Confesiones de Un Gangster Economico John Perkins

350
CONFESIONES DE UN GÁNGSTER ECONÓMICO

Transcript of Confesiones de Un Gangster Economico John Perkins

CONFESIONES DE UN GNGSTER ECONMICO

John Perkins

Confesiones de un gngster econmicoLa cara oculta del imperialismo americano

T E N D E N C I A SArgentina - Chile - C o l o m b i a - E s p a a Estados Unidos - Mxico - U r u g u a y - Venezuela

Ttulo

original:

Confessions of an Economic Hit Man

First published by B e r r e t t - K o e h l e r Publishers, Inc., San F r a n c i s c o , C A , U S A . All R i g h t s Reserved T r a d u c c i n : J o s A n t o n i o B r a v o Alfonso Directora d e T e n d e n c i a s : N u r i a Almiron Proyecto editorial: E d i t r e n d s R e s e r v a d o s t o d o s los d e r e c h o s . Q u e d a rig u r o s a m e n t e p r o h i b i d a , sin la autorizacin escrita de los titulares del copyright, bajo las sanciones establecidas en las leyes, la rep r o d u c c i n parcial o total de esta o b r a p o r cualquier m e d i o o p r o c e d i m i e n t o , incluid o s la reprografla y el tratamiento informtico, as c o m o la distribucin de ejemplares mediante alquiler o p r s t a m o pblico. C o p y r i g h t 2 0 0 4 by J o h n Perkins de la traduccin 2 0 0 5 y J o s A n t o n i o Bravo Alfonso 2 0 0 5 by E d i c i o n e s U r a n o , S. A. Aribau, 1 4 2 , pral. - 0 8 0 3 6 B a r c e l o n a www.edicionesurano .com ISBN: 84-934642-0-1 D e p s i t o legal: B . 4 2 . 1 7 5 - 2 0 0 5 Fotocomposicin: Ediciones U r a n o , S. A. I m p r e s o p o r R o m a n y Valls, S. A. - Verdaguer, 1 - 0 8 7 6 0 C a p e l l a d e s ( B a r c e l o n a ) I m p r e s o en E s p a a - Printed in Spain

A

mis progenitores,

Ruth Moodyy Jason

Perkins,

que me ensearon acerca de la vida y del amor y me infundieron el coraje que me ha permitido escribir este libro.

i

ndice

Prefacio Prlogo

11 21

P R I M E R A PARTE: 1963-1971 1. Nace un gngster econmico 2. Para toda la vida 3 . Indonesia: lecciones d e g a n g s t e r i s m o e c o n m i c o 4. Salvar a una nacin del c o m u n i s m o 5 . C m o vend m i alma , .... 31 43 53 57 63

S E G U N D A PARTE: 1971-1975 6. Mi papel de inquisidor 7. La civilizacin a p r u e b a 8 . U n J e s s diferente 9. U n a o p o r t u n i d a d en la vida 1 0 . Presidente y h r o e de P a n a m 1 1 . Piratas en la z o n a del Canal 1 2 . S o l d a d o s y prostitutas 1 3 . C o n v e r s a c i o n e s con el General 1 4 . C o m i e n z a un n u e v o y siniestro p e r o d o de la historia e c o n m i c a 1 5 . Arabia S a u d y el c a s o del b l a n q u e o de d i n e r o 1 6 . E j e r c i e n d o de p r o x e n e t a y financiando a O s a m a bin L a d e n 145 9 123 129 73 79 85 91 99 105 109 115

T E R C E R A PARTE: 1975-1981 1 7 . L a s n e g o c i a c i o n e s del Canal d e P a n a m y Graham Greene 18. Irn y su R e y de Reyes 19. Confesiones de un hombre torturado 2 0 . L a cada d e u n rey 2 1 . C o l o m b i a , l a clave d e L a t i n o a m r i c a 2 2 . L a repblica americana contra e l imperio global 2 3 . Un curriculum engaoso 2 4 . E l presidente d e E c u a d o r contra las g r a n d e s petroleras 2 5 . Mi marcha 207 213 155 165 171 177 181 187 195

C U A R T A PARTE: D E 1981 A L P R E S E N T E 2 6 . E c u a d o r : m u e r e u n presidente 2 7 . P a n a m : m u e r e o t r o presidente 2 8 . E n r o n , G e o r g e W. B u s h y mi c o m p a a elctrica 29. Acepto un soborno 3 0 . E s t a d o s U n i d o s invade P a n a m 3 1 . U n fracaso del g a n g s t e r i s m o e c o n m i c o e n Iraq 3 2 . El 11 de s e p t i e m b r e y las consecuencias s o b r e mi persona 3 3 . V e n e z u e l a salvada p o r S a d d a m 34. Retorno a Ecuador 3 5 . Levantando el barniz 271 281 289 301 223 229 233 241 249 261

Eplogo C r o n o l o g a p e r s o n a l d e J o h n Perkins Notas Sobre el autor ndice temtico

313 319 323 337 339

10

Prefacio

Los gngsteres econmicos ( E c o n o m i c H i t M e n , EHM) son profesionales generosamente pagados que dial, y de de la Agencia otras ricas estafan billones de dlares (USAID) hacia las a pases de todo el mundo. Canalizan el dinero del Banco MunInternacional para el Desarrollo ayuda organizaciones que controla internacionales de los recursos

arcas de las grandes corporaciones y los bolsillos del puado de familias naturales del planeta. Entre sus instrumentos figuran los dictmenes financieros fraudulentos, las elecciones amaadas, los sobornos, las extorsiones, las trampas sexuales y el asesinato. Ese juego es tan antiguo como los imperios, pero adquiere nuevas y terrorficas dimensiones en nuestra era de laglobalizacin.

To lo s bien, porque yo he sido un gngster econmico. E n 1 9 8 2 escrib estas lneas c o m o c o m i e n z o d e u n libro cuyo ttulo de t r a b a j o era Conscience of an Economic Hit Man. Lo d e d i c a b a a los presidentes de d o s pases, a d o s h o m b r e s q u e fueron clientes m o s , r e s p e t a d o s y c onside r ados p o r m c o m o espritus afines: Jaime R o d o s , presidente de E c u a d o r , y Ornar T o r r i j o s , presidente de P a n a m . A m b o s haban fallecido recientemente e n aquellos m o m e n t o s . S u s aviones se estrellaron, p e r o no se trat de ningn accidente sino de asesinatos m o t i v a d o s por la o p o s i c i n de a m b o s a la cofrada de dirigentes empresariales, g u b e r n a m e n t a l e s y financieros q u e p e r s i g u e u n imperio mundial. N o s o t r o s , los g n g s t e r e s e c o n m i c o s , no c o n s e g u i m o s d o b l e g a r a R o d o s y T o r r i j o s , y p o r e s o fue preciso q u e intervinieran los o t r o s tipos de g n g s t e r e s , los 11

CONFESIONES

DE UN GNGSTER ECONMICO

chacales p a t r o c i n a d o s p o r la C A q u e siempre e s t a b a n p e g a d o s a nuestras espaldas. Me convencieron de no escribir ese libro. D u r a n t e los veinte a o s siguientes lo e m p e c en cuatro ocasiones m s . En cada u n a de ellas, mi decisin estuvo influida p o r hechos c o n t e m p o r n e o s de la poltica internacional: la invasin de P a n a m p o r E s t a d o s U n i d o s en 1 9 8 9 , la primera g u e r r a del G o l f o , el c o n a t o de invasin de S o malia y la irrupcin de O s a m a bin L a d e n . En t o d a s ellas, a m e n a z a s o s o b o r n o s me i n d u j e r o n a a b a n d o n a r l o . E n 2 0 0 3 , e l presidente d e una i m p o r t a n t e editorial p r o p i e d a d d e u n a p o d e r o s a multinacional ley u n b o r r a d o r d e l o q u e l u e g o ha r e s u l t a d o ser Confesiones de un gngster econmico. Lo calific de r e l a t o fascinante q u e d e b a ser c o n t a d o . A continuacin sacud i la c a b e z a c o n u n a sonrisa triste, y me dijo q u e los ejecutivos de la oficina central p o n d r a n objeciones y q u e no p o d a arriesgarse a publicarlo. M e a c o n s e j q u e l o reescribiera e n f o r m a d e novela. P o d r a m o s lanzarte c o m o novelista, a lo J o h n L e C a r r o G r a h a m Greene. P e r o esto no es u n a novela. Es el relato real de mi vida. O t r o editor m s v a l e r o s o , y no perteneciente a n i n g u n a multinacional, a c e p t a y u d a r m e a contarlo. E s t a historia debe ser c o n t a d a . Vivimos en u n a p o c a de crisis terribles, y de o p o r t u n i d a d e s t r e m e n d a s . La historia de este particular g n g s t e r es la historia de c m o h e m o s l l e g a d o a d o n d e estam o s y p o r q u n o s e n f r e n t a m o s actualmente a u n a crisis q u e p a r e ce insuperable. Y hay q u e contarlo p o r q u e n e c e s i t a m o s e n t e n d e r n u e s t r o s errores del p a s a d o si q u e r e m o s hallarnos en situacin de a p r o v e c h a r las o p o r t u n i d a d e s futuras. P o r q u e h a n o c u r r i d o cosas c o m o el 1 1 - S y la s e g u n d a g u e r r a en Iraq. P o r q u e a d e m s de las tres mil p e r s o n a s q u e m u r i e r o n a m a n o s de los terroristas el 11 d e s e p t i e m b r e d e 2 0 0 1 , otras veinticuatro mil m u r i e r o n ese da d e h a m b r e y de o t r a s secuelas de la miseria. O m e j o r d i c h o , t o d o s los das m u e r e n veinticuatro mil p e r s o n a s q u e n o encuentran c o n q u a l i m e n t a r s e . Y lo m s i m p o r t a n t e , esta historia hay q u e contarla p o r q u e hoy, p o r p r i m e r a vez en la historia, existe un pas c a p a z de cambiar t o d o e s o m e d i a n t e sus recursos, su d i n e r o y su p o d e r . Es 121

Prefacio el pas en d o n d e nac y al q u e he servido c o m o g n g s t e r e c o n m i c o : E s t a d o s U n i d o s d e Amrica del N o r t e . Q u es lo q u e finalmente me convenci a i g n o r a r las a m e n a zas y los intentos de s o b o r n o ? L a r e s p u e s t a breve e s q u e t e n g o una hija, J e s s i c a , licenciada universitaria y e m a n c i p a d a . Y q u e , r e c i e n t e m e n t e , al c o m e n t a r l e q u e e s t a b a c o n s i d e r a n d o la publicacin de este libro y participarle mis temores al respecto, me contest: N o te preocupes, pap. S i van p o r ti, y o continuar d o n d e l o hayas d e j a d o . A u n q u e s l o sea p o r los nietos q u e e s p e r o d a r t e a l g n d a . E s a e s l a r e s p u e s t a breve. La versin c o m p l e t a tiene q u e ver c o n mi dedicacin al pas en q u e me he criado y mi a m o r a los ideales p r o c l a m a d o s p o r sus p a dres f u n d a d o r e s . T a m b i n c o n l o q u e c o n s i d e r o m i d e b e r para c o n la repblica americana q u e hoy p r o m e t e la vida, la libertad y la b s q u e d a de la felicidad para t o d o s , en t o d a s partes. Y, p o r ltim o , tiene q u e ver c o n m i decisin t o m a d a d e s p u s del 1 1 - S d e n o q u e d a r m e o c i o s o c o n t e m p l a n d o c m o los g n g s t e r e s econ m i c o s t r a n s f o r m a n esa repblica e n u n i m p e r i o g l o b a l . H e aqu la sinopsis de la versin c o m p l e t a q u e se hallar desarrollada, en carne y h u e s o , a lo l a r g o de los captulos siguientes. E s t e e s u n relato real. L o h e vivido m i n u t o a m i n u t o . L o s p a i s a j e s , las p e r s o n a s , las conversaciones y los s e n t i m i e n t o s q u e d e s c r i b o h a n f o r m a d o parte de mi vida. Es mi biografa y, sin e m b a r g o , d e b o situarla e n e l c o n t e x t o m s a m p l i o de los acontecim i e n t o s m u n d i a l e s q u e han c o n f i g u r a d o n u e s t r a historia, q u e n o s han llevado a d o n d e e s t a m o s hoy, y q u e c o n f o r m a n los c i m i e n t o s del f u t u r o d e n u e s t r o s hijos. H e p r o c u r a d o l a m x i m a e x a c t i t u d en la descripcin de esas experiencias, g e n t e s y c o n v e r s a c i o n e s . C u a n d o c o m e n t o h e c h o s histricos o r e c o n s t r u y o mis conversaciones c o n otras p e r s o n a s , h e utilizado diversos i n s t r u m e n t o s : d o c u m e n t o s p u b l i c a d o s , registros y n o t a s p e r s o n a l e s , r e c u e r d o s m o s y de o t r o s participantes, los cinco b o r r a d o r e s e m p e z a d o s en o t r o s t i e m p o s y las narraciones histricas de o t r o s a u t o r e s , c o n preferencia para los recin p u b l i c a d o s y q u e revelan i n f o r m a c i o nes antes clasificadas o no disponibles p o r o t r o s m o t i v o s . En las 13

CONFESIONES

DE

UN

GNGSTER ECONMICO

n o t a s finales d o y las referencias p a r a el lector i n t e r e s a d o q u e d e see p r o f u n d i z a r en estos t e m a s . Mi e d i t o r me p r e g u n t si realmente nos referamos a n o s o t r o s m i s m o s l l a m n d o n o s g n g s t e r e s e c o n m i c o s . L e c o n t e s t q u e s, a u n q u e u s b a m o s m s a m e n u d o las iniciales E H M . E n efecto, el primer da de 1 9 7 1 q u e e m p e c a trabajar c o n mi instructora, C l a u d i n e , sta m e dijo: L a misin q u e t e n g o a s i g n a d a e s hacer d e ti un economic hit man. Y q u e nadie se entere de tu actividad... ni siquiera tu m u j e r . Y l u e g o a a d i , p o n i n d o s e seria: C u a n d o u n o entra en e s t o , entra para t o d a la v i d a . M s a d e l a n t e , casi n u n c a volvi a m e n c i o n a r la expresin c o m p l e t a . E r a m o s , sencillamente, u n o s E H M . El c o m e t i d o de C l a u d i n e es un e j e m p l o fascinante de la m a n i p u l a c i n s u b y a c e n t e al n e g o c i o en el q u e me haba i n c o r p o r a d o . E r a bella e inteligente, y s u m a m e n t e eficaz. D e t e c t mis p u n t o s dbiles y s u p o explotarlos en su beneficio. Su t r a b a j o y la habilidad con q u e lo realizaba ejemplifican la m e n t a l i d a d sutil de q u i e n e s m a n e j a n los hilos de este sistema. C l a u d i n e no t u v o p e l o s en la l e n g u a a la h o r a de d e s c r i b i r m e l o q u e i b a n a exigir d e m. T u t r a b a j o d i j o consistir e n estimular a lderes de t o d o s los pases para q u e entren a f o r m a r parte de la e x t e n s a r e d q u e p r o m o c i o n a los intereses c o m e r c i a l e s de E s t a d o s U n i d o s e n t o d o e l m u n d o . E n l t i m o t r m i n o e s o s lderes a c a b a n a t r a p a d o s en la telaraa del e n d e u d a m i e n t o , lo q u e n o s g a r a n t i z a su lealtad. P o d e m o s recurrir a ellos s i e m p r e q u e los n e c e s i t e m o s p a r a satisfacer nuestras necesidades polticas, e c o n micas o militares. A c a m b i o , ellos c o n s o l i d a n su p o s i c i n poltica p o r q u e traen a sus pases c o m p l e j o s industriales, centrales g e n e r a d o r a s de e n e r g a y a e r o p u e r t o s . Y los p r o p i e t a r i o s de las e m p r e s a s e s t a d o u n i d e n s e s de ingeniera y c o n s t r u c c i n se hacen i n m e n s a m e n t e ricos. H o y v e m o s los e s t r a g o s resultantes de este sistema. Ejecutivos de las c o m p a a s estadounidenses m s respetadas q u e contratan p o r s u e l d o s casi de esclavos la m a n o de o b r a q u e explotan b a j o condiciones i n h u m a n a s en los talleres de Asia. E m p r e s a s petroleras q u e arrojan d e s p r e o c u p a d a m e n t e sus toxinas a los ros de la selva tropi14

Prefacio cal, e n v e n e n a n d o adrede a h u m a n o s , animales y plantas, y p e r p e t r a n d o g e n o c i d i o s contra las culturas ancestrales. L a b o r a t o r i o s farmacuticos q u e niegan a millones de africanos infectados por el V I H los m e d i c a m e n t o s q u e podran salvarlos. E n E s t a d o s U n i d o s m i s m o , d o c e millones de familias no saben lo q u e van a c o m e r m a a n a . El n e g o c i o de la energa ha d a d o lugar a una E n r o n . El neg o c i o de las auditoras ha d a d o lugar a u n a A n d e r s e n . La quinta parte de la poblacin mundial residente en los pases ms ricos tena en 1 9 6 0 treinta veces ms ingresos q u e otra quinta p a r t e , los p o b l a d o r e s de los pases ms p o b r e s . P e r o en 1 9 9 5 la p r o p o r c i n era d e 7 4 : 1 . E s t a d o s U n i d o s gasta ms d e 8 7 . 0 0 0 millones d e d lares en la g u e r r a de I r a q , c u a n d o N a c i o n e s U n i d a s estima q u e c o n m e n o s de la mitad bastara para proporcionar a g u a p o t a b l e , dieta a d e c u a d a , servicios de salud y educacin elemental a t o d o s los habitantes del p l a n e t a .4 3 2

Y n o s p r e g u n t a m o s p o r q u nos atacan los terroristas! A l g u n o s preferiran achacar nuestros p r o b l e m a s actuales a u n a conspiracin o r g a n i z a d a . Ya me gustara q u e fuese tan sencillo. A los c o n s p i r a d o r e s se les p u e d e capturar y llevar ante los tribunales. P e r o este sistema n u e s t r o l o impulsa a l g o m u c h o m s p e l i g r o s o q u e u n a conspiracin. L o impulsa, n o u n p e q u e o g r u p o d e h o m b r e s , sino u n c o n c e p t o q u e h a sido a d m i t i d o c o m o v e r d a d sagrad a : q u e t o d o crecimiento e c o n m i c o e s siempre beneficioso p a r a la h u m a n i d a d y q u e , a mayor crecimiento, m s se generalizarn sus beneficios. E s t a creencia tiene tambin un corolario: q u e los sujetos m s hbiles en atizar el f u e g o del crecimiento e c o n m i c o m e recen alabanzas y r e c o m p e n s a s , mientras q u e los nacidos al m a r g e n q u e d a n disponibles para ser e x p l o t a d o s . E s u n c o n c e p t o e r r n e o , naturalmente. S a b e m o s q u e e n m u c h o s pases el crecimiento e c o n m i c o s l o beneficia a un r e d u c i d o estrato de la p o b l a c i n , y q u e de h e c h o p u e d e r e d u n d a r en unas circunstancias c a d a vez m s desesperadas p a r a la mayora. V i e n e a intensificar este efecto el corolario m e n c i o n a d o , de q u e los lderes industriales q u e impulsan este sistema m e r e c e n disfrutar de u n a consideracin especial. Creencia q u e est en el f o n d o de m u c h o s de n u e s t r o s p r o b l e m a s actuales y tal vez es el m o t i v o de q u e a b u n 15

CONFESIONES DE UN

GNGSTER ECONMICO

den t a n t o las teoras conspirativas. C u a n d o se r e c o m p e n s a la codicia h u m a n a , sta se convierte en un p o d e r o s o i n d u c t o r de c o r r u p cin. Si el c o n s u m o v o r a z de los recursos del planeta est c o n s i d e r a d o a l g o i n t o c a b l e , si e n s e a m o s a nuestros hijos a e m u l a r a las p e r s o n a s c o n estas vidas desequilibradas y si definimos a g r a n d e s sectores de la p o b l a c i n c o m o s u b d i t o s de u n a lite minoritaria, e s t a m o s i n v o c a n d o c a l a m i d a d e s . Y stas no t a r d a n en caer s o b r e nuestras c a b e z a s . En su afn de p r o g r e s a r hacia el imperio m u n d i a l , e m p r e s a s , b a n c a y g o b i e r n o s ( l l a m a d o s en adelante, colectivamente, la corporatocracia) utilizan su p o d e r o financiero y poltico para asegurarse de q u e las escuelas, las empresas y los m e d i o s de c o m u n i c a c i n a p o y e n t a n t o e l c o n c e p t o c o m o s u corolario n o m e n o s falaz. N o s han llevado a un p u n t o en q u e nuestra cultura global ha p a s a d o a ser una m a q u i n a r i a m o n s t r u o s a q u e exige u n c o n s u m o e x p o n e n cial de c o m b u s t i b l e y m a n t e n i m i e n t o , hasta el e x t r e m o q u e a c a b a r p o r devorar t o d o s los recursos disponibles y finalmente no tendr m s r e m e d i o q u e devorarse a s m i s m a . La corporatocracia no es una conspiracin, a u n q u e sus m i e m bros s suscriben valores y objetivos c o m u n e s . U n a de las funciones de la corporatocracia estriba en perpetuar, extender y fortalecer el sistema c o n t i n u a m e n t e . L a s vidas de los triunfadores y sus privilegios s u s m a n s i o n e s , sus yates, sus jets p r i v a d o s , se nos ofrecen c o m o e j e m p l o s sugestivos para q u e t o d o s n o s o t r o s s i g a m o s c o n s u m i e n d o , c o n s u m i e n d o y c o n s u m i e n d o . Se aprovechan t o d a s las o p o r t u n i d a d e s para convencernos de q u e t e n e m o s el d e b e r cvico de adquirir artculos, y de q u e saquear el planeta es b u e n o para la e c o n o m a y p o r tanto conviene a nuestros intereses superiores. Para servir a este sistema, se p a g a u n o s salarios exorbitantes a sujetos c o m o y o . Si n o s o t r o s t i t u b e a m o s , entra en accin un tipo de g n g s t e r m s funesto, el chacal. Y si el chacal fracasa, el t r a b a j o pasa a m a n o s de los militares. E s t e libro es la c o n f e s i n de un h o m b r e q u e , en la p o c a en q u e fui E H M , f o r m a b a p a r t e d e u n g r u p o relativamente reducid o . E s t e t i p o d e p r o f e s i n e s hoy m s a b u n d a n t e . S u s i n t e g r a n tes o s t e n t a n ttulos m s e u f e m s t i c o s y pululan p o r los pasillos de 16

Prefacio M o n s a n t o , G e n e r a l Electric, N i k e , G e n e r a l M o t o r s , W a l - M a r t y casi t o d a s las d e m s g r a n d e s c o r p o r a c i o n e s del m u n d o . E n verdad, Confesiones de un gngster econmico es su historia t a n t o c o m o la ma. Y tambin es la historia de E s t a d o s U n i d o s , del primer imperio autnticamente planetario. El p a s a d o nos ha e n s e a d o q u e , o camb i a m o s de r u m b o , o t e n e m o s garantizado un final trgico. L o s imperios nunca perduran. T o d o s han a c a b a d o m u y mal. T o d o s han d e s t r u i d o culturas en su carrera hacia una d o m i n a c i n mayor, y tod o s han cado a su vez. N i n g n pas o g r u p o de pases p u e d e prosperar a la larga explotando a los d e m s . E s t e libro ha s i d o escrito para hacernos recapacitar y cambiar. E s t o y c o n v e n c i d o d e q u e , c u a n d o u n n m e r o suficiente d e n o s o tros c o b r e conciencia d e c m o e s t a m o s s i e n d o e x p l o t a d o s p o r l a m a q u i n a r i a e c o n m i c a q u e genera un apetito insaciable de recursos del planeta y crea sistemas p r o m o t o r e s de la esclavitud, no s e g u i r e m o s t o l e r n d o l o . E n t o n c e s nos r e p l a n t e a r e m o s n u e s t r o papel en un m u n d o en q u e u n o s p o c o s n a d a n en la r i q u e z a y la g r a n mayora se a h o g a en la miseria, la c o n t a m i n a c i n y la violencia. Y n o s c o m p r o m e t e r e m o s a e m p r e n d e r un viraje q u e n o s lleve a la c o m p a s i n , la d e m o c r a c i a y la justicia social p a r a t o d o s . A d m i t i r q u e t e n e m o s un p r o b l e m a es el primer p a s o para s o lucionarlo. C o n f e s a r q u e h e m o s p e c a d o es el c o m i e n z o de la red e n c i n . Q u e sirva este libro, p u e s , para e m p e z a r a salvarnos, p a r a inspirarnos nuevos niveles de entrega e incitarnos a realizar n u e s t r o s u e o de u n a s o c i e d a d justa y decente.

N u n c a se habra escrito este libro sin las m u c h a s p e r s o n a s cuyas vid a s he c o m p a r t i d o y q u e se describen en las p g i n a s siguientes. L e s a g r a d e z c o las experiencias y sus enseanzas. C o n i n d e p e n d e n c i a de ello, d o y las gracias a los q u e me anim a r o n a salir del l i m b o y c o n t a r mi historia: S t e p h a n Rechtschaffen, Bill y L y n n e T w i s t , A n n K e m p , A r t R o f f e y y las m u c h a s p e r s o n a s q u e p a r t i c i p a r o n en las giras y los g r u p o s de t r a b a j o d e D r e a m C h a n g e , especialmente mis c o l a b o r a d o r e s E v e B r u c e , 17

CONFESIONES

DE UN

GNGSTER ECONMICO

L y n R o b e r t s - H e r r i c k y M a r y T e n d a l l , as c o m o a mi increble esp o s a y c o m p a e r a d u r a n t e veinticinco a o s , Winifred, y a mi hija Jessica. Q u e d o en deuda con muchos hombres y mujeres que aportaron revelaciones e informacin personales s o b r e la b a n c a internacional, las multinacionales y las interioridades polticas de distintos pases: gracias especialmente a Michael B e n - E l i , Sabrina B o l o g n i , J u a n Gabriel C a r r a s c o , J a m i e G r a n t , Paul S h a w y o t r o s cuyos n o m bres r e c u e r d o p e r o prefieren permanecer en el a n o n i m a t o . U n a v e z c o n c l u i d o el original, Steven Piersanti, f u n d a d o r de la editorial B e r r e t t - K o e h l e r y brillante jefe de r e d a c c i n , no s l o t u v o el valor de aceptarlo sino q u e me a y u d a revisarlo u n a y otra v e z , invirtiendo en ello incontable n m e r o de horas. D e c l a r o mi p r o f u n d a g r a t i t u d a Steven as c o m o a Richard Perl, q u i e n me lo p r e s e n t , y t a m b i n a N o v a B r o w n , R a n d i Fiat, Alien J o n e s , Chris L e e , Jennifer L i s s , L a u r i e P e l l o u c h o u d y Jenny Williams, q u e leyer o n y criticaron el original. A D a v i d K o r t e n , q u e a d e m s de leerlo y criticarlo me h i z o p a s a r p o r el a r o hasta satisfacer sus exigentes y excelentes criterios. A Paul F e d o r k o , mi a g e n t e . A Valerie Brewster, q u e ha realizado el d i s e o grfico del libro. Y a T o d d M a n z a , mi c o r r e c t o r final, m a e s t r o de la palabra y gran filsofo. Especial g r a t i t u d m e r e c e n Jeevan S i v a s u b r a m a n i a n , director g e r e n t e de B e r r e t t - K o e h l e r , y K e n L u p o f f , Rick Wilson, M a r a J e ss A g u i l , Pat A n d e r s o n , M a r i n a C o o k , Michael Crowley, R o b i n D o n o v a n , Kristen F r a n t z , Tiffany L e e , Catherine L e n g r o n n e , D i a n n a Platner y el r e s t o del personal de B K , d o n d e la g e n t e c o m p r e n d e la n e c e s i d a d de a u m e n t a r la conciencia social y trabaja inc e s a n t e m e n t e p a r a hacer d e este m u n d o u n l u g a r mejor. T a m b i n d e b o m a n i f e s t a r m i a g r a d e c i m i e n t o a t o d o s los hombres y mujeres que trabajaron conmigo en M A I N , desconoc i e n d o q u e s u s funciones c o n t r i b u a n a la tarea de los E H M y a c o n f i g u r a r el i m p e r i o g l o b a l . S o b r e t o d o , a los q u e t r a b a j a r o n dir e c t a m e n t e a m i s r d e n e s , me a c o m p a a r o n a r e m o t o s pases y c o m p a r t i e r o n c o n m i g o m u c h o s m o m e n t o s valiosos. Y t a m b i n a E h u d S p e r l i n g y sus c o l a b o r a d o r e s d e Inner T r a d i t i o n s I n t e r n a tional, q u e e d i t a r o n m i s o b r a s anteriores s o b r e c u l t u r a s i n d g e n a s 18

Prefacio y c h a m a n i s m o y s o n , a d e m s , b u e n o s a m i g o s q u e me a y u d a r o n a c o n v e r t i r m e en autor. Q u e d o eternamente a g r a d e c i d o a los h o m b r e s y m u j e r e s q u e me a d m i t i e r o n en sus h o g a r e s de las selvas, los desiertos y las m o n taas, en las chabolas a orillas de los canales de Yakarta y en los arrabales insalubres de incontables ciudades de t o d o el m u n d o . Q u e c o m p a r t i e r o n c o n m i g o sus alimentos y sus vidas, y q u e han s i d o mi m a y o r fuente de inspiracin. J o h n Perkins Agosto de 2004

19

Prlogo

La capital del E c u a d o r , Q u i t o , se extiende a lo l a r g o de un valle volcnico en los A n d e s , a ms de d o s mil o c h o c i e n t o s m e t r o s de altitud. L o s habitantes de esta c i u d a d , f u n d a d a m u c h o antes de la llegada de C o l n a las Amricas, estn a c o s t u m b r a d o s a ver la nieve en las c u m b r e s q u e los r o d e a n , y eso q u e viven p o c o s kilmetros al sur del ecuador. La c i u d a d de Shell, avanzadilla fronteriza y p u e s t o militar r o t u r a d o en la A m a z o n i a ecuatoriana para servir a los intereses de la petrolera c u y o n o m b r e ostenta, est casi d o s mil quinientos m e tros m s baja q u e Q u i t o . Hirviente de actividad, la habitan s o b r e t o d o s o l d a d o s , o b r e r o s del petrleo e indgenas de las tribus shuar y q u e c h u a q u e trabajan para aqullos c o m o p e o n e s y prostitutas. Viajar de una ciudad a otra obliga a recorrer u n a carretera tan t o r t u o s a c o m o impresionante. L a s gentes d e estos lugares dicen q u e d u r a n t e el trayecto se pasa p o r las cuatro estaciones del a o en el m i s m o da. A u n q u e h e c o n d u c i d o m u c h a s veces p o r esa carretera, n u n c a m e c a n s o d e sus e s p e c t a c u l a r e s paisajes. A u n l a d o , e l r o q u e d a l d e s n u d o , s a l p i c a d o p o r cascadas t o r r e n t o s a s y e s p e s u r a s de b r o meliceas. A l o t r o , u n d e s p e a d e r o q u e d e s c i e n d e a b r u p t a m e n t e h a s t a el a b i s m o p o r cuyo f o n d o corre el ro P a s t a z a , un afluente del A m a z o n a s q u e serpentea A n d e s a b a j o . S u s a g u a s p r o v i e n e n d e los glaciares del C o t o p a x i , u n o de los volcanes activos m s altos del planeta c o n s i d e r a d o una d e i d a d en tiempos de los I n c a s , y van a volcarse en el o c a n o Atlntico, a u n o s cinco mil k i l m e t r o s de distancia. 21

CONFESIONES DE UN GNGSTER ECONMICO

En 2 0 0 3 sal de Q u i t o en un t o d o t e r r e n o S u b a r u y enfil hacia Shell p r o v i s t o de una misin m u y distinta de cualquiera de las a c e p t a d a s p o r m c o n anterioridad. I b a a tratar de p o n e r fin a una g u e r r a q u e yo m i s m o haba c o n t r i b u i d o a desencadenar. C o m o en tantos o t r o s c a s o s cuya responsabilidad h e m o s d e asumir n o s o t r o s los E H M , esa g u e r r a era prcticamente d e s c o n o c i d a fuera del pas d o n d e tena lugar. Yo iba a reunirme con los shuar, los q u e c h u a y sus vecinos los achuar, los z a p a r o y los shiwiar; tribus decididas a impedir q u e nuestras c o m p a a s petroleras siguieran d e s t r u y e n d o sus h o g a r e s , sus familias y sus tierras, a u n q u e ello significase p o n e r en p e l i g r o sus vidas. Para ellos estaba en j u e g o la supervivencia de sus hijos y de sus culturas, mientras q u e para n o s o t r o s era cuestin de p o d e r , de d i n e r o y de recursos naturales. E s e es u n o de los m u chos a s p e c t o s de la lucha por el d o m i n i o del m u n d o , del s u e o de u n o s h o m b r e s c o d i c i o s o s e n b u s c a del imperio g l o b a l .1

C o n s t r u i r el i m p e r i o global es lo q u e se n o s da m e j o r a los E H M . S o m o s u n a lite d e h o m b r e s y mujeres q u e utilizamos las o r g a n i z a c i o n e s financieras internacionales para fomentar c o n d i c i o nes p o r c u y o efecto otras naciones q u e d a n s o m e t i d a s a la c o r p o r a tocracia q u e dirigen nuestras g r a n d e s e m p r e s a s , n u e s t r o g o b i e r n o y n u e s t r o s b a n c o s . Al igual q u e n u e s t r o s semejantes de la M a f i a , los E H M c o n c e d e m o s favores. E s t o s a d o p t a n l a a p a r i e n c i a d e crditos d e s t i n a d o s a desarrollar infraestructuras: centrales g e n e r a d o r a s de electricidad, carreteras, p u e r t o s , a e r o p u e r t o s o p a r q u e s industriales. U n a de las condiciones de estos emprstitos es q u e los p r o y e c t o s y la c o n s t r u c c i n d e b e n correr a c a r g o de c o m p a a s de n u e s t r o pas. Y el r e s u l t a d o es q u e , en realidad, la m a y o r p a r t e del d i n e r o n u n c a sale d e E s t a d o s U n i d o s . E n esencia, sencillamente s e transfiere d e s d e los e m p o r i o s bancarios de W a s h i n g t o n a las constructoras de N u e v a York, H o u s t o n o San Francisco. Pese al h e c h o de q u e el dinero regresa casi enseguida a las corporaciones q u e forman parte de la corporatocracia acreedora, el pas destinatario q u e d a o b l i g a d o a reembolsarlo ntegramente, el principal ms los intereses. Si el E H M ha trabajado bien, esa d e u d a ser tan g r a n d e q u e el d e u d o r se declarar insolvente al c a b o de p o c o s aos y ser incapaz de pagar. C u a n d o esto ocurre, n o s o t r o s , lo mis22

Prlogo mo q u e la Mafia, reclamamos nuestra parte del n e g o c i o . Lo cual c o m p r e n d e , a m e n u d o , una o varias de las consecuencias siguientes: v o t o s cautivos en Naciones U n i d a s , establecimiento de bases militares o acceso a recursos preciosos c o m o el petrleo y el canal de Pan a m . El d e u d o r sigue debindonos el dinero, por supuesto... y o t r o pas ms q u e d a aadido a nuestro imperio global. Mientras conduca de Q u i t o a Shell en mi c o c h e , en aquel da s o l e a d o de 2 0 0 3 , mi m e m o r i a retrocedi treinta y cinco a o s , a la primera vez q u e vi esa parte del m u n d o . H a b a ledo q u e E c u a d o r , pese a su extensin relativamente m o d e s t a de 2 8 5 . 0 0 0 kilmetros c u a d r a d o s , tiene ms de treinta volcanes activos, m s del 15 p o r ciento de las especies de aves q u e hay en la T i e r r a y miles de especies vegetales todava pendientes de clasificacin. A d e m s , es un pas multicultural, d o n d e los habitantes q u e hablan lenguas indgenas s o n casi tantos c o m o los q u e hablan espaol. A m me pareci fascinante y, d e s d e l u e g o , extico; p e r o , s o b r e t o d o , las palabras q u e a c u d i e r o n a mi mente en aquel entonces fueron puro, intacto e inocente. M u c h o h a c a m b i a d o e n estos treinta a o s . En 1 9 6 8 , p o c a de mi primera visita, la T e x a c o a c a b a b a de descubrir p e t r l e o en la A m a z o n i a ecuatoriana. H o y el c r u d o representa casi la mitad de las exportaciones del pas. El o l e o d u c t o transandino c o n s t r u i d o p o c o despus de mi primera visita ha d e r r a m a d o d e s d e entonces ms de m e d i o milln de barriles s o b r e la frgil selva tropical: ms del d o b l e de lo q u e s u p u s o el vertido del Exxon Valdez. En la actualidad, un n u e v o o l e o d u c t o de quinientos k i l m e t r o s , y 1 . 3 0 0 millones de dlares de coste, c o n s t r u i d o p o r u n c o n s o r c i o p a t r o c i n a d o p o r los E H M , p r o m e t e convertir E c u a d o r en u n o de los diez primeros p r o v e e d o r e s mundiales de crudo de Estados U n i d o s .3 2

S e han talado superficies inmensas

de selva, los g u a c a m a y o s y los jaguares prcticamente se han exting u i d o , tres culturas indgenas ecuatorianas han sido llevadas al borde de la desaparicin, y varios ros antes cristalinos se han convert i d o en vertederos. D u r a n t e ese m i s m o perodo, las culturas indgenas e m p e z a r o n su lucha de resistencia. El 7 de mayo de 2 0 0 3 , p o r e j e m p l o , un g r u 23

CONFESIONES

DE

UN GNGSTER ECONMICO

po de a b o g a d o s estadounidenses present, en representacin de m s de treinta mil indgenas ecuatorianos, una d e m a n d a contra C h e v r o n T e x a c o C o r p p o r una cuanta de 1.000 millones de dlares. El escrito afirma q u e de 1 9 7 1 a 1 9 9 2 la petrolera gigante d e r r a m en ros y charcas ms de 18 millones de litros diarios de efluentes txicos e s decir, a g u a s contaminadas con petrleo, metales p e s a d o s y c a r c i n g e n o s y q u e la compaa d e j a sus espaldas casi 3 5 0 p o z o s a cielo abierto llenos de contaminantes q u e siguen m a t a n d o a humanos y animales.4

A travs de las ventanillas de mi t o d o t e r r e n o p o d a ver g r a n d e s b a n c o s de niebla p r o c e d e n t e s de la selva q u e r e m o n t a b a n las q u e bradas del Pastaza. Yo llevaba la camisa e m p a p a d a de s u d o r y el e s t m a g o e m p e z a b a a revolvrseme, pero la causa no era slo el int e n s o calor tropical y el serpenteo incesante de la carretera. E m p e z a b a a p a g a r mi tributo, c o n o c i e n d o el papel d e s e m p e a d o p o r mi en la d e s t r u c c i n de aquel bello pas. P o r q u e d e b i d o a la accin de mis colegas E H M y ma, E c u a d o r est hoy m u c h o p e o r d e l o q u e estaba antes de introducir all las maravillas de la ciencia e c o n m i ca, la banca y la ingeniera m o d e r n a s . D e s d e 1 9 7 0 y d u r a n t e ese intervalo l l a m a d o eufemsticamente el Boom del Petrleo, el ndice oficial de p o b r e z a p a s del 50 al 70 por ciento de la p o b l a c i n . El d e s e m p l e o y el s u b e m p l e o a u m e n t a r o n del 15 al 70 p o r ciento, y la d e u d a pblica p a s de 2 4 0 millones de dlares a 1 6 . 0 0 0 millones. Al m i s m o t i e m p o , la p r o p o r c i n de la renta nacional q u e reciben los s e g m e n t o s m s p o b r e s de la poblacin decay del 20 al 6 p o r ciento.5

E l c a s o d e E c u a d o r , p o r desgracia, n o e s excepcional. C a s i tod o s los pases c o n g r e g a d o s p o r n o s o t r o s , los g n g s t e r e s e c o n m i c o s , b a j o el p a r a g u a s del imperio g l o b a l han c o r r i d o u n a suerte par e c i d a . L a d e u d a del Tercer M u n d o s o b r e p a s a los 2 , 5 billones d e dlares y su c o s t e m s de 3 7 5 . 0 0 0 millones de d l a r e s al a o seg n d a t o s de 2 0 0 4 e x c e d e el total de lo q u e g a s t a el Tercer M u n d o en s a n i d a d y e d u c a c i n , y equivale a veinte veces t o d a la ayuda extranjera anual q u e reciben los pases en vas de desarrollo. M s de la m i t a d de la p o b l a c i n m u n d i a l sobrevive c o n m e n o s de d o s dlares al da p o r c a b e z a , m s o m e n o s lo m i s m o q u e reciba 246

Prlogo a c o m i e n z o s de la d c a d a de 1 9 7 0 . Mientras t a n t o , en el Tercer M u n d o el 1 p o r ciento de las familias m s ricas a c u m u l a entre el 70 y el 90 p o r ciento de las fortunas privadas y del p a t r i m o n i o i n m o biliario de sus pases (el porcentaje vara s e g n el pas q u e consideremos).7

L e v a n t el pie del acelerador para entrar en las calles de B a o s , h e r m o s o centro turstico f a m o s o p o r sus balnearios. L a s a g u a s termales p r o c e d e n d e r o s volcnicos s u b t e r r n e o s q u e bajan del m u y activo m o n t e T u n g u r a h g u a . L o s nios corrieron j u n t o a l S u b a r u a g i t a n d o los b r a z o s y t r a t a n d o de v e n d e r n o s g o m a de mascar y car a m e l o s . L u e g o d e j a m o s B a o s atrs. L a espectacular belleza del p a n o r a m a d e s a p a r e c i de sbito c o n f o r m e salamos del p a r a s o y e n t r b a m o s en una versin m o d e r n a del Infierno de D a n t e . S o b r e el ro se alzaba un m o n s t r u o d e s c o m u n a l , u n a i n m e n s a p a r e d gris d e h o r m i g n q u e d e s e n t o n a b a all p o r c o m p l e t o . E r a a l g o a b s o l u t a m e n t e antinatural e i n c o m p a t i b l e c o n el paisaje. A m, p o r s u p u e s t o , n o tena p o r q u s o r p r e n d e r m e s u presencia. S a ba q u e estaba all, al acecho, c o m o si me esperase. La haba visto m u c h a s veces antes, y la haba e l o g i a d o c o m o s m b o l o de los g r a n d e s xitos del g a n g s t e r i s m o e c o n m i c o . A u n as, se me p u s o la piel de gallina. E s a p a r e d tan horrorosa c o m o i n c o n g r u e n t e es el e m b a l s e q u e contiene la fuerza i m p e t u o s a del ro Pastaza y desva sus a g u a s hacia u n o s gigantescos tneles excavados en la m o n t a a , para transformar su energa en electricidad. Se trata de la planta hidroelctrica de A g o y a n . C o n su potencia de 1 5 6 m e g a v a t i o s , abastece a las industrias q u e enriquecen a un p u a d o de familias ecuatorianas y ha sido fuente de inenarrables desgracias para los c a m p e s i n o s y los p u e b l o s indgenas q u e viven a orillas del ro. E s a central hidroelctrica no es m s q u e u n o de los m u c h o s proyectos desarrollados g r a cias a mis esfuerzos y los de otros gngsteres e c o n m i c o s . Y esos p r o y e c t o s son la razn de q u e E c u a d o r forme hoy parte del i m p e rio g l o b a l , y el m o t i v o p o r el cual los shuar, los q u e c h u a y sus amig o s a m e n a z a n con la guerra a nuestras c o m p a a s petroleras. Gracias a estos proyectos, E c u a d o r est a g o b i a d o p o r la d e u da externa hasta tal p u n t o q u e se ve o b l i g a d o a dedicar u n a p r o 25

CONFESIONES

DE UN

GNGSTER ECONMICO

p o r c i n exorbitante de su renta nacional a devolver los crditos, en vez de e m p l e a r su capital en mejorar la suerte de sus millones de c i u d a d a n o s q u e viven en la p o b r e z a extrema. El n i c o recurso q u e E c u a d o r tiene p a r a cumplir sus o b l i g a c i o n e s c o n el extranjero es la venta de sus selvas tropicales a las c o m p a a s petroleras. O m s e x a c t a m e n t e , u n a de las r a z o n e s por las q u e el g a n g s t e r i s m o econ m i c o p u s o sus miras e n e l E c u a d o r , para e m p e z a r , fue q u e s e g n a l g u n a s estimaciones el o c a n o de p e t r l e o e n c e r r a d o en el s u b suelo de su r e g i n a m a z n i c a podra rivalizar c o n los yacimientos de O r i e n t e P r x i m o . El imperio global reclama su p a r t e del neg o c i o en f o r m a de concesiones de p r o s p e c c i n y explotacin. L a d e m a n d a c o b r especial urgencia d e s p u s del 1 1 d e septiembre de 2 0 0 1 , c u a n d o Washington temi q u e se cerrasen las espitas de Oriente P r x i m o . Para c o l m o , Venezuela, el tercer proveed o r de E s t a d o s U n i d o s , a c a b a b a de elegir a un presidente populista, H u g o C h v e z , q u e s e p r o n u n c i a b a enrgicamente e n contra d e l o q u e l llamaba el imperialismo estadounidense, y a m e n a z a b a con recortar los suministros de petrleo a E s t a d o s U n i d o s . L o s g n g s teres e c o n m i c o s h a b a m o s fracasado en Iraq y en Venezuela, p e r o tuvimos xito en E c u a d o r . En aquellos m o m e n t o s se trataba de ordear la vaca hasta la ltima g o t a . E l c a s o d e E c u a d o r e s tpico d e entre los pases q u e los E H M han d o b l e g a d o poltica y e c o n m i c a m e n t e . D e c a d a 1 0 0 dlares de c r u d o extrados de las selvas ecuatorianas, las petroleras reciben 7 5 d l a r e s . Q u e d a n 2 5 dlares, p e r o tres d e c a d a c u a t r o d e stos van d e s t i n a d o s a saldar la d e u d a extranjera. U n a p a r t e del r e s t o cubre los g a s t o s militares y g u b e r n a m e n t a l e s , lo q u e deja u n o s 2 , 5 0 dlares p a r a s a n i d a d , e d u c a c i n y p r o g r a m a s de asistencia social en favor d e los p o b r e s . E s decir, q u e d e c a d a 1 0 0 dlares a r r a n c a d o s a la A m a z o n i a , m e n o s de 3 dlares van a parar a los m s necesitad o s a q u e l l a s p e r s o n a s cuyas vidas se han visto p e r j u d i c a d a s por los p a n t a n o s , las perforaciones y los o l e o d u c t o s , y q u e estn m u riendo p o r falta de alimentos y de a g u a p o t a b l e . T o d a s estas p e r s o n a s m i l l o n e s e n E c u a d o r , miles d e millones e n t o d o e l m u n d o s o n terroristas e n potencia. N o p o r q u e crean en el c o m u n i s m o , ni en el a n a r q u i s m o , ni p o r q u e sean in269 8

Prlogo trnsecamente perversas, sino p o r q u e estn d e s e s p e r a d a s , sencillam e n t e . Al c o n t e m p l a r la presa hidrulica me p r e g u n t , tal c o m o m e h a p a s a d o e n o t r o s m u c h o s lugares del m u n d o , c u n d o p a s a rn a la accin esas personas; c o m o los c o l o n o s de N o r t e a m r i c a c o n t r a Inglaterra hacia la d c a d a de 1 7 7 0 , o los criollos contra los espaoles a c o m i e n z o s del siglo XIX. La sutileza de los constructores de este imperio m o d e r n o deja en evidencia a los centuriones r o m a n o s , los conquistadores espaoles y las potencias coloniales europeas de los siglos x v n i y xix. N o s o t r o s los E H M s o m o s hbiles. H e m o s a p r e n d i d o las enseanzas d e la historia. No llevamos espada al cinto. No u s a m o s armaduras ni uniformes q u e nos diferencien de los d e m s . En pases c o m o E c u a dor, Nigeria e Indonesia v a m o s vestidos c o m o los maestros de escuela o los tenderos locales. En Washington y Pars a d o p t a m o s el asp e c t o de los burcratas pblicos y los b a n q u e r o s . P a r e c e m o s gente m o d e s t a , normal. Inspeccionamos las obras de ingeniera y visitam o s las aldeas depauperadas. Profesamos el altruismo y h a c e m o s declaraciones a los peridicos locales sobre los maravillosos proyectos humanitarios a q u e nos dedicamos. D e s p l e g a m o s s o b r e las m e sas de reunin de las comisiones gubernamentales nuestras previsiones contables y financieras y d a m o s lecciones en la H a r v a r d Business S c h o o l sobre los milagros m a c r o e c o n m i c o s . S o m o s personajes p blicos, sin nada q u e ocultar. O por lo m e n o s nos p r e s e n t a m o s c o m o tales y c o m o tales se nos acepta. As funciona el sistema. Pocas veces h a c e m o s nada ilegal, p o r q u e el sistema m i s m o est edificado sobre el subterfugio. El sistema es legtimo por definicin. No o b s t a n t e (y sa es una salvedad esencial), c u a n d o n o s o t r o s fracasamos interviene otra especie m u c h o m s siniestra, la q u e n o s o t r o s , los g n g s t e r e s e c o n m i c o s , d e n o m i n a m o s chacales. E s o s s s o n m u l o s m s directos d e aquellos imperios histricos q u e h e m e n c i o n a d o . L o s chacales siempre estn ah, a g a z a p a d o s entre las s o m b r a s . C u a n d o ellos actan, los jefes de E s t a d o caen, o tal vez m u e r e n en a c c i d e n t e s v i o l e n t o s . Y si resulta q u e t a m b i n fallan los chacales, c o m o fallaron en Afganistn e I r a q , entonces resurg e n los a n t i g u o s m o d e l o s . C u a n d o los chacales fracasan, se enva a la j u v e n t u d e s t a d o u n i d e n s e a matar y morir. 2710

CONFESIONES DE UN GNGSTER ECONMICO

Mientras d e j a b a atrs el m o n s t r u o , la p a r e d m a s t o d n t i c a de h o r m i g n gris q u e encarcela el ro, not de n u e v o el s u d o r q u e e m p a p a b a mis r o p a s y la angustia q u e me atenazaba el e s t m a g o . Me diriga hacia la selva para reunirme con los p u e b l o s indgenas decid i d o s a luchar hasta el ltimo h o m b r e para frenar a ese imperio q u e yo haba c o n t r i b u i d o a crear, y me invadan los r e m o r d i m i e n t o s . C m o era posible q u e se hubiese m e t i d o en tan sucios asunt o s u n chico d e p u e b l o , u n m u c h a c h o provinciano d e N e w H a m p s hire? m e p r e g u n t a b a .

28

PRIMERA PARTE

1963-1971

r

1

Nace un gngster econmico

T

o d o e m p e z de forma bastante inocente. Yo fui hijo n i c o , n a c i d o en 1 9 4 5 de u n a familia de clase media. M i s p r o g e n i t o -

res, yanqis de N u e v a Inglaterra c o n tres siglos de solera, eran republicanos acrrimos q u e haban h e r e d a d o d e m u c h a s generaciones de a n t e p a s a d o s puritanos sus actitudes moralizantes y estrictas. En sus respectivas familias, haban sido los p r i m e r o s en recibir estudios superiores gracias a las becas. Mi m a d r e era profesora de latn en un instituto. Mi p a d r e particip en la S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l c o m o teniente de navio al m a n d o de la d o t a c i n militar d e u n o d e aquellos mercantes-cisterna altamente inflamables q u e c r u z a b a n el Atlntico. El da que nac en H a n o v e r ( N e w H a m p s h i r e ) , l estaba en un hospital de Texas c u r n d o s e u n a fractura de cadera. C u a n d o lo conoc, yo haba c u m p l i d o ya un a o . U n a vez d e vuelta a N e w H a m p s h i r e , c o n s i g u i plaza d e p r o fesor de i d i o m a s en T i l t o n S c h o o l , un internado para chicos de la c o m a r c a . E l c a m p u s estaba o r g u l l o s a m e n t e a l g u n o s diran a r r o g a n t e m e n t e e n c a r a m a d o e n l o alto d e una colina q u e d o m i n a b a el p u e b l o de su m i s m o n o m b r e . E r a una institucin exclusiva, q u e s l o admita u n o s cincuenta a l u m n o s en c a d a c u r s o d e s d e el g r a d o n o v e n o hasta el d u o d c i m o . La mayora de los estudiantes eran v a s t a g o s de familias adineradas de B u e n o s Aires, C a r a c a s , B o s t o n y N u e v a York. E n m i familia n o tenamos dinero, p e r o d e s d e l u e g o t a m p o c o n o s c o n s i d e r b a m o s p o b r e s . A u n q u e e l instituto p a g a b a m u y p o 31

CONFESIONES DE UN GNGSTER ECONMICO

co a sus p r o f e s o r e s , t e n a m o s cubiertas t o d a s nuestras necesidades gratis: la c o m i d a , la vivienda, la calefaccin, el a g u a y los trabajad o r e s q u e s e g a b a n n u e s t r o csped y q u i t a b a n la nieve delante de nuestra p u e r t a . D e s d e q u e cumpl cuatro aos e m p e c a c o m e r en el c o m e d o r de la escuela elemental, hice de r e c o g e p e l o t a s p a r a los e q u i p o s de ftbol q u e entrenaba mi p a d r e y repart toallas en los vestuarios. Decir q u e los profesores y sus e s p o s a s se c o n s i d e r a b a n s u p e riores al resto de sus convecinos sera q u e d a r s e c o r t o . M i s p a d r e s solan b r o m e a r d i c i e n d o q u e ellos eran los seores feudales y a m o s de aquellos p a l u r d o s , es decir, de la gente de la p o b l a c i n . Yo saba q u e no lo decan del t o d o en b r o m a . L o s a m i g o s q u e hice en el parvulario y en la escuela elemental pertenecan a esa clase de los palurdos. Eran muy p o b r e s . S u s padres eran l a b r a d o r e s , leadores y trabajadores del textil. Transpiraban hostilidad contra e s o s seoritos de all a r r i b a . En corresp o n d e n c i a , y a su d e b i d o t i e m p o , mi padre y mi m a d r e quisieron d i s u a d i r m e de tratar con las muchachas del p u e b l o , p e n d o n e s y z o r r a s s e g n ellos. P e r o yo haba c o m p a r t i d o lpices y c u a d e r n o s con esas chicas d e s d e el primer g r a d o , y en el transcurso de los aos me e n a m o r de tres de ellas: A n n , Priscilla y Judy. Me c o s t a b a c o m partir el p u n t o de vista de mis padres. No o b s t a n t e , me p l e g a b a a su voluntad. T o d o s los v e r a n o s p a s b a m o s los tres meses de vacaciones de mi p a d r e en u n a c a b a n a q u e c o n s t r u y mi a b u e l o en 1 9 2 1 a orillas de un l a g o . E s t a b a r o d e a d a de b o s q u e , y por la n o c h e o a m o s las lechuzas y los p u m a s . No tenamos vecinos. Yo era el n i c o nio en t o d o el e n t o r n o q u e se pudiese abarcar a pie. Al principio me p a s a b a los das h a c i e n d o c o m o q u e los rboles eran caballeros de la T a b l a R e d o n d a y d a m a s en a p u r o s , llamadas A n n , Priscilla o J u d y ( s e g n el a o ) . Mi p a s i n , de e s o estaba yo c o n v e n c i d o , era tan fuerte c o m o la de L a n z a r o t e p o r la reina G i n e b r a . . . y ms secreta todava. A los catorce o b t u v e u n a beca para estudiar en el T i l t o n . A instancias de mis p a d r e s cort t o d o c o n t a c t o con la p o b l a c i n , y nunca m s vi a mis a n t i g u o s a m i g o s . C u a n d o mis n u e v o s c o m p a 32

Nace un gngster econmico eros m a r c h a b a n de vacaciones a sus mansiones y a sus a p a r t a m e n tos de verano, yo me q u e d a b a solo en la colina. S u s novias acababan de ser presentadas en sociedad. Yo no tena novia. No conoca a ninguna chica q u e no fuese una z o r r a . H a b a d e j a d o de tratar con ellas, y ellas me olvidaron. Estaba solo y t r e m e n d a m e n t e frustrado. M i s p a d r e s eran u n o s maestros de la manipulacin. Me aseg u r a b a n q u e yo era un privilegiado p o r g o z a r de tan magnfica o p o r t u n i d a d , y q u e algn da lo agradecera. E n c o n t r a r a a la esp o s a perfecta, a la mujer c a p a z de satisfacer nuestras elevadas norm a s m o r a l e s . Yo herva p o r d e n t r o . N e c e s i t a b a c o m p a a femenina y s e x o . No d e j a b a de pensar en las llamadas z o r r a s . En vez de rebelarme, reprim la rabia y expres mi frustracin p r o c u r a n d o destacar en t o d o . Fui matrcula de honor, capitn de d o s e q u i p o s deportivos del instituto y director del peridico estudiantil. E s t a b a decidido a darles una leccin a aquellos pijos c o m p a e r o s mos, y a volver las espaldas para siempre al Tilton. D u r a n te el ltimo curso consegu una beca c o m o deportista para B r o w n y otra p o r calificaciones para Middlebury. Prefer B r o w n , s o b r e t o d o p o r q u e me atraan m s los deportes... y p o r q u e estaba ubicada en una ciudad. Mi m a d r e era licenciada por M i d d l e b u r y y mi padre se haba s a c a d o all su titulo de mster, as q u e ellos preferan M i d d l e b u r y , y eso q u e B r o w n era una de las universidades privadas de ms prestigio. Y si te r o m p e s una pierna, entonces qu? m e p r e g u n t mi p a d r e . Es m e j o r aceptar la beca p o r calificaciones. Y o m e resista. A m i m o d o d e ver, M i d d l e b u r y n o era m s que una versin aumentada y corregida del instituto Tilton, slo que no estaba en la parte rural de N e w H a m p s h i r e sino en la parte r u ral de V e r m o n t . C i e r t o q u e era mixta, p e r o yo me vera p o b r e , y ric o s a casi t o d o s los d e m s . Por otra parte, haca cuatro aos q u e n o t r a t a b a con c o m p a e r a s del g n e r o femenino. M e faltaba aplom o , me senta d e s c o l o c a d o y a v e r g o n z a d o . Le supliqu a p a p q u e me permitiera saltarme un a o , o dejarlo. Q u e r a m u d a r m e a B o s t o n , vivir la vida, c o n o c e r mujeres. El dijo q u e ni hablar. C m o har creer q u e p r e p a r o para la universidad a los hijos de o t r o s , si 33

CONFESIONES DE UN GNGSTER ECONMICO

no soy c a p a z de hacer q u e se p o n g a a estudiar el m o ? , se p r e guntaba. C o n el t i e m p o he c o m p r e n d i d o q u e la vida se c o m p o n e de u n a serie de coincidencias. T o d o d e p e n d e de c m o r e a c c i o n a m o s a ellas, de c m o ejercitamos eso q u e a l g u n o s llaman libre albedro. L a s o p c i o n e s q u e a d o p t a m o s d e n t r o d e los lmites q u e nos i m p o nen los altibajos del destino determinan lo q u e s o m o s . En M i d d l e b u r y ocurrieron d o s coincidencias q u e tuvieron un p a p e l principal en mi vida. La primera se present b a j o la forma de un iran, hijo de un general q u e era consejero privado del sha; la s e g u n d a fue una h e r m o s a j o v e n q u e se llamaba A n n , lo m i s m o q u e mi d o l o de la infancia. El p r i m e r o , a quien l l a m a r e m o s en adelante F a r h a d , haba s i d o futbolista profesional e n R o m a . E s t a b a d o t a d o d e u n a constitucin atltica, p e l o n e g r o e n s o r t i j a d o , o j o s g r a n d e s d e m i r a d a a t e r c i o p e l a d a y u n o s m o d a l e s y un carisma q u e lo hacan irresistible p a r a las m u j e r e s . L o contrario d e m e n m u c h o s a s p e c t o s . M e esforc m u c h o p o r c o n q u i s t a r su a m i s t a d , y l me e n s e m u c h a s cosas q u e m e fueron m u y tiles e n los aos venideros. T a m b i n c o n o c a A n n . A u n q u e sala en serio con un m u c h a c h o q u e iba a otra universidad, en cierta m a n e r a me a d o p t . N u e s t r a relacin platnica fue el primer a m o r autntico q u e yo haba c o n o c i d o . F a r h a d me a n i m a beber, a frecuentar las fiestas, a no hacer c a s o d e mis p a d r e s . D e l i b e r a d a m e n t e haba d e c i d i d o a b a n d o n a r los e s t u d i o s , r o m p e r m e la pierna a c a d m i c a p a r a rebatir el a r g u m e n t o de mi p a d r e . M i s calificaciones cayeron en p i c a d o y perd la b e c a . E n m i t a d del s e g u n d o a o decid dejar l a universidad. M i p a d r e m e a m e n a z con e l r e p u d i o , mientras F a r h a d m e incitaba. I r r u m p en el d e s p a c h o del d e c a n o y me d e s p e d de la institucin. F u e u n m o m e n t o crucial d e m i vida. F a r h a d y yo celebramos en un bar de la ciudad mi ltima noche d e universitario. U n granjero borracho, u n c o l o s o d e h o m b r e , s e encar c o n m i g o p o r q u e s e g n l estaba guindole el o j o a su esp o s a . Me levant en vilo y me arroj contra la pared. F a r h a d se interpuso, sac u n a navaja y le raj la mejilla al campesino. L u e g o cruz el local c o n m i g o a rastras y escapamos por una ventana para salir 34

Nace un gngster econmico a una cornisa de roca que se a s o m a b a al Otter Creek. S a l t a m o s , y sig u i e n d o por la orilla del ro c o n s e g u i m o s regresar a la residencia. La m a a n a siguiente, c u a n d o me i n t e r r o g el servicio de ord e n , ment y n e g u tener ningn c o n o c i m i e n t o del incidente. P e r o a F a r h a d lo expulsaron de t o d o s m o d o s . J u n t o s nos m u d a m o s a Boston, donde compartimos un apartamento. Consegu empleo en las oficinas de u n o s peridicos de Hearst, Record American/Sunday Advertiser, d o n d e ingres c o m o a d j u n t o al redactor jefe del Sunday Advertiser. M s t a r d e , aquel m i s m o a o d e 1 9 6 5 , varios d e mis a m i g o s d e la redaccin recibieron la tarjeta de reclutamiento. Para evitar un d e s t i n o similar me matricul en la Escuela de Administracin de E m p r e s a s d e B o s t o n . Para entonces Ann haba r o t o con s u a n t i g u o n o v i o y b a j a b a a m e n u d o desde M i d d l e b u r y para estar c o n m i g o . A t e n c i n q u e d e s d e l u e g o mereci mi a g r a d e c i m i e n t o . Ella se licenci en 1 9 6 7 , c u a n d o a m todava me faltaba un a o para terminar en la E A D E de B o s t o n , y se n e g r o t u n d a m e n t e a venirse a vivir c o n m i g o antes de casarnos. Yo b r o m e a b a d i c i e n d o q u e e s t o era un chantaje, y en efecto me sent un p o c o e x t o r s i o n a d o p o r lo q u e , s e g n me pareca, era una p r o l o n g a c i n de las arcaicas y m o jigatas n o r m a s morales de mis padres. P e r o lo p a s b a m o s bien j u n t o s y yo d e s e a b a estarlo ms, as q u e nos c a s a m o s . El p a d r e de Ann era un ingeniero brillante q u e haba p u e s t o a p u n t o el sistema a u t o m t i c o de navegacin para u n a i m p o r t a n t e categora de misiles, lo q u e le vali un alto c a r g o en el D e p a r t a m e n t o Naval. Su m e j o r a m i g o , un h o m b r e al q u e A n n l l a m a b a to F r a n k ( n o era Frank, pero le llamaremos as en este l i b r o ) , era un ejecutivo del m x i m o nivel en la Agencia N a c i o n a l de S e g u r i d a d {National Security Agency, N S A ) , el m e n o s c o n o c i d o y en m u c h o s a s p e c t o s el ms i m p o r t a n t e de los servicios de espionaje e s t a d o u nidenses. P o c o despus de nuestro matrimonio los militares me llamaron para la revisin fsica, q u e pas, de m o d o q u e me enfrentaba a la perspectiva de ir destinado al Vietnam ima vez terminase los estudios. La idea de pelear en el Sudeste asitico me desgarraba e m o cional m e n t e , a u n q u e la guerra siempre me ha fascinado. A m me 35

CONFESIONES

DE

UN

GNGSTER ECONMICO

a m a m a n t a r o n c o n las historias de mis antepasados de la poca colonial, entre los cuales figuran patriotas c o m o T h o m a s Paine y E t h a n Alien, y haba visitado en N u e v a Inglaterra y en el E s t a d o de N u e v a York t o d o s los escenarios de las batallas que se recuerdan de las g u e rras del francs, contra los indios y de la Independencia contra los ingleses. A decir verdad, c u a n d o intervinieron en el S u d e s t e asitico las primeras unidades de fuerzas especiales del ejrcito estuve a punto de alistarme. P e r o l u e g o fui c a m b i a n d o de opinin, a m e d i d a q u e los m e d i o s de comunicacin denunciaban las atrocidades y las contradicciones de la poltica estadounidense. A m e n u d o me preguntaba de parte de quin se habra c o l o c a d o Paine. E s t a b a s e g u r o de q u e habra a b r a z a d o la causa de nuestro e n e m i g o el V i e t c o n g . F u e to F r a n k quien me sac del a p u r o , al decirme q u e un e m p l e o en la N S A permita solicitar p r r r o g a y aplazar la entrada en el servicio militar. Gracias a su mediacin fui entrevistado varias veces en su agencia, incluida una p e n o s a j o r n a d a de interrogatorios b a j o el detector de mentiras. A m se me dijo q u e esas p r u e b a s serviran con el fin de determinar mi idoneidad para ser reclutado y entrenad o p o r l a N S A . E n c a s o afirmativo suministraran a d e m s u n perfil de mis p u n t o s fuertes y dbiles, q u e servira para planificar mi carrera. D a d a mi actitud en c u a n t o a la guerra de V i e t n a m , yo estaba s e g u r o de no pasar las p r u e b a s . C u a n d o m e l o p r e g u n t a r o n , confes q u e e n m i c o n d i c i n d e c i u d a d a n o leal a su pas yo estaba en contra de la g u e r r a . Q u e d s o r p r e n d i d o c u a n d o los entrevistadores no insistieron en este p u n to y prefirieron i n t e r r o g a r m e s o b r e mi f o r m a c i n , mis actitudes para con mis p a d r e s y las e m o c i o n e s q u e haba s u s c i t a d o en m el h e c h o d e h a b e r m e criado c o m o u n puritano p o b r e entre m u c h o s s e o r i t o s ricos y hedonistas. E x p l o r a r o n t a m b i n mi frustracin p o r la falta de m u j e r e s , de s e x o y de dinero en mi vida, as c o m o el m u n d o de fantasas en q u e me haba refugiado a consecuencia de ello. T a m b i n me e x t r a la curiosidad q u e les m e r e c i mi relacin c o n F a r h a d y el inters q u e suscit mi v o l u n t a d de mentirle a la polica del c a m p u s c o n tal de p r o t e g e r a mi a m i g o . Al principio s u p u s e q u e t o d o s estos detalles les pareceran negativos y motivaran el r e c h a z o de mi c a n d i d a t u r a a entrar en la 36

Nace un gngster econmico N S A . P e r o las entrevistas, a pesar de ello, c o n t i n u a r o n . No fue hasta varios aos m s tarde c u a n d o c o m p r e n d q u e , c o n a r r e g l o a los criterios de la N S A , aquellos resultados negativos haban s i d o p o sitivos en realidad. Para la evaluacin de ellos, no i m p o r t a b a t a n t o la s u p u e s t a lealtad a mi pas c o m o el c o n o c i m i e n t o de las frustraciones de mi vida. El resentimiento contra mis p r o g e n i t o r e s , la o b sesin c o n las mujeres y el afn de d a r m e la g r a n vida eran los anz u e l o s d o n d e ellos p o d a n prender su c e b o . Yo era seducible. Mi d e t e r m i n a c i n de sobresalir en las clases y en los d e p o r t e s , la insub o r d i n a c i n definitiva contra mi p a d r e , la c a p a c i d a d para avenirme c o n p e r s o n a s extranjeras y la facilidad para mentirle a la polica resp o n d a n precisamente a las cualidades q u e ellos b u s c a b a n . M s tarde s u p e t a m b i n q u e el p a d r e de F a r h a d t r a b a j a b a para los servicios de inteligencia estadounidenses en Irn. Por t a n t o , mi amistad c o n aqul d e b i constituir un p u n t o i m p o r t a n t e a mi favor. A l g u n a s s e m a n a s d e s p u s d e estas p r u e b a s e n l a N S A , s e m e ofreci un e m p l e o para iniciar mi f o r m a c i n en el arte del espion a j e . D e b a i n c o r p o r a r m e tan p r o n t o c o m o recibiese e l d i p l o m a d e l a E A D E , p a r a l o q u e m e faltaban varios m e s e s . N o o b s t a n t e , y c u a n d o a n no haba a c e p t a d o oficialmente esta o f e r t a , o b e d e c i e n d o a un i m p u l s o me a p u n t a un s e m i n a r i o q u e d a b a en la U n i v e r s i d a d d e B o s t o n u n reclutador del P e a c e C o r p s ( C u e r p o d e P a z ) . U n o d e los g a n c h o s q u e utilizaba era q u e e l i n g r e s o e n e l P e a c e C o r p s , l o m i s m o q u e los e m p l e o s d e l a N S A , serva d e p r e t e x t o p a r a p r o r r o g a r la i n c o r p o r a c i n a filas. Mi decisin de participar en el s e m i n a r i o fue u n a de esas coincidencias a las q u e no se atribuye i m p o r t a n c i a en su m o m e n t o , p e r o cuyas consecuencias c a m b i a n l u e g o l a vida d e u n a p e r s o na. El r e c l u t a d o r describi varios lugares del m u n d o especialmente n e c e s i t a d o s de voluntarios. U n o de ellos era la selva a m a z n i c a , d o n d e , s e g n s e a l , los p u e b l o s indgenas s e g u a n viviendo casi c o m o los nativos d e N o r t e a m r i c a e n t i e m p o s d e l a llegada d e los europeos. Yo s i e m p r e haba s o a d o vivir c o m o los abnaki, los p o b l a d o res a b o r g e n e s de N e w H a m p s h i r e en la p o c a en q u e se establecieron all mis a n t e p a s a d o s . Saba q u e llevaba en mis venas un p o c o 37

CONFESIONES

DE

UN

GNGSTER ECONMICO

de s a n g r e abnaki, y d e s e a b a c o n o c e r las c o s t u m b r e s de aquellas g e n t e s y la vida en los b o s q u e s q u e haba sido tan familiar para ellos. F u i a hablar con el reclutador d e s p u s de su charla y le inter r o g u en c u a n t o a la posibilidad de ser d e s t i n a d o a la A m a z o n i a . El me a s e g u r q u e hacan falta m u c h o s voluntarios para esa reg i n , y q u e p o d a contar con una gran p r o b a b i l i d a d de ser admitid o . L l a m a to Frank. C o n n o p o c a s o r p r e s a p o r m i p a r t e , to F r a n k m e a n i m a c o n s i d e r a r esa p o s i b i l i d a d . E n plan confidencial m e dijo q u e desp u s de la cada de H a n o i , q u e m u c h o s en p o s i c i o n e s similares a la suya d a b a n p o r cierta en aquellos t i e m p o s , la A m a z o n i a iba a p a s a r al p r i m e r p l a n o del inters. E s t que rebosa de petrleo d i j o . Necesitaremos buen o s a g e n t e s ah, individuos q u e s e p a n e n t e n d e r a los n a t i v o s . Me a s e g u r q u e el servicio en el Peace C o r p s sera un e n t r e n a m i e n t o excelente p a r a m , y me inst a q u e p r o c u r a s e d o m i n a r c u a n t o antes l a l e n g u a e s p a o l a as c o m o varios dialectos i n d g e n a s . E s p o sible q u e a c a b e s al servicio de una c o m p a a privada, no del g o b i e r n o , dijo c o n s o r n a . E n a q u e l e n t o n c e s n o c o m p r e n d l o q u e haba q u e r i d o decir c o n estas p a l a b r a s . E s t a b a s i e n d o a s c e n d i d o de espa a a g e n t e del g a n g s t e r i s m o e c o n m i c o , a u n q u e an n o h u b i e s e o d o j a m s esa e x p r e s i n , y an iba a tardar varios aos m s en orla p o r p r i m e r a v e z . D e s c o n o c a p o r c o m p l e t o la existencia de cientos de h o m bres y m u j e r e s q u e , r e p a r t i d o s p o r t o d o el m u n d o , t r a b a j a b a n p o r c u e n t a de c o n s u l t o r a s y otras e m p r e s a s privadas, sin recibir nunca ni un c e n t a v o de salario de n i n g u n a agencia g u b e r n a m e n t a l , p e r o s i r v i e n d o , no o b s t a n t e , a los intereses del i m p e r i o . Ni p o d a adivinar e n t o n c e s q u e hacia el fin del milenio iban a ser miles los r e p r e s e n t a n t e s d e u n a nueva especie, d e n o m i n a d a m s eufemstic a m e n t e , y q u e yo iba a representar un papel s e a l a d o en el crecim i e n t o d e s e m e j a n t e ejrcito. A n n y yo s o l i c i t a m o s el i n g r e s o en el Peace C o r p s y ser destin a d o s a la A m a z o n i a . C u a n d o nos lleg el aviso de i n c o r p o r a c i n , al principio sufr un fuerte d e s e n g a o . La carta deca q u e b a m o s d e s t i n a d o s al E c u a d o r . 38

Nace un gngster econmico N o , c a r a m b a ! , pens. Yo haba solicitado la A m a z o n i a , no frica. Fui a buscar un atlas, para mirar d n d e q u e d a b a E c u a d o r . C u l no sera mi contrariedad al no localizarlo en el continente africano. En el ndice, sin e m b a r g o , descubr q u e estaba en Latinoamrica. Y en el m a p a p u d e ver la red fluvial q u e bajaba d e s d e los glaciares and i n o s hasta el p o d e r o s o A m a z o n a s . Otras lecturas me a s e g u r a r o n q u e las selvas ecuatorianas figuraban entre las m s variadas y formidables del m u n d o , y q u e sus pobladores indgenas c o n t i n u a b a n viv i e n d o c o m o haban venido hacindolo durante miles d e aos. D e m o d o que aceptamos. A n n y yo p a s a m o s la instruccin p a r a el Peace C o r p s en el sur d e California. E n s e p t i e m b r e d e 1 9 6 8 p a r t i m o s hacia E c u a d o r . En la A m a z o n i a convivimos con los shuar, c u y o estilo de vida, efectivamente, se a s e m e j a b a al de los a b o r g e n e s de N o r t e a m r i c a en la p o c a p r e c o l o m b i n a . T a m b i n t r a b a j a m o s en los A n d e s c o n los d e s c e n d i e n t e s d e los incas. E s t a b a y o d e s c u b r i e n d o u n aspecto del m u n d o cuya existencia ni siquiera s o s p e c h a b a . H a s t a ent o n c e s , los nicos latinoamericanos q u e yo haba visto eran los s e o r i t o s ricos q u e asistan a las clases de mi p a d r e en el instituto. D e s c u b r q u e me caan bien aquellos nativos c a z a d o r e s y agricult o r e s . Me senta e x t r a a m e n t e e m p a r e n t a d o c o n ellos, y p o r alg u n a r a z n me r e c o r d a b a n a los p u e b l e r i n o s q u e haba d e j a d o en mi pas. H a s t a el da q u e apareci en la pista de aterrizaje comarcal un individuo en traje de c i u d a d . E r a Einar G r e v e , vicepresidente de la C h a s . T . M a i n Inc. ( M A I N ) , cnsultora internacional q u e practic a b a u n a poltica empresarial de gran discrecin. Por e n t o n c e s , estaba e n c a r g a d o de estudiar si el B a n c o M u n d i a l d e b a prestar a E c u a d o r y pases limtrofes los miles de millones de dlares necesarios p a r a la construccin de embalses hidroelctricos y otras infraestructuras. A d e m s , Einar era coronel de la Reserva e s t a d o u n i dense. Para e m p e z a r , se p u s o a h a b l a r m e de las ventajas de trabajar p a r a u n a c o m p a a c o m o M A I N . C u a n d o m e n c i o n q u e haba s i d o a d m i t i d o p o r la N S A antes de ingresar en el Peace C o r p s , y 39

CONFESIONES DE UN

GNGSTER ECONMICO

q u e e s t a b a c o n s i d e r a n d o la posibilidad de i n c o r p o r a r m e a a q u l l a , l p u s o en mi c o n o c i m i e n t o q u e a l g u n a s veces a c t u a b a de enlace c o n l a N S A . M i e n t r a s l o deca, m e m i r a b a d e u n a m a n e r a q u e m e h i z o s o s p e c h a r q u e vena c o n el e n c a r g o de evaluar mi c a p a c i d a d , entre o t r a s c o s a s . H o y creo q u e e s t a b a p o n i e n d o al da mi perfil y, s o b r e t o d o , t r a t a n d o de calibrar mis a p t i t u d e s para sobrevivir en u n o s e n t o r n o s q u e la m a y o r a de mis c o m p a t r i o t a s j u z g a r a n hostiles. P a s a m o s j u n t o s un par de das en el E c u a d o r y l u e g o s e g u i m o s en c o n t a c t o p o r c o r r e o . El me haba p e d i d o q u e le enviase inform e s s o b r e las perspectivas e c o n m i c a s del pas. Yo tena u n a p e q u e a m q u i n a de escribir porttil y me g u s t a b a escribir, de m a nera q u e atend s u peticin con m u c h o g u s t o . E n e l p l a z o d e u n a o le envi a E i n a r unas quince cartas bastante extensas. En ellas e s p e c u l a b a s o b r e el porvenir e c o n m i c o y poltico del E c u a d o r y c o m e n t a b a la creciente intranquilidad de las c o m u n i d a d e s indgenas enfrentadas a las c o m p a a s petroleras, a las agencias internacionales de desarrollo y a otras tentativas de introducirlos en el m u n d o m o d e r n o a u n q u e fuese a puntapis. C u a n d o n u e s t r a tourne c o n P e a c e C o r p s finaliz, E i n a r m e invit a u n a e n t r e v i s t a de e m p l e o en la s e d e central q u e tena M A I N e n B o s t o n . E n u n a c o n v e r s a c i n privada c o n m i g o s u b r a y q u e , s i bien e l n e g o c i o principal d e M A I N eran los p r o y e c t o s d e i n g e n i e r a , l t i m a m e n t e s u principal cliente, e l B a n c o M u n dial, vena i n d i c n d o l e q u e c o n t r a t a s e a e c o n o m i s t a s a fin de e l a b o r a r los p r o n s t i c o s e c o n m i c o s i n d i s p e n s a b l e s p a r a d e t e r m i n a r la v i a b i l i d a d y la m a g n i t u d de los m e n c i o n a d o s p r o y e c t o s . Y m e c o n f e s q u e a n t e s d e hablar c o n m i g o h a b a c o n t r a t a d o a tres e c o n o m i s t a s m u y c u a l i f i c a d o s , d e c r e d e n c i a l e s i m p e c a b l e s : d o s profesores y un licenciado. Pero haban fracasado miserablemente. N i n g u n o d e ellos e s t a b a e n c o n d i c i o n e s d e e l a b o r a r p r o yecciones e c o n m i c a s s o b r e pases d o n d e no se c u e n t a con estadsticas fiables e x p l i c Einar. A d e m s , s i g u i d i c i e n d o , n i n g u n o d e ellos h a b a a g u a n t a d o hasta la fecha de expiracin de sus c o n t r a t o s , cuyas c o n d i c i o n e s 40

Nace un gngster econmico incluan d e s p l a z a m i e n t o s a lejanas r e g i o n e s de pases c o m o E c u a d o r , I n d o n e s i a , Irn y E g i p t o para entrevistar a los dirigentes locales e inspeccionar p e r s o n a l m e n t e las perspectivas de d e s a r r o l l o e c o n m i c o . U n o d e ellos sufri u n a crisis nerviosa e n una r e m o ta aldea p a n a m e a . La polica del pas t u v o q u e escoltarlo hasta el a e r o p u e r t o y m e t e r l o en el avin de r e g r e s o a E s t a d o s U n i d o s . L a s cartas q u e enviaste me dieron a e n t e n d e r q u e no se te caen los anillos y q u e sabes buscar d a t o s c u a n d o no estn d i s p o nibles. Y d e s p u s de ver tus c o n d i c i o n e s de vida en el E c u a d o r , c r e o q u e p o d r s sobrevivir casi en cualquier p a r t e . P o r l t i m o , m e c o n t q u e haba d e s p e d i d o y a a u n o d e a q u e llos e c o n o m i s t a s , y q u e estaba d i s p u e s t o a hacer lo m i s m o c o n los o t r o s d o s si yo a c e p t a b a su ofrecimiento. As fue c o m o , en enero de 1 9 7 1 , me vi c a n d i d a t o a un e m p l e o de e c o n o m i s t a en M A I N . A c a b a b a de cumplir veintisis a o s , la e d a d m g i c a a la q u e ya no p o d a alcanzarme la tarjeta de reclutam i e n t o . Lo consult con A n n y su familia. Ellos me a n i m a r o n a a c e p t a r l o , en lo q u e me pareci notar la influencia del to F r a n k . E n t o n c e s r e c o r d su c o m e n t a r i o s o b r e la posibilidad de acabar trab a j a n d o para una c o m p a a privada. S o b r e esto n u n c a s e c o m e n t n a d a de m a n e r a explcita, p e r o tuve la conviccin de q u e mi e m p l e o e n M A I N era consecuencia d e las disposiciones t o m a d a s p o r to F r a n k tres a o s antes, s u m a n d o mis experiencias en E c u a d o r y mi disposicin para enviar informes s o b r e la situacin e c o n m i c a y poltica del pas. Sent v r t i g o d u r a n t e varias s e m a n a s y a n d a b a p o r ah c o n el e g o b a s t a n t e h e n c h i d o . Yo s l o tena u n a licenciatura p o r la U n i v e r s i d a d de B o s t o n , p o c a cosa para ingresar en el servicio de est u d i o s e c o n m i c o s d e tan e m p i n g o r o t a d a consultora. M u c h o s e x c o m p a e r o s m o s de B o s t o n r e c h a z a d o s p o r los militares y q u e h a b a n c o n t i n u a d o estudios hasta el mster y o t r o s ttulos de tercer ciclo se moriran de envidia c u a n d o lo supieran. Me vea a m m i s m o c o m o brillante a g e n t e secreto d e s t i n a d o e n pases extic o s , a c o s t a d o en una t u m b o n a al l a d o de la piscina de mi hotel de l u j o , el martini en la m a n o y r o d e a d o de espectaculares m u j e r e s en bikini. 41

CONFESIONES DE UN GNGSTER ECONMICO

Eran slo fantasas, pero ms tarde hall q u e contenan algn elemento v e r d a d e r o . A u n q u e Einar m e haba contratado c o m o economista, p r o n t o descubr q u e mi verdadera misin iba m u c h o m s all, y se asemejaba m u c h o m s a las de J a m e s B o n d de lo q u e pareca a primera vista.

42

Para toda la vida

n trminos legales podra decirse q u e M A I N era un c o t o ceA^J r r a d o . Apenas im 5 por ciento de sus d o s mil e m p l e a d o s , los l l a m a d o s socios principales, tenan todas las acciones. Su posicin era m u y envidiada. No slo m a n d a b a n sino q u e a d e m s se llevaban la m a y o r parte del pastel. Su actitud fundamental, la discrecin. P o r q u e trataban con jefes de E s t a d o y o t r o s altos dirigentes acost u m b r a d o s a exigir de sus asesores, c o m o a b o g a d o s y psicoterapeutas p o r e j e m p l o , el mayor respeto a las n o r m a s de la ms estricta confidencialidad. H a b l a r con la prensa era t a b . No se toleraba, y p u n t o . C o m o resultado, casi nadie fuera de la e m p r e s a saba quin era M A I N , a diferencia de otras c o m p e t i d o r a s nuestras ms conocidas c o m o Arthur D. Little, S t o n e & Webster, B r o w n & R o o t , H a lliburton y Bechtel. He utilizado la palabra competidoras en sentido figurado, p o r q u e M A I N e n realidad era j u g a d o r a n i c a e n s u p r o p i a liga. L a m a y o r a d e los profesionales c o n t r a t a d o s eran i n g e n i e r o s , pero no tenamos ninguna maquinaria ni construamos nada, ni q u e fliese u n b a r r a c n p a r a g u a r d a r t r a s t o s . M u c h o s e m p l e a d o s e r a n e x oficiales, p e r o n o t e n a m o s n i n g n c o n t r a t o c o n e l D e p a r t a m e n t o d e D e f e n s a n i n i n g n o t r o o r g a n i s m o d e los militares. E s t b a m o s e n u n a r a m a comercial tan diferente d e las n o r m a l e s , q u e m e c o s t varios meses averiguar d e q u s e t r a t a b a . S l o s a b a q u e mi primer d e s t i n o real iba a ser I n d o n e s i a y q u e formara parte de un equipo de once h o m b r e s enviados a elabo43

