Design, Cultura & Rock N' Roll

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DESIGN, CULTURA & ROCK N’ ROLL JUAREZ TANURE POR BELAS ARTES 2015 SYLVESTRE NETTO PROF. ORIENTADOR

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Livreto complementar à apresentação do TCC da pós graduação de Gestão do Design

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DESIGN, CULTURA & ROCK N’ ROLL

J U A R E Z T A N U R EPOR

BELAS ARTES2015

SYLVESTRE NETTOPROF. ORIENTADOR

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UMA BREVE HISTÓRIA

ORIGEMMOVIMENTO HIPPIE & WOODSTOCKMOVIMENTO PUNK & D.I.Y. D.I.Y. & FANZINES

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ORIGEM

WILD BILL MOORE (1948)

DOLES DICKENS (1949)

A origem do nome Rock n’ Roll é precedente ao próp-rio gênero musical. Os cantores de R&B , das décadas de 1940 e 1950, já usavam o termo em letras e até mes-mo nos nomes das canções; podem-se citar os músi-cos Paul Bascomb (1947), Wild Bill Moore (1948) e Doles Dickens (1949), que registraram músicas cujo nome é “Rock and Roll”.

MOVIMENTO HIPPIE & WOODSTOCK

WOODSTOCK (1948)

BEHIND THE MUSIC

Não por coincidência, o Rock permeou a geração chamada Baby Boomer , que, em decorrência das pressões oriundas da Guerra da Coréia, seguida pela iminência da Guerra Fria, ansiava por mudanças, não só no âmbito da política, como também nos universos cultural e comportamental. [...]Nesse recorte temporal, surgiu o fenômeno Hippie, movimento pacifista contrário à guerra do Vietnã, à ameaça da Guerra Fria, enfim, que se opunha fron-talmente à prática da violência como forma de dominação, cujo estandarte central era o amor livre. O Rock reinou soberano neste movimento cultural, e protagonizou um momento singular registrado na história como possivelmente o evento musical de maior expressão do século XX, o festival de Música e Arte de Woodstock, que aconteceu em uma fazenda situada no estado de Nova York no período de 15 a 17 de Agosto de 1969, e reuniu em torno de 400 mil pessoas.

Joe Cocker

Woodstock Documentary

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No fim da década de 1970 e meados de 1980, na In-glaterra e nos EUA, surgiu um movimento artístico-cultural que se destacou por sua agressividade e espírito de independência, contrapondo-se aos con-ceitos otimistas e pacifistas de paz e amor universais preconizados pelos hippies. O movimento Punk se formava e trazia consigo, além de uma filosofia agres-siva e belicista, o estilo e filosofia D.I.Y. (do it yourself, ou faça você mesmo).[...]Esse elemento foi um dos motivos pelos quais o movimento Punk acabou seduzido pela filosofia do D.I.Y., uma vez que seus participantes não se sentiam pertencentes – ou representados – por nenhuma es-trutura sociocultural até aquele momento. O “Do it yourself ” tornou-se presença marcante em diversos aspectos culturais da sociedade, tais como a moda e a linguagem gráfica, dentre outros, valorizando cara-cterísticas amadoras e artesanais, a exemplo do que anteriormente ocorria no movimento Hippie.

MOVIMENTO PUNK & D.I.Y.

THE DECLINE OF WESTERN CINILIZATION

THE PUNK ROCK MOVIE

Black Flag Interview

Don Letts

D.I.Y. & FANZINESO D.I.Y. tem suas origens nos manuais de autoinstrução destinados, em sua maioria, aos trabalhos de reforma doméstica, carpintaria, alvenaria e pequenos reparos, muito populares na década de 1950 nos EUA. Seu ob-jetivo primordial era promover economia de mão de obra – usualmente um elemento de custo extremamente elevado no país – realizando o trabalho “você mesmo”.[...]Um fenômeno estreitamente identificado com o movi-mento Punk é o que se intitulou Fanzine. O conceito de fanzine tem origem, como indica a própria denomi-nação, em movimentos espontâneos nascidos nos gru-pamentos de seguidores ou adeptos de determinados gêneros musicais, ou de estilos de arte específicos, po-dendo ainda abranger os esportes e personalidades de qualquer área cultural geradora de interesses conforma-dores de grupo, ou seja, os fãs.[...]Os Fanzines e Punkzines, publicações do gênero pro-duzidas pelos integrantes do movimento punk, adota-ram integralmente a estética e filosofia D.I.Y., desde sua concepção até sua produção e reprodução, como coloca Triggs (2010, p.10): “em todo caso, produtores de Zines e acadêmicos reconhecem que os fanzines constroem e promovem comunidades D.I.Y.” (tradução do autor).

