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N.º 67 Novembro 2005 ISSN 0872 – 7600 Boletim do

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N.º 67 Novembro 2005

ISSN 0872 – 7600

Boletimdo

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ISSN0872 - 7600

PropriedadeInstituto Geográfico do Exército

Av. Dr. Alfredo Bensaúde, 1849-014 LISBOATel. – 21 850 53 00 | Fax – 21 853 21 19

E-mail – [email protected] | Web – www.igeoe.pt

DirectorManuel Mateus Costa da Silva Couto

Coronel de Cavalaria, Engº Geógrafo

ArticulistasHenrique José Gonzalez Costa Jardim

Coronel de Artilharia, Ref.do

José Manuel dos Ramos RossaTenente-Coronel de Artilharia, Engº Informático

Fernando SerrasTenente-Coronel de Artilharia, Engº Geógrafo

Luis NunesTenente-Coronel de Artilharia, Engº Geógrafo

António CavacaTenente-Coronel de Artilharia, Engº Geógrafo

Francisco GomesMajor de Artilharia, Engº Geógrafo

José Travanca LopesMajor de Infantaria, Engº Geógrafo

Vasco AntónioMajor de Artilharia, Engº Geógrafo

Luís CrispimMajor de Artilharia, Engº Geógrafo

Paulo AraújoMajor de Artilharia, Engº Informático

José Dias1º Sargento SGE, Fotogrametrista

Maria Helena Dias Professora Associada da Universidade de Lisboa

e Investigadora do Centro de Estudos Geográficos

Dr. João Luís Gustavo de Matos, DECIVIL/IST

Isabel MartinsEngª Geógrafa

Saudade PontesGeógrafa

Michael de Sousa Faísca Aluno Estagiário de Engenharia Geográfica

Mafalda CamposTécnica Informática

Anabela Mestre Técnica Informática

Lúcia CordeiroAssistente Administrativa

Grafismo e PaginaçãoPaulo Caeiro

Good Dog Design

Fotolito, Montagem e ImpressãoSecurity Print

Tiragem1 000 Exemplares

Editorial

Neves Costa, uma figura emblemática da Cartografia Militar Portuguesa (1774-1841)

O “Slotted Templet Method” e o Serviço Cartográfico do Exército durante a guerra no Ultramar Português (1961–1974)

A edição de cartografia à escala 1:25000

Aplicações para melhoramento do processo de produção cartográfica

Modelação de superfícies por correlação automática de imagens

Implementação de um workflow SIG para a escala 1/25000

Generalização cartográfica: nova metodologia

Novas Tecnologias de Informação na transformação de coordenadas na World Wide Web

Adaptação do PCMAP 4.1 ao Exército Português

Controlo de qualidade analógico da Carta Militar de Portugal

Notícias do IGeoE

Indíce

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O ano que passou foi pleno de realizações para o Instituto Geográfico do Exército.Concluiu-se a terceira certificação, em saúde e segurança no trabalho de acordo como referencial (OSHAS18001), virada essencialmente para os colaboradores. Uma

vez mais o Instituto foi pioneiro tornando-se no único organismo de toda a administraçãopublica a conseguir as três certificações, Qualidade, Ambiente e Saúde e segurança no trabalho,características das organizações que procuram a excelência.

Atingimos já um grau de maturidade que nos permite afirmar, com alguma confiança, quetemos um sistema consolidado, em que os desvios relativamente ao planeado, são reduzidos,o que demonstra um conhecimento profundo dos processos produtivos, meios humanos emateriais disponíveis. Assim relativamente aos objectivos previstos no Plano de Actividades para2005, que está prestes a terminar, poder-se-á desde já afirmar que os seus objectivos serãocumpridos na sua totalidade.

Queria destacar neste editorial, pela importância de que se reveste, o reconhecimentooficial do Brigadeiro José Maria Neves Costa como Patrono do Instituto Geográfico do Exér-cito, o que muito nos orgulha pois, tratando-se de um notável cartógrafo militar que serviuno Real Corpo de Engenheiros, teve um papel preponderante no estudo e planeamento dasLinhas de Torres Vedras, através dos levantamentos efectuados na região a Norte de Lisboa,tendo a cartografia por si produzida sido aproveitada pelos oficiais ingleses. Novos projectosdo PIDDAC foram aprovados: o Projecto CARTMIL com vista ao cumprimento de uma direc-tiva NATO, no sentido de toda a cartografia ser convertida para o sistema WGS84 e o projectoSERVIR com vista à implementação de uma rede de estações fixas de GPS que permitirá aobtenção de coordenadas com precisão centimétrica em tempo real. Foi também aprovadaa participação do IGeoE, no projecto MGCP (Multinational Geospatial Cooprodution Pro-gram) que visa a produção, de âmbito mundial, de cartografia à escala 1/50 000 ou 1/100 000,contribuindo o IGeoE com a preparação das células correspondentes a Cabo Verde, S. Tomée Príncipe e Timor.

A postura do IGeoE no contexto da cartografia nacional e internacional, subsidiada pelapermanente e rápida evolução dos recursos tecnológicos, tem revelado ser a mais correcta,na medida em que se procura conhecer o “estado da arte” sem contudo perder de vista a con-cretização dos objectivos anualmente propostos. Somos visionários mas pragmáticos.

O IGeoE tem consciência de que cada vez mais deve fazer juz ao seu lema “ontem comohoje na senda do progresso”

Manuel Mateus Costa da Silva CoutoCor Cav Engº Geógrafo

Editorial

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Em finais de Novembro de 1808, José Ma-ria das Neves Costa, distinto oficial por-tuguês do Real Corpo de Engenheiros,

era encarregado, após uma exposição sua àRegência do Reino, de levantar a carta militardos terrenos ao Norte de Lisboa. Dava-se, assim,início aos trabalhos preparatórios que levariamà construção das posições fortificadas das Li-nhas de Torres, para defesa da capital, e àexpulsão dos franceses do País. Neves Costatrabalhava então no Arquivo Militar e na tarefado reconhecimento de campo foi ajudado porJosé Feliciano Farinha, enquanto, separada-mente, Carlos Frederico Bernardo de Caula seocupava da triangulação, auxiliado por Joa-quim Norberto Xavier de Brito. Por várias vezesos trabalhos seriam interrompidos, terminandoNeves Costa os reconhecimentos, já sozinho,em Fevereiro de 1809. Logo a seguir ficavapronta a carta, imediatamente enviada ao Secre-tário da Guerra, e depois a memória. A primei-ra versão desta Memoria militar sobre as posiçõesdefensivas que se encontram no terreno visinhoa Lisboa (…) data de Maio de 1809.

Lorde Wellington teve conhecimento de am-bas, carta e memória, nesse mesmo ano, e teriasido nas mãos deste que Beresford, já coman-dante do Exército português, as viu. Das dili-gências feitas para dar conhecimento ao Rei,então no Rio de Janeiro, Neves Costa deixourelatados os extravios, aliás suspeitos, dos do-cumentos. Contra o prémio que este requereue o pioneirismo do trabalho se insurgiram osoficiais ingleses, certamente por não quereremver diminuída a glória que sentiam sua. Wel-lington chegou a acusar a carta e a memória defalta de exactidão, por o terem induzido emerro nalgumas obras de fortificação, que seriaobrigado a destruir. Mas os ingleses tambémesqueceriam a participação do grande númerode engenheiros portugueses na construçãodessas linhas de defesa, bem como das cente-nas de pobres camponeses que foram forçadosao duro trabalho nas obras.

Depois de 1812, altura em que foi enviada a

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

> Maria Helena Dias Professora Associada da Universidade de Lisboa

e Investigadora do Centro de Estudos Geográficos

Neves Costa, umafigura emblemática

da CartografiaMilitar Portuguesa

Neves Costa, umafigura emblemática

da CartografiaMilitar Portuguesa

(1774-1841)

Depois de havermos feito Portugueza em 1808 e 1809, aprimeira ideia ou lembrança, e a primeira carta e indicação

circumstanciada do terreno em que existião as celebres Posiçõesnaturaes que podião aproveitar-se para a defeza de Lisboa, e as

que fortificadas depois pelos Inglezes, effectivamente salvarãoesta Capital em 1810; depois de haver-mos analysado, e

refutado os erros que o General Dumouriez vendeu, e com queilludio ao Governo Portuguez em 1800, a respeito do ataque edefeza do nosso paiz; depois finalmente, que no Forte da Graça,

por effeito da interpretação que tivemos de dar huma ordemmal expressada, fomos a principal cauza de se poder sufocar a

rebellião do Povo, e da maioria da Guarnição de Elvas, nosdias 29 e 30 de Abril de 1827, contra o Governo liberal da

Senhora D. Maria 2.ª esperava-mos nós, que taes serviços, semserem precizos outros, serião bastante para nos merecerem ahonra de acabar-mos a vida no quadro effectivo do Exercito

Portuguez, ainda quando a ruina da nossa saude nos obrigassea pedir a nossa reforma.

Não aconteceu porem assim; pois nos coube a sorte de ser-moshuma das victimas das intrigas da ambição e dos postos, e

empregos, que costumão seguir-se aos grandes movimentos politicos,que dando lugar a pertenções exaltadas e exclusivas, permittem quemais cedo ou mais tarde taes intrigas vinguem; e esse o motivo pelo

qual, tendo sido indirectamente excluido do serviço militar, logodepois da Restauração de 1833, directamente o fomos pela nossa

reforma de 5 de Setembro de 1837, que não pedimos.JJoosséé MMaarriiaa ddaass NNeevveess CCoossttaa,,

CCoonnssiiddeerraaççõõeess mmiilliittaarreess ((……)),, 11884411

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cópia do trabalho ao Rei, Neves Costa ficou aaguardar uma recompensa a que se sentia comdireito, cujo desfecho se prolongou. Os inglesesentravavam na retaguarda o processo e nem orequerimento enviado em 1816 pelo oficialportuguês, expondo as razões pelas quais seachava digno da recompensa, teve melhorsorte, o que o levará a divulgar, em 1822, umaExposição dos factos pelos quaes se mostra tersido portugueza a iniciativa do projecto propos-to em geral para defeza de Lisboa, que prece-deo, e continha as bases do projecto particular,posto depois em pratica no anno de 1810.Dirigida a Sua Magestade o Senhor D. João VIem Dezembro de 1821, publicada em Lisboa,com o seu nome, na Impressão Liberal.

Sem querermos entrar na polémica se foi a umportuguês, aos ingleses ou até aos franceses quese deve a ideia das Linhas de Torres, a verdade éque Neves Costa, um dos mais insignes represen-tantes da Cartografia militar portuguesa destaépoca, levantou por métodos expeditos e numtempo recorde (3 meses de Inverno!), a carta daregião de Lisboa, que foi fornecida pelo Governoaos ingleses. Ela tem pelo menos o mérito deconstituir a primeira imagem moderna dos arre-dores da capital, quando quase todo o País estavaainda por conhecer e representar. Infelizmente,a carta original, saída das suas mãos, nunca foidivulgada, supondo-se que continuará guardadanos arquivos militares. Carece, portanto, deestudos detalhados, tal como quase todas as ou-tras representações nacionais deste período,inclusivamente para que se conheçam melhor osprimórdios da moderna Cartografia militar portu-guesa onde entroncam directamente as activi-dades do actual Instituto Geográfico do Exército.

Há duas versões da memória que acompanhoua carta da região de Lisboa, uma terminada emMaio de 1809 e outra que o autor acrescentoucom notas à margem, de 1814, em que secomparam as posições apontadas antes de Wel-lington chegar a Portugal com as fortificadas depoispelos ingleses, sob as suas ordens. Ambas tiveramcertamente inúmeras cópias, algumas das quais

estão no Arquivo Histórico Militar. A versãoaumentada de 1814 chegou a ser publicada em1888, na Revista das Sciencias Militares, e, para aacompanhar, foi impressa em Paris a versão dacarta oferecida pelo autor a Beresford, em 1811,intitulada Carta militar que serve de supplementoá carta topographica, de hua parte da Provinciada Estremadura visinha a Lisboa (…). A cartaoriginal, datada de 1809, a que foram acres-centadas informações por Marino Miguel Fran-zini no ano seguinte, encontra-se hoje na Direc-ção dos Serviços de Engenharia. Nas palavras doseu autor, escritas em 1841, este pequeno Esboçoda carta itineraria militar que contem a topo-graphia do terreno de huma parte da província daEstremadura (…), realizado à pressa (Figura 1),serviria somente enquanto se não fizesse outracarta, de escala maior e com mais detalhes; mas,por incúria dos serviços, não só não foi prolon-gada, como tão-pouco se realizou outra maisconveniente. Separada a carta da memória, Ne-ves Costa lastimar-se-ia, 30 anos decorridos, quenada se tivesse feito de novo, devido à situação deabandono da topografia militar.

Da vasta actividade de Neves Costa em prol daCartografia, abrangendo um período de quatrodécadas, outras referências merecem tanto oumais destaque do que a carta da região deLisboa que lhe ficou para sempre associada.Citam-se, entre outros trabalhos seus: a) a cartade parte da fronteira do Alentejo, levantada em1803 por ordem dos militares franceses, que alevariam para França com a memória respecti-va (da carta não se sabe hoje o paradeiro, en-quanto a memória se encontra guardada, comoutros trabalhos portugueses que tiveram omesmo destino, no Arquivo Histórico de Vin-cennes), obrigando o seu autor a refazê-la em1819; b) a carta da área costeira entre o Caboda Roca e a Ericeira, a pedido de Vincent (co-mandante do corpo de engenheiros que acom-panhou Junot a Portugal) e com a colaboraçãode Caula, que parece ter desencadeado a ideiade propor que se levantasse a da região de Lis-boa; c) a belíssima carta topográfica da Península

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>> Neves Costa, uma figura Emblemática da Cartografia Militar Portuguesa (1774-1841)

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Figura 1 – Esboço da carta itinerária militar que contém a topografia do terreno a Norte de Lisboa, de 1809-1810 (DSE, 1915-2-21-30)

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de Setúbal, feita por ordem de Beresford, em4 folhas e na escala aproximada de 1:30 000,datada de 1813 a 1816, talvez o melhor detodos os seus trabalhos, que seria impressa em1861 nos Serviços Geodésicos dirigidos porFilipe Folque; d) a carta de Portugal, cerca de1:600 000 (1840), com a novidade de exprimiruma nova imagem do relevo português, queserviu para ilustrar um vasto conjunto de con-siderações e mostrar as áreas a necessitar delevantamentos para que fosse possível estabe-lecer um sistema defensivo do País, trabalhoeste pedido pelo Governo português quando jáestava reformado e terminado poucos diasantes de morrer; d) vários reconhecimentos naárea da Estremadura e Beiras, etc.

O brilho que Neves Costa emprestou à Car-tografia militar portuguesa transparece ainda nasua acção no Arquivo Militar, quando empreen-deu trabalhos de normalização das cartas, quantoàs escalas e à representação, para o que muitocontribuiu a estreita convivência com oficiais es-trangeiros, em particular os do “Corps du Génie”francês, ou ainda a leitura proveitosa de obras dereferência sobre trabalhos deste género, como oMémorial Topographique; quando expôs umaTheoria do relêvo dos terrenos (1824), sob a for-ma de Ensaio, cujo manuscrito foi comprado aosherdeiros depois da sua morte e publicado naRevista Militar (1849-1851); quando enunciou osprincípios a seguir tendo em vista a carta itinerá-ria de Portugal ou ainda quando defendeu publi-camente a criação de uma Repartição de Topo-grafia Militar, organizando as estruturas deficien-tes então existentes e valorizando o papel dosengenheiros, a quem se impedia a ascensão aospostos superiores na hierarquia militar.

Mas a importância de Neves Costa reflectiu-setambém em várias comissões e noutros trabalhos,onde se pronunciou sobre assuntos como a de-fesa nacional ou outros do foro não geográfico,aos quais deu a sua visão de cartógrafo e o vastoconhecimento do País. Contestou, desassombra-damente, opiniões de Generais estrangeiros ilustres,que os responsáveis portugueses pareciam escutar

e venerar, mas que desvirtuavam a instituição. Foideputado e, inclusivamente, chegou a ser nomea-do para Ministro da Guerra, mas não ocuparia ocargo. Enfim, uma vida profissional vasta, diversi-ficada e brilhante, que ironicamente não lhetrouxe as promoções merecidas (depois de terascendido a Major em 1807, esperou 13 anospara ver concretizada a subida ao posto de Tenen-te-Coronel e, no mesmo ano, a Coronel), que foimotivo de invejas e ódios e que determinaria oseu afastamento e depois a reforma compulsiva.Também por essas razões, terminaria os seus diasamargurado. Se, passados vários anos, algunspretenderam honrar a sua memória ao publicar-lheparte dos trabalhos, a Cartografia militar desco-nhece-o hoje por completo e, por isso, nunca selhe prestou a homenagem merecida.

>> Neves Costa, uma figura Emblemática da Cartografia Militar Portuguesa (1774-1841)

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(…) ignoravamos completamente os fundamentosdonde partira o Dr. Ciera para concluir, que a nossa Leguade 20 ao Gráo tinha a extensão de 2509,2 Braças, porêmo que igualmente ignoravamos era o ter elle estabelecido emdiversas epocas mais dous valores differentes para a mesmaLegua, por quanto depois de lhe ter assignado o primeirovalor de 2509 Braças, disse, que era de 2542, efinalmente deo-lhe a grandeza de 2540.

As differenças, que estes tres valores apresentão, são naverdade notaveis; porêm he certo que esta ultima grandezafoi adoptada desde então, e seguida constantemente nostrabalhos topographicos. Ignorando-se os fundamentos, quederão origem a estes tres diversos valores da Legua, pareciarasoavel, que se procedesse desde logo na investigação desteimportante objecto, porêm foi o que se não fez, e por isso heforçoso confessar, que se admittio um principio dogmatico, ea pia crença da Legua de 20 ao Gráo ter a extensão de2540 Braças.

Com tudo o Sñr. Brigadeiro José Maria das NevesCosta, Official, que fez sempre muita honra ao nossoCorpo de Engenheiros, e que foi mais afamado que ditoso,estudou esta questão sobre o valor da Legua Portuguezacom tão boa critica e saber, que julgamos muito convenienteinserir aqui a sua opinião sobre este assumpto (…).

FFiilliippee FFoollqquuee,, Memoria sobre os trabalhos

geodesicos executados em Portugal,11884488

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A. INTRODUÇÃO – Slotted Templet Method/1.

No livro TOPOGRAFIA GERAL – VolumeII, da autoria do Eng.º. Carvalho Xerez –podemos encontrar referências a um

processo analítico que trata do emprego da trian-gulação aérea aplicada na Fotogrametria.

No entanto, podemos também verificar alique o referido método apresenta algumas dificul-dades, além de uma bastante difícil utilização, oque, naturalmente, constitui um obstáculo aorendimento da respectiva cadeia de produçãotopográfica.

Estes considerandos levaram à substituição da-quele método por um outro, muito utilizado nosE.U. A, mais eficaz e que se designa por “SlottedTemplet Method”.

Vamos apresentá-lo, servindo-nos textual-mente do que o Eng.º Carvalho Xerez escreveu noseu livro.

“A necessidade de, na fotogrametria aérea, de-terminar no terreno as coordenadas dos pontos deapoio constitui, no caso dos levantamentos emescala inferior a 1:25 000, um obstáculo à eco-nomia e rendimento da fotogrametria.

Torna-se então conveniente diminuir o núme-ro de pontos de apoio a determinar no campo,problema que, apesar de, em parte, se encontrarainda no período experimental, pode dizer-seque está resolvido pelo emprego da triangulaçãoe nivelamento aéreos.

A triangulação aérea pode referir-se apenas àplanimetria e temos assim a triangulação radial, sóutilizada em regiões não muito acidentadas, sendoobjecto da triangulação espacial a determinaçãodas coordenadas planimétricas e das cotas.

Triangulação radial – Consideremos o caso deum terreno sensivelmente plano e coberto comfiadas de fotografias, praticamente nadirais, comsobreposição longitudinal de 60%, de modo aexistir uma zona do terreno comum a 3 fotogra-fias consecutivas.

O princípio em que se baseia a triangulação ra-dial, na hipótese de fotografias nas referidas

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O “Slotted TempletMethod” e o Serviço

Cartográfico doExército durante a

guerra no UltramarPortuguês

O “Slotted TempletMethod” e o Serviço

Cartográfico doExército durante a

guerra no UltramarPortuguês

(1961–1974)> Henrique José Gonzalez Costa Jardim

Coronel Art, Ref.do

Ex-Combatente no Ultramar Português:AngolaGuiné

Moçambique

Especialidade: Cartografia

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condições, é o de que os ângulos medidos sobrea fotografia com vértice no ponto nadiral (intersec-ção da fotografia com a vertical do centro daobjectiva) são sensivelmente iguais aos ângulosmedidos no terreno (Figura 1), mesmo que o ter-reno não seja plano (Figura 2); o ponto nadiralcoincide com o pontoprincipal que facilmen-te se define com as re-ferências da fotografia.

Se as fotografias fo-rem obtidas com umacerta inclinação sobre oplano horizontal, já oponto nadiral não obe-dece àquela proprie-dade, a que satisfaráentão um ponto I (Figu-ra 3) chamado isocen-tro, situado a meia dis-tância entre o pontoprincipal P e o pontonadiral N, desde que oterreno seja plano. Umponto compreendidoentre o isocentro e o

ponto nadiral é, portanto, o que mais apro-ximadamente satisfaz à mesma propriedade paraum terreno não plano e fotografias inclinadas.

Considerando as condições acima indicadas,de um terreno sensivelmente plano e fotografiaspraticamente nadirais, podemos, portanto, admi-

>> O “Slotted Templet Method” e o Serviço Cartográfico do Exército durante a guerra no Ultramar Português (1961–1974)

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Figura 1

Figura 3

Figura 2

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tir, dentro de uma precisão compatível com a fi-nalidade da triangulação, o princípio enunciadoatrás em relação aos pontos principais. Estes pon-tos formam então uma poligonal aérea de ângu-los conhecidos (Figura 4).

Vamos ver como, a partir de dois pontosconhecidos e por intermédio de mediçãode ângulos com vértices nos pontos principais,é possível determinar as coordenadas des-tes pontos e também de outros, todos des-tinados a apoiar a transformação posteriordas fotografias em plantas ou em fotoplanos.

Sejam (Figura 5) A e B os dois pontos decoordenadas planimétricas conhecidas;medindo os ângulos α1, β1, α2, β2, pode-mos determinar, analiticamente, as coor-denadas dos pontos principais P1 e P2(problema de Hansen) partindo destas emedindo os ângulos y1, δ1, y2, δ2, deter-minam-se as coordenadas dos pontos C e D,comuns às três fotografias, por meio de

intersecção directa. Em seguida, calculam-se ascoordenadas de P3 por uma dupla intersecçãolateral apoiada em P2, C e D, e assim sucessiva-mente por intermédio de uma cadeia de losangos,que substitui a poligonal aérea, verificando-seque, a partir de P3 o cálculo é feito por dois ca-minhos e daí a possibilidade de um ajustamentode triangulação. A fim de evitar uma propagaçãoperigosa dos erros de medição dos ângulos, éconveniente conhecer as coordenadas de um oudois pontos no fim da fiada, procedendo-se as-sim a um novo ajustamento dos resultados.

