calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP...

33
calemas The magazine for BP Angola A revista da BP Angola Issue 36 | Agosto 2017 New Face Introducing our new regional president Uma nova cara Apresentando o nosso novo presidente regional New Territory Exploring Senegal and Mauritania deepwater Um novo território Exploração em águas profundas do Senegal e da Mauritânia New Approach Maritime ingenuity and courage pays off Uma nova abordagem Ingenuidade e coragem no mar dão resultados Wrecks to Riches Recycling wartime waste to build infrastructure Espadas em charruas Resíduos de guerra reciclados para construir infraestruturas

Transcript of calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP...

Page 1: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

calemasThe magazine for BP Angola A revista da BP Angola Issue 36 | Agosto 2017

New Face Introducing our new regional president

Uma nova cara Apresentando o nosso novo presidente regional

New Territory Exploring Senegal and Mauritania deepwater

Um novo território Exploração em águas profundas do Senegal e da Mauritânia

New Approach Maritime ingenuity and courage pays off

Uma nova abordagem Ingenuidade e coragem no mar dão resultados

Wrecks to Riches Recycling wartime waste to build infrastructure

Espadas em charruas Resíduos de guerra reciclados para construir infraestruturas

Page 2: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

BPAngolaWe are Nós somos a

We produce oilBP have been in Angola more than 20 years with interests in four deep and ultra deep water blocks where we deploy cutting-edge technology to explore for and produce oil

We invest in peopleThe great majority of our work-force is Angolan – the highest proportion of any expatriate company – who are recruited and trained to work at the highest levels within the BP group

We support the community Our country-wide community and social investment projects focus on education, enterprise and human capital development to contribute to the wellbeing of Angola society

We drive the futureBP Angola operates blocks 18 and 31 and has interests in blocks 15, 17, 25 and the ALNG plant in Soyo. We support the engineering, science and law faculties at Agostinho Neto University

Produzimos petróleoA BP opera em Angola há mais de 20 anos, detendo participações em quatro blocos em águas profundas e ultraprofundas, nos quais emprega a mais moderna tecnologia na exploração e pro-dução de petróleo

Investimos nas pessoas A grande maioria dos seus fun-cionários é angolana. De todas as empresas estrangeiras, possui a maior percentagem de trabalhadores nacionais, os quais são recrutados e formados para trabalhar aos mais altos níveis do Grupo BP

Apoiamos a comunidade Os nossos projectos comunitários e de investimento social em todo o país centram-se na educação, no empreendedorismo e no desen-volvimento do capital humano, contribuindo assim para o bem-es-tar da população angolana

Impulsionamos o futuro A BP Angola opera os blocos 18 e 31 e detém interesses nos blocos 15, 17, 25 e na fábrica ALNG no Soyo. Apoia ainda as faculdades de Engenharia, Ciências e Direito da Universidade Agostinho Neto

Page 3: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 3

Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily reflect those of BP p.l.c. The copyright for text, pictures and illus-trations rests with BP unless otherwise stated and these may not be copied, reproduced or transmitted in any form without permission

A Calemas é a revista da BP Angola, publicada pela BP p.l.c. As opiniões expressas pelos colaboradores da revista não reflectem neces-sariamente as ideias da BP p.l.c. salvo indicação contrária, os direitos de autor do texto, fotografias e ilustrações pertencem à BP, não podendo ser copiados, reproduzidos nem transmitidos, sob qualquer forma sem autorização

Inside Calemasissue 36, august 2017

Nesta edição da Calemasedição 36, agosto 2017

BP Exploration (Angola) LimitedTorres Atlântico Avenida 4 de Fevereiro, N. 197LuandaRepública de AngolaTel: +244 222 637 666

Chertsey RoadSunbury-on-ThamesMiddlesexTW16 7LNUnited KingdomTel: +44 1932 767627

© BP p.l.c. 2017

If you would like to receive Calemas free of charge, send your details to: [email protected] at BP Exploration (Angola) Limited, Edificio Torres Atlântico, Avenida 4 de Fevereiro, N. 197, Luanda, Republic of Angola. Tel: +244 222 637 666

Se estiver interessado em receber a Cale-mas gratuitamente, por favor envie os seus dados para [email protected]. A sede da BP Exploration (Angola) Limited encontra-se no Edificio Torres Atlântico, Avenida 4 de Fevereiro, N. 197, Luanda, República de Angola. Tel: +244 222 637 666

<< REFLEXOS: Edifício ICBT em Sunbury, o centro tecnológico de excelência da BP localizado próximo de Londres

REFLECTIONS: ICBT Sunbury, BP’s hi-tech centre of excellence near London

Translation Madalena Moreira de SáNeiva Barber

Contributors/ Contribuição de:Michael Knipe Estelle MaussionJoost de Raemaeker

Images/Imagens: BP Imageshop Gerry Armstrong Henrique Malungo Istock Photo PMP Global

Good Values

It is now eleven years since the Deepwater Horizon incident in the Gulf of Mexico – one of

the worst catastrophes in our industry’s history – turned BP’s focus onto creating new standards of operation, especially in safety.

Central to this philosophy are the five values that govern the way we work and our regard for people and the environment: Safety, Respect, Excellence, Courage and One Team.

While these may be BP’s values, in truth they form a code by which any functioning commu-nity should exist, and in this issue of Calemas we have much to demonstrate how it is happen-ing all around us.

Our daily safety is the most important of the five – and all the world is conscious of the terri-ble legacy of armaments and ordnance strewn across Angola. So read how a collaboration be-tween the UK and Japan is helping to clear the minefields that still blight the development of many rural areas.

Sadly, it can be said that respect has been a stranger to many areas of commerce, holding back progress and frustrating initiatives to build enterprises – but we have a story of how one woman has built success with a high-tech busi-ness through integrity and straight dealing.

How better can excellence be defined than by a steel mill start-up, aided by inspired assis-tance from government agencies, that is now recycling one of Angola’s saddest natural re-sources – the scrap and detritus of conflict – to fashion tools and materials of peace.

It was a proud moment for Angola last De-cember when game ranger Manuel Sacaia travelled to London to receive the Tusk Conser-vation Wildlife Ranger Award from Sir David Attenborough for his lifetime mission to pre-serve Angola’s iconic symbol, the palanca negra gigante – often putting himself in great personal danger. Courage by any measure.

Finally, the driving force of One Team is con-tinuously enacted by the thousands of people who ensure the progress and successful con-tribution of our corporate social responsibility (CSR) projects throughout Angola.

We invite you to be inspired.

Peter MoellerEditor

Bons valores

Passaram-se 11 anos desde que o acidente na plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do Mé-

xico – uma das maiores catástrofes na história da indústria petrolífera –tendo esta motivado a BP a estabelecer novas normas operacionais, particular-mente no que se refere à segurança ocupacional.

No centro da nossa filosofia empresarial encon-tram-se cinco valores que orientam a forma como operamos e nos relacionamos com as pessoas e o meio ambiente: Segurança Operacional, Respeito, Excelência, Coragem e Espírito de Equipa.

Embora sejam valores específicos da BP, na verdade, este código ético deveria ser observado por todas as comunidades e nesta edição da Ca-lemas, demonstramos a influência que podem ter no mundo que nos rodeia.

A nossa Segurança Ocupacional nas operações diárias é o mais importante dos cinco valores – a terrível quantidade de armamento e munições es-palhados por Angola é do conhecimento de todos. Saiba como a cooperação entre o Reino Unido e o Japão tem contribuído na desminagem do solo angolano, uma situação que continua a afectar o desenvolvimento de muitas áreas rurais.

Lamentavelmente, pode-se dizer que o Res-peito não tem sido uma realidade presente em muitas áreas de comércio, o que tem impedido o progresso e dificultado o avanço de iniciativas de empreendedorismo. Ainda assim, nesta edição poderá ler a história de uma mulher que alcançou sucesso no sector de alta tecnologia, com base na sua integridade e honestidade.

E não há quem melhor defina Excelência do que a empresa siderúrgica, apoiada por entidades governamentais, que se dedica à reciclagem de um dos recursos “naturais” mais deploráveis de Angola – os resíduos do conflicto armado destina-dos à sucata – transformando-os em materiais de paz utilizados na construção.

Foi um momento de orgulho para Angola quando, em Dezembro de 2016, Manuel Sacaia se deslocou a Londres para receber o prémio Tusk de conservação da vida animal, que lhe foi entre-gue por Sir David Attenborough, por ter dedicado a vida à preservação do símbolo de Angola, a Palanca Negra Gigante, colocando-se frequente-mente em perigo. Uma inegável demonstração de Coragem.

Por último, as milhares de pessoas que agem continuamente para garantir que os nossos pro-jectos de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) em Angola contribuem positivamente para o progresso do país incorporam o verdadeiro Es-pírito de Equipa.

Convidamo-lo a deixar-se inspirar.

Regional President Stephen Willis

Vice-president, C&EA Paulo Pizarro

Manager, Communications Antonio Vueba

Editor Peter Moeller

Art Director Lisa Pampillonia

Editorial Assistant Katia Lopes Proença

12 Creating opportunities Criando oportunidades

18 Centre of Excellence Centro de excelência

34 Fusion of Europe and India Fusão entre a Europa e a Índia 40 The Girl from Camabatela

A menina de Camabatela

26 One Team Espírito de Equipa

54 CSR Initiatives Iniciativas de RSC

46 Angola’s Frontier Province A província fronteiriça de Angola 50 Saviour of the Giant Sable

O protector da palanca negra

30 Swords into Plowshares Transformar espadas em charruas

Page 4: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

4 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 5

BPBrief BP around the world / o mundo da BP

“ As a company, BP has always been committed to working with our partners for the long-term. We’ve always believed that the greatest value is in relationships that look to the long term and where the value is fairly shared over time.”

“ Como empresa, a BP compromete-se a estabelecer relações de longo prazo com os seus parceiros de negócio. Sempre acreditámos que as melhores relações de negócio são de longo prazo e partilham, de forma justa e gradual, o valor que criam.”

BOB DUDLEY,

BP GROUP CHIEF EXECUTIVE

DIRECTOR EXECUTIVO DO

GRUPO BP

ADIPEC (ABU DHABI

INTERNATIONAL PETROLEUM

EXHIBITION) – ABU DHABI,

7 DE NOVEMBRO DE 2016

Azerbaijan / AzerbaijãoThe BP-operated Azerbaijan International Operating Company signs a letter of intent with SOCAR of Azerbaijan on key commercial terms to extend development at the Azeri-Chirag-Gunashli oil field to 2050 – 25 years after BP first signed what is called “the contract of the century” in Azerbaijan.

A Azerbaijan International Operating Com-pany, operada pela BP, assinou uma carta de intenção com a SOCAR, empresa petrolífera do Azerbaijão, que prevê o pro-longamento da exploração do complexo Azeri-Chirag-Gunashli até 2050 – 25 anos após a BP ter assinado aquele que foi con-siderado “o contrato do século” no país.

North America / América do NorteBP’s venturing team invests $30 million in Fulcrum BioEnergy to pioneer the development and production of low-carbon aviation fuel – biojet – from urban waste. The deal gives Air BP access to 50 million US gallons (189.2 million litres) of biojet a year. As the preferred supply chain partner, Air BP will supply biojet to key aircraft hubs across the region.

A equipa de capital de risco da BP investiu 30 mil-hões de dólares na Fulcrum BioEnergy, integrando o projecto pioneiro de desenvolvimento e produção de combustível para aviação com baixo teor de carbono – o biojet – criado a partir de resíduos urbanos. O acordo concede à Air BP 50 milhões de galões americanos (189.2 milhões de litros) de biojet por ano. Como par-ceira de abastecimento preferencial, a Air BP fornecerá biojet aos principais centros de conexão aérea da região.

Gulf of Mexico / Golfo do MéxicoBP gives the green light to its Mad Dog 2 project after three years work to reduce the costs by 60% to $9 billion. This will add 140,000 barrels of crude oil production capacity to BP’s GoM operations by late 2021.

A BP deu luz verde ao seu projecto Mad Dog 2, após três anos de esforços para atingir uma redu-ção de 60% dos custos, equivalente a 9 mil milhões de dólares. Esta medida adicionará 140.000 barris de petróleo à capacidade produtiva das operações da BP no Golfo do México até ao final de 2021.

AngolaThe Greater Plutonio FPSO in Block 18 celebrates the production of its 500 millionth barrel of oil since the field came on stream a decade ago as BP’s first operated asset in southern Africa.

O FPSO Grande Plutónio, situado no Bloco 18, celebrou a produção de 500 milhões de barris de petróleo desde o inicio da sua actividade há uma década atrás, e é o primeiro activo operado pela BP na África Austral.

Indonesia / IndonésiaBP extends its interest in the Tangguh LNG plant – the second largest in the country – to just over 40% though the acquisition of an additional 3% share. The Tangguh Expansion Project is to add a third processing train to grow current capacity of 7.6 to 11.4 million metric tonnes by 2020.

A BP aumentou a sua participa-ção no campo de GNL Tangguh – o segundo maior do país – para cerca de 40%, ao adquirir uma participação adicional de 3%. O projecto de expansão do Tangguh consiste em acres-centar uma terceira unidade de liquefação de gás natural, com o objectivo de aumentar a ac-tual capacidade produtiva de 7.6 milhões para 11.4 milhões de to-neladas métricas até 2020.

Australia / AustráliaBP announces plans to establish a AUD 1.3 billion (USD 991 million) partnership with Woolworths, one of Australia’s largest supermarket chains, to acquire, rebrand and operate more than 500 fuel and convenience sites. The deal includes a new convenience brand: Metro at BP.

A BP anunciou que planeia estabelecer uma parceria, no valor de 1.3 mil milhões de dólares australianos (991 milhões de dólares americanos) com a Woolworths, uma das maiores cadeias de supermercados da Austrália, para adquirir, renovar a marca e operar mais de 500 postos de abastecimento e estações de serviço. O negócio inclui uma nova marca associada às lojas de conveniência: Metro na BP.

Thailand / TailândiaBP signs a 20-year deal with Thailand’s national petroleum and petrochemical company (PPT), to provide around 1 million tonnes of liquefied natural gas per year starting this year. Deliveries will be sourced from BP’s diverse portfolio of LNG production, including the Freeport LNG project in the United States.

A BP assinou um acordo, válido por 20 anos, com a empresa nacional petrolífera e pe-troquímica tailandesa (PTT), o qual prevê o fornecimento de cerca de um milhão de tone-ladas de gás natural liquefeito (GNL) anuais, a começar já este ano. Este terá como base o diversificado portfólio de produção de GNL da BP, que inclui o projecto Freeport LNG, nos Estados Unidos.

Mauritania & SenegalBP has signed agreements with Kosmos Energy to acquire a 62% working interest and operatorship of exploration blocks in Mauritania and a 32.49% working interest in Senegal exploration blocks. Both regions hold world-class deepwater gas discoveries and exploration prospects. BP will invest almost $1 billion, mostly in a multi-year exploration and development programme.

A BP assinou acordos com a Kosmos Energy, adquirindo uma participação de 62%, o direito de operar blocos de exploração na Mauritânia e uma participação de 32.49% em blocos de exploração no Senegal. Ambas regiões possuem excelentes reservas em águas profundas e perspectivas de exploração de gás. A BP vai investir quase 1000 milhões de dólares, que serão maioritaria-mente canalizados para um programa de exploração e desenvolvimento.

UPSTREAM

DOWNSTREAM

RENEWABLE ENERGY

Brazil / BrasilBP achieves 100% sustainability performance rating at one of its biofuels mills

A BP atinge uma classificação de 100% na àrea de desempenho sustentável numa das suas fábri-cas de biocombustíveis.

Egypt / EgiptoBP has acquired a 10% share in the giant Zohr gas field discovered in 2015 by Italian oil and gas company Eni. Zohr is estimated to hold some 30 trillion Cu.ft of gas. BP has had a presence in Egypt since 1950.

A BP adquiriu uma participação de 10% no gigantesco campo de gás Zohr, descoberto em 2015 pela empresa de petróleo e gás italiana Eni. Estima-se que o Zohr possua aproximadamente 30 triliões de pés cúbicos de gás. A BP opera no Egipto desde 1950.

Abu DhabiBP signs to extend its ADCO concession to 2055, a deal that grants BP a 10% interest in ADCO while the Abu Dhabi government becomes a 2% shareholder in BP, and adds around 165,000 barrels of oil per day to BP production. BP has had a presence in the emirate since 1939.

A BP assinou um acordo para prolongar a sua concessão na Abu Dhabi Company for Onshore Petroleum Operations Ltd. (ADCO) até 2055. O acordo concede à BP uma participação de 10% da ADCO e o governo de Abu Dhabi passa a deter uma participação de 2% da BP, acrescentando ainda cerca de 165.000 barris de petróleo por dia à produção da BP, cujas actividades no emirado começaram em 1939.

USA: wind energy / energia eólicaAs one of the top US wind energy producers, BP plans to optimize output

Sendo uma das principais produtoras de energia eólica nos Estados Unidos, a BP planeia optimizar a sua produção.

Oman / OmãAn agreement has been reached with the Government of Oman to expand the Khazzan gas project by 50%, adding more than 1,000sq.kms to the south and west of the original 2,700sq.kms of Block 612. Phase 1 of the development is on track to deliver first gas this year.

Foi alcançado um acordo com o governo de Omã relativamente à expansão do campo de gás Khazzan em 50%, acrescentando mais de 1.000 Km2 a Sul e a Oeste dos 2.700 Km2 do Bloco 612. A Fase 1 da construção encontra-se em curso, prevendo que se inicie a produção de gás ainda este ano.

Mexico / MéxicoBP has won access to explore for the first time in Mexican waters in the Gulf of Mexico, with interests in two blocks in the Campeche Basin, each with significant potential. This follows energy reforms that have opened up Mexico’s oil and gas industry to foreign participation for the first time in 75 years.

A BP conquistou auto-rização para operar, pela primeira vez, em águas mexicanas no Golfo do Mé-xico, detendo participações em dois blocos na Bacia de Campeche, tendo cada uma delas um potencial significa-tivo. A notícia segue-se às reformas no sector energé-tico que abriram portas ao investimento estrangeiro na indústria do petróleo e gás do México pela primeira vez em 75 anos.

India / ÍndiaA new diesel lubricant is launched that uses re-refined engine oil as its base.

Foi lançado um novo lubrifi-cante que utiliza, como base, óleo de motor re-refinado.

Page 5: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

6 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 7

BP Group 2016 results announced to the British Stock Exchange, 7 February 2017

The full year 2016 price environment was challenging: the average Brent oil price of $44 per barrel was the lowest for 12 years; Henry Hub gas marker prices averaged $2.46 per million British thermal units; and the refining marker margin was the lowest since 2010.

The headline reported result for the full year was a profit of $115 million, compared with the headline loss of $6.5 billion reported for 2015.

The 2016 headline result included a total of $4 billion non-operating charges taken through the year associated with resolution of the remaining legacy of the 2010 Macondo oil spill. The headline profit excluding these legacy charges was $4.1 billion for 2016, compared with $2 billion for 2015.

Underlying operating cash flow, excluding pre-tax Gulf of Mexico payments, was $17.8 billion for 2016, with $4.5 billion in the fourth quarter, compared with $20.3 billion in 2015.

BP’s full year controllable cash costs were $7 billion lower than in 2014 – a target reached a year earlier than previously expected. Organic capital expenditure for the year totalled $16 billion in 2016, compared with the range of $17-19 billion anticipated at the beginning of last year.

Group chief executive Bob Dudley, BP commented: “2016 was the year we made sig-nificant strides in creating a stronger platform for growth. We launched six major project start-ups – from Algeria to the Gulf of Mexico – and made final investment decisions on a further five major projects. And we see exciting opportunities ahead.

“We have delivered solid results in tough conditions – and are well prepared for any volatility in oil pricing. We have adapted by cutting our controllable cash costs by $7 billion from 2014 – a full year earlier than planned.”

BPBrief reports and developments from across the group

Oman: nearing completionThe huge Khazzan natural gas project is now 80% complete and on track to deliver first gas towards the end of this year. Located some 350kms south of Muscat, development of the Khazzan tight gas project began in 2014 and will contribute around a third of Oman’s natural gas supply. In November 2016, BP signed an agreement with the Sultanate to extend the license area of the Block 61 exploration and production sharing agreement to add more than 1,000sq.kms to the south and west of the block, which will allow a second phase of development.

Russia: new joint ventureRosneft and BP have completed a deal to create a new joint venture: Yermak Neftegaz LLC that will focus on the onshore exploration of two areas of mutual interest in the West Siberian and Yenisey-Khatanga basins, covering an area of 260,000sq.kms. Exploration activities will include regional studies, acquisition of seismic data and the drilling of exploration wells. Yermak Neftegaz is owned 51% by Rosneft and 49% by BP.

Indonesia: aviation agreementAir BP and AKR, and Indonesian distributor of chemicals, petroleum, logistics and supply chain solutions have signed a joint venture agreement to form PT Dirgantara PetroIndo Raya. This company will operate under the name of Air BP-AKR Aviation to develop an aviation fuel business in Indonesia – one of the world’s fastest-growing aviation markets. Indonesian domestic travel is projected to grow by an average of 15% per year to reach 180 million passengers by 2021.

North Sea: potential gas playBP has begun drilling in a potential carboniferous gas play in the southern North Sea Block 43/26a. If successful, this could open up a new phase of development in the region. The well being drilled with partners Perenco and Premier, will test the potential of a deep carboniferous-age horizon several hundred metres below the mature reservoirs produced by the Ravenspurn ST2 platform. BP has also acquired interests in two other North Sea exploration prospects, Jock Scott and Craster.

Shetland: new interestsBP now has a 25% interest in the Statoil-operated licences to the east of Shetland, P2275 and P2097, and a 40 % interest in the nearby P2163 and P2147 licences. West of Shetland, BP has acquired a 40% interest in the north and a 30% interest in the south of the Nexen-operated licence, P2062. Statoil and Nexen remain operators of these licences.

Omã: quase concluídoO gigantesco campo de gás Khazzan encontra-se 80% concluído, prevendo-se que produza gás pela primeira vez no final deste ano. Situado a cerca de 350 Km a Sul de Muscat, o projecto do campo de gás – produzido a partir de reservatórios com baixa permeabilidade – teve início em 2014, e contribuirá com cerca de 1/3 do fornecimento de gás natural de Omã. Em Novembro de 2016, a BP assinou um acordo com o Sultanato que prevê um aumento da área de concessão prevista no contrato de partilha de exploração e produção do Bloco 61, acrescentando mais 1.000 Km2 a Sul e Oeste do bloco e viabilizando uma segunda fase de desenvolvimento.

Rússia: nova joint ventureA Rosneft e a BP concluíram um acordo para a criação de uma joint venture onde , a empresa Yermak Neftegaz LLC, irá focar-se na exploração onshore de duas “áreas de interesse mútuo” nas bacias do Oeste Siberiano e Yenisey-Khatanga, abrangendo uma área de 260.000 Km2. As actividades de exploração incluirão a realização de estudos regionais, a aquisição de dados sísmicos e a perfuração de poços. A Rosneft detém uma participação de 51% da Yermak Neftegaz, enquanto a parcela da BP equivale a 49%.

Indonésia: acordo de aviaçãoA Air BP e a AKR, uma empresa indonésia de distribuição de químicos e produtos petrolíferos que oferece soluções logísticas para cadeias de abastecimento, assinaram um acordo para uma joint venture para formar a PT Dirgantara PetroIndo Raya. Esta empresa irá operar sob a denominação Air BP-AKR Aviation no sentido de desenvolver um negócio de combustíveis de aviação na Indonésia, um dos mercados de aviação com crescimento mais rápido a nível mundial. As deslocações aéreas domésticas na Indonésia deverão crescer, em média, 15% por ano, atingindo 180 milhões de passageiros até 2021.

Shetland: novas participaçõesA BP detém agora uma participação de 25% nos consórcios P2275 e P2097, situados a Leste das ilhas Shetland e operados pela Statoil, assim como uma participação de 40% nos consórcios P2163 e P2147. A Oeste de Shetland, a BP adquiriu uma participação de 40% no Norte e de 30% no Sul do consórcio P2062, operado pela Nexen. A Statoil e a Nexen mantêm-se como operadoras destes consórcios.

Resultados de 2016 do Grupo anunciados na Bolsa de Valores britânica a 7 de Fevereiro de 2017

O clima de preços de 2016 foi desafiante: o preço médio do petróleo Brent, a 44 dólares por barril, atingiu o valor mais baixo dos últimos 12 anos; as cotações médias de gás natural da Henry Hub equivaleram a 2.46 dólares por milhão de unida-des térmicas britânicas e as margens de refinação registaram o valor mais baixo desde 2010.

O resultado global de 2016 foi um lucro de 115 milhões de dólares, comparados com o prejuízo de 6.5 milhões de dólares registado em 2015.O balanço anual geral incluiu um total de quatro mil milhões de dólares em despesas não operacionais, registadas ao longo do ano, associadas à resolução de questões remanescentes resultantes do incidente de Ma-condo, em 2010. Retirando estas despesas, o lucro global em 2016 foi de 4.1 mil milhões de dólares, em contraste com os dois mil milhões de dólares de lucro em 2015.

Em 2016, o fluxo de caixa operacional, excluindo os pagamentos antes do imposto referen-tes ao Golfo do México, foi de 17.8 mil milhões de dólares, sendo que 4.5 mil milhões foram registados no quarto trimestre. Em 2015, foi de 20.3 mil milhões de dólares.

Os custos controláveis da BP em 2016 foram sete mil milhões de dólares mais baixos do que em 2014 – meta atingida um ano mais cedo do que o previsto. As despesas de capital orgânicas totalizaram 16 mil milhões de dólares em 2016, comparados com os valores an-tecipados no início do ano anterior, entre os 17 e 19 mil milhões de dólares. Ainda em 2016, a BP registou um índice de reposição de reservas de 109%.

O director executivo do Grupo BP, Bob Dudley, comentou: “em 2016, demos passos significativos no sentido de criar uma base sólida para o crescimento. Lançámos seis novos grandes projectos – desde a Argélia ao Golfo do México – e tomámos decisões finais de investimento em cinco grandes projectos. Temos em perspectiva oportunidades entusiasmantes”.

“Produzimos resultados consistentes, mesmo em condições adversas. Estamos, por isso, bem preparados para qualquer volatilidade dos preços do petróleo. Adaptámo-nos ao reduzir os custos controláveis em sete mil milhões de dólares desde 2014, um ano antes do previsto.”Iraq: Rumaila success

Iraq’s Rumaila oilfield has produced three billion barrels of oil since the joint venture between BP, PetroChina and the South Oil Company of Iraq began operations in January 2010. Over the past seven years, the oil produced from Rumaila has earned the Iraqi state an estimated $200 billion. The production increase has been achieved despite challenging geological conditions, the 40-year-old field’s aging infrastructure and equipment.

Aviation: carbon neutral firstAir BP has become the first aviation fuel supplier to achieve carbon neutrality for its into-plane fueling services across an international network of more than 250 of its operated facilities. This achievement follows a two-year process, and was assured by the independent sustainability specialist ERM CVS Ltd. Air BP chief executive Jon Platt says: “this demonstrates we are 100% committed to our environmental strategy as well as to supporting the aviation industry’s ambitious carbon reduction goals.

“We have laid the foundations for BP to be back to growth.”

BOB DUDLEY,

BP GROUP CHIEF EXECUTIVE

“Lançámos as bases para a BP voltar a crescer.”

BOB DUDLEY,

CEO DO GRUPO BP

Mar do Norte: potenciais novos campos de gásA BP começou a perfurar numa zona de campos de gás potencialmente carbonífera do Bloco 43/26A, na região Sul do mar do Norte. No caso de a operação ser bem-sucedida, poderá abrir caminho para uma nova fase de desenvolvimento na região. O poço que está a ser construído pela empresa, em conjunto com as parceiras Perenco e Premier, irá testar o potencial de uma camada carbonífera mais profunda, situada a várias centenas de metros abaixo dos reservatórios já estabelecidos, produzidos pela plataforma Ravenspurn ST2. A BP adquiriu também participações em mais dois projectos de exploração no Mar do Norte, o Jock Scott e o Craster.

Iraque: sucesso do campo RumailaO campo de petróleo Rumaila já produziu 3 mil milhões de barris de petróleo desde que a joint venture da BP, PetroChina e a iraquiana South Oil Company iniciou as suas operações em Janeiro de 2010. Ao longo dos últimos 7 anos, o petróleo produzido pelo Rumaila gerou cerca de 200 mil milhões de dólares em receitas ao Estado iraquiano. Foi alcançado um aumento da produção, apesar das condições geológicas difíceis e dos 40 anos das infraestruturas e equipamentos.

Aviação: neutralidade do carbono em primeiro lugarA Air BP foi a primeira fornecedora de combustíveis de aviação a alcançar a neutralidade em carbono dos seus serviços de abastecimento aéreo em mais de 250 insta-lações da rede internacional em que opera. A conquista representa o culminar de um processo que durou dois anos certificado pela empresa independente especialista em sustentabilidade ERM CVS Ltd. O director executivo da Air BP, Jon Platt, afirma: “este marco demonstra que estamos absolutamente empenhados a cumprir a nossa estratégia ambiental e a atingir os ambiciosos objectivos de redução das emissões de carbono da indústria aero-náutica”.

Page 6: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

8 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 9

BPBrief breves notícias do grupo BP

“ REFEIÇÕES QUENTES, COBERTORES, ALMOFADAS, VENDAS PARA OS OLHOS, TAMPÕES PARA OS OUVIDOS, ACESSO À INTERNET GRATUITO, ASSENTOS DE PRIMEIRA CLASSE, FILMES, EMISSÕES DESPORTIVAS EM TEMPO REAL, MÚSICA, JORNAIS... SIM... O NOVO SEACOR PUMA PROVOU SER UM GRANDE SUCESSO... O ÚNICO PROBLEMA É QUE NÃO CONSEGUIMOS CONVENCÊ-LOS A DESEMBARCAR!”

Go cat, go!

Following months of preparation, on May 1 the BP Angola Logistics & Infrastructure Marine Team unveiled Seacor Puma, the first of two sleek new crew change vessels.

But unlike the noisy, cramped and often uncomfortable helicopter transfers from Soyo, this high speed catamaran provides a luxury journey on which passengers are now not always so eager to reach their destination.

Seacor Puma is the most modern crew-change vessel in the offshore industry. It can reach speeds of up to 40 knots (74kmh) and has reduced the time from Sonils Base to the FPSO PSVM from nine hours to less than six hours.

With first-class seating for 76 passengers, the service includes on-board entertainment to match the highest airline standards, with movies, television, live sports chan-nels, music, newspapers and magazines.

Hot meals are served, and other amenities include blan-kets, pillows, eye shades and ear plugs, while passengers have in-seat USB access to the internet via their personal devices. Safety is also enhanced at the FPSO, in the shape of a 10-passenger transfer facility from the vessel. A sister ‘cat’, Seacor Panther, is due in August.

Major BP gas find offshore Senegal

BP along with joint venture partner Kosmos Energy has recently announced a major gas discovery: the Yakaar 1 exploration well drilled to a total depth of approximately 4,700 metres at a water depth of some 2,550 metres in the Cayar Profond block offshore Senegal.

It follows a deal agreed in December last year for BP to acquire a 62% working interest, including operatorship, of Kosmos’ exploration blocks in Mauritania and a 32.49% effective working interest in Kosmos’ Senegal exploration blocks – acreage that holds world-class deepwater gas discoveries and exploration prospectivity across both countries.

The deal gives BP a leadership position in an emerging world-class, low-cost gas basin with advantaged access to global gas markets.

The acreage covered by the agreement (approximately 33,000sq.kms), includes the Tortue field, estimated by Kosmos to contain more than 15 trillion cubic feet (tcf) of discovered gas resources – though by Kosmos’ estimates, the total acreage could contain up to 50tcf of gas resource potential and in excess of 1 billion barrels of potential liquids resource.

BP and Kosmos will drill-stem test the Tortue discovery later this year, and will drill three additional exploration wells over the next 12 months offshore Senegal and Mauritania.

“Yakaar-1 follows the earlier exploration success that led to the Tortue discovery and further confirms our belief that offshore Sen-egal and Mauritania is a world-class hydrocarbon basin,” says BP Upsteam chief executive officer Bernard Looney.

Kosmos is a premier international oil and gas exploration and pro-duction company, its primary areas of operation being underexplored regions along the Atlantic Margin, with an asset portfolio including existing production and project developments offshore Ghana, and gas exploration licenses offshore Morocco, São Tomé and Príncipe, Suriname, in addition to Mauritania and Senegal.

Kosmos makes a good fit with BP, aiming to find the right balance in relationships with the governments and countries in which it oper-ates, to transform natural resources into national resources, thereby enhancing lives.

“BP sees a very bright future for Senegal’s oil and gas industry,” says Emma Delaney, regional president, BP Mauritania and Senegal. “We are committed to helping the country develop its resources in a sustainable way and this deal enables us to do that in a partnership that shares the same strategic objectives as Senegal.”

Felinos de luxo

Após meses de preparação, a 1 de Maio, a equipa de logística e infraestruturas da BP Angola apresentou o Seacor Puma, o primeiro de dois novos e elegantes navios destinados ao transporte de tribulação e passageiros.

Ao contrário das ruidosas, apertadas e fre-quentemente desconfortáveis transferências de helicóptero do Soyo, o catamarã de alta velocidade proporciona uma viagem de luxo, cujo destino os passageiros nem sempre anseiam por alcançar.

O Seacor Puma constitui o mais moderno navio de transporte de equipas em rotação no offshore. Possui a capacidade de alcançar velocidades de até 40 nós (74 Km/hora) e conseguiu reduzir o tempo de viagem entre a base da Sonils e o FPSO PSVM, de 9 para menos de 6 horas.

Para além das cadeiras de primeira classe para 76 passageiros, o serviço inclui entretenimento a bordo, ao nível dos mais altos padrões das com-panhias aéreas, disponibilizando filmes, televisão, canais desportivos em tempo real, música, jornais e revistas.

São servidas refeições quentes e os passageiros dispõem de outras comodidades, tais como man-tas, almofadas, vendas para os olhos, tampões para os ouvidos e acesso individual à internet atra-vés de USB.

A segurança ocupacional no FPSO também se encontra reforçada, dispondo de uma unidade de transferência de passageiros com capacidade para dez pessoas. A chegada do seu navio-irmão, o Sea-cor Panther, está prevista para Agosto de 2017.

Grande descoberta de gás no offshore do Senegal

A BP, juntamente com a sua parceira Kosmos Energy, anunciou recen-temente uma grande descoberta de gás: o poço de exploração Yakaar 1 perfurado num total de cerca de 4.700 metros, a uma profundidade de 2.550 metros abaixo da linha de água, no bloco Cayar Profond, situado no offshore do Senegal.

A descoberta aconteceu no seguimento de um acordo, estabelecido em Dezembro de 2016, no qual a BP adquiriu uma participação de 62% de interesse do bloco, incluindo o direito de se tornar a operadora dos blocos explorados pela Kosmos Energy na Mauritânia e a adquirir uma participação de 32.49% nos blocos explorados pela empresa no Senegal – zonas de excelência em descobertas de gás em águas profundas e de alta prospec-tividade em ambos países.

O acordo coloca a BP numa posição de liderança numa bacia de gás de baixo custo emergente e de classe mundial, com acesso privilegiado aos mercados globais de gás.

A área prevista no acordo – equivalente a cerca de 33.000Km2 – inclui o campo Tortue, que a Kormos Energy estima conter mais de 15 triliões de pés cúbicos de recursos de gás. Ainda assim, segundo as estimativas da empresa, a área total pode conter até 50 triliões de pés cúbicos de recursos de gás e mais de 1.000 milhões de recursos líquidos.

A BP e a Kosmos Energy vão testar o campo Tortue ainda este ano e planeiam perfurar mais três poços de exploração, ao longo dos próximos 12 meses, no offshore do Senegal e da Mauritânia.

“O Yakaar-1 resultou do sucesso da exploração anterior, que levou à des-coberta do campo Tortue, e confirma a nossa convicção de que o offshore do Senegal e da Mauritânia constitui uma bacia de hidrocarbonetos de clas-se mundial”, afirma o director executivo da BP Upstream, Bernard Looney.

A Kosmos Energy é uma prestigiosa empresa internacional de exploração e produção de petróleo e gás. As principais áreas em que opera constituem as regiões subaproveitadas da margem atlântica. O seu portfólio de activos inclui a produção e o desenvolvimento de projectos no offshore do Gana e licenças de exploração de gás no offshore de Marrocos, São Tomé e Prínci-pe e Suriname, para além da Mauritânia e Senegal.

A parceria entre a Kosmos Energy e a BP faz sentido, já que ambas visam encontrar o equilíbrio certo nas relações com os governos dos paí-ses em que operam e têm como objectivo transformar recursos naturais em recursos nacionais, melhorando assim a vida da população.

“A BP antevê um futuro brilhante para a indústria do petróleo e gás do Senegal”, afirmou a presidente regional da BP Mauritânia e Senegal, Emma Delaney.

s

Mines to goCollaboration between the UK and Japan is helping to clear Angolan mine fields to support economic develop-ment by increasing available agricultural land.

The project to clear more than 70 hectares of land in Malange started in August 2016, implemented by the NGO Norwegian People’s Aid. More than 165 anti-

personnel mines, 1 anti-tank mine, 108 pieces of unex-ploded ordnance,18 aban-doned explosive ordnance and 1,310 pieces of small arms ammunition have already been destroyed.

The mines are a legacy of over four decades of fighting in Angola. Now the mine-free land is being returned to the community to be used for agriculture, housing, schools, police stations and hospitals.

Desminagem em cursoUma colaboração entre o Reino Unido e o Japão está a ajudar na desmina-gem do solo angolano, apoiando no desenvolvimento económico através do aumento das terras agrícolas dis-poníveis.

O projecto de remoção de mais de 70 hectares de terra, em Malange, foi ini-ciado em Agosto de 2016, tendo sido implementado pela ONG Ajuda Popular da Noruega (NPA). Já foram destruídas

mais de 165 minas antipessoais, 1 mina antitanque, 108 munições não-detona-das, 18 munições explosivas abando-nadas e 1,310 munições de armas de pequeno calibre.

As minas constituem um legado de mais de quatro décadas de conflito armado em Angola. As terras desmina-das estão agora a ser devolvidas à co-munidade para agricultura, habitação, escolas, postos policiais e hospitais.

Page 7: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

10 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 11

BPBrief breves notícias do grupo BP

Rescue The fishing net entangled with her propeller as she sailed towards the FPSO PSVM to load a cargo could have posed a big problem for BP’s VLCC British Venture

At 8am on January 21, a signal to the FPSO Greater Plutonio from the captain of BP VLCC British Venture reported that the vessel was drifting without power 190 nat-ical miles to the south due to a fishing net having fouled her propeller.

The tanker was on her way to PSVM in Block 31, and was now in danger of miss-ing her scheduled slot to load cargo from the FPSO.

In these circumstances, there was no practical alternative but for the Greater Plutonio pilots and diving team to lend assistance.

Following a call to marine operations manager Dave McDonnell in Luanda, the pilots transferred to the escort tug Seaways 16 to go to the aid of the immobilised vessel and cut free the obstruction to the propeller.

At 13:30hrs the tug set course for the 16-hour passage to the tanker’s position. The emergency response teams in Luanda and

UK Shipping were alerted, while the diving team and pilots formed an action plan.

At 06:30hrs on January 22, Seaways 16 arrived on station two miles from British Venture.

Pilot Chris Murray boarded VLCC to co-ordinate with the Pilot Dean Reynolds on the workboat Wave 3, launched from the tug. At 08:00hrs all safety precautions and procedures were in place and the green light was given for the divers to swim to the stern of the tanker.

At 08:10hrs they began to remove the fishing net, and quickly completed the job in around 30 minutes just before 08:45hrs.

The British Venture chief engineer and chief officer boarded the workboat to inspect its propeller and stern and to take photos.

The British Venture crew and the Greater Plutonio pilot then returned to their vari-ous vessels, and at the same time the VLCC began to take on seawater ballast which was completed by 15:30hrs.

Then the order was given for the VLCC to start engines – slowly at first, and then tested to full operational power. When they had been confirmed positive, the workboat recovered the Greater Plutonio pilot from British Venture.

As British Venture resumed her track for PSVM at 17:30hrs, it was agreed that Seaways 16 should accompany her until released at 22:15hrs when it was deemed that no further assistance would be required. The British Venture eventually made her allocated slot with PSVM on time.

As Seaways 16 with the pilots and div-ing team returned to normal duties with Greater Plutonio, this is another example of how the BP One Team approach to problem solving paid off, with a significant saving of time and cost – and not least, logistical complications.

Resgate A rede de pesca emaranhou-se na hélice do superpetroleiro British Venture, quando este se aproximava do FPSO PSVM para efectuar uma operação de carga, podia ter constituído um grande problema

Às 08h:00 horas do dia 21 de Janeiro, o FPSO Grande Plutónio recebeu um aviso do capitão do superpetroleiro British Venture de que o navio se encontrava à deriva, sem energia eléctrica, a 190 milhas a Sul, após uma rede de pesca ter ficado presa na hélice.

O superpetroleiro dirigia-se ao PSVM, no Bloco 31, e encontrava-se em perigo de não conseguir efectuar a operação de carga planeada a partir do FPSO.

Face às circunstâncias que se apresenta-vam e na ausência de outra alternativa viável, os pilotos e a equipa de mergulho do Grande Plutónio decidiram prestar assistência.

Após uma chamada telefónica com o director de operações marinhas em Luanda, Dave McDonnell, os pilotos foram transferidos para a embarcação de reboque Seaways 16, com o objectivo de auxiliar o

navio imobilizado e libertá-lo da rede que havia obstruído a sua hélice.

Às 13h30, a embarcação de reboque iniciou o trajecto de 16 horas em direcção ao superpetroleiro. Enquanto a equipa de mergulho e os pilotos elaboravam um plano de acção, as equipas de emergência, em Luanda, e o departamento de expe-dição, no Reino Unido, foram alertados acerca da situação.

Às 06h30 do dia 22 de Janeiro, o Seaways 16 chegou ao seu destino, posicio-nando-se a duas milhas (aproximadamente 3.2 quilómetros) do British Venture.

O piloto Chris Murray embarcou no superpetroleiro – ao qual chegou através de uma embarcação de serviço, o Wave 3, que partiu da embarcação de reboque – com o objectivo de coordenar a operação com o piloto Dean Reynolds. Às 8 horas, com todas as precauções e procedimentos a postos, os mergulhadores receberam luz verde para nadar até à popa do navio.

Passavam 10 minutos das 8 horas quando iniciaram o processo de remoção da rede de pesca, o qual concluíram em cerca de meia hora, terminando pouco antes das 08h45 e regressando posterior-mente ao Seaways 16.

O chefe de máquinas e o comandante do

British Venture subiram a bordo da embar-cação de serviço para inspecionar a hélice e a popa do navio – e para tirar fotografias.

A tripulação do British Venture e o piloto do Grande Plutónio regressaram depois aos seus navios e o superpetroleiro começou a encher o seu tanque de água de lastro, operação que concluiu pelas 15h30.

O navio recebeu, de seguida, ordens para ligar o motor – começando lenta-mente, para depois testar a sua potência operacional máxima. Assim que a avaliação foi aprovada, a embarcação de serviço foi buscar o piloto do Grande Plutónio ao Brit-ish Venture.

Quando, às 17h30, o British Venture retomou o seu caminho rumo ao PSVM, decidiu-se que o Seaways 16 acompanha-ria o navio até ter a certeza de que este não requeria mais assistência, o que sucedeu às 22h15. O navio acabou por completar a operação planeada no PSVM a tempo.

Entretanto, o Seaways 16 restituiu os pilotos e a equipa de mergulho ao Grande Plutónio, onde retomaram as suas activi-dades habituais. Este é mais um exemplo da eficiência da abordagem do Espírito de Equipa da BP, que se reflectiu na economia de tempo e custos – e sobretudo na pre-venção de complicações logísticas.

Double victory!Angolan athlete and BP Paralympic

ambassador Esperança Gicasso has stormed to success at the World Para Athletics Champi-onships held in London from 14-23 July.

She flew the flag for Angola in convincing style by gaining the silver medal in the final of 100 metres and the bronze medal in the 200 metres final for visually impaired athletes (Class T11).

This timely success follows BP Angola’s recent signing of sponsorship agreements with four Angolan Paralympic athletes: José Chamoleia (Category T11 – 100, 200, 400 metres), Bifília Buya (Category T11 – 800, 500 metres) and Regina Dumbo (Category T11 – 100, 200, 400 metres and long jump as well as Esperança (Category T11 – 100, 200, 400 metres), to support them in training for the Tokyo 2020 Paralympic Games.

Former Paralympic champion, the leg-endary José Sayovo will be honorary BP Paralympic ambassador and adviser to the team.

BP’s support for the Angolan Paralympic team and the Angola Paralympic Committee began in 2011 with backing for the Ango-

lan Paralympic athletes at the London 2012 Paralympic Games when Sayovo won a gold medal.

“We send our warmest congratulations to Esperança and are proud to support the Ango-lan Paralympic athletes to inspire the world through sporting excellence”, says Paulo Pizarro, BP Angola vice president for commu-nications and external affairs. “We think that Paralympic sports demonstrate some values such courage, determination, social integra-tion which reflects some of BP’s own values and expect that we will see more victories.”

“Our partnership with BP Angola has been a key driver for motivating the Paralympic athlete ambassadors who act as role models for other athletes,” says Angola Paralympic Committee secretary general António da Luz.

n BP support assists the athletes during train-ing and competition, helping to ensure they have the necessary coaching, equipment and travel capabilities. These elite athletes embody BP values and represent the diversity of its employees. They are strong champions for their communities – the same communi-ties where BP employees live and work – and are relentless in their pursuit of excellence.

Dupla Vitória!A atleta angolana e embaixadora paralímpica da BP Esperan-

ça Gicasso chegou ao pódio no Campeonato Mundial de Para Atletismo que decorreu em Londres de 14 a 23 de Julho.

A Esperança arvorou a bandeira em estilo ao conquistar a me-dalha de prata na final dos 100 metros e a medalha de bronze na final de 200 metros para atletas com deficiência visual (classe T11).

Este sucesso acontece depois da recente assinatura de acor-dos de patrocínio entre a BP Angola e 4 atletas paralímpicos: José Chamoleia (Categoria T11 - 100, 200, 400 metros), Bifília Buya (Categoria T11 – 800, 500 metros) e Regina Dumbo (Cate-goria T11 – 100, 200, 400 metros e salto em comprimento, assim como Esperança Gicasso (Categoria T11 - 100, 200, 400 metros) para apoiar o treino dos atletas rumo aos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

O antigo campeão paralímpico, o lendário José Sayovo ocu-pará a posição de embaixador honorário e servirá de conselheiro da equipa.

O apoio da BP ao Comité Paralímpico de Angola começou em 2011, tendo a empresa financiado os atletas nos Jogos Paralím-picos de Londres 2012, quando Sayovo conquistou a medalha de ouro.

“Gostariamos de felicitar a Esperança e estamos orgulhosos em apoiar os atletas paralímpicos angolanos que inspiram o

mundo através da sua excelência desportiva” disse Paulo Pizar-ro, Vice-presidente de Comunicação e Relações Externas da BP Angola. “Acreditamos que os desportos paralímpicos demons-tram valores tais como, coragem, determinação, integração social, os quais reflectem alguns dos valores da BP e esperamos mais vitórias futuras.”

“A nossa parceria com a BP Angola tem sido o motor im-pulsionador para motivar os embaixadores paralímpicos, que servem de exemplo para outros atletas” afirmou António da Luz, Secretário Geral do Comité Paralímpico Angolano.

n A BP presta assistência aos atletas durante o treino e em competições, garantindo que recebem o treino, equipamentos necessários e também presta apoio em termos de viagens. Estes atletas de elite incorporam os valores da BP e representam a diversidade dos seus trabalhadores. São verdadeiros represen-tantes das suas comunidades – as mesmas comunidades onde o pessoal da BP vive e trabalha – e são implacáveis na sua busca pela excelência.

“ Acreditamos que o desporto paralímpi-co demonstra valores tais como, coragem, determinação, integração social, os quais re-flectem alguns dos valores da BP”

PAULO PIZARRO, VICE-PRESIDENTE C&EA, BP ANGOLA

Page 8: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

12 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 13

Creating opportunities

Criação deoportunidades

Regional president Stephen Willis shares his views on the way ahead for BP Angola, and his role in driving the company’s future in the oil industry and the community

Presidente regional Stephen Willis partilha a sua visão sobre o caminho a percorrer pela BP Angola e o seu papel à frente dos destinos da companhia na indústria petrolífera e na comunidade

Calemas: Com que expectativas encara as suas funções enquanto presidente regional?

Sinto-me muito feliz por me juntar à equipa de Angola e muito grato por esta oportunidade. A minha esposa, Claire, e eu estamos entusias-mados com a perspectiva de viver em Angola, com todas as experiências que isso nos vai proporcionar: as pessoas novas que vou conhecer, o negócio interessante que temos, a aprendizagem da cultura, o contributo para o programa de negócios e para a economia e - assim o esperamos – dar um contributo positivo para a companhia e para o país.

Que experiências noutras partes da BP serão valiosas para si aqui?

Hoje em dia, os negócios em Angola constituem um grande desafio, devido ao declínio dos preços do petróleo e da mudança da base de recursos para oportunidades de menor dimensão, mais distribuídas e complexas. Nestas circunstâncias, a nossa companhia terá de apostar num funcionamento subjacente seguindo os mais elevados padrões. À medida que formos fazendo isto, poderemos começar a construir o nosso programa de investimentos futuros.

INTERVIEW/ENTREVISTA

Calemas: What do you look forward to in your role as regional president?

I’m very excited to join the Angola team, very grateful to have this opportunity. My wife, Claire and I are looking forward to living in Angola, with all the experiences it will bring: the different peo-ple I’m going to meet, the interesting business we have, learning about the culture, contributing to the business agenda and the economy – and hopefully making a positive contribution to the company and to the country.

What experiences in other parts of BP will be of value to you here?

Business in Angola, is very challenging today with the decline in oil prices and the resource-base moving toward smaller, more distributed and complex opportunities. In these circum-stances we really have to get our businesses to perform at the highest standard on an underly-ing basis. As we do this we can begin to build our agenda for future investment.

I’ve been very fortunate to have worked in different countries around the world with BP and in different circumstances with varying chal-lenges and asset types. I’ve really enjoyed that, and loved the experience of working in different cultures with different people. Common themes in those experiences has been to listen care-fully, hold a simple purpose, focus on what can be controlled, be clear and open about what we are trying to do with our partners and stakehold-ers, and concentrate on doing a high quality job.

I’ve really enjoyed the experience of working in different cultures with different people. I hope that will help me as well, to fit in and become part of the team.

What is the focus required on efficiency and production costs?

In BP Angola we are very lucky. We have world-class assets, world-class operations and the opportunity and possibility of improving the quality and performance of our business over many years to come. So efficiency and cost effectiveness, all the while being absolutely safe

Tenho tido a felicidade de trabalhar para a BP em vários países do mundo e em circunstâncias diferentes, com desafios e tipos de activos diver-sificados. Gostei muito disso e da experiência de trabalhar em culturas diferentes, com pessoas di-ferentes. Os temas comuns nessas experiências foram mantendo-me atento, definir um objectivo simples, concentrar-me no que pode ser controla-do, ser claro e aberto nas nossas relações com os nossos parceiros e stakeholders, e concentrar-me na realização de um trabalho de elevada qualidade.

Gostei mesmo muito da experiência de trabalhar em culturas diferentes, com pessoas diferentes. Espero que isso também ajudar-me-á a adaptar-me e a tornar-me parte da equipa.

Qual é o foco necessário em termos de eficiên-cia e de custos de produção?

Na BP Angola, temos muita sorte. Dispomos de activos e operações de elevadíssima qualidade e temos a oportunidade e a possibilidade de melhorar a qualidade e o desempenho da nossa companhia ao longo de muitos anos. É por isso que o principal lema da nossa empresa é a eficiência e a econo-mia de custos, a par da mais absoluta segurança ocupacional – melhorar continuamente tudo o que

Page 9: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

14 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 15

fazemos, esforçando-nos por optimizar dia-riamente o fluxo de caixa e o desempenho comercial em tudo o que fazemos – e sempre com a máxima segurança.

Temos pela frente muitos anos deste trabalho aliciante – nos nossos activos de primeiríssima qualidade – para assegurar que alcançam o maior sucesso possível, não só para a BP como também para Angola. E é com base nestes alicerces que vamos con-quistar o direito de fazer mais investimentos no futuro, à medida e sempre que se forem identificando formas de fazer esses investi-mentos com retornos que tanto a BP como a Sonangol considerem atractivos. Sei que po-demos fazê-lo e que vai ser muito empolgante concretizar tudo isto.

Quais são, para si, os aspectos positivos das operações da BP em Angola?

Nos últimos 3 a 4 anos, a equipa em An-gola melhorou substancialmente em quase todas as áreas importantes. Basta olhar para o maior nível de segurança ocupacional do nosso pessoal e dos nossos processos. Vê-se o esforço que a equipa está a dedicar a esta área.

Enfrentámos alguns desafios no primeiro semestre deste ano e estou muito impres-sionado com a forma como as equipas estão a trabalhar no sentido de assegurar que aprendemos com essas experiências e que incorporamos esse conhecimento na nossa caminhada para o futuro.

A nossa eficiência operacional tem segui-do um percurso fantástico, atingindo 90%, o que é excepcional. A equipa de desenvolvi-mento de reservatórios desempenhou um papel preponderante nesta vitória, com a sua gestão das metas de curto e longo prazo estabelecidas para maximizar a recuperação do desempenho da produção. Relembro igualmente que a equipa de GWO reduziu o número de dias necessários para perfurar 1.000 pés quase para metade – um resultado surpreendente. Também cortámos os nos-sos custos operacionais em mais de 35% durante este período, em que melhorámos a segurança e a eficiência operacional.

Na equipa de OBO (activos operados por parceiros), tivemos um impacto muito positivo na nossa actividade operada por terceiros– uma evolução deveras impressio-nante do projecto ALNG. Há que salientar ainda o trabalho árduo empreendido pelas nossas funções de apoio como, por exemplo, Finanças, Contratos, Comunicação e Rela-çães Externas, RH, HSSE – é a sua grande

dedicação que torna possíveis as realizações acima referidas. Cada equipa tem tido um impacto muito positivo nos nossos negócios em geral, e temos muitos motivos para nos orgulharmos.

Penso que também devemos estar muito satisfeitos com o desenvolvimento das capacidades e competências na nossa organização. Neste momento, 18 dos nos-sos trabalhadores angolanos mudaram para outras partes do mundo BP e prevê-se que outros 10 irão para fora de Angola até final do ano. Isto vem comprovar a qualidade das equipas que temos, com cerca de 86% da força de trabalho em Angola constituída por trabalhadores angolanos, e isto é fantástico.

A nossa equipa de exploração apresentou uma carteira sensacional de oportunidades para o futuro, as quais não vamos poder apro-veitar na totalidade, embora muitas delas vão criar oportunidades muito interessantes para a companhia e para a Sonangol.

Somos como todas as outras companhias petrolíferas internacionais: servimos os interes-ses da Sonangol, que está a passar por uma profunda transformação e restruturação tendo em vista o futuro. À medida que o processo for amadurecendo, que as eleições forem decor-rendo e que o futuro se apresentar mais claro e um pouco mais estável, espero ver surgir uma

is what our business is about – continuously improving all we do, striving to improve our cash flows and business performance every day in all we do – all the while being abso-lutely safe.

We have many years of this exciting body of work ahead of us – on our world-class assets – to ensure they are as successful as they can be, not just for BP but for Angola. And on that foundation we’ll earn the right to make further investments in the future, as and when we identify the ways of mak-ing those investments at returns that both BP and Sonangol find attractive. I know we can do that and it will be a lot of fun making those things happen.

What do you see as the positive aspects of BP’s operations in Angola?

Over the last 3-4 years the team in Angola have demonstrated significant improvement in almost every important metric. Just look at the improvement in our personal and process safety performance. You can see the team effort that is going into that performance.

We have had some challenges in the first part of this year and I’m very impressed how the teams are working to ensure that we learn from those experiences and that we build that knowledge into our way forward.

Our operating efficiency has been on a fan-tastic trajectory, last year we were in the high 90%, which is outstanding. The Reservoir Development team have played a significant role in this achievement, with their manage-ment of the short and long term opportunity

set to maximize recovery and production performance. I’d note also that GWO cut our days-per thousand-feet-of-drilling-time almost in half – a stunning result. We’ve also taken more than 35% out of our operating costs during this period where we have been improved safety and operating efficiency.

In the OBO team, we’ve had a very pos-itive impact on our non-operated business – the progress made in ALNG has been very impressive for example. I should also note the hard work that has been delivered from our supporting functions such as Finance, PSCM, C&EA HR, HSSE – its their hard work that is making the above achievements pos-sible. Every team has been making a very positive impact on our overall business – there’s a lot to be proud of.

I think we should also be very proud of the development of capability and the skills in our organisation. We now have 18 Angolan staff who have moved into the wider world of BP, and there will be up to ten more leaving Angola by the end of the year. That’s a tes-tament to the quality of the teams we have, while within Angola some 86% of our work-force is Angolan – and that’s fantastic.

Our Exploration organisation has delivered an amazing portfolio of opportunities for the future, not all of which we’ll get to do, though a lot of them are going to create exciting oppor-tunities for the company and for Sonangol.

We are like all the other international oil companies: we serve at the pleasure of Sonangol, which is going through a great deal of change and redesigning itself for the future.

We now have 18 Angolan staff who have moved into the wider world of BP, and there will be up to ten more leaving Angola by the end of the year. That’s a testament to the quality of the teams we have, while within Ango-la some 86% of our workforce is An-golan – and that’s fantastic.

Neste momento, 18 dos nossos trabalhadores

angolanos muda-ram para outras

partes do mundo BP e prevê-se que outros 10 irão para fora de Angola até

final do ano. Isto vem comprovar a qualidade das

equipas que temos, com

cerca de 86% da força de traba-lho em Angola

constituída por trabalhadores

angolanos, e isto é fantástico.

Page 10: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

16 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 17

nova vaga de actividade comercial em Angola, e a BP gostaria certamente de fazer parte dela. Pre-cisamos de dispor do desempenho de base certo e de oportunidades com a devida qualidade, não só para nós como, também, para Angola.

Como define as oportunidades e os desa-fios que se avizinham?

A BP Angola é essencial para o futuro da BP; está a proporcionar o desempenho fi-nanceiro que a companhia necessita para sustentar o futuro de toda a organização. Com um investimento de 30 mil milhões de USD, a BP espera agora que a região de Angola apre-sente resultados financeiros não só para nós como, também, para Angola. Angola neces-sita desse sólido desempenho financeiro. E com bons resultados nessa área, penso que se seguirá um conjunto de novas oportunida-des de investimento para sustentar o nosso perfil de produção. Mas já nos ocupamos e usufruímos de bastantes oportunidades com os negócios que temos actualmente.

Os desafios consistem, como é evidente, em transformar essas oportunidades em rea-lidade para garantir que apresentamos esse desempenho. O ambiente de águas profun-das é implacável, muito oneroso e técnico, e temos de nos certificar de que gerimos a integridade dos nossos sistemas e da nossa unidade de produção. Por conseguinte, o su-cesso da gestão da integridade, da segurança dos processos e da fiabilidade geral constitui, em si mesmo, a oportunidade e o desafio.

Tem uma visão pessoal da segurança ocu-pacional e dos riscos operacionais?

Penso que a gestão da segurança ocupacio-nal e dos riscos operacionais está no centro de tudo o que se faz na indústria de elevado risco e de graves consequências em que operamos. O nosso primeiro dever e responsabilidade é certificarmo-nos de que mantemos os hidro-carbonetos bem confinados dentro da nossa unidade de produção e dos nossos sistemas. Trata-se da nossa responsabilidade mais fun-damental, que é crucial para a segurança das pessoas que trabalham no local. É isso que merecem, é isso que esperam e é essa garan-tia que têm de receber.

Que benefícios pode a BP trazer a Angola?

Há muitos anos atrás, um dos nossos executivos de topo cunhou a frase: “bons ne-gócios significam ter total sucesso e ser uma força para o bem” – Sempre gostei desta ideia. Sei que, na indústria petrolífera, trabalhamos para ter lucro, mas estamos a proporcionar o

aquecimento, a luz e o transporte que trazem a qualidade de vida da qual um número crescente de pessoas usufrui à medida que as economias em desenvolvimento vão crescendo.

Assim, desempenhamos um papel impor-tante na sociedade como um todo e também ao nível local, que é fazer parte da comunida-de em que trabalhamos. Faz-nos sentir que fazemos parte de algo maior e gosto muito da ideia de que o nosso trabalho contribui para a riqueza económica de Angola e também da ideia de que estou a participar na comunidade.

Penso que, nos últimos anos, a BP Angola contribuiu com mais de 30 milhões de USD para projectos comunitários, no domínio da agricultura ou da educação e, até mesmo, para orfanatos. Na minha primeira semana em Angola, tive a oportunidade de visitar a escola Horizonte Azul, em Luanda.

Foi fantástico ver que a nossa companhia e os seus colaboradores apoiam este tipo de projectos. Foi algo muito comovente e inspi-rador e gostaria de apoiar estes esforços e de encorajar a nossa organização e os membros da nossa equipa a participar. Ao fazê-lo, todos sentimos que estamos a contribuir para algo mais do que apenas ganhar dinheiro.

Quais são o seus interesses e hobbies pessoais?

A nossa passagem por Angola e África pre-cisa de ser uma experiência fantástica para a nossa família. Desejamos certamente viajar, se tivermos oportunidade.

Gosto do ar livre e de estar com a minha família. No Canadá, fazemos muito esqui, mas não me parece que vamos praticar muito esta modalidade em Angola. Andamos muito de bicicleta e ainda joguei futebol nesta última época. Espero jogar um pouco de ténis.

Quais são as suas primeiras impressões de Angola?

É muito cedo para dizer, mas quer parecer-me que Angola é um lugar que se entranha na alma e nos muda para sempre. Para alguém que vem de um outro país, é emocionante, diferente e inesperado.

Também vejo o enorme progresso que o país fez. Li um pouco acerca da sua história, mas não consigo imaginar como foi passar por todo este processo. E, no entanto, o país existe. Todos parecem ter algum tipo de vida, muita alegria e muito entusiasmo; as pessoas estão sempre a sorrir ou a rir e acho isso incrível, maravilhoso. Sobreviveu a tudo isto e começou a prosperar e espero, nos próximos anos, poder contribuir numa pequena medida para esse progresso.

As that process matures and we go through the election and the future seems clearer and a little more settled, I hope we’ll see a new wave of business activity in Angola, and certainly BP would like to be a part of that. We have to have the right base performance and the opportunities have to be the right quality – not just for us but for Angola as well.

How would you define the opportunities and challenges ahead?

BP Angola is essential to the future of BP; it is providing the financial performance our company needs to sustain the future of the entire firm. Having invested $30 billion, BP is now looking to us to deliver financial perfor-mance, not just for ourselves, but for Angola as well. Angola needs that powerful business performance. And with delivery in that area there is a suite of other opportunities that I think will follow, to make further investments to sustain our production profile. But we’ve got enough fun and enough opportunity just in the business we have now.

The challenges of course, are to make that happen, to ensure that we do deliver that performance. Deepwater is an unforgiving environment: very costly and very technical and we’ve got to make sure we manage the integrity of our systems and our plant. So really getting that integrity management, process safety and overall reliability right is both the opportunity and the challenge.

Do you have a personal focus for safety and operational risk?

I think safety and operational risk man-agement are really at the heart of everything you do in the high consequence, high risk industry we’re in. And it’s our first duty and responsibility is to make sure we keep these hydrocarbons controlled inside our plant and systems. It is the most fundamental respon-sibility we have – crucial to the safety of the people that work on the plant. That’s what they deserve, that’s what they expect, that is what they must get.

What benefits can BP deliver in Angola?

Many years ago one of our former senior executives coined the phrase: “good busi-ness is about being competitively successful and being a force for good” – Ive always loved that idea. I know we work on the profit motive in the oil industry, but we are provid-ing heat, light and transport for quality of life that more and more people are getting to enjoy as developing economies grow.

So we have an important role in society as a whole, and also at the local level to be part of the community in which we work. It makes one feel that there is a larger purpose to what we are doing and I really enjoy the idea of providing economic wealth for the country of Angola through our work – and also I really enjoy the idea of participating in the community.

I think over the last several years BP Angola has contributed over $30 million to community projects whether they be in agriculture or education, and in some cases, orphanages. In my first week in Angola I had the opportunity to visit the Horizonte Azul school in Luanda.

It was fantastic to see that our company and the staff in the company to have been supporting this sort of project. I found it was very moving and very inspiring, and I’d like to support those efforts, and encourage our organisation and our team members to par-ticipate. In so doing we all feel like we are contributing more than simply earning our salaries.

What are your personal interests and relaxations?

Our time in Angola and in Africa should just be a fantastic experience for our family. We’re certainly looking forward to travelling if I can find the opportunity.

I like to be outdoors and I like to be with my family. In Canada we ski a lot but I don’t think we’ll be doing much of this in Angola. We do a lot of bike riding and I was still play-ing soccer this last season. I’m hoping to play a bit of tennis.

What are your first impressions of Angola?

It’s early days for me, but I suspect that Angola is a place that seeps into your bones and changes you for life. For someone from a different country it’s exciting, it’s different and it’s unusual.

I also see just the most fantastic progress that the country has made. I’ve read a little of the history, but I can’t possibly imagine what it was like to go through that process. And yet here the country is. Everyone seems to have a lot of life, a lot of joy and a lot of enthu-siasm, people are always smiling or laughing and I think that is quite incredible, wonderful. It’s survived all that and has begun thriving and I hope that in a small way I can contrib-ute to that progress over the coming years.

Stephen Willis grew up in

the North East of England

and lived for many years in

Scotland. He joined BP as

a production engineer in

1985 and has held a variety

of operational and business

posts. He was appointed

president and chairman

of the BP Canada Energy

Group in June 2014, prior

to which he held a number

of key roles including pres-

ident & CEO of BP Qatar,

performance unit leader in

the UK North Sea and CFO

of BP Venezuela. Stephen

holds a BSc in Mathematics

and an MSc in Petroleum

Engineering from Imperial

College London and an

MBA from Warwick Univer-

sity in the UK.

É muito cedo para dizer, mas quer parecer-me que

Angola é um lugar que se entranha

na alma e nos muda para sem-pre. Para alguém que vem de um

outro país, é emo-cionante, diferente

e inesperado.

Stephen Willis cresceu no nordeste de Inglaterra e viveu na Escócia durante vários anos. Entrou para a BP como engenheiro de produção em 1985, desempenhando várias funções ocupacionais e empresariais ao longo do seu percurso. Após ocupar diversos cargos importantes, tais como o de presidente e director executivo da BP Qatar, de responsável pelo desem-penho das unidades no Mar do Norte e de director executivo da BP Venezuela, foi nomeado presidente da BP Canada Energy Group, em 2014. Stephen Willis é essa garantia pelo Imperial College London e um MBA pela Universidade de War-wick, no Reino Unido.

It’s early days for me, but I sus-pect that Angola is a place that seeps into your bones and chan-ges you for life. For someone from a different country it’s exci-ting, it’s different and it’s unusual.

Page 11: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

18 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 19

Located at Sunbury-on-Thames, south west of London, BP’s International Centre for Business and Technology – known

to all in the Group simply as ICBT – is home to some 3,500 staff from across the globe, working in more than 55 different international business teams.

This is also arguably the most diverse location in the world for BP, with more than 50 different nationalities and most major world religions represented here. And on any given day, some 30 languages can be heard.

The campus-style site comprising some eight blocks set among lawns and trees, has been part of BP’s history for nearly 100 years, starting as a collection of laboratories following the discovery of oil in Persia in 1908.

Today ICBT is a modern international business centre with upstream, corporate functions and downstream businesses all represented, including Angola, North Africa, reservoir revelop-ment, HR, IT&S and Shipping among others. The site is also

home to BP’s state-of-the-art Eastern Hemisphere Upstream Learning Centre, designed to help develop petro-technical capability at BP.

The Western Hemisphere counterpart to ICBT is BP’s North America headquarters in Houston, while throughout the UK there are specialist sites devoted to Upstream (exploration and production) and Downstream (refining and marketing) activities.

As at all BP locations, safety is a theme that underscores all activities. staff are encouraged to take part in the ICBT volun-teering programme, designed to benefit the local community, through which they give their time and effort to support stu-dents by conducting work experience placements, mentoring sessions and classroom activities on science, technology, engi-neering and mathematics – the so-called Stem subjects.

As well as supporting education in the local community, members of BP at ICBT are involved with local charities through a team-building programme and local social enterprises.

Centro de excelênciaAs Torres Atlântico é a sede original da BP em Angola. No entanto, a tecnologia e competências especializadas utilizadas nas actividades da empresa são desenvolvidas pelas dedicadas equipas da sua base em Londres

Localizada em Sunbury-on-Thames, a Sudoeste de Londres, o centro interna-cional de negócios e tecnologia da BP – conhecido simplesmente como ICBT

(do inglês, International Centre for Business and Technology) em todo o Grupo BP – alberga cerca de 3.500 trabalhadores de diversas proveniências, integrados em mais de 55 equipas de negócios internacionais diferentes.

É possivelmente o núcleo da BP mais diversificado do mundo, sendo que nele se encontram representadas mais de 50 nacionalidades diferentes e a maioria das principais religiões. Todos os dias, cerca de 30 línguas podem ser ouvidas.

O campus, que engloba oito blocos circundados por relvados e árvores, faz parte da história da BP há quase 100 anos, tendo começado por ser um conjunto de labo-ratórios, construídos após a descoberta de petróleo na Pérsia, em 1908.

Hoje em dia, o ICBT é um moderno centro de negócios internacional que integra actividades de exploração e produção, refinação, e comercialização e fun-cões corporativas e empresariais, as quais incluem, entre outros departamentos, Angola, Norte de África, desenvolvimento de reservatórios, recursos humanos, tecnologias de informação, serviços e transporte. O centro alberga ainda um mo-derno centro de aprendizagem Upstream para o hemisfério oriental, concebido para ajudar a desenvolver a capacidade petro-técnica da BP.

A sede da BP na América do Norte, em Houston, equivale ao ICBT, mas corres-ponde ao hemisfério Ocidental. No Reino Unido, existem centros especializados dedicados a actividades Upstream (exploração e produção) e Downstream (refina-ção e comercialização), em diversas localizações.

Como em todos os núcleos da BP, a segurança permeia todas as actividades. Todos os trabalhadores são incentivados a participar no programa de voluntaria-do do ICBT, projectado para benefício da comunidade local. Investem tempo e esforço no apoio a estudantes, através da promoção de estágios, sessões de orientação e actividades escolares sobre temas como a ciência, tecnologia, enge-nharia e matemática – as chamadas disciplinas STEM (acrónimo inglês).

Para além de promover a educação na comunidade local, os membros da BP do ICBT mantêm ligações a instituições de solidariedade locais através de um programa de fomento de espírito de equipa e também através de empresas so-ciais locais.

A base da BP Angola no Reino Unido encontra-se no edifício A. No início da ex-ploração e desenvolvimento dos blocos 18 e 31, as prioridades eram a coordenação de tecnologias e engenharia, com o objectivo de encontrar soluções para as diver-sas e complexas exigências das águas profundas de Angola, e a construção de duas unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarga de última geração.

No entanto, à medida que as operações em Luanda – nas Torres Atlântico e na Sonils – foram expandindo, com o início da produção, o complexo de três andares redirecionou o seu foco, centrando-se em futuros desenvolvimentos na região e no fornecimento de apoio administrativo, diário e conforme necessário, garantindo o mais alto nível de execução dos activos, tanto operacionais como não operacionais.

BP Angola at Sunbury

BP Angola’s UK base in is in Build-ing A. In the early days of exploration and the development of Block 18 and Block 31, its focus was the coordina-tion of technologies and engineering to deliver solutions to the many complex demands of Angola’s deep water, as well as the building of two state of the art FPSOs.

But as the Luanda-based opera-tions at Torres Atlântico and Sonils expanded with the ramp-up to pro-duction, the complex has changed its focus to provide the long-term back-up for future developments. As well as providing the administrative and day-to-day support as required to maintain the highest level of delivery from oper-ated and non-operated assets.

Torres Atlântico is the home of BP in Angola, but the technology and expertise for our activities is driven by teams based at a dedicated powerhouse in London

Centre of Excellence

BP WORLD / O MUNDO DA BP

Page 12: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

20 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 21

Commercial AnalysisThe Commercial Analysis Team (CAT) now headed by Ales-

sandra Galante, is part of BP’s Upstream finance function which supports all of BP’s activities in Angola. The team’s main task is to assess the key commercial issues that impact the region and to understand how BP creates and protects value for all stakeholders.

The team is responsible for all economic analysis in line with our commercial agreements and internal requirements, includ-ing for exploration, appraisal, projects and operations activities both BP operated and Operated by Others (OBO) assets.

CAT is involved with other less regular activities, such as supporting business development or mergers and acquisitions where negotiations may take place between BP and other stakeholders, including Sonangol and the Angolan ministries.

The team also supports BP’s internal commercial and finance processes, including reserves reporting, impairment testing, internal reporting and strategy development. As a result of this deep commercial experience, the Commercial Analysis Team supports development and training by delivering a production-sharing agreement course for those working in the Angola region across finance, projects, operations and sub-surface, to ensure everyone has a fundamental understanding of the commercial environment in which we work.

COMMERCIAL ANALYSIS TEAM: From the left: Rob Cooper, Alessandra Galante, Michael Smith, Andrew Campbell-Gay

Equipa de Análise ComercialA equipa de análise comercial, liderada por Alessandra

Galante, integra o departamento de finanças da BP Ups-tream e apoia todas as actividades da BP em Angola. As suas principais funções consistem em avaliar as questões comerciais com maior impacto na região e compreender de que forma a BP pode criar e preservar valor para os seus investidores.

A equipa é responsável pela análise económica no que diz respeito a acordos comerciais e requisitos internos, incluin-do actividades relacionadas com exploração, avaliações, projectos e operações referentes a activos operados tanto pela BP como por outras empresas.

Uma das actividades menos regulares da equipa constitui apoiar o desenvolvimento de negócios, fusões ou aquisições que incluam negociações entre a BP e outras partes interes-sadas, tais como a Sonangol e os ministérios angolanos.

A equipa acompanha também os processos comerciais e financeiros internos da BP, os quais incluem relatórios de reservas, testes de imparidade e desenvolvimento de es-tratégia. Aproveitando a sua vasta experiência comercial, a equipa apoia ainda o desenvolvimento e a formação através do curso de contratos de partilha de produção que oferece a quem trabalha em finanças, projectos, operações e subsolo na região de Angola, garantindo que todos possuem uma compreensão básica do enquadramento comercial em que trabalham.

Exploração e Desenvolvimento

A equipa de exploração em Angola, lide-rada por Andy Witt, integra o portfólio de exploração da BP em África, o qual abrange também, entre outros empreendimentos, actividades no Egipto, Mauritânia e Sene-gal. Numa área resguardada do complexo de Sunbury, a equipa, constituída por geólogos e geofísicos, cria novas ideias e conceitos na área da exploração que sustentam o futuro da BP em Angola.

Trabalha em estreita colaboração com ou-tros colegas da região, focando-se em três temas principais.

Na vanguarda da indústria de exploração e produção, a equipa usa dados sísmicos, bem como dados fornecidos pelos poços, para avaliar novas áreas por perfurar, procurando indícios de hidrocarbonetos e desenvolvendo modelos aplicáveis ao subsolo que possam ser testados durante a perfuração.

Colabora também com a equipa de de-senvolvimento de reservatórios, de forma a identificar áreas a explorar nas imediações das infraestruturas existentes, utilizando-as como ponto de partida, tanto em activos ope-rados pela BP como por outros investidores. Este tipo de oportunidades pode prolongar a vida útil dos campos e acrescentar valor de forma significativa.

Por último, a equipa gere ainda as conces-sões de exploração da BP em Angola – cada uma das quais segue um programa de traba-lho técnico, acordado com a concessionária – e colabora com os parceiros da empresa no sentido de perfurar poços e incorporar os resultados de novos poços nas avaliações que efectua. Com o passar do tempo, a BP vai aprofundando conhecimentos sobre as bacias em que opera, os quais informam as decisões que toma relativamente a activida-des futuras.

A etapa mais recente nas actividades de exploração em Angola consiste na perfuração das áreas de concessão das bacias do Kwan-za e de Benguela, situadas a Sul dos campos da Bacia do Baixo Congo – local onde a BP fez grandes descobertas

Ainda assim, será necessário superar di-versos desafios antes que estas descobertas possam ser exploradas, pelo que a equipa se tem dedicado, interna e externamente, a fazer avançar os projectos mais importantes.

Exploration and DevelopmentThe Angola Exploration team led by Andy Witt, sits within of BP’s Africa

exploration portfolio that also includes Egypt, Mauritania and Senegal and other new ventures. In a secured area within the Sunbury campus, the team of geologists and geophysicists generate new ideas and exploration concepts to sustain BP’s future in Angola.

The team works closely with the colleagues in the region, focussing their attention across three key themes.

At the front end of the upstream industry, the team uses seismic and well data to evaluate new undrilled areas, looking for indications of hydrocarbons and developing subsurface models that can ultimately be tested by explora-tion drilling.

The team also works closely with the reservoir development team to iden-tify targets close to existing facilities and infrastructure-led exploration for both BP operated and OBO assets. These opportunities can extend field life and prove significantly valuable.

Finally, the team manages BP’s existing exploration licences across Angola, each of which has a technical work programme agreed with Sonangol, and works with our partners to deliver wells and incorporate new well results into its evaluations.

As time progresses BP’s understanding of the basins continues to improve and the explorers use this knowledge to inform decisions on future activity.

The most recent phase of exploration in Angola has been the drilling activity within the licences of the Kwanza and Benguela basins to the south of the developed fields in the Lower Congo basin – where BP has made great discoveries.

There are many challenges to overcome before these discoveries can be developed, and the team is working internally and externally to progress the most valuable projects.

EXPLORATION TEAM From the left: Ed Rodriguez, geophysicist; Sophia Gerth, geologist; Aubrey Thomas, cartog-rapher; Laura Rumelhart, geologist; Fabian Setzer, geophysicist; Rita Marques, Sonangol geologist; Tracy Love, geologist and exploration manager Andy Witt

Four Teamsserve BP Angola

Quatro Equipas que Apoiam a BP Angola

Page 13: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

22 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 23

Concept DevelopmentColin McGill is the appraisal general manager for North Africa and

Angola working in the global concept development team which is responsible for all new developments in BP Upstream.

In Angola, Colin is currently responsible for developing the Versatile Production System (VPS) concept for Palas and Juno. The aim is to design and build a specialist reusable FPSO to produce these fields for up to 15 years and then to move on to exploit the reservoirs in other small or marginal fields in Angola.

If the project is successful, the VPS model could be applied to fields across the wider BP portfolio, including others in Angola.

Desenvolvimento de ConceitoColin McGil ocupa o cargo de director geral da equipa global de desen-

volvimento de conceito, responsável pelos novos empreendimentos da BP Upstream no Norte de Africa e Angola.

Em Angola, Colin McGill encontra-se em processo de desenvolver um sistema de produção versátil (versatile production system, VPS) para os campos Palas e Juno. O objectivo consiste em criar e cons-truir um FPSO especializado e reutilizável para desenvolver os referidos campos durante 15 anos, antes de explorar os reservatórios de campos mais pequenos ou marginais de Angola.

Caso o projecto seja bem-sucedido, o modelo VPS poderá ser apli-cado em outros campos do alargado portfólio da BP, inclusivamente em Angola.

Subsea OperationsThe subsea operations team under

the direction of Paul Matyniak is respon-sible for ensuring that all systems for the maintenance of the optimum deliv-ery of crude oil by the FPSOs Greater Plutonio and PSVM are in place.

The team of some 20 specialist engineers is responsible to oversee the smooth running of subsea infrastruc-ture in conjunction with the integrity management and Category C projects teams in Sunbury and the systems operations team in Luanda.

Subsea work is handled by the exe-cution team which involves the use of remotely operated vessels (ROV) working from the Oceaneering vessel, Ocean Interaction 3 under the watchful eyes of Paul and his team via real-time video feeds displayed on a wall-to-wall screen. These often involve delicate interventions to installations thousands of metres below the ocean surface, half the world from the green lawns of Sunbury.

Equipa de Operações SubmarinasA equipa de operações submarinas, liderada por Paul Matyniak, é responsável

por assegurar que os sistemas necessários ao fornecimento óptimo de petróleo bruto do FPSO Grande Plutónio se encontram em funcionamento.

Outra das responsabilidades da equipa, composta por 20 engenheiros especiali-zados, consiste em supervisionar o bom funcionamento da infraestrutura submarina, as equipas de gestão de integridade e dos projectos de categoria C, sediadas em Sunbury, e a equipa de operação de sistemas, com base em Luanda.

O trabalho submarino é efectuado pela equipa de execução, a qual utiliza um veículo submarino operado remotamente (remotely operated underwater vehicle, ROV), controlado a partir do navio da Oceaneering, o Ocean Interaction 3, sob o olhar atento de Paul Martyniak e da sua equipa, que o monitorizam através de trans-missões de vídeo em tempo real, exibidas num grande ecrã. As operações da equipa incluem frequentemente intervenções delicadas a muitos milhares de metros abai-xo da superfície do oceano – e a muitos milhares de quilómetros de distância dos relvados de Sunbury.

CONCEPT DEVELOPMENT TEAM: Colin McGill, appraisal general manager GPS and Shan Morris, GPO estimating team lead, GPS.

(Not Pictured)Sunbury-based: Ina Honke, business advisor, business devel-opment AXA; Rob Coope, commercial advisor, B18/B31; James Magnus, senior estimator, GPS; Ismar Kaesbach, reservoir engineer, Reservoir Management; Giacomo Bacci, reservoir engineer, Reservoir Management; Kevin Hunn, lead subsea engineer, GSS; Seng Teo, lead pipeline engineer, GPO Angola; Laks Deol, PSCM category delivery lead (Egypt/Angola), GSH; Katya Bowker, PSCM GPO special projects, GSH; Kelly La Velle, project planner, GCD

Houston-based: Tammer Botros, lead concept development engineer, GCD; Astrid Carlson, operations engineer, GCD; John Murray, production systems engineer, Facilities Technology; Brian Walker, EPMS category lead, GCD

BP in the UK

St James’s Square, Central London is BP’s global headquarters which is home to more than 500 people, and accommo-dates board and executive management, together with the key corporate and bu-siness functions teams.

Canary Wharf, East London where 20 Canada Square is a purpose-built trading and financial office with state--of-the-art technology and facilities. It is one of the few trading environments in the world to operate a ‘thin-building’ design, whereby all major technology hardware, equipment and data storage is offsite, minimizing power usage and carbon emissions, and maximizing data protection.

Saltend Chemicals Park, Hull is home to some of BP’s most innovative and cutting-edge operations including the manufacture of acetic acid for a variety of products such as paints, adhesives and solvents. The BP Research and Technology

Centre, where new te-chnologies for producing petrochemicals are deve-loped, tested and piloted is also based here.

Swindon is the global headquarters of the BP lubricants business. Its products are sold all over the world and the BP technology team is res-ponsible for the research and development of new, safe and reliable lubrican-ts for automotive, marine, aviation and industrial use.

Pangbourne, just west of London, is the rural setting for Formulated Products Technology, the central hub of BP’s glo-bal network of technology centres that carry out pioneering research and deve-lopment of BP fuels and lubricants. The Centre boasts advanced performance testing facilities, and in addition to the Pangbourne site, BP has fuels and lu-bricants technology teams in Naperville

(US), Bochum (Germany) and Cape Town and Johannesburg (South Africa).

Milton Keynes is home to BP’s retail and fuels businesses. It supports around 1,200 BP service stations in the UK in addition to various fuel terminals strate-gically located throughout the country. More than 250 people are employed in areas such as marketing, merchandising, finance, HR, logistics, distribution and supply chain.

A BP no Reino Unido

St. James’s Square, No centro de Londres: é a lo-calização da sede mundial da BP, onde trabalham mais de 500 pessoas, incluindo a administração, a comissão executiva e as principais equipas do centro e das regiões.

Canary Wharf, Leste de Londres: onde o número 20

da Canada Square é um escritório comercial e financeiro que dispõe das mais modernas tecnologias e instalações. Constitui um dos poucos meios comerciais no mundo a operar em modo thin-building, ou seja, em que o armazenamento de equipa-mento e de dados é maioritariamente externo, minimizando o consumo de energia e as emissões de carbono e maximizando a protecção de dados.

Saltend Chemicals Park, Hull, alberga algumas das mais inovadoras operações da BP, incluindo a produção de ácido acético para diversos produtos, tais como tintas, adesivos e

solventes. É também aqui que se encontra o Centro de Pesqui-sa e Tecnologia da BP, onde as novas tecnologias de produção de petroquímicos são desenvolvidas, analisadas e postas à prova.

Swindon, é a localização da sede global do negócio de lubrifi-cantes da BP, cujos produtos são vendidos em todo o mundo. A equipa de tecnologia da BP é responsável pela investigação e desenvolvimento de lubrificantes novos, seguros e fiáveis para utilização automóvel, marítima, industrial e em aviação.

Pangbourne, a Oeste de Londres, é a envolvente rural da For-mulated Products Technology, o núcleo central da rede mundial de centros de tecnologia da BP, pioneiro na investigação e desenvolvimento dos combustíveis e lubrificantes da BP. Dis-põe de instalações inovadoras para a realização de testes de desempenho e, além de Pangbourne, a BP conta ainda com equipas dedicadas à tecnologia de combustíveis e lubrificantes em Naperville (Estados Unidos), Bochum (Alemanha), Cidade do Cabo e Joanesburgo (África do Sul).

Milton Keynes, têm aqui sede as actividades relativas ao co-mercialização de combustíveis da BP. Abastece cerca de 1200 estações de serviço da BP no Reino Unido e ainda diversos postos de abastecimento em todo o país, estrategicamente lo-calizados. Emprega mais de 250 trabalhadores, em áreas como comercialização, publicidade, finanças, recursos humanos, lo-gística, distribuição e cadeia de abastecimento.

SUBSEA OPERATIONS TEAM from the left: Tim Elwyn, Andrew Humphrey, Leah Regel, Euan Davidson, Paul Martyniak, Joss Coupier, Daly Lasebikau, Matt Doherty, Steve Evans, Jaana Kiuvikki

Page 14: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

24 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 25

É impossível antecipar todos os po-tenciais problemas decorrentes da perfuração de um poço. No entanto, com criatividade e coragem, os en-genheiros da BP trabalharam numa nova abordagem para alcançarem um resultado positivo

Quando o poço de petróleo PA-PA, situado no campo Plutão do bloco PSVM, entrou em

produção, a equipa de desenvolvimento de res-ervatórios concluiu que o volume de gás produz-ido era demasiado alto, causando um prejuízo de 2 mil barris de petróleo por dia (bpd) na produção geral do PSVM, pelo que acabou por ser encer-rado.

Após um breve estudo técnico, a equipa pro-pôs uma solução para reabrir o PA-PA, ainda que com a condicionante de ter que reduzir temporariamente a produção total de petróleo. Prevendo que a maior parte do gás indesejado

Despressurização do gás de cobertura seria removida em poucos meses, acreditou que o PA-PA se tornaria um dos melhores produtores do PSVM – o que seria crucial para atin-gir a sua meta de produção para 2017.

A previsão inicial para a produção do poço correspondia a um valor de entre 15 mil a 20 mil bpd, com uma relação gás-petróleo (gas-oil ratio, GOR) de 1 mil pés cúbicos padrão por barril de petróleo (scf/STB). No entanto, durante a perfuração, a equipa encontrou inespe-radamente uma “tampa de gás” secundária (também conhecido por gás de cobertura – que está sobreposto e em contacto com o petróleo bruto) que continha entre 2 a 6 mil milhões de pés cúbicos de gás, pelo que o poço produzia apenas 4 mil bpd, com um GOR altíssimo, correspondente a 9 mil scf/STB. Por razões técnicas, a situação reve-lava-se incompatível com os restantes poços do PSVM, pois limitava a capacidade de compressão de gás.

Uma análise detalhada dos dados de produção iniciais levou as equipas de base e de gestão de reservatórios a concluir que despres-surizar o gás de cobertura (processo conhecido como gas blowdown) levaria entre 3 a 9 meses e resultaria num atraso na produção de 1.000-2.000 bpd. Este prejuízo a curto prazo seria contrabalançado pelo valor criado a longo prazo, já que a produção do poço aumentaria, de 4.000 bdp, para, no mínimo, 10 mil bpd.

Devido aos atrasos previstos na produção, a equipa de gestão de poços teve um envolvimento extenso com as equipas responsáveis pelas operações e pelo desenvolvimento de reservatórios, tentando convencê-las que esta seria a melhor estratégia.

Para despressurizar o gás, seria necessário abrir o gasoduto da An-gola LNG e encerrar o outro poço produtor de grandes quantidades de gás no campo Saturno Alpha, o SA-PA, de forma a permitir a ex-portação do gás indesejado do PA-PA, reduzindo assim o tamanho da “tampa de gás” e atingindo a meta de produção prevista.

Quando a operação teve início, em Dezembro de 2016, a média de produção era de 25 mil bpd, com um GOR de 9 milscf/STB, o que resultava num prejuízo na produção do PSVM de 2 mil bpd.

Os atrasos continuados na produção, causados pelos limites na ca-pacidade de manuseamento de gás, trouxeram desafios, tanto durante as operações do PSVM como nas relações com a Sonangol. No entan-to, graças ao seu envolvimento atempado e à partilha de dados com as partes interessadas, a equipa de gestão de poços ultrapassou os desafios e prosseguiu com a estratégia de despressurização de gás.

A operação foi concluída, com sucesso, em apenas 10 semanas, a média de produção de petróleo aumentou, de 2.000l bpd, para 18.000 bdp, e o GOR diminuiu, passando de 9 mil para 1.500 scf/STB. O be-nefício líquido na produção global do PSVM equivaleu a 6 mil bdp e a produção total cresceu, de 160 mil bpd em Janeiro, para 166 mil bdp em Março, superando as metas de produção para o referido período.

O PA-PA produz actualmente 19 mil bpd de forma consistente, sendo o poço que mais produz no campo Plutão.

A solução tecnológica escolhida para enfrentar o problema do PA-PA não era, de modo algum, um dado adquirido. Contudo, a convicção das equipas nos dados que recolheu e a coragem que demonstraram ao levar a cabo a sua decisão produziram um resultado favorável e significativo.

When oil production was started in the PA-PA well in the PSVM Plutao field, the Reservoir Development team

realized that the volume of gas production was too high and shut down the well because it was causing 2 thousand barrels per day(mpd) of oil deferrals (loss of production) to the overall PSVM production system.

The team had a courageous technical discussion and proposed a way to bring PA-PA back online, despite having to temporarily reduce total oil flow, with the view that in a few months most of the unwanted gas would be removed – and PA-PA would become one of PSVM’s best producers and crucial to delivering its 2017 production promise.

The initial well forecast had envisioned oil production in

the range of 15-20mbd with a gas-to-oil ratio (GOR) of 1,000 standard cubic feet per barrel (scf/stb) of oil. However, dur-ing drilling, an unexpected secondary gas cap containing some 2-6 billion cubic feet (bcf) of gas was encountered, and the well was therefore only producing around 4mbd, with a very high GOR of 9,000scf/stb. For technical reasons, this was incompatible with other wells in Plutao flowline because it limited plant gas compression capacity.

The detailed analysis of the initial production data by the base and reservoir management teams concluded that to release the gas from the gas cap (known as a gas blow-down) would, in the short term take 3–9 months with oil production deferrals of between 1-2mbd. This short term loss would be balanced by value generated in the long term, with the well’s oil rate increasing from 4mbd to at least 10mbd.

Because of the expected production deferrals, the Base Management team was involved in extensive engagement with the BP Angola Operations and Reservoir Development leadership teams to convince them of this strategy.

For success, the gas blowdown required to have the Angola LNG gas pipeline open and to shut down the other high gas producer well (SA-PA) in the Saturno Alpha field, to allow PA-PA to export the unwanted gas in order to reduce the gas cap size, and achieve the desired oil-rate benefit.

When the blowdown operation started in December 2016, the initial oil rate was 2.5mbd with a GOR of 9,000scf/stb,

-355

0 -3

500

-345

0 -3

400

-335

0 -3

300

-325

0 -3

200

-315

0 -3

100

-305

0 -3

000

-295

0

Highest PA70 offtake point 3240m TVDss at PA-PC

(out of section)

Highest PA55 offtake point 3341m TVDss at PA-PC

(out of section)

Fault

200m

Main bounding fault

PA-PA

PA70

PA67

PA65

PA60PA55PA50

OOWC

Lower reservoir Attic oil

Upper reservoir Attic oil

N SKEY

Potential gas Oil Water below OOWC

Gas Cap BlowdownIt is never possible to anticipate every problem when drilling a well, but using ingenuity and courage, BP engineers try a new approach to deliver a positive outcome

creating a 2mbd production deferral for PSVM.

Continued production deferral caused by the gas handling capacity limits contributed to several challenges with PSVM Operations and Sonangol. But the Base Management team overcame these by timely engagement and sharing data with stakeholders – and continued with the gas blowdown strategy.

The operation was successfully completed in just 10 weeks, and the oil rate increased from 2mbd to 18mbd while the GOR decreased from 9,000scf/stb to 1,500scf/stb. The net benefit to the PSVM overall oil rate was 6mbd, and the plant’s total oil rate rose from 160mbd in January to 166mbd in March, pushing PSVM ahead of production targets for the period.

Currently, the PA-PA well continues to pro-duce at a constant rate of 19mbd and is now the best well in the Plutao field.

The technological solution to the PA-PA problem was by no means a foregone conclu-sion, but the conviction of the teams, backed by their courage in pressing their judgement and data brought in a bold and satisfactory result.

LIFE AT SEA / VIDA NO MAR

Page 15: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

26 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 27

ONE TEAM / ESPÍRITO DE EQUIPA

Claire Palmer’s journey with BP began as a temporary contractor

on a two-week placement in October 2004. Some 12 years later, she is still in the same place – but with greater seniority, considerable responsibility – and vastly wider experience.

Claire took media studies at col-lege and obviously had eyes on a different career, but on return from her post-college holiday, she found her mother had booked an interview for her with BP at Sunbury.

She began on a two-week place-ment as a data coordinator to support the team managing the medical plan for rotators (staff who alternate regu-larly between home and foreign sites), expatriates and their families. At the time the detailed administration for the international mobility (IM) function was outsourced, so the in-house BP team was relatively small.

The scope of IM involves everything to do with the physical and practical arrangements to move

Por trás da denominação, um tanto seca e árida desta função, encontra-se um mundo em que é necessária uma especial atenção ao detalhe para saber deslocar os trabalhadores e as suas famílias para um novo local de trabalho, e uma sensibilidade e inteligência emocional capaz de compreender a pressão e a incerteza que uma mudança para um país e um ambiente muito estranho pode envolver

A carreira de Claire Palmer na BP começou como contratada por um período de duas semanas, em Outubro de 2004. Cerca de 12 anos

depois, continua no mesmo lugar – mas com um nível hierárquico e re-sponsabilidade mais elevada – e uma experiência muito maior.

Claire estudou comunicação social na universidade, e, obviamente, tinha imaginado uma carreira diferente. No entanto, um dia ao regres-sar a casa das suas férias pós-universitárias, descobriu que a sua mãe tinha agendado uma entrevista na BP em Sunbury.

Ela começou com uma colocação de 2 semanas como coordenadora de dados, apoiando a equipa responsável por gerir o plano médico des-tinado a pessoal que trabalha em rotação (funcionários que trabalham alternadamente entre o seu país e o estrangeiro), expatriados e suas famílias. Na altura, a gestão da mobilidade internacional (MI) era terceiri-zada, pelo que a equipa interna de BP era relativamente pequena.

As funções da equipa de MI envolvem a gestão de todas as acti-vidades relacionadas com a organização física e prática necessárias à deslocação eficiente de um trabalhador da BP de um país para outro. O processo pode começar com a obtenção de vistos, licença de tra-balho e toda a logística de viagem. Mas há aspectos mais complexos, tais como a hospedagem, as escolas e a adaptação a um país e a um ambiente social completamente novos, cuja gestão exige experiência e sensibilidade de quem esteja a tratar do assunto.

“Quando terminei o período experimental de duas semanas, já tinha começado a gostar de trabalhar na BP”, assegura Claire. “Perguntei então à agência se havia mais trabalhos na empresa – e quando levei o assunto à minha chefe, disse-me que já havia solicitado a minha per-manência e que, portanto, não precisava de ir à procura de outro lugar.

Passei os 12 meses seguintes a estudar o negócio de cima a baixo, antes de me ser oferecido um novo lugar como assistente na equipa de políticas. Foi uma função de que gostei imenso, já que descobri que era uma organizadora nata. Trabalhar numa forte equipa de cinco elementos foi espectacular!

Em Outubro de 2005, a função de MI deixou de ser terciarizada e passou a ser gerida internamente. Na sequência desta decisão, a em-presa nomeou um novo vice-presidente e uma equipa de trabalho. As minhas funções consistiam em dar apoio a essa equipa, que cresceu rapidamente, dos iniciais cinco elementos, para cerca de 60 colegas.

Mais tarde, em Agosto de 2008, passei a assessorar a equipa que geria todas as nomeações de expatriados dentro e fora do Reino Unido no sector da refinação e comercialização, apoiando-a no proces-samento de salários e no trabalho administrativo para contractos de expatriação que envolve todo o processo contractual.

Behind the dry title lies a world stretching from the fine focus on the detail required to move individuals and families to a new locations, to sensitivity on a human level that is able to appreciate the pressures and uncertainties a foreign, and often alien, environment can involve

Conselheira sénior de apoio ao cliente na área de mobilidade internacional

Claire PalmerInternational Mobility Senior Client Service Advisor

Page 16: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

28 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 29

a member of BP from one country to another. This may start with visas and work permits and the travel logistics. But more complex aspects like accommodation, schooling and acclima-tising to a completely new country and social environment, can require much experience and sensitivity to handle.

“When my two week placement came to an end, I had grown to like the company,” says Claire. “So I asked the agency if there were any more roles in BP – and when I approached my manager she told me she had already requested that I should remain, and didn’t need to look elsewhere.

I spent the next 12 months more thoroughly learning the business from the bottom up before I was offered my next role as assistant for the policy team. It was one I really enjoyed, as I dis-covered that I was a natural organiser, so the job running a five-strong team was great!

In October 2005 it was decided to bring the IM function in house, so a new vice-president and leadership team was appointed. My job was to support the whole team, which quickly grew to nearly 60 staff from the original five I was sup-porting.

In August 2008 my role changed to client services assistant supporting the team that managed all expatriate assignments into and out of the UK for the Downstream segment – sup-porting them with and payroll transactions and, administration for the expatriate assignments which involved the drafting of all the contractual paperwork.

It was a crucial phase of my career in which I learned a lot, and in September 2011 I was promoted to international mobility advisor with a brief to manage all assignees into and out of Angola. This was a time of rapid expansion in advance of preparations for the arrival of the new FPSO PSVM in Angolan waters – as well as other in-country expansion.

Early in 2012, I was lucky enough to be sent to Luanda first for a month to support the new IM team, and then for a second time for two months in August 2012 to give further support and training for the newly-appointed local team members.

Personally, this was such a great opportunity. As someone who had never travelled far from home, Africa was an exotic dream, and I soon gained a love for Angola as well as valuable experience of life and conditions that I have, ever since, been able to pass on to others.

This hands-on experience of life in Angola has proved such an important benefit when relocat-ing expatriate and families to Luanda, and I was able to see how to simplify processes and build

relationships with the IM and HR teams and the assignees I supported.

As part of my role I supported the Global Pro-jects Organisation, managing the assignments for the new FPSO PSVM. This was a great opportunity for me learn how BP Angola oper-ates and to support the team based in Angola with the high volume of new assignments com-ing into country. At that time we were handling more than 300 expatriates though there are fewer now.

I felt proud of the project and my contribution towards BP Angola, and I was also lucky enough to attend the First Oil celebrations when the FPSO came on stream in December 2012, which was a real honour.

I have enjoyed my time in Angola and sup-porting the Angola Region. I learnt so much and feel that my subsequent career has been suc-cessful, directly due to my time in Angola and supporting the region, and I really felt a part of the company.

In January 2014 I left the Angola Region to develop my experience in other areas of the Upstream business, moving to support the Iraq, Algeria, the North Sea and Russia businesses. I was promoted to senior IM advisor, and this role gave me great exposure and allowed me to build relationships across the globe with IM profes-sionals and colleagues in HR.

Then, in July 2016, – in addition to supporting Egypt, and Nigeria, in more recent times Kuwait and Abu Dhabi, I moved back to supporting the Angola business. It was an easy transition, because I felt that I’ d never really left as I still regularly connected with the international mobil-ity team in Luanda and, from a host perspective, supported employees from BP Angola on assignment to the UK. Having experienced life in Luanda proved to be a special bonus as I was able to anticipate how someone from there would feel having to settle here in the UK.

No day is the same, and I enjoy working as One Team together with my colleagues here in Sunbury and in the countries I support. We work together to move BP’s talent from one country to another as efficiently and happily as possible for those concerned, at the same time ensur-ing that we respect the host country laws and conventions – and keep the expatriates and their families safe.

I am proud to work for BP – but I often won-der: how did my mother’s intuition put me here? Thanks mum!”

Foi um período crucial na minha carreira em que aprendi muito. A 11 de Setembro de 2011, fui promovida a conselheira para a mobilidade internacional, com a missão de gerir todas as deslocações de trabalhadores para Angola e de regresso para o Reino Unido. Foi um tempo de rápido crescimento devido à preparação necessária para receber o novo FPSO PSVM em águas angolanas, para além de outras actividades igualmente em expansão no país.

No início de 2012, tive a sorte de ser enviada para Luanda, primeiro durante um mês para apoiar a nova equipa de MI e, uma segunda vez, durante dois meses, em Agosto de 2012, para dar formação e suporte complementar aos novos colegas desta área.

Pessoalmente, considero ter sido uma oportunidade ex-traordinária. Para quem nunca tinha viajado para fora do seu país, África era um sonho exótico; de sonho e eu ganhei rapidamente um amor especial por Angola. Estas estadias pro-porcionaram-me um conhecimento e uma experiência impar – que procuro agora passar a outros colegas.

Esta experiência real de vida naquele país é agora imensa-mente útil ao realocar expatriados e as suas famílias em Luanda. Aprendi a simplificar os processos e construí sólidos relaciona-mentos com os colegas do MI, dos recursos humanos (RH) e, naturalmente, com os próprios expatriados que apoiei.

Como parte das minhas funções, auxiliei a Organização de Projectos Globais, gerindo as colocações de pessoal do novo FPSO PSVM. Foi, uma vez mais, uma oportunidade única de compreender as operações da BP Angola e apoiar a equipa baseada no país, com um crescente número de nomeações. Nessa altura, realocámos mais de 300 expatriados, embora agora sejam menos.

Tenho orgulho em ter feito parte deste projecto e da minha

contribuição para a BP Angola. Tive também a felicidade de partici-par nas históricas celebrações de quando o FPSO produziu o seu primeiro barril, em Dezembro de 2012. Foi uma verdadeira honra!

Adorei a minha estadia e trabalho em Angola. Aprendi tanto! Aliás, considero que o sucesso da minha carreira deve-se muito aos tempos que passei em Angola e a trabalhar na região. Senti que fazia realmente parte da família BP.

Em Janeiro de 2014, deixei a região de Angola para aprofun-dar a minha experiência nas áreas de exploração e produção. Passei a apoiar as áreas de negócio do Iraque, Argélia, Mar do Norte e Rússia. Fui promovida a conselheira sénior, o que me proporcionou uma elevada exposição e facultou-me a possibi-lidade de construir relações profissionais, a nível global, com profissionais e colegas de MI e RH.

Em Julho de 2016, para além do apoio às equipas no Egipto e Nigéria, e, mais recentemente, Kuwait e Abu Dhabi, voltei a dar apoio a Angola. A transição foi fácil, pois confesso que nunca senti ter deixado verdadeiramente o país, até porque mantive o con-tacto com a equipa em Luanda e continuei a ajudar na integração dos angolanos nomeados para o Reino Unido. Na verdade, o facto de eu ter vivido e conhecido bem a realidade luandense deu-me competências e sensibilidade para melhor compreender o que sente um angolano ao chegar ao Reino Unido.

Nenhum dia é igual a outro. Gosto mesmo muito de trabalhar como Uma Equipa aqui em Sunbury e nos países que apoio. Trabalhamos juntos com a missão de deslocar os talentos da BP e as suas famílias de um país para o outro com a maior eficiên-cia, de forma a que se sintam felizes e vivam em segurança, ao mesmo tempo respeitando as leis e costumes locais.

Tenho orgulho em trabalhar para a BP. E pergunto-me muitas vezes: como é que a intuição da minha mãe me trouxe até aqui?

Obrigada mamã!

From the left: Janine Kok, HR client services advisor; Claire Palmer; Aliza Boyle, HR international mobility client relationship associate director and Jonathan Moore, HR international mobility senior payroll advisor

“Early in 2012, I was lucky

enough to be sent to Luanda

first for a month to support the new IM team, and then for a

second time for two months in

August 2012 to give further support and

training for the newly-appointed team members”

“No início de 2012, tive a sorte de ser enviada para Luanda,

primeiro durante um mês para apoiar a nova

equipa de MI e, uma segunda vez, durante dois meses, em Agosto

de 2012, para dar formação

e suporte complementar

aos novos colegas desta

área”

Page 17: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

30 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 31

Swords into PloughsharesConceived to recycle scrap from military hardware, railroad and shipwrecks, this enterprise saves foreign exchange by providing raw materials for construction, as well as regenerating the local community

Having relied primarily on oil and gas for the past 40 years to finance growth and development, Angola is turning to a less natural resource to boost and diversify its

economy: the exploitation of the huge amount of scrap metal scattered around the country – the rusting remnants of the military armaments left behind from the war of independence and the 20-year civil conflict that followed.

Decommissioned tanks, destroyed railroads, shipwrecks, bridges and assorted infrastructure, which have littered the conflict zones, are now being collected for a new use.

With this previously overlooked raw material so close at hand, one of the largest private investment companies in Central and West Africa, the Luanda-based K2L Capital, has invested $300 million in the construction and launch of Aceria

de Angola (ADA), a state-of-the-art steel mill, the first plant of its kind in the region.

Situated in Barra de Dande, just 40kms north of Luanda, the mill is procuring the wartime metal, melting it down and transforming it into steel billet, rebars and wire rod for the construction industry.

ADA’s production presages an innovative form of diversification away from oil and gas that will stimulate the country’s industrial development and set an example for private investment.

The founder, chairman and chief executive of K2L Capital is Georges Choucair, a Senegalese of French descent, who left his native country 24 years ago to settle in Angola as a busi-nessmen and entrepreneur at a time when the country was still politically unstable.

He sensed that Angola had the potential to be one of the great African economies, and despite a very uncomfortable environment for a foreigner at the time, Mr Choucair decided to stay.

In 2003 he began importing steel to Angola from Europe and Brazil. Six years later, when a crisis in the availability of raw materials caused a huge increase in costs, it dawned on him that the wartime scrap metal scattered around the coun-try was awaiting exploitation.

After carrying out detailed research at some of the world’s biggest mills, and 18 months negotiating with the Angolan government, he instigated the project – one of the country’s few industrial initiatives of this size.

The Multilateral Investment Guarantee Agency (the politi-cal risk insurance and credit enhancement arm of the World

Após depender maioritariamente da indústria do petróleo e gás nos últimos 40 anos, como forma de financiar o seu desenvolvimento, Angola está agora a usar recursos

menos naturais para impulsionar e diversificar a sua economia, focando-se na exploração da enorme quantidade de sucata es-palhada pelo país – restos enferrujados dos armamentos mili-tares deixados para trás depois da guerra de independência e dos 20 anos de conflito civil que se seguiram.

Destroços de tanques desmantelados, de caminhos de ferro, de pontes e infra-estruturas variadas, espalhados pelas antigas zonas de conflito, são agora recolhidos para serem reutilizados.

Com este recurso, anteriormente negligenciado à mão de semear, uma das maiores empresas de investimento pri-vado da África Central e Ocidental, a K2L Capital, com sede em Luanda, investiu 300 milhões de dólares na construção e

lançamento da fábrica siderúrgica Aceria de Angola (ADA) – a primeira unidade do género na região.

Situada na Barra do Dande, 40 quilómetros a norte de Luan-da, a fábrica obtém o metal do tempo da guerra, funde-o e transforma-o em barras de aço, vergalhões e fio-máquina, des-tinados à indústria da construção.

A produção da ADA pressagia uma diversificação inovadora alternativa ao petróleo e do gás com capacidade de impulsio-nar o desenvolvimento industrial do país e servir de exemplo ao investimento privado.

O fundador, presidente e director executivo da K2L Capital, Georges Choucair, senegalês de descendência francesa, dei-xou o seu país há 24 anos e estabeleceu-se em Angola como empresário, numa altura em que o país ainda se encontrava politicamente instável.

Previu que Angola tinha potencial para ser uma das grandes economias africanas, pelo que decidiu permanecer no país, apesar de, na época, este apresentar uma conjuntura pouco confortável para um estrangeiro.

Em 2003, começou a dedicar-se à importação e distribuição de aço para Angola, vindo da Europa e do Brasil. No entanto, seis anos mais tarde, quando uma crise na disponibilidade de matérias-primas causou um enorme aumento de custos, aper-cebeu-se da oportunidade de exploração que a sucata metálica dos tempos da guerra, espalhada por todo o país, apresentava.

Transformar espadas em charruasConcebida para reciclar sucata proveniente do exército, dos caminhos de ferro e navios naufragados, esta empresa economiza divisas fornecendo valiosas matérias-primas para a construção e revitalizando a comunidade local

Page 18: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

32 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 33

Bank) supported the plant’s construction and operation with an investment guarantee of $70 million.

Noureddin Ennaboulsi, the agency’s senior underwriter who led the team on the project, complimented K2L Capital for its vision in initiating a development project that could assist Angola to diversify its economy. He pointed out that it would reduce the need for imports, saving an estimated $200 – $300 million in foreign currency reserves, ease pressure on govern-ment finances and the kwanza exchange rate.

The ADA steel mill marked its first anniversary of production at a time when the world was experiencing a glut of steel pro-duction, exacerbated by China’s economic slowdown and its dumping of home-produced steel on the international market.

K2L Capital, the ADA mill owners, believed that the com-bination of the availability of the scrap metal – enough to last several years – and the mill’s low-cost energy give it an advan-tage unavailable elsewhere.

Apart from the oil and gas industry, the construction and infrastructure sectors are the Angola’s fastest growing busi-nesses with an estimated forecast of nearly 6% growth, and production of close to 43.1 million tonnes this year, despite the global downturn in demand. So Choucair continues to move forward despite the oil price drop that has put Angola in reces-sion since early 2015.

Looking to the future the ADA mill aims to produce steel from local sources of iron ore, and K2L Capital believes Angola could become a hub for steel production in the region, supply-ing the Democratic Republic of Congo, Congo Brazzaville and Zambia as well as the local market.

Under Mr Choucair’s direction and in close liaison with the Angolan government, the ADA mill has adopted European stan-dards of production, giving it a further advantage over imported steel. The Ministry of Industry served as a coordinator at gov-ernment level to alleviate the high levels of bureaucracy, and the Ministry of Energy also assisted by finding a solution to channel the energy needed for the plant.

In 2013/2014 Angola imported about 300,000 tonnes of steel rebar. Now, as one of the most modern steel plants in Africa, ADA will initially be able to produce 250,000 tons of steel per year.

With further investment, its eventual target is to produce between 1 million and 1.5 million tonnes a year, making the country completely self-sufficient in steel by 2019 and saving an estimated €267.57 million in foreign currency annually.

As a bonus, construction of the ADA steel mill has already transformed the undeveloped fishing and agricultural village of Barra de Dande and the surrounding area by bringing in elec-tricity and water supply to the community.

The mill has created 600 direct jobs and a further 3,000 indirect jobs for local people and throughout the country, who had previously relied on subsistence farming. This has necessi-tated the construction of a training centre and health facilities for employees.

As well as a hostel and new restaurants, the Portuguese construction group, Soares da Costa recently opened a con-crete factory nearby, which at first supplied the ADA mill with its requirements during construction but now distributes con-crete to the whole region.

Mr Choucair and his team regard the economic, social and developmental potential of this project as unparalleled. It offers the opportunity to diversify the Angolan economy, by helping the local community and bringing hope and a steady income to thousands of people. The community around the factory now has access to clean water, a training centre, health centre and electricity.

Mr Choucair is a firm believer in Africa’s potential in that although it lacks many of the advantages enjoyed by Ameri-cans, Europeans and Asians, its people are capable of working twice as hard and are just as capable as the rest of the interna-tional community.

He believes the development of the African continent can only come from wealth creation by its citizens, sustainable industrial investment and utilization of its resources by creating added value.

The steel industry, he says, is an essential sector in infra-structure development that can contribute significantly to Angola’s sustainable growth and poverty reduction.

Após uma investigação detalhada em algumas das maiores fábricas de aço do mundo e 18 meses de negociações com o Governo angolano, deu início ao projecto – uma das poucas iniciativas industriais desta dimensão no país.

A Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (o braço de seguros de risco político e melhoria do risco de crédito do Banco Mundial) apoiou a construção e operação da fábrica com uma garantia de investimento de 70 milhões de dólares.

Noureddin Ennaboulsi, o segurador da agência, liderou a equipa do projecto e enalteceu a K2L Capital pela sua visão ao criar um projecto inteligente e ponderado que, segundo afir-mou, contribuiria para a diversificação da economia de Angola. Salientou que reduzirá a necessidade de importações, o que se estima que poupará entre 200 e 300 milhões de dólares em reservas de divisas estrangeiras, aliviando a pressão sobre as finanças governamentais e taxa de câmbio do Kwanza.

A fábrica de aço da ADA celebrou o seu primeiro aniversário de produção em Dezembro do ano passado, numa altura em que o mundo atravessava um período de excesso de produção de aço, exacerbado pela desaceleração económica na China e pelo des-pejo da sua produção doméstica de aço no mercado internacional.

No entanto, a K2L Capital, proprietária da ADA, acreditou que a disponibilidade de sucata – suficiente para durar vários anos – e o baixo custo da energia em Angola eram vantagens únicas que não se encontravam disponíveis noutros locais.

Para além das indústrias do petróleo e gás, os sectores da construção e infraestrutura constituem as áreas de negócio de mais rápido crescimento do país e da região, com um cresci-mento estimado de 6% e uma produção equivalente a perto de 43.1 milhões de toneladas este ano, apesar da desaceleração da procura a nível mundial. Assim, não obstante a queda do preço do petróleo que originou a recessão em Angola, no início de 2015, Choucair mantém-se firme.

No futuro, a fábrica pretende produzir aço a partir de fontes locais de minério de ferro. A K2L Capital acredita que Angola poderá tornar-se um polo regional de produção de aço, abaste-cendo a República Democrática do Congo, o Congo Brazzaville e a Zâmbia, para além do mercado doméstico.

Sob a direcção de Choucair, e em estreita ligação com o Go-verno angolano, a fábrica da ADA adoptou normas europeias de produção, conferindo-lhe uma vantagem adicional sobre o aço importado. O Ministério da Indústria serviu como coordenador ao nível governamental, aliviando os altos níveis de burocracia, e o Ministério da Energia encontrou uma solução viável para canalizar a energia necessária para a fábrica.

Entre 2013 e 2014, Angola importou cerca de 300 mil to-neladas de varões nervurados. Agora, sendo uma das mais modernas fábricas de aço em África, a ADA produzirá, inicial-mente, 250.000 toneladas de aço por ano.

O seu objectivo é que, com mais investimentos, produza entre 1 e 1.5 milhões de toneladas, tornando o país completa-mente auto-suficiente em aço até 2019 e poupando um valor estimado de 267.57 milhões de euros em divisas estrangeiras por ano.

A construção da fábrica da ADA transformou o subdesenvolvi-do município piscatório e agropecuário da Barra do Dande e seus arredores, fornecendo energia eléctrica e água à comunidade.

A fábrica já criou 600 postos de trabalho directos e 3.000

indirectos na comunidade local (e no país), que, anteriormente, dependia principalmente da agricultura de subsistência, tendo sido necessária a construção de um centro de formação e uma unidade de saúde para os funcionários.

Além de uma pousada e de novos restaurantes, foi tam-bém inaugurada recentemente uma fábrica de cimento que, de início, abastecia a ADA, satisfazendo as suas necessidades du-rante a construção, e agora distribui cimento por toda a região.

Georges Choucair e a sua equipa consideram inigualável o potencial económico, social e de desenvolvimento do projec-to que oferece a oportunidade de diversificar a economia de Angola, revitalizando as comunidades e trazendo esperança e um rendimento regular a milhares de angolanos. A comunidade que circunda a fábrica tem agora acesso a água potável, um centro de formação, uma unidade de saúde e energia eléctrica.

O director executivo acredita profundamente no potencial de África e que, apesar de o continente não possuir muitas das vantagens de que os americanos, europeus e asiáticos desfru-tam, as suas populações mostram a capacidade de trabalhar o dobro e que são tão capazes quanto o resto da comunidade internacional.

É da opinião que o desenvolvimento do continente africano apenas pode resultar da criação de riqueza por parte dos seus cidadãos, de investimentos industriais sustentáveis e da utiliza-ção de recursos com vista a criar valor acrescentado.

Segundo afirma, a indústria siderúrgica constitui um sector fundamental no desenvolvimento de infraestruturas e pode contribuir significativamente para o crescimento sustentável e a redução da pobreza em Angola.

Under Mr Choucair’s direction and in close liaison with the Angolan government, the ADA mill has adopted European standards of production, giving it a further advantage over imported steel

Georges Choucair, founder, chairman and chief executive, K2L Capital

“ Sendo uma mulher entre tantos homens é louvável e não é fácil. Se eu dissesse que é fácil estaria a mentir. Com força, determinação e dedicação consigo trabalhar com eles. Sinto-me muito satisfeita em trabalhar aqui e sinto-me

muito integrada”ESPERANÇA DA FONSECA

s

Page 19: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

34 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 35

Fusion of Europe & IndiaIn the family of Portuguese-speaking territories, Goa is more a second-cousin, but it has indelible connections with its heritage – and a shrewd eye on its future

Goa It is not affiliated to the Community of Portuguese Language Countries, which links nine sovereign Lusophone states plus Macao. Yet Goa was ruled by the Portuguese for 450 years – a 100 years longer than British rule in India – and thus has a strong Lusophone identity.

In cultural and social matters, architecture, cuisine and many other elements, Goa differs markedly from India as a whole. Unlike the rest of the country for example, football, rather than cricket, is the most popular sport.

Goan food can be divided into Goan Catholic and Goan Hindu cuisine with each showing very distinct tastes, charac-teristics, and cooking styles. But both are strongly influenced by Portuguese cuisine.

Situated half way down the west coast of the subcontinent, Goa is 8,000kms from Portugal. But Portuguese pioneers settled there in 1510, some 70

years before the Portuguese established their first set-tlement in Africa.

After India gained independence from the British in 1947, the Delhi government requested that Goa be ceded to

India. But Portugal refused and Lisbon went on to rule the terri-tory until it was unilaterally annexed by India in December 1961.

As a result of the difference in their colonial histories, the Indian National Congress was unable to achieve electoral suc-cess in Goa during the first two decades that followed Goa’s incorporation into the Indian federation. Instead, the state was dominated by the communal politics of the Maharashtrawadi Gomantak Party (MGP) which achieved power in 1963 and retained it until 1979.

The party has its base amongst non-Brahmin Hindus, a group that make up a large section of the poorer half of the Goan society, and was particularly deprived during Portuguese rule in Goa.

In 2012, the MGP withdrew its support from the Con-gress-led coalition government and entered into a pre-poll agreement with right-wing Hindu Bharatiya Janata Party (BJP).

The latest election for the 40-member Assembly was held on February 4, with a three-way contest between the ruling BJP, the Congress Party and the Aam Aadmi Party (AAP), recently formed from an anti-corruption movement. The BJP was victorious with the support of the MGP and the Goa For-ward Party.

With a land area of just over 3,700sq.kms, Goa is the

Fusão entre a Europa e a Índia No que toca ao grau de parentesco entre os territórios lusófonos, Goa pode ser considerado um primo afastado, mas mantém uma ligação indelével com o seu legado e vê nela uma oportunidade para o futuro

Goa não integra a Comunidade dos Países de Língua Portu-guesa (CPLP), a qual agrega nove países lusófonos soberanos e Macau. Não obstante, Goa foi governada pelos portugueses durante 450 anos – mais 100 do que o domínio britânico na Índia – tendo, por isso, uma forte identidade lusófona.

Em termos culturais, sociais, arquitectónicos e gastronómi-cos, entre muitos outros elementos, Goa distingue-se bastante da Índia como um todo. Por exemplo, ao contrário do resto do país, é o futebol, e não o críquete, o desporto mais popular.

A gastronomia goesa pode ser dividida entre a cozinha goesa católica e a goesa hindu, sendo que a cada uma estão inerentes sabores, características e formas de cozinhar distin-tas. Apesar disso, ambas são fortemente influenciadas pela

gastronomia portuguesa.Situada a meio da costa ocidental do subcontinente indiano,

Goa fica a 8.000 quilómetros de Portugal, o que não impediu os pioneiros portugueses de se estabelecerem no local em 1510, cerca de 70 anos antes de se estabelecerem em África pela primeira vez.

Após a independência da Índia do domínio britânico, em 1947, o governo indiano, sediado em Deli, solicitou a cedência de Goa ao país. No entanto, Portugal recusou e Lisboa acabou por governar o território até este ser unilateralmente anexado pela Índia, em Dezembro de 1961.

Como resultado das diferenças no passado colonial dos ter-ritórios, o Congresso Nacional Indiano não conseguiu alcançar sucesso eleitoral em Goa durante as duas primeiras décadas após a incorporação de Goa na federação indiana. Em vez disso, a região era dominada pelas políticas comunalistas do Partido Maharashtrawadi Gomantak (MGP), que assumiu o poder em 1963 e o reteve até 1979.

A base do partido é composta por hindus não-brâmanes, um grupo que constitui uma grande parte da metade mais pobre da sociedade goesa e que foi particularmente afectado durante a governação portuguesa de Goa.

Em 2012, o MGP retirou o seu apoio do governo de coliga-ção, liderado pelo Congresso, e entrou num acordo pré-eleitoral com o Partido do Povo Indiano (BJP), hindu e de direita.

A mais recente eleição para a assembleia realizou-se a 4 de Fevereiro último, disputada entre o BJP, o partido governante, o Congresso e o Partido Aam Aadmi (AAP), recém-formado a partir de um movimento anticorrupção. Com o apoio do MGP e do Goa Forward Party, o BJP foi o vitorioso.

MEET THE FAMILY

INDIA

MEET THE FAMILY / CONHEÇA A FAMÍLIA

GOA

Page 20: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

36 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 37

smallest of India’s 25 states – little more than half the size of Cabinda and slightly smaller than Cape Verde – and has the fourth smallest population, a mere 1.8 million.

But it is the richest state, with a per-capita gross domes-tic product that is two-and-a-half times that of the nation as a whole, and is ranked as having the best quality of life in India.

Surrounded on three sides by the rest of India’s more than a billion residents, Goa is richly endowed with natural resources. The equatorial forest that covers much of eastern Goa has been compared with the Amazon and the Congo basins for its tropical diversity.

About 60% of Goans are Hindu, fewer than 10% are Mus-lim and there are also small minorities of Sikhs, Buddists and Jains. But, as a consequence of Portugal’s 450 year rule, more than a quarter of the population declare themselves to be Christians.

Throughout those four and a half cen-turies of colonial rule, Portuguese was Goa’s only official language. However, today, the language is spoken mostly only by those elderly people who were Portuguese-educated.

Some others speak a dialect of the local Marathi language sprinkled with Portuguese words. There is also said to be an increasing interest among Goans in learning Portuguese, with contests and social programmes to promote it.

Much of Goa’s Portugal’s colonial architecture has withstood the test of time.

Two of the state’s Unesco World Heritage Sites are Portu-guese era monuments: the churches and convents of Old Goa, the state’s original capital city, and, especially, the Bom Jesus Basilica, which contains the revered mortal remains of St Francis Xavier, one of the founders of the Roman Catholic Jesuit order.

He died in China in 1552 but his remains were returned to the Bom Jesus Basilica and still attract a huge number of tour-ists, Christian and non-Christian alike, from all over the world, especially during the public viewing of his body every ten years. The last occasion being in 2014.

Com uma área de cerca de 3.700 Km2, Goa é o mais pe-queno dos 25 estados da Índia – pouco mais de metade do tamanho de Cabinda e ligeiramente mais pequena do que Cabo Verde – e possui a quarta menor população, equivalente a ape-nas 1.8 milhões de habitantes.

É, no entanto, o estado mais rico, com um produto interno bruto per capita duas vezes e meia maior do que o do resto da nação, sendo ainda classificado como tendo a maior qualidade de vida na Índia.

Rodeada, em três lados, pelos mais de mil milhões de re-sidentes da Índia , Goa é rica em recursos naturais. A floresta equatorial, que cobre uma grande parte do leste de Goa, já foi comparada às bacias do Amazonas e do Congo, graças à sua diversidade tropical.

Cerca de 60% dos goeses são hindus, menos de 10% são muçulmanos e existem também pequenas comunidades de si-ques, budistas e jainistas. Ainda assim, como consequência do domínio português, que durou 450 anos, mais de um quarto da população declara-se cristã.

Ao longo desses quatro séculos e meio de império colonial, o português era a única língua oficial em Goa. Contudo, hoje em dia, a língua é maioritariamente falada pelos idosos, que foram educados pelos portugueses.

Alguns falam um dialecto de marati, língua local, salpica-do com palavras portuguesas. Considera-se que existe um interesse crescente, por parte dos goeses, em aprender portu-guês, que começa a ser promovido em concursos e programas sociais.

Grande parte do património português em Goa resistiu à prova do tempo.

Os dois locais em Goa elevados a Património Mundial da

UNESCO são monumentos da era portuguesa: as igrejas e conventos de Goa Velha, originalmente a capital oficial do es-tado; e, particularmente, a Basílica do Bom Jesus, na qual se encontram sepultados os reverenciados restos mortais de São Francisco Xavier, um dos fundadores da Ordem dos Jesuítas Católicos Romanos.

Apesar de ter falecido na China, em 1552, o seu corpo foi devolvido à Basílica do Bom Jesus, onde, ainda hoje, atrai um enorme número de turistas, tanto cristãos como não-cristãos, de todo o mundo, em particular durante a sua exibição pública, que acontece a cada dez anos. A última foi em 2014.

Em diversas partes de Goa ainda permanecem mansões construídas no estilo arquitectónico indo-português. Outras igrejas, mosteiros, capelas, fortalezas e estátuas em diversas partes de Goa, igualmente construídas no estilo arquitectónico

Hero of Goa & AngolaIt is not widely known that Angola

and Goa share a freedom-fighting hero dedicated to both their respective inde-pendence campaigns.

The man who, remarkably, played a significant role in both sagas was a Goan-born journalist, lawyer and political activist Pandurang Purushottam Shirodkar.

Shirodkar, who was born in 1916, first came to local prominence during the Indian struggle for independence from the British and Portuguese colonial rulers in the 1930s. Having studied Portuguese law, he worked as a journalist, holding senior positions on British India’s daily newspa-pers in Mumbai and Pune but chose to return to Goa to take a more active role in the fight for its liberation.

As the struggle became fiercer in the 1940s, he would steal arms and ammunition from the Portuguese storehouses in Goa to supply them to the militant nationalist groups. But in 1947 Shirodkar’s luck ran out.

He was arrested by the Portuguese authori-ties, tried by a military court and sentenced to 15 years imprisonment in exile.

He was deported to Angola – nearly 7,000kms from Goa – where he was detained by the Portuguese authorities at the Fort Rocadas military base in Xan-gongo on the banks of the Cunene River.

Back in Goa, two months after India gained its independence from the British, in his absence Shirodkar was elected pres-ident of Goa’s fledgling National Congress party. However although he was released from the Angolan prison prematurely in 1956, the Portuguese colonial authorities would not allow him to leave to return to his homeland.

He sustained himself by working again as a journalist and providing tuition classes for young Angolans. But he was still, at heart, a freedom fighter, so he threw himself into Angola’s struggle for indepen-dence and was eventually re-arrested by the Portuguese for “inciting” rebellion.

Then, in December 1961, India abruptly

ended Portuguese rule in Goa by unilat-erally annexing the territory and, in May 1962, Shirodkar was flown back to the land of his birth and lauded as one of the state’s most prominent freedom fighters.

By 1963, he was a prominent found-ing member of the political party which formed the newly liberated Goa’s first elected government and served as the state assembly’s speaker.

But Shirodkar never forgot his Afri-can experience. Decades later, he wrote an autobiography recalling the dramas of his freedom fighting life in which he proclaimed: “The people of Angola are so wonderful. If there is such a thing as rebirth, I would want to be reborn in Angola.”

“ The people of Angola are so wonderful. If there is such a thing as rebirth, I would want to be reborn in Angola.”

Herói de Goa e de AngolaSão poucos os que sabem que Angola

e Goa têm em comum um herói que se dedicou à luta pela a independência dos dois países.

O homem que desempenhou este notável e significativo papel nas referidas sagas foi um jornalista, advogado e acti-vista político de origem goesa, Pandurang Purushottam Shirodkar.

Shirodkar, nascido em 1916, começou por ganhar destaque a nível local, durante a luta da Índia pela independência dos colonos britânicos e portugueses nos anos 30. Tendo estudado direito português, tra-balhou como jornalista, ocupando cargos de grande responsabilidade em jornais diários da Índia britânica, em Mumbai e Pune, mas decidiu regressar a Goa para assumir uma posição mais activa na luta pela libertação da região.

Com o agravar das hostilidades na década de 40, começou a roubar armas e munições aos armazéns portugueses

em Goa e a fornecê-las aos grupos mili-tares nacionalistas. No entanto, em 1947, a sorte de Shirodkar acabou. Foi detido pelas autoridades portuguesas, julgado num tribunal militar e condenado a 15 anos de prisão e exílio.

Foi deportado para Angola, a quase 7.000 km de distância de Goa, onde foi detido pelas autoridades portuguesas na Fortaleza Roçada, uma base militar em Xangongo, nas margens do rio Cunene.

Dois meses após a Índia ter conseguido a sua independência dos britânicos, Shi-rodkar foi eleito, embora na sua ausência, presidente em pleno direito do Congresso Nacional de Goa. Contudo, apesar de ter sido libertado prematuramente da pri-são angolana em 1956, as autoridades coloniais portuguesas impediram-no de deixar o país e regressar à sua pátria.

Como sustento, voltou a trabalhar como jornalista e leccionou jovens ango-lanos. Ainda assim, no fundo, continuava a ser um combatente da liberdade, o que o levou a aderir à luta pela independência

de Angola, acabando por ser recapturado pelos portugueses por “incitar” à revolu-ção.

Então, em Dezembro de 1961, a Índia abruptamente pôs um fim ao domínio português em Goa através da anexa-ção unilateral do território, pelo que, em Maio de 1962, Shirodkar foi restituído à sua terra natal e distinguido como o mais proeminente combatente da liberdade do estado.

Em 1963, já se tinha tornado mem-bro fundador do partido político que liderou o primeiro governo eleito da recém- libertada Goa, servindo também como presidente da assembleia legislativa do estado.

Shirodkar nunca esqueceu a sua expe-riência em África. Décadas mais tarde, escreveu uma autobiografia relatando os dramas vividos no seu percurso como combatente da liberdade e proclamando: “O povo angolano é tão maravilhoso. Se o renascimento fosse possível, escolheria renascer em Angola”.

Mahalakshmi Temple (Mahalaxmi) Ponda, Goa

Page 21: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

38 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 39

In many parts of Goa, mansions constructed in the Indo- Portuguese architectural style still stand. There are other churches, monasteries, chapels, fortresses, mansions and statues in many parts of Goa constructed in the Indo-Portuguese style that reflects the state’s Portuguese colonial history and give Goa its cultural fusion of eastern and western culture.

Margão, the second largest city by population, and the com-mercial and cultural capital, has been particularly noted for still exhibiting the influences of the Portuguese merchants who first landed there in the early 16th century.

It is thanks to the Portuguese, that Goa had India’s earliest educational institutions. The colonial rulers set up seminaries for religious education and parish schools for elementary edu-cation. Founded in 1542 by Francis Xavier, Saint Paul’s College was a Jesuit school in Old Goa, which later became a college. St Paul’s was once the main Jesuit institution in the whole of Asia. It housed the first printing press in India and published the first books in 1556.

Modern medical education began in India in 1801 with reg-ular medical courses at the Royal and Military Hospital in the old City of Goa. Built in 1842 as the Escola Médico-Cirúrgica de Goa, the Goa Medical College continues to be one of Asia’s oldest medical institutions and has one of the oldest medical libraries (opened in 1845). It also houses the largest hospital in Goa and continues to provide medical training.

However, the state’s history extends even further back than the Portuguese period. It has rock art engravings trac-ing human life in India dating back at least 20,000 years and possibly 30,000 years. Archaeologists believe that early Goan society underwent radical change when Indo-Aryan and Dravid-ian migrants amalgamated with the aboriginal locals, forming the base of early Goan culture.

In the 3rd century BC the area was part of the Maurya empire, ruled by a Buddhist emperor whose followers laid the foundation of Buddhism in Goa. In later centuries, rulers patronised Jainism

and were followed by monarchs of the Vijayanagara empire. Then came the Shia Muslim Adil Shahi dynasty.

The Portuguese arrived in In 1510 when, with the help of a local ally, Timayya, they defeated the ruling Bijapur sultan, Yousuf Adil Shah, setting up a perma-nent settlement in Velha Goa and instigating Portuguese rule along much of the Indian subconti-nent’s western coast.

In 1661, however, Portu-gal handed over Bombay (now Mumbai) to the British East India Company.

Goa’s state capital is now Panaji, while the largest city is Vasco da Gama. But the cultural capital is Margão. The initial set-tlement of Margão grew from the site of a temple of a deity said to have been associated

with worshipers of the Lord Shiva, the third god in the Hindu triumvirate. But the temple was eventually demolished and replaced by the Christian Holy Spirit Church.

Over the years the western side of the church developed as a market place. The church feast is still celebrated before the monsoons, a time when the locals stock up with food in readi-ness for a prolonged rainy season.

Goa’s main agricultural crop is rice, followed by areca, cashew and coconut. The state is also rich in minerals and ores and mining is the second largest foreign currency earner.

Medium scale industries include the manufacturing of pesticides, fertilisers, tyres, tubes, footwear, chemicals, phar-maceuticals, wheat products, steel, fruit and fish canning, cashew nuts, textiles and brewery products.

But today the backbone of the economy is provided by Goa’s rich amalgamation of cultural and religious attractions and its beaches. The state draws international visitors from far and wide, accounting 12% of India’s international tourists. Most of them arrive in its winter season; while in summer – the rainy season – the state is a top destination for domestic tourists from the rest of India.

indo-português, também reflectem o seu passado colonial português e evidenciam a fusão cultural entre o ocidente e o oriente, que o caracterizam.

Margão, a segunda maior cidade, de acordo com o núme-ro de habitantes, é também a capital comercial e cultural do estado e é celebre por ainda exibir influências dos primeiros comerciantes portugueses que lá chegaram, no início do sé-culo XVI.

Foi graças aos portugueses que Goa beneficiou dos pri-meiros estabelecimentos de ensino da Índia. Os dirigentes coloniais estabeleceram seminários para formação religiosa e escolas paroquiais para o ensino básico. Fundado por Francisco Xavier em 1542, o Colégio de São Paulo era uma escola jesuíta em Goa Velha que, mais tarde, foi transformado numa facul-dade. O colégio foi, em tempos, a principal instituição jesuíta em toda a Ásia. Abrigou a primeira prensa móvel da Índia e publicou os seus primeiros livros em 1556.

A formação médica moderna no país teve início em 1801, com cursos de medicina regulares no Hospital Real Militar, em Goa. Construída em 1842, a Escola Médico-Cirúrgica de Goa continua a ser uma das instituições médicas mais antigas da Ásia e possui uma das mais antigas biblio-tecas médicas (que abriu em 1845). Alberga ainda o maior hospital de Goa e continua a proporcionar formação médica.

Contudo, a história do estado antece-de o período colonial português. Existem gravuras rupestres que indiciam presen-ça humana na Índia há pelo menos 20 mil anos, possivelmente há 30 mil. Os arqueó-logos acreditam que a antiga sociedade goesa sofreu mudanças radicais quando os emigrantes indo-arianos e dravidianos se juntaram com a população local, formando a base primordial da cultura goesa.

No século III a.C., a região fazia parte do

império Maurya, liderado por um imperador budista cujos se-guidores formaram a base do budismo em Goa. Séculos mais tarde, os dirigentes adoptaram o jainismo, uma postura reitera-da pelos monarcas do império Vijayanagara. Em seguida, veio a dinastia xiita Adil Xai.

Os portugueses chegaram em 1510. Com a ajuda de Ti-moja, um aliado local, derrotaram o sultão de Bijapur, Yousuf Adil Shah, e estabeleceram um colonato permanente em Goa Velha, instigando, desta forma, o domínio português de grande parte da costa ocidental do subcontinente indiano.

No entanto, em 1661, Portugal entregou Bombaím (a actual Mumbai) à Companhia Britânica das Índias Orientais.

Actualmente, a capital do estado de Goa é Panaji e a sua maior cidade é Vasco da Gama, embora a sua capital cultural seja Margão. A povoação inicial de Margão expandiu-se a partir do local de um templo associado aos devotos de Shiva, o ter-ceiro deus do triunvirato hindu. Porém, o templo acabou por ser demolido e substituído pela Igreja do Espírito Santo, uma igreja cristã.

Ao longo dos anos, um mercado desenvolveu-se no lado ocidental da igreja. A festa da igreja é ainda celebrada antes das monções, altura em que a população local se abastece de alimentos, preparando-se para uma estação de chuvas prolongada.

A principal cultura agrícola de Goa é o arroz, seguindo-se a areca, o caju e o côco. O estado é também rico em minerais e minérios, pelo que a mineração constitui a segunda maior fonte de moeda estrangeira.

As indústrias de média escala incluem a produção de pesti-cidas, fertilizantes, pneus, tubos, calçado, produtos químicos, farmacêuticos e de trigo, a laminação de aço, a produção de conservas de fruta e peixe, caju, têxteis e cerveja.

Hoje em dia, a economia de Goa assenta na sua combina-ção rica de atracções culturais e religiosas e nas suas praias. O estado atrai visitantes internacionais de toda a parte, sendo responsável por 12% do fluxo turístico internacional da Índia. A sua maioria viaja no inverno do país, ao passo que, no verão (a estação das chuvas), Goa é o destino de eleição para turistas domésticos, provenientes de toda a Índia.

Bom Jesus Basilica, which contains the revered mortal remains of St Francis Xavier, one of the founders of the Roman Catholic Jesuit order.

One of Goa’s Unesco World Heritage Sites – The Basilica of Bom Jesus, a famous landmark located in Old Goa (Velha Goa)

Today the backbone of the economy is provided by Goa’s rich amalgamation of cultural and religious attractions and its beaches

O Forte Aguada e o seu farol é um monumento por-tuguês bem preservado que data do século XVII

Page 22: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

40 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 41

The date is 20 March 1961. Inside the historic church of Camabatela, barricaded with sacks of

coffee from surrounding farms, the civilian population has sought refuge from the guerrilla force that has overrun this picturesque agricultural region of Kwanza Norte.

When the siege is over, there is a new member of the community: a baby girl born in the sacristy at the height of the battle, to the wife of a local coffee farmer. Her name: Liliana Amaro.

This baptism by fire was to prove the beginning of a journey from the once-prosperous rural environment, through pain and hardship to forge the character and quiet determination of a woman, who for much of post-Independence Angola has played a leading role in the promotion and development of commerce and local companies.

Even as the ominous clouds were gathering, Liliana Amaro spent most of her early childhood in northern Angola, first in Camabatela where she was the sec-ond youngest of six sisters, and then briefly in Uíge, before moving to Luanda in 1969.

Then, when the revolution finally exploded in Por-tugal on 25 April 1974, Liliana and her two youngest sisters reluctantly left Angola for Lisbon while her par-ents and the rest of the family stayed behind in Luanda.

“I spent just six months there, returning to Luanda before I had turned 15,” Liliana recalls. “It was a dif-ficult period – but for a young girl, exciting too. Most of my time was spent at Lisbon’s international airport assisting the Red Cross who were welcoming Portu-guese and others who were arriving from Angola, by now itself on the brink of Independence.

“Once back in Angola I lived with my parents, to attend the Mutu Ya Kevela High School [previously Salva-dor Correia High School].”

The classes were very undisciplined but Liliana, determined to benefit from the few educational opportunities on offer, set about bringing her class-mates into line so that the teacher could continue.

“At this time, while still at school, I met and fell in love with my future husband – and at 16 I was a mother for the first time. Three years after the birth of my son Ivan, my daughter Miriam arrived.

By now life was much more difficult: food was scarce, with much of the time spent queuing for what little was to be had – though it was carefully shared as equally and fairly as possible. Nevertheless, at the age of 18, for various reasons Liliana found herself unable to continue her studies, and her formal education was over.

“Obviously I could not go to university, so I turned to

Dia 20 de Março de 1961. Dentro da históri-ca igreja de Camabatela, barricada com

sacos de café das fazendas circundantes, a população civil encontra-se refugiada dos guerrilheiros que assumiram o comando da pitoresca região agrícola do Cuanza Norte.

Quando o cerco terminar, haverá um novo membro da comunidade: uma menina, nasci-da na sacristia, no auge da luta armada, filha da mulher de um fazendeiro de café da região. O seu nome: Liliana Amaro.

Este baptismo de fogo representaria o iní-cio de uma jornada que, tendo como ponto de partida um meio rural, outrora próspero, viria a forjar, através da dor e sofrimento, o carác-ter e a calma determinação de uma mulher que, durante grande parte do período pós-in-dependência de Angola, assumiu um papel predominante na promoção e desenvolvimen-to do comércio e de empresas locais.

Apesar da “tempestade” que se avizinha-va, Liliana Amaro passou a maior parte da sua infância no Norte de Angola. Sendo a segunda mais nova de seis irmãs, residiu em Camaba-tela durante os seus primeiros anos e, após uma breve passagem pelo Uíge, mudando-se para Luanda, em 1969.

Quando, finalmente, se deu a revolução em Portugal, a 25 de Abril de 1974, Liliana e as suas duas irmãs mais novas deixaram relutantemente Angola e rumaram a Lisboa. Os seus pais e o resto da família permanece-ram em Luanda.

“Passei apenas seis meses lá e regressei a Luanda antes de fazer 15 anos”, recorda Liliana. “Foi um período difícil – e também entusiasmante, particularmente para uma jovem. Passei a maior parte do meu tempo no aeroporto internacional de Lisboa, a ajudar a Cruz Vermelha a receber quem chegasse de Angola, que por esta altura estava à beira da independência.”

“Quando voltei para Angola, fui viver para casa dos meus pais e comecei a frequentar o Liceu Mutu Ya Kevela, [o anterior Liceu Salva-dor Correia]”.

As aulas eram bastante indisciplinadas. No entanto, dado que Liliana se encontrava determinada a tirar proveito das poucas opor-tunidades educacionais disponíveis, ajudava a professora a manter os seus colegas na ordem para que esta pudesse continuar a lição.

“Foi ainda na escola que conheci e me apaixonei por aquele que se tornaria meu ma-rido – e, aos 16 anos, fui mãe pela primeira vez. Três anos depois do nascimento do meu filho Ivan, nasceu a minha filha Miriam.”

Por essa altura, a vida começava a tornar-se

The girl from / A menina de Na sua vida, que acompanha praticamente a história recente de Angola, Liliana Amaro juntou a sua paixão à carreira, dedicando-se ao desenvolvimento do comércio e da integridade profissional

In a life that is almost a timeline of modern Angola, Liliana Amaro’s passion and work has been dedicated to the development of commerce and professional integrity

CamabatelaPROFILE / PERFIL

Page 23: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

42 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 43

what I could do,” she says. “I realised that many of the most successful people had not had a full education. Life is about making the most of what you do have, to achieve your goals.”

Not that Liliana really knew what these goals were at this point. But already, she was a quick learner and a compulsive networker – with an eye for detail, especially where financial and legal matters were concerned.

Four months after joining a special course at the Alliance Française de Luanda, she was fluent in French and joined a primary school, teaching French to pupils of all nationalities.

Then, armed with the experience and fluency in French and a basic secretarial qualification, she applied for a job with SGS – world leaders in certification, inspection and verification – from which, over the next six years, she steadily rose to become deputy manager for the Angola office.

“The job with SGS really worked for me,” says Liliana. “If things had been different I think I would have wanted to become a lawyer because I have a forensic eye for details, which was a perfect fit in this role.”

But there was more to Liliana than that. Thanks to her vivacious personality resourcefulness, a facility for social interaction – and strong independent views – she easily made friends across the political and business spectrum, at a time when the spirit of sharing was of special value and relevance.

This provided the foundation for the next phase in her life in which she was invited to open the representative office of the Equator Bank in Angola, and when it was taken over by HSBC, Liliana closed Equator and registered with HSBC.

The hallmark of her 14 years with this world super-bank, during which she became vice-president and general manager, was her grasp of detail and above all her reputation for uncom-promising integrity. Both were vital and much respected in the hothouse of financial wheeling and dealing of the time.

“I have never applied for promotion in either SGS or the bank, I have always been invited,” she explains. “And right from the beginning I have always been clear that I run a gold-standard business to impeccable standards – sometimes to the sur-prise of those who were expecting otherwise.”

On meeting Liliana, who looks a fraction of her age, this – and her complete political and intellectual honesty, rapidly becomes apparent, as does her warmth and charm.

It is what has built her circle of contacts and friends in and out of business – and fitted her perfectly for the role of director of the US Angola

Chamber of Commerce, a post she has held for 15 years with a short break.

With a steady succession of gala dinners, lunches, round-table workshops and the hosting of influential visitors, this high-profile role has tested her organisational skills to the full – all with that unwavering eye for detail. But even this was not enough.

“My work with the Chamber was focused on attracting foreign investment to develop our country, and increasingly I came to feel that this required me to do the same,” she says. “So, with my son who is an information technology expert, we started Menshen – an IT company 100% fam-ily owned and 100% Angolan staffed.

“Menshen is now a Microsoft Gold Partner and we hold nine awards from the international software giant, including a Certificate of Excellence for outstanding performance and participation in the Angola LNG IT/IM infra-structure project – the first and sole case study with worldwide visibility published by Microsoft for a project implemented in Angola,” she adds.

“But for me perhaps the best part of Menshen is the grow-ing family who have worked for us and who we have trained, and who now hold key positions with many of Angola’s lead-ing businesses.”

Angola’s recent past has brought frustrations, setbacks, weary disillusion and tragedy to many families, so another part of Liliana’s life involves an active role in the Lwini Foundation set up in memory of Princess Diana’s visit to the Huambo conflict zone.

The First Lady of Angola’s charity, previously for the civilian victims of landmines has now broadened its role to work on behalf of rural women and children with special needs.

For the girl, who as an infant was first bathed in a church font, this journey shows what passion, hard work, self-belief and love of country can achieve.

“I was born and raised in Angola, in good and bad times. We may have oil and many other natural riches, but our enduring resource is our people,” she says. “The economy of a country depends on its small and medium sized enterprises, and they

should be given the sup-port they need so that they can survive these times to prosper in the future.

“It is essential to invest in education – and it is never too late to improve what can and should be improved, especially clar-ity and transparency in our dealings with others. I have faith that this will happen.”

muito mais difícil. A comida escasseava e grande parte do tempo era passado em filas para chegar à que havia – a qual era reparti-da da forma mais justa possível.

Aos 18 anos, por diversas razões, Liliana viu-se impossibilita-da de continuar os estudos, pelo que deu por terminada a sua educação formal.

“Obviamente que não podia ir para a universidade, por isso foquei-me no que podia fazer”, diz. “Apercebi-me de que muitas das pessoas mais bem-sucedidas não tinham tido uma forma-ção superior. A vida é saber tirar proveito daquilo que temos para atingir os nossos objectivos.”

Não é que, naquela altura, Liliana soubesse realmente quais eram esses objectivos, apesar de, já aprender com rapidez e ser uma comunicadora nata – possuindo ainda um olhar clíni-co, particularmente no que se referia a questões financeiras e jurídicas.

Quatro meses após ter iniciado um curso especial na Alliance Française de Luanda, já fa-lava francês fluentemente, pelo que começou a dar aulas de francês, numa escola primária, a alunos de várias nacionalidades.

Munida da sua experiência e fluência em francês e de uma qualificação básica em secretariado, candidatou-se a trabalhar na SGS – líder mundial em certificação, inspecção e verificação – onde, ao longo dos seis anos seguintes, cresceu profissionalmente, tornan-do-se directora-geral adjunta para Angola.

“O trabalho com a SGS foi ideal para mim”, afirma Liliana. “Se as coisas tivessem sido diferentes, penso que quereria ter sido ad-vogada, pois tenho um olhar clínico para os detalhes, o qual se encaixou perfeitamente no cargo que ocupei.”

Mas Liliana era mais do que isso. Graças à sua vivacidade e desenvoltura, à sua agilidade social e visão só-lida e independente, foi com grande facilidade que criou laços políticos e empresariais, numa altura em que o espírito de par-tilha tinha especial valor e relevância.

Estas qualidades formaram os alicerces da fase seguinte da vida de Liliana. Foi convidada a abrir um escritório de represen-tação do Equator Bank em Angola e, quando este foi assimilado pelo banco HSBC, Liliana encerrou o escritório do Equator Bank e entrou para o HSBC.

A marca dos seus 14 anos de percurso com este líder ban-cário mundial – ao longo dos quais se tornou vice-presidente e directora-geral – foi a sua perspicácia e, sobretudo, a reputação que adquiriu pela sua integridade inabalável. Ambas provaram ser fundamentais, sendo extremamente respeitadas num meio financeiro que, na altura, era bastante propício a negociatas.

“Nunca pedi para ser promovida na SGS ou no banco, fui sempre convidada”, explica. “Para além disso, desde o início, sempre fui clara relativamente aos padrões de excelência sub-jacentes aos negócios que dirijo – por vezes, para surpresa daqueles que esperavam o contrário.”

A firmeza de Liliana – que aparenta ser uma jovem – torna-se evidente logo no primeiro contacto, revelando também a sua ab-soluta honestidade política e intelectual, cordialidade e charme.

Foram estas características que a ajudaram a estabelecer o seu círculo de amigos e de contactos profissionais – e a equi-param para desempenhar o papel de directora da Câmara de Comércio Estados Unidos-Angola, cargo que ocupa há 15 anos, com uma pequena interrupção.

O alto cargo que ocupa – cujas responsabilidades incluem a presença em inúmeros jantares de gala, almoços, mesas re-dondas e recepções de personalidades influentes – testou ao máximo as suas competências organizacionais, bem como a sua incansável atenção ao detalhe. Ainda assim, não foi suficiente.

“O meu trabalho com a Câmara de Comércio consistia em atrair investimento estrangeiro para desenvolver o nosso país. Aos poucos, comecei a sentir que eu própria tinha de o fazer”, afirmou. “Por isso, juntamente com o meu filho, que é espe-cialista em tecnologias da informação, fundámos a Menshen

– uma empresa de tecnologias de informação 100% familiar e 100% operada por angolanos.”

“A Menshen é agora certificada como Microsoft Gold Partner e já recebeu nove prémios da empresa internacional líder em software, incluindo um certificado de excelên-cia por desempenho excecional e participação no projecto de infraestrutura Angola LNG IT/IM – o primeiro e único caso de estudo com visi-bilidade mundial a ser publicado pela Microsoft para um projecto implementado em Angola”, acrescentou.

“No entanto, para mim, a melhor parte da Menshen é a equipa que trabalhou connosco, que treinámos e, como uma família, foi cres-cendo, ocupando agora cargos importantes nas maiores empresas de Angola.”

O passado recente de Angola trouxe frustra-ções, contratempos, desilusões desgastantes

e tragédias a muitas famílias, pelo que Liliana tem também um papel activo na Fundação Lwini, iniciada em memória da visita da princesa Diana à zona de conflito do Huambo.

A instituição de solidariedade social da primeira-dama de Angola, anteriormente centrada nas vítimas civis de minas terrestres, alargou o seu campo de acção, abrangendo agora mulheres do campo e crianças com necessidades especiais.

A jornada da menina que, em criança, tomou o seu primei-ro banho na pia batismal de uma igreja, demonstra aquilo que a paixão, trabalho árduo, autoconfiança e amor pela nação podem alcançar.

“Nasci e fui criada em Angola, durante os períodos mais e menos favoráveis da história do país. Podemos ter petróleo e muitas outras riquezas naturais, mas o nosso recurso mais duradouro são as pessoas”, admite. “A economia de um país de-pende das suas pequenas e médias empresas, às quais deve ser dado o apoio de que necessitam para sobreviver aos tem-pos que correm e prosperar no futuro.”

“É essencial investir na educação – e nunca é tarde demais para melhorar aquilo que deve ser melhorado, especialmente a clareza e transparência nas relações com os outros. Tenho fé que isso vai acontecer.”

“I was born and raised in

Angola, in good and bad times.

We may have oil and many other natural riches,

but our enduring resource is our

people”

“Nasci e fui criada em Angola, durante os períodos mais e menos favoráveis

da história do país. Podemos ter petróleo

e muitas outras riquezas naturais,

mas o nosso recurso mais duradouro são

as pessoas”

The historic church of Camabatela

Page 24: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

44 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 45

Transition under way“The global energy landscape is changing. Traditional centres of demand are being overtaken by fast-growing emerging markets. The energy mix is shifting, driven by technological improvements and environmental concerns. More than ever, our industry needs to adapt to meet those changing energy needs.” BOB DUDLEY, BP GROUP CHIEF EXECUTIVE

The 2017 edition of the BP Energy Outlook was launched in London on January 25 by BP’s group chief economist, Spencer Dale, and chief executive Bob Dudley,. It looks

at long-term energy trends and develops projections for world energy markets over the next two decades – envisaging global demand for energy increasing by around 30% between 2015 and 2035, an average growth of 1.3% per year.

While non-fossil fuels are expected to account for half of the growth in energy supplies over the next 20 years, the Outlook projects that oil and gas, together with coal, will remain the main source of energy powering the world economy, account-ing for more than 75% of total energy supply in 2035, compared with 86% in 2015.

Oil demand is projected to grow at an average of 0.7% a year, although expected to slow gradually over the period. The trans-port sector will continue to consume most of the world’s oil with its share of global demand remaining close to 60% in 2035.

However, non-combusted use of oil, particularly in petro-chemicals, will take over as the main source of growth for oil demand by the early 2030s.

“Gas is expected to grow more quickly than either oil or coal, with demand growing an average 1.6% a year. Its share of primary energy overtakes coal, to be the second-largest fuel source by 2035,” said Spencer Dale.

Coal consumption is projected to peak in the mid-2020s, largely driven by China’s move towards cleaner, lower carbon fuels. India is the largest growth market for coal, with its share of world coal demand doubling from around 10% in 2015 to 20% in 2035.

Renewables are projected to be the fastest-growing fuel source, growing at an average rate of 7.6% per year, quadrupling over the Outlook period, driven by increasing competitiveness of both solar and wind.

The BP Outlook highlights a number of questions and uncer-tainties raised by the energy transition that is underway.

All of the demand growth for oil in the period to 2035 comes from emerging markets, with China accounting for half. The transport sector accounts for around two-thirds of the growth in oil demand.

The number of electric cars is assumed to increase from 1.2 million in 2015 to around 100 million in 2035 – around 5% of the global car fleet.

“The impact of electric cars, together with other aspects of the mobility revolution, such as self-driving cars, car sharing and ride pooling, is one of the key uncertainties surrounding the long-term outlook for oil,” said Spencer Dale.

The slowing rate of oil demand growth is contrasted by the abundance of global oil resources, and the Energy Outlook speculates that the abundance of oil may cause low-cost pro-ducers, such as Middle East OPEC, Russia and the US, to use their competitive advantage to increase their market share at the expense of higher-cost producers.

Gas will continue to gain share from coal, and in China, growth in gas consumption outstrips domestic production, so that by 2035 imported gas comprises nearly 40% of total consumption, up from 30% in 2015. In Europe, the share of imports rises from around 50% in 2015 to over 80% by 2035.

The Outlook expects LNG supplies to grow rapidly to account for more than half of traded gas by 2035. This increase is led by supplies from the US, Australia and Africa.

Carbon emissions are projected to grow at less than a third of the rate seen in the past 20 years, by an average of 0.6% per year versus 2.1% per year – reflecting gains in energy effi-ciency and the changing fuel mix.

If achieved, this will be the slowest rate of emissions growth for any 20-year period since records began in 1965. However, carbon emissions from energy use in the base case are still projected to grow throughout the period, by about 13%.

This is far in excess of the IEA’s 450 Scenario, which suggests that carbon emissions need to fall by around 30% by 2035 to have a good chance of achieving the goals set out in Paris.

A edição de 2017 das Perspectivas Energéticas da BP foi lançada a 25 de Janeiro em Londres, pelo

Vice-Presidente da área económica do Grupo BP, Spencer Dale, e pelo CEO do Grupo BP, Bob Dudley. O documen-to analisa as tendências energéticas de longo prazo e apresenta as previsões da empresa para o comportamento dos mercados energéticos ao longo das próximas duas décadas, antecipando um aumento na procura mundial de energia de cerca de 30%, entre 2015 e 2035, correspondente crescimento médio de 1.3% por ano.

Embora se preveja que os combustí-veis não-fósseis sejam responsáveis por metade do crescimento do fornecimento energético nos próximos 20 anos, a BP prevê que o petróleo, o gás e o carvão, manter-se-ão como principais fontes de energia que impulsionam o mercado mun-dial, sendo responsáveis por mais de 75% do fornecimento total de energia em 2035, em contraste com os 86% em 2015.

A procura de petróleo deverá crescer a uma média de 0.7% ao ano, embora se preveja que abrande ao longo do período. O sector dos transportes continuará a ser o maior consumidor de petróleo, ca-bendo-lhe uma parcela de cerca de 60% da procura mundial em 2035. No entan-to, a procura de petróleo por indústrias não-combustíveis, particularmente a pe-troquímica, passará a ser a maior fonte de crescimento até ao início da década de 2030.

“Prevê-se que a procura de gás cresça mais rapidamente do que o petróleo ou o carvão, a uma média de 1,6% ao ano. A sua quota do mercado da energia primá-ria ultrapassa a do carvão, tornando-se a

segunda maior fonte de combustível até 2035,” afirmou Spencer Dale.

O consumo de carvão deverá atingir o seu pico em meados da década de 2020, impulsionado, em grande parte, pelo avanço da China, que tem optado por combustíveis mais limpos e com menor teor de carbono. A Índia será o merca-do com maior expansão em carvão, pelo que a sua parcela da procura mundial de carvão irá duplicar, de cerca de 10% em 2015, para 20% em 2035.

Estima-se que as energias renováveis serão a fonte de combustível com cres-cimento mais rápido, com uma taxa de 7,6% ao ano, quadruplicando ao longo do período em análise devido ao aumento da competitividade da energias solar e eólica.

As Perspectivas Energéticas da BP incidem sobre diversas questões e incer-tezas que têm surgido face à transição energética em curso.

Todos os aumentos na procura de pe-tróleo até 2035 derivaram dos mercados emergentes e a China será responsável por metade.

O sector dos transportes será res-ponsável por cerca de dois terços do crescimento da procura de petróleo.

O número de carros eléctricos deverá aumentar, de 1.2 milhões em 2015, para cerca de 100 milhões em 2035 (aproxima-damente 5% da frota automóvel global). A análise da BP propõe dois cenários ilustrativos que consideram o impacto da revolução da mobilidade no mercado automóvel, incluindo o desenvolvimento de carros autónomos e a implementação do car sharing e ride-pooling (partilha de carros).

“O impacto dos carros eléctricos e de outros aspectos da revolução da

mobilidade, tais como carros autóno-mos, car sharing e ride-pooling, é uma das principais incertezas que afectam as previsões, a longo prazo, para o petróleo”, admite Spencer Dale.

A desaceleração da taxa de cresci-mento da procura de petróleo surge em contraste com a abundância de recursos de petróleo em todo o mundo. Espe-cula-se, por isso, que a abundância de petróleo possa levar os produtores de baixo custo, tais como os países per-tencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) do Médio-Oriente, a Rússia e os Estados Unidos, a aproveitar a sua vantagem competitiva para aumentar a sua quota de mercado, em detrimento dos produ-tores com custos mais elevados.

O gás continuará a superar o carvão, e na China, o aumento do consumo de gás ultrapassará a produção doméstica, pelo que, até 2035, o gás importado correspon-derá a 40% do consumo total do país, face aos 30% em 2015. Na Europa, a quota-par-te das importações aumenta, de 50% em 2015, para mais de 80% até 2035.

A análise prevê que o fornecimento de Gás Natural Liquefeito (GNL) cresça rapi-damente, sendo responsável por mais de metade do gás comercializado até 2035. Este aumento será liderado pelos Estados Unidos, Austrália e África. Aproximada-mente um terço do deste crescimento ocorrerá nos próximos quatro anos, à me-dida que uma série de projectos em curso sejam implementados.

Antecipa-se que as emissões de car-bono aumentem a menos de um terço do ritmo observado nos últimos 20 anos, passando de 2.1% para uma média de 0.6% ao ano, reflectindo uma maior eficiência energética e uma leque de combustíveis mais diversificado.

Caso seja atingida, constituirá o mais lento crescimento da taxa de emissões de carbono alguma vez registado, num período de 20 anos, desde que os es-tudos começaram em 1965. Contudo, as emissões de carbono resultantes do consumo de energia de base ainda deve-rão aumentar, em cerca de 13%, durante este período.

Transição em curso“O panorama global da energia está a mudar. Os tradicionais centros de procura começam a ser ultrapassados pelos mercados emergentes de rápido crescimento. O leque de combustíveis disponíveis tem sofrido alterações impulsionadas pelos avanços tecnológicos e preocupações ambientais. Mais do que nunca, a nossa indústria tem de adaptar-se às novas necessidades energéticas.” BOB DUDLEY, CEO DO GRUPO BP

BP ENERGY OUTLOOK 2035

Go to www.bp.com/energyoutlook to download the 2017 BP Energy Outlook or additional country and regional insights, and view other material such as videos or an animation.

Em www.bp.com/energyoutlook pode des-carregar a edição completa das Perspectivas Energéticas da BP para aceder a mais infor-mações, inclusivamente de âmbito regional, e explorar outros materiais informativos em vídeo e animação gráfica.

PERSPECTIVAS ENERGÉTICAS DA BP PARA 2035

Page 25: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

46 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 47

Angola’s Frontier ProvinceMoxico still remains largely unknown to many Angolans despite being the stage on which dramatic moments of recent history have been enacted

Moxico’s capital, Luena is where on April 4, 2002, the Ango-lan Armed Forces and the rebel troops of UNITA (National

Union for the Total Independence of Angola) signed the cease-fire that led to the end of a debilitating civil

war. Beyond this historical landmark, little is known about the region, whereas it can perhaps tell a lot about Angola and the powerful forces that drove the conflict.