THE DECLINE OF WESTERN CINILIZATIONThe Germs Interview

THE PUNK ROCK MOVIEDocumentário

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A INDÚSTRIA DA MÚSICA E O DESIGN

COMPORTAMENTO & CONSUMOMÚSICA COMO PRODUTOPAPEL DO DESIGNDIFERENCIAÇÃOCROSS MÍDIA

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COMPORTAMENTO & CONSUMOO cenário social era de angústia e frenesi, elemen-tos que constituem as características fundamentais desse estilo musical, protagonizado por uma geração cheia de energia e sede de viver, altamente engajada em movimentos de contracultura e de desobediência social, que promovia a contestação dos valores vigen-tes na busca de um novo modelo que privilegiasse as liberdades pessoais. O Rock sempre se postou par-ceiro desses movimentos sociais, seu líder enquanto gênero musical, dialogando permanentemente com a vanguarda artística.Dessa forma, era previsível que o Rock criasse uma linguagem gráfica peculiar a partir do hibridismo, ap-ropriação e transformação característicos do processo de criação do próprio gênero musical. O perfil de vida, associado ao estilo de música Rock, influenciou fortemente a moda e a arte, em suas mais variadas vertentes. Nas décadas de 1960 e 1970, a linguagem do Rock, que permitia a sujeira, o erro, e era livre, desinteressada da perfeição, seduzia a juventude da época, que vivia assolada por guerras e por rígida moral social, sob o jugo de um puritanismo excessivo.

[...] Era de se esperar que traços de independência e sentimento de autossatisfação estivessem constante-mente presentes na vida dos adeptos desse estilo de vida, como de fato ocorria. Dessa forma, com base nos benefícios da obtenção de um bom trabalho a custos reduzidos, aliado à realização pessoal que a sensação do “dever cumprido” trazia aos indivíduos, essa filosofia foi se propagando ao longo do tempo, fortalecida ainda pela possibilidade de troca de ex-periências entre os membros desse clã, condição necessária e suficiente para gerar conforto e perten-cimento.[...]Os erros e as imperfeições eram naturalmente incor-porados à composição ou à peça final, sendo que um segmento (música) incorporava o outro (artes gráfi-cas). Na época, os integrantes do movimento Punk

discordavam das políticas públicas da então primeira ministra inglesa Margaret Thatcher, e não se sentiam representados pelas bandas e músicas veiculadas no rádio e na televisão. Dessa forma, decidiram criar, com suas próprias mãos, o tipo de música que gos-tariam de ouvir, as roupas que gostariam de vestir, en-fim, criar um novo conjunto de parâmetros, aspectos e hábitos sociais que, afinados com sua filosofia, lhes conferisse autoafirmação e independência pessoal.

Historiador George McKay define a cultura D.I.Y. como sendo ‘centrada na juventude e fonte direta de interesses e práticas’ e faz a ligação explícita en-tre cultura alternativa e a ética D.I.Y.. Ele considera a forma como as ações D.I.Y. diretas estão associadas às ideias sobre ‘autoempoderamento’ através de políticas de estilo de vida (2010, p.10) (Tael Triggs - Fanzines).[...]O anseio de preservação da individualidade, aliado à necessidade de união em grupos ou nichos, cria o desejo de pertencimento. A constante busca por ob-jetivos pessoais tende a isolar o indivíduo, deixando-o gradativamente mais distante de ser um cidadão pleno, como afirma Zigmunt Bauman em “A moder-nidade líquida” (1925). Esse isolamento faz com que o “indivíduo de jure”, ou seja, aquele que não é capaz de exercer sua liberdade de forma plena, se distancie mais e mais de se tornar um “indivíduo de facto”, e causa, eventualmente, um vazio que o leva à busca por pertencimento, que possibilita a discussão de inter-esses comuns, o compartilhamento de informações, o estabelecimento de relações afinadas com sua subje-tividade, posicionando-o em uma zona de conforto que gera profundo bem estar.

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MÚSICA COMO PRODUTO

De uns tempos para cá, a indústria da música vem pas-sando por várias transformações em sua forma de gra-var, reproduzir e ofertar música para os consumidores, o que a fez rever suas estratégias e modelos de negócios. Muitas dessas mudanças estão diretamente ligadas ao desenvolvimento tecnológico na produção e dis-tribuição dos produtos ligados à indústria fonográfica.

Os antigos modelos seguidos pelas gravadoras em todo o mundo baseavam-se na promoção, venda e distribuição dos produtos físicos, tratava-se de um modelo basicamente passivo. [...] Esse esquema extre-mamente cômodo e rentável foi, talvez, a razão para as gravadoras terem se ressentido tanto pela chegada da música digital, que trouxe em seu rastro a dissemi-nação desenfreada da pirataria no segmento.O primeiro artefato, de que se tem conhecimento, capaz de gravar e reproduzir sons foi o fonógrafo, in-ventado em 1877 por Thomas Edison. [...] Com sua invenção, Edison abriu novas possibilidades de uso do som de forma comercial.[...]Contudo, os cilindros utilizados no fonógrafo eram extremamente frágeis e tinham vida útil muito reduz-ida, pois a agulha que gravava e lia as ondas sonoras incrustadas em sua superfície acabava se desgastando rapidamente. Então, Emile Berliner, inventor alemão naturalizado estadunidense, criou um novo reprodutor sonoro chamado fonógrafo a disco, mais popularmente conhecido como gramofone. Introduzido comercial-mente em 1889 nos EUA, o gramofone usava como mídia discos feitos de materiais derivados do plástico, como a goma laca, que, apesar de ser considerada um

material frágil, era infinitamente mais resistente do que os cilindros de estanho e cera do fonógrafo de Edison, além de sua praticidade de transporte e armazena-mento e sua versatilidade de gravação, sendo possível a captação de faixas sonoras na frente e no verso do disco, ao contrário do cilindro que possuía apenas um lado para gravações.Houve também avanços tecnológicos importantes em meados da década de 1920, em se tratando, sobretudo, de gravação e reprodução sonora nos aparelhos de som, como microfones, e também com o advento da mesa de mixagem. A criação das caixas de som valvula-das permitia a amplificação das ondas sonoras captadas pelos sinais elétricos das agulhas dos toca discos e dos cabeçotes de leitura de fitas magnéticas.

Prosseguindo, no início da década de 1960, os engen-heiros da holandesa Phillips lançam uma versão práti-ca, compacta e portátil das fitas magnéticas que eram, até então, usadas em âmbito profissional pelas gravado-ras. Suas vantagens em relação aos discos de vinil eram seu tamanho reduzido, facilidade de estoque e sua ca-pacidade de armazenamento (trinta minutos em cada lado, A e B). Mas foi no fim da década de 1970 que as fitas cassete ganharam notoriedade e destaque, com o lançamento da linha Walkman da japonesa Sony. Foi aí que se pôde aproveitar, de forma plena, a portabilidade oferecida pelas fitas[...]Era a primeira vez, na longa história da humanidade, que o homem pôde levar consigo, aonde quer que fosse, suas músicas favoritas.

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O conceito da possibilidade de transportar sua própria seleção musical dá ao consumidor de música a liberdade de escolher o que quer ouvir, onde quer que esteja. Isso trás consigo uma forma de empodera-mento buscado por esses aficionados, que gera inter-ação social entre grupos de fãs e faz com que a dis-seminação da música aconteça de forma muito mais dinâmica.

Os transistores também possibilitaram a criação de outro artefato que impulsionou sobremaneira o pro-gresso da sociedade: os microcomputadores. Com a popularização dessas máquinas e sua capacidade de processamento de dados crescendo de maneira ex-ponencial, os computadores mudaram a forma como se produzia música, passando do modo analógico dos antigos rolos de fita magnética, para uma natureza to-talmente digital, sendo gerada, desde o princípio do processo, no interior dos computadores. Os engenhei-ros de som passaram a poder fazer ajustes nas trilhas sonoras de forma muito mais rica, rápida e precisa, através de softwares (programas) de edição.

Foi neste ambiente digital que ocorreu o surgimento de uma nova mídia que podia guardar não só o som, mas sim qualquer tipo de dado digital passível de ser armazenado em um computador, o CD (sigla para compact disc, ou traduzindo, disco compacto).

A partir desse momento tecnológico, não demorou muito a serem lançados os gravadores de CDs domés-ticos, reforçando a liberdade primeiramente oferecida pelas fitas cassete no que diz respeito à criação de playlists personalizadas. Agora, músicos ou aspirantes

MÚSICA USADA NO REFINAMENTO DO MP3Suzanne Vega - Tom’s Diner

a músicos têm recursos mais adequados para gravar e reproduzir seu material autoral. Qualquer um, com os softwares e hardwares apropriados, pode gravar sozinho, em casa, sua própria demo , e, até mesmo em alguns casos, editar, mixar, masterizar e publicar o próprio álbum, em um processo análogo ao desktop publishing no mercado editorial. Essa combinação tecnológica dá muito poder aos ar-tistas e bandas independentes, porém as grandes gra-vadoras – já desde a época das fitas cassete – passaram a sofrer de forma mais acentuada os danos causados pela pirataria. A facilidade e a rapidez com que se pas-sou a copiar essa nova mídia fomentou um comércio paralelo e ilegal que representou ameaça significativa aos lucros das gravadoras

Em 1997 surge o formato de compressão de áudio MP3 , como o conhecemos, fruto de anos de pesquisa de Karl-Heinz Brandenburg, pesquisador alemão da Associação Fraunhofer. Neste ano, a Sony Company cria o formato padrão de arquivo MP3, adotado mun-dialmente. [...] Em 1998 é criado o primeiro aparelho portátil reprodutor de músicas em formato MP3, sen-do possível, pela primeira vez, transportar no bolso ou na bolsa milhares de músicas.

A internet teve um papel fundamental na aceitação e difusão dos arquivos MP3, e a prática de fazer down-load de músicas se tornou logisticamente viável. Era então possível baixar e compartilhar suas músicas favoritas direto dos servidores, através de web sites ou entre usuários, no caso dos programas Peer-to-peer (conhecidos como P2P), cuja mecânica se dava trans-formando cada um desses usuários em um “pequeno

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servidor”. O exemplo mais famoso de programa P2P foi o pioneiro e polêmico Napster, criado por Shawn Fanning e Sean Parker, em 1999. [...] Mas essa nova revolução na maneira de se consumir música inco-modou, e muito, alguns artistas e gravadoras, culmi-nando em extensas batalhas jurídicas de proporções épicas.

Como seria possível cobrar por um produto – por ex-emplo, um arquivo MP3 – de um público que se acos-tumou a procurar e simplesmente “baixar” arquivos de música digital, gratuitamente, na internet?

A Apple Inc., criadora do super popular reprodutor de MP3 (o iPod) e, posteriormente, dos smartphones e tablets (iPhone e iPad, respectivamente), teve papel de protagonista na distribuição e comercialização de música digital. Com sua plataforma de comér-cio, a iTunes Store (antigamente conhecida como iTunes Music Store), a Apple provou a viabilidade de um modelo de negócio rentável para o mercado da música digital.[...]Ao constatar o sucesso da plataforma iTunes no mercado da música, diversos outros serviços surgi-ram para “abocanhar” uma fatia do novo mercado. Um exemplo que pode ser citado é o Youtube, que disponibiliza vasta base de dados com um volume monstruoso de conteúdo de vídeo e áudio, usando a tecnologia Streaming, que possibilita ao usuário usufruir desse conteúdo à medida que o download for avançando. [...] Além do Youtube, outros serviços de música e vídeos que usufruem desse recurso são o Deezer, Spotify, Vimeo, Rdio, dentre inúmeros outros.

Essas novas plataformas de música streaming chega-ram trazendo em seu bojo um modelo de negócio um pouco diferente do da iTunes Store. Enquanto neste último o usuário compra os arquivos de música ou vídeo e os “baixa” no reprodutor iTunes (conectado com seus diversos dispositivos), nas novas estru-turas, como o Deezer e o Soptify, o usuário assina um serviço com cobranças mensais (analogamente à mensalidade de uma academia ou curso acadêmico) e, a partir daí, tem acesso à vasta biblioteca de con-teúdo oferecido pela plataforma. [...]Esses serviços também têm um cunho evidente de so-ciabilidade em relação aos usuários e até mesmo em relação aos artistas, são integrados às redes sociais, possibilitando a divulgação e compartilhamento de músicas e playlists dentro da própria plataforma e pelo Facebook ou Google +, por exemplo.

Com a profusão dessas plataformas de mídia, enx-ergou-se a necessidade de buscar uma forma de dis-tribuição do conteúdo dos artistas para esses serviços de música. É aí que entram os distribuidores digitais. Eles oferecem planos de distribuição com preços var-iáveis, de acordo com o tipo e quantidade de plata-formas digitais escolhidas pelo cliente. Dessa forma, é possível fazer uma distribuição mais abrangente ou mais direcionada, de acordo com as necessidades do artista ou selo musical.

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O design se fez necessário para a indústria da música desde seu nascedouro. Tão logo foi possível gravar, reproduzir e comercializar música, independente da mídia utilizada, física ou digital, as gravadoras, e mais recentemente, os artistas independentes, utilizam os serviços de um designer , seja para a criação de capas e encartes para os álbuns, vídeo-clipes e vídeos promo-cionais, posters e panfletos (ou flyers) para divulgação de shows e atrações musicais, dentre outros. Por ser um produto intangível, é inconcebível a comercialização da música, gravada em algum tipo de mídia ou mesmo no ambiente de um concerto ao vivo, sem uma embal-agem para acomodá-lo adequadamente, exacerbando seus atrativos, e/ou divulgá-lo, amplificando seu al-cance através de cartazes, capas, encartes, estojos e uma enorme diversidade de outros recursos.[...][...] o conteúdo veiculado em uma revista, livro ou ál-bum musical é tão relevante quanto a forma utilizada para sua apresentação. Assim, se determinada obra focar-se em um tema inteiramente alinhado com os interesses do público ao qual se destina, mas apresen-tar uma construção estética distante, desconhecida ou inadequada ao repertório desse público, corre o risco de perder parte de sua credibilidade, não conseguindo atingir o segmento visado.

Dentre outras possibilidades, compõe a expertise do designer a capacidade de tutelar seu cliente, prestando uma espécie de consultoria a ele; além de desenvolver as peças gráficas a serem produzidas, deve ainda partilhar com os clientes, neste caso as bandas inde-pendentes de rock e gravadoras de pequeno e médio porte, aspectos referentes à produção e reprodução dos produtos por ele desenvolvidos.[...]

PAPEL DO DESIGN

Este modelo de produção tem como objetivo apontar às bandas possibilidades de utilização de ferramentas já existentes e disponíveis, de forma a poder exercer sua liberdade de expressão e criação mesmo não com-pondo o cast de uma gravadora, que, embora ofereça recursos financeiros, mercadológicos e logísticos no que concerne à produção, divulgação e distribuição, muitas vezes acaba por engessar as obras e a criativi-dade dos artistas, priorizando resultados econômicos em detrimento da realização de um trabalho autoral, mais identificado com as preferências de determinados nichos e subnichos.

No formato proposto, o composto mercadológico que percorre o caminho da produção até a disponibilização do produto final para os consumidores, na medida em que atende o mais fielmente possível à arquitetura auto-ral da obra, faz com que esta dialogue diretamente com seu target , neste caso representado por segmentos es-pecíficos da sociedade, possibilitando a eles a sensação de pertencimento a um grupo, característica identitária daquilo que se denomina consumo autoral, como ex-plana Francesco Morace (2012).

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Um elemento, também importante, que incentiva as pessoas a comprar música ao invés de simplesmente fazer o download ilegal e gratuito, é a presença da “capa” do álbum (ou Artwork), incorporada ao meta-data do arquivo, possibilitando a agregação de valor proporcionada pelo design; a maioria dos arquivos ilegais não possuem Artwork.[...]Nesse contexto, extremamente amplo, repleto de es-pecificidades e possibilidades, o trabalho do designer aparece como um diferencial que agrega valor aos produtos. Assim, através dos anúncios digitais, bem como dos tradicionais, da Artwork ou embalagem do álbum, ¬dos videoclipes ou vídeos de divulgação e promoção, dos pôsteres de shows, dos web sites, das fotos de divulgação para a assessoria de imprensa ou das linhas de produtos vinculados aos artistas, o de-signer atua em diversos segmentos do design gráfico (impresso, digital, motion e áudio), como ferramenta na gestão da carreira do artista ou banda.

DIFERENCIAÇÃO

WHAT IS CROSS MEDIA?

Crossmedia (também conhecida como cross me-dia ou cross-media) é a distribuição de serviços, produtos e experiências por meio das diversas mídias e plataformas de comunicação existentes no mundo digital e offline. Conceito da década de 1990, envolvendo publicidade em múltiplos meios. Ou seja, um conceito simplista sobre publi-cidade e canais de veiculação.

A evolução do conceito é a Transmedia Storytell-ing, cujo objetivo é contar uma história com a marca ou o produto que se pretende comunicar, suficientemente interessante para envolver o con-sumidor e assim este apreender a mensagem que foi passada. Para ser eficaz, tem de ser capaz de:

• Diferenciar o valor do produto, de forma a torná-lo único;• Curto, fácil de contar/transmitir por todos, para que a história possa ser disseminada “boca a boca” e memorável;• Relevante para o segmento que se quer “atingir”. Se não for relevante para o segmento onde a marca atua, não tem qualquer valor;• Deve apresentar dados concretos e se possível quantificáveis.

By BFM

CROSS MÍDIA

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DISCURSO

ADEQUAÇÃOCONTEÚDO X APRESENTAÇÃO

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ADEQUAÇÃO[...] Essa conexão só acontece através da correta me-diação do discurso usado pela banda; assim, se busca atingir um nicho de público que anseia por liberdade e independência, deve valer-se de um discurso que trafegue pelos interesses pertinentes à filosofia D.I.Y., ao amor livre e às drogas, por exemplo. [...] Então, cabe aqui identificar, com precisão, os desejos e ne-cessidades do público para oferecer exatamente aq-uilo que possa satisfazê-lo, fornecer a ele as condições necessárias à criação de uma zona de conforto, onde se sinta pertencente e acolhido, porque igual.[...]As pessoas vão ao cinema para se ver, numa sequência de imagens que mais do que argumentos lhes entrega gestos, rostos, modos de falar e caminhar, paisagens, cores. Ao permitir que o povo se veja, o cinema o na-cionaliza... (1987, apud NETTO, 2008 p.13).

CONTEÚDO X APRESENTAÇÃOWalter Benjamin discorre sobre essa assertividade de discurso e sobre qualidade de produção no texto “O autor como produtor – Conferência pronunciada no Instituto para o Estudo do Fascismo, em 27 de abril de 1934”. Nesse ensaio, Benjamin coloca o dilema entre “tendência” e “qualidade”. Ele chama de “tendência” o posicionamento do autor perante um assunto, inter-esse ou classe sociopolítica – o discurso. Dessa forma, ele nos apresenta a dicotomia “por um lado por outro lado: por um lado devemos exigir que o autor siga a tendência correta, por outro lado temos o direito de exigir que sua produção seja de boa qualidade”. É ex-atamente esse dilema que as bandas independentes enfrentam na hora de produzir seu material.[...]“Pretendo mostrar-vos que a tendência de uma obra literária só pode ser correta do ponto de vista político quando for também correta do ponto de vista lit-erário. Isso significa que a tendência politicamente correta inclui uma tendência literária. Acrescento imediatamente que é essa tendência literária, e nen-huma outra, contida implícita ou explicitamente em toda tendência política correta, que determina a qual-idade da obra. Portanto, a tendência política correta de uma obra inclui sua qualidade literária, porque in-clui sua tendência literária (Benjamin, 1934, p.121).”

