Aspergilose
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Transcript of Aspergilose
Grupo:
Caroline Lima de Holanda Asmar
Leonardo Moreira Lopes
Luana Carmélia de Lira Fernandes
Luciano Menezes dos Santos
Paula Pires de Oliveira
Universidade Federal de Alagoas
Faculdade de Medicina
Saúde do Adulto e do Idoso I -Pneumologia
Prof. Fernando Guimarães
Priscilla Maris Pereira Alves
Rafaela da Silva Acácio
Raissa Jardelino Eloi
Renata Leonel Freire Mendes
Renata Plech de Amorim
Sheyla de Amorim
INTRODUÇÃO
Aspergillus sp
Denominação: Aspergillus sp - semelhança com o aspersório,instrumento com o qual se aspergia a água benta em cerimôniasreligiosas;
Fungos filamentosos, ubíquos - encontrados em todas asestações do ano, dispersos no solo, em vegetais ou qualquermatéria em decomposição;
Espécies causadoras de Aspergilose pulmonar: A. fumigatus(mais comum), A. flavus, A. niger e A. terreus;
Forma infectante: conídios veiculados pelo ar.
ASPERGILLUS SP
Fig. 1 – Aspergillus sp : semelhança morfológica com o aspersório
PATOGÊNESE E PATOLOGIA
Principais fatores de patogenicidade:
Pequeno tamanho dos conídios, facilitando a dispersãopelo ambiente, a aspiração pelas vias aéreas superiores ea inflamação dos seios paranasais e da árvore brônquica;
Temperatura de crescimento do fungo em torno de 37°C;
Capacidade de adesão ao endotélio e epitélio;
Invasão dos vasos sanguíneos;
Produção de toxinas como elastase, restrictocina,fumigatoxina, dentre outras.
ASPERGILOSE
É considerada uma infecção fúngica oportunista comrisco de vida em pacientes imunodeprimidos (HIV,neutropenia prolongada, transplantados).
Manifestações clínicas
São determinadas pela resposta imune do hospedeiroe classicamente definidas como formas alérgica,invasiva e saprofítica.
ASPERGILOSE
BRONCOPULMONAR ALÉRGICA
Constitui uma forma de hipersensibilidade pulmonarassociada à destruição das vias aéreas em resposta aoAspergillus spp.
Caracteriza-se por: episódios de asma agudaresponsiva a corticosteróide ou por asma corticóidedependente, com sintomas não usuais de febre ehemoptise.
Com o tratamento inadequado, o dano pulmonarpermanente progride para fibrose.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Critérios diagnósticos primários
Obstrução brônquica episódica; Eosinofilia periférica; Presença de anticorpos específicos contra antígenos de Aspergillus spp.; Reação cutânea imediata a antígeno de Aspergillus spp.; Elevação sérica de IgE; Presença de infiltrados pulmonares que resolvem com corticóides; Bronquiectasias centrais.
Critérios diagnósticos secundários
Detecção de Aspergillus spp. em espécimes respiratórios; Expectoração de moldes brônquicos; Elevação de IgE específica contra Aspergillus spp; Reação cutânea tardia.
ASPERGILOSE PULMONAR
INVASIVA ***Doença infecciosa de alta morbidade e mortalidade em imunodeprimidos;
-> Diagnóstico:
Confirmação deve ser feita com cultura;
Hemocultura é limitada;
Material de LBA, biópsia transtorácica percutânea ebiópsia por videotoracoscopia são procedimentospadrões para estabelecer o diagnóstico de API;
***falsos-negativos podem ocorrer em caso de usoprévio de antifúngicos ou quando o procedimento nãoalcança a área afetada);
ASPERGILOSE PULMONAR
INVASIVA
→ Diagnóstico:
PCR;
TC de tórax: sinal do halo e do crescente aéreo;
Detecção de galactomanana ( polissacarídeo daparede do Aspergillus spp.) – Antigenemia;
β-D-glucana (inespecífico, indica infecção fúngicainvasiva)
ASPERGILOSE PULMONAR
INVASIVA
Diagnóstico provável:
fatores de risco do hospedeiro;
+
manifestações clínicas e radiológicas;
+
evidência microbiológica (cultura/antigenemia).
TRATAMENTO DA API ***Precoce em situações altamente suspeitas;
Voriconazol - 1ª escolha (EV para pacientes graves)
- Indicado para manifestações incomuns : osteomielite eendocardite;
Anfotericina B lipossomal
- Indicado em caso de hepatopatia e contra indicação deVoriconazol;
Casos refratários: alteração da via de administração (para i.v.)
monitoração dos níveis da medicação;
alteração da classe do medicamento e/ou
combinação medicamentosa.
TRATAMENTO DA API
Duração: em geral de 6-12 semanas;
OBS: em imunodeprimidos, deve-se manter o medicamento atéque ocorra melhora da imunossupressão e reabsorção das lesões;
Ressecção cirúrgica:
- em casos de lesão contígua a grandes vasos e/ou aopericárdio;
- lesão única que causa hemoptise
- invasão da parede torácica
MONITORIZAÇÃO
TERAPÊUTICA
Avaliação:
→ dos sintomas e sinais;
→ dos aspectos radiológicos (em intervalos regulares);
*** O aumento progressivo da antigenemia significa mauprognóstico; porém, a normalização da mesma não pode serutilizada como critério único para cessar o tratamento.
