na figura abaixo se observam os principais componentes de um Cromatógrafo

a Gás.

35

Figura 5 - Esquema de um cromatógrafo a gás Fonte: Skoog, 2001 p. 762.

O gás de arraste passa através de um regulador de pressão e penetra no

injetor de amostra, arrastando a amostra para a coluna. Os componentes da amostra

são separados durante a passagem pela coluna e, um após o outro, passam pelo

detector que, por sua vez, envia um sinal ao registrador. Quando qualquer

substância diferente do gás de arraste passa pelo detector, este gera um sinal

elétrico ao registrador proporcional, que passa para o papel ou para um computador

o registro dos sinais recebidos, compondo o cromatograma. Para uma amostra de 3

componentes (A, B e C), por exemplo, o aspecto do cromatograma ideal seria o

seguinte:

36

Figura 6 - Cromatograma ideal para uma amostra contendo três substâncias Fonte: Adaptado de Skoog, 2006

Atualmente, existem muitos detectores que podem ser acoplados tanto a

cromatografia gasosa, quanto à cromatografia líquida. No item a seguir, será

abordado o detector Espectrometria de Massa (EM), o qual foi utilizado para

elaboração deste trabalho.

3.7 Espectrometria de Massas

A espectrometria de massas é uma técnica de detecção que utiliza o

movimento de íons em campo elétrico e magnético para classificá-los de acordo com

sua relação massa/carga. Desta maneira, a espectrometria de massas é uma

técnica analítica por meio da qual as substancias químicas são identificadas e/ou

quantificadas, separando os íons gasosos através do uso de campos elétricos e

magnéticos. O dispositivo que realiza esta operação e utiliza meios elétricos para

detectar os íons classificados é conhecido como espectrômetro de massas.

Um espectrômetro de massa é composto por sistema de vácuo, fonte de íons,

analisador de massas, detector de íons e sistema de processamento de dados,

assim como é demonstrado na figura 7.

37

Figura 7 - Esquema de componentes de um sistema de cromatografia gasosa com espectrometria de massas (GC/MS)

Fonte: Adaptado de Skoog, 2001, p. 272.

Na fonte de íons os componentes de uma amostra são convertidos em íons

positivos ou negativos por bombardeamento das moléculas vaporizadas da amostra

e são imediatamente acelerados em direção ao analisador de massa. Existem várias

técnicas de ionização, sendo a de ionização química e ionização por impacto de

elétrons (IE) as mais conhecidas. A seguir será detalhada de uma melhor forma a

técnica de ionização por impacto de elétrons, sendo que esta foi à utilizada para a

construção deste trabalho.

3.7.1 Ionização por impacto de elétrons

Na técnica de impacto de elétrons, comumente a mais utilizada, por ter maior

sensibilidade e maior abrangência, um espectrômetro de massas bombardeia

38

moléculas na fase vapor com feixe de elétrons de alta energia e registra o resultado

do impacto dos elétrons como um espectro de íons separados na base da razão

massa/carga (m/z).

Um analisador separa tais íons de acordo com a sua relação massa/carga

(m/z), que geralmente é selecionada previamente de acordo com as massas de

interesse para o analito em questão e então ocorre o registro dos sinais gerados

num software, no qual é possível verificar o cromatograma gerado e após investigar

as massas e áreas geradas, podendo ser calculado através de uma curva de

calibração a concentração obtida na amostra.

3.7.2 Analisador

Um analisador bastante utilizado é o quadrupolo, porque este instrumento é

considerado o mais barato, compacto e robusto espectrômetro de massas do

mercado sendo considerado um filtro de massas de alta velocidade de varredura

(SKOOG et al., 2001).

A Figura 8 mostra um esquema do analisador de massas quadrupolar e abaixo

o sistema de seleção de massas, onde no eixo x são transmitidas razões massa-

carga inferior a um determinado valor e no eixo y superior. Isto ocorre de forma que

apenas uma unidade de massa seja estável em sua trajetória até o detector.

Figura 8 - Esquema representativo de um analisador tipo quadrupolo Fonte: Adaptado de Skoog, 2006, p. 825.

Rolos do quadrupolo Detector

Íons que serão detectados

Íons descarragados

39

Um campo elétrico é formado por quatro barras paralelas as quais é aplicada

uma corrente contínua que afeta o percurso dos íons. Para determinadas voltagens,

somente os íons de uma relação massa/carga específica podem passar através do

filtro do quadrupolo, enquanto os outros são varridos como moléculas

descarregadas.

Finalmente um detector recebe os íons que foram separados pelo analisador,

transformando a corrente de íons em sinais elétricos que são processados.

A seguir são descritos alguns parâmetros utilizados na validação de

resultados.

3.8 Validação de resultados

A necessidade de se mostrar a qualidade de medições químicas está sendo

cada vez mais reconhecida e exigida. Dados analíticos não confiáveis podem

conduzir a decisões desastrosas e a prejuízos financeiros irreparáveis. Para garantir

que um novo método analítico gere informações confiáveis ele deve sofrer uma

avaliação denominada validação (RIBANI et al., 2004).

É fundamental que os laboratórios disponham de meios e critérios objetivos

para demonstrar, através da validação, que os métodos de ensaio que executam

conduzem para resultados confiáveis e adequados à qualidade pretendida

(INMETRO, 2003).

3.8.1 Linearidade

A linearidade é a habilidade do método em gerar resultados diretamente

proporcionais à concentração do analito dentro da faixa de trabalho a qual

corresponde às concentrações máximas e mínimas do analito que podem ser

quantificadas com exatidão e precisão (RIBANI et al., 2004; SHABIR, 2003; LEITE,

2000). Na maior parte dos casos, a relação matemática entre o sinal e a

40

concentração da espécie de interesse deve ser determinada empiricamente, a partir

de sinais medidos para diversas concentrações conhecidas dessa espécie (LEITE,

2000)

Essa relação matemática, muitas vezes, pode ser expressa através de uma

equação de reta chamada de curva analítica. A equação da reta que relaciona as

variáveis dependentes (y) e independentes (x) é:

Onde:

y: variável dependente;

x: variável independente;

a: coeficiente angular (expressa a inclinação da curva de calibração);

b: coeficiente linear (expressa a interseção da curva com o eixo y).

Matematicamente, a estimativa dos coeficientes de uma curva analítica a

partir de um conjunto de medições experimentais pode ser efetuada usando o

método matemático. Um dos mais conhecidos é o de regressão linear, também

chamado de método dos mínimos quadrados, utilizado para estimar qual a melhor

reta que representa os pontos da curva analítica. Além dos coeficientes de

regressão a e b, também é possível calcular, a partir dos pontos experimentais, o

coeficiente de correlação r, que expressa à relação de x e y na curva. Este

parâmetro permite uma estimativa da qualidade da curva obtida, pois quanto mais

próximo de 1,0, menor a dispersão do conjunto de pontos experimentais e menor a

incerteza dos coeficientes de regressão estimados. Para verificar se a equação de

regressão é estatisticamente significativa podem ser efetuados os testes de ajuste

do modelo linear, validade da regressão. Um coeficiente de correlação maior que

0,990 é considerado como evidência de um ajuste ideal dos dados para a linha de

regressão.

y = ax + b

... (1)

41

3.8.2 Limite de Detecção (LD)

O limite de detecção (LD) de uma metodologia analítica é definido como a

menor concentração de um analito que pode ser detectada em uma dada amostra,

porém, não quantificada dentro dos limites de precisão e exatidão estabelecidos

(SHABIR, 2003).É geralmente determinado através de soluções padrões muito

diluídas, como uma comparação da relação sinal/ruído, ou seja, compara-se o sinal

obtido das soluções com aqueles obtidos de brancos ou ruídos do sistema,

estabelecendo assim o nível do ruído e o nível mínimo de sinal realmente detectável,

sendo geralmente aceitas razões sinal/ruído de 2:1 a 3:1.

Dentre os métodos utilizados para calcular o limite de detecção, estão os

procedimentos recomendados pela Eurachem, que é uma rede de organizações

nacionais européias que juntamente com a Comissão Europeia tem por objetivo

estabelecer um sistema para a rastreabilidade internacional dos resultados de

medições químicas e promover as boas práticas laboratoriais. Os guias da

Eurachem são traduzidos no Brasil pela Anvisa recomendam que o LD seja

estabelecido efetuando-se a leitura ou injeção de amostras em branco, ou brancos

fortificados na menor concentração aceitável, isto é, com um grau de incerteza

aceitável. Em geral o limite de detecção é calculado através da média dos valores

encontrados mais três desvios padrões, sendo também necessário estabelecer a

média e o desvio padrão, conforme fórmulas abaixo:

Média: X = ∑ x i

n

n

Desvio Padrão: S = ∑ (xi - x)

n - 1

i

n

2

... (2)

... (3)

42

Onde:

X = média;

xi = resultado individual;

S = desvio padrão;

n = número de dado

3.8.3 Limite de Quantificação (LQ)

O limite de quantificação (LQ) é o menor valor determinado, em confiabilidade

de precisão e exatidão aceitáveis, para uma determinada condição analítica.

Determina-se reduzindo a concentração do analito numa amostra até que seja

encontrado um valor mínimo a partir do qual a precisão e exatidão do método já não

são mais aceitáveis.

É normalmente expresso na mesma unidade das amostras, e pode também

ser relatado como a concentração cuja relação sinal/ruído=10, através da análise do

ruído do sistema. Para calcular o limite de quantificação a seguinte fórmula deve ser

utilizada.

3.8.3 Recuperação

A recuperação é definida com uma proporção da quantidade da substância de

interesse, presente ou adicionada na porção analítica do material teste, que é

extraída e passível de ser quantificada. A informação de recuperação pode ser

estimada através da fortificação de uma quantidade conhecida de um padrão de

LD = 3 X S ... (4)

LQ = 10 X S ... (5)

43

referência, ou de um composto substituto (RIBANI et al., 2004).

Conforme a ANVISA, pode ser calculada através da fortificação de uma

amostra em três níveis diferentes, como por exemplo:

1º nível - ponto médio da faixa de trabalho menos 50% (concentração baixa)

2º nível - ponto médio da faixa de trabalho (concentração média)

3º nível - ponto médio da faixa de trabalho mais 50% (concentração alta)

As determinações devem ser feitas usando o mesmo procedimento de

quantificação especificado no método final, mas normalmente emprega-se um

mínimo de seis replicatas de cada concentração. Os valores médios aceitos, em

geral, dependem da faixa de concentração estudada, utilizando-se em muitos casos

valores de recuperações aceitáveis de 80 – 120%.

A recuperação pode ser calculada através das fórmulas:

Onde:

Cfort. = concentração do analito na amostra fortificada;

Cref = concentração do analito na amostra não fortificada;

Cadic = concentração do analito adicionada à amostra;

A seguir é descrito o procedimento experimental, no qual é relatado como o

processo de análise foi realizado.

% Rec = Cfort – C ref

C adic X 100

... (6)

% Erro = 100 - %Rec ... (7)

44

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O procedimento experimental utilizado para a análise esta descrito abaixo.

4.1 Amostragem

As amostras de chá verde foram adquiridas no período de abril de 2009, no

comércio de Porto Alegre/RS. Foram selecionadas sete amostras de chá verde de

sache, de marcas diferentes, de forma aleatória, que posteriormente foram

submetidas à análise para a identificação do contaminante Benzo(a)pireno.

As amostras foram codificadas como 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

4.2 Materiais

a) Frasco de 50 mL com tampa;

b) Balões volumétricos calibrados de 10, 50 e 250 mL;

c) Micropipetadores, Transferpette Dig, Brand – volume fixo: 250, 500 e 1000

µL e volume variável de 10 a 100 µL e 1,0 a 10,0 mL

d) Funil de separação de vidro, volume de 250 mL, com tampa e torneira de

Teflon;

e) Balão de fundo redondo 50 mL, Pyrex;

f) Microseringas de 10 µL, Hamilton;

g) Papel de filtro qualitativo;

h) Pipeta Pasteur descartável;

i) Funil;

j) Tubo de ensaio;

k) Dispensador para frasco Dispensette de 50 mL;

l) Frasco (vial) com tampa para o amostrador automático.

45

4.3 Equipamentos

a) Sistema cromatográfico, Agilent, composto de cromatógrafo a gás (GC

6890), injetor automático modelo 7683, detector seletivo de espectrometria

de massas (5973N), com acessório para ionização por impacto de elétrons,

software (MSD Chemstation G 1701CA version D.03.00SP1);

b) Balança analítica com precisão de 0,1mg, Metler AG204;

c) Banho de ultra-som Chubby Thornton;

d) Chapa aquecedora Eletrolab;

e) Agitador orbital New Brunswick Scientific;

f) Misturador (mixer) Termolyne;

g) Sistema para extração em fase sólida Merck Lichrolut;

h) Coluna capilar de sílica fundida 5% fenil metilpolisiloxano (DB-5), 30 m,

0,32 mm, 0,25 µm (J&W Scientific 12-5032);

i) Rota evaporador Yamato RE540.

4.4 Reagentes

a) Diclorometano (CH2Cl2 ) - grau HPLC, marca TÉDIA;

b) Cicloexano (C6H12) - grau HPLC, marca TÉDIA;

c) Pentano (C5 H12) - grau HPLC, marca TÉDIA;

d) Metanol (CH3OH) - grau HPLC, marca TÉDIA;

e) Água deionizada qualidade American Society for Testing and Materials

(ASTM - Sociedade Americana para Ensaios e Materiais) grau 1;

f) Hydromatrix® (terra diatomácea) Chem Elut Varian 198004;

g) Cartucho contendo 1,0g de sílica gel e capacidade de 6,0mL, Applied

Separations SPE 2107;

h) Cartucho contendo 1,0g de ciclohexil e capacidade de 6,0mL, Applied

Separations SPE 2077.

46

4.5 Padrões

No quadro 5, estão descritas as especificações dos padrões utilizados.

Padrão Fórmula Molecular Pureza (%) Marca

Benzo(a)pireno -B(a)P C20H12 98 Dr. Enrenstorfer

Benzo(a)pireno

dodecadeuterado -

B(a)P D12

C20D12

98

Dr. Enrenstorfer

Quadro 5 – Padrões analíticos utilizados. Fonte: Autoria própria, 2010

4.6 Preparo de Padrões

A seguir estão descritas as etapas necessárias para a realização do preparo

das soluções padrão e curva de calibração. Foi utilizado padrão analítico com pureza

mínima de 98% de pureza, de benzo(a)pireno (B(a)P) e também de Benzo(a)pireno

dodecadeuterado (B(a)P D12), que é utilizado como padrão interno do processo.

4.6.1 Soluções estoques primárias

a) Benzo(a)pireno (1,0 mg/mL)

Foi pesado aproximadamente 50 mg de benzo(a)pireno em balança

analítica, transferido para balão volumétrico de 50 mL e elevado ao volume

final com cicloexano.

47

b) Benzo(a)pireno dodecadeuterado (1,0 mg/mL)

Foi pesado aproximadamente 50 mg de benzo(a)pireno dodecadeuterado

em balança analítica, transferido para balão volumétrico de 50 mL e

elevado ao volume final com cicloexano.

Esta solução foi utilizada como Padrão Interno (PI)

O quadro 6 relaciona a massa de cada padrão analítico e sua respectiva

concentração na solução.

Padrão Massa (mg) Concentração (mg/mL)

Benzo(a)pireno -B(a)P 50,0 1,0

Benzo(a)pireno - B(a)P D12 50,0 1,0

Quadro 6 – Soluções estoque primárias Fonte: Autoria própria, 2010

4.6.2 Soluções estoques secundárias

c) Benzo(a)pireno (0,1mg/mL)

Foi transferida uma alíquota de 1,0 mL da solução estoque primária (a) para

balão volumétrico de 10 mL e elevado ao volume final com cicloexano.

d) Benzo(a)pireno dodecadeuterado (0,1mg/mL)

Foi transferida uma alíquota de 1,0 mL da solução estoque primária (b) para

balão volumétrico de 10 mL e elevado ao volume final com cicloexano.

O quadro 7 relaciona as alíquotas das soluções estoque primárias e suas

respectivas concentrações,após diluição, nas soluções estoque secundárias.

Padrão Massa (mg) Concentração (mg/mL)

Benzo(a)pireno -B(a)P 1,0 0,1

Benzo(a)pireno - B(a)P D12 1,0 0,1

Quadro 7 - Soluções estoque secundárias Fonte: Autoria própria, 2010

48

4.6.3 Soluções estoques terciárias

e) Benzo(a)pireno (2000ng/mL)

Foi transferida uma alíquota de 1,0 mL da solução estoque secundária (c)

para balão volumétrico de 50 mL e elevado ao volume final com cicloexano.

f) Benzo(a)pireno dodecadeuterado (2000ng/mL)

Foi transferida uma alíquota de 1,0 mL da solução estoque secundária (d)

para balão volumétrico de 50 mL e elevado ao volume final com cicloexano.

O quadro 8 relaciona as alíquotas das soluções estoque secundárias e suas

respectivas concentrações,após diluição, nas soluções estoque terciárias.

Padrão Massa (mg) Concentração (mg/mL)

Benzo(a)pireno -B(a)P 1,0 2000,0

Benzo(a)pireno - B(a)P D12 1,0 2000,0

Quadro 8 - Soluções estoque terciárias Fonte: Autoria própria, 2010

4.6.4 Solução de trabalho de padrão interno - B(a)P D12

Foi transferida uma alíquota 500µL da solução estoque secundária de padrão

de Benzo(a)pireno dodecadeuterado (d) para balão volumétrico de 250 mL e

elevado ao volume final com cicloexano.

4.6.6 Soluções padrão para estabelecer a curva de calibração

As soluções padrão utilizadas para o preparo da curva de calibração são

preparadas a partir das soluções estoques terciárias dos padrões analíticos.

49

Foram utilizadas alíquotas de 31,25 µL a 2000 µL da solução estoque terciária

se benzo(a)pireno (e) e um volume fixo de 1,0mL de solução estoque terciária do

padrão interno de benzo(a)pireno dodecadeuterado (f) para o preparo de 7 soluções

para a curva de calibração da B(a)P, com concentrações de 1,25 a 80,0 ng/mL em

balões volumétricos de 50mL, cujo volume foi completado com cicloexano.

A quadro a seguir reúne as diversas concentrações que foram utilizadas para a

construção da curva de calibração de benzo(a)pireno e suas concentrações finais.

Solução

Padrão

Alíquota de solução

estoque terciária

B(a)P

(µL)

Concentração B(a)P

(ng/mL)

1 31,25 1,25

2 75,00 3,00

3 250,00 10,00

4 500,00 20,00

5 1000,00 40,00

6 1500,00 60,00

7 2000,00 80,00

Quadro 9 - Soluções para estabelecer a curva de calibração Fonte: Autoria própria, 2010.

50

4.7 Método de extração

A figura 9 representa as etapas do procedimento de extração realizado.

AMOSTRAS DE CHÁ VERDE

EXTRAÇÃO

ÁGUA

ANÁLISE POR CG-MS

SPE

CONCENTRAÇÃO

METANOL DICLOROMETANO

Figura 9: Fluxograma do procedimento de extração Fonte: Autoria própria, 2010.

DICLOROMETANO

51

4.7.1 Extração do chá seco

Foi pesado 1,000 ± 0,005 g de chá verde em frasco de 50 mL, adicionar 0,5 mL

de solução de trabalho de padrão interno de Benzo(a)pireno dodecadeuterado. Logo

após adicionar 2g de Hydromatrix® (Chem Elut Variam 198004) que tem a função de

absorver qualquer umidade presente na solução e 25 mL de diclorometano.

Na figura 10, estão as amostras pesadas e prontas para iniciar o processo.

Figura 10 - Amostras pesadas e prontas para iniciar o procedimento

Fonte: Autoria própria, 2010.

A etapa de extração foi realizada em ultra-som por 20 minutos e após filtrada

em papel de filtro qualitativo para balão de fundo redondo de 50 mL, lavando o

frasco com mais 25 mL de diclorometano, obtendo um volume final de 50 mL.

A figura 11 demonstra a etapa de filtração.

52

Figura 11 - Etapa de filtração

Fonte: Autoria própria, 2010.

O extrato foi evaporado até a secura em rota evaporador, sob vácuo, à

temperatura de aproximadamente 50 °C. Foi reconstit uído com 3mL de cicloexano

sob agitação constante em misturador.

Figura 12 - Secagem em evaporador rotatório

Fonte: Autoria própria, 2010.

53

4.7.2 Extração em fase sólida (SPE- Solid Phase Extration)

A extração do possível contaminante B(a)P presente no extrato de chá verde

obtido foi realizada através do processo denominado extração em fase solida (SPE).

Na sequência de figuras 13, 14, 15 e 16 esta apresentado o processo final

onde foi transferido todo o extrato reconstituído para um cartucho contendo 1,0 g de

sílica gel e previamente condicionado com, aproximadamente, 3 mL de cicloexano

(figura 13). O extrato foi lavado com 2,5 mL de pentano, sendo descartando o

eluente. O benzo(a)pireno foi eluído com, aproximadamente, 4,0 mL de uma mistura

composta por duas partes de cicloexano para uma parte de diclorometano (figura

14). O eluato foi homogeneizado e transferiu-se uma alíquota de, aproximadamente,

1 mL para um “vial” de cromatografia e analisado por GC/MS,como mostram a figura

15 e 16.

Figura 13 - Etapa de eluição da amostra

Fonte: Autoria própria, 2010.

54

Figura 14- Coleta do Benzo(a)pireno após a eluição

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 15 - Transferência da amostra para frasco (vial) cromatográfico

Fonte: Autoria própria, 2010.

55

Figura 16 - Injeção em CG/MS Fonte: Autoria própria, 2010.

4.7.3 Extração da infusão

Foram utilizadas duas metodologias diferentes para a extração da infusão de

chá verde, denominadas Método1 e Método 2.

A infusão do chá foi obtida conforme descrevem os fabricantes: um sache de

chá verde em uma xícara de água fervente, aproximadamente 200 mL.

Abaixo estão descritas as duas formas de extração.

4.7.3.1 Método 1

Após o resfriamento, foi transferida uma alíquota de 60 mL desta infusão

aquosa para um funil de separação e adicionou-se 25 ml de diclorometano,

procedendo a extração e filtrando em papel qualitativo contendo 2g de

56

Hydromatrix®. A fração contendo diclorometano foi transferida para um balão de

fundo redondo de 50 ml, após, foi feita uma segunda extração, com mais 25 ml de

diclorometano totalizando 50 ml, filtrando para o mesmo balão. Adicionou-se 0,5 ml

de solução de trabalho de padrão interno de Benzo(a)pireno dodecadeuterado.

Evaporou-se o extrato até a secura em rota evaporador, sob vácuo, à

temperatura de aproximadamente 50 °C. Reconstituiu- se o extrato com 3 mL de

cicloexano sob agitação constante em “mixer”, após esse procedimento a amostra

foi submetida ao procedimento descrito no item 4.7.2.

4.7.3.2 Método 2

Após o resfriamento, transferiu-se uma alíquota de 60 mL desta infusão aquosa

para um funil de separação e adicionou-se 40 mL de metanol, 0,5 mL de solução de

trabalho de padrão interno de Benzo(a)pireno dodecadeuterado e agitou-se.

4.7.3.3 Extração em fase sólida

Condicionou-se um cartucho de CH com 10 ml de metanol e após com 10 ml

de uma mistura composta por seis partes de água para quatro partes de metanol.

Transferiu-se todo o extrato para o cartucho, lavaou-se o funil de separação com 10

ml de uma mistura composta por seis partes de água para quatro partes de metanol

e passou-se pelo cartucho. Aguardou-se 30 minutos com o sistema de vácuo ligado

para que houvesse a passagem de ar pelo cartucho para sua secagem. Após este

tempo, eluiu-se o benzo(a)pireno do cartucho de CH com, aproximadamente 15 mL

de cicloexano, reduziu-se o volume em rota evaporador , até obter um volume

próximo a 1 mL, transferiu-se para um frasco (vial) de cromatografia e analisou-se

por GC/MS.

57

4.8 Método de análise

A análise do possível contaminante B(a)P foi realizada por Cromatografia

Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas, utilizando o modo de Impacto de

Elétrons (EI) e a técnica de Monitoramento Seletivo de Íons (SIM)

O quadro 10 mostra os íons selecionados para a quantificação dos

Benzo(a)pireno juntamente com o tempo de retenção,

Substância Íons Selecionados (m/z) Tempo de Retenção (min.)

Benzo(a)pireno -B(a)P 250 e 252 11,806

Benzo(a)pireno - B(a)P D12 260 e 264 11,760

Quadro 10 - Íons Selecionados e Tempo de Retenção Fonte: Autoria própria, 2010.

4.8.1 Condições de CG/MS

No quadro 11 estão descritas as condições cromatográficas utilizadas na

analise do extrato de chá verde.

58

Injetor

Temperatura do injetor 330 °C

Modo de injeção Splitless pulsado Tempo e válvula fechada 1,0 minutos

Pressão na coluna Inicial de 25 psi e constante de 7 após 1,0 minuto de corrida

Volume de injeção 2,0 µL

Coluna

Temperatura da coluna

60 °C( 0,5’) – 100 °C/min. 230 °C– 5 °C/min.

285 °C – 10 °C/min. – 325 °C. Detector

Temperatura da linha de transferência 320 °C.

Temperatura da fonte de íons 250 °C.

Temperatura do quadrupolo 150 °C.

Voltagem da eletromultiplicadora Até 400V acima da voltagem de calibração Modo de Ionização Impacto de Elétrons (EI)

Técnica de monitoramento Monitoramento Seletivo de Íons (SIM)

Íons selecionados 252 e 250 Da para o B(a)P 264 e 265 Da para o B(a)P D12

Quadro 11 - Condições de análise do extrato de chá verde por GC-MS Fonte: Autoria própria, 2010.

4.9 Quantificação

Os resultados de concentração de B(a)P encontrados nas amostras de chá

verde foram obtidos utilizando o método de padronização interna, onde uma

quantidade conhecida da espécie que atua como referência (B(a)P D12) foi

adicionada em todas as amostras. Como, o sinal de resposta representa a razão

entre o sinal do analito e o da espécie de referência, foi necessário a elaboração de

uma curva de calibração na qual o eixo y é a razão entre as respostas dos analitos e

o eixo x, a concentração do analito nos padrões. A curva de calibração foi obtida a

partir da injeção das sete soluções citadas no quadro 9.

O método de calibração interna utilizado foi o disponível no software do

equipamento GC/MS: Enhanced Chemstation (G1701 DA).

A concentração de cada analito nas amostras de chá verde foi expressa em

ng/g e foi calculado conforme equação 8 abaixo:

59

Onde:

Ai: área do analito na amostra (u.a -unidades de área)

API: área do padrão interno na amostra

I: coeficiente linear da curva de calibração

S: coeficiente angular da curva de calibração

m: massa da amostra (ng)

QPI: quantidade de padrão interno adicionada na amostra (ng)

4.10 Linearidade

A linearidade foi estudada através da construção das curvas analíticas obtidas

utilizando soluções padrões de B(a)P em diclorometano descritos no quadro 9, em 7

níveis de concentração diferentes, em uma faixa que variou de 1,25 a 80,0 ng/mL. O

estudo da linearidade foi realizado através de dez injeções da curva de calibração.

4.11 Limite de detecção

O Limite de detecção foi estudado a partir da análise de injeções de extrato

diluído de chá verde. Com os resultados dessas injeções, foi calculado o desvio

padrão e logo após o LD, conforme equação abaixo:

Canalito (ng/g) = Ai

Api - I

x Qpi

S x m

... (8)

60

A amostra de chá verde utilizada para determinar os LD foi a amostra 5, que

obteve um valor médio de Benzo(a)pireno de 10,02 ng/g.Este extrato foi diluído em

uma proporção de 1:4 (200 µL de extrato e 800 µL de cicloexano/diclorometano 2:1).

4.12 Limite de quantificação

O Limite de quantificação foi estudado a partir da análise de dez injeções de

extrato diluído de erva mate. Com os resultados dessas injeções, foi calculado o

desvio padrão e logo após o LQ, conforme equação abaixo:

4.13 Recuperação

A recuperação de Benzo(a)pireno foi avaliada em três níveis de fortificação. O

estudo foi realizado a partir da adição de concentrações conhecidas de solução

padrão de B(a)P em amostra de chá verde, de concentração: baixa (50,32 ng/g),

média (145,15 ng/g)e alta (251,60 ng/g) adicionados em amostra isenta do

contaminante B(a)P. O ensaio foi realizado por três dias e as amostras injetadas em

duplicatas no cromatógrafo.

LD = 3 X S ... (9)

LQ = 10 X S

... (10)

61

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capitulo serão discutidos os resultados obtidos com os dados

experimentais frente aos dados pesquisados.

5.1 Parâmetros de validação de resultados

Foram avaliados alguns parâmetros considerados importantes para a

validação dos resultados obtidos.

5.1.1 Linearidade

O quadro 12 apresenta os resultados das médias das áreas dos sinais

cromatográficos correspondentes as concentrações dos pontos de curvas avaliados.

Concentração (ng/g) Média de áreas (unidades de área - ua) Pontos de

Curva B(a)P B(a)P D12 B(a)P B(a)P D12

1 5,100 102,93 70.816 1.993.675

2 11,60 102,93 177.786 1.845.060

3 38,80 102,93 538.912 1.841.279

4 77,60 102,93 1084.405 1.795.269

5 155,6 102,93 2466.656 2.060.817

6 232,4 102,93 3394.177 1.847.155

7 310,5 102,93 4352.056 1.797.944

Quadro 12 - Dados de área versus concentração dos padrões Fonte: Autoria própria, 2010.

62

A partir dos dados apresentados no quadro 12, foi construída a curva de

calibração apresentada na figura 17, de onde foi obtida a equação da reta: y = 0,8048x

– 0,0048 e o coeficiente de correlação (R2) de 0,9994.

y = 0,8048x - 0,0048R2 = 0,9994

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00

Razão de concentração

Raz

ão d

e ár

ea

Figura 17 - Curva de calibração de B(a)P

Fonte: Autoria própria, 2010.

A partir destes dados, concluiu-se que o método apresentou resposta linear

ao B(a)P na faixa de trabalho avaliada

5.1.2 Limite de detecção e limite de quantificação

A amostra 5 foi diluída na razão de 1:4, para a determinação do LD e LQ (200

µL de extrato e 800 µL de cicloexano/diclorometano (2:1)).

O quadro 13 apresenta os resultados obtidos das determinações de B(a)P na

amostra de chá verde, bem como a média e o desvio padrão calculados de acordo

com as equações 2 e 3 respectivamente.

63

Amostra 5 diluída 1:4 (200 µL de extrato e 800 µL de cicloexano/diclorometano (2:1)

N° de determinações Concentração B(a)P ng/g

1 0,77

2 0,65

3 0,57

4 0,67

5 0,62

6 0,61

7 0,57

8 0,71

9 0,58

10 0,62

11 0,67

12 0,61

13 0,61

14 0,63

15 0,68

16 0,67

17 0,65

18 0,55

19 0,63

20 0,68

21 0,77

22 0,65

23 0,87

24 0,60

25 0,66

26 0,68

27 0,70

28 0,68

29 0,58

30 0,68

Média 0,65

Desvio Padrão 0,07

64

Quadro 13 - Estudo de limites de detecção e quantificação Fonte: Autoria própria, 2009.

A partir deste estudo foi possível determinar o Limite de Detecção e de

Quantificação, de acordo com as equações 4 e 5 respectivamente, do método

CG/MS utilizado para determinação de B(a)P em chá verde, descritos no quadro 14.

Substância Limite de detecção (ng/g) Limite de quantificação (ng/g)

Benzo(a)pireno 0,20 0,67

Quadro 14 - Limites de detecção e quantificação do método CG/MS Fonte: Autoria própria, 2009.

5.1.3 Recuperação

A recuperação de Benzo(a)pireno foi avaliada em três níveis de fortificação,

durante três dias.

As concentrações adicionadas e os resultados obtidos são mostrados no

quadro 15.

Parâmetro Nível 1 Nível 2 Nível 3

Concentração (ng/g) 50,32 145,2 251,6

Média de recuperação (%) 100,5 99,7 102,4

Desvio padrão (ng/g) 4,3 2,1 9,4

Coeficiente de variação (%) 4,3 2,1 9,2

Intervalo de confiança(%) 94,40 – 106,6 96,70 – 102,6 89,10 – 115,7

Quadro 15 – Percentagem de recuperação de B(a)P em 3 níveis de fortificação. Fonte: Autoria própria, 2009.

De acordo com o quadro 14 os resultados de recuperação ficaram entre 99,7

e 102,4%. Os valores médios aceitos, em geral, dependem da faixa de concentração

estudada, mas são aceitos resultados entre 80 e 120%, conforme citado no item

3.8.3.

65

Como pode se concluir a partir dos resultados obtidos, o método utilizado

tem uma boa recuperação nas concentrações avaliadas.

5.2 Cromatogramas

Estão apresentados a seguir os cromatogramas de padrões e de amostras para

que se obtenha um comparativo entre os resultados.

5.2.1. Cromatograma de padrão

Na figura 18 esta representado um cromatograma típico, este se refere ao

ponto 7 da curva de calibração, onde no tempo de retenção de 11,760min. é

caracterizado o B(a)P D12 e no tempo de retenção de 11,806 min. o B(a)P.

Figura 18 - Cromatograma do ponto 7 da curva de calibração

Fonte: Autoria própria, 2010.

66

5.2.1.1 Extração dos íons monitorados do padrão

No espectro de massas apresentado na figura 19, obtido através do

cromatograma ilustrado na figura 18, foi realizada a extração dos íons (m/z)

característicos do B(a)P D12, que são respectivamente 260 e 264, que foi utilizado

como padrão interno para a determinação realizada.

Figura 19 - Espectro de massas do B(a)P D12 (PI), íons 260 e 264

Fonte: Autoria própria, 2010.

No espectro de massas, representado pela figura 20, também obtido através do

cromatograma ilustrado na figura 18, foi realizada a extração dos íons (m/z)

característicos do B(a)P, que são respectivamente 250 e 252.

Figura 20 - Espectro de massas do Padrão B(a)P, íons 250 e 252

Fonte: Autoria própria, 2010.

67

5.2.2 Cromatograma de amostra

A seguir, esta representado na figura 21, o cromatograma da amostra 4, onde

no tempo de retenção de 11,773 min. é caracterizado o B(a)P D12 (verde) e no

tempo de retenção de 11,823 min. o B(a)P (branco), seguindo a mesma ordem de

eluição mostrada na figura 18, que é do ponto 7 da curva de calibração,confirmando

a presença do contaminante B(a)P e do padrão interno adicionado à amostra.

Figura 21 - Cromatograma da amostra 4, extração do chá com diclorometano

Fonte: Autoria própria, 2010.

Já na figura 22, é apresentado o cromatograma da amostra extraída após o

preparo do chá verde com água, na qual não foi constatada nenhuma contaminação

por B(a)P, conforme é evidenciado no próprio cromatograma.

Como se pode verificar, apenas o pico do padrão interno (B(a)P D12) (verde)

adicionado à amostra é visualizado neste cromatograma com o tempo de retenção

de 11,861 min., e no tempo onde deveria ter B(a)P, não há pico algum.

68

Figura 22 - Cromatograma da amostra 4, extração da infusão com diclorometano

Fonte: Autoria própria, 2010.

5.2.2.1 Extração dos íons monitorados de amostra contaminada.

A figura 23 mostra o espectro de massas obtido da analise ilustrada pelo

cromatograma da figura 21. A extração dos íons (m/z) característicos do B(a)P D12,

que são respectivamente 260 e 264, que foi utilizado como padrão interno para a

determinação de B(A)P realizada, da mesma forma que foi utilizado na curva de

calibração.

Figura 23 - Espectro de massas da amostra 4, massa 260 e 264 (B(a)P D12.)

Fonte: Autoria própria, 2010.

69

Na próxima figura (24) o espectro de massas, também obtido através do

cromatograma ilustrado na figura 21, mostra a extração dos íons (m/z) característicos

do B(a)P, que são respectivamente 250 e 252.

Figura 24 - Espectro de massas da amostra 4, massa 250 e 252 (B(a)P)

Fonte: Autoria própria, 2010.

5.3 Avaliação de resultados obtidos por extração co m solvente

O quadro 16 mostra os resultados obtidos pelo método CG/MS proposto para

anállise de amostras de chá verde.

Amostra

Média B(a)P

(ng/g)

Desvio Padrão

(ng/g)

Coeficiente de variação

(%)

2 37 3 8

4 58 7 12

5 10 2 17

6 19 1 7

7 16 1 7

Quadro 16 - Resultados de B(a)P obtidos pelo método CG/MS proposto Fonte: Autoria própria, 2010.

70

As análises foram realizada nas sete amostras adquiridas, dentre as quais,

duas não apresentaram contaminação por Benzo(a)pireno (amostras 1 e 3). As

demais, 2, 4, 5, 6, e 7 apresentaram resultados positivos para a presença de B(a)P,

como apresentado no quadro 16.

De acordo com os resultados apresentados neste estudo, podemos confirmar a

contaminação de amostras comercializadas de chá verde pelo hidrocarboneto

policíclico aromático Benzo(a)pireno, determinadas a partir da extração com solvente

orgânico, no caso deste estudo, com diclorometano, indicando a necessidade da

continuidade de pesquisas nesta área.

5.4 Avaliação de resultados obtidos da extração da infusão

De acordo com as análises realizadas, não foi detectado o B(a)P em nenhuma

das amostras de chá verde que foram analisadas, ao contrário do resultado

encontrado no extrato seco, ou seja, no método de extração que utiliza

diclorometano diretamente com o chá, sem utilização de água, como neste caso, da

infusão.

Com os métodos utilizados para extração de B(a)P em meio aquoso, que são,

extrair a infusão com diclorometano e o outro é extraí-la com metanol, foi permitido

observar, através deste trabalho, que o chá que bebemos, ou seja, a infusão não é

contaminada pelo B(a)P.

Espera-se com isso, que outros estudos possam aprofundar as pesquisas e

abrir uma nova discussão: até que ponto ou limites podemos ingerir este chá

contaminado? Ou as folhas podem ser utilizadas na composição de outros

alimentos?

71

6 CONCLUSÕES

Em vista dos resultados obtidos por este estudo, as indústrias produtoras de

chá devem ser alertadas quanto à necessidade e importância de se mapear

possíveis fontes de contaminação dos chás, identificando-se as etapas do

processamento da erva de chá que podem estar envolvidas na contaminação.

Constatou-se também com este estudo a necessidade de uma atenção por

parte dos órgãos brasileiros fiscalizadores, como a ANVISA, em relação à presença

desse composto em chás e em outros alimentos, de uma forma geral que sejam

processadas por alguma das fontes/formas citadas que possam produzir

potencialmente B(a)P ou outros HPAs.

A presença do contaminante Benzo(a)pireno identificado em amostras de chá

verde seco, extraído com solvente, mostra à sociedade e órgãos responsáveis pela

saúde pública a necessidade de se estabelecer um monitoramento da presença de

B(a)P em chá verde, outros chás e, caso a contaminação, medidas devem ser

indicadas para sua redução e controle. O estabelecimento de limites para a presença

deste contaminante em chás e outros alimentos poderia também ser outra iniciativa

importante de órgãos reguladores protegendo a saúde da população.