A medição dos ângulos com vértice nos pontosprincipais pode ser feita, em trabalhos de poucaprecisão, directamente sobre as próprias fotogra-fias, mas, em trabalhos de maior rigor, utilizam-seos chamados trianguladores radiais (Figura 6) que,por intermédio da observação estereoscópica,permitem uma mais perfeita identificação dospontos correspondentes das fotografias.

O método analítico, que se acaba de expor,não é normalmente empregado por ser muitotrabalhoso, adoptando-se métodos em que seefectua graficamente, sobre papel transparente,o cálculo e o ajustamento da triangulação ( méto-do conhecido em Inglaterra pela designação deArundel ); ou, conforme largamente se trabalha nosE.U., substituindo as fotografias por folhas depapel transparente indeformável, para onde se

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Figura 5

Figura 4

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passam os pontos principais e as linhas radiais, eefectuando depois a ligação dessas folhas atravésdos pontos comuns e o correspondente ajusta-mento. Este último processo, que apresentacertas dificuldades na realização do ajustamento,é geralmente substituído pelo conhecido “slottedtemplet method”, em que se usam folhas de car-tão onde os pontos principais são representados(Figura 7) por um furo e as linhas radiais por ra-nhuras (de largura igual ao diâmetro do furo), oque permite efectuar mecanicamente a ligaçãodas fotografias, realizando-se assim, automatica-mente, o ajustamento da triangulação (Figura 8).

O ajustamento de um conjunto de fiadas defotografias sobrepostas lateralmente efectua-secom o auxílio de pontos de apoio, um em cadaextremidade das fiadas, podendo dispensar-seesses pontos em relação a grande número defiadas intermédias.

Como a triangulação radial só permite obtercoordenadas planimétricas, torna-se necessáriodeterminar cotas no terreno por métodos simples(barométricos), a fim de ser possível, com o auxí-lio de aparelhos do tipo estereopantómetros, nãosó tornar mais denso aquele conjunto de cotasmas também traçar curvas de forma.

Triangulação espacial – O interesse de com-pletar a triangulação aérea com o nivelamentolevou a estudar os métodos da triangulação es-pacial, que mais exactamente deveria chamar-seaeropoligonação.

A ideia geral teórica do método resume-se emefectuar uma fiada de fotografias sensivelmentenadirais e sobrepondo-se de 60% (Figura 9 ), e emseguida obter o modelo óptico dessa fiada, levá-loa uma determinada escala e orientá-lo relativa-mente a pontos conhecidos do terreno. É entãopossível deduzir desse modelo as coordenadas dequaisquer pontos destinados à orientação e resti-tuição isolada dos vários pares de fotografias.

O método consiste praticamente no seguinte:

>> O “Slotted Templet Method” e o Serviço Cartográfico do Exército durante a guerra no Ultramar Português (1961–1974)

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Figura 6

Figura 7

Figura 8

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conhecidas as coordenadas de, pelo menos, trêspontos no primeiro par (I, II) de fotografias, faz-sea sua orientação externa; em seguida, mantém-seno aparelho a posição da 2º fotografia (II ), faz-se a orientação da 3ª (III ) relativamente a ela eligam-se os dois modelos (I, II) e (II, III), por inter-médio da zona comum A BCD, de modo que ascotas dos pontos I, 3 e 5 , lidas no primeiro mo-delo, se mantenham no segundo; e assim suces-sivamente até à última fotografia. Para a aplicaçãodeste método possuem os restituidores maiscompletos, Wild, Zeiss e Santoni, dispositivosópticos que permitem, por meio de um sistema deprismas móveis, observar a fotografia II, situadana câmara direita, como se ela estivesse na es-querda. Os aparelhos multiplex permitem proce-der a estas sucessivas orientações sem retirar asfotografias da sua posição.

Em virtude de erros resultantes de causas várias,sucede que se produzem deformações do mo-delo no fim de um certo número de fotografias e,portanto, é necessário proceder a um ajustamentorelativamente a pontos conhecidos no terreno,geralmente um ponto, em altimetria, no meio dafiada e outro no fim com as 3 coordenadas. Esseajustamento pode ser feito directamente no apa-relho, se forem utilizados os multiplex.

A fim de eliminar, o mais possível, as causas da-queles erros e também auxiliar o ajustamento, asmáquinas fotogramétricas são modernamentemunidas de aparelhos destinados a colher no aralguns elementos que facilitem a orientação das

sucessivas fotografias. Temos assim o estatoscó-pio, a câmara de horizonte e o periscópio solar.”

B. ABORDAGEM do Ambiente de Guerra no Ultramar na representação das acessibilidades

Em 1961, eclodiram em Angola os aconteci-mentos terroristas já conhecidos, e que conduzi-ram a uma guerra que durou treze anos e termi-naria em Abril de 1974.

As regiões mais afectadas foram o Quanza--Norte/Uige (a Norte da Província) e as Terras doFim do Mundo (a Leste).

Em face daqueles acontecimentos, foram deimediato enviadas Forças Militares portuguesaspara aquelas paragens, que aos nossos militaresse apresentavam com um aspecto bastante ma-cabro (estamos a falar do interior da província)e de uma natureza muito agressiva. Para as(NT) tudo ali era bastante estranho, todas asdistâncias enormes, os terrenos a pouco e pou-co vencidos de uma extensão “a perder de vis-ta”, com matas de muito difícil penetração e ár-vores de porte altíssimo (Figuras 10 e 10A), rioscaudalosos cuja travessia era necessária; face atodo este cenário, não era difícil imaginar todaa complexidade de problemas que as (NT)tinham que enfrentar, situação ainda agravadapela eventual presença do (IN).

Bem árduos foram os primeiros anos para as(NT), ali então destacadas.

Para exemplificar, vamos contar um episódio,afinal igual a muitos outros que foram tendo lugar:– 1963. Estamos em plena região do Quanza--Norte (uma região riquíssima em café). Imagine-mos um Grupo de Combate das (NT), com 40homens, que, numa das suas operações, decidiu,a dada altura, efectuar uma incursão numa mataque se estendia paralelamente ao seu itinerário,dentro da sua Zona de Acção (ZA). Esta matapode ser razoavelmente identificada nas Figuras 10e 10A, onde se podem ver as respectivas áreasde penetração.

A fim de não serem detectadas, as (NT) efec-

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 9

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tuaram aquela incursão durante a noite. Uma vezlá dentro, e para não se perderem uns dos outros,os militares viram-se obrigados a segurar, cadaum, o cinturão do companheiro que seguia ime-diatamente à frente. Seguindo em fila, em deter-minado momento (a escuridão era intensa), de-ram-se conta de que a cabeça da fila estavaquase a tocar na cauda da mesma.

Decidiram parar (seria talvez 01h00 ), dormir nolocal e prosseguir caminho já com luz do dia,ainda por zonas que lhes eram totalmente des-conhecidas. Resta acrescentar que tudo se passoudebaixo de uma enorme carga de água, daquelaschuvadas que só acontecem nas regiões tropicais.

É tempo de referirmos que teria sido de grandeutilidade dispor-se de uma carta (embora numaescala adequada), que certamente iria facilitaràquele Grupo de Combate a escolha do local poronde lhes conviria mais penetrar na referida ma-ta, mesmo de noite (e com o auxílio de uma bús-sola) e seguir pelo melhor caminho até atingir oobjectivo desejado.

C. PRODUÇÃO DE CARTOGRAFIA MILITAR durante a Guerra

No início da guerra contra o terrorismo emAngola, a linha de produção no então ServiçoCartográfico do Exército, principalmente no quese refere à Carta Militar de Portugal na escala1/25 000, utilizava o processo fotogramétrico. Asfolhas desta Carta eram desenhadas manualmen-te, levando igualmente os respectivos trabalhosde campo muito tempo a executar.

Trata-se de um método bastante rigoroso, quepermite obter uma cartografia de grande preci-são, mas que, por outro lado, se revela muitomoroso até à obtenção do produto final.

Entretanto, começaram a surgir os primeiros (ejustificadíssimos) pedidos dos Comandos Opera-cionais de Angola e Moçambique, apresentadoscom elevado grau de urgência.

Pensamos que apenas a Junta das Missões doUltramar dispunha de uma Carta das ProvínciasUltramarinas, na escala 1/250 000, escala muito

>> O “Slotted Templet Method” e o Serviço Cartográfico do Exército durante a guerra no Ultramar Português (1961–1974)

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Figura 10 Figura 10A

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pequena para as Nossas Sub-Unidades Militares,células-base das intervenções das (NT) naquelesterritórios.

O SCE, entidade responsável e capaz de en-contrar a solução do consequente problema,teria necessariamente que recorrer a um outroprocesso diferente do que estava a ser utilizado naprodução da Carta 1/25 000.

O “Slotted Templet Method” já aqui referido,sendo, de certo modo, uma técnica inédita, seriaa solução encontrada e que foi posteriormenteadoptada com sabedoria.

D. Slotted Templet Method

Retomando o assunto objecto deste artigo,diremos que a triangulação radial atrás citada, éagora materializada em pequenas lâminasmetálicas alongadas, apresentando uma ranhuralongitudinal (cuja largura é igual ao diâmetro dofuro que a seguir se fala), com um pequeno furonuma das extremidades, que corresponde aoponto nadiral considerado ponto fixo (Figura 11).

São então formados conjuntos de lâminas uni-das nos pontos fixos (furos numa das extremida-des das lâminas) comuns a todas as lâminas domesmo conjunto (Figura 12).

Os vários conjuntos ligados entre si constituemuma rede (triangulação radial) construída numa

mesa de trabalho sobre as respectivas fotografiasaéreas, dispostas em mosaico (Figuras 13 e 13 A).

Estes mosaicos (Figura 14), enviados posterior-mente para as respectivas Regiões Militares no

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Figura 12

Figura 11 Figura 13A

Figura 13

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Ultramar, são submetidos a completamentos emplanimetria e toponímia, e/ou ainda a quaisqueroutras indicações julgadas de interesse militar.

De volta à Sede do S.C.E., em gabinetes apro-priados, e com base nas instruções recebidas doUltramar, procede-se à iluminação das vias decomunicação (Figura 15), das linhas de água (Figura15A), sendo também de assinalar a respectivatoponímia.

Após esta fase, estamos perante um mosaicoprovisório e semi-controlado (Figura 14), que, porsua vez e através de processos fotográficos, é le-vado à escala desejada, que, no caso concreto,será a escala 1/100 000.

Novo mosaico se obtém, que corresponde aoproduto final – o FOTOMAPA (Figura 16).

Após a descrição, em traços gerais, do “SlottedTemplet Method” aqui referido, pensamos ser deinteresse acrescentar alguns esclarecimentos jul-gados necessários.

Em Cartografia, a indispensável triangulaçãoque vai servir de apoio aos consequentes trabalhostopográficos implica na construção de uma redede triângulos convenientemente calculados, sen-do as compensações das respectivas figuras con-seguidas através de operações de cálculo mate-maticamente rigorosas.

No método que atrás apresentamos, a partir doprimeiro mosaico, seguem-se compensações dasrespectivas figuras através de operações mecâni-cas onde os pontos móveis deslizam dentro dasranhuras das lâminas aplicadas às fotografiasaéreas vizinhas.

Obtém-se assim em equilíbrio, um conjuntoformado por uma rede (triangulação) construídasobre as respectivas fotografias aéreas. Separadosos dois elementos deste conjunto, estamos pe-rante um mosaico provisório e semi-controlado,que, conforme acima já foi dito, segue para as di-ferentes Regiões Militares no Ultramar (que en-globem Teatros de Operações Militares).

Em finais de 1968, estamos colocados no SCE,numa época em que a grande actividade desteServiço, seria, naturalmente, a produção da Carta1/25 000, que se encontrava numa fase de actua-lizações, utilizando o processo fotogramétrico.

Entretanto, numa visita feita a um determinadodepartamento daquele serviço, somos surpreen-

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Figura 15A

Figura 15

Figura 14

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Figura 16

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didos por um tipo de cartografia por nós desco-nhecido, e que então ali se praticava .

Tratava-se da produção de FOTOMAPAS paraas (NT) deslocadas no Ultramar Português.

Tinha sido (ou ia ser ainda naquele ano) edita-do o fotomapa 1139-A MUEDA, que cobria umavasta área da região de Cabo Delgado, a Nortede Moçambique.

Porém, em 1967, já fora editado também o fo-tomapa 1140-A MOCIMBOA DA PRAIA, igual-mente em Cabo Delgado.

Estes dois fotomapas agora referidos, preciososdocumentos cartográficos, permitiram não só oplaneamento, como a realização e condução, comsucesso, da conhecida (pelo menos no meioMilitar) Operação “NÓ GORDIO”, concebida pe-lo General Kaulza Arriaga, e que teve lugar naque-la região (Cabo Delgado) no Verão de 1970.

Em Janeiro de 1970, estávamos em Cabo Del-gado – MOÇAMBIQUE, e viemos a saber quenos últimos meses de 1969 e primeiros meses de1970, aqueles fotomapas já se encontravam a serutilizados pelas (NT) em presença naquele Teatrode Operações.

CONCLUSÃO SIMPLES: em 1968 o fotomapade MUEDA estava numa fase de produção (em-bora final) no S.C.E. em Lisboa, e em 1970 as NTjá o usavam na respectiva actividade operacional.

Podemos agora constatar que, ao longo do pe-ríodo em que decorreu a guerra no Ultramar, oS.C.E. produziu e publicou algumas centenas defotomapas cobrindo os principais Teatros deOperações de Angola e Moçambique, sendoAngola a província mais contemplada.

Relativamente à Guiné, basta apontar que estaparcela do Território Nacional já dispunha, antesda guerra no Ultramar, de uma notável Carta na

escala 1/50 000, também produzida pelo S.C.E..

E. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como remate, gostaríamos de acrescentar que,em nossa opinião, a Cartografia Militar Portu-guesa viveu durante a Guerra no Ultramar Por-tuguês, uma oportunidade histórica de grandeprojecção, muito especialmente no “meio mili-tar” (mas não só), onde pode pôr à prova a sua boae qualificada capacidade de, no apoio carto-gráfico, dar uma resposta pronta e eficaz, o quemuito contribuiu para o sucesso da presença das(NT) nos respectivos Teatros de Operações, aolongo de treze duros e penosos anos.

F. EM DESTAQUE

Hoje, o INSTITUTO GEOGRÁFICO DO EXÉR-CITO, digno herdeiro das tradições do antigoServiço Cartográfico do Exército, certamente quenão necessitaria de recorrer ao “Slotted TempletMethod” para encontrar soluções para os difíceisproblemas que então se levantaram à CartografiaMilitar, durante a Guerra no Ultramar Português,de modo a rapidamente conseguir obter a indis-pensável cobertura cartográfica sobre os respec-tivos Teatros de Operações.

Actualmente, dominando as mais avançadastecnologias, tecnologias de “ponta”, no âmbito daCartografia, o INSTITUTO GEOGRÁFICO DOEXÉRCITO pode ser considerado, inegavelmente,o digno responsável por projectos de elevada exi-gência técnica, e o garante do grande nível e boaqualidade dos trabalhos específicos que produz.

>> O “Slotted Templet Method” e o Serviço Cartográfico do Exército durante a guerra no Ultramar Português (1961–1974)

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Introdução

A edição cartográfica, anteriormente desig-nada como desenho, tem tido um papelessencial no processo da cadeia de pro-

dução cartográfica. Não é tarefa fácil descreverem pormenor a actividade cartográfica do nossopaís e da evolução que a mesma sofreu ao longodos tempos. Quando nos propusemos a escrevereste artigo, e ao iniciarmos a sua estruturação,constatamos que era necessário referir, por muitoque genericamente, aquilo que era o desenhode uma carta antes da introdução de algunsautomatismos.

O desenho das cartas

A elaboração de uma carta passava por diver-sas fases. Em primeiro lugar, as equipas de topo-grafia executavam os trabalhos de campo ondefaziam o levantamento minucioso das fotografias,confirmando pormenores de importância militarque obrigatoriamente tinham que constar da car-ta, para isso respeitando as regras que desdesempre serviram de base à excelência da carto-grafia militar. Seguidamente, as fotografias járeconhecidas eram entregues na Secção de Foto-grametria que conforme os pormenores levan-tados no campo, assim eram restituídas. Após es-ta fase o processo da folha seguia para a Secçãode Desenho onde um desenhador se encarrega-ria da execução da carta.

Os elementos eram então desenhados a tintada china com aparos de várias grossuras con-forme a espessura dos elementos. Depois determinado o desenho, o revisor ia comparar otrabalho efectuado na restituição com o traba-lho executado pelo desenhador e na eventualexistência de dúvidas estas eram esclarecidaspor informação do topógrafo. Seguia-se a faseem que a carta era enviada para a gráfica ondeapós a sua impressão, era ainda revista maisuma vez no que diz respeito a cores e outrosacertos.

A edição decartografia à

escala 1:25000

A edição decartografia à

escala 1:25000> Mafalda Campos,

Técnica Informática

> Anabela Mestre,Técnica Informática

> Lúcia Cordeiro,Assistente Administrativa

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>> A edição de cartografia à escala 1:25000

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A informática aliada às novastécnicas de edição

Apesar da inovação tecnológi-ca, alguns dos processos intro-duzidos vieram revolucionar aforma de execução da carta, noentanto, as metodologias conti-nuavam a ser morosas e neces-sitavam de um empenho extra-ordinário de meios humanos.Os automatismos introduzidoseram insuficientes, sendo queuma equipa com bastantes ele-mentos não se revelava suficien-te para as necessidades da pro-dução. Mesmo com as novastecnologias disponíveis os proce-dimentos na sua maioria eram ainda efectua-dos manualmente, sendo posteriormente sujei-tas a varias etapas de revisão o que fazia comque uma carta demorasse demasiado tempoentre a sua edição e saída para a gráfica. Haviauma franca necessidade de alterar este panora-ma tanto pelos acordos efectuados pelo IGeoEa nível da actualização da cartografia do País,bem como pela desactualização em que algumaszonas se encontravam. A evolução da tecno-logia teve um papel preponderante neste proces-so no qual as ferramentas que o poderiamrevolucionar já existiam mas ainda não haviamsido totalmente desenvolvidas nem testadas.

Método

Todo este processo temsempre subjacente um trabalho de equipado qual depende o ritmo da cadeia deprodução. Introduziram-se algumas altera-ções na restituição e nas emendas de campo,que passaram a ser efectuadas pelas equipasde topografia. No seguimento do fluxo daprodução esta informação é validada pelaequipa de Validação da Secção de Validação eEdição (SVE), que actualiza a Base de DadosGeográfica do IGeoE.

Após um estudo aprofundado da situação e deuma vontade imperiosa de aalterar deu-se início a umconjunto de testes. Avaliou--se em primeiro lugar as al-terações possíveis de fazerao conteúdo da carta. Numasegunda fase testaram-sequais as ferramentas quepoderiam automatizar pro-cessos muito morosos. Nu-ma análise criteriosa conclui-se que estes processos po-Figura 2 – Exemplo de emenda

Figura 1 – Vegetal com emendas assinaladas

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deriam ser efectuados com simples linhas decomando.

Na primeira fase, acima descrita, foram intro-duzidas inovações como a generalização de sím-bolos pontuais, padronização automática depontes e outros elementos lineares (aterros e de-saterros, etc.), a utilização do “spread” nos textos,construção automática de áreas, mascaramentopontual de células em relação aos pormenorescoincidentes com as mesmas, entre outros.

Para a segunda fase desta metodologia imple-mentou-se algum software, nomeadamente oDynamo, Geomedia, vários mdls e batchs files, osquais vão agora automaticamente editar as áreasde vegetação, as vias, as casas junto a vias (inclu-sivé as de dimensões muito reduzidas)etc.

Não obstante todas as melhorias introduzidas,a edição clássica continua a ser essencial e a ter umpapel preponderante. Dado todas as cartas se-rem diferentes entre si, há sempre conflitos im-possíveis de resolução automática, sendo que aintervenção humana é imprescindível, usandopara isso todo um conjunto de regras e princípiosque desde sempre regem a cartografia do IGeoE.

Com os novos métodos introduzidos todo o

Figura 4 – Exemplo de um ficheiro batch a ser executado em DOS

Figura 5 – Exemplo de edição automática de uma ponte e aqueduto

Antes

Depois

Figura 6a – Mesmo extracto editado

Figura 6 – Extracto antes de ser editado

Figura 3 – Conteúdo de um batch file

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>> A edição de cartografia à escala 1:25000

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processo de revisão foi bastante reduzido. Ascartas à saída da SVE, são agora alvo de uma re-visão na qual se colocam directamente as emen-das gráficas detectadas pelos revisores transfor-mando o processo mais célere. Para isto muitocontribuiu o esforço da Secção de Controlo deQualidade Analógica que empenhou meios eadquiriu formação por forma a que na actua-lidade consiga ter um desempenho eficiente.

Conclusão

As melhorias agora introduzidas têm que servistas separadamente.

O IGeoE veio beneficiar de uma reorganizaçãode meios humanos que puderam ser canalizadospara outras áreas da cadeia de produção, aumen-tando a sua produção carto-gráfica. Como exemplo, pode-mos apontar o facto que oplano de actividades do anode 2004, para uma equipa de5 a 6 operadores comportavana fase de edição 30 cartas.No ano de 2005 prevê-se aedição de 35 cartas apenascom uma equipa de 2 a 3 co-laboradores. Desta forma, oIGeoE tenta disponibilizar aoutilizador a carta com informa-ção o mais actualizada possívelnum menor espaço de tempo.

Estamos certos que estasinovações vêm abrir novasperspectivas para o que aindapoderá vir a ser feito. Envoltos

no espirito da melhoria contínua e tomando emconsideração a certificação em Sistemas de Ges-tão da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúdedo Trabalho, segundo as normas NP EN ISO9001: 2000, NP EN ISO 14001:2005 e OHSAS18001: 1999 / NP 4397: 2001, respectivamente.Sabemos que ainda podemos ir mais além, e quetodos os dias ainda podemos melhorar, fazendocom que a edição não seja apenas uma ciênciamas também uma arte.

Não queremos contudo deixar de agradecer atodos quantos colaboraram connosco na elabora-ção deste artigo, em especial à Técnica Profis-sional Especialista Principal D. Mª. Lurdes Almei-da pela prestabilidade e por nos facultar os do-cumentos pertencentes ao Desenho e que tinhaem sua posse que em muito possibilitaram a ela-boração deste artigo.

Figura 7 – Consideração Geral escrita em 1976 por um revisor

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> José Manuel dos Ramos Rossa, Tenente-Coronel Art, Engº Informático

[email protected]

> Dr. João Luís Gustavo de Matos, DECivil/IST

[email protected]

Introdução

A transição da norma ISO 9001:1995 paraa norma ISO 9001:2000 implica, paraalém da descrição da forma como se

produz, a descrição dos processos utilizados.Após a decrição é necessário gerir esses mesmosprocessos com vista a optimizar os recursosenvolvidos. A análise do processo deve ser feita deforma a conseguir dividir-se o processo em fasese dentro de cada fase definir as actividades quea compõem. Após esta análise é necessáriodefinir objectivos e monitorizar cada fase paraavaliar o seu desempenho relativamente a todo oprocesso. Nesta primeira abordagem é importan-te o conhecimento de dados anteriores que pos-sam ajudar a definir as diversas fases e as activi-dades de cada uma.

O Processo de Produção Cartográfica

Na definição das fases do processo de produ-ção cartográfica teve-se em conta a forma comoa cadeia de produção se encontra montada as-sim como outros aspectos que esta deve conterpara avaliar a qualidade do produto. Por outraspalavras, é necessário inserir na cadeia de pro-dução fases em que se devem avaliar os elemen-tos de qualidade de acordo com as normas ISO19113 e ISO 19114. Esta evolução da cadeia deprodução não pode ser efectuada em bloco nemde forma radical. Se for efectuada em blocodeixa de haver continuidade no processo, se forradical poderia correr-se o risco de desperdiçarmuito do trabalho já realizado para recomeçarde novo. Este último pode levar a uma paragemda produção que deve ser evitada. A abordagemadoptada foi a de analisar as diversas bases dedados existentes ao longo da cadeia de produçãocom vista a obter dados estatísticos e ter um co-nhecimento mais real da forma como se realiza aprodução em termos de tempo de realização decada uma das fases levantadas.

Para tal, foi desenvolvida uma aplicação que

Aplicações paramelhoramento

do processo de produçãocartográfica

Aplicações paramelhoramento

do processo de produçãocartográfica

Com a transição para a Norma ISO 9001:2000 noInstituto Geográfico do Exército, a gestão da qualidade

passou a efectuar-se por processos. Um dos processos derealização levantado é o processo de produção

cartográfica. A nova norma tem por objectivo a melhoriacontínua de cada processo. Neste trabalho é

desenvolvido um sistema de aplicações com o objectivode melhorar o processo de produção com a introdução

do conceito de qualidade da norma ISO 19113. Osistema de aplicações tem por objectivo introduzir as

coordenadas GPS dentro do software de desenhoutilizado na cadeia de produção actual sem que seja

necessário fazer qualquer alteração no processo deprodução, como sejam, transformação do formato da

informação, mudanças de software e hardware eeliminar a limitação ao volume de informação a

visualizar. O sistema desenvolvido tem sido testado emvários trabalhos da cadeia de produção cartográfica,

como seja a avaliação da exactidão posicional de blocosde folhas, levantamento expedito da rede viária e

validação de cartografia existente no âmbito dacompletude e da consistência lógica. Também foi testado

em trabalhos de actualização de cartografia de pequenaescala e desenvolvida uma metodologia paraactualização de cartografia de média escala.

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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permitisse integrar toda a informação contida nasvárias bases de dados e folhas de cálculo existen-tes, assim como conhecer tempos de produçãode todas as edições anteriores através do tempocompreendido entre a data do voo e a data dapublicação. Só com estes dados se pode darinício ao ciclo de Deming (Figura 1).

Com estes dados é possível fazer um plano,porque tem-se o conhecimento exacto da capa-cidade de produção de cada fase. O processo deprodução foi dividido em 16 fases, nem todasestão a ser executadas actualmente. Destas, come-çaram por ser monitorizadas apenas 4. As quatrofases essenciais são as folhas restituídas pela foto-grametria, as folhas que são colocadas na basede dados geográfica (vector), as folhas padroni-zadas e por fim as folhas impressas. Na Figura 2

pode observar-se na parte superior as fases deprodução e respectiva integração dos elementosde qualidade, na parte inferior a sequência dacadeia de produção dentro da organização fun-cional do Centro de Produção Cartográfica.

Posteriormente foi contemplada a monitoriza-ção de mais uma fase, a de completagem, uma vezque permite controlar o número de folhas queforam trabalhadas no campo, que é uma activi-dade com custos elevados.

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>> Aplicações para melhoramento do processo de produção cartográfica

Figura 1 – Descrição do ciclo de Deming

Figura 2 – Descrição das fases do processo de produção cartográfica

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O Planeamento do ciclo de Deming, é o Planode Actividades elaborado anualmente. Este podeser global ou detalhado. A última hipótese é maisindicada, no caso de se pretender uma monitori-zação mais eficaz e controlada. Na Figura 3, podeobservar-se que no plano de actividade é indi-cado o trimestre em que a folha deve terminarem cada fase do processo de produção.

A Execução consiste na realização das tarefasdas diversas fases. Nesta fase é necessário agruparas tarefas de forma que cada entidade seja res-ponsável pela elaboração completa duma fase daprodução. Isto é, não pode ser possível que duasfases de produção executem a mesma tarefa apartir de dados diferentes. Em toda a cadeia deprodução cada tipo de dados apenas pode terum responsável. Outro aspecto importante é aprodução da informação ter um percurso se-quencial na cadeia de produção e não circular.As fases de validação e controlo de qualidade,desde que sejam automáticas podem ser efectua-das logo após a fase da produção dos dados avalidar.

A Verificação no ciclo de Deming, não é maisque a comparação entre o que foi planeado e oque foi executado. Esta comparação deve serfeita com uma periodicidade elevada para detec-tar problemas e actuar rapidamente. Normal-mente é realizado um relatório de 2 em 2 mesesou de 3 em 3 meses. A Figura 4 mostra os indica-dores para a elaboração do relatório de activida-des trimestral.

Por último é a fase de Actuar sobre o pro-cesso com vista à sua melhoria. A melhoria doprocesso é conseguida através dum controlocentralizado de toda a actividade da cadeia deprodução para actuar o mais cedo possível,com vista a corrigir problemas. A melhoria tam-

bém pode obter-se com a introdução de novasmetodologias, por forma que a cadeia de pro-dução seja actualizada de forma gradual. Aadaptação de tecnologias através do desenvol-vimento de aplicações é outra forma de me-lhorar o processo de produção. A introduçãode dados em qualquer fase da cadeia de pro-dução, em vez de ser apenas através da aquisi-ção fotogramétrica é fundamental na actua-lização cartográfica, assim como, na actuali-zação do produto final. Com a introdução denovos conceitos, como é o caso da norma ISO19113, a informação produzida está de acordocom padrões aceites internacionalmente.

Após a alteração do processo deve efectuar-seum novo planeamento e recomeçar o ciclo deDeming.

A melhoria do processo de produção pode serobtida através da:

• automatização das acções• avaliação da qualidade da informação• produção de metadados• introdução de níveis de abstracção• introdução de conceitos• integração de tecnologias• eliminação de actividades supérfluas e sem

interesse actual

Em algumas destas abordagens podem ser de-senvolvidas aplicações.

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 4 – Interface para visualizar o relatório de actividades trimestralmente

Figura 3 – Interface para visualizar o andamento do plano de actividades

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>> Aplicações para melhoramento do processo de produção cartográfica

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Aplicações para melhoria do Processo de Produção Cartográfica

Como foi enunciado no ponto anterior, no quediz respeito às aplicações desenvolvidas estasenquadram-se em várias áreas:

• monitorização do processo• automatização das acções• avaliação da qualidade da informação• introdução de novos conceitos• integração de tecnologia na cadeia de pro-

dução

Monitorização do processoEsta foi a primeira aplicação desenvolvida e

tem por objectivo detectar problemas na cadeiade produção. Problemas esses, que podem irdesde a simples omissão duma folha no preen-chimento da base de dados até ao esquecimentoduma folha devido ao seu processo ter caídopara a parte detrás do armário.

A análise dos registos das folhas efectuadosnum determinado período de tempo, permitedetectar as situações anteriormente descritas. AFigura 5 evidenciar esta análise.

Uma forma mais clara de detectar as omissõesde registos é através dum cartograma, como édescrito na Figura 6. Este cartograma evidencia onúmero de registos que existem na base de dadossobre cada folha, num determinado período detempo. De notar que cruzando este cartogramacom o cartograma das folhas que estão em produ-ção, pode verificar-se que as folhas que não têmqualquer registo estão paradas há muito tempo

ou estão esquecidas e deverão ser alvo dumaatenção especial.

Integração de tecnologia na cadeia de produção

O sistema de posicionamento global (GPS) éuma tecnologia amplamente utilizada no domínioda ciência geográfica. No entanto, em termos dasua aplicação como instrumento de desenho emsoftware de desenho gráfico está pouco utilizado.

Uma aplicação que consiga ler as mensagens doGPS, registá-las numa base de dados e possibilitara sua visualização num monitor sobre informaçãogeoreferenciada é essencial para a validação e aaquisição de informação actual no terreno.

A Figura 7 descreve o fluxo da informação das

Figura 5 – Listagem dos registos efectuados num determinado período de tempo

Figura 6 – Cartograma com a descrição do número de registos efectuados por folha

Figura 7 – Diagrama de fluxo de informação lida do equipamento GPS.

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mensagens lidas a partir da porta série doequipamento GPS.

Automatização de AcçõesForam desenvolvidas diversas aplicações para

a realização de operações simples, com a fina-lidade de reduzir o tempo gasto na execução damesma tarefa duma forma manual.

Outras aplicações já mais sofisticadas aliam umconhecimento mais complexo sobre o conjunto depontos recolhidos. Foi desenvolvida uma gramáticaque permite registar informação sobre cada pontoao longo dum determinado percurso. A Figura 8mostra a forma genérica da gramática (descriçãomuito incompleta). Na Figura 9 pode observar-se asua concretização para o caso dum ponto quedefine o início da ponte Vasco da Gama.

Após realizar-se opercurso pode ana-lisar-se, se existe in-coerência nos dadosrecolhidos. Na Figura10 está indicada aforma como apare-cem os erros grama-ticais, neste caso fal-ta a colocação do ‘;’no final da descriçãodo ponto.

Se toda a infor-mação estiver cor-

recta, o automatismo da acção está numa apli-cação que converte esta informação alfanumérica

em informaçãográfica com osrespectivos pa-drões ou não.Na Figura 11pode observar-se a colocaçãoduma ponte aoduma auto-es-trada, entre outros elementos.

Avaliação da qualidade da informação(Validação)

A validação da informação é efectuada de acordocom os elementos de qualidade exactidão posi-cional, consistência lógica e completude. Numa pri-meira fase, logo após a restituição é efectuada uma

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 9 – Descrição do ponto quedefine o início da ponte Vasco da Gama

Figura 8 – Descrição genérica da gramática

Figura 10 – Análise da informação dos pontos levantadosFigura 13 – Validação da informação raster. O circulo indica a posição

do equipamento GPS sobre a informação a validar

Figura 11 – Aspecto da aplicação quedesenha a informação contida na base de dados

Figura 12 – Validação da informação vectorial

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verificação por inspecção visual, no que se refere aerros de omissão e comissão. Esta inspecção é feitaatravés da sobreposição da informação vectorialrestituída sobre o ortofotomapa da região, Figura 12.

Antes de ser publicado qualquer documentocartográfico é possível verificar se existem errosgraves. Esta verificação é feita por amostragemrecorrendo a uma aplicação desenvolvida para oefeito, como é indicado na Figura 13.

Introdução de novos conceitosSó consegue ter-se uma cadeia de produção ac-

tualizada se forem introduzidos os novos conceitosno domínio da produção cartográfica. É o caso doconceito do geóide geométrico que permite obtervalores mais exactos da ondulação do geóide numadeterminada área em função da coordenadasplanimétricas, desde que sejam conhecidos comexactidão os valores da ondulação do geóide devários pontos na mesma área. Esta metodologia,desenvolvida por Fieldler, baseia-se na utilização depolinómios com um número diferente de parâ-metros, entre 3 e 6. O objectivo é determinar opolinómio que melhor descreve a ondulação dogeóide para a área em estudo. O melhor polinómioserá aquele que reduzir ao mínimo as diferençasentre a altitude ortométrica calculada, por ele, e aconhecida, ou seja, aquela que é consideradacorrecta. Outro aspecto importante é conhecer aexactidão posição da informação produzida. Paraesse efeito existem normas que devem ser seguidas,por exemplo o NATO Standardization Agreement(STANAG) 2215 – Evaluation of Land Maps, Ae-ronautical Charts and Digital Topographic Data. Avalidação da informação, seguindo a norma ISO19113 é outra melhoria que é introduzida.

A proposta de Fieldler, pressupõe a existência depelo menos 3 pontos de controlo e os seguintestipos de equações com três, quatro, cinco ou seisparâmetros:

A introdução dosnovos conceitos im-plica o desenvolvi-mento de aplica-ções como é o casoda determinação dogeóide geométrico,cuja interface estádescrita na Figura14.

O diagrama acima, descreve a sequência dasacções para o estudo dos vértices geodésicos daárea em coordenadas cartográficas.

>> Aplicações para melhoramento do processo de produção cartográfica

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Figura 15 – Diagrama de localização dos vértices geodésicos em estudo

Figura 14 – Interface para calculara ondulação do geóide geométrico

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Este estudo é realizado recorrendo a uma in-terface que graficamente indica a posição relativados vários vértices em estudo (assinalados comum triângulo), assim como o erro verificado nosvértices utilizados para teste (assinalados com umquadrado), descrito na Figura 15. Nesta interfaceé possível observar alguns parâmetros estatísticos,como é o coeficiente de correlação, e de deter-minação, a média e o desvio padrão.

Conclusões

A introdução de novos conceitos no processo deprodução cartográfica, tem de ter objectivos bemconcretos. Neste caso a introdução da verificaçãodos elementos de qualidade serve para detectarerros no final de cada fase de produção, permi-tindo que estes sejam imediatamente corrigidos.Anteriormente eram detectados apenas no final dacadeia de produção. A determinação da ondu-ção do geóide geométrico em função da coorde-nadas planimétricas, permite aumentar a exacti-dão do valor da coordenada altimétrica dumadeterminada área através do conhecimento dovalor da ondulação do geóide de alguns pontos damesma região. A sua utilização, reduz o erro re-sidual em z, no processo de triangulação aérea.

A utilização da tecnologia GPS também setorna fundamental, uma vez que permite obterduma forma rápida e precisa coordenadas depontos, aos quais pode associar-se outro tipo deinformação para posteriormente ser processadaduma forma integrada.

O conhecimento dos conceitos e da tecnologia

por si só não chega, se não forem integrados atra-vés do desenvolvimento de aplicações quepermitam interligá-los duma forma automatizada,permitindo assim, a sua utilização na cadeia deprodução sem aumentar a complexidade do pro-cesso de produção.

Por último, é necessário avaliar o impacto decada alteração da cadeia de produção face aosobjectivos da mesma. É necessário verificar seessa alteração aumenta o desempenho da cadeiade produção, ou se o seu custo em termos deatraso na produção é superado pela melhoria doproduto final, ou seja, diminui o custo da nãoqualidade.

Bibliografia

Fieldler, J..(1992): Orthometric Height FromGlobal Positioning System. In Journal of SurveyingEngineering. New York.ISO/DIS 19113:. Geographic Information - QualityPrinciples. www.isotc211.org.ISO/DIS 19114:. Geographic Information – QualityEvaluation Procedures , www.isotc211.org.Matos J. (2002): Fundamentos de InformaçãoGeográfica. Lidel Edições Técnicas.STANAG 2215 (1989): Evaluation of Land Maps,Aeronautical Charts and Digital Topographic Data.NATO. Military Agency for Standardization.Edition 5.STANAG 2215 (2001): Evaluation of Land Maps,Aeronautical Charts and Digital Topographic Data.NATO. Military Agency for Standardization. Edition6. Draft 1.

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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>> Modelação de superfícies por correlação automática de imagens

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Modelação desuperfícies por

correlaçãoautomática de imagens

Modelação desuperfícies por

correlaçãoautomática de imagens

> António Cavaca, Tenente-Coronel Art, Engº Geó[email protected]

> Vasco António, Major Art, Engº Geó[email protected]

> Luís Crispim, Major Art, Engº Geó[email protected]

> José Dias, 1SAR SGE, Fotogrametrista

Introdução

Com a tomada de consciência, por umalado da dimensionalidade do espaçoterrestre, e por outro da sua natureza finita,

sentiu-se a necessidade crescente de gerir de for-ma racional a ocupação e utilização desse mesmoespaço.

Numa primeira fase, essa gestão assentou es-sencialmente na bidimensionalidade, no entanto,a saturação do espaço à superfície, associado acritérios de desenvolvimento, segurança e bemestar, passam a dar significativo relevo à integra-ção da terceira dimensão na filosofia de gestãoda envolvência.

Nos dias que correm, a representação através demodelos tridimensionais é, indiscutivelmente,uma valiosa ferramenta de apoio à decisão, comespecial relevância no âmbito das tomadas dedecisão que envolvam a reafectação do espaço emmatéria de ocupação e utilização. O resultado,mais ou menos adequado, do processo da toma-da da decisão é, em larga medida, condicionadopela maior ou menor veracidade dos dados e pe-la maior ou menor consistência dos factores influ-enciadores em análise.

Em matéria de gestão para utilização ou ocu-pação do espaço, as decisões terão de ser susten-tadas pela análise de representações, dado que,a por vezes grande dimensão das realidades emanálise, ou a sua inexistência real, impossibilitama decisão baseada estritamente na observação doobjecto. Desta forma, para que as decisões sejamajustadas e adequadas, as representações debase utilizadas terão que traduzir, de forma real einequívoca, a realidade espacial em jogo.

Do ponto de vista técnico, são várias e distintasas tecnologias e os métodos para adquirir dadose, consequentemente, produzir modelos tridi-mensionais de objectos. O presente estudo tempor base a aquisição de dados morfológicos atra-vés de imagens dos objectos, obtidas por senso-res passivos de baixa altitude, operando nabanda do visível.

Com este tipo de informação de base, são

No presente trabalho abordamos umatecnologia que surgiu, há já alguns anos,

associada à modelação da superfícieterrestre, essencialmente relacionada comrepresentações tridimensionais adoçadas,

com o objectivo de sustentar a elaboraçãode produtos cartográficos. O IGeoE utiliza,de forma sistemática e eficaz, este tipo de

modelação para aquisição de dadosprimários de superfície, seja para gerar

automaticamente informação altimétricavectorial, seja para produção de

ortofotocartografia. Com o presente estudopretendeu-se ir um pouco mais além,

utilizando a referida tecnologia para modelarobjectos mais angulosos, tentando inferir até

que ponto os resultados se podem aproximardos obtidos com tecnologias desenvolvidasespecificamente para modelar este tipo de

objectos, como é o caso das tecnologias deaquisição de informação tridimensional por

telemetria Laser. >

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essencialmente duas as técnicas de produção demodelos tridimensionais de superfícies comorealidades representando objectos, e cujas formae disposição espacial definem a sua morfologia ecaracterizam a superfície da terra.

Por um lado, a modelação por triangulação einterpolação geométrica das entidades gráficasque constituem a informação primária tridimen-sional vectorial extraída das imagens; por outro, amodelação por correlação automática entre ma-trizes de unidades elementares de imagem, querepresentam iguais objectos, ou regiões de fron-teira de iguais objectos, em diferentes suportes.

É sobre esta última tecnologia que recai odesafio do presente trabalho.

Até onde se poderá ir na modelação por cor-relação, nomeadamente para o caso de objectosangulosos, é a questão de base que se coloca.

Enquadramento teórico

Um Modelo tridimensional de um objecto po-de ser caracterizado como sendo uma represen-tação numérica da sua superfície, baseada numconjunto de tripletos de coordenadas conhecidase reportadas a um determinado referencial espa-cial, sendo o resultado final visível, um conjuntode pontos espaçados uniformemente, ou não, eformando uma malha regular ou irregular.

No espaço do referencial terrestre, este conjun-to de coordenadas reflecte a morfologia da su-perfície da terra e as variações na forma dosobjectos que aí se encontram.

Para um projecto de elaboração de um modelotridimensional de um objecto, o objectivo final éproduzi-lo com o maior realismo possível, depreferência com economia de meios e de formaeficiente. Por outras palavras, realismo, custo eeficiência são os temas de maior importânciaquer para quem produz quer para quem utiliza.

O realismo associado ao modelo é condicio-nado por diversos factores, desde logo relacio-nados com as características do objecto ou da su-perfície, com os atributos dos dados primários

adquiridos e com o método utilizado para gerara sua representação tridimensional.

Como já foi referido, existem vários métodos,sustentados por diferentes conjugações de algo-ritmos, que permitem a modelação.

No presente trabalho, a opção recaiu sobre ummétodo que permite a geração automática depontos de “elevação”, a partir de um plano dereferência, onde são conhecidas intrinsecamenteas coordenadas bidimensionais desses pontos. A terceira dimensão dos objectos será descritamatematicamente como sendo altitude em funçãoda posição bidimensional, através de um proces-so de sampling, com o qual se obtém a terceiracoordenada, a partir das duas coordenadas co-planares. O processo é sustentado por um con-junto de pontos notáveis da superfície terrestre, oudo objecto.

A correlação, no caso em estudo, é caracte-rizada pelo estabelecimento de correspondênciaentre duas ou mais imagens digitais, represen-tando parte de uma mesma realidade tridimen-sional. Quanto maior for a densidade de pontosgerados através da correlação, maior poderá ser origor na forma e a precisão numérica do modelo,dada a maior redundância nas observações depormenores idênticos em cada uma das vistas.

A superabundância de observações permiteuma filtragem, por critérios de desvio ou outros,gerando um modelo mais rigoroso.

Obtém-se assim, por modelação, uma repre-sentação abstracta de um objecto, ou de partedele, com tradução numérica através da locali-zação espacial de um conjunto de pontos.

Como dados de entrada, o processo em ques-tão requer um par de imagens em estereoscopia,com uma estrutura piramidal (várias vistas adiferentes resoluções) e os parâmetros das orien-tações internas e externas obtidos por orientaçãolocal do modelo ou por aerotriangulação.

Antes de iniciar o processo é ainda necessárioponderar, a priori, o factor de correlação utilizado,as tolerâncias e margens de erro aceitáveis, o pesoda função de adoçamento, os índices de rugo-sidade e angulosidade dos objectos, entre outros.

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Em matéria de correspondência, o ideal seriaefectuá-la pixel a pixel, mas isso requereria umacapacidade computacional insustentável, peloque surgiram varias estratégias para ultrapassaresta condicionante, uma das quais é a utilizaçãodo, já referido, modelo de correlação em estruturapiramidal.

É um método hierarquizado de correlação(Figura1). Em cada nível é efectuado uma correla-ção entre pormenores radiométricos homólo-gos da imagem calculando-se um modelo es-pacial inicial a partir desses pontos homólogosde correlação. O processo inicia-se a partir doplano horizontal, no primeiro nível, e pros-segue para os níveis seguintes, de forma a queo modelo final de um determinado nível pira-midal sirva de modelo inicial para a correlaçãodo nível seguinte.

Como as imagens que utilizamos se baseiamno modelo geométrico da perspectiva central, épossível definir no processo uma geometria epipo-lar. Dadas duas imagens, define-se o plano epipo-lar para um ponto no espaço, à custa do planoque contém este ponto e os dois centros de pro-jecção de ambas as imagens. Este plano intersec-ta ambas as imagens segundo duas linhas rectas,definidas como linhas epipolares.

Se a orientação relativa das imagens for conhe-cida, para um determinado ponto numa das ima-gens, é possível calcular a linha epipolar da outraimagem, encontrando-se assim o ponto corres-pondente sobre ela. O problema da correlação,em imagens com este tipo de geometria associa-da, é então facilitado, passando de um problemabidimensional para unidimensional, o que doponto de vista computacional trás reconhecidasvantagens.

Modelação de superfícies adoçadas

À semelhança das modernas cadeias de pro-dução de informação geográfica georeferenciada,baseadas em sensores aéreos da banda fotográfica,no IGeoE, o módulo de produção de informaçãoprimária de superfície é sustentado, em regra, pe-la modelação baseada em algoritmos de correla-ção, embora sem prejuízo da verificação tridi-mensional do processo de correlação, numaperspectiva de adequabilidade aos objectivos doprocesso e de controlo de qualidade.

O método clássico, baseado em informação pri-mária vectorial, apenas é utilizado em comple-mento, quando se pretender obter um modelotopográfico e não um modelo de superfície, ou emáreas de má correlação por existência de manchasextensas com homogeneidade de valor do pixel,onde, a correlação se muito restritiva, do ponto devista dos parâmetros a priori, produz uma soluçãode pontos pouco abundante, e se muito permis-siva, na perspectiva da liberdade de acção conce-dida ao algoritmo, embora superabundante empontos, produz uma solução pouco realista.

A componente de modelação do processo deprodução e actualização cartográfica do IGeoE,está testada, implementada e estabilizada (Figura2), nomeadamente para gerar automaticamenteinformação vectorial primária altimétrica, paraproduzir ortofotocartografia e para dar a neces-sária tridimensionalidade à informação vectorialadicional com valor cartográfico.

>> Modelação de superfícies por correlação automática de imagens

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Figura 1 – Estrutura piramidal Figura 2 – Processo de modelação

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Embora os trabalhos de representação a grandesescalas, não se integrem nos objectivos de produ-ção do Instituto, a vontade de tecnicamente se irmais além, levou um grupo de técnicos a debru-çarem-se sobre a utilização da tecnologia de cor-relação na modelação de superfícies, em concre-to, para objectos angulosos.

A ideia força não teve por base objectivos deprodução, mas sim um propósito de estudar eexperimentar diferentes formas de represen-tação, utilizando a tecnologia em questão.

Modelação de superfícies angulosas

Embora a tecnologia de modelação por cor-relação pura tenha sido concebida para gerarmodelos adoçados, pensou-se que explorandodiferentes cenários e optimizando parâmetros, sepoderia ir um pouco mais longe ao nível da mo-delação de objectos mais angulosos, a grandeescala.

O conhecimento nesta área leva-nos a admitir,sem reservas, que a tecnologia mais eficiente eeficaz para este tipo de trabalho, nomeadamentena representação das chamadas “cidades vir-tuais” por modelação é, sem dúvida, a tecnologiabaseada em telemetria Laser.

Não se pretende neste trabalho comparar asduas tecnologias, no entanto, na ausência domais adequado e mais vocacionado para a re-ferida modelação, o IGeoE levou por diante umconjunto de experiências, com vista a testar atecnologia de que dispõe, no tipo de modelaçãoem questão.

Utilizou-se para o efeito uma cobertura aéreaanalógica a baixa altitude, correspondente a umaescala média de voo de 1:8000.

Escolheu-se, num modelo estereoscópico, umaárea que simultaneamente fosse rica em objectosangulosos e apresentasse uma radiometriaequilibrada e uma textura de imagem com boadefinição e contraste (Figura 3).

Orientou-se localmente o modelo com pontosde apoio de campo, obtendo-se a minimização

das paralaxes re-siduais e os dadospara georeferen-ciação posteriorde cada unida-de elementar deimagem.

Como já foi re-ferido no enqua-dramento teórico,um factor impor-tante para se teruma maior mar-gem de manobra e mais controlo sobre o pro-cesso, é, desde logo, privilegiar, nos parâmetrosa priori, uma superabundância em pontos decorrelação, ou seja, usar uma malha tão estreitaquanto possível.

Utilizou-se umamalha quadran-gular regular deum metro e, atra-vés de uma linhaquebrada e fe-chada, balizou-seo trabalho ao al-goritmo, atravésda definição dafronteira exteriorde correlação (Fi-gura 4).

Na impossibi-lidade de se escolher no setup da aplicação amodelação de zonas edificadas, (por não existiressa possibilidade) escolheu-se terreno monta-nhoso e atribui-se peso mínimo à função de ado-çamento, de modo a que, na filtragem da malhade correlação para gerar o modelo, as quebrasde superfície pudessem ser respeitadas ao máxi-mo.

Do ponto de vista estatístico, impuseram-se aoalgoritmo tolerâncias bastante restritivas, em ma-téria de desvios em relação aos valores esperados.

Feito o primeiro processamento, obteve-se ummodelo de superfície pouco vincado, onde apa-

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 3 – SÁrea de trabalho

Figura 4 – Malha de pontos e fronteira de correlação

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reciam volumesdestacados nasáreas onde se en-contram os edifí-cios, no entanto,com muitas se-melhanças com amorfologia ado-çada, caracterís-tica da superfícietopográfica (Figura5). Tal como eraexpectável, a di-

ficuldade do sistema em definir planos ou super-fícies tendencialmente planas, cresce à medidaque a orientação espacial dos mesmos se aproxi-ma da verticalidade, o que dificulta a definiçãorigorosa de objectos paralelepipédicos, com que-bras de superfície em ângulo recto.

Era fundamental condicionar o resultado dacorrelação, forçando as quebras angulosas nomodelo.

Em estereoscopia, restituíram-se então os limi-tes dos telhados dos edifícios, delimitaram-se os ar-

ruamentos, ospátios, as pontes,de modo a for-necer ao algo-ritmo referênciasespaciais que ma-terializariam deforma estruturanteas fronteiras dequebra (Figura 6).

Dado que afunção de ado-çamento neces-sita de continui-

dade na malha resultante da correlação, para sereficaz na construção adoçada do modelo,tentou-se contrariar este desiderato, definindo-seuma zona de não correlação, o equivalente auma área de descontinuidade geométrica com1m para cada lado das linhas de quebra (Figura 7),o que permitiu inibir localmente a função de

adoçamento, possi-bilitando a passagemdos pontos de corre-lação dos limites dostelhados, directamen-te para o solo, juntoàs fachadas dos edi-fícios, sem ser ao lon-go de uma superfícietendencialmenteoblíqua.

A primeira visua-lização do resultadoda correlação emmodelo a cheio, deudesde logo boas indi-cações quanto aorealismo em termosde recorte dos objec-tos (Figura 8).

Por não existiremferramentas de pos--p roces samentoassociadas às solu-ções comerciais queincorporam a tecno-logia em questão (emcontraposição com ariqueza das mesmasnoutras tecnologias)foi necessário passara informação espa-cial resultante da cor-relação para um am-biente simultâneo deestereoscopia e CAD3D, e aí refinar o mo-delo. Utilizaram-se,também para o efei-to, ferramentas se-mi-automáticas devalidação de mode-los desenvolvidas no Instituto, no âmbito dacadeia de produção (Figura 9).

Refinado o modelo, optou-se por dar-lhe mais

>> Modelação de superfícies por correlação automática de imagens

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Figura 5 – Modelo resultante da correlação “livre” Figura 7 – Linhas estruturantes com zonas de descontinuidade

Figura 8 – Modelo resultante da correlação “condicionada”

Figura 9 – Modelo refinado em CAD 3D

Figura 6 – Linhas estruturantes

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realismo e dinamismo. Numa primeira fase cons-truiu-se um mosaico de imagens da área e orto-rectificou-se, em seguida usou-se a imagem orto-rectificada, para, de forma automática, “ forrar” omodelo, através de uma projecção ortogonal,“rasgando” tanto mais a imagem, quanto maisverticais fossem as áreas a “forrar”.

Obteve-se um modelo anguloso bastante in-teressante e realista, do qual foi possível obterdiversas vistas e sobre o qual foi possível executarpequenos voos programados.

Em seguida escolheu-se um objecto, no sentidode se avaliar o rigor dos dados tridimensionais,para a definição espacial da macroestrutura deedifícios. Para o efeito isolou-se da malha depontos de correlação, o edifício da estação ferro-viária e a respectiva plataforma em que o mesmoassenta (Figuras11 e 12).

Projectaram-se os vértices dos vários telhadosno plano da plataforma e obteve-se uma boa

aproximação à ma-croestrutura tridimen-sional do edifício.Embora não sendoobjectivo do presen-te trabalho, poder-se--ia agora fotografar asfachadas do edifício,individualmente,compensar as distor-ções, fruto da obli-quidade dos feixes

de aquisição e inserir as imagens, georeferen-ciadas ou não, na macroestrutura vectorial.

Conclusões

Não sendo a tecnologia de modelação por cor-relação, vocacionada para modelar objectosangulosos, é no entanto possível utilizá-la nestedomínio. Optando por uma malha de pontos su-ficientemente fina, utilizando informação vecto-rial estruturante e inibindo, nos limites de quebra,a função de adoçamento, é possível chegar-se auma boa aproximação à forma real dos objectos.Com algum trabalho posterior de edição e pro-cessamento, pode chegar-se a representaçõesbastante próximas da realidade tridimensional.

Não se pretendeu com este trabalho fazer

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 10 – Vista aérea 3D da área de trabalho Figura 12 – Modelo vectorial do edifícioa

Figura 13 – Vista isométrica da macroestrutura do edifício

Figura 11 – Edifício escolhido

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comparações valorativas ou publicitar o que querque seja, mas apenas explorar uma tecnologiadisponível.

Bibliografia

ImageStation Automatic Elevations (ISAE) –User’s Guide, Intergraph Corporation DOC00210-007, SFT00308 (04.02), May 2003

Ackermann F.: “Some Considerations AboutFeature Matching for the Automatic Generation of Digital Elevation Models” INPHO GmbH,Stuttgart,

In Internet: http://phot.epfl.ch/workshop/wks96/art_3_4.html

Dupéret, Alain: “Automatic derivation of a DTMto produce contour lines” Unité Pilote BDTopoService de l’Information Topographique; InstitutGéographique National, BP 68,In Internet: http://phot.epfl.ch/workshop/wks96/art_3_2.html

Heipke, Christian: “Overview of Image MatchingTechniques”, Lehrstuhl fur Photogrammetrie undFernerkundung, Technische Universitat Munchen, In Internet: http://phot.epfl.ch/workshop/wks96/art_3_1.html

>> Modelação de superfícies por correlação automática de imagens

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> Michael de Sousa Faísca Aluno estagiário de Engenharia Geográfica

[email protected]

Introdução

A norma Digital Geographic InformationExchange Standard (DIGEST) evoluiu parase tornar um elemento chave no planea-

mento e condução de operações civis e militares.O grande volume dos dados e o seu elevado graude complexidade tornaram necessária a exis-tência de acordos multinacionais para estabeleceruma uniformização da informação digital queassegurasse a sua compatibilidade [Dias, 2003].

O DIGEST é uma norma criada pelo Digital Geo-graphic Information Working Group (DGIWG),com o objectivo de permitir a troca de infor-mação geográfica digital, nos seus formatos (vec-torial e matricial ou raster), entre as nações, seusprodutores e utilizadores. O DIGEST recorre aoFeature and Attribute Coding Catalog (FACC) parafornecer um esquema padrão para a descriçãodas features que são encontradas frequente-mente nos SIG e os atributos necessários para osdistinguir [Dias, 2003].

O Guia de Extracção do VMAP3 é uma im-plementação da norma DIGEST descrita numdocumento que contém as entidades do mundoreal existentes em Portugal para a escala1/25000. Aqui encontra-se o código da featurea que uma entidade pertence, os atributos des-critivos desse elemento e os valores permitidospara cada um. Existe uma indicação da fonte dainformação a consultar para saber o valor decada atributo [Martins, 2004].

Numa busca de implementar os pontos des-critos anteriormente, foi realizado um estudopelo Departamento de Processamento deDados e pelo Departamento de Aquisição deDados do IGeoE para criar um possível work-flow procurando explorar a função TAG doMicroStation SE (versão 7).

O que se investigou foi a inserção de mais um

Implementação deum workflow SIG

para a escala1/25000

Implementação deum workflow SIG

para a escala1/25000

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

Figura 1 – A feature L_AP030 no Guia de Extracção baseado no FACC

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nível de informação nos ficheiros DGN da basede dados geográfica do IGeoE, respeitantes às ca-racterísticas dos objectos (seus atributos numéri-cos e alfanuméricos) e conseguir actualizar essainformação dentro do ArcGIS após a migração damesma para uma GDB.

Migração de DGN para GeoDataBase (GDB )

A migração da informação geográfica digital,constante na base de dados geográfica do IGeoE àescala 1/25000, a partir dos ficheiros DGN para osoftware ArcGIS 9.0 é conseguida recorrendo aoaplicativo GeoConv programado em Visual Basicpelo IGeoE com a colaboração da ESRI Portugal.

Esta janela é constituída principalmente portrês zonas distintas, Dados de Entrada, Dados deSaída e Comandos e Acções. A sua correctaexecução fica limitada pela instalação prévia doMDAC_TYP.EXE – Microsoft Data Access Com-ponents 2.8.

Para escolher os dados de entrada basta selec-cionar o tipo de dados a usar na caixa de escolhade dados e depois pressionar o botão com alupa. Ao pressionar este botão surgirá o típicodiálogo de abertura de ficheiros do Windows quepermite escolher os dados em questão. Nesta cai-xa de diálogo pode-se, de uma só vez, seleccio-nar quantos ficheiros se deseja converter. Oscaminhos para todos os ficheiros seleccionadosserão transferidos para a caixa de textos com os

ficheiros a converter. Durante a conversão serádada na parte inferior da janela informação sobreo ficheiro, seguido do tipo de elementos a seremtratados bem como a acção a decorrer. Apare-cem ainda duas barras de progresso ao fundo dajanela em que a primeira representa o progressodo actual ficheiro e a segunda o progresso totalde toda a conversão.

Os dados de entrada não possuem qualquertipo de formatação especial, porém apenas osdados de saída deverão ser coerentes com os pa-râmetros definidos na tabela de conversão.

Para que haja uma transformação adequadada informação do DGN para a GDB, existeuma tabela de conversão que é adicionada nas opções do painel do GeoConv, chamadaDGN_GDB_EXTRACT, (no OutPut). A mesmaestá em formato Microsoft Excel (.xls), contendo dolado mais à esquerda a informação de todos oselementos com os seus respectivos atributos nu-méricos e alfanuméricos dos ficheiros DGN. Istoem termos de tabela corresponderá em colunas,da coluna “A” até à coluna “M” (ver Figura 3).

Nestas colunas encontramos informação sobreos elementos respeitantes:• ID – Identificação (em termos de Sistema de

Base de Dados Relacionais, corresponde àchave primária);

• LV – nível onde se encontra o elemento;• LC – corresponde ao tipo de estilo de uma

determinada linha;• WT – corresponde à espessura do traço de

uma determinada linha;• CELL – o nome da célula;• Etc.

Do lado mais à direita da tabela, encontra-se ainformação de todas as features com os seus res-pectivos atributos numéricos e alfanuméricos co-mo irão constar no ArcGIS, após a conversão dosficheiros DGN recorrendo ao programa GeoConv.

Desta forma, o programa GeoConv lê esta ta-bela durante a conversão dos ficheiros e permiteo mapeamento da informação do DGN para aGDB do software ArcGIS.

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>> Implementação de um workflow SIG para a escala 1/25000

Figura 2 – Janela principal de GeoConv pronto para converter

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Ambiente ArcGIS

Após a obtenção de uma conversão com su-cesso, temos uma primeira vista da GDB comtodas as features convertidas e disponíveis nalegenda (Table of Contents) do ArcGIS nas suasrespectivas feature classes.

Numa análise primária, verificam-se algumasfalhas, isto é, perdas de informação das featuresconvertidas. A passagem da informação do Mi-croStation SE para o ArcGIS, ou por outras palavras,a conversão da informação constante no DGNpara uma GDB levou a que houvesse uma pe-quena deterioração na qualidade da informação.

Verificaram-se falhas nos atributos geométricosdas features que derivam de uma incorrectaconversão do DGN para a GDB:• Falta a escala associada à representação das

células;• Falta o ângulo de rotação associado à repre-

sentação das células;

•Será necessário em pós-edição, verificar a per-manência dos pátios das casas na GDB, pois aconversão considera a casa como um todo, in-cluindo o próprio pátio (deveria ser uma área va-zia), recorrendo para tal a uma operação de di-ferença espacial (= casa – casa que representa

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Figura 4 – Aspecto da informação da GDB no ArcGIS

Figura 3 – Tabela de conversão

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o pátio nos ficheiros DGN).Mais tarde, realizaram-se pequenas experiên-

cias de modo a verificar:• Se uma Shape (elemento área), transformada

numa linha teria mantido as características de‘casa’, ou seja, se o elemento área foi mantido;

• Se uma casa com loop (em laço), tambémmantinha as suas características.Em ambos os casos se confirmou que a conver-

são mantinha o tipo e as características dos ele-mentos.

A seguinte imagem ilustra as experiências rea-lizadas.

Integração do cadastro militar na GDB

A informação das TAGS seria toda exportadapara uma base de dados Microsoft Access, com osrespectivos campos descritivos dos diversos ele-mentos.

Havendo uma maneira de aproveitar a ideiadas TAGS e ser inserida a sua informação na GDBdo ArcGIS, o problema estaria quase resolvido.Restava ainda saber como se aproveitaria estemétodo, tendo em conta que os elementos geo-gráficos estão todos geo-referenciados.

A ideia lógica seria adicionar dois novos camposà base de dados Microsoft Access, contendo ascoordenadas planimétricas (X,Y), do elemento

cartográfico a ser levantado.Assim, as equipas de topografia irão fazer o

levantamento ‘in loco’ dos objectos cartográficosrelevantes, recorrendo ao método descrito an-teriormente.

As operações de gabinete para conseguir im-portar a informação proveniente do cadastromilitar para a GDB forma as seguintes:• Make XY Event Layer;

Esta ferramenta serve meramente para visua-lização inicial da informação no ambienteArcGIS, através das coordenadas X e Y levanta-das no campo juntamente com a informaçãodo cadastro militar.• Data / Export Data para se poder criar uma ta-

bela nova da XY Event Layer com um OBJECTID.

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Figura 5 – Experiências com alguns elementos no ficheiro DGNantes da conversão

Figura 6 – Exemplo de um DGN com informação do cadastro militar usando TAGS

Figura 7 – Make XY Event Layer

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Uma tabela sem OBJECTID não pode ser rela-cionada com outra tabela da mesma/diferenteGDB. Isto é uma característica de todos osSistemas de Base Dados Relacionais. Com asua criação o software ArcGIS conseguirá esta-belecer a ligação entre tabelas diferentes e pro-ceder às operações de geoprocessamento, pro-cessamento e análise pretendidas pelos seusutilizadores. O sistema de coordenadas utiliza-do neste estágio foi sempre o sistema Hayford--Gauss Datum Lisboa, pois o programa Geo-Conv tem uma limitação na sua programação,que consiste na impossibilidade do utilizadorpoder escolher outro sistema de coordenadas,mais especificamente, no caso do IGeoE, osistema WGS84. A utilização deste sistemalevará à não conversão dos DGN em GDB.

• Clica-se no botão direito do rato / Joins andRelates / Join para se poder fazer um Join datafrom another layer based on spatial location, que-rendo isto dizer, fazer-se a união dos dados deoutra layer com a layer seleccionada com basenuma localização espacial (a menos de 3cm).Pode-se ver o resultado do Join feito às duastabelas na Figura 9.

• Editor / Start Editing (para se poder escrever naGDB ou caso contrário esta estará protegida);

• Clica-se no botão direito do rato / CalculateValues (e faz-se a correspondência da informa-

ção proveniente do cadastro militar com a dafeature class da GDB);

Devem ser repetidas as operações anteriorespara todas as feature classes das quais exista novainformação e seja necessário proceder a suaintrodução na GDB para que sejam preenchidostodos os campos com a correspondente informa-ção proveniente do cadastro.

• Para finalizar o processo de actualização, gra-vam-se as alterações utilizando o meu: Editor /Save Edits;

• Seguidamente faz-se Editor / Stop Editing.

Para não haver duplicação de informação naGDB, com a agravante de o sistema ficar muito

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Figura 8 – Export Data para criar um OBJECTID

Figura 10 – Field Calculator

Figura 9 – Tabela com o Join data

Figura 11 – Informação do cadastro copiada com sucesso

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pesado, será eliminada toda a informação que jánão faz falta. Esta operação consiste na eliminaçãodo Join efectuado anteriormente, por simpleseliminação das colunas que serviram para aactualização da informação da GDB.

Seleccionam-se os campos do cadastro que fo-ram utilizados nas operações anteriores e apa-gam-se os mesmos clicando no botão direito dorato e escolhendo o Delete Field.

Repete-se este procedimento até terem sidoeliminados todos os campos da(s) tabela(s) que jánão fazem falta. Quando isto estiver feito, esta-remos perante a(s) tabela(s) com a(s) feature class(es)completadas com a nova informação provenientedo cadastro militar e toda(s) preenchida(s) com anova informação nos sítios correspondentes.• Recuperam-se os Alias recorrendo a simples

operações de copy e paste;• Resultado final pretendido com este trabalho

de investigação decorrido na realização desteestágio.

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Figura 14 – Delete Field

Figura 17 – Informação final com a GDB completada com a nova informação Figura 15 – Copiar a informação dos Alias da Categoria de Existência

Figura 16 – Informação dos Alias copiada para a Categoria de Existência da feature class pretendida

Figura 12 – Save Edits Figura 13 – Stop Editing

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Conclusões

Os objectivos propostos para a realização desteestágio nomeadamente a integração da informa-ção seja numérica e não numérica da Secção deTopografia (Cadastro Militar e Toponímia), a aplica-ção do FACC da norma DIGEST, a análise dos pro-blemas de importação e exportação dos ficheirosde/para formato DGN e a análise de eventuaisproblemas provenientes do Cadastro e Toponímiarespeitante à construção do SIG e eventuais saídasgráficas foram todos atingidos com sucesso, sendobastante satisfatórios e animadores para o futuro.

No que respeita ao espaço ocupado em dis-co pelos dois formatos, temos DGN = 4.299MB contra GDB = 8.22 MB. Portanto, será ne-cessário mais espaço para começar a trabalharcom a informação convertida no formato GDB.

A GDB permite a visualização de toda a in-formação constante na mesma com o simplesacesso à tabela da feature class, permite aindade uma forma muito eficaz, complexas análisesespaciais, estatísticas, geoprocessamento, estu-dos de tendências, financeiros, migrações, etc.

A melhor forma de colocação das TAGS doterreno no DGN (em termos geométricos) é:• Não próximas uma da outra para não serem

confundidas, pois a aproximação espacialque é calculada é na ordem dos 3cm;

• Não próximas de um entroncamento ou cru-zamento;

• A sua repetição deverá prever situações deexcepção como a existência de uma estradaque entre numa determinada localidade,mude o tipo de via e volte a aparecer com asmesmas características depois da localidade.

Após a resolução dos problemas já referidos,a metodologia de produção deve ser imple-mentada no IGeoE de forma definitiva. Mesmoque não seja a substituição de um método deprodução pelo seu sucessor, o Instituto bene-ficiará da utilização desta aplicação.

Referências Bibliográficas

ESRI (2004) Introdução ao ArcGIS (9.x) – NívelII. Texto não publicado, ESRI, Lisboa

Bibliografia

Dias, R. (2003) VMAP1_PO – Sistemas deInformação Geográfica. Texto não publicado,Instituto Geográfico do Exército

Martins, P., Guia de Extracção do VMAP3(2004), Texto não publicado, Uso restrito doIGeoE

IGeoE (2004), http://www.igeoe.pt/ (acedidoem 03/04/2005)

Mendes, V. B. e M. A. Silva (1996) Normas dereferenciação bibliográfica para o curso deEngenharia Geográfica. Texto não publicado,Faculdade de Ciências da Universidade de Lis-boa, Lisboa

Misty C., (2004), “ESRI Support Center”,http://support.esri.com (acedido em 03/04/2005)

ESRI (2005), “ESRI GIS and Mapping Software”,http://www.esri.com (acedido em 15/06/2005)

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>> Generalização cartográfica: nova metodologia

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1. Introdução

O IGeoE (Instituto Geográfico do Exér-cito) é uma entidade nacional de pro-dução cartográfica, que ao longo dos

últimos anos tem sabido manter-se na vanguardadas ciências geográficas, actualizando-se tecnolo-gicamente, renovando e especializando perma-nentemente os seus quadros, dando-lhes forma-ção adequada ao desempenho das suas funçõese ainda implementando processos inovadores naárea da produção cartográfica. Neste contexto ena sua mais recente reestruturação, passando deuma organização hierárquica departamental parauma estrutura organizada por processos, foicriada a SEPE (Secção de Edição de Pequenas Es-calas) com a missão de editar e actualizar as sériescartográficas na escala 1/250 000 e 1/500 000,designadamente as séries M586, 1501G, 1501A,Mapa de Estradas na escala 1/250 000 e MapaItinerário na escala 1/500000.

Com a escassez de meios humanos qualifica-dos tornou-se necessário automatizar processos,implementar soluções automáticas ou semi-auto-máticas de simbolização, aquisição e generali-zação cartográfica. Assim e pelo facto destas sé-ries cartográficas serem diferentes entre si, norespeitante a sistemas de coordenadas, áreasgeográficas abrangidas, enquadramento e aindapor os objectos representados serem diferentes,achou-se por bem criar uma BD (Base de Da-dos), ou seja no fundo um SIG para a derivaçãode cada uma destas séries cartográficas.

A generalização cartográfica automática não éum tópico de investigação novo, mas devido àsua multidisciplinaridade obtém constantemente,nas mais diversas áreas, novos contributos. Ape-sar de uma vasta gama de tópicos, desde fractais,redes neuronais, ergonomia cognitiva, modelosde comunicação, análise de protocolo, sistemasespecialistas, etc., tentar focar o assunto do de-senho automático de mapas, onde a generali-zação constitui uma parte essencial, tudo o quetemos afinal, é uma dúzia de algoritmos de ge-neralização. As funções de generalização indi-

Generalizaçãocartográfica:

nova metodologia

Generalizaçãocartográfica:

nova metodologia> José Travanca Lopes, Major Inf, Engº Geógrafo

[email protected]

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viduais disponíveis, não podem ter um papelmais significativo que edição gráfica. Isto significaque há uma falta de ferramentas completamenteautomáticas, arrastando consigo o desenvolvi-mento de SIGs verdadeiramente flexíveis.

2. Considerações sobre a investigação da generalização

Os mapas são modelos do mundo real ondenem tudo pode ser representado e onde não épossível apresentar os objectos exactamente co-mo são na realidade. O processo de editar um

mapa para aumentar a sua legibilidade e enfatizarinformação importante é chamado generalização.O processo de reduzir o nível de detalhe de ummapa, como consequência da redução da escalado mapa, é chamado generalização cartográfica[Hardy, 1999].

A generalização pode ser vista como um pro-cesso de interpretação que conduz a uma vistade nível mais elevado de alguns fenómenos –olhando para eles “a uma escala menor”. Este pa-radigma é sempre o primeiro a ser usado emqualquer actividade de generalização. A generali-zação pode ainda ser vista como uma série detransformações numa representação gráfica deinformação espacial, pretendendo melhorar a le-gibilidade e discernimento dos dados, e exe-cutada relativamente à interpretação que defineo produto final [Muller, 1995].

Estas duas categorias motivaram a pesquisa,principalmente em duas áreas: generalizaçãoorientada por modelo e generalização cartográ-fica que trata da representação gráfica.

No circulo geográfico normalmente pensa-se emgeneralização como parte de uma compilação car-tográfica, cujo propósito é solucionar problemasde legibilidade, por exemplo uma operação comoo deslocamento de entidades é tipicamente carto-gráfica. Escalando simplesmente o mapa original oresultado obtido será informação não só ilegível,mas também incorrecta. Pretende-se com a gene-ralização reduzir a complexidade de um mapa aomanter os elementos e a prioridade das entidadescartográficas de acordo com a finalidade do mapa.

Como a variedade de mapas necessários au-menta com novas aplicações de dados espaciais,desde por exemplo visualização no monitor denavegação do carro, a mapas on-demand na In-ternet, faz da automatização da generalizaçãouma ferramenta cada vez mais essencial.

As acções da generalização foram decompostasem diversos operadores básicos agrupados emtransformações espaciais e de atributos. Nos últi-mos vinte anos, os investigadores encontraram edescreveram uma variedade de algoritmos paratraduzir estes operadores. Deveremos ainda con-

Figura 1 – Fases para a implementação de um SIG, adaptado de [Ott, 2001]

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>> Generalização cartográfica: nova metodologia

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siderar o projecto de estruturas de dados comouma parte inseparável da tarefa da generalização,especialmente para as aplicações que exigemfunções de generalização em tempo real, porexemplo operações militares em situação deguerra, navegação de veículos, tomada de decisõesem situações de emergência e desastres.

É óbvio que a generalização influenciará algunsdos componentes da qualidade dos dados, inclu-indo a precisão geométrica, precisão de atribu-tos e consistência. O deslocamento conduzirá aum degradamento de precisão geométrica, aqualidade será também afectada pelas operaçõesde selecção e fusão, também alguns atributos po-dem ser perdidos por reclassificação. O compri-mento de uma entidade normalmente diminuicom redução da escala, diminuindo também asua dimensão fractal.

2.1 – Insuficiente formalização do conhecimento

É ainda um desafio adquirir e formalizar a ca-mada mais profunda do conhecimento que está,não nas directrizes, mas na mente do cartógrafo.É difícil racionalizar as decisões dos cartógrafosnum conjunto de regras formalizadas.

A generalização é um processo cognitivo coma finalidade de criar visibilidade e legibilidadeadaptáveis ao espaço de representação, à defi-nição dos meios de visualização, ao nível da per-cepção e às exigências de aplicação dos seusutilizadores. Assim, a avaliação de resultados dageneralização assistida por computador é nor-malmente executada comparando com os ma-pas manualmente generalizados.

Adicionar um atributo da generalização a umasérie de dados aumentará consequentemente ovalor dos dados, tal como a dimensão fractal daslinhas na BD de Pequenas Escalas da SEPE, adi-cionada como atributo das curvas de nível.

3. SIG e Orientação por Objectos

A construção de um esquema conceptual é

parte fundamental do processo de desenvol-vimento de aplicações. No caso das aplicaçõesgeográficas, no entanto, é necessário levar emconsideração outros factores, especialmente re-lativos à representação dos objectos espaciais.Sem a definição da representação, torna-se difícila especificação das relações espaciais e topoló-gicas entre os objectos.

Durante a modelação, é necessário identificartodos os objectos do mundo real que de algumaforma interfiram no sistema. Em seguida, é neces-sário extrair um conjunto de características de ca-da objecto identificado, num processo de abstra-cção. A incorporação da geometria e da topologiados objectos espaciais no esquema conceptualconsiste em escolher uma representação adequa-da para cada um deles, que seja capaz de incor-porar as suas características espaciais, como loca-lização, topologia e forma geométrica.

Os Sistemas de Informação Geográfica podemser implementados usando Sistemas de Gestãode Bases de Dados (SGBD) relacionais ou orien-tados por objectos. O paradigma de orientaçãopor objectos oferece um ambiente mais propíciopara o SIG, devido principalmente, à possibi-lidade de representar as entidades do mundo realdirectamente no modelo conceptual, fornecendomecanismos de abstracção capazes de modelarsituações complexas como os objectos geomé-tricos, os quais podem ser alterados num determi-nado período de tempo.

4. Caracterização de linhas

Controlar a forma como a linha é alteradadurante a generalização é da máxima importân-cia, para manter a exactidão posicional e oreconhecimento, que são dois dos objectivospreliminares da generalização [Bernhardt, 1992].

Pode-se sugerir que linhas diferentes respon-dem diferentemente a um dado algoritmo desimplificação de linhas, e que do mesmo modo,uma dada linha responde também diferenteme-nte aos diferentes algoritmos de generalização.

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Se uma linha puderser caracterizada antesda sua entrada no sis-tema responsável pelageneralização, o pro-cesso da generaliza-ção poderá ser me-lhorado; o processode generalização po-deria ser adaptado àlinha particular, usan-do as medidas quanti-tativas que caracte-rizam a linha, a fim deseleccionar a melhorcombinação de algo-ritmos a ser aplicada eos valores apropriadospara os parâmetros aintroduzir nos respec-tivos algoritmos. Dasmedidas que podemser efectuadas numalinha, o conceito dedimensão fractal foiintroduzido como umdescriptor essencial delinhas.

É impossível carac-terizar totalmente aforma de um objectocom uma simplesquantidade. Muitosautores tem propostoconjuntos de parâ-metros para caracte-rizar a forma de umobjecto, incluindoquantidades como:– Comprimento da

linha;– Angularidade;– Perímetro;– Valor das coorde-

nadas;Figura 2 – Modelo de objectos da BD de pequenas escalas

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– Dimensão fractal;– Média do comprimento dos segmentos e

respectivo desvio padrão;– Plot de Richardson.– Outros...

Há no entanto, parâmetros que se adaptammelhor a determinados casos do que a outros,podendo mesmo alguns deles, em determinadassituações, serem dispensados por não trazeremqualquer vantagem para a caracterização ouposterior utilização. Além disso a quantidade deparâmetros para caracterizar completamenteuma linha tornar-se-ia incomportável que nãoseria prático, no sentido de os adquirir e utilizar emtempo útil.

4.1 – Dimensão Fractal

Na geometria fractal, a dimensão é conside-rada contínua, a dimensão fractal de uma curvapode ser qualquer valor entre 1 e 2, e umasuperfície entre 2 e 3, de acordo com a com-plexidade da curva. A ‘auto-similaridade’ signi-fica que a curva é composta por cópias numaescala sucessivamente reduzida. O número dascópias n e o factor d da redução da escala po-de ser usado para determinar a dimensão frac-tal D, D=log(n)/log(d). Praticamente, o valor de Dde uma curva é estimado medindo o compri-mento da curva usando vários tamanhos da uni-dade de medida. A dimensão fractal descreve acomplexidade ou a rugosidade da linha [Peitgen,1992].

Se uma linha for medida em duas escalas dife-rentes, a segunda maior que a primeira, teorica-mente o seu comprimento deve aumentar pelarelação das duas escalas, as áreas devem mudarpelo quadrado da relação e também os volumesdevem mudar pelo cubo da relação. No entantodevido à generalização cartográfica, o compri-mento de uma linha geográfica em quase todos oscasos aumenta mais do que a relação entre asduas escalas, na verdade o novo detalhe seráaparente na escala maior.

Fractais são elementos matemáticos de elevadacomplexidade que podem modelar muitos fenó-menos naturais, permitem caracterizar irregulari-dades que não podem normalmente ser caracte-rizadas pela geometria euclideana. Assim inte-ressa ver como se pode calcular a dimensãofractal de objectos geográficos lineares, tais comoas curvas de nível, utilizar esses valores para ca-racterizar linhas e poder melhorar a generali-zação automática, poupando tempo de trabalhode operador.

A natureza das medidas dependente da escala,especialmente em mapas, foi observado por mui-tos autores, por exemplo se medir o comprimen-to de um limite natural em mapas de escalasmaiores, ou se efectuar as medidas com instru-mentos mais precisos, o comprimento pareceaumentar, isto é conhecido como “paradoxo deSteinhaus”.

4.2 – A Dimensão da Contagem das Caixas (“Box-Counting”)

A dimensão da contagem das caixas propõeuma medida sistemática, que se aplica a toda aentidade no plano e possa prontamente seradaptada para entidades no espaço. Coloca-seuma grelha regular de dimensões s sobre aentidade, e conta-se simplesmente o número dascaixas da grelha que contêm parte da entidade.Isto dá um número, digamos N, de facto estenúmero dependerá da escolha de s, consequen-temente escreve-se N(s). Muda-se s para tama-

Figura 3 – Ajustamento de uma recta aos pontos calculados, adaptado de [Heinz-Otto, 1992] >

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nhos progressivamente menores e conta-se onúmero correspondente N(s). Em seguida faz-seum diagrama log/log, mais precisamente, umdiagrama log N (s) / log (1 / s).

Ajusta-se uma linha recta aos pontos traçados nodiagrama e mede-se o seu declive. O valor dodeclive é a dimensão da “contagem das caixas”,uma forma especial da dimensão fractal de Man-delbrot.

Quando um fractal é calculado usando acontagem das caixas com estas grelhas chegamosa uma sequência de contagens N(2–k), k =0,1,2,... Adoptando a convenção s = 20 = 1 doconjunto para a grelha maior.

O declive da linha recta dos dados aos seguin-tes no diagrama correspondente log/log é dadopor [Heinz-Otto, 1992] :

onde no termo da direita se usam logaritmos debase 2, enquanto o termo da esquerda resultapara qualquer base. O resultado é assim o loga-ritmo de base 2 do factor por que a contagemdas caixas aumenta de uma grelha à seguinte.

Este declive é uma estimativa para a dimensãofractal da “contagem das caixas”. Ou seja se onúmero das caixas contadas aumentar por umfactor de 2D quando o tamanho do lado da caixaé dividido ao meio, então a dimensão fractal éigual a D.

Com base na teoria apresentada anteriormentefoi efectuado um programa em VB (Visual Basic)para Geomedia, para calcular a dimensão fractalde linhas.

5. Descrição do algoritmo

Após a caracterização da curva de nível atravésda sua dimensão fractal, é possível seleccionarautomaticamente os parâmetros a introduzir noalgoritmo desenvolvido neste projecto, para a suageneralização. Figura 4 – Fluxograma do programa para o cálculo da dimensão fractal

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Consideremos a curva de nível como o limite deum corpo bidimensional isotrópico, sobre o qualaplicamos um sistema de forças. Este corpo édeformado de modo a reduzir os máximos relati-vos, aproximando-os do centróide do corpo, eaumentar os mínimos relativos, afastando-os docentróide, ou seja ainda, aproximando ambos deuma linha média imaginária que seria o máximode deformação possível, aplicável a este corpo(curva de nível). É como se houvesse por parteda curva de nível uma reacção à acção efectuadapelo sistema de forças aplicado.

O algoritmo apresentado foi desenvolvido emVisual Basic para o Geomedia e executa 7 passos

consecutivos para cada linha, como se segue:1º passo – Calcular os máximos e mínimos rela-

tivos, baseado na análise da mudançada sua derivada;

2º passo – Entre cada máximo e mínimo calcularo comprimento da linha e o pontomédio, somando todos os compri-mentos dos segmentos de recta; obs:(O ponto médio pertence à curva);

3º passo – Calcular o vector A entre dois pontosmédios consecutivos;

4º passo – Calcular os vectores perpendicularesBi ao vector A calculado, que passamnos vértices da curva de nível;

Figura 5 – Passos para o cálculo da Dimensão Fractal de uma curva de nível

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Figura 6 – Acção e reacção da curva de nível ao sistema de forças aplicado

Figura 7

a) Cálculo do vector A e pontos máximos e mínimos

b) Cálculo dos vectores Bi perpendiculares ao vector A

c) Exemplo de diferentes tensões aplicadas à curva de nível

5º passo – De acordo com a deformação a aplicar,reduzir os vectores Bi, e calcular as no-vas coordenadas dos vértices da curvade nível.

6º passo – Ajustar a área da curva de nível, eguardar os pontos no array correspon-dente;

7º passo – Guardar o array na Warehouse e efec-tuar a visualização no Geoworkspace.

5.1 – Comparação com linhas generalizadas manualmente e outros algoritmos

Os resultados obtidos com este algoritmo foramcomparados com a generalização efectuadamanualmente por um cartógrafo. O cartógrafo ao

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efectuar a generalização de linhas tem uma visãoholistica do mapa, tendo em consideração todosos elementos que circundam a linha em causa.Sabendo a finalidade do mapa, o cartógrafo pode“sacrificar” alguns objectos em detrimento de ou-tros, permitindo aumentar a legibilidade do ma-pa, também a topologia é mantida. O cartógrafoutiliza operadores, conforme necessário e semuma ordem rígida ou sequencial, mas completa-mente arbitrária, dependendo da situação con-creta e da sua avaliação pessoal. Assim pode mis-turar os operadores geométricos, deslocamento,exagero, simplificação, suavização e mesmo ana-morfose, selecção ou outros (ver Figura 9).

Na generalização automática há algumas des-vantagens, de salientar que o algoritmo é aplica-do à linha concreta, com determinados parâme-

Figura 9 – Comparação das linhas generalizadas manualmente com as generalizadas automaticamente com este algoritmo

Figura 10 – Uma desvantagem do algoritmo, não efectua exagero

Figura 11 – Comparação com o algoritmo de Douglas-Peucker

Figura 12 – Comparação com o algoritmo de Lang

Figura 8 – Interface do programa para a generalização das curvas de nível

>

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tros, actuando sobre toda a linha. Não há umavisão holistica do mapa em consideração. Poder-se-ão criar problemas de topologia (para os resol-ver será necessário de uma adaptação do mesmoalgoritmo, ou intervenção humana). O cartógrafopoderá criar uma lista de prioridades para a apli-cação de parâmetros e/ou algoritmos de genera-lização a objectos ou classes de objectos. As ten-sões a aplicar a uma linha concreta dependemda sua dimensão fractal. O algoritmo não efectuaexageros nem deslocamentos (ver Figura 10).

Como se pode ver nestas figuras com este algo-ritmo as linhas não necessitam de uma suavizaçãoadicional como nos algoritmos tradicionais de sim-

plificação de linhas, por estas apresentarem vérticesangulosos e bem definidos, apresentando-seesteticamente de uma forma não muito agradável.

Para obter uma melhor performance dos au-tomatismos, uma vez que as situações são infi-nitas assim como as suas soluções, é necessárioum treino muito apurado e um conhecimentoprofundo, dos algoritmos e dos melhores parâ-metros para cada situação particular. Isto signi-fica um grande investimento na formação dopessoal, o que não traz resultados imediatoscomo pretendido pelas organizações, que con-tinuam assim a efectuar uma generalizaçãomanual e não investem nesta área.

Figura 13 – Aplicação do algoritmo a curvas de nível da folha 7 da série M586

Curva generalizada manualmente Curva generalizada automaticamente

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>> Generalização cartográfica: nova metodologia

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6. Conclusão

Tendo em conta as infinitas possibilidades degeneralização cartográfica, é resolvendo as tarefasmais básicas que podemos caminhar em direcçãoà generalização automática.

Com esta metodologia e com este algoritmoconsegue-se reduzir o trabalho do cartógrafo querna aquisição quer na generalização de linhas par-ticularmente das curvas de nível. A simplicidadedo uso, a predictabilidade dos resultados e o factodas linhas generalizadas não necessitarem de umasuavização adicional, faz deste algoritmo umaexcelente ferramenta, para a generalização delinhas, particularmente curvas de nível.

7. Bibliografia

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

> Luis Nunes, Tenente-Coronel Art, Engº Geógrafo [email protected]

Introdução

O Instituto Geográfico do Exército, deten-tor de profundas tradições na produçãoe gestão de informação geoespacial, e de

uma liderança técnica a nível nacional nas principaisáreas das ciências geomáticas, não tem sido, pormotivos relacionados com a sua missão primordial,um organismo vocacionado para a área da Geo-desia, e ainda menos para a área das Tecnologiasde Informação (IT), no respeitante ao desenvolvi-mento de aplicações e engenharia de software.

Na presente rotina do IGeoE, desde a cadeia deprodução ao apoio de levantamentos topográficosespecíficos, são requeridas quase a um ritmo diáriotransformações de coordenadas entre distintossistemas de referenciação, além das decorrentes denecessidades operacionais militares das ForçasNacionais Destacadas nos diversos teatros deoperações, ou ainda, as mais vulgarmente requeri-das pelos diversos utilizadores de informação geo-espacial do IGeoE na comunidade civil, tantoinstitucionais como privados. A fim de facultar umaferramenta com aplicações e funcionalidadesacrescidas aos referidos utilizadores nas diferentestemáticas, foi decidido efectuar a concepção, de-senvolvimento e implementação de uma aplicaçãopara a transformação de coordenadas, a disponi-bilizar na World Wide Web e que simultaneamentepudesse ser utilizada em modo stand-alone.

Decidiu-se assim que, numa primeira fase seriaimplementada uma aplicação que possibilitasse atransformação entre sistemas de referenciação noterritório continental e regiões autónomas, dispo-nível na Internet. Numa segunda fase, seria dispo-nibilizada na Intranet do Exército uma aplicaçãoque permitisse às Forças Nacionais Destacadasefectuar transformações entre os sistemas de refe-rência locais e o World Geodetic System 1984.

Transformação de coordenadas no território nacional

Relativamente à primeira componente, para

Novas Tecnologiasde Informação natransformação de

coordenadas naWorld Wide Web

Novas Tecnologiasde Informação natransformação de

coordenadas naWorld Wide Web

Para o desenvolvimento da aplicação,a plataforma seleccionada foi a .NET da

Microsoft, recorrendo-se à linguagemde programação de suporte ActiveServer Pages (ASP.NET), conjugada

com Redes Neuronais e com osprodutos MapObjects e ArcObjects,

cujas bibliotecas foram empregues.Como plataforma de disponibilização

na Internet, utilizou-se a InternetInformation Services 6 (IIS 6).

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proporcionar aos utilizadores uma ferramenta detransformação de coordenadas vocacionada parao território nacional (incluindo as Regiões Autó-nomas da Madeira e Açores) e assente em NovasTecnologias de Informação, decidiu-se optar pelodesenvolvimento de uma aplicação que permitissea disponibilização na Internet, ou a sua utilizaçãode forma isolada em computadores pessoais.

Para o desenvolvimento da aplicação, a plata-forma seleccionada foi a .NET da Microsoft, recor-rendo-se à linguagem de programação de suporteActive Server Pages (ASP.NET), conjugada comRedes Neuronais e com os produtos MapObjectse ArcObjects, cujas bibliotecas foram empregues.

Como plataforma de disponibilização na Inter-net, utilizou-se a Internet Information Services6 (IIS 6).

Objectivos requeridos

A fim de permitir o estabelecimento de algunspadrões de estabilidade aplicacional e de garantiruma estrutura com a possibilidade de evoluçãoe desenvolvimentos futuros, foram delineadosobjectivos a atingir com esta aplicação.

Assim, consideraram-se os seguintes requisitosa desempenhar pelo sistema:

1 –Transformação entre os sistemas de coor-denadas mais utilizados nacionalmente;

2 –Permitir a transformação de coordenadasde um ponto para todos os sistemas homó-logos existentes nessa região (continente ouregiões autónomas);

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>> Novas Tecnologias de Informação na transformação de coordenadas na World Wide Web

Figura 1 – Conversão de coordenadas armazenadas em ficheiro do utilizador, utilizando novas tecnologias de informação, nomeadamente ASP.NET, Redes Neuronais e bibliotecas MapObjects e ArcObjects

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3 –Possibilitar a transformação de coordenadasde um ponto, recorrendo para isso o utilizadorà digitação dos correspondentes algarismos;

4 –Como alternativa, utilização de um ficheirode pontos que permitisse a transformação eposterior gravação em novo ficheiro de texto(até um máximo de 10 pontos por ficheiro,por razões de limitação a cada utilizador).

Os sistemas de referência passíveis de seremutilizados e convertidos entre si, no Continente,podem ser sintetizados na Tabela 1. As siglas utili-zadas no tipo de coordenadas correspondem a:

• Coordenadas Geográficas (Geo);• Coordenadas Militares Hayford Gauss (Mil);• Coordenadas Universal Transversal Mercator

(UTM);• Coordenadas Ponto Central (PC).

As siglas utilizadas nos data geodésicos corres-pondem a:

• Datum de Lisboa (Lisboa);• Datum 73 (D73);• Datum European Datum 1950 (ED50);• Datum World Geodetic System 1984 (WGS84).Os sistemas de referência passíveis de serem

utilizados e convertidos entre si, na Região Autó-noma da Madeira, podem ser sintetizados naTabela 2. As siglas utilizadas no tipo de coorde-nadas correspondem a:

• Coordenadas Geográficas (Geo);• Coordenadas Universal Transversal Mercator

(UTM).As siglas utilizadas nos data geodésicos corres-

pondem a:• Datum Base SE, Porto Santo (Porto Santo);• Datum World Geodetic System 1984 (WGS84).

Os sistemas de referência passíveis de seremutilizados e convertidos entre si, na Região Au-tónoma dos Açores, podem ser sintetizados nasTabelas: 3 (Grupo Ocidental); 4 (Grupo Central);5 (Grupo Oriental). As siglas utilizadas no tipo decoordenadas correspondem a:

• Coordenadas Geográficas (Geo);• Coordenadas Universal Transversal Mercator

(UTM).

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Tabela 5 – Possibilidades de conversão de coordenadas entre os diversos sistemas naRegião Autónoma dos Açores (Grupo Oriental)

Tabela 2 – Possibilidades de conversão de coordenadas entre os diversos sistemas na Região Autónoma da Madeira

Tabela 1 – Possibilidades de conversão de coordenadas entre os diversos sistemas no Continente

Tabela 4 – Possibilidades de conversão de coordenadas entre os diversos sistemas na Região Autónoma dos Açores (Grupo Central)

Tabela 3 – Possibilidades de conversão de coordenadas entre os diversos sistemas na Região Autónoma dos Açores (Grupo Ocidental)

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>> Novas Tecnologias de Informação na transformação de coordenadas na World Wide Web

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As siglas utilizadas nos data geodésicos corres-pondem a:

• Datum Observatório, Flores, Grupo Ociden-tal (Observatório);

• Datum Datum Base SW, Graciosa, GrupoCentral (Base S.W.)

• Datum Forte de S. Braz, São Miguel, GrupoOriental (Forte de S. Braz)

• Datum World Geodetic System 1984 (WGS84).

Conclusões e trabalhos prospectivos

Os objectivos propostos para este projecto foramparcialmente atingidos com esta aplicação, disponi-bilizando o IGeoE na Internet mais uma ferramentaque vem reforçar os direitos de cidadania dosportugueses, incluindo os residentes nas RegiõesAutónomas, permitindo a consulta de cartografiapara finalidades de pesquisa, análise e recreativas.

Nesta primeira fase, apenas foi desenvolvida acomponente relativa ao território nacional, inclu-indo as regiões autónomas. Pretende-se no curtoprazo aumentar o número de sistemas de refe-renciação actualmente disponíveis, estando emestudo a inserção dos sistemas de referenciaçaoMilitares/WGS84 e Militares/ETRF89.

Numa fase posterior, será desenvolvida a com-ponente com capacidade de transformação decoordenadas para os Teatros de Operações ondese encontram estacionadas forças militares portu-guesas, e que o IGeoE muito se orgulha de apoiare ter apoiado, nomeadamente no Kosovo, Bós-nia, Afeganistão, Iraque (elementos da GuardaNacional Republicana) e Timor, indo ser permitidasconversões de sistemas locais para o sistemaWGS84 (em coordenadas UTM e geográficas),bem como as transformações inversas, em apoiodas operações militares de apoio à paz, ou deacções humanitárias.

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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> Paulo Almeida Araújo, Major Art, Engº Informático [email protected]

> Francisco Gomes, Major Art, Engº Geó[email protected]

Introdução

O PCMAP encontra-se em utilizaçãodesde há alguns anos no ExércitoPortuguês, Fuzileiros e Guarda Nacio-

nal Republicana. As Forças Nacionais Destacadastêm utilizado este programa no planeamento eestudo do terreno nos vários teatros de opera-ções em que têm estado empenhadas, nomea-damente Iraque, Kosovo, Bósnia e Afeganistão,tendo como vantagem o facto de disporem dacartografia e da modulação do terreno destasregiões, facilitando as referidas tarefas.

Com o PCMAP, os utilizadores podem visuali-zar e editar informação geográfica digital numsimples PC, relacionando essa informação comsimbologia e outros gráficos (situação militar ououtra). Para isso, são utilizados dados raster (ima-gens) que constituem a cartografia base da zona,obtidos a partir das séries cartográficas militarese civis disponíveis, sendo utilizadas no caso por-tuguês as várias séries do IGeoE. O PCMAP im-porta formatos de informação geográfica nor-malizados pela NATO, como o Digital TerrainElevation Data (DTED níveis 1 e 2), o CompressedArc Digitized Raster Graphics (CADRG) e oGeoTIFF, entre outros.

No domínio militar esta aplicação permite umamaior versatilidade, operacionalidade e celerida-de em estudos de situação e outros, sendo no-meadamente de destacar as seguintes vertentes:

• cálculo e visualização de perfis;• visualização do relevo do terreno;• visualização em camadas hipsométricas;• cálculo e visualização de declives;• integração de funções de base de dados;• cálculo e indicação de zonas vistas;• medição de distâncias, áreas e raios de acção;• planeamento de deslocamentos;• visualização perspectiva de mapas;• visualização estereoscópica de mapas;• capacidades multimédia;• integração de dados externos provenientes

de receptores GPS.Algumas das funcionalidades do programa são

Adaptação doPCMAP 4.1 ao ExércitoPortuguês

Adaptação doPCMAP 4.1 ao ExércitoPortuguês

O PCMAP é uma aplicação de gestão deinformação geográfica, que torna a recolha e

utilização de informações militares maisrápida e eficaz, sendo uma ferramenta

indispensável para assegurar o planeamentode operações em unidades até ao escalão

Batalhão. Facilita as operações dereconhecimento e o sistema de comando e

controlo, de que é exemplo a monitorizaçãodo deslocamento de viaturas através do

módulo GPS integrado no programa.Para facilitar a utilização do PCMAP 4.1 aosutilizadores militares nacionais, foi feito um

levantamento do conjunto de aspectosrelativos à instalação e utilização da aplicação,

que havia necessidade de melhorar. Entre osaspectos mais importantes salienta-se: a

implementação de um sistema de segurançapara evitar a utilização não autorizada do

programa, a introdução da língua portuguesacomo idioma opcional e a resolução de

problemas associados às Bases de Dados (BD)bem como a introdução de novas

funcionalidades recorrendo à programação denovas extensões (plugins).

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>> Adaptação do PCMAP 4.1 ao Exército Português

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a mudança de escala quase instantânea, ficandotoda a restante informação raster e simbologiaperfeitamente coincidentes, devido ao facto dosmapas que constituem a biblioteca cartográficaestarem georeferênciados e correlacionados atra-vés das suas coordenadas geográficas.

Podem ser utilizadas várias bibliotecas de mapasem simultâneo e o grau de detalhe do mapa visívelpode ser mantido e visualizado ao longo de todaa zona cartografada, bastando para isso recorreràs barras de deslocação da janela activa paraefectuar a movimentação para a área desejada.Para uma perspectiva geral ou uma visualização deum detalhe, o mapa pode ser minimizado oumaximizado. Um interface gráfico permite aoutilizador a criação de níveis de informação (co-mo limites, unidades, e outros), tal como se fos-sem transparentes analógicos a sobrepor aos ma-pas, para briefings e estudos de situação, permi-tindo inserir e integrar desde simples elementosgráficos como linhas ou pontos, até aos símbolostácticos criados pelo próprio, ou recorrendo auma biblioteca criada com as especificaçõesNATO para este tipo de objectos.

O utilizador pode ainda imprimir os mapascriados com os níveis de informação sobrepos-tos, ou gravar a imagem numa série de forma-tos disponíveis, para utilizar noutras aplicaçõesou programas, como por exemplo, programasde apresentação tipo PowerPoint. Podem aindaser inseridos gráficos de outros programas aserem integrados no sistema como imagens.

Aspectos a melhorar

Ao longo do tempo, foram identificados váriosaspectos em que haveria necessidade de efectuaralguns melhoramentos, tirando partido das ex-periências adquiridas pelos diversos utilizadores,assim como a dos instrutores do curso de PCMAPrealizado neste instituto. Uma das vantagens dautilização do PCMAP consiste no facto de utilizarformatos proprietários de dados, incompatíveiscom a generalidade das aplicações comerciais

utilizadas para fins civis. Esta característica nãoconsegue, contudo, evitar a utilização dos dadosfornecidos pelo Instituto Geográfico do Exército(IGeoE) para fins diferentes daqueles para osquais estavam autorizados. A facilidade deinstalação e utilização do PCMAP tornou, porconseguinte, possível a cópia de dados do IGeoEe a sua utilização em computadores diferentesdaqueles em que a aplicação tinha sido original-mente instalada. Para evitar esta situação, serianecessário implementar um mecanismo anti-cópia para o PCMAP.

Outro aspecto igualmente importante é o factode a versão fornecida pela EADS não ter a opçãode língua Portuguesa, o que torna o programamais difícil de utilizar para grande parte dos utili-zadores menos familiarizados com alguns termostécnicos. A introdução do idioma “Português”seria uma boa melhoria que devia ser comple-mentada com a introdução de símbolos tácticosnacionais, na medida em que permite um me-lhor ajustamento à realidade militar portuguesa.

O PCMAP é uma aplicação que suporta a adiçãode extensões (plugins), sendo possível adicionarnovas funcionalidades ou modificar as funciona-lidades existentes. Esta característica do PCMAPpermite-nos pensar em novas funcionalidades: oseguimento em tempo real de mais do que umreceptor GPS, a interpretação de uma linguagemscrip, permitindo a execução de uma sequênciade comandos de modo similar a uma Macro, etc.

Para poder disponibilizar todas as funcionali-dades acima descritas foi necessário tambémdesenvolver um instalador da aplicação quepermite instalar uma versão já pré-configuradado PCMAP.

Mecanismo anti-cópia

Para implementar um mecanismo anti-cópiaseria necessária uma solução avançada que tor-nasse difícil quebrar o sistema de segurança, mes-mo aos hackers (pessoas que quebram mecanis-mos de protecção informáticos) mais experientes. >

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Acredita-se que não exista até ao momento qual-quer mecanismo anti-cópia inviolável, no entan-to os mecanismos de protecção mais modernossão um grande obstáculo para maioria dos hackers.Havia então necessidade de implementar umdestes mecanismos.

Da análise de requisitos para o mecanismoanti-cópia foram escolhidos os seguintes:

• Proteger programas que já estão compiladosem código máquina, como é o caso doPCMAP;

• “Feito à medida” no IGeoE, sem recurso asoftware comercial, para evitar que sejamaplicadas “receitas” de remoção da protec-ção desenvolvidas por outros;

• Ligar o PCMAP à máquina (computador) noqual foi instalado, identificando-a de modoúnico e não permitindo que sejam utilizadoscódigos de activação de outro computador;

• Desenvolver algoritmos de identificação damáquina, de geração e de recuperação dechaves de cifra, que não permitam a utiliza-ção de chaves falsas ou a adivinhação dachave verdadeira.

Para satisfazer estes requisitos, o PCMAP foicifrado com um algoritmo de cifra simétrica comchave de 256 bits de última geração, do qual nãose encontraram vulnerabilidades até ao momen-to. Isto torna computacionalmente impossível,pelo menos por enquanto, descobrir a chave cer-ta com um “ataque de força bruta” (testar todas aschaves possíveis).

O carregador (loader) do Windows executa oprograma cifrado, tal como está guardado emdisco. O programa cifrado encarrega-se de iden-tificar a máquina, obter a chave e decifrar o códi-go a executar. Cada uma destas tarefas é execu-tada sempre que o programa é iniciado sem queo utilizador se aperceba disso. Este mecanismode funcionamento é aquele que está na base dosvírus polimórficos, que são virtualmente inde-tectáveis pelos sistemas antivírus.

Como o PCMAP se encontra cifrado em disco,de nada adianta transferir a instalação para outramáquina pois este possui um identificador único

e uma correspondente chave também única.Após a instalação do PCMAP não existe ainda

um código de activação instalado. Por esse moti-vo durante a execução do PCMAP, até à intro-dução de um código válido para a máquina emquestão aparece um formulário indicando o nú-mero de série do PCMAP (identificador da má-quina) e uma caixa de texto onde é colocado ocódigo de activação.

Caso tenha sido indicado um código válido nãoserá necessário voltar a introduzir novamente omesmo código nas execuções subsequentes.

Para a geração dos códigos foi desenvolvidauma aplicação separada que está na posse doCentro de Desenvolvimento e Gestão da Infor-mação do IGeoE. Essa aplicação permite o registode todos os pedidos atendidos numa base dedados assim como a geração integrada dos códi-gos. Os Utilizadores do PCMAP devem solicitarao IGeoE os códigos de activação, indicando paraisso os correspondentes números de série.

O Português como língua de opção

A implementação cuidada do PCMAP facilitouum pouco a tarefa de introduzir o Portuguêscomo língua de opção. Em termos de concepçãoo PCMAP tem uma arquitectura interna que pos-sibilita a adição de mais idiomas sem grande pro-blema. O mesmo já não pode ser dito relativa-

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 1 – Formulário de introdução do código de activação

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mente às aplicações de visualização estática edinâmica que fazem parte integrante do PCMAPmas que são, de facto, processos separados.

O PCMAP tem a “camada” de código separadada “camada” de apresentação (menus, caixas dediálogo e texto), havendo uma versão diferentepara cada língua suportada. De um modo geral, acada idioma corresponde um conjunto de biblio-tecas (DLL’s) de código e recursos separado.

Como forma de simplificar o processo foi adop-tado um método de tradução das bibliotecasexistentes para o Alemão. Isto tornou mais fácil aadaptação das aplicações de visualização estática edinâmica que internamente só suportam no máxi-mo três línguas diferentes ao contrário do PCMAPem si mesmo que suporta muitos mais idiomas.

A tradução do texto é bastante problemáticapois grande parte das vezes depende do contextoem que este se insere. Isto é agravado por estarmosa traduzir linguagem que abarca vários domíniosdo saber em simultâneo (militar, geográfica, ae-ronáutica, informática, etc…).

Neste momento o PCMAP suporta somente trêsidiomas: Português, Inglês e Francês, tanto aonível do programa como das Bases de Dados.

Resta salientar que as sucessivas alterações quea Microsoft fez às suas novas versões do Access eao seu contexto de segurança, obrigou à reformu-lação das Bases de Dados para suportar um nívelde segurança elevado. Isto obrigou ainda à assina-

tura digital do código das Bases de Dados comuma chave RSA de 2048 bits e à adição docorrespondente certificado de chave pública.

Uma outra inovação é a adição de símbolostácticos Nacionais juntamente com a instalaçãodo PCMAP.

O seguimento GPS em tempo real

Para adicionar a funcionalidade de visualizaçãode múltiplos receptores GPS em simultâneo e emtempo real no PCMAP foi necessário desenvolveruma extensão à aplicação (plugin) para poderobter as mensagens de posição através de umaporta série e em seguida visualizar as suas posi-ções utilizando simbologia adequada.

Para poder obter os dados de vários receptoresGPS em simultâneo e assim permitir fazer o se-guimento de várias viaturas, foi concebido um

>> Adaptação do PCMAP 4.1 ao Exército Português

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Figura 2 – Exemplo do PCMAP em Português

Figura 3 – Símbolos tácticos em Português

Figura 4 – Rede rádio analógica de transmissão de mensagens

>

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sistema com vários componentes hardware esoftware. Quanto aos componentes hardwaretemos os rádios para transmitir as mensagens deposição de cada um dos receptores GPS parauma estação de controlo. Quanto aos compo-nentes software temos o gestor da base (estaçãode controlo), a Base de Dados (BD) SQLSERVERpara poder registar as posições de cada um dosreceptores, e o cliente BD para poder enviar asposições ao PCMAP.

O programa cliente da BD éexecutado na mesma máquinaque o PCMAP e traduz as po-sições das viaturas para formatode mensagens GPS NMEA. OPCMAP recebe essas mensa-gens, em que consta a identifi-cação da viatura correspon-dente, e assinala essa posiçãono local indicado.

Esta arquitectura do sistemapermite a existência conjunta devárias estações de controloenviando dados para uma mes-ma BD que poderá de imediatoser consultada por vários leitoresem simultâneo. A Figura 5 mos-

tra um exemplo de um progra-ma cliente que se conectou àBD e que recebe actualizaçõesa cada 15 segundos de todas asviaturas em seguimento.

A comunicação entre o clien-te da Base de Dados e oPCMAP é efectuada através demensagens NMEA enviadas erecebidas através de duas par-tas série conectadas entre si. Autilização de pares de portassérie virtuais conectadas permi-te efectuar esta comunicaçãosem problemas.

O cliente da BD pode optarpor fazer um seguimento em tem-po real ou em fazer uma consulta

do histórico de qualquer viatura registada na BD. A Figura 6 mostra o cliente da DB a consultar o

percurso da viatura B durante o dia 14-01-2005desde as 10:49 até às 12:00. É possível controlara velocidade do movimento das viaturas noPCMAP alterando o cursor de velocidade doprograma cliente.

A Figura 7 mostra um exemplo do PCMAP afazer o seguimento de uma viatura a atravessar aponte Vasco da Gama.

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Figura 5 – O cliente da BD em tempo real

Figura 6 – O cliente da BD em Histórico

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Durante o exercício ORION 2005 foi feita umademonstração do seguimento de várias viaturasutilizando o PCMAP, assim como todos os outroscomponentes do sistema aqui descrito.

Conclusão

De acordo com o apresentado neste artigopoderemos verificar as úteis melhorias aplicadasao PCMAP, mas foram ainda identificados váriosaspectos em que se poderá melhorar. Espera-seque o conjunto de desenvolvimentos efectuadosaté agora contribua para melhorar a utilidadedesta ferramenta. O objectivo do IGeoE com este

tipo de desenvolvimentos, é fornecer ferramentasaos militares, decisores da arte da guerra, porforma a facilitar a tomada de decisão, fornecendoo máximo de informação possível com o mínimode recursos tanto materiais como humanos. Oprogresso e o desenvolvimento tecnológico fa-zem parte da forma de estar nesta instituição.

Agradecimentos

Também participaram na implementação doconjunto de desenvolvimentos aqui relatados ena elaboração deste documento, o Sr. TC. LuísNunes e a Dra. Saudade Pontes.

>> Adaptação do PCMAP 4.1 ao Exército Português

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Figura 7 – O PCMAP em seguimento

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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> Fernando Serras, Tenente-Coronel Art, Engº Geógrafo [email protected]

> Isabel Martins, Engª Geó[email protected]

> Saudade Pontes, Geó[email protected]

1. Introdução

O Controlo de Qualidade é um dos mui-tos indicadores que faz possível conso-lidar o prestígio do Instituto Geográfico

do Exército (IGeoE) como organismo produtor decartografia. Seria demasiado ambicioso explanarnesta comunicação todo o processo do controlode qualidade na cadeia de produção do IGeoE,assim, e sendo o objectivo incidir somente nocontrolo de qualidade abordando a antiga enova metodologia na impressão analógica, op-tou-se por não abordar o controlo de qualidadenas restantes áreas durante a produção: restitui-ção da informação; controlo de qualidade posi-cional dos objectos cartográficos; validação digi-tal dos objectos (geométrica, completude, topo-lógica), etc.

2. Evolução do controlo de qualidade

2.1 O Processo anterior

Inicialmente, para cada folha de Carta Militarque fosse necessário originar uma nova edição,a secção de Desenho recebia um processo, doqual faziam parte documentos provenientes dassecções de Topografia e Fotogrametria, entre osquais se destacam os seguintes:

– Cadastro Militar: conjunto de dados re-colhidos no campo com informações sobretoda a rede viária e obras de arte.

– Reconhecimento de Vértices: com informa-ções detalhadas sobre os vértices geodésicos(VG) e auxiliares (VASP).

– Fotografias Reconhecidas: fotografias aé-reas completamente desenhadas com to-dos os pormenores que deviam constar nafolha.

– Matrizes Fotogramétricas: uma com plani-metria onde constava toda a informaçãorestituída a partir das fotografias aéreas, eoutra com a altimetria, linhas de água ecurvas de nível.

Controlo dequalidade analógicoda Carta Militar de

Portugal

Controlo dequalidade analógicoda Carta Militar de

Portugal

Desde sempre o procedimento decontrolo de qualidade da carta

impressa foi feito de forma analógica,directamente sobre a folha de papel

impressa. A partir de 2004 uma novametodologia foi aplicada, ficando

agrupada a tarefa de revisão ecorrecção em formato digital, sem

nunca esquecer a qualidade doproduto final.

O objectivo deste artigo é dar aconhecer o processo de controlo de

qualidade efectuado pelo InstitutoGeográfico do Exército (IGeoE) da folha

impressa da Carta Militar de PortugalSérie M888 - escala 1:25 000.