FATORES QUE AUMENTAM O
RISCO DE MORTE
Infecção após transplante (sua rejeição); Neutropenia; Infecção por citomegalovírus; Uso prolongado de corticoides e imunossupressores; API disseminada; Monocitopenia; Carga fúngica; Derrame pleural associado; Insuficiência renal; Infecção bacteriana de repetição Idade avançada.
API E DPOC
Atualmente, observa-se um
aumento do registro de API em
pacientes sem os fatores de
riscos conhecidos, como no caso dos portadores de DPOC.
FATORES DE RISCO
O uso crônico de corticoide oral com dose médiaacima de 20 mg/dia;
a exacerbação da doença;
a antibioticoterapia e a presença de comorbidades.
DIAGNÓSTICO
É feito pelo isolamento de Aspergillus spp. emcultura ou material citológico de secreçõesrespiratórias (escarro, lavado broncoalveolar easpirado traqueal), associado a um quadro clínico-radiológico compatível;
O quadro radiológico apresenta-se alterado em 78%dos casos. Em radiografia/TC de tórax, há presença deinfiltrado/consolidação em 43%; lesões cavitárias em20%; e nódulos múltiplos ou nódulo solitário em 4%;
A presença do sinal do halo é mais comum emneutropênicos.
DIAGNÓSTICOMICROBIOLOGIA/SOROLOGIA/PCR
Cultura: indica o tratamento antifúngico
- O achado de Aspergillus spp. em secreções do tratorespiratório inferior deve ser avaliado cuidadosamente paraexcluir API.
- Nesses casos, deve-se considerar um quadro clínico compatívele os resultados das imagens de TC de tórax, da sorologia e dabroncoscopia.
OBS: Iniciar o tratamento com antifúngico naquelescriticamente enfermos.
Em portadores de DPOC, o material de LBA positivo paraAspergillus spp., associado ou não à biópsiatransbrônquica, pode ser útil para o diagnóstico e otratamento em pacientes clinica e radiologicamentesuspeitos que não respondem a antibioticoterapiaconvencional.
API E
IMUNOSSUPRESSÃO
A reversão da imunossupressão é um fatorimportante para o sucesso terapêutico da API;
API em imunodeprimidos não-neutropênicos, emparticular naqueles com doença granulomatosacrônica, a suspensão ou a redução de corticoideé crítica para o sucesso terapêutico da API.
TRATAMENTO ESPECÍFICO PARA
NEUTROPÊNICOS COM SUSPEITA
DE API
AnfotericinaB lipossomal
Itraconazol
Caspafungina
Voriconazol
Em casos de neutropenia prolongada efebre persistente
ATENÇÃO!!
O tratamento empírico NÃO érecomendado em pacientes comneutropenia de curto prazo (menos de10 dias). Exceto na presença deachados indicativos de API.
PROFILAXIA DA API
Pacientes transplantados de medula óssea com rejeição, com uso prolongado de altas doses de
corticoide, portadores de LMA ou com Síndrome Mielodisplásica
ALTO RISCO PARA API
Nestes casos, o posaconazol érecomendado. O itraconazoltambém pode ser efetivo, emborasua tolerabilidade limite seu uso.
ASPERGILOSE
TRAQUEOBRÔNQUICA
Pacientes de risco
Portadores de HIV
Neutropênicos
Transplantados de pulmão
Formas de apresentação
Obstrutiva
Pseudomembranosa
Ulcerativa
ASPERGILOSE
TRAQUEOBRÔNQUICA
Diagnóstico
• Broncoscopia→ mais importante;
• TC→ avalia falha na progressão da lesão da via aérea.
Tratamento
• O precoce previne a ruptura da anastomose brônquica e a perda do enxerto, além de resolver lesões ulcerativas em transplantados de pulmão;
• Voriconazol é o tratamento de 1ª escolha;
• O composto lipossomal é recomendado em portadores de transplante pulmonar;
• A redução da imunossupressão é importante para melhorar a resposta terapêutica.
ASPERGILOSE PULMONAR
NECROTIZANTE CRÔNICA
Definição
• Caracteriza-se pela destruição lentamente progressiva do pulmão em pacientes com doença pulmonar crônica e leve grau de imunossupressão, como no uso prolongado de corticosteroide sistêmico ou em paciente diabético.
Tratamento
• Há uma maior evidência para o tratamento com itraconazol oral;
• O tratamento medicamentoso é prolongado→ preferir via oral;
• Outros tratamentos : instilação intracavitária de anfotericina e o uso de voriconazol.
FORMAS CRÔNICAS E
SAPROFÍTICAS
Aspergiloma
AspergilomaComplexo
• Usualmente, esses pacientes apresentam uma doença pulmonar subjacente, lesão cavitária tuberculosa, histoplasmose, sarcoidose, bolha enfisematosa ou doença pulmonar fibrótica.
• Complicações com risco de morte: hemoptise, fibrose pulmonar e aspergilose invasiva.
ASPERGILOMA
Definição
Conglomerado de hifas de Aspergillus spp., muco, fibrina e restos celulares no interior de cavidades pulmonares, em cistos e bronquiectasias.
Diagnóstico
Tosse produtiva crônica, hemoptise em portador de doença pulmonar crônica, associada a alterações radiológicas;
Alterações radiológicas : massa arredondada, algumas vezes móvