Caracterização dos Hábitos Alimentares no Primeiro Ano de ... · alimentares inadequados...
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Caracterização dos Hábitos Alimentares no Primeiro Ano de Vida em
Creches da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos
Characterization of the Food Habits in the First Year of Life in Kindergartens of
Santa Casa da Misericórdia de Barcelos
Sara Cristina Araújo da Silva
Orientado por: Dra. Sílvia Sousa
Coorientado por: Prof.ª Doutora Bárbara Pereira
Trabalho de Investigação
1.º Ciclo em Ciências da Nutrição
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
Porto, 2017
ii
Resumo
Os hábitos alimentares na infância podem determinar os hábitos e preferências
alimentares futuros. O leite materno é considerado o alimento ideal durante os
primeiros 6 meses de vida e a diversificação alimentar no primeiro ano de vida é
fundamental para um bom estado nutricional e para a transição para a dieta familiar.
O presente estudo pretendeu caracterizar os hábitos alimentares durante o primeiro
ano de vida das crianças da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos.
Neste estudo transversal foi usado um questionário que avaliou a prevalência de
aleitamento materno (AM) e exclusivo (AME), o início da diversificação alimentar
(DA) e a idade de introdução de alimentos sólidos. A amostra incluiu 114 crianças,
a maioria do sexo feminino (55,3%) com idade média de 21,8±9,4 meses.
Entre as crianças, 95,9% receberam AME, a maioria menos de 6 meses. A duração
média de AME foi de 3,9±2,1 meses e do AM foi de 7,4±6,6 meses. Apenas 5
crianças foram amamentadas até pelo menos aos 2 anos de idade. A DA iniciou-
se aos 5,4±1,1 meses com a sopa, seguida da fruta, carne, peixe, iogurte, ovo, e
leguminosas. Apenas 7 crianças introduziram o leite de vaca antes dos 12 meses.
Verificou-se que alguns alimentos – em alguns casos – foram introduzidos
precocemente (iogurte) ou tardiamente (leguminosas) na alimentação da criança.
Concluindo, apesar da elevada prevalência de AME este foi de curta duração e a
DA foi precoce. Assim, a promoção de AM e de bons hábitos alimentares continua
a constituir uma prioridade em Saúde Pública.
Palavras-chave: aleitamento materno; crianças; diversificação alimentar; primeiro
ano de vida; hábitos alimentares
iii
Abstract
Early eating habits can determine later eating habits and food preferences. Breast
milk is considered the ideal food for the first six months of life and diversifying food
during the first year of life is a fundamental step for infants’ adequate nutritional
status and as a mean of transition to the familiar diet. The present study aimed to
characterize the food habits of children in the first year of life in Santa Casa da
Misericórdia de Barcelos.
This was a cross-sectional study using a questionnaire that evaluated the
prevalence of breastfeeding (BF) and exclusive breastfeeding (EBF), the onset of
complementary feeding (CF) and the timing of introduction of solid food. The sample
comprised 114 children, predominantly female (55,3%), with a mean age of
21,8±9,4 months.
Among the children, 95,9% were exclusively breastfed, the majority of them less
than six months. The mean for EBF was 3,9±2,1 months and for BF was 7,4±6,6
months. Only 5 children were breastfed for at least two years. The onset of CF was
at 5,4±1,1 months, with soup followed by fruits, meat, fish, yogurt, egg and pulses.
Only 7 children consumed cow milk before completed 12 months. It was found that
some foods were – in some cases – introduced too early (yogurt) or too late (pulses)
in the infant’s diet.
In conclusion, despite the high prevalence, there was a low duration of EBF and an
early CF. Promoting breastfeeding and healthy food habits are still a priority of action
in Public Health.
Key-words: breastfeeding; child; complementary feeding; first year of life; food
habits
iv
Índice
Resumo e Palavras-Chave em Português .............................................................. ii
Resumo e Palavras-Chave em Inglês .................................................................... iii
Lista de Abreviaturas .............................................................................................. vi
Introdução ............................................................................................................... 1
Objetivos ................................................................................................................. 3
Metodologia ............................................................................................................. 3
Resultados .............................................................................................................. 5
Caracterização da Amostra ............................................................................... 5
Aleitamento Materno, Leite e Fórmulas Infantis ................................................ 7
Diversificação Alimentar.................................................................................... 8
Pais e Preferências Alimentares da Criança ................................................... 10
Discussão .............................................................................................................. 11
Conclusão ............................................................................................................. 15
Agradecimentos .................................................................................................... 16
Referências Bibliográficas ..................................................................................... 17
Anexos ..................................................................................................... ……..…22
v
Índice de tabelas
Tabela 1. Classificação do estado nutricional das crianças durante o primeiro ano
de vida, de acordo com o z-score de IMC, n(%). .................................................... 6
Tabela 2. Classificação do estado nutricional dos pais, de acordo com as classes
de IMC, e a sua distribuição percentual, n(%). ........................................................ 6
Índice de Gráficos
Gráfico 1. Primeiros alimentos introduzidos na alimentação da criança, % ............ 8
Gráfico 2. Primeiros hortícolas introduzidos na alimentação da criança, % ............ 9
Gráfico 3. Primeiras frutas introduzidas na alimentação da criança, % ................... 9
Gráfico 4. Primeiras carnes introduzidas na alimentação da criança, % ................. 9
Gráfico 5. Primeiros peixes introduzidos na alimentação da criança, % ................. 9
Gráfico 6. Preferências alimentares atuais da criança, de acordo com a decisão
relativa à alimentação (pais versus pais e profissionais de saúde), % e teste do Qui-
Quadrado .............................................................................................................. 11
vi
Lista de Abreviaturas
OMS - Organização Mundial da Saúde
ESPGHAN - European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and
Nutrition
AME - Aleitamento Materno Exclusivo
DA – Diversificação Alimentar
AM - Aleitamento Materno
SCMB - Santa Casa da Misericórdia de Barcelos
IMC - Índice de Massa Corporal
EPACI - Estudo do Padrão Alimentar e de Crescimento Infantil
OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
IAN-AF – Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física
1
Introdução
O estudo da alimentação no primeiro ano de vida é de grande relevância na
orientação de ações em Saúde Pública(1). A Organização Mundial da Saúde (OMS)
e a European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition
(ESPGHAN) definem alimentação adequada no primeiro ano de vida como a prática
do aleitamento materno exclusivo (AME) até ao sexto mês de vida(2, 3). A partir deste
momento deve ser iniciada a diversificação alimentar (DA) e simultaneamente
manter a amamentação até aos dois anos de idade(1, 4-7) e enquanto desejado pela
mãe e pelo lactente(8).
A alimentação está associada ao estado de saúde e nutricional nos primeiros anos
de vida. Além disso, os hábitos alimentares estabelecidos nesta fase tendem a
perdurar na adolescência e idade adulta(1). Mais especificamente, hábitos
alimentares inadequados relacionam-se com excesso de peso e com o surgimento
de doenças crónicas não transmissíveis na idade adulta. Assim, a alimentação
saudável é uma forma de prevenção com efeitos positivos na saúde ao longo da
vida(9).
O leite materno é o alimento mais adequado às necessidades do recém-nascido(5,
9), sendo recomendado AME (i.e., o lactente recebe apenas leite materno e nenhum
outro líquido ou sólido exceto gotas ou xaropes de vitaminas, suplementos minerais
ou fármacos(8)) desde a primeira hora de vida(10) até aos 6 meses de idade(1, 6). O
leite materno contém os nutrimentos essenciais de forma a garantir o crescimento,
desenvolvimento e estado nutricional adequados(5) no primeiro semestre de vida(5,
11, 12). Para além disso, apresenta um impacto benéfico na saúde da criança(11, 13),
como maior resistência a doenças (gastroenterite(8), diarreia(9), otite média(8, 14),
alergia(9), infeções respiratórias(8), síndrome de morte súbita(8), hipertensão(9),
2
diabetes tipo 1 e 2(8), obesidade(8, 9), hiperlipidemia(15), doença atópica(8, 15),
leucemia(8)), efeito positivo no desenvolvimento neurológico e da cavidade oral da
criança(9). O aleitamento materno (AM) apresenta ainda benefícios para a lactante,
como menor risco de desenvolvimento de cancros da mama e ovário(15), anemia e
reforço do vínculo afetivo com o filho(9). De acordo com os benefícios para ambos
fundamenta-se a sua promoção e proteção como prioridade em Saúde Pública(5).
Apesar de a recomendação consistir em AME durante o primeiro semestre de vida,
o aleitamento por um menor período ou aleitamento parcial (i.e., AM acompanhado
de alimentação complementar) também apresentam um efeito benéfico(8).
A DA, período de transição do AME para o consumo de alimentos em combinação
com o leite materno(16, 17) ou fórmula(18), é um passo fundamental no
desenvolvimento de comportamentos alimentares(19). O momento desta transição,
como são alimentados e que alimentos e bebidas são oferecidos, pode ter
implicações a curto e a longo prazo(18) no crescimento e saúde das crianças(19). O
AME a partir dos 6 meses está associado a um maior risco de malnutrição
(relacionada com 50% da mortalidade infantil)(20). A ESPGHAN considera que a DA
nunca deve ser iniciada antes dos 4 meses ou depois das 26 semanas(21). Deve
ter-se em atenção se o leite é artificial ou materno, podendo na última situação
verificar-se a introdução da DA mais próximo das 26 semanas(14). Mesmo em
crianças não-amamentadas, a recomendação habitual para a introdução dos
alimentos sólidos é após os 4 meses de vida(12). Fisiologicamente, nesta idade,
apresentam maior estabilidade maxilar e do pescoço e o padrão de sucção começa
a modificar-se. Entre os 5 e os 8 meses progridem da sucção para a mastigação,
devendo ser estimulada facilitando a integração na alimentação familiar. Os sólidos
devem ser introduzidos na alimentação até aos 10 meses pelo risco de dificuldades
3
na alimentação e impacto negativo nos hábitos alimentares em idades
posteriores(8). Aos 12 meses, a criança já pode ter uma alimentação semelhante à
da família(9).
A DA deve satisfazer as necessidades nutricionais da criança e promover a
exposição aos hábitos alimentares da família, adaptando-se a novos sabores, cores
e texturas(6). A cronologia da introdução dos diferentes alimentos não deve ser
rígida, devendo ter em consideração fatores de ordem social e cultural(8). Devido à
maturidade intestinal adequada aos seis meses, é atribuída maior importância à
adequação nutricional do que à sequência da introdução de alimentos. Desta forma,
deve ser privilegiado um aporte de alimentos adequado em quantidade e
diversidade, aumentando a probabilidade de serem adotados comportamentos
alimentares saudáveis na adolescência e adultez(14).
Objetivos
Objetivo geral:
- Caracterizar hábitos alimentares no primeiro ano de vida em creches da Santa
Casa da Misericórdia de Barcelos (SCMB).
Objetivos específicos:
- Avaliar a prática e a duração do AM e do AME;
- Estudar o padrão de DA no primeiro ano de vida;
- Avaliar as preferências alimentares atuais na população infantil da SCMB.
Metodologia
O estudo transversal compreendeu a avaliação de crianças de ambos os sexos,
que frequentavam as 4 creches da SCMB, com idades compreendidas entre os 3
meses e os 3 anos, entre Março e Maio de 2017. Os dados foram recolhidos através
do envio de 237 questionários e respetivo consentimento informado para os
4
Encarregados de Educação. A recolha envolveu, primeiramente, o contacto e
autorização da direção da SCMB. Os participantes foram informados dos objetivos
gerais da investigação e do carácter voluntário e anónimo da participação,
assinando o consentimento informado (Anexo A) caso entendessem participar no
estudo. Foram devolvidos 121 (51%) questionários, sendo que destes 7 foram
excluídos (1 por não corresponder aos critérios de inclusão relativamente à idade,
4 não respondidos e 2 por não conterem informação relativa ao sexo), resultando
numa amostra total de 114 (48,1%) inquiridos.
Os hábitos alimentares no primeiro ano de vida foram avaliados com recurso a um
questionário de administração direta (Anexo B). O questionário incluía, entre outras,
questões sociodemográficas e sobre a gestação. Relativamente à criança, foram
avaliados dados pessoais e dados antropométricos. Foi sugerida a consulta do
Boletim de Saúde Infantil e Juvenil dos educandos, de modo a obter o máximo de
precisão dos dados recolhidos. Procedeu-se, posteriormente, ao cálculo do z-score
de IMC (Índice de Massa Corporal) com recurso ao Anthropometric Calculator do
programa WHO Anthro® v.3.2.2(22). Foi também avaliada a alimentação no primeiro
ano de vida, preferências alimentares e identificação do responsável pela
alimentação e avaliação da qualidade da mesma. O protocolo de caracterização
dos hábitos alimentares foi desenvolvido a partir das recomendações da Sociedade
Portuguesa de Pediatria(8), e adaptado do protocolo de avaliação do Estudo do
Padrão Alimentar e de Crescimento Infantil (EPACI)(23) cedido pela Prof.ª Doutora
Carla Rêgo. Como forma de agradecimento, os pais (participantes e não-
participantes) receberam um folheto de recomendações alimentares no primeiro
ano de vida (Anexo C), em fase posterior à aplicação do questionário.
A análise estatística foi realizada através do programa IBM SPSS® v.24 (Statistical
5
Package for the Social Sciences). A estatística descritiva consistiu no cálculo de
medidas de tendência central e de dispersão. De acordo com os coeficientes de
simetria e achatamento e Teorema do Limite Central verificou-se que as variáveis
seguem uma distribuição próxima da distribuição Normal. Realizaram-se testes de
associação (Coeficientes de Correlação e Teste do Qui-Quadrado), rejeitou-se a
hipótese nula quando o nível de significância critico para a sua rejeição foi p<0,05.
Resultados
Caracterização da amostra
Os questionários foram respondidos, quase na totalidade, pelas mães (n=89;
84,0%). A amostra foi constituída por 114 crianças, 63 (55,3%) do sexo feminino e
51 (44,7%) do sexo masculino. A média de idade foi de 21,8±9,4 meses (mínimo=5;
máximo=40). A maioria das crianças era de nacionalidade portuguesa (n=109;
95,6%). Aproximadamente 48% (n=52) das crianças viviam com os pais biológicos
e irmão(s). Cinquenta e nove crianças (52,7%) tinham entre 1 e 3 irmãos
(X̅=1,3±0,5) com média de idade de 6,7±3,8 anos.
Quanto aos antecedentes pessoais, a prevalência de cólicas no primeiro ano de
vida foi de 64,6% (n=73), na maioria pontuais (n=49; 71,0%). Três (2,7%) crianças
sofriam de doença crónica (metabolismo da cistina, pele atópica e laringomalácia)
e 11 (9,7%) crianças apresentavam intolerância/alergia alimentar. Apenas 26
(25,5%) crianças foram suplementadas, na maioria com vitamina D (n=16; 64,0%),
seguindo-se o ferro (n=6; 24,0%), multivitamínicos (n=2; 8,0%) e vitamina C (n=1;
4,0%). A Tabela 1 apresenta o estado nutricional de acordo com o z-score de
IMC(24). A maioria das crianças apresenta situação de eutrofia no nascimento (n=96;
90,6%), aos 6 meses (n=87; 87,9%) e aos 12 meses (n=80; 94,1%).
6
Relativamente aos pais, a idade das mães variou entre 20 e 43 anos (X̅=32,7±4,9)
e a dos pais entre 22 e 52 anos (X̅=34,9±5,8). A maioria das mães (n=49; 44,1%) e
dos pais (n=38; 36,5%) frequentou o ensino secundário. A situação profissional da
maioria das mães (n=99; 87,6%) e dos pais (n=101; 91,8%) era empregada. As
mães trabalhavam em média, semanalmente, 38,6±7,4 horas e os pais 41,8±8,6
horas. Os pais eram na maioria casados (n=74; 65,5%). De entre 12
nacionalidades, houve predomínio da nacionalidade portuguesa das mães (n=106;
93,0%) e dos pais (n=102; 91,1%). A maioria das mães (n=91; 85,0%) e dos pais
(n=73; 70,2%) usufruiu de licença de parentalidade. A maioria das mães
apresentava valores de IMC(25) atual correspondentes à eutrofia (n=77; 68,8%) e a
maioria dos pais apresentava excesso de peso (n=48; 45,7%) (Tabela 2).
Durante a gestação, apenas 1 (0,9%) gestante consumiu álcool e 13 (11,4%)
consumiram tabaco, em média 8,7±6,3 cigarros por dia. A maioria (n=69; 62,2%)
tomou suplementos: suplementação de ferro (n=34; 29,8%) e ácido fólico (n=34;
29,8%), complexos vitamínicos e minerais (n=17; 14,9%), magnésio (n=13; 11,4%),
Nascimento 6 Meses 12 Meses
n (%)
Desnutrição Zsc IMC <-2 4 (3,8) 7 (7,1) 1 (1,2)
Eutrofia -2 ≤ Zsc IMC ≤ 2 96 (90,6) 87 (87,9) 80 (94,1)
Excesso de peso 2 <Zsc IMC ≤3 4 (3,8) 4 (4,0) 2 (2,4)
Obesidade Zsc IMC >3 2 (1,9) 1 (1,0) 2 (2,4)
Mãe Pai
n (%)
Baixo Peso IMC < 18,5 kg/m2 3 (2,7) -
Eutrofia 18,5 ≤ IMC ≤ 24,9 kg/m2 77 (68,8) 41 (39,0)
Pré-obesidade 25 ≤ IMC ≤ 29,9 kg/m2 25 (22,3) 48 (45,7)
Obesidade IMC ≥ 30 kg/m2 7 (6,3) 16 (15,2)
Tabela 1. Classificação do estado nutricional das crianças durante o primeiro ano de vida, de acordo com o z-score de IMC, n(%).
Tabela 2. Classificação do estado nutricional dos pais, de acordo com as classes de IMC, e a sua distribuição percentual, n(%).
7
iodo (n=11; 9,7%), cálcio (n=3; 2,6%) e multivitamínicos (n=2; 1,8%).
A maioria dos partos (n=80; 70,8%) foi eutócico, a duração da gestação foi em
média 39,1±1,4 semanas e o aumento de peso médio verificado foi de 13,6±9,0 kg.
Aleitamento Materno, Leite e Fórmulas Infantis
A maioria das crianças (n=100; 93,5%) foi amamentada no máximo até aos 36
meses, com uma duração média de 7,4±6,6 meses (IC 95%: 5,97; 8,82). Sete
(6,5%) crianças não foram amamentadas. Apenas 3 (3,5%) e 2 (2,4%) crianças,
respetivamente, foram amamentadas até aos 2 anos ou mais.
A duração média do AME foi de 3,9±2,1 meses (IC 95%: 3,56; 4,40), com duração
mínima de 1 semana e máxima de 9 meses. Dos lactentes, verificamos que 34
(35,1%) fizeram AME durante menos de 4 meses, 34 (35,1%) entre 4 e 6 meses e
25 (25,7%) por um período igual ou superior a 6 meses. Quatro (4,1%) crianças
nunca fizeram AME. Um maior número de filhos (r=0,204; p=0,050) e um maior
número de horas de trabalho semanais da mãe (r=0,237; p=0,022) revelaram-se
associados a uma maior duração do AME.
As fórmulas infantis, durante o primeiro ano, foram introduzidas na alimentação de
55 (61,8%) crianças, com início médio aos 3,2±2,8 meses (IC 95%: 2,44; 3,97) e
fim médio aos 13,4±7,1 meses (IC 95%: 11,04; 15,68). O número de filhos também
revelou uma associação positiva, fraca mas significativa com o consumo de
fórmulas infantis (rpb=0,271; p=0,012). O uso de fórmulas infantis revelou-se
associado a uma maior duração do AM (rpb=0,303; p=0,010) e do AME (rpb=0,490;
p<0,001). O leite de crescimento foi consumido por 37 (38,9%) crianças, com início
médio aos 8,8±5,9 meses (IC 95%: 5,18;10,52) e fim médio aos 15,3±6,6 meses
(IC 95%: 12,2;18,39). Catorze (26,9%) e 13 (39,4%) crianças mantinham, no
momento do estudo, o consumo de fórmulas infantis e de leite de crescimento,
8
respetivamente.
Diversificação Alimentar
A quase totalidade da amostra, 99,1% (n=105) já havia iniciado a DA entre os 3 e
os 9 meses, sendo que a idade média de introdução dos alimentos foi de 5,4±1,1
meses (IC 95%: 5,23;5,67). Verificou-se que 48 (47,1%) crianças iniciaram a DA
precocemente, antes dos 6 meses. Cada participante reportou mais do que um
primeiro alimento, sendo que, na maioria, foi a sopa (n=89; 78,1%) (Gráfico 1).
Outros primeiros alimentos (2,6%) reportados foram o puré de batata e o iogurte.
Não se verificaram diferenças significativas entre a nacionalidade portuguesa e não
portuguesa na idade de início da DA.
Em média, os hortícolas foram introduzidos aos 5,9±1,3 meses (IC 95%: 5,60;6,13;
mínimo=4; máximo=10) na alimentação de 101 (89%) crianças, sendo que 38
(37,6%) crianças o fizeram antes dos 6 meses. Na maioria dos casos, os primeiros
hortícolas introduzidos foram a cenoura (n=102; 89,5%), seguida da batata (n=99;
86,8%). Outros hortícolas (n=28; 24,6%) referidos foram a abóbora, o aipo, a alface,
o alho francês, a batata-doce, a couve-branca e a couve-flor (Gráfico 2).
A fruta foi introduzida na alimentação de 101 (89,0%) crianças, em média, aos 6,1
±1,6 meses (IC 95%: 5,61;6,72; mínimo=3; máximo=12), sendo que 31 (30,7%)
crianças iniciaram o seu consumo antes dos 6 meses. Para a maioria, a primeira
fruta foi a maçã (n=100; 87,7%) (Gráfico 3). Cinco crianças (4,4%) iniciaram o
contacto com a fruta pela anona, laranja e tangerina.
Gráfico 1. Primeiros alimentos introduzidos na alimentação da criança, %.
31,6
78,1
37,712,3 2,6
020406080
100
Farinhaslácteas/não
lácteas
Sopa Fruta Bolacha Outro
Fre
qu
ên
cia
, %
Primeiro Alimento
9
A carne (Gráfico 4) foi introduzida em média aos 7,6±2,1 meses (IC 95%: 7,16;7,96;
mínimo=4; máximo=12) na alimentação de 105 (98,1%) crianças. Apenas 7 (6,7%)
crianças iniciaram antes da idade recomendada. O consumo foi iniciado, na
maioria, pelas carnes brancas, frango (n=102; 89,5%) e peru (n=80; 70,2%). Duas
crianças (1,9%) ainda não introduziram a carne e 1 delas já o poderia ter feito.
O peixe foi introduzido, em média, aos 8,6±2,2 meses de idade (IC 95%: 8,13;9,03;
mínimo=4; máximo=16) na alimentação de 96 (91,4%) crianças, sendo que 4
(4,2%) crianças introduziram antes da idade recomendada. Nove (8,6%) crianças
ainda não consumiam peixe e 8 já o poderiam fazer. O primeiro contacto com o
peixe foi, na maioria, pela pescada (n=91; 79,8%) (Gráfico 5). Outros primeiros
peixes foram reportados por 3 (2,6%) crianças – bacalhau, dourada e robalo.
O ovo foi introduzido na alimentação de 88 (86,3%) crianças, entre os 6 e os 24
meses (X̅=10,6±3,0; IC 95%: 9,96;11,25), sendo que 44 (50,0%) crianças
introduziram antes dos 11 meses. Quatro (28,6%) das 14 (13,7%) crianças que
ainda não introduziram o ovo na alimentação, já o poderiam ter feito. Mais
89,5
70,2
14,92,6 3,5
29,8
0,9 0,90
20
40
60
80
100
Fre
qu
ên
cia
, %
Primeiras CarnesGráfico 4. Primeiras carnes introduzidas na alimentação da criança, %.
2,6 3,5 2,6
79,8
8,8 2,60
50
100
Fre
qu
ên
cia
, %
Primeiros Peixes
Gráfico 3. Primeiras frutas introduzidas na alimentação da criança, %.
86,8
36
7,925,4
7 6,1
89,5
24,6
020406080
100
Fre
qu
ên
cia
, %
Primeiros Hortícolas
Gráfico 2. Primeiros hortícolas introduzidos na alimentação da criança, %.
87,7 86,8
50
2,6 2,6 7 5,3 4,4
020406080
100
Fre
qu
ên
cia
, %
Primeiras Frutas
Gráfico 5. Primeiros peixes introduzidos na alimentação da criança, %.
10
escolaridade das mães revelou-se associada à introdução do ovo na alimentação
antes do recomendado, isto é, dos 11 meses de idade (rpb=-0,340; p=0,020). O
iogurte foi introduzido entre os 4 e os 16 meses (X̅=8,6±2,2; IC 95%: 7,62;8,50) na
alimentação de 102 (96,2%) crianças sendo que 65 (63,7%) crianças introduziram
antes dos 9 meses. As leguminosas foram consumidas pela primeira vez por volta
dos 11,4±2,9 meses (IC 95%: 10,74;12,04; mínimo=5; máximo=20) na alimentação
de 81 (85,3%) crianças. Em 16 (19,8%) crianças, a introdução ocorreu antes do
período recomendado (9 meses). Catorze (14,7%) crianças não tinham introduzido
as leguminosas no momento do estudo, no entanto 6 (42,9%) já o poderiam ter
feito. Um maior número de filhos (rpb=0,245; p=0,031) e maior idade da mãe
(rpb=0,235; p=0,036) revelaram-se associados à introdução das leguminosas mais
tarde que a idade recomendada.
O consumo de leite de vaca foi iniciado, em média, aos 14,4±5,5 meses (IC 95%:
12,96; 15,88; mínimo=7; máximo=36) por 57 (57,6%) crianças, sendo que 7 (12,3%)
iniciaram antes dos 12 meses. Verificamos uma associação significativa entre a
licença de maternidade e a idade de introdução de leite de vaca, Teste de Fisher,
p=0,03. No caso das crianças que iniciaram antes dos 12 meses, a maioria (57,1%)
das mães não beneficiou de licença de maternidade, e das crianças que iniciaram
o leite de vaca depois dos 12 meses, a maioria (84,8%) das mães beneficiou de
licença de maternidade. Mais escolaridade das mães revelou-se associada à
introdução do leite de vaca depois dos 12 meses (rpb=0,270; p=0,05).
Pais e Preferências Alimentares da Criança
A alimentação das crianças é decidida, maioritariamente, pelos pais e profissionais
de saúde (n=59; 54,6%) – pediatra, enfermeiro, nutricionista - face a
exclusivamente decidida pelos pais (n=49; 45,4%). A decisão da alimentação pelos
11
pais revelou-se associada a uma idade mais tardia de início da DA (rpb=-0,230;
p=0,020). A maioria dos pais (n=82; 83,7%) não participou em sessões de
educação alimentar. A qualidade média da alimentação avaliada pelos pais, de 1 a
4, foi de 3,3±0,8; estando melhores avaliações associadas a mais escolaridade das
mães (r=0,229 p=0,032). Entre os alimentos preferidos das crianças, indicados
pelos pais, destaca-se a fruta (n=87; 82,1%), o iogurte (n=86; 81,1%), a sopa (n=82;
77,4%), o pão (n=79; 74,5%) e a água (n=75; 70,8%). O gráfico 6 apresenta a
frequência dos alimentos preferidos de acordo com quem decide a alimentação,
pais ou pais e profissionais de saúde, e os resultados das respetivas associações.
Discussão
O presente trabalho pretendeu caracterizar os hábitos alimentares no primeiro ano
de vida das crianças das creches da SCMB. Verificou-se uma elevada prevalência
de AM, embora 6,5% das crianças não tenham recebido leite materno. Estes
72,9
35,4
77,1
68,8
22,9
70,8
14,6
72,9
54,2
43,8
75
47,9
20,8
22,9
18,8
66,7
41,7
18,8
6,3
0
20,8
16,7
8,3
29,2
35,4
10,4
89,7
13,8
62,1
70,7
29,3
82,8
31
87,9
44,8
31
74,1
56,9
22,4
32,8
10,3
74,1
44,8
10,3
3,4
3,4
25,9
12,1
6,9
13,8
19
8,6
Fruta
Fruta de boião
Bolachas
Massa/arroz
Leguminosas
Sopa
Hortícolas
Iogurte
Leite
Queijo
Pão
Carnes brancas
Carnes vermelhas
Peixe
Refrigerantes
Água
Farinhas Lácteas/não lácteas
Manteiga
Bolos
Compota
Ovo
Cereais
Frutos secos
Batatas Fritas
Fiambre
Mel Frequência, %
Alim
ento
s P
refe
ridos
Pais Pais e Profissionais de Saúde
Gráfico 6. Preferências alimentares atuais da criança, de acordo com a decisão relativa à alimentação (pais versus pais e profissionais de saúde), % e teste do Qui-Quadrado.
*
*
* *
*
*p<0,05
12
resultados revelaram-se positivos face aos atuais dados nacionais(23, 26). Embora a
prevalência seja elevada, é importante enfatizar a sua curta duração face ao que
as recomendações da OMS preconizam – que se mantenha pelo menos até aos 2
anos de idade. A maioria não fez AME até aos 6 meses, como é recomendado(2).
Entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE), dados de 2005 mostram que a prevalência de AM variava entre menos de
70% em França e Irlanda e 100% na Dinamarca, Noruega e Suécia. Apenas 50%
das crianças recebem AME até aos 3 meses e 25% até aos 6 meses. A duração do
AME tende a ser superior em países com maiores licenças de parentalidade(27).
Quase todos os países da OCDE oferecem pelo menos 3 meses de licença de
maternidade, no entanto, na Estónia, Finlândia e Hungria, as licenças podem atingir
mais de 2 anos remunerados. Portugal é país da Europa com menor duração de
licença paga, podendo atingir 30 semanas com remuneração de cerca de 68%(28).
Torna-se essencial a promoção do conhecimento de técnicas de extração e
conservação de leite, de forma a prolongar o AM após a licença de maternidade(5).
Para além da situação profissional, a literatura aponta outros fatores de abandono
do AME: a perceção de hipogalactia(5), menor idade e escolaridade, maior IMC
antes(29) e durante a gestação e fumar durante a gravidez(30). No presente estudo,
verificou-se que um maior número de horas de trabalho materno e um maior
número de filhos estão associados a maior duração do AME, sendo que este último
aspeto encontra concordância com a literatura(7, 29).
Além dos benefícios para a saúde da criança e da mãe, o AM parece influenciar as
preferências alimentares; os compostos voláteis dos alimentos ingeridos pela mãe
podem ser transmitidos à criança(13). Desta forma, pode ter impacto no
comportamento alimentar aquando da DA(13), nomeadamente uma maior aceitação
13
de sabores a que a criança já foi exposta pelo líquido amniótico ou leite materno(31).
O leite materno expõe ao sabor doce, umami, salgado e amargo(13), verificando-se
uma perceção aumentada destes sabores aos 5 e 7 meses de idade em crianças
amamentadas(19). A longo prazo, a duração do AM, as experiências alimentares
durante a infância e as preferências alimentares da mãe predizem o consumo de
hortofrutícolas em idade escolar(31). Verifica-se, assim, uma janela de oportunidade,
através da promoção do AM e de bons hábitos alimentares da mãe facilitando assim
a sua aceitação e adoção pelos filhos(32).
Após o nascimento, o leite materno é um alimento completo para um lactente
saudável até aos 6 meses, exceto no aporte de vitamina D e de ferro. Assim, a
suplementação de vitamina D é recomendada e a deficiência em ferro é a carência
mais prevalente a nível mundial(33). No presente estudo apenas um quarto das
crianças foi suplementado, na sua maioria com vitamina D, seguida de ferro,
multivitamínicos e vitamina C. A suplementação em vitamina C ainda ocorre apesar
de não existir evidência que a sustente. Sob pena de comprometer o normal
desenvolvimento e crescimento do lactente, é necessária maior vigilância e
sensibilização dos profissionais de saúde para a suplementação pelo menos até ao
final do primeiro ano de vida(33).
Quanto à idade de início da DA, ocorreu de forma semelhante aos resultados do
Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF)(26) e do EPACI(23), por
volta dos 5 meses. Apesar de precoce relativamente à recomendação de 6 meses,
a maioria não iniciou a DA antes dos 4 meses previstos nas recomendações(8). À
semelhança de estudos nacionais(23, 26), o primeiro alimento introduzido foi a sopa.