CONFESIONES DE UN GNGSTER ECONMICO

rar un plan m a e s t r o de a p r o v i s i o n a m i e n t o e n e r g t i c o p a r a la isla de Java. T a m b i n me di cuenta de q u e Einar y los d e m s q u e me com e n t a b a n la misin a n d a b a n e m p e a d o s en p e r s u a d i r m e de q u e la e c o n o m a de J a v a estaba en fase de r p i d o crecimiento. Y q u e , si q u e r a perfilarme c o m o b u e n o b s e r v a d o r ( d i g n o d e ofrecerle u n a s c e n s o , p o r t a n t o ) , mis proyecciones e c o n m i c a s deban d e m o s trar e s o p r e c i s a m e n t e . E s t n q u e s e salen del m a p a , g u s t a b a decir Eimar. A l z a b a los d e d o s del papel s i m u l a n d o un vuelo p l a n e a d o y a g r e g a b a : U n a economa que va a despegar c o m o un pjaro! Einar sala a m e n u d o de viaje, pero sus ausencias solan durar s l o d o s o tres das. N a d i e hablaba m u c h o de ello, ni pareca q u e estuvieran enterados de a d o n d e iba. C u a n d o apareca p o r los desp a c h o s , a m e n u d o me invitaba al suyo para t o m a r unos cafs y charlar. E n t o n c e s m e p r e g u n t a b a p o r A n n , p o r nuestro n u e v o apartam e n t o o p o r el g a t o q u e nos h a b a m o s trado de E c u a d o r . C u a n d o e m p e c a c o n o c e r l o un p o c o m s , me anim a dirigirle p r e g u n t a s s o b r e su t r a b a j o y s o b r e lo q u e se esperaba q u e yo hiciera en el m o . P e r o nunca recib una contestacin satisfactoria. E r a m a e s t r o en el arte de desviar las conversaciones. U n a de esas veces me asest una mirada peculiar. N o tienes de qu preocuparte d i j o . Tenemos grandes planes p a r a ti. El o t r o da estuve en W a s h i n g t o n y... S e inter r u m p i a s m i s m o , c o n una sonrisa i n e s c r u t a b l e . En cualquier c a s o , y a s a b e s q u e t e n e m o s u n p r o y e c t o i m p o r t a n t e e n Kuwait. S e r p o c o antes d e q u e salgas para I n d o n e s i a . T e a c o n s e j o q u e a p r o v e c h e s a l g o de tu t i e m p o para informarte acerca de Kuwait. La biblioteca p b l i c a de B o s t o n es un sitio e s t u p e n d o para ello, y p o d e m o s c o n s e g u i r t e pases para la del M I T y la de H a r v a r d . E n c o n s e c u e n c i a , p a s m u c h a s horas e n esas bibliotecas, s o b r e t o d o en la p b l i c a de B o s t o n , pues q u e d a b a cerca de la oficina y casi p e g a d a a mi a p a r t a m e n t o en B a c k Bay. Me familiaric c o n K u wait y a d e m s d e s c u b r m u c h o s libros de estadstica e c o n m i c a p u b l i c a d o s p o r N a c i o n e s U n i d a s , e l F o n d o M o n e t a r i o Internacional y el B a n c o M u n d i a l . S a b i e n d o q u e se me exigira la elaboracin 44

P a r a t o d a la v i d a de m o d e l o s e c o n o m t r i c o s para I n d o n e s i a y J a v a , se me o c u r r i q u e p o d r a entrenarme p r e p a r a n d o u n o para K u w a i t . Sin e m b a r g o , y o haba e s t u d i a d o administracin d e e m p r e s a s y no e s t a b a p r e p a r a d o para realizar clculos e c o n o m t r i c o s , as q u e d e d i q u la m a y o r parte del t i e m p o a tratar de cubrir esa l a g u n a . I n c l u s o me a p u n t a un par de cursos s o b r e la cuestin. En este p r o c e s o descubr q u e las estadsticas p u e d e n manipularse y dar lugar a u n a g a m a de conclusiones m u y amplia, incluyendo las q u e c o r r o b o r e n las preferencias del analista. M A I N era una corporacin machista. E n 1 9 7 1 slo e m p l e a b a a c u a t r o mujeres en cargos profesionales. Sin e m b a r g o , tendran u n a s doscientas empleadas entre la dotacin de secretarias personales: u n a para c a d a vicepresidente y cada director de d e p a r t a m e n t o y el e q u i p o de m e c a n g r a f a s a disposicin de t o d o s n o s o t r o s , los dem s . Yo estaba a c o s t u m b r a d o a esta discriminacin de g n e r o , p o r lo q u e me sorprendi especialmente lo q u e sucedi cierto da en la sala de lectura de la biblioteca pblica. U n a atractiva m o r e n a se acerc y fue a sentarse en el silln de enfrente. Se vea m u y sofisticada con su traje sastre verde. Al o b servarla mientras p r o c u r a b a hacerme el indiferente, o el disimulad o , m e p a r e c i a l g u n o s aos mayor q u e y o . A l c a b o d e u n r a t o , sin decir palabra, ella e m p u j hacia m un libro a b i e r t o . C o n t e n a u n a tabla con informacin s o b r e Kuwait q u e yo h a b a solicitado anteriormente, y u n a tarjeta de visita. El n o m b r e deca C l a u d i n e M a r tin y el c a r g o : A s e s o r a especial en C h a s . T. M a i n , I n c . Al levantar los o j o s me t r o p e c con la s e d u c t o r a m i r a d a de sus o j o s verdes. Ella m e t e n d i l a m a n o . T e n g o instrucciones d e ayudarte e n t u p r e p a r a c i n anunci. N o p o d a creer q u e a q u e l l o m e estuviera s u c e d i e n d o a m. A partir del da siguiente nos r e u n i m o s en el a p a r t a m e n t o q u e C l a u d i n e tena en B e a c o n Street, no lejos de las oficinas centrales d e M A I N e n e l Prudential Center. E n nuestra primera h o r a d e dil o g o me manifest q u e mi posicin era p o c o c o m n y exiga, entre o t r a s c o s a s , la ms estricta confidencialidad. Me explic p o r q u n a d i e m e haba d a d o u n a descripcin d e m i p u e s t o d e t r a b a j o . N a d i e estaba a u t o r i z a d o a hacerlo... excepto ella. Y p o r l t i m o me 45

CONFESIONES

DE UN GNGSTER ECONMICO

aclar q u e su misin consista en hacer de m un g n g s t e r e c o n mico. La e x p r e s i n e v o c a b a asociaciones de g a b a r d i n a s largas y revlveres o c u l t o s . S e m e e s c a p una r i s a nerviosa, q u e m e d e j u n p o c o a v e r g o n z a d o . Ella sonri y me a s e g u r q u e el efecto h u m o rstico era u n o de los m o t i v o s de la eleccin del t r m i n o . Q u i n se lo va a t o m a r en s e r i o , c o m e n t . C o n f e s mi total ignorancia en c u a n t o a las funciones de un gngster econmico. N o eres el nico r i ella. S o m o s una especie rara y est a m o s en un n e g o c i o sucio. N a d i e d e b e c o n o c e r tu actividad, ni siquiera tu mujer. A continuacin se p u s o seria y a g r e g : Voy a hablarte c o n plena f r a n q u e z a y voy a ensearte t o d o lo q u e s d u rante las s e m a n a s de q u e d i s p o n e m o s . D e s p u s de e s o , te tocar a ti decidir. Ser u n a decisin definitiva. C u a n d o se entra en e s t o , se entra p a r a t o d a la vida. D e s p u s de esta conversacin casi nunca volvi a utilizar la expresin c o m p l e t a de economic hit man. E r a m o s u n o s E H M y nada ms. A h o r a s una cosa q u e d e s c o n o c a entonces: q u e C l a u d i n e a p r o v e c h t o d a s mis d e b i l i d a d e s , r e c o g i d a s en el perfil de mi carcter t r a z a d o p o r la N S A . I g n o r o quin le c o m u n i c a r a la inf o r m a c i n , si fue Einar, la N S A , el d e p a r t a m e n t o de p e r s o n a l de M A I N o a l g u n a otra fuente. P e r o s u p o explotarla c o n maestra. A p l i c u n a c o m b i n a c i n de s e d u c c i n fsica y m a n i p u l a c i n verbal q u e pareca e x p r e s a m e n t e diseada p a r a m. Y sin e m b a r g o , l u e g o la he visto utilizada n u m e r o s a s veces en m u c h o s tipos diferentes de n e g o c i a c i n , c u a n d o el envite es c u a n t i o s o y hay m u c h a prisa p o r cerrar el lucrativo a c u e r d o . Ella s u p o d e s d e el primer m o m e n t o q u e yo jams pondra en peligro mi matrimonio con la revelacin d e u n a s actividades clandestinas q u e , s e g n d e j claro c o n brutal f r a n q u e z a , me obligaran a s u m e r g i r m e en a g u a s m s bien t u r b i a s . En c u a n t o a quin le p a g a b a su salario, en realidad no t e n g o ni la m e n o r idea, a u n q u e t a m p o c o t e n g o razones p a r a d u d a r de q u e fuese efectivamente M A I N , c o m o deca s u tarjeta. E n aquella 46

P a r a t o d a la vida p o c a yo era d e m a s i a d o i n g e n u o y m u y t m i d o , y estaba d e m a s i a d o c o n f u s o para formular las p r e g u n t a s q u e hoy me parecen obvias. C l a u d i n e e n u m e r los d o s objetivos principales de mi t r a b a j o . En primer lugar, yo deba justificar los g r a n d e s crditos internacionales cuyo dinero regresara canalizado hacia M A I N y otras c o m p a a s e s t a d o u n i d e n s e s ( c o m o Bechtel, H a l l i b u r t o n , S t o n e & Webster y B r o w n & R o o t ) en p a g o de g r a n d e s proyectos de ingeniera y construccin. S e g u n d o , deba c o n s e g u i r la q u i e b r a de los pases q u e hubiesen recibido esos crditos ( a u n q u e no antes d q u e hubiesen p a g a d o a M A I N y a las d e m s e m p r e s a s contratistas e s t a d o u n i d e n s e s , c o m o es natural), a fin de dejarlos prisioneros p a r a s i e m p r e de sus acreedores. Y as seran receptivos c u a n d o les p i d i r a m o s favores c o m o bases militares, sus v o t o s en N a c i o n e s U n i d a s o el acceso a sus recursos naturales, c o m o el p e t r l e o y otros. Mi t r a b a j o , s i g u i explicando, consistira en estudiar los pases y elaborar previsiones s o b r e los efectos de esas inversiones multimillonarias en dlares. C o n c r e t a m e n t e , deba p r o d u c i r estudios q u e anticipasen el r i t m o del desarrollo e c o n m i c o a veinte o veinticinco aos vista y q u e evaluasen el i m p a c t o de una serie de p r o yectos. Por ejemplo, si se t o m a b a la decisin de prestar 1.000 millones de dlares a un pas para disuadir a sus dirigentes de alinearse al l a d o de la U n i n Sovitica, yo tendra q u e c o m p a r a r las ventajas de invertir dicha s u m a en centrales g e n e r a d o r e s de energa o en u n a n u e v a r e d nacional de ferrocarriles, o en un sistema de telecom u n i c a c i o n e s . O si las r d e n e s eran q u e se le c o n c e d i e s e al pas la o p o r t u n i d a d de d o t a r s e de un m o d e r n o sistema p b l i c o de suministro elctrico, yo d e b a presentar cifras q u e d e m o s t r a s e n q u e dic h o sistema p r o d u c i r a un desarrollo e c o n m i c o suficiente para justificar la cuanta del emprstito. En t o d o s los c a s o s , el factor crtico era el p r o d u c t o interior b r u t o ( P I B ) . G a n a b a el p r o y e c t o q u e p r o d u j e s e el m a y o r crecimiento anual del P I B . Y c u a n d o fuese u n o s o l o el p r o y e c t o c o n s i d e r a d o , mis cifras d e m o s t r a r a n q u e su r e a l i z a c i n p r o d u c i r a s u p e r i o r e s beneficios en t r m i n o s del PIB.

47

CONFESIONES

DE UN

GNGSTER ECONMICO

En c a d a u n o de estos proyectos, el a s p e c t o tcito era la intencin de originar s u s t a n c i o s o s beneficios para las contratistas y hacer m u y feliz al p u a d o de las familias ms ricas e influyentes del pas receptor. Al m i s m o t i e m p o , d i c h o pas q u e d a b a s u m i d o en la d e p e n d e n c i a financiera p o r m u c h o s a o s , y cautiva la v o l u n t a d de sus dirigentes polticos. Y as en t o d o el m u n d o : c u a n t o m s g r a n des los crd i tos , mejor. La carga de la d e u d a privara de atenciones sanitarias, e d u c a c i n y o t r o s beneficios sociales a los c i u d a d a n o s ms p o b r e s , t a m b i n d u r a n t e m u c h o s a o s , p e r o eso n o s e t o m a ba en c o n s i d e