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Isto posto, entende-se que o autor, a fim de atingir um público específico, além de ater-se a temáticas insti-gantes, que se coadunem com os interesses próprios do segmento, deve também usar uma linguagem ad-equada a quem se direciona sua obra e ao tema pro-priamente dito. [...]Luiz Carlos Fetter pontua a relação entre estética e público-alvo, no que concerne a editoriais periódicos, em seu artigo “Revistas, design editorial e retórica tipográfica – A experiência da revista Trip (1986 – 2010)”, publicado em 2011:“A estética do periódico, para Gade (2002), é parte de um contrato que se estabelece com o leitor: a confian-ça que o leitor deposita nos conteúdos da publicação que elege está vinculada ao aspecto ótico original e autêntico com que os conteúdos lhe são apresentados, ou seja, tal como ele os vê (FETTER, 2011, p.53).”

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SASQUATCH DESIGN

O QUE É?O QUE FAZ?ATUAÇÃOESTRUTURA

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O QUE É?a SASQUATCH DESIGN & ROCK não se limita a prestar serviços de design gráfico e consultoria para bandas ou gravadoras, mas sim pretende proporcio-nar a seus clientes uma possibilidade de experimentar sentimentos como o autoempoderamento, autossatis-fação e pertencimento.[...]O nome fantasia escolhido para a empresa é SAS-QUATCH DESIGN & ROCK, fazendo referência ao “elo perdido” evolucionário, uma criatura rara e lend-ária. Dessa forma, pode-se fazer a analogia do “elo perdido” entre a arte e o design, ou entre o analógico e o digital.[...]• Missão: Disponibilizar o design gráfico para bandas, gravadoras e festivais, com linguagem voltada para o mundo do rock e projetos utilizando matérias difer-enciados e métodos de produção alternativos, sempre alinhados às novas tecnologias, mas sem esquecer das antigas.• Visão: Se tornar referência em design no mercado fonográfico nacional e mundial, sendo reconhecida pela inovação e projetos diferenciados e pelo bom relacionamento com clientes e fornecedores.• Valores: Inovação, atitude, energia, desobediência, digital, analógico.

O QUE FAZ?Oferece os serviços de design gráfico como pôsteres, material gráfico dos álbuns, criação e re-design de identidade visual, video release, lyric video, merchan-dising, entre outros. Além disso, prestará serviços de consultoria artística para os clientes. Com o uso da internet e de ferramentas que possibilitam o trabalho à distância, o escritório pode atender bandas de todo o território nacional e até mesmo do exterior. O difer-encial da empresa está no uso de materiais especiais e métodos de produção alternativos, levando as bandas independentes e em início de carreira ao universo do design.

A música é um produto intangível. Por isso, carece de mídia e de embalagem – seja física ou digital – para ser comercializada no mercado. Sua distribuição não é possível em sua forma pura e abstrata. Devido a essa característica de intangibilidade, bandas, artistas e gravadoras precisam de um projeto gráfico que, além de simplesmente acomodar a mídia gravada, comu-nique de forma certeira e impactante a mensagem que o cliente pretende transmitir com seus singles ou álbuns. Um bom projeto gráfico deve ajudar a “contar a estória” por atrás do trabalho do artista, fazendo uso de técnicas de storytelling, tornando o produto uma extensão da experiência do álbum.

O material de divulgação das bandas, apresentações e festivais também são produtos que se fazem im-prescindíveis para o sucesso dos artistas e eventos. Pôsters, flyers e banners serão ofertados, assim como a produção de fotos e vídeos para divulgação e circu-lação da imagem das bandas na mídia.