With an area of more than 223,000sq.kms, Moxico is Ango-

la’s largest province, comprising some 16% of its area. Located on the eastern side of the country, it is surrounded by three other Angolan provinces: Lunda Sul, Bié and Cuando Cubango, and shares an 800-kilometre border with two foreign countries, the Democratic Republic of Congo (DRC) and Zambia.

Though huge in size, the province is modest in terms of popu-lation, with around 727,600 people according to the 2014 census. Six main ethnic groups are represented: the Tchokwe, coming from the DRC and the Lunda provinces in the north, in addition to the Luvale, Umbundo, Mbunda, Luchazes and Lunda Dembo.

The capital, Luena is the only city of any size, with around 21,000 inhabitants. It lies on a plateau at an altitude of 1,300 metres between the Luena river to the south and the Lumeji river to the north, which explains its temperate climate: cooler and wetter than in the coastal regions. Beyond Luena, the coun-try is heavily forested, interlaced with rivers and dotted with small villages.

The name of the province recalls its rural origins. A muxiko was a basket used by local people to carry the fish caught in the numerous rivers of the area as well as other agricultural products.

This lifestyle remained unchanged with the coming of colo-nisation, because for a long time, the Portuguese stayed in the coastal regions, making only a few forays along the Kwanza River. As a result, the interior of the country remained relatively protected from intrusion.

According to professor Francisco Chiwende, the first for-

A província fronteiriça de AngolaApesar de ter sido palco de eventos dramáticos ao longo da história de Angola, muitos angolanos ainda não conhecem a província do Moxico

Foi no Luena, a capital provincial do Moxico, que, a 4 de Abril de 2002, as Forças Armadas Angolanas (FAA) e os militares

rebeldes da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) assinaram o acordo de paz que levaria ao fim da de-bilitante guerra civil. Para além deste marco histórico, a maioria das pessoas pouco mais sabe acerca desta região. Não obstan-te, revela muito sobre a identidade angolana e sobre as forças dominantes envolvidas no conflito.

Com uma área superior a 223.000 km2 o Moxico é a maior província de Angola, constituindo 16% do seu território. Situa-se no extremo Leste do país, circundado por três outras províncias: Lunda Sul, Bié e Cuando Cubango. Faz ainda fronteira – ao longo de 800 quilómetros – com a República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia.

Apesar da sua dimensão, a província possui pouca população

– cerca de 727.600 pessoas, segundo o censo de 2014. Esta pro-víncia reúne, ainda assim, seis dos principais grupos étnicos: os chokwe, oriundos da RDC e das Lundas Norte e Sul, os luvale, os umbundo, os Mbunda, os luchazes e os lunda dembo.

Luena é a única cidade de tamanho considerável na província, com 21.000 habitantes. Situa-se numa planície, a uma altitude de 1.300 metros, entre os rios Luena, a sul, e o Lumeji, a Norte, o que explica o seu clima temperado – mais frio e húmido que nas regiões costeiras. Para além da capital provincial, o interior é densamente florestado, serpenteado por rios variados e ponti-lhado de pequenas aldeias.

O nome da província remonta às suas origens rurais. Um muxiko era um cesto antigamente utilizado pela população local para transportar peixe – pescado nos diversos rios da região – e outros produtos agrícolas.

O estilo de vida da província não sofreu alterações com a chegada dos colonos. Durante muito tempo, os portugueses restringiram-se às regiões costeiras, fazendo apenas algumas incursões pelo rio Cuanza. Como resultado, o interior do país manteve-se relativamente protegido.

Segundo o professor Chiwende, o primeiro estrangeiro a che-gar ao Moxico – região Luvale, como era conhecido na altura – foi o comerciante português José de Assunção e Melo, em 1794. Seguiu-se a primeira expedição portuguesa, em 1895, lide-rada pelo tenente-coronel Trigo Teixeira, o qual estabeleceu um povoado denominado Vila Luso, no lado esquerdo do rio Mus-simwoji, a cerca de 17 quilómetros do Luena.

A administração colonial proclamou o Luena como capital provincial em 1956. O palácio do governador e as amplas ruas ladeadas de acácias e mangueiras foram construídas também neste período, dando à cidade um ar espaçoso com som-bras generosas. A antiga capital, Moxico-Velho, ainda existe actualmente.

Page 26: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

48 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 49

eigner to come to Moxico, called the Luvale region at that time, was Portuguese merchant, José de Assunção e Melo, in 1794. He was followed by the first Portuguese expedition in 1895, led by lieutenant colonel Trigo Teixeira who established a settlement called Vila Luso on the left side of the Mussimwoji River, some 17kms from the present capital.

In 1956, the colonial administration finally recognized Luena as the provincial capital. The governor’s palace and the wide streets lined with acacia and mango trees were laid out in this period, imparting to the city a spacious shady style. The former capital called Moxico-Velho (Old Moxico) still exists today.

During the colonial area, the region saw a huge development thanks to the arrival of the Benguela Railway (CFB), a 1,304kms line from Lobito on the Atlantic coast to Luau on the DRC border. It was built between 1903 and 1929 by Scottish engineer Sir Rob-ert Williams, to provide a link to the landlocked centre of Africa for the export of minerals, and eventually to connect to the lines running eastward across the continent to the Indian Ocean.

“All along the line, the CFB built stations and maintenance depots which enhanced the local economy by creating villages, commercial exchange and dynamism”, recalls Amândio Caweie, TPA director in Luena.

Traces of this activity can still be seen in the vast eucalyptus plantations along its route, the fast-growing trees for use as fuel for the voracious steam powered locomotives of the time.

But this golden age disappeared with the beginning of the wars, first against the Portuguese for the independence of the country, and then between the liberation movements challeng-ing for the right to rule to rule the new Angola.

“The province started to take on a strong mili-tary trajectory which had huge consequences for its evolution and its current situation,” says Amândio Caweie.

Angola’s struggle for independence started in the

1960s, and in 1966, the fighting reached the eastern provinces, with the MPLA (Popular Movement for the Liberation of Angola) movement opening a front line across Lunda Sul, Moxico, and Cuando Cubango, and Unita forces launching guerrilla actions in Moxico between the Luanguinga and Lungué-Bungo rivers. The FNLA (National Front for the Liberation of Angola) was there too, but less active and focused on the Alto Chicapa area.

Moxico became the base from which the guerrilla action spread to Cuando Cubango and Bié until, in 1975, the fighting finally stopped when the Portuguese signed a cease-fire with the three liberation movements.

The agreement with the MPLA was concluded on October 21 at Lunyameje in the centre of Moxico province. But just days after independence, war started again. Moxico was, as were Huambo and Cuando Cubango, an epicentre of the confronta-tion, seeing major battles, the extensive laying of land mines and constant guerrilla attacks.

As a consequence, the CFB trains stopped and the interior of the country, as well as its population, became totally isolated, which only ended when the UNITA leader, Jonas Savimbi was killed in an ambush on 22 February 2002, near the remote Mox-ico village of Lucusse.

“By the end of the war, Luena was a ghost city, devastated, with no traffic except military vehicles and people living in a cli-mate of fear and uncertainty for the future”, recalls Caweie.

Since then, the province has worked hard to recover its for-mer prosperity. Roads, markets, schools have been rebuilt – and the inhabitants of all ages are studying at university again.

In 2013, the province even welcomed back the train. “It is like a breath of fresh air for us. More and more products are coming from Lobito and Benguela and we can take advantage of this to do business,” says Rui Cardoso, a young man in the new white and pink Luena station.

In 2014, the final stage of the rebuilt railway was completed and opened again, all the way from Lobito to Luau and the border with the DRC. This key transportation link is designed to facilitate the return of prosperity, both locally along the line as well as a conduit for cargoes passengers between central Africa to the Atlantic Ocean.

To mark the 10th anniversary of the peace, on 4 April 2012, President José Eduardo dos Santos paid a visit to the province. He inaugurated a 30-metre monument created in iron and cop-per, showing two extended arms holding a white dove.

The province is well endowed with minerals such as dia-monds, coal, copper, iron, gold and manganese, and the region also has a rich culture with a strong craft tradition including sculp-ture weaving and pottery.

For the future, the province could also think about investing in tourism, especially with its new railway. Indeed, Moxico boasts a host of attractions, including archaeological remains, rock engrav-ings, animal and footprint fossils along the Kasai-Cawewe River – as well as the beautiful Calundo and Chivumangue lagoons.

Moxico is also home to the Cameia National Park, Angola’s largest, some 1,100 metres above sea level. Just outside its boundaries there are two sizeable lakes, one of which, Lago Dilolo is the largest in Angola.

Thus, having risen like the phoenix from the ashes of conflict, Moxico has certainly great potential to offer.

Durante a era colonial, a construção do caminho-de-ferro originou um enorme desenvolvimento na região. Trata-se do cé-lebre Caminho de Ferro de Benguela (CFB), uma ferrovia que percorre 1.304 quilómetros desde o Lobito, na costa atlântica, ao Luau, na fronteira com a RDC. Construído entre 1903 e 1929 pelo engenheiro escocês Sir Robert Williams, abriu caminho à exportação de minérios a partir da África Central, até então isola-da, e permitiu a ligação às linhas de comboio que atravessam o continente em direcção ao oceano Índico.

“A empresa do CFB construiu estações e unidades de ma-nutenção ao longo de toda a linha férrea, o que impulsionou o crescimento da economia local através da criação de aldeias, do comércio e dinamismo em geral”, recorda o director da TPA em Luena, Amândio Caweie.

Observam-se ainda vestígios desta actividade, como é exem-plo das vastas plantações de eucaliptos ao longo da linha do caminho-de-ferro. Estas árvores de crescimento rápido eram utilizadas para alimentar os vorazes comboios a vapor da altura.

No entanto, esta época áurea desvaneceu-se com o desen-rolar das guerras. Primeiro, a luta pela independência, contra o regime colonial português, e posteriormente, o conflito entre os movimentos de libertação que lutavam pelo direito de governar a nova Angola.

“A província foi fortemente militarizada, o que trouxe conse-quências enormes para a sua evolução, até aos dias de hoje”, afirma Amândio Caweie.

O início da luta pela independência teve início nos anos 60. As hostilidades atingiram as províncias da região leste do país em 1966, quando o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) avançou sobre a Lunda Sul, o Moxico e o Cuando Cubango, e as forças da UNITA lançaram acções de guerrilha no Moxico, antre os rios Luanguinga e Lungué-Bungo. A presença da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) também se fez sentir, embora tenha tido uma participação menos activa, fo-cando-se na zona do Alto Chicapa.

O Moxico constituiu a base a partir da qual a frente guerrilhei-ra avançou para o Cuando Cubango e Bié. A luta chegou ao fim quando, em 1975, os portugueses assinaram um acordo de paz com os três movimentos de libertação de Angola.

O acordo com o MPLA foi concluído a 21 de Outubro desse ano, em Lunyameje, no centro da província do Moxico. Contudo, poucos dias antes da independência, a guerra rebentou nova-mente. Juntamente com o Huambo e o Cuando Cubango, o Moxico constituiu um dos cenários centrais do confronto, tendo sido palco de grandes batalhas e sofrido os efeitos do uso exten-sivo de minas e dos constantes ataques de guerrilheiros.

Como consequência, o sistema ferroviário deixou de funcio-nar, o que levou ao completo isolamento do interior do país e da sua população. A situação reverteu-se com a morte do líder da UNITA, Jonas Savimbi, resultante de uma emboscada perto da re-mota comuna do Lucusse, no Moxico, a 22 de Fevereiro de 2002. “Quando a guerra terminou, Luena era uma cidade fantasma, devastada e sem vida para além da circulação de veículos mi-litares e de pessoas que viviam governadas pelo medo e pela incerteza quanto ao futuro”, recorda Caweie.

Desde essa altura, a província tem investido muito no sentido de recuperar a prosperidade de que gozava anteriormente. Foram reconstruídas estradas, mercados e escolas – e habitantes de

diversas idades voltaram a ter acesso à universidade.

Em 2013, a província deu, mais uma vez, as boas vindas ao comboio. “Para nós, é uma lufada de ar fresco. Chegam cada vez mais produtos do Lobito e de Benguela, o que cria boas oportunidades de negócio”, afirma Rui Cardoso, um jovem que entrevistámos na nova estação branca e rosa de Luena.

A última fase de reconstru-ção do caminho-de-ferro foi concluída em 2014, abrindo

toda a circulação, desde o Lobito ao Luau e à fronteira com a RDC. Esta importante rota vai facilitar o retorno da prosperidade às comunidades locais e funcionará ainda como via de comuni-cação, quer de carga, quer de passageiros, entre a África Central e o oceano Atlântico.

A propósito da celebração dos dez anos de paz do país, a 4 de Abril de 2012, o Presidente José Eduardo dos Santos fez uma visita à província para inaugurar um monumento, de 30 metros de altura, construído em ferro e cobre. Consiste em dois braços estendidos, elevando uma pomba branca.

A região possui uma grande abundância de minerais, tais como diamantes, carvão, cobre, ferro, ouro e manganês. A sua riquíssima cultura segue ainda uma forte tradição artesanal, que inclui a escultura, a tecelagem e a cerâmica.

No futuro, a província pode considerar o investimento no tu-rismo, graças ao novo caminho-de-ferro. O Moxico apresenta uma ampla variedade de atracções que incluem vestígios ar-queológicos, gravuras rupestres, fósseis e pegadas de animais ao longo do rio Kasai-Cawewe e ainda as lindíssimas lagoas de Calundo e Chivumangue.

O Moxico abarca também o maior parque nacional de Angola, o Parque Nacional de Cameia, situado a cerca de 1.100 metros acima do nível do mar. Nas suas imediações, encontram-se dois lagos de tamanho considerável, um dos quais – o Dilolo – é o maior do país.

Em síntese, tendo renascido, como a fénix, das cinzas do conflito, o Moxico mostra-se fortalecido e repleto de potencial para oferecer.

“All along the line, the CFB built stations and maintenance units which enhanced the local eco-nomy by creating villages, commercial exchange and dynamism”

AMÂNDIO CAWEIE, TPA DIRECTOR IN LUENA

“A empresa do CFB construiu estações e unidades de manuten-ção ao longo de toda a linha férrea, o que impulsionou o cresci-mento da economia local através da criação de aldeias, do comércio e dinamismo em geral”

AMÂNDIO CAWEIE.DIRECTOR DA TPA EM LUENA,

Page 27: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

50 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 51

CONSERVATION / CONSERVAÇÃO

Saviour of the Giant SableFor 50 years he took on poachers, guerrillas and mantraps as he patrolled the forests of Malange to protect Angola’s national symbol

On November 30, 2016 Angolan biologist behind giant sable conservation in Angola, Pedro Vaz Pinto, brought Manu-

el Sacaia to London to receive the Tusk Conservation Wildlife Ranger Award at a glittering ceremony presided over by the Prince William, Duke of Cambridge and Sir David Attenborough.

First, the Duke honoured Sir David for his services to wildlife in London. But the real star of the annual conservation awards ceremony at the Victoria and Albert Museum was a diminutive Angolan of indeterminate age who cannot read, has lived most of his life in the bush, and had never left his country before being invited to attend this prestigious event.

Manuel Sacaia, 2016 winner of the Tusk Wildlife Ranger Award, has spent nearly half a century protecting the critically endan-gered palanca negra – Angola’s national symbol – despite being captured by guerillas during Angola’s long civil war, attacked by armed poachers and caught in a mantrap. For most of that time Sacaia received no pay.

“I did it because the sable is a wonderful animal that exists only in Angola so I’m very proud to have taken on this mission,” he told the London Daily Telegraph. “I am a poor man but my country is wealthy because it has the sable, and my children will tell future generations that their father worked to protect it.”

The Tusk Award for Conservation in Africa, through which the UK-based charity recognises an emerging leader, went to Cathy Dreyer, 39, a South African so determined to protect the critically endangered black rhinos from poachers that she refused to let Prince Harry visit lest he draw attention to them. She is the first woman to win a prestigious Tusk award.

The Prince William Lifetime Award for Conservation in Africa, went to John Kahekwa, 53, who has spent his career protecting the Grauer’s gorilla, another endangered species, in the Democratic Republic of Congo’s Kahuzi-Biega national park.

Like Sacaia, he remained loyally and steadfastly at his post through many years of war.

Sacaia was born on the edge of Angola’s vast Luando reserve

O protector da Palanca Negra Gigante Enfrentou caçadores furtivos, guerrilheiros e armadilhas durante 50 anos, enquanto patrulhava as florestas de Malange para salvar o símbolo nacional de Angola

A 30 de Novembro de 2016, o biólogo angolano responsável pela conservação da palanca negra em Angola, Pedro Vaz

Pinto, acompanhou Manuel Sacaia a Londres para a entrega do prémio Tusk de conservação da vida selvagem (Tusk Conservation Wildlife Ranger Award), numa cerimónia de gala presidida pelo Príncipe William, Duque de Cambridge, e Sir David Attenborough.

O Duque começou por homenagear Sir David pelos serviços

prestados à vida selvagem, mas a verdadeira estrela da ce-rimónia de entrega dos prémios de conservação, que ocorre anualmente no museu londrino Victoria and Albert, foi um pe-queno angolano de idade indeterminada, que não sabe ler, e viveu a maior parte da sua vida no mato e, até ser convidado para participar na prestigiosa cerimónia, nunca tinha saído do seu país.

Manuel Sacaia, vencedor do prémio de conservação animal da Tusk de 2016, dedicou quase meio século à protecção da palanca negra, espécie em perigo crítico, apesar de ter sido capturado por guerrilheiros durante a guerra civil angolana, atacado por caçadores furtivos armados e apanhado numa armadilha. Sacaia nunca foi remunerado por grande parte do tempo que investiu.

“Fi-lo porque a palanca negra é um animal maravilhoso que só existe em Angola, por isso, foi com orgulho que assumi esta missão”, disse ao jornal londrino Daily Telegraph. “Sou um homem pobre, mas o meu país é rico por ter a palanca, e os meus filhos contarão às gerações vindouras que o pai traba-lhou para a proteger.”

O prémio Tusk de conservação em África, com o qual a ins-tituição humanitária inglesa reconhece líderes emergentes, foi atribuído a Cathy Denver. A sul-africana de 39 anos encontra-se de tal forma dedicada a proteger o rinoceronte-negro de

Page 28: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

52 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 53

sometime in the early 1950s. Orphaned in childhood, the reserve employed him as a kitchen assistant at 14 and a ranger at 18. At that time there were more than 2,000 palancas in Luando, and around 200 in the Cangandala national park, the only other place where they are found.

Civil war erupted in 1975 – and four years later Sacaia was caught by Unita guerillas who had moved into the 830,000-hec-tare reserve. They tied him up, intending to kill him, but after two days he escaped, swam across the crocodile-infested Luando river, and walked 40 miles through the bush to safety.

Thereafter, Sacaia continued to monitor Luando’s sables through more than two decades of warfare, hiking barefoot deep into the reserve, for days at a time, though the reserve’s author-ities had long since fled, doing his best to protect the animals from guerillas and poachers who killed them for their meat.

“I worked for nothing – no money, no food, no boots, no uniform, no tents, only the rain,” he says.

As a game ranger and giant sable shepherd in the Luando Nature Reserve, Manuel and his colleagues track and protect the antelope, and with no vehicle on the reserve, that means walks of up to 50kms. And of course, danger from poachers is ever present – “guns and traps are always there” says Manuel.

“I like to say that I am like the chameleon – he walks slow and it may seem that he’s standing still, but he goes far; and when the bush fires come he is quick to react and moves out of danger!”

When the war ended in 2002 there were just nine palan-cas left in Cangandala, all females. The Kissama Foundation, a wildlife NGO, had spent two fruitless months searching for palancas in Luando when it turned to Sacaia, who knew of an area where they had survived – so remote that no white person or vehicle had visited it for 30 years.

The foundation, spurred on by anthropologist Pedro Vaz Pinto

who has long been the driving force to find and save the palanca negra, hired a helicopter and found the reserve’s last sables exactly where Sacaia had described.

It subsequently moved two bulls to Cangandala and launched a successful breeding programme. Luando currently has around 140 sables, and Cangandala 50.

Sacaia now heads a team of 22 “sable shepherds” in Luando to whom the Foundation pays small stipends.

He is training a new generation, including two of his sons, to guard the sables, and still leads patrols deep into the bush for two or three weeks at a time.

But the many real dangers have not gone away.

He has three times been fired on by poachers, so he now carries an AK-47. Last year he was caught in a mantrap. His leg survived only because he was wear-ing tough new boots, but two fellow shepherds had to carry him 12 miles to the nearest village.

“We’re amazed by Sacaia’s experience and wisdom,” says Vladimir Russo, the Kissama Foundation’s executive director. “Even during times of war, poverty and hunger, he was telling his colleagues the animal is a national symbol and they should be proud of saving it. He has had a huge impact in the protec-tion of the palanca.

“Manuel’s dedication to the Giant Sable is remarkable and inspiring to us all and he is an incredibly deserving winner of the Tusk Wildlife Ranger Award.”

“I’m very happy and proud. And it is very important for me to feel that I was not forgotten,” adds Sacaia.

caçadores furtivos que recusou a visita do príncipe Harry, não fosse despertar a atenção para a espécie, em perigo crítico. Foi a primeira mulher a ganhar um prémio Tusk.

O prémio Prince William de excelência na carreira em con-servação em África foi atribuído a John Kahekwa, de 53 anos, pelo seu trabalho na protecção do gorila-de-grauer, outra espé-cie em perigo crítico, no parque nacional de Kahuzi-Biega, na República Democrática do Congo.

Tal como Sacaia, manteve-se em funções durante muitos anos de guerra.

Sacaia nasceu no limiar da vasta reserva do Luando, em An-gola, no início dos anos 50, ficando órfão na infância. Aos 14 anos de idade, a reserva contratou-o como assistente de cozi-nha e, aos 18, tornou-se guarda de caça. Nessa altura, existiam mais de duas mil palancas – símbolo nacional de Angola – no Luando, e cerca de 200 no parque nacional de Cangandala, o único outro local onde se encontram.

A guerra civil irrompeu em 1975. Quatro anos mais tarde, Sa-caia foi capturado por guerrilheiros da UNITA, os quais haviam ocupado a reserva de 830 mil hectares. Amarraram-no com a in-tenção de o matar, mas escapou dois dias depois, atravessando a nado o rio Luando, repleto de crocodilos, e percorrendo 40 milhas pelo mato.

Sacaia continuou a monitorizar as palancas do Luando ao longo de mais de duas décadas de guerra. Caminhando descal-ço em mato profundo e durante vários dias seguidos – apesar de, por essa altura, as autoridades de protecção da reserva já terem fugido há muito tempo – fez tudo para proteger os ani-mais de guerrilheiros e caçadores furtivos, que os matavam pela sua carne.

“Trabalhei sem receber nada – nem dinheiro, nem comida, nem sapatos, nem farda, nem tenda – só chuva”, afirma.

Como guarda de caça e pastor de palancas negras gigan-tes na Reserva Natural Integral do Luando, Manuel Sacaia, juntamente com os seus colegas, é responsável pelo rastreio e protecção das palancas. Sem acesso a um veículo para se

deslocarem, percorrem frequentemente até 50 quilómetros dentro da re-serva, enfrentando ainda o perigo constante dos caçadores furtivos. “Há sempre armas e armadi-lhas”, afirma.

“Gosto de dizer que sou como um camaleão – anda devagar e parece que está parado, mas vai longe; e quando há fogos no mato, reage rapidamente e foge da zona de perigo!”

Quando a guerra aca-bou, em 2002, restavam apenas nove palancas em Cangandala, todas fêmeas. A Fundação Kissama, uma organização não governamental (ONG) para a conservação da biodiversidade angolana, procurou palancas no Luando durante dois meses, em vão, antes de recorrer a Sacaia, o qual conhe-cia uma zona, onde o animal tinha sobrevivido, tão remota que não era visitada há 30 anos.

Assim, a fundação, liderada pelo antropólogo Pedro Vaz Pinto, o qual tem impulsionado a busca pela palanca negra e a sua protecção desde então, alugou um helicóptero e encon-trou as últimas palancas da reserva, no local exacto indicado por Sacaia.

Introduziu posteriormente dois machos em Cangandala e lançou um bem sucedido programa de criação. Existem agora cerca de 140 palancas no Luando e 50 em Cangandala.

Sacaia lidera actualmente, no Luando, uma equipa de 22 “pas-tores de palancas”, aos quais a fundação atribui pequenas ajudas de custo. Prepara agora a próxima geração, incluindo dois dos seus filhos, para que possam proteger as palancas e continuar a levar equipas para o meio do mato por períodos de duas ou três semanas.

No entanto, os perigos não desapareceram.Por três vezes, caçadores furtivos dispararam contra Sacaia,

pelo que passou a transportar consigo uma AK-47. No ano pas-sado, foi apanhado numa armadilha. Conseguiu salvar a perna, pois tinha calçado um par de botas novo e resistente, mas dois colegas tiveram de transportá-lo 12 milhas até à aldeia mais próxima.

“Estamos sensibilizados com a experiência e sabedoria de Sacaia”, afirma o director executivo da fundação, Vladimir Russo. “Até em tempos de guerra, pobreza e fome lembrava aos co-legas que o animal é um símbolo nacional, o qual deviam ter orgulho em proteger. Teve um impacto incomensurável na pro-tecção da palanca.”

“A dedicação de Manuel Sacaia à protecção da palanca negra gigante é notável e inspiradora para todos nós e consideramo-lo absolutamente digno de receber o prémio Tusk de conservação da vida selvagem.”

“Sinto-me muito feliz e orgulhoso. É também muito impor-tante para mim sentir que não fui esquecido”, acrescenta Sacaia.

Pedro Vaz PintoPedro is the Angolan conservationist who has dedicated his life to the critically endangered giant sable antelope, Hippotragus niger variani. Since 2003, Pedro has coordinated the Giant Sable project in Angola, although his general insterests and areas of research are antelope ecology and conservation, genetics, ornithology, and herpetology.

O biólogo angolano Pedro Vaz Pinto dedicou a vida à conservação da palanca negra, de nome científico Hippotragus niger variani, que se encontra em perigo crítico de extinção. Pedro Vaz Pinto coordena um projecto de conservação da palanca negra em Angola desde 2003. As suas áreas de interesse e pesquisa constituem a ecologia, conservação, genética, ornitologia e herpetologia do antílope.

“We’re amazed by Sacaia’s experience and wisdom. Even during times of war, poverty and hun-ger he was telling his colleagues the animal is a national symbol and they should be proud of saving it. He has had a huge impact in the protection of the palanca.”

VLADIMIR RUSSO, EXECUTIVE DIRECTOR.

THE KISSAMA FOUNDATION

“Estamos sensibiliza-dos com a experiência e sabedoria de Sacaia. Até em tempos de guerra, pobreza e fome lem-brava aos colegas que o animal é um símbolo nacional, o qual deviam ter orgulho em prote-ger. Teve um impacto incomensurável na pro-tecção da palanca.”

VLADIMIR RUSSO DIRECTOR EXECUTIVO FUNDAÇÃO KISSAMA

For Position Onlycontact Tusk foundation for permission and high resolution

TUSK CONSERVATION AWARDS: finalists Cathy Dreyer and Manuel Sacaia, with Sir David Attenborough and Prince William

Page 29: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

54 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 55

CSR Initiatives Iniciativas de RSC

O nosso contributoPlaying ourPartThe contribution BP Angola

can make in the current

economic climate is more

valued than ever, so our

CSR programme contin-

ues to support areas of the

community in need. Just as

important, we see our role as

developing the future with

support for initiatives that

will bloom to create capacity

for growth.

Looking ahead, three

projects stand out in our

vision for brighter times:

an MoU with with the Universi-

dade Católica de Angola to build

teaching and research capacity at

postgraduate level and to improve

the quality of primary education in

rural areas by supporting teacher

training programmes, and the

sponsorship of the second UK-

Angola Trade and Investment

Forum in London which high-

lighted the opportunities and

challenges for new entrants to the

Angolan business environment –

including an offer of £250 million

by the British government.

With our eyes on the pressing

needs of public health, BP Angola

delivered $550,000 worth of hos-

pital supplies and equipment to

the Neves Bendinha and Cajueiros

hospitals in Luanda.

No actual contexto económico do país, o contributo da BP Angola é mais valorizado do que nunca, pelo que o programa de responsabilidade social corporativa (RSC) continua a apoiar as comunidades. Temos consciência da importância do papel que desempenhamos na criação do futuro, por esta razão apoiamos iniciativas que irão flores-cer, criando capacidade para crescimento.

Distinguem-se três projectos que se destacam na nossa visão para um futuro melhor:_

O primeiro consiste num memorando de entendimento com a Universidade Católica de Angola, com o objectivo de reforçar a capacidade de ensino e investigação a nível de pós-graduação e melhorar a qualidade do ensino primário

em zonas rurais através da implementação de programas de formação de professores.

Segue-se o patrocínio do segundo Fórum de Comércio e Investimento entre o Reino Unido e Angola, realizado em Londres, que destacou as oportunidades e desafios para novos investidores no ambiente empresarial angolano – incluindo uma oferta, por parte do Governo britânico, de 250 milhões de libras.

Por fim, ciente das necessidades prementes no âmbito da saúde pública, a BP Angola doou o equivalente a 550 mil dólares em equipamento e material hospitalar aos hos-pitais Neves Bendinha e Cajueiros, em Luanda.

BP Angola delivers prosperity

The new truck presented to the Dombe Grande Commune in Benguela will make a key contribution to the economic development of the whole community: now

its fresh produce can be delivered more quickly and further afield to markets and customers outside the region.

The keys to the new vehicle were handed to the local farmers association by BP Angola deputy general manager, Helder Silva on a visit to the Greater Plutonio Agribusiness Project, to reaffirm BP’s commitment to the economic development of the local community.

“We appreciate BP’s ongoing partnership and support,” said Victorino Chico, representing the farmers. “This makes a tremendous difference to how we oper-ate. Now we can sell the products we grow country-wide, increasing our income and saving waste.”

This event marked the third phase of the project implemented by the NGO, ADRA in partnership with local authorities, to improve the productivity and com-mercial ability of farmer´s cooperatives.

Since 2005, the project has helped participants to be better organised, gain access to credit and set-up community saving schemes.

It has helped reduce poverty for more than 8,000 farmers from 11 cooperatives, demonstrating that microcredit improves living standards by creating job opportu-nities and increasing family incomes. Importantly, the scheme has also improved nutrition and education.

BP Angola gera prosperidade

O novo camião oferecido à comuna do Dombe Grande, em Benguela, constitui um contributo fundamental para o

desenvolvimento económico de toda a comunidade, já que os seus produtos frescos podem agora ser entregues com maior rapidez e a mercados e clientes em regiões mais distantes.

As chaves do novo veículo foram entregues à associação de agricultores local pelo director-geral adjunto da BP Angola, Helder Silva, durante uma visita ao projecto de agro-negócio do Grande Plutónio, reafirmando o compromisso da BP de contri-buir para o desenvolvimento económico da comunidade local.

“Estamos gratos pela colaboração e apoio contínuos da BP”, afirma Victorino Chico, em nome da associação de agricultores. “Faz uma diferença tremenda na forma como trabalhamos. Agora

podemos vender os produtos que cultivamos em todo o país, aumentando o nosso rendimento e reduzindo o desperdício.”

O evento marcou a terceira fase do projecto – implemen-tado pela organização não governamental ADRA, em parceria com as autoridades locais – que visa o aumento da produtivida-de e viabilidade comercial das cooperativas agrícolas.

Desde 2005, o projecto tem ajudado os participantes a ser mais organizados, a obter crédito e a estabelecer planos de poupança comunitários.

Contribuiu para a redução da pobreza de mais de oito mil agricultores de 11 cooperativas, demonstrando que o micro-crédito melhora o nível de vida da população através da criação de postos de trabalho e do aumento do rendimento familiar. Resultaram ainda do projecto importantes melhorias na nutri-ção e educação.

Page 30: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

56 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 57

CSR initiatives / iniciatives de RSC

Support for Education in AngolaBP Angola has signed two memoranda of understanding

with the Universidade Católica de Angola, (UCAN) and the Ango-lan NGO Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo Angola (ADPP) as part of BP’s continued commitment to build teaching and research capacity at postgraduate level, and to improve the quality of primary education in rural areas by supporting teacher training programmes.

The agreement with the UCAN focuses on training future experts in the field of energy management and economic devel-opment at Master’s degree level by building the capacity of the existing university lecturing staff and co-workers to strengthen their teaching and research skills.

Signing the MoU were Paulo Pizarro, VP C&EA, Dr Laurindo Viagem, UCAN secretary general and Rikke Viholm, ADPP chair-person.

“We would like to deeply thank BP for the generous gesture of supporting this programme as the development of the coun-try is greatly dependent on well trained human capital which is the main objective of our master’s degree in economics and development,” said Dr Viagem.

BP Angola has already supported UCAN in the production and publication of its annual economic and social reports issued by its Scientific and Research department, which is a trusted source of information distributed throughout Angola.

The agreement with ADPP aims at improving the quality of primary school education in rural areas in the provinces of Luanda, Bengo and Benguela. The funds will be channelled to three teacher training schools, Teachers of the Future, based in Caxito, Luanda. The project will be implemented over 24 months and will benefit around 690 learners of whom nearly 50% are female.

“ADPP is honoured for this partnership with BP Angola,” said Rikke Viholm. “It will not only strengthen our institutional capa-bility but will above all benefit the primary schools in rural areas

by reinforcing social inclusion of many children that need to have access to the education.”

Since 1986, ADPP has been working in the following key areas of development: education, health, rural development, agriculture and environment. Issues such as gender equality, human rights, the environment and major endemic diseases are integral elements in all projects.

As such, all ADPP’s projects aim to fulfill three overall objectives: to promote solidarity between people, to promote economic and social development in Angola by implementing development projects in the areas of education, training, social well-being, health, culture, environment, production, agriculture, trade and other areas compatible with the objectives – and to promote a better life for the underprivileged and the most needy part of the population.

For BP, Paulo Pizarro, said “we are honoured to support these projects because even though we are a global energy company, we have a long-term commitment with Angola and its people.

“It is of our best interest that the revenues of the oil that we produce also reflect in the economic and social development of the country. Establishing partnerships of this nature will certainly benefit communities, the people and the country at large.”

Apoio à educação em AngolaA BP Angola assinou um memorando de entendimento com a

Universidade Católica de Angola (UCAN) e com a ONG Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo em Angola (ADPP), iniciati-va que faz parte do compromisso contínuo da BP em reforçar a capacidade de ensino e investigação ao nível de pós-graduação e em melhorar a qualidade do ensino primário em zonas rurais com a implementação de programas de formação de professores.

A parceria estabelecida com a UCAN centra-se na formação, ao nível de mestrado, de futuros especialistas na área da gestão de energia e desenvolvimento económico através da capacitação dos professores universitários e colaboradores existentes, de forma a reforçar as suas competências de ensino e investigação.

O memorando foi assinado pelo Vice-Presidente de Comu-nicação e Relações Externas da BP Angola, Paulo Pizarro, pelo Secretário-Geral da UCAN, Dr. Laurindo Viagem, e pelo Director Executivo da ADPP, Rikke Viholm.

“Gostaríamos de agradecer profundamente à BP pela ge-nerosidade que demonstrou ao apoiar este programa, já que o desenvolvimento do país depende muito da formação do capital humano, que é o principal objectivodo curso de mestrado em economia e desenvolvimento”, afirmou o Dr. Laurindo Viagem.

A BP Angola já apoiou a UCAN na produção e publicação dos seus relatórios, sociais e económicos apresentados anualmente pelo Centro de Estudos e Investigação Científica da Universida-de (CEIC). Estes relatórios representam fontes de informação confiáveis e são distribuídos em Angola.

A parceria com a ADPP visa melhorar a qualidade do ensino básico nas áreas rurais das províncias de Luanda, Bengo e Benguela. Os fundos serão canalizados para três escolas de formação de profes-sores, chamadas Professores. O projecto será implementado durante o período de

24 meses e beneficiará cerca de 690 alunos, dos quais quase metade são do sexo feminino.

“É uma honra para a ADPP poder formar esta parceria com a BP Angola”, afirmou Rikke Viholm. “Para além de reforçar a nossa competência institucional, vai beneficiar, acima de tudo, as esco-las primárias das zonas rurais, contribuindo para a inclusão social de muitas crianças que necessitam de acesso à educação.”

Desde 1986, a ADPP tem vindo a desenvolver projectos nas seguintes áreas: educação, saúde, desenvolvimento rural, agri-cultura e meio ambiente. Temas como a igualdade de género, direitos humanos, meio ambiente e as principais doenças endé-micas são parte integrante de todos os projectos.

Por esta razão, todos os projectos da ADPP visam cumprir três objectivos gerais: promover a solidariedade entre os povos; fomentar o desenvolvimento económico e social em Angola, através da implementação de projectos de desenvolvimento nas áreas da educação, formação, bem-estar social, saúde, cultura, meio ambiente, produção, agricultura e comércio, e outras áreas alinhadas com os objectivos da organização a fim de promover uma vida melhor para os mais carenciados.

Em nome da BP, Paulo Pizarro disse: “Estamos honrados em apoiar estes projectos, pois apesar de sermos uma empresa de energia, temos um compromisso a longo prazo com Angola e o seu povo.”

“É do nosso interesse que as receitas do petróleo que pro-duzimos também se reflictam no desenvolvimento económico e social do país. O estabelecimento de parcerias desta natureza beneficiarão certamente as comunidades, a população e o país em geral.”

BP donates equipment to Luanda hospitals

BP Angola in partnership with Project Cure, has donated two 40-foot contain-ers of medical equipment and supplies to Neves Bendinha and Cajueiros hospitals in Luanda.

The donation valued at $550,000 com-prises ultrasound equipment, laboratory supplies, anesthesia machines and sup-plies, CPAP, BIPAP and electrosurgical units. In addition, BP spent $150,000 to support logistics costs.

Neves Bendinha is the only hospi-tal in Luanda which specializes in caring for burn victims, and in 2016 the facility served some 21,500 patients.

“This donation is a great help for our hospital and people in need, especially during this current economic crisis in Angola. We deeply appreciate BP’s sup-port as we strive to provide assistance to patients with dignity,” says Lídia Dembi, administrative director of Neves Bendinha Hospital.

Cajueiro Hospital director Armando Alberto João shared these sentiments, “This hospital assists around 1,000 people a day and BP’s donation significantly helps the medical team in terms of resources. The equipment provided will be used in the intensive care unit, and we greatly appreciate BP’s assistance.”

BP became involved in the project in 2012 following an assessment of three hospitals in Luanda to identify needs to improve services. As a result, BP com-missioned four large containers to be donated, and in 2014, BP staff in Houston

helped to load the first container, which was delivered to Divina Providência Hos-pital in October of that year.

A second container was delivered to the same unit in January 2016 and the last two units were delivered on 26 January this year.

BP doa equipamento a hospitais em Luanda

A BP Angola, em parceria com a organiza-ção Project CURE, doou dois contentores de cerca de 12 metros de equipamento médico e materials aos hospitais Neves Bendinha e Cajueiros, em Luanda.

O donativo, avaliado em 550.000 dólares, inclui equipamento de ultra-som, material de laboratório, máquinas e materiais de anes-tesia, ventiladores CPAP e BIPAP e unidades eletrocirúrgicas. A BP cobriu ainda custos lo-gísticos no valor de 150.000 dólares.

O Hospital Neves Bendinha é o único em Luanda especializado em tratar vítimas de queimaduras, tendo atendido cerca de 21.500 pacientes.

“O donativo representa uma grande ajuda para o nosso hospital e para quem carece de cuidados médicos, particular-mente durante a actual crise económica em Angola. Estamos profundamente gratos pelo apoio da BP, pois queremos prestar um assistência aos pacientes de forma digna,” afirmou a directora administrativa do Hos-pital Neves Bendinha, Lídia Dembi.

O director do Hospital dos Cajueiros, Armando Alberto João, igualmente sensibi-lizado, afirmou: “o hospital atende cerca de 1.000 pessoas por dia, pelo que o donativo da BP constitui uma ajuda significativa, em termos de recursos, para a equipa médica. O equipamento fornecido será utilizado na

unidade de cuidados intensivos. Estamos muito gratos pelo apoio da BP”.

A BP envolveu-se no projecto em 2012, após uma avaliação a três hospitais em Luanda que identificou a necessidade de melhoria dos serviços. Como resultado, a BP solicitou que fossem doados quatro con-tentores grandes de equipamento. Em 2014, a equipa da BP em Houston ajudou a pre-parar o primeiro lote, que foi entregue no Hospital Divina Providência em Outubro do mesmo ano.

O segundo foi entregue na mesma uni-dade de saúde, em Janeiro de 2016, e os restantes dois lotes chegaram ao seu des-tino a 26 de Janeiro de 2017.

Page 31: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

58 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Agosto 2017 59

UK trade envoy visits BP-sponsored agribusiness programme

Former BP Angola regional president Darryl Willis escorted UK Trade Envoy Baroness Lindsay Northover to a BP-sponsored agribusiness programme in Huambo province in February.

The delegation, which included British Ambassador to Angola John Dennis, spent time with members of the cooperative and visited a maze plantation to discuss some of the technical aspects of farming in Angola, its benefits and challenges, and the future of the project.

The cooperative has 129 members of whom 55% are women, and as well as maze, grows potatoes, soya and vegetables.

The purpose of the visit was to bring more exposure to the programme to share the experience from one of BP Angola’s most effective enterprise developments and to show how other British companies can become involved.

“I have already been to the Royal Agriculture University in Britain,” said Baronees Northover. “It is a leading institution in this activity, and they are willing to work with two universities here in Huambo.”

Since 2005, BP and the Block 18 partners have invested $2.5 million in the programme which aims to help communities organize themselves, build capability and obtain access to bank credit to fund their activities.

Some 3,000 farmers from 10 cooperatives have benefited from the programme by gaining expertise in agriculture and commercial activities.

Enviada especial do Reino Unido para o comércio visita programa agro-negócio financiado pela BP

Em Fevereiro, o anterior presidente regional da BP Angola, Darryl Willis, acompanhou a enviada especial do Reino Unido para o comércio, a baronesa Lindsay Northover, a conhecer o pro-grama agro-industrial financiado pela BP na província do Huambo.

A delegação, que incluiu o embaixador britânico em Angola, John Dennis, foi recebida por membros da cooperativa e visitou uma plantação de milho, com o objectivo de discutir alguns dos aspectos técnicos da agricultura em Angola, os seus benefícios e desafios, assim como o futuro do projecto.

A cooperativa é composta por 129 membros, dos quais 55% são mulheres, produz milho, batatas, soja e legumes.

O objectivo da visita consistiu em dar a conhecer o progra-ma, partilhando a experiência de um dos empreendimentos mais eficazes da BP Angola, e mostrar de que forma outras empresas britânicas podem colaborar.

“Já visitei a Royal Agriculture University, no Reino Unido”, afirmou a Baronesa Lindsay Northover. “A instituição, é líder no sector e encontra-se disposta a colaborar com duas universidades aqui no Huambo.”

Desde 2005, a BP e os seus parceiros do Bloco 18 investiram

2.5 milhões de dólares no programa, o qual visa ajudar as comu-nidades na sua organização, capacitação e acesso ao crédito, para que possam financiar as suas actividades.

O programa beneficiou cerca de 3.000 agricultores de 10 cooperativas, ao possibilitar a aquisição de conhecimentos em agricultura e actividades comerciais.

BP Angola sponsors the UK Angola Forum

As the largest UK investor in Angola, BP sponsored the second UK-Angola Trade and Investment Forum held in Lon-don on 27 and 28 March to attract UK investment to Angola.

Addressing a capacity audience, under the title: Investing in Natural Resources BP Angola deputy general manager Hélder Silva, talked about BP’s long-term commitment to Angola.

“We are committed to the future of our business in Angola and are working closely with the Angolan authorities and partners to develop viable projects that will help to maintain the country’s oil pro-duction,” he said.

Stressing that the key to success in doing business in Angola depends on good understanding of the local context, staff training and compliance with the law, Hélder also highlighted the opportu-nities and challenges for new entrants to the Angolan business environment.

The event was attended by senior Angolan and UK government officials as

well as representatives business from both countries. The many investment opportunities Angola has to offer to international investors were showcased,

especially in the fields of energy, mining, agriculture and infrastructure.

Immediate results include the pros-pect for a UK trade mission to Angola and an offer of £250 million by UK Export Finance, working alongside the British government Department of Trade, to sup-port projects in Angola.

By sponsoring the Forum, BP Angola not only expressed its long-term com-mitment to Angola, but also took the opportunity to strengthen the rela-tionship with key stakeholders and demonstrate strategy to drive efficiency and competitiveness to ensure long term sustainability of its business in Angola.

BP Angola patrocina o Fórum Reino Unido-Angola

A BP, sendo a empresa britânica que mais investe em Angola, patrocinou o segundo Fórum de Comércio e Inves-timento Reino Unido–Angola, que foi realizado em Londres, nos dias 27 e 28 de Março, com o objectivo de atrair inves-timento britânico para Angola.

Durante o evento, lotado, que teve como tema “Investir em Recursos Na-turais”, o director geral adjunto da BP Angola, Hélder Silva, discursou sobre o

compromisso a longo prazo da BP com Angola.

“Estamos determinados a garantir o futuro das nossas actividades em Ango-la. Temos colaborado com as autoridades angolanas e parceiros no sentido de desenvolver projectos viáveis que contri-buam para a continuação da produção de petróleo no país”, afirmou.

Hélder Silva salientou que o sucesso dos negócios em Angola assenta numa boa compreensão do contexto local, na formação das equipas e no cumprimento das leis, destacando ainda oportunidades e desafios para os novos investidores no mercado angolano.

O evento contou com a presença de altos funcionários dos governos de Angola e do Reino Unido, bem como representantes de empresas de ambos os países. Foram apresentadas diversas oportunidades de investimento internacional em Angola, par-ticularmente nos sectores da energia, mineração, agricultura e infraestrutura.

Os resultados mais ime-diatos do evento foram a perspectiva da criação de uma

missão comercial britânica para Angola e uma proposta de 250 milhões de libras feita pela agência de crédito à exportação do Reino Unido, a UK Export Finance, em colaboração com o departamento de co-mércio do governo britânico, para apoiar projectos em Angola.

Ao patrocinar o Fórum, a BP reiterou o seu compromisso a longo prazo com An-gola, aproveitando também a oportunidade de reforçar a sua relação com os principais investidores e demonstrar estratégias para aumentar a eficiência e competitividade, com vista a assegurar a sustentabilidade do seu negócio em Angola.

“We are committed to the futu-re of our business in Angola and are working closely with the Angolan authorities and part-ners to develop viable projects that will help to maintain the country’s oil production”

HÉLDER SILVABP ANGOLA DEPUTY GENERAL MANAGER

“Estamos determinados a garantir o futuro das nossas actividades em Angola. Temos colaborado com as autoridades e parceiros angolanos no sen-tido de desenvolver projectos viáveis que contribuam para a continuação da produção de petróleo no país”

HÉLDER SILVADIRECTOR GERAL ADJUNTO DA BP ANGOLA

CSR initiatives / iniciatives de RSC

Page 32: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

60 Calemas 36 August 2017

Snapshot / Retrato

What is your job?I am a construction engineer and repair order coordinator

Married or single?Single

Where were you born?Luanda

What other parts of Angola have you visited?Benguela, Lubango, Namibe, Malange and Kwanza-Sul

Why did you decide to be an engineer?Because I always liked maths

Where did you study?At Agostinho Neto University Faculty of Engineering

What is the most challenging part of your job?Managing repair orders, coor-dinating across our two assets to support the construction team and driving performance improvements.

Do you consider engineering as to be a man´s world?Well, most of the engineers are men but it doesn’t mean that this exclusive for them. I and my female colleagues are examples of that.

Have you ever worked offshore? And for how long? I have been offshore several times, the longest for seven days.

What do you like most about offshore? It is a high risk environment, but I like to be close to the operations, and see the things happening on site.

How long have you worked for BP?Five years.

Is BP your first job?No – before BP I worked six years in the construction business.

How would you describe your time with the company?What I like the most is the work-ing environment, especially in my team where people respect each other, listen to different opinions.

How do you relax?Dancing salsa and kizomba, playing pool, spending time with friends and family.

What food do you like to cook?Meat, fish, rice and pasta and some deserts. I am very curious and I tend to mix flavours, and I always search for new recipes. Recently I cooked Beef Wellington with red wine sauce for the first time for a dinner with friends, and they loved it!

What do you do on weekends?I go out for dinner with friends and spend time with family.

What’s your favourite restaurant?I have two: Art´z and Pimms in Luanda.

What Is your dream travel destination?I don’t have a dream travel destination but I do like to travel to new places and interact with new cultures. Italy is on my list of countries to visit because of its lovely food and friendly people.

Who is your favourite singer?In Angola, I like Yola Semedo and Pérola. Internationally, I don’t have a favourite singer but I do like jazz, blues, bossanova, gos-pel, pop and house music.

Qual é a sua profissão?Sou engenheira de construção civil e coordenadora de pedi-dos de reparação.

É casada ou solteira?Solteira.

Onde nasceu?Luanda.

Que outras partes de Angola já visitou?Benguela, Lubango, Namibe, Malange e Kwanza-Sul.

Por que razão decidiu ser engenheira? Porque sempre gostei de matemática.

Onde estudou?Na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto.

Qual é a parte mais difícil do seu trabalho?Gerir pedidos de reparação, coordenar os nossos dois activos de forma a apoiar a equipa de construção de forma a melhorar o seu desempenho.

Considera que a engenharia é um mundo tipicamente masculino?Bem, a maioria dos engenhei-ros são homens, mas isso não significa que a actividade seja exclusivamente masculina. Eu e as minhas colegas somos exemplo disso.

Já alguma vez trabalhou offshore? E durante quanto tempo?Já trabalhei offshore diversas vezes, a mais longa foram sete dias.

O que gosta mais no trabalho offshore?É um ambiente de alto risco, mas gosto de estar próxima das operações e de ver as actividades a desenrolarem-se no local.

Há quanto tempo trabalha na BP?Cinco anos.

A BP é o seu primeiro emprego?

Não – antes da BP trabalhei seis anos no sector da con-strução civil.

Como descreve o seu percur-so na BP?Um factor que se destaca na minha experiência é o ambiente de trabalho, particu-larmente na minha equipa, pois as pessoas respeitam-se e ouvem as diferentes opiniões.

O que faz para descontrair?Danço salsa e kizomba, jogo bilhar e passo tempo com amigos e família.

Que tipo de comida gosta de cozinhar?Carne, peixe, arroz, massa e algumas sobremesas. Sou muito curiosa, por isso tendo a misturar sabores e pro-curo sempre receitas novas. Recentemente, cozinhei bifes Wellington com molho de vinho tinto pela primeira vez, para um jantar de amigos, e eles adoraram!

O que faz nos fins de semana?Saio para jantar com amigos e dedico tempo à minha família.

Qual é o seu restaurante preferido?São dois: o Art’z e o Pimms, em Luanda.

Qual o seu destino de sonho?Não tenho um destino de sonho, mas gosto de viajar para sítios novos e interagir com novas culturas. Itália está na minha lista de países a visitar, pela boa comida e a hospitalidade das pessoas.

Qual a sua cantora/ cantor preferido?Em Angola, gosto da Yola Semedo e da Pérola. A nível internacional, não tenho um artista preferido, mas gosto de ouvir jazz, blues, bossa nova, gospel, pop e house.

Nadir de Carvalho

Calemas 36 Agosto 2017 61

JAQUETA: parte inferior, ou “pernas”, de uma plataforma de exploração e produ-ção de petróleo e gás offshore. Fabricada em instalações industriais em terra, estas gigan-tescas estruturas são levadas para o mar para serem fixadas.

JACKET: the lower infrastructure or “legs” of offshore oil and gas exploration and pro-duction platforms. Built in constuction facilities onshore, these massive structures are floated offshore to be lowered into position.

JARGONBUSTER

AS THE CONFUSION CLEARS SG FLIES OFF ON THE LAST LEG OF ANOTHER ANGOLAN ADVENTURE WITH THESE PARTING WORDS...

“IT’S THOSE TIGHTS YOU’RE WEARING”

“MY SUPER SENSES ARE TINGLING... I MUST BE CLOSE TO CONFUSION,”

CLARENCE CLARITY, OBSERVES RINGO LINGO RIG-UP AND DRILL INTO HIS CONFOUNDED CREW.

“IF LEGS ARE ASSOCIATED WITH JACKETS, THEN IT FOLLOWS THAT ARMS MUST BE ASSOCIATED WITH TROUSERS”

“TOPSIDE-TURVY”

HE’S PULLING THEIR LEG!”

“HE’S COMING UP WITH SOMETHING”

CLARENCE SAYS HIS MAGIC

WORD… “ROJANG” … AND TRANSFORMS

INTO JARGONBUSTER HE EXPLAINS

HE LAUNCHES INTO HIS MISSION TO MASH THE MYSTIFICATION OF THE MISINFORMED.

“OFFSHORE JACKETS... NOT... OFF-PEG JACKETS”

“A JACKET IS THE LOWER SECTION OR LEGS OF AN OFFSHORE PLATFORM”

“JARGONBUSTER IS THE PLATFORM FOR PLAIN TALKING.”

Page 33: calemas - BP · 2 Calemas 36 August 2017 Calemas 36 Aostg o 207 1 3 Calemas is the magazine of BP Angola and is published by BP p.l.c. The views expressed by contributors do not necessarily

BP Exploration (Angola) LimitedTorres Atlântico Avenida 4 de Fevereiro, N. 197 LuandaRepública de Angola

Chertsey RoadSunbury-on-ThamesMiddlesexTW16 7LNUnited Kingdom

Estamos muito orgulhosos do Clube Cascatas Toastmasters da BP Angola. É um percurso empolgante que traz uma grande satisfação aos nossos membros, pois observam melhorias na comunicação interpessoal e na capacidade de liderança, tornando-se mais eficazes e acrescentando valor à nossa organização. Neste ambiente descontraído, todos aprendemos. E já estamos a ponderar, para além da criação de um novo Clube Toastmasters da BP, apoiar a criação de outros clubes Toastmasters em Angola.

LUÍS CABRAL, Vice-Presidente para as Relações PúblicasClube Cascatas Toastmasters da BP Angola

O seu público na palma da mão

Quer tornar-se mais confiante para falar em público?

A organização Toastmasters International ajuda os seus membros a desenvolver competências de liderança e para falar em público

O Clube Cascatas Toastmasters da BP Angola foi criado em Abril de 2016 com o objectivo de ajudar os seus membros a desenvolver estas competências

Os benefícios de que os seus membros usufruem incluem um aumento de autoconfiança e um à vontade diante do público – qualidades essenciais numa organização onde a liderança de equipas é o caminho para a progressão na carreira

O Clube Cascatas Toastmasters propor-ciona um ambiente social estimulante, interagindo com outros clubes, organi-zando eventos especiais e contribuindo para o desenvolvimento dos negócios previstos pela.