É evidente que o chá não é utilizado pela sociedade somente desta forma, chá

em infusão, e foi uma grata conclusão deste trabalho constatar que a infusão do

sache de chá verde em água, não consegue extrair o B(a)P, pelo menos em

concentrações acima do LD estabelecido no método utilizado neste Trabalho de

Conclusão de Curso (TCC). A partir desses resultados podemos ficar mais tranqüilos

quanto ao baixo risco de ingestão deste contaminante carcinogênico, pelo menos nas

amostras de chá verde analisadas, pelo habito milenar de beber chá. Mas há de se

ter cautela e devemos nos manter atentos quanto aos contaminantes que possam

estar presentes nos nossos alimentos.

72

REFERÊNCIAS AMES, et. al., Method for detecting carcinogens and mutagens with Salmonella/mammalian microsome teste. Mutatation Research , 1975. V. 31, p. 347-64. Disponível em: < http://ntp.niehs.nih.gov/?objectid=16D6D969-A9F4-0B6F-2B81F2FB53BBFD3E> Acesso em: 02 abr. 2010. AZEREDO, A. Determinação de Benzo(a)pireno em pescados comercia lizados em campinas-SP .2001, 76f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001. Disponível em: <http://www.unicamp.br>. Acesso em: 02 abr. 2010. BANJOO DR, Nelson PK. Improved ultrasonic extraction procedure for the determination of polycyclic aromatic hydrocarbons in sediments. J Chromatogr A , 2005; n.1066, p.9-18. BETTIN, S. M.; FRANCO, D. W. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em aguardentes. Ciênc. Tecnol. Aliment. Campinas, v. 25, n.2, abr./jun. 2005. Disponível em: em: <http://www.ifpi.edu.br/eventos/iiencipro/arquivos/ALIMENTOS/ 2a095ac9453c3a2f02c42074449c0b7b.pdf>. Acesso em: 02 abr.2010. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 02, de 15 de janeiro de 2007. Aprova o Regulamento Técnico sobre Aditivos Aromatizantes. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 02 abr. 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004 . Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Disponível em:<http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 02 abr. 2010. BRASIL, Portaria n. 36, de 19 de janeiro de 1990. Aprova normas e o padrão de portabilidade de água destinada ao consumo humano. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 23 de jan. 1990. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 15 mar. 2010. BRASIL. Resolução n° 277 de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico para café, cevada, chá, erva-mate e produtos solúveis. Diário Oficial da República Federativa do Brasil , Brasília, DF, 23 set. 2005. Disponível em: <http://e-legis.anvi sa.gov.br/leisref/public/showAct.php>. Acesso em: 12 ago. 2009

73

CAMARGO, M. C. R.; TOLEDO, M. C. F. Avaliação da contaminação de diferentes grupos de alimentos por hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Braz. J. Food. Technol , v. 5, 2002a. Disponível em: <http://www.ital.sp.gov.br>. Acesso em: 01 abr. 2010. CAMARGO, M. C. R.; TOLEDO, M. C. F. Chá-mate e café como fontes de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) na dieta da população de Campinas. Ciênc. Tecnol. Aliment. Campinas, v. 22, n. 1, jan./abr., 2002b. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 01 abr. 2010. CAMARGO, M. C. R.; TOLEDO, M. C. F. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos – uma revisão. Boletim da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnol ogia de Alimentos , v. 36, n.1, p. 69-78, 2002c. Disponível em: < http://www.ifpi.edu.br /eventos/iiencipro/arquivos/ALIMENTOS/2a095ac9453c3a2f02c42074449c0b7b.pdf >. Acesso em: 01 abr. 2010. CAMARGO, MSFO, Toledo MCF. Avaliação da ingestão de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) através da dieta, em diferentes regiões do Brasil. Revista Brasileira de Toxicologia . v. 14,n. 2, p. :23-30, 2001. CAMARGO, MSF, Toledo MCF. Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos em margarina, creme vegetal e maionese. Ciênc Tecnol Aliment ..v. 20, n. 1, p. 51-55, 2000.Disponível em:<ftp://ftp.cip.saude.sp.gov.br/teses/Tese_CCD_Caruso, %20MSF_2007.pdf >. Acesso em: 01 fev. 2010. CAMARGO, Mônica Cristiane Rojo et al . Determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAS) em guaraná em pó (Paullinia cupana). Ciênc. Tecnol. Aliment. , Campinas, v. 26, p. 230-234, 2006. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010120612006000100036&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 03 jan. 2010 CARUSO, M. S. F. Otimização de metodologia para determinação de benzo(a)pireno em cachaças por CLAE com detecção de fluorescência e avaliação de sua ocorrência . 2007. 119p. Dissertação (Mestre em Ciências) – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.ial.sp.gov.br>. Acesso em: 01 fev. 2010. CAVALCANTI, ASS; ROSA, JAB; LIMA, MSCS ; SILVA, AG. O uso do chá verde, Camellia sinensis L. (Theaceae) em produtos tópicos – uma revisão. Natureza on line , v.5, n.2, p.76-84, 2007. Disponível em:<http://www.naturezaonline.com.br> Acesso em: 10 mai. 2010.

74

CEC – The Commission of the European Communities. Commission Regulation (EC) No 208/2005 of 4 February 2005 . Official Journal of European Union, 8.2.2005. Disponível em: <http://ec.europa.eu/index_en.htm>. Acesso em: 01 mar. 2010. CHEMSPIDER, Building community for chemists. Disponível em: <http://www. chemspider.com/RecordView.aspx?rid=f55fd9c5-8488-44a9-89fc-3a0431a90cf1>. Acesso em: 01 maio 2010. COSTA, A. F. Avaliação da contaminação humana por hidrocarboneto s policíclicos aromáticos: determinação de 1-hidroxip ereno urinário . 2001. 80p. Dissertação (Mestre em Saúde Pública) – Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: <http://portalteses.cict. fiocruz.br>. Acesso em: 01 mar. 2010. CUNHA, A. L. M. C. Desenvolvimento e validação de método fosforimétric o em substrato de celulose para determinação de criseno e pireno . 2007. 187p. Tese (Doutorado em Química) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de janeiro, 2007. Disponível em: <http://www.puc-rio.br>. Acesso em: 11 dez. 2009. EUROPEAN COMMISSION. Health and Consumer Protection Directorate-General.. Polycyclic aromatic hydrocarbons – Occurrence in fo ods, dietary exposure and health effects. SCF/CS/CNTM/PAH/29 ADD1 Final. Brussels, 2002. Disponível em: <http://ec.europa.eu/food/fs/sc/scf/out154_en.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2010. EUROPEAN COMMISSION, SCF/CS/CNTM/PAH/29 Final Opinion of the Scientific. Committee on Food on the risks to human health of polycyclic aromatic hydrocarbons infood, 2002. Disponível em: <http://europa.mm/food/food/ chemicalsafety/contaminants/out153 em.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2010. EVANGELISTA, J. Tecnologia de alimentos . São Paulo: Atheneu, 2000. MASTRANDEA, C. et. al., Hidrocarburos aromáticos policíclicos. Riesgos para la salud y marcadores biológicos. Acta Bioquím. Clín. Lationam ., La Plata,v. 39, n. 1, jan./mar., 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 11 dez. 2009. FREI, B.; HIGDON, J. V. Antioxidant activity of tea polyphenols in vivo: evidence from animal studies. Journal of. Nutrition . 2003, 133, 3275S–3284S. HowStuffWorks.com.,Tea. 15 October 2008. Disponível em: http://science. howstuffworks.com/flowering-plants/tea-info.htm. Acesso em: 08 Jul 2010.