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ATUAÇÃOO público da SASQUATCH DESIGN & ROCK são artistas independentes ou em início de carreira em busca de lançar seu trabalho, gravadoras sem um de-partamento de design próprio e organizadores de fes-tivais culturais. Fazem parte de um mercado mutante que sofreu diversas revoluções nos últimos anos, e, devido a isso, precisam dos serviços de empresas que têm expertise em se adaptar a todas essas mudanças.

Cada vez mais se dão conta da importância do mer-cado digital e do poder das novas mídias. A presença na web é fundamental para todos os artistas, princi-palmente os independentes, por ser uma mídia que não requer investimentos muito altos. Todas as ban-das precisam, inegavelmente, de pelo menos um web site e uma página ou perfil nas redes sociais.[...]Mas ao mesmo tempo em que se busca, desesperada-mente, por novas tecnologias, ainda existem artistas que andam na contramão desse pensamento; tem sido observado um aumento da valorização do Analógico e do lo-fi. O que confirma essa ideia são as feiras de editoriais independentes e zines e os lançamentos e reedições em formatos de mídia que, até pouco tempo atrás, eram considerados extintos, como o disco de vinil e, mais recentemente, as fitas cassete.

A base de operações será situada em um escritório na região centro-sul, que é usualmente frequentada por músicos e artistas, fazendo com que o escritório se torne parte da cena cultural da cidade. O atendimento feito de forma pessoal é viável para um raio de até 300 km da cidade de São Paulo.

A empresa também consegue atender clientes à dis-tância, graças à internet e às ferramentas de trabalho e comunicação remotos. Dessa forma, dissolvem-se

UGRA PRESSPREGO DOCEditora & PredutoraRevista Prego

as barreiras geográficas, podendo oferecer serviços e buscar mão de obra em qualquer parte do Brasil ou do mundo.[...]Para diferenciar os produtos dos seus clientes nos pontos de venda, a SASQUATCH DESIGN & ROCK investe na pesquisa em formatos e materiais não usuais ou inusitados. Em uma gôndola comum de loja, os produtos com embalagem minimamente diferenciadas se sobressaem de maneira especial. Ocorre um fenômeno de estranhamento – uma que-bra no ritmo – em relação aos demais, chamando para si muito mais atenção.

Outro diferencial importante da empresa é a expertise no universo da música. Existem muitos escritórios de design no mercado, mas poucos dedicados e com experiência na indústria fonográfica, com contatos entre fábricas de mídia, assessoria de imprensa e dis-tribuidores (físico e digital).

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ESTRUTURAA SASQUATCH DESIGN & ROCK será composta por dois sócios fundadores que dividirão a parte de gestão e de marketing. Além da rotina administrativa, os sócios desempenharão funções exclusivas: um cuidará da criação e produção e o outro da consul-toria artística e planejamento estratégico das marcas. Um estagiário ajudará na área da criação e, de acordo com a demanda, designers freelancers poderão ser chamados para trabalhos específicos.

Além da estrutura já detalhada anteriormente, a SAS-QUATCH DESIGN & ROCK contará com o serviço dos seguintes colaboradores:

• Contabilidade: Responsável por organizar a parte econômico-financeira e patrimonial da empresa;• Legal: Trabalhará na composição de contratos, pro-teção do direito autoral em relação ao escritório e cli-entes e inscrição em leis de incentivo;• Courrier: Auxiliará no mecanismo de logística, transportando documentos, provas e material gráfico entre a empresa, fornecedores e clientes;• T.I.: Suporte técnico para os computadores, siste-mas, servidores e internet;• Limpeza: Responsável pela higiene do escritório;• Fornecedores: Viabilizam recursos para a realização do negócio, disponibilizando matéria-prima, serviços de impressão, replicação de mídia, distribuição digi-tal, etc...;• Freelancers: Profissionais que ajudarão a dar vazão à demanda excessiva, seja em relação ao design quanto à programação web.

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[email protected] M A I L

JUAREZTANUREWWW.BEHANCE.NET/