Esta nova metodologia permite aoIGeoE, minimizar os custos de

produção e o tempo de execução dastarefas, continuando a promover eassegurar a melhoria contínua dos

seus produtos.

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A partir da recepção das matrizes iniciava-seentão o processo na secção de Desenho. Numaprimeira fase as operações visavam separar ainformação constante nas matrizes por cada umadas cores com que devia aparecer na folhaimpressa.

Primeiramente a informação matricial eragravada em películas denominadas stabilenes dasquais se obtinham, depois de reproduzidas pormétodos fotográficos, os cronar1 com a informa-ção impressa em positivo. Assim, com este pro-cesso, obtinha-se a partir da matriz planimétrica,o cronar com o preto e com o vermelho; da ma-triz altimétrica obtinha-se o cronar do azul e dosiene (castanho). Estes eram os 4 cronar funda-mentais. Os restantes, verde e azul fraco (enchi-mento das albufeiras, oceano, etc.) eram obtidospor simples montagem.

Numa segunda fase, os vários cronar eramcompletados, utilizando os métodos de desenhoe colagem ou montagem, com os elementos emfalta da mesma cor. Não só os referentes a infor-mação que faltava no miolo da folha mas tam-bém todos os demais que deviam constar nasmargens, quer fossem gráficos ou alfanuméricos.

Efectuadas todas estas operações designadaspor “completar os cronar” e depois de fotopa-cados2, os negativos voltavam à fotografia carto-gráfica para deles se extraírem os positivos, já ex-purgados de todos os traços e manchas indesejá-veis. Da junção destes positivos era possível entãoimprimir uma prova a cores, que não era maisque um protótipo da futura folha impressa. Ter-minava aqui a primeira etapa do desenho e mon-tagem da folha.

A etapa seguinte consiste em observar minucio-samente tudo o que consta na prova a cores afim de detectar qualquer anomalia ou defeito,por mais pequeno que fosse a fim de ser corrigi-do. Para isso seguiam-se as normas técnicas dedesenho e de representação cartográfica, toda oselementos informativos constantes no processoda folha, elementos existentes na secção deDesenho e outros que servissem para esclarecerqualquer dúvida.

A última etapa consistia em introduzir todas asemendas e esclarecer todas as dúvidas descritaspelo revisor na lista de emendas.

As emendas ou alterações propostas, por vezesàs centenas, eram corrigidas através de alteraçõesefectuadas nos cronar. O processo repetia-se,voltando às fases anteriores: os cronar eramnovamente fotografados, deles se obtendo novosnegativos, que por sua vez, depois de fotopacados,davam origem a novos cronar.

No final do processo, quando todas as correc-ções eram dadas por concluídas, obtinham-se osnegativos e os positivos finais que eram enviadosà litografia para impressão da folha que sepretendia.

2.2 Pormenores

Resumido o processo, valerá a pena destacaralguns pormenores referentes a cada uma dasfases enunciadas. Por exemplo:

A matriz planimétrica consistia numa pranchetarectangular de zinco (para não dilatar) e forrada apapel. Esta matriz continha nomeadamente todaa rede viária e ferroviária, todos os pormenoresque na Carta Militar saíam a preto (casas, cami-nhos, muros ou outros elementos), e ainda outrospormenores planimétricos do tipo célula comochaminé, pombal e outros, e ainda outros detamanho variável como pedreiras, cemitérios oucampos de jogos. Primeiramente, era submetidaa uma operação denominada “avivar o traço”que se destinava a obter uma maior definiçãopara que os desenhos pudessem ser fotografados.Dela se fazia um negativo a partir do qual se im-primiam os desenhos nela contidos numa pelí-cula em stabilene. Os desenhos eram depoisreproduzidos por gravação na outra face da pe-lícula, já que ela permitia imprimir numa das fa-ces e gravar na outra.

Primeiro eram gravadas as estradas para re-produzir o vermelho em cronar separado. Depoisde obtidas as estradas, o stabilene voltava ao de-senho para nele serem apagadas as estradas egravados todos os pormenores a preto, obtendo-

>> Controlo de qualidade analógico da Carta Militar de Portugal

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1 – Película semi transparente onde era possível desenhar.2 – Designa-se por fotopacagem o processo de eliminar nos negativos, alguns defeitos, incorrecções ou sujidades do desenho.

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-se também um cro-nar só desta cor. As-sim se obtinha a sepa-ração do preto e dovermelho.

No caso das estradaslargas, representadasna folha a dois traçosde espessuras diferen-tes, a gravação era feitacom um carrinho (Fi-

gura 1) munido de estilete duplo, isto é, tinha duaspontas afastadas uma da outra de uma deter-minada distância. Obtinham-se assim em primeirolugar duas linhas paralelas igualmente distanciadasuma da outra. No caso das estradas estreitas, usava-se um estilete só com uma ponta e com a espessuraapropriada, de modo que não se tornava neces-sário efectuar qualquer rectificação adicional.

A matriz altimétrica era gravada por transpa-rência em mesa de luz, primeiro as linhas de águae depois as curvas de nível: stabilene azul e sienedos quais se obtinham os cronar correspondentes.Na completagem dos cronar as montagens tinhamde ser feitas com todos os cronar sobrepostos pelascruzes de acerto a fim de que os pormenoresfossem colocados no lugar mais conveniente. Estascruzes tinham sido gravadas nos stabilene iniciaispara que nos cronar ficassem rigorosamente noslocais exactos permitindo os acertos.

O fluxograma apresentado (Figura 2) pretendedar uma ideia esquemática de todas as opera-ções descritas no processo, em que eram interve-nientes as secções de Fotografia Cartográfica e deDesenho.

2.3 Normas técnicas

As normas técnicas de revisões de edição estãocompiladas num documento passível de consultapor todos os revisores cartográficos de modo apoder verificar-se em cada emenda a efectuar, seestá correcto com o estipulado.

Esta norma que constitui o Anexo B das normasde Revisão da Edição, destina-se à revisão de edi-ção da Carta Militar na escala 1:25.000, SériesM888, M889 e P821, encontrando-se em con-formidade com o “Sistema de Referência WGS84– World Geodetic System 1984” que foi adop-tado pelo IGeoE a partir de Abril de 2001. Des-tinam-se a ser utilizadas pela Secção de Controlode Qualidade, só podendo ser alteradas porproposta devidamente fundamentada e apro-vada superiormente.

Nestas normas procurou-se aglutinar todas asanteriores propostas de normas superiormenteaprovadas e “normas técnicas” actualmente emuso, pretendendo-se abranger e definir todos osprocedimentos a seguir pelo revisor, na fase derevisão até serem mandados executar os positivospara impressão.

Segundo as normas os processos de cada folhade Carta Militar devem conter os seguintes ele-mentos:

a. Provas a cores devidamente normalizadas epadronizadas.

b. Listagem dos vértices geodésicos utilizadospela Topografia e Fotogrametria, devida-mente validada e assinada.

c. Fotografias aéreas reconhecidas ou comple-tadas no campo e os respectivos plots emen-dados pela Topografia.

d. Plots da Fotogrametria corrigidos com asemendas mandadas introduzir na revisão di-gital que tenha sido efectuada.

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 1 – Carrinho com estilete duplo para gravar vias de comunicaçãoa dois traços ou as curvas de nível

Figura 2 – Fluxograma de procedimentos

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e. Cadastro Militar.f. Um exemplar da edição anterior da folha.g. Um plot da edição com as curvas de nível.h. Um plot da edição com as linhas de água

(espessuras).i. Um plot da edição com a rede viária.j. Enquadramento da restituição.k. Lista das dúvidas da restituição assinada pelo

restituidor.l. Lista de emendas do campo, assinada pelo

topógrafo.m.Lista de emendas da revisão digital.n. Quaisquer outros documentos que tenham

sido juntos ao processo na fase de aquisiçãode dados e que contenham informaçõesúteis sobre elementos da área da folha.

A falta de elementos atrás referidos implica queo processo seja considerado “não-conforme”,devendo ser devolvido para serem executadas asdevidas correcções.

O processo também pode ser considerado“não-conforme” quando, apesar de não faltaremos elementos atrás referidos, algum deles apre-sente anomalias ou deficiências graves que possamprejudicar a qualidade da revisão, tais como:

a. Errada configuração da legenda.b. Anomalias ou falhas de informação padroni-

zada quer marginal quer do miolo.c. Erros grosseiros na implantação dos sistemas

de coordenadas e quadrículas.d. Desrespeito pela forma ou má qualidade de

impressão das provas a cores.e. Erros grosseiros na padronização dos ele-

mentos informativos, dependendo do seunúmero.

2.4 O Processo actual

Actualmente, cada processo respeitante a umafolha, depois de verificado pelo coordenador nasecção de Controlo de qualidade, é atribuído aum revisor, que é responsável por todas as revi-sões que seja necessário efectuar – geralmentetrês – e por mandar efectuar as respectivas emen-das, no sentido de detectar e serem corrigidastodas as anomalias referentes à certificação doconteúdo da informação representada e à legibi-lidade e estética da folha, respeitando rigorosa-mente o estipulado nas presentes normas.

Em cada revisão, é elaborada uma lista deemendas em impresso próprio, ordenada, nume-rada, datada e assinada pelo revisor e que pas-sará a fazer parte do processo da folha.

Quando o revisor entender dar o seu trabalhopor concluído, isto é, quando do seu ponto devista todas as anomalias encontradas estiveremcorrigidas, entregará o processo ao coordenador,que verificará se está tudo em ordem a fazer ospositivos para impressão.

O coordenador mandará efectuar ainda asemendas finais que eventualmente entender se-rem necessárias, a fim de corrigir ainda qualqueranomalia remanescente e uniformizar o processo.

3. Metodologia do controlo de qualidade

A precisão em controlar a qualidade da carto-grafia impressa é uma necessidade que qualquerinstituição produtora deverá ter, de modo aapresentar produtos de qualidade.

No entanto o controlo de qualidade, tem vindo

>> Controlo de qualidade analógico da Carta Militar de Portugal

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Figura 3 – Exemplo do documento de Normas Técnicas utilizado para revisão

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a melhorar consecutivamente revendo métodos detrabalho e a optimizar processos, de forma a ob-ter cada vez melhores resultados. Vejamos poiscomo foi feita a evolução dos processos de con-trolo de qualidade das folhas das Cartas Militaresde Portugal.

3.1 Metodologia manual

Desde sempre o procedimento de controlode qualidade foi feito de forma analógica,directamente sobre a folha de papel impressa.Os processos respeitantes a cada folha de CartaMilitar para revisão eram recebidos na secção deControlo de Qualidade Analógica vindos dasecção de Edição.

Depois de verificado pelo chefe na secção deControlo de Qualidade analógica, o processo eraatribuído a um revisor cartográfico, ficando esteresponsável pela total revisão da folha, de modo aserem efectuadas mais tardes as respectivas emen-das, detectando e mandando corrigir todas asanomalias referentes ao conteúdo da informaçãorepresentada, e à legibilidade e estética da folha,tendo cuidado em cumprir as Normas Técnicas3.

O revisor cartográfico apenas assinalava os errosencontrados na Carta Militar, numa película Draf-tex4, sendo os erros corrigidos mais tarde, o queimplicava uma grande morosidade, em termosde produção.

Este era o processo que chegava à secção deDesenho e que constituía o ponto de partida pa-ra o trabalho subsequente, em que intervinhamem conjunto o Desenho e a secção de FotografiaCartográfica. São estas duas secções que, apli-cando os métodos a seguir descritos vão darcontinuidade ao processo, até a folha estar pron-ta a ser impressa na litografia.

3.2 Revisão da Prova a Cores

Para a revisão de uma folha de Carta Militar, arespectiva prova a cores era entregue a um revisorjuntamente com todo o processo Esta revisão erafeita sobre a prova e servia para detectar erros e/ou

anomalias referentes ao conteúdo, nomeadamen-te: omissão, classificação; erros relacionados comas regras de representação dos pormenores, bemcomo a montagem da informação marginal. Todosos elementos tinham de ser colocados rigorosa-mente à distância regulamentar, de acordo com asnormas técnicas e também com os aspectos esté-ticos e de legibilidade da Carta Militar.

O modo de detectar as anomalias era o méto-do de comparação visual entre a informaçãoconstante na referida impressão a cores e ainformação dos documentos que constavam noprocesso da folha. Consultavam-se ainda outrosdocumentos como os Recenseamentos da Popu-lação e Habitação para a verificação da toponímia,informação dos respectivos organismos para ele-mentos da rede viária e ferroviária e elementosda Administração Autárquica.

Era elaborada uma lista de emendas (Figura 4)numerada e descritiva, sendo ao mesmo tempoassinalados num transparente colocado sobre aprova círculos numerados correspondentes àsemendas, como demonstrado na Figura 5.

O número de emendas dependia dos erros ouanomalias detectadas podendo muitas vezes che-gar às centenas. Dá-se como exemplo a folha 317da Carta Militar 1:25.000 de Alcobaça. Da revisãodesta folha resultou um relatório de emendas com287 emendas a fazer na 1ª revisão.

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 4 – Exemplo da lista de emendas escrita à mão

3 – Documento onde figuram as regras que deverão ser seguidas para a revisão das Cartas Militares.4 – Película de papel vegetal.

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Normalmente as emendas traduziam-se emalterações ou rectificações a introduzir num deter-minado local da Carta Militar, donde era necessáriorecorrer novamente aos operadores para fazeremas respectivas emendas.

Quando o processo de revisão fosse conside-rado isento de erros ou anomalias eram gera-dos os negativos finais da folha de Carta Militare a partir destes faziam-se os positivos para en-viar à litografia.

De salientar que as anomalias rectificadas nospositivos eram também feitas nos negativos que lhederam origem. Isto porque os negativos tambémpodiam servir como elementos de reprodução –caso os positivos se deteriorassem, evitando-seassim que se viessem a reproduzir os mesmos er-ros em futuras reimpressões da mesma folha.

3.3 Metodologia digital

A partir de 2004, uma nova metodologia foiaplicada, ficando agrupada a tarefa de revisão ecorrecção, de modo a optimizar o tempo, masnunca esquecendo a qualidade do produto final.Actualmente, para além dos documentos ante-riormente referidos, que figuram no processo decada folha, chegam também ao revisor os fichei-ros em formato vectorial, estando a informaçãorepartida por temas, tais como: toponímia, vege-tação, legenda, desdobrável, altimetria e plani-metria de cada folha da Carta Militar.

Com estes cinco ficheiros se inicia a revisão da

folha, sendo depois criado mais um ficheiro,onde serão assinaladas as emendas efectuadas. Aseparação por temas da informação da folhapermite uma maior flexibilidade na manipulaçãoda informação, assim como na detecção depossíveis erros, seguindo da mesma forma oestabelecido nas Normas de Revisão.

A par desta informação vectorial surgiu tambémnecessidade de dotar a secção de Controlo deQualidade Analógico, de equipamento informá-tico capaz de dar resposta às exigências de umtrabalho desta natureza. Assim foram adquiridos

hardware e software necessários, bem como recur-sos humanos com conhecimentos e capacidadede manipular a informação.

Para além do software necessário (Figura 6) fo-ram também desenvolvidas aplicações que permi-tem com alguma facilidade introduzir as emen-das efectuadas.

Estas ferramentas (Figura 7) automatizam o pro-

>> Controlo de qualidade analógico da Carta Militar de Portugal

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Figura 5 – Exemplo de correcções feitas sobre plot da Carta Militar

Figura 6 – Exemplo da base de trabalho actual

Figura 7 – Exemplo da base de trabalho actual

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cesso de correcção, de maneira a tornar maisrápida a revisão.

Actualmente o revisor tem como função nãoapenas detectar possíveis erros ou falhas, assimcomo corrigi-los no momento. Existem ferramen-tas de trabalho especificas para cada tema, taiscomo, vegetação, rede viária e ferroviária, hidro-grafia, toponímia, construções, padronização deelementos, numeração de estradas e classificaçãode curvas mestras.

No caso da vegetação, para cada área que sepretende representar estão já pré-definidos umconjunto de atributos correctos. Para a represen-tação da rede viária e ferroviária, esta ferramenta

permite além de outras a introdução de linhasparalelas nas estradas e caminhos, a partir do eixode via, assim como a inserção de pontes e via-dutos.

No que diz respeito à rede hidrográfica, a apli-cação também permite a criação de barragens,albufeiras e lagoas bem como outros elementoslineares, nomeadamente, rios, linhas de água, elinha de costa.

As construções representadas por células, sãointroduzidas sem necessidade de recurso à biblio-teca de células. Também no caso da introdução detopónimos, esta ferramenta baseia-se apenas naescolha do tipo de letra adequada a cada caso.

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Definição: Construção de alvenaria,com engenho de moagem decereais, accionado pelo vento, queactua sobre as suas velas.

Representação: É representadopelo símbolo próprio.

Observações:No caso dos moinhos que foramtransformados em habitações, de-vem assinalar-se como casas, amenos que ainda possam ser uti-lizados na sua função primária.Quando se encontram em ruínas,

são representados com o símbolopróprio. Na orientação do sinal, aspás do moinho inclinadas para Es-te, sempre que possível. É de evitaras pás ficarem orientada para SUL.Se tiver nome é inscrito a preto.Quando servirem de Vértices Geo-désico de 2ª ou 3ª ordem o sinaldeve ser inscrito a sépia e o nomea vermelho em maiúsculas e comletra tipo apropriado.

Tipos de Vias: Estrada com sepa-rador central: estrada de piso duro

com mais de uma faixa de roda-gem em cada sentido, e em que

existe um separador tipo rail, vege-tação, vala ou outro entre cada umdos sentidos, e que não possa serclassificada como Auto-estrada.

Definição: São locais onde seextrai pedra para construção civilou outros fins.

Representação: É representada

pelo sinal próprio.

Observações: Dentro das pedrei-ras não se assinalam caminhos car-reteiros, pé posto, pontos cotados

e outros pormenores, excepto li-nhas de alta tensão e postos detransformação, tal como nas sai-breiras.O sinal de desaterro que circunda aárea ocupada pela pedreira é inter-rompido no local onde se situa aentrada, tal como nas saibreiras.

Exemplos de eventuais especificações relativa a elementoslineares pontuais e zonais, na folha de Carta Militar

Moinho

Estrada comseparador central

Pedreira

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Após a folha estar em condições de impressão,é gerado uma imagem raster do respectivo fichei-ro, em que temos como input cinco ficheirosvectoriais, sendo o output a respectiva imagemem formato TIF. Também nesta fase são efectua-dos os negativos finais da folha de Carta Militar ea partir destes fazem-se os positivos para enviarà litografia, sendo esta ultima fase comum tanto aoprocesso analógico como digital.

3.4 Casos difíceis na revisão

Existem principalmente dois casos difíceis deresolver: os que implicam grande trabalho deedição sobre a folha, como seja a introdução oualteração de uma nova via em espaço urbano.Neste caso, toda a informação envolvente neces-sita de tratamento, o que implica a alteração doselementos contíguos, uma vez que existem limi-tes de tolerância5 para que a informação sejaperceptível.

Outro tipo de caso difícil será as excepções àsregras pré-estabelecidas, nas normas de revisão.Como exemplo, podemos referir a regra que nosdiz que todas as freguesias deverão ter pelo menosuma igreja matriz (Figura 8), o que nem sempreacontece. No caso de não existir, de facto, igrejamatriz em determinada freguesia, deveremosverificar, a sua não existência por outros meios.

Deve-se apurar se foi esquecimento por partedo topógrafo o assinalar na fotografia, ou se de

facto a igreja matriz não existe mesmo. É entãonecessário fazer uma averiguação da informação,fazendo uma pesquisa para concluir da veraci-dade da situação.

4. Evidências da certificação em qualidade na impressão analógica

Metodologias e processos estão directamenteligados à produtividade e qualidade. Estudar asmetodologias a aplicar numa cadeia de produ-ção, com a finalidade de as melhorar, não éuma prática inovadora. Desde os primeirostempos da montagem da cadeia de produção,os responsáveis têm-se dedicado ao estudo dasmetodologias e aos esforços de melhoramento.Pretende-se com este capítulo dar uma visãoglobal sobre os procedimentos aplicados paraa melhoria dos processos relativamente à pro-dução e controlo de qualidade na impressãoanalógica, inserido no contexto da Certificaçãoem Qualidade.

A implementação de um Sistema Integrado deQualidade e Ambiente (ISO 9001:2000 e ISO14001:1996, respectivamente), no Instituto Geo-gráfico do Exército, desde Julho 2003, contribuiupara a melhoria contínua deste, proporcionandouma melhor organização e disciplina, assim comouma correcta definição de funções e objectivospara cada processo vistos isoladamente ou comoum todo. Relativamente à certificação em Siste-mas de Garantia da Qualidade, presente desde oano 2002 com a norma ISO 9001:1995, signifi-cou ver reconhecida a eficiência da sua organiza-ção permitindo-lhe conquistar e manter com su-cesso um lugar no mercado, através de inúmerasmais valias:

– Redução considerável dos custos; – Aumento da motivação e participação dos

colaboradores; – Melhoria contínua da qualidade dos produtos

e serviços fornecidos; – Melhoria da imagem junto dos clientes,

aumentando a sua satisfação.

>> Controlo de qualidade analógico da Carta Militar de Portugal

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Figura 8 – Exemplo de Igreja Matriz>

5 – Erro de graficismo

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Os clientes são cada vez mais exigentes, não sóquanto às necessidades que pretendem ver sa-tisfeitas mas também quanto ao conhecimentodos produtos e serviços disponíveis no mercadoe respectivos preços.

Estes factores trazem dificuldades acrescidas àsempresas, quer no que diz respeito à detecçãodas necessidades dos clientes, quer no que dizrespeito à satisfação das mesmas.

A palavra de ordem no Instituto Geográfico doExército é a diferenciação pela qualidade, demodo a conseguir sobressair no seu campo deactuação, possibilitando a conquista de novosclientes e a fidelização dos clientes actuais. Paraisso é necessário estimular a inovação, ao nível deprodutos/serviços e ao nível dos processos.

Na validação da Carta Militar impressa pretende-se um rigoroso controlo em todo o processo. Paratal, há que estabelecer mecanismos comuns atodos os operadores de revisão. De acordo com osrequisitos para certificação em qualidade tem queexistir evidências em que a revisão da Carta Militartem que ser realizada do mesmo modo por todosos operadores, isto é, aplicarem os mesmoscritérios. Com o objectivo de atingir este fim, sãorealizados testes com periodicidade de 6 meses aosoperadores. Estes testes consistem na resolução de

problemas da metodologia digital, tendo por baseexemplos reais da tarefa de revisão e correcção,com que os operadores se deparam no dia a dia.

Os testes são avaliados qualitativamente, tradu-zindo-se em aprovado ou não aprovado. Combase no resultado, passa-se à fase da formaçãocom o objectivo de colmatar as deficiências en-contradas. Posteriormente é realizado outro testenas mesmas condições, tantas vezes quantas fo-rem necessárias, até ser obtido por todos os ope-radores a classificação de aprovado atribuído pelochefe da secção.

Com este processo consegue-se que na práticatodos os operadores executem de igual modo ascorrecções à Carta Militar a ser impressa, resul-tando assim, uma uniformização de procedimen-tos e por consequência uma garantia de qua-lidade no produto final. Apesar do controlo dequalidade analógico ser uma pequena etapa emtodo o processo de controlo de qualidade, pre-tende-se com esta comunicação responder àsexpectativas criadas pelos utilizadores da carto-grafia analógica e apresentar parte da metodo-logia criada no Instituto Geográfico do Exércitopara obtenção da Certificação em Qualidade eAmbiente segundo as normas referidas, relativa-mente à cartografia impressa.

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Figura 9 – Certificação em Qualidade ISO 9001:2004

Figura 10 – Certificação em Ambiente ISO 14001:2004

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>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

No dia 24 de Novembro de 2004 o Instituto Geo-gráfico do Exército comemorou o seu 72º Aniver-sário.As cerimónias foram presididas por Sua Exª oMinistro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Dr.º Paulo Saca-dura Cabral Portas. Também estiveram presenteso General CEME, QMG e restantes TGen. Foram convidados a estar presentes neste eventotodos os anteriores Chefes/Directores do ServiçoCartográfico do Exército/Instituto Geográfico doExército e Entidades Civis e Militares que direc-tamente colaboram com este Instituto, como uma forma de deferência e respeito pelo contributopor eles prestado, sobre as mais variadas formas, à Cartografia e ao Exército.O “ Dia do Instituto Geográfico do Exército” sempre foi considerado como um dia festivo em queprima pela confraternização entre todos os que contribuem significativamente para a vida activada Ciência Cartográfica, bem como pela apresentação da realidade técnico-científica do IGeoE.Este dia teve o seu ponto alto, no momento em que Sua Exª Dr.º Paulo Portas inaugurou o Museu daCartografia dando assim a conhecer a realidade do Mundo Cartográfico.

Dia do IGeoE (24/11/2004)

74

Esta reunião juntou os Directores dos Insti-tutos Geográficos da América do Sul, Espa-nha e Portugal (DIGSA).

XXI Reunião DIGSA (25/11/2004)

Visitas e eventos

Festa de Natal (20/11/2004)

No cumprimento de uma tradição instituídana sociedade portuguesa, e também noIGeoE, realizou-se no dia 20 de Dezembro de2004 a Festa de Natal do Instituto.Este evento pretendeu uma vez mais propor-

cionar às crianças um dia especial num am-biente festivo, próprio da Quadra Natalícia.Para o efeito foram convidados a estarempresentes a Cantora Mónica Sintra e o Triode Palhaços parodistas e musicais Pedryttoe Cª . Depois do almoço volante na sala derefeições do 7º piso, realizou-se uma sessãode bingo. A festa terminou com a distribuiçãode prendas às crianças pelo Pai Natal.

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Notícias do IGeoE

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Esta conferência no âmbito da astronomiadecorreu no auditório do Instituto e destinou-se ao público em geral mas também aosórgãos de Comunicação Social, numa iniciati-va que foi sem dúvida um orgulho profissio-nal e uma imagem positiva para o IGeoE e oExército em geral.

Conferência sobre a aterragem daSonda Huygens em Titã (14/01/2005)

Esta visita composta por 11 Adidos e por 2Oficiais da Divisão de Informações Militares doEstado Maior (DIM/EME), teve como objectivodar a conhecer ao grupo as actividades maissignificativas do IGeoE, enquanto órgãoprodutor de informação geográfica, e a formacomo se encontra estruturada a sua cadeia deprodução cartográfica.

Visita dos Adidos Militaresacreditados em Portugal (17/02/2005)

Esta actividade teve lugar a no LaboratórioNacional de Engenharia Civil (LNEC), con-tribuindo para o elevado grau científico e deinvestigação, aprofundamento da cooperação

técnico-científica, bem como o desenvolvi-mento tecnológico necessário à manutençãodo prestígio da cartografia nacional.

4ª Conferência Nacional deCartografia e Geodesia (10-11/03/2005)

O projecto IgeoE-SIG pretende ser um visua-lizador da informação geográfica produzidapelo IGeoE, acessível a qualquer utilizadorda Internet.Tais referências constituem motivo de orgulhoe incentivam ao desenvolvimento de novosprojectos, revelando à comunidade nacional einternacional que o Exército Português podecolaborar no desenvolvimento do país poroutras vias, apoiando e fomentando ainvestigação nas Forças Armadas.

Atribuição pela ESRI do prémiode excelência ao projecto“IGeoE-SIG” (28/02/2005)

Visita de 17 Graduados de Escola Prática deEngenharia no âmbito do curso de Protec-ção Ambiental.

Visita da EPE (16/03/2005)

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Neste dia ocorreu a visita de sua Exa. o Ge-neral QMG, às Brigadas Topográficas, que seencontravam em Lavre a fazer levantamentostopográficos.Esta visita teve como finalidade o contactoreal da parte do General QMG com os respec-tivos trabalhos de campo, que tanto contri-buem para a cadeia de produção ao nível dacartografia produzida pelo IGeoE.

Visita às Brigadas Topográficas(17/03/2005)

Esta reunião teve lugar nas instalações doInstituto, na qual participaram váriasentidades com responsabilidade na área dacartografia nacional.

8ª Reunião do conselhoCoordenador de Cartografia(30/03/2005)

O Instituto Geográfico do Exército foi pre-miado com o prémio “GeospatialWorld 2005”atribuído pela Intergraph Geospatial UsersCommunity (IGUC), que teve lugar em SãoFrancisco (EUA). Isto deveu-se a novas téc-nicas utilizadas ao nível da impressão decartografia, com uma maior exactidão decor e enriquecimento do trabalho final. ACarta premiada insere-se na Série Carto-gráfica M888 que constitui a principal pro-dução do IGeoE e é a única cobertura com-pleta do Território Continental na escala1/25 000.

Prémio GeospatialWorld 2005(24-29/04/2005)

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Este seminário provou mais uma vez a eficáciafuncional do IGeoE, bem como a qualidade dedesempenho. Esta actividade teve lugar noCentro de Congressos do Estoril.

Seminário “SIG – GIS Planet 2005”(30/05/2005 a 02/06/2005)

Este evento teve lugar na Câmara Municipal deViana do Castelo.

Exposição e Colóquio sobre oProjecto SIDCarta (03-17/06/2005)

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O IGeoE recebeu a visita de Sua Exª Secretáriode Estado da Defesa Nacional e dos Assuntosdo Mar, Dr. Manuel Lobo Antunes. Pretendia-se com esta visita demonstrar aos visitantes asmetodologias de produção de informação geo-gráfica e o seus produtos.A visita começou com a apresentação decumprimentos na Sala de Honra, a que seseguiu um briefing no auditório. Depois davisita propriamente dita, procedeu-se à as-sinatura do Livro de Honra.

Visita do Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar(06/06/2005)

Estas cerimónias decorreram na cidade deEstremoz, mais precisamente no PavilhãoCentral do Parque de Feiras e Exposições. OIGeoE teve como missão montar e guarne-cer a respectiva área reservada, de modo adignificar este órgão produtor de informa-ção geográfica do Exército, informando osvisitantes sobre o trabalho realizado no Ins-tituto, cativando-os, de forma a que rete-nham os aspectos mais significativos.

Dia das Forças Armadas (23-26/06/2005)

Notícias do IGeoE

Sua Exa. o Secretário de Estado da Defesa daRoménia, Mr. Ion-Mircea Plangu visitou o Ins-tituto Geográfico do Exército no âmbito da co-operação bilateral entre os dois países.

Visita do Secretário de Estado daDefesa da Roménia (30/06/2005)

Esta visita realizou-se desdobrada em 2 diaspois contou com um total de 96 alunos da ESE.

Visita da Escola de Sargentos do Exército (23 e 28/06/2005)

Uma delegação do Instituto participou na Ex-posição, que teve lugar no Porto, através deuma pequena representação dos processos deprodução fundamentais ao desenvolvimentoda Cartografia Militar.

EXPONOR (04/07/2005)

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Visita no âmbi-to de um está-gio, de 6 alu-nos do Institu-to Hidrográfico.

Estágio de Oficiais do InstitutoHidrográfico (18/07/2005)

Este projecto decorreu durante todo o mês deSetembro, às sextas feiras à noite, e teve comoobjectivo a observação de constelações e outrosastros a partir do Observatório Astronómico doIGeoE. Estas observações eram geralmenteacompanhadas de pequenas palestras em quepoderiam participar o público em geral, orgãosde comunicação social e outras Instituições.

Projecto Ciência Viva (Setembro/2005)

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Divulgação do MapAdventure(06/07/2005)

Este evento teve lugar no Museu do Instituto.O MapAdventure consiste num sistema de na-vegação e localização que utiliza um mapa dePortugal em formato vectorial ao qual se po-derá adicionar os rasters das cartas militaresà escala. Este sistema possui uma variedadegrande de características e funcionalidadescomo, a possibilidade de gravar trajectos etrilhos, traçar caminhos e marcar pontos, con-ta-quilómetros entre outras.

Decorreu neste período a Auditoria ao Siste-ma Integrado de Gestão Ambiental, Qualidade,Segurança e Saúde no Trabalho, NP EN ISO14001:2005, NP EN ISO 9001: 2000 e OHSAS18001:1999/NP 4397:2001, respectivamente. O âmbito desta auditoria aplicava-se à"Concepção, desenvolvimento e produçãode informação geográfica do Instituto".Através desta auditoria o IGeoE obteve a cer-tificação em Segurança e Saúde no Trabalho.

Auditoria externa (7-8/07/2005)

Ocorreu, neste dia, com início às 06H30,uma sessão de Astronomia no auditório doIGeoE seguido de observações no nossoObservatório devido ao acontecimento do“DEEP IMPACT”. Este acontecimento me-receu especial atenção por parte dos ór-gãos de comunicação social e do públicoem geral, o que só revela a mentalidadepró-comunicação social e a eficácia fun-cional do Instituto.

“DEEP IMPACT” (04/07/2005)

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Esta visita tinha como missão proceder à sinop-se do IGeoE, por forma a que os visitantes re-tivessem os aspectos mais relevantes desteórgão produtor de Informação Geográfica.A visita iniciou-se com a apresentação de cum-primentos na Sala de Honra a S. Exa. Mr. ImreIvancsik e respectiva comitiva hungara, seguidode um Briefing no auditório. Depois da pas-sagem pelas instalações do IGeoE, procedeu-seà assinatura do Livro de Honra por parte doilustre visitante, seguido de um porto de honraque teve lugar no Salão Nobre do IGeoE.

Visita do Secretário de Estado da Defesa da Hungria (28/09/2005)

Notícias do IGeoE

Assinatura de Protocolo com a República Checa (20-23/09/2005)

Realizou-se neste período, a visita de uma Dele-gação da República Checa ao Instituto. Estavisita tinha como objectivo principal proceder àsinopse do IGeoE, por forma a que os visitantesretivessem os aspectos mais relevantes desteórgão produtor de Informação Geográfica.Enquadrada nas actividades das RelaçõesBilaterais entre Portugal e a República Checatambém se concretizou a assinatura do Acordode Cooperação Técnica na área da GeografiaMilitar entre os dois Países.

Nesta cerimónia estive-ram presentes, em repre-sentação do IGeoE, o Di-rector do IGeoE, Cor CavManuel Couto e o Sub-director Cor Engª Fran-cisco Domingues.

Dia do Comando daLogística (03/10//2005)

Este evento teve lugar em Coimbra e tratou--se de uma iniciativa onde o IGeoE estevepresente numa exposição evidenciando aosvisitantes todo o seu processo de desen-volvimento a nível da cartografia e da infor-mação geográfica em geral, enfim, o Portugaldesconhecido da maioria dos portugueses.

Comemorações do Dia do Exército (22-23/10//2005)

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Missões ao estrangeiro

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

Período – 08 a 10 de Março 2005Participantes – 1 Oficial superiorLocal – Turquia

Reunião “JFC NAPLES NGC 2005”

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Esta conferência teve como objectivo coor-denar as necessidades em apoio ao JFC Na-ples, por parte dos países NATO, no que dizrespeito a informação e documentação geoes-pacial necessária para o cumprimento dasmissões e tarefas daquele comando conjunto.Como os países de África, incluindo o Magre-be, se enquadravam tradicionalmente na áreade interesse deste comando e uma vez que aprodução da cartografia desta zona está con-templada no projecto MGCP, a participaçãoportuguesa nesta conferência foi importante.

Período – 13 a 17 de Março 2005Participantes – 2 Oficiais superioresLocal – Hannover / Alemanha

Feira Internacional “CEBIT”

A exposição CEBIT tem uma periodicidadeanual e é a maior feira que se realiza naEuropa, dedicada a tecnologias de infor-mação, sendo um local privilegiado para aapresentação dos mais recentes desenvol-vimentos tecnológicos, hardware e software,constituindo ainda um fórum de discussãodas várias questões ligadas às tecnologiasde informação.O IGeoE, para assegurar o nível de qua-lidade exigido pelos diferentes utilizadoresde informação geográfica produzida nesteInstituto, tem como objectivo manter-seactualizado em termos técnologicos, parapoder antecipar e definir as evoluçõesfuturas e, por conseguinte, poder planear egerir de uma forma mais eficaz as soluçõesa implementar.

Período – 11 a 15 de Abril 2005Participantes – 2 Oficiais superioresLocal – Friedrichshafen / Alemanha

Curso de “Programação em ambiente PCMAP”

Pretendeu-se com este curso criar aplica-ções que possam facilitar a utilização e fa-cultar a implementação de novas funcio-nalidades na utilização da ferramentaPCMAP, nos Teatros de Operações ondeexistam Forças Nacionais Destacadas e nasunidades territoriais nacionais. Na verten-te de navegação em tempo real com equi-pamentos GPS, pretende-se também pos-sibilitar o seguimento multi-viatura, ouseja, localização de várias viaturas emsimultâneo.

Período – 04 a 08 de Abril de 2005Participantes – 3 Oficiais superioresLocal – Madrid

Esta reunião teve lugar para assegurar asfunções inerentes à Delegação Técnica Por-tuguesa da Comissão Internacional de Li-mites (CIL), da responsabilidade do Minis-tério dos Negócios Estrangeiros (MNE) dePortugal. O IGeoe é responsável por efec-tuar trabalhos de campo relativos à manu-tenção dos Marcos de Fronteira (MF) entrePortugal e Espanha, conjuntamente com asua congénere espanhola, a qual integra oCentro Geográfico del Ejército (CEGET), deEspanha.No total existem 5287 marcos de fronteira,que necessitam de uma manutenção perió-dica, que se efectua todos os anos através deuma campanha de duração variável, quepoderá ir dos 4 aos 7 meses.

Reunião da ComissãoInternacional de Limites (CIL),no CEGET

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Notícias do IGeoE

Período – 18 a 22 de Abril de 2005Participantes – 2 Oficiais superioresLocal – Madrid

O MGCP (Mulinacional Geospatial Coproduc-tion Program) é um projecto multinacionalcom o objectivo de produzir informaçãovector digital do globo terrestre nas escalas1:100 000 (em princípio áreas de pouca den-sidade populacional) ou 1:50 000 (áreas demaior densidade populacional). Este pro-jecto pretende assegurar a interoperabili-dade e padronização dos dados, conteúdos eformatos, possibilitando o seu uso pelos di-ferentes sistemas de armas, a partir de umuso limitado de recursos, sendo por issomanifestamente importante no apoio carto-gráfico às Forças Armadas Portuguesas nodesempenho de missões internacionais.

Reunião “DGIWG/MGCPMeetings”

Período – 09 a 13 de Maio de 2005Participantes – 2 Oficiais superioresLocal – Hungria

Esta visita inseriu-se no âmbito da cooperaçãobilateral para assinatura do Acordo de Coope-ração Técnica que pretende promover a troca deinformação geoespacial entre os dois países.Outra questão abordada durante a reunião foio acompanhamento da evolução tecnológicana área geográfica, promovendo a investigação,a divulgação e a utilização de métodos, equi-pamento e informação provenientes de ambos.

Visita de uma delegação do IGeoE à Hungria

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Período – 24 a 29 de Abril de 2004Participantes – 2 Oficiais superioresLocal – S. Francisco / EUA

O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE)constitui-se, a nível nacional, como um dosmaiores utilizadores de produtos Intergraph,senão o primeiro, quer na utilização de pla-taformas (hardware) quer no recurso a apli-cações e soluções de CAD e Sistemas de In-formação Geográfica (software), os quais cons-tituem o suporte informático da cadeia deprodução cartográfica do IGeoE.A organização do evento pretendeu que a“GeoSpatialWorld” se constituisse como umareferência mundial na área da Cartografia edos Sistemas de Informação Geográfica. Nes-te evento os utilizadores de software Inter-graph foram convidados a apresentar os seusúltimos desenvolvimentos.

Reunião do “GeoSpatialWorld2005”, promovida pelaIntergraph GeoSpatial UsersCommunity (IGUC)

Período – 27 de Abril a 30 de Junho de 2005Participante – 2 Oficiais superioresLocal – Bruxelas

Participação na Reunião da NGC 2005

Esta reunião anual teve lugar no Quartel--General da NATO, em Bruxelas, tendocomo principais objectivos a definição deuma política geográfica NATO, hoje maisabrangente ao espaço físico dos países fun-dadores da organização, na qual se inclui aintegração e participação dos países PfP,coordenar a actuação dos países no âmbitodo apoio geográfico em assuntos que dizemrespeito à produção, armazenamento e dis-tribuição de informação geográfica, bem co-mo facultar à NATO o acompanhamento daevolução tecnológica na área que lhe com-pete, promovendo a investigação, a divul-gação e a utilização de métodos, de equipa-mento e informação provenientes dos or-ganismos que dela dependem, ou através decontactos com organizações nacionais einternacionais.

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Período – 11 a 15 de Julho de 2005Participantes – 6 Oficiais superioresLocal – Corunha / Espanha

A International Cartographic Association(ICA) é a principal organização internacionaldedicada à ciência e à prática da cartografia.Actualmente, a ICA tem oitenta países mem-bros. Os países estão representados, regra geral,por uma comissão nacional, sendo atribuída aresponsabilidade a uma organização governa-mental ou a uma sociedade profissional cujamissão esteja vocacionada para a cartografia.Dada a constante evolução das técnicas car-tográficas, bem como dos meios tecnológicosutilizados, é fundamental a participação doIGeoE neste evento, onde as novas tecno-logias e metodologias são abordadas.

Participação de uma delegaçãodo IGeoE na InternationalCartographic Association (ICA)

Período – 25 a 29 Julho de 2005Participantes – 2 Oficiais superioresLocal – S. Diego / EUA

O Environmental Systems Research Institute,Inc. (ESRI) é a principal empresa norte-ame-ricana que desenvolve software para Sistemasde Informação Geográfica (SIG) e constitui-secomo a maior produtora, a nível mundial, deaplicações para esses sistemas.Esta conferência englobou sessões orientadaspor moderadores convidados e especialistasem informação geográfica, intervenções indi-viduais e painéis de discussão relativos a te-mas específicos. Paralelamente às interven-ções técnicas decorreu uma exposição, ondeos utilizadores SIG puderam tomar conheci-mento das reais capacidades e das novas fer-ramentas desenvolvidas nesta área.

Participação na ConferênciaInternacional ESRI-2005

>>Boletim do IGeoE N.º 67 Novembro 2005

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Período – 05 a 09 de Setembro de 2005Participantes – 3 Oficiais superioresLocal – Estugarda / Alemanha

Este evento internacional que ocorre de doisem dois anos, constituiu-se como um fórum depesquisa de informação geoespacial. Foi tam-bém uma oportunidade de actualização de co-

50ª Semana da Fotogrametria2005

nhecimentos para todos os profissionais en-volvidos em pesquisa e desenvolvimento demetodologias nas áreas da Fotogrametria eDetecção Remota.Neste Congresso foram abordados temas que serevelaram de especial interesse para o Ins-tituto, tais como novos equipamentos de res-tituição, aplicações e desenvolvimentos das câ-maras aéreas digitais, o “estado de arte” dasimagens de satélite de alta resolução, entreoutros assuntos.

Período – 14 a 16 de Setembro de 2005Participantes – 2 Oficiais superioresLocal – Berlim

Esta Conferência Internacional de Generaliza-ção cartográfica é um fórum, onde conceituadosautores e cientistas de todo o mundo, expõemas suas ideias e debatem os seus mais recentes

International Symposium onGeneralization of information

trabalhos na área da informação geoespacial.Este evento foi organizado pelo Berlin Instituteof the Physikalisch-Technische Bundesanstalt esupervisado pela ICA "International Cartogra-phic Association". Significou uma oportunidadepara todos os profissionais envolvidos em Carto-grafia e Sistemas de Informação Geográfica, pa-ra tomar conhecimento com novas metodolo-gias de trabalho, automatização de processos emelhor rentabilização e especialização de re-cursos humanos.

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Notícias do IGeoE

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Novas edições de cartografia em papel

Novas Edições25/11/04 a 24/11/05

308 PORTO DE MÓS326 CALDAS DA RAINHA327 TURQUEL (ALCOBAÇA)

328 ALCANENA (SANTARÉM)

338 ÓBIDOS340 TREMÊS (SANTARÉM)

349 LOURINHÃ362 RAMALHAL (TORRES VEDRAS)

365 ALMEIRIM575 ALCOUTIM444 RIO FRIO (PALMELA)

341 PERNES (SANTARÉM)

445 LANDEIRA (MONTEMOR-O-NOVO)

581 CACHOPO (TAVIRA)

446 VENDAS NOVAS458 ESCOURAL (MONTEMOR-O-NOVO)

573 SANTA CRUZ (ALMODÔVAR)

582 VAQUEIROS (ALCOUTIM)

329 TORRES NOVAS339 RIO MAIOR353 SANTARÉM381 ALDEIA VELHA (AVIS)

447 MONTEMOR-O-NOVO457 CASEBRES (ÁLCACER DO SAL)

364 CARTAXO583 ODELEITE600 V.R.STO ANTONIO602 LAGOS603 PORTIMÃO604 LAGOA609 SAGRES352 ALMOSTER409 PAVIA410 MALARRANHA594 MEXILHOEIRA GRANDE599 CONCEIÇÃO601 VILA DO BISPO608 TAVIRA

Carta Militarde PortugalSérie M8881:25 000Continente

Novas Edições25/11/04 a 24/11/05

13 II S.JOÃO DA MADEIRA17 I FORNOS DE ALGODRES18 III GUARDA20 I COVILHÃ21 III PENAMACOR21 IV SABUGAL25 IV IDANHA-A-NOVA32 I PORTALEGRE42 II ALJUSTREL42 III SANTIAGO DO CACÉM

Carta Militarde PortugalSérie M7821:50 000Continente

Novas Edições25/11/04 a 24/11/05

1 PORTO2 BRAGANÇA3 COIMBRA4 VISEU5 LISBOA6 ÉVORA7 LAGOS8 FARO

Carta Militarde PortugalSérie M5861:250 000Continente

Novas Edições25/11/04 a 24/11/05

CARTA MILITAR ITINERÁRIA 1: 500 000

MAPA DE ESTRADAS DEPORTUGAL CONTINENTAL1:250000

Outrosprodutos