No entanto, é de realçar os casos em que a DA se iniciou pelas farinhas lácteas/não
lácteas e pelas bolachas, que pelo elevado aporte energético e de macronutrientes
14
coloca a criança em risco de excesso de peso/obesidade(9). Além disso, a
exposição ao glúten antes dos 4 ou depois dos 7 meses aumenta o risco de doença
celíaca ou diabetes tipo 1(21). Dado o gosto inato para o doce, a introdução precoce
destes alimentos poderá também dificultar a exposição a novos sabores (reações
neofóbicas acontecem maioritariamente com carne, hortofrutícolas)(8). Os
hortícolas e a fruta foram, na maioria, os primeiros alimentos introduzidos ao longo
da DA, por volta dos 6 meses. Entre os primeiros hortícolas verificou-se o aipo, o
espinafre, o nabo e a nabiça que só deveriam ser introduzidos depois do primeiro
ano de vida pelos teores consideráveis de fitatos e nitratos. Quanto à fruta, em
alguns casos, o primeiro contacto foi através de frutos alergénicos (nomeadamente
o kiwi e o morango) que só deveriam ser introduzidos a partir dos 12 meses de
idade. Pelo risco de anemia, a introdução da carne deve acontecer aos 6 meses de
idade, no entanto foi adiada, na maioria, para cerca dos 8 meses. Apesar disso,
seguiram-se as recomendações e a maioria das crianças começou por consumir
carnes brancas. O peixe foi introduzido tardiamente, cerca dos 9 meses,
verificando-se entre os primeiros peixes o salmão, que deveria ser introduzido
depois dos 10 meses(8).
O ovo e as leguminosas foram os alimentos com menor prevalência de introdução
e os mais tardiamente introduzidos na alimentação das crianças estudadas. O
iogurte foi, na maioria, introduzido antes do período recomendado verificando-se
até nalguns casos, ser o primeiro alimento. Quanto ao leite de vaca, verificou-se
uma menor prevalência de introdução antes dos 12 meses do que noutros estudos
nacionais (23, 26). No primeiro ano de vida, o leite de vaca predispõe a criança a
alergias alimentares, anemias, distúrbios hidroeletrolíticos e risco de desenvolver
excesso de peso(9). A sua introdução precoce, neste estudo, revelou-se associada
15
a menor escolaridade materna e não usufruto da licença de maternidade.
As decisões relativas à alimentação das crianças são, maioritariamente, tomadas
pelos pais e profissionais de saúde. Entre os alimentos preferidos, no momento da
avaliação, verificou-se semelhança com os mais frequentemente consumidos dos
12 aos 36 meses pelos inquiridos do EPACI(23) (leite e iogurtes, hortofrutícolas) e
preferência pela fruta em detrimento da fruta de boião.
Verificou-se ainda uma relação entre a alimentação da criança ser decidida apenas
pelos pais ou pelos pais e profissionais de saúde ao nível dos alimentos preferidos,
sendo tendencialmente menos saudáveis quando a decisão é exclusiva dos pais.
Um estudo revelou que cerca de 50% das mães não seguem as orientações dos
profissionais de saúde por dificuldades na comunicação com a mãe, divergência
entre as crenças maternas e as orientações e reduzida sensibilização para a
influência da alimentação no desenvolvimento da criança(34).
Conclusões
Em conclusão, apesar da elevada prevalência de AM, verificou-se ser de curta
duração, assim como a prática de AME, que na maioria dos casos, não corresponde
a 6 meses. Por conseguinte, verificou-se que a introdução dos alimentos se iniciou
antes do período consensualmente recomendado. A DA parece estabelecer-se de
acordo com o padrão alimentar saudável, no entanto verifica-se ainda a introdução
precoce de leite de vaca. Posto isto, e à semelhança de resultados de outros
estudos, revela-se pertinente e efetiva(4) a promoção do AME, do AM durante a DA
e a sua manutenção durante o maior período de tempo possível como garante do
pleno desenvolvimento e crescimento da criança. Nestas ações é de particular
importância o papel do Nutricionista, sobretudo em situações de dietas mais
restritivas como a alimentação vegetariana.
16
Agradecimentos
Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram na consecução do trabalho
complementar:
- à minha orientadora, Dra. Sílvia Sousa
- à minha coorientadora, Prof.ª Doutora Bárbara Pereira
- à Prof.ª Doutora Carla Rêgo pela disponibilização do protocolo de investigação do
estudo EPACI
- aos participantes desta investigação
- à minha família.
17
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Português). 2013; 89(5):485-91.
22
Anexos
Índice de Anexos
Anexo A – Consentimento Informado .................................................................... 23
Anexo B – Questionário ....................................................................................... 24
Anexo C – Folheto – Alimentação no Primeiro Ano de Vida ................................ 26