75

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH OF CANCER. Polynuclear aromatic compounds. IARC, Monographs on the evaluation of the carcinogenic risk of chemical to humans. Part 1, Chemical, Environmental and Experimental Data , v. 32, Lyon, France, 1983.Disponível em:< http://monographs.iarc.fr/ENG/ recentpub/mono89.pdf>. Acesso em: 08 Jul 2010. INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Monographs on the evaluation of carcinogenic risk of chemicals to humans. Preamble , 2006a. Disponível em: <http://monographs.iarc.fr/ENG/Preamble/CurrentPreamble.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2010. INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. International Agency for Research on Cancer. Monographs on the evaluation of carcinogenic risk of chemicals to humans. Polycyclic Aromatic Hydrocarbons , 2006b. Disponível em: <http:// monographs.iarc.fr/ ENG/Meetings/92_pahs.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2010. INTERNATIONAL PROGRAMME ON CHEMICAL SAFETY. World Health Organization. Environmental Helth Criteia 2002. Selected non-heterocyclic. Polycyclic aromatic hydrocarbons . Geneva, 1998. JÁNSKÁ M, et.al... Optimization of the procedure for determination of polycyclic aromatic hydrocarbons and their derivatives in fish tiss Estimation of measurements uncertainty, 2006. Food Addit Contam . v.23, n.3, p. 309-25. JOE, FL Jr, et. al.. Liquid chromatography determination of trace of residues of polynuclear aromatic hydrocarbons in food, 1984. J AOAC . v. 67, n.6, p.1072-82. KANG M. K., et. al.. Metabolomics Analysis Reveals the Compositional Differences of Shade Grown Tea (Camellia sinensis L.). Journal of. Agriculture and. Food Chemistry ., v. 58, n. 1, 2010. Disponível em:< http://pubs.acs.org/doi/pdfplus/ 10.1021/jf902929h>. Acesso em: 19 jun 2010 LEE RB, et. al.. Cervical carcinoma in pregnancy. Obstet Gynecol ,1981. v.58(5), p. 584-9. PubMed PMID: 7301234. Disponível em: < http://pubs.acs.org/doi/pdfplus/10.1021/jf902929h>. Acesso em: 19 jun 2010 LEITE F. Validação em análise química . 4 ed. Campinas: Editora Átomo; 2002. LIN D, Tu Y, ZHU L. Concentrations and health risk of polycyclic aromatic hydrocarbons in tea, 2005. Food Chem Toxicol . v. 43 p.41-8.

76

LOPES W.A., ANDRADE J.B. Fontes, formação, reatividade e quantificação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) na atmosfera,1996. Química Nova , v.9, n.5, p.497-516. Disponível em: < Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 11 dez. 2009.>. Acesso em: 11 abr. 2010. MEIRE, R. O.; AZEREDO, A.; TORRES, J. P. M. Aspectos ecotoxicológicos de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Oecol. Brás. , v. 11, n. 2, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 11 dez. 2009. MUKHTAR H; Ahmad N. Green tea in chemoprevention of cancer. Toxicological Sciences . v. 52, p. 111-117, 1999. Disponível em: <http://jn.nutrition.org/cgi/ content/full/135/12/2978S>. Acesso em: 08 abr. 2010. M. Inoue, K. Robien, R. Wang, DJ Van Den Berg, W.-P. Koh, and MC Yu E MC Koh Yu. Green tea intake, MTHFR/TYMS genotype and breast cancer risk: the Singapore Chinese Health Study. Carcinogenesis , v. 29, n. 10, p.1967 – 1972, oct. 2008. Disponível em: <http://carcin.oxfordjournals.org/cgi/content/short/27/7/1310>. Acesso em: 08 abr. 2010. NIEVA-CANO MJ, et. al.. Determination of polycyclic aromatic hydrocarbons with fluorimetric detection following sonication without sample clean-up.Comparison of two spectrofluorimetric methods apllied to water samples, 2001. Analyst . v.126, p. 1326-31. PEREIRA NETO, A. D.,et.al.. Avaliação da contaminação humana por hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e seus derivados (NHPAs): uma revisão metodológica. Química Nova , 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 13 dez. 2009. PHILLIPS, D. H. Polycyclic aromatic hydrocarbons in the diet. Mutation Research , v. 443, p. 139- 147, 1999. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com> Acesso em: 11 dez. 2009. SILVA, B. A. K.; et. al.. Usefulness of argyrophilic nucleolar organizer regions in detection of lung cells alterations after benzo(a)pyrene instillation. Acta Cirúrgica Brasileira , v. 21, n. 4, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 30 mar. 2010. SIMKO, P. Determination of polycyclic aromatic hydrocarbons in smoked meat products andsmoking flavoring food additives. Journal of Cromatography B , v. 770, 2002. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com>. Acesso em: 30 mar. 2010.

77

SKOOG, Douglas A. et al. Fundamentos de química analítica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. SKOOG, Douglas A.;et.al.. Princípios de análise instrumental. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. TFOUNI, S. A. V. Estudo do efeito do processamento na contaminação d e cana-de-açúcar e derivados por hidrocarbonetos policícli cos aromáticos . 2005. 113f. Tese (Doutorado em Ciência dos Alimentos) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005. Disponível em: <http://www.unicamp.br>. Acesso em: 30 dez. 2009. TOLEDO, M. Cecilia de F.; CAMARGO, M. Sílvia F.O.. Benzo(a)pireno em óleos de milho produzidos e comercializados no Brasil. Ciênc. Tecnol. Aliment. , Campinas, v. 18, n. 1, Apr. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20611998000100016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 01 abr. 2010. ZHAO JF. Green tea protects against psoralen plus ultraviolet A-induced photochemical damage to skin. Journal of Investigative Dermatology , v. 113, p. 1070-1075, 1999. Disponível em: <http://www.naturezaonline.com.br/natureza/conteudo/pdf/04_CavalcantiASSetal_7684.pdf>. Acesso em: 08 abr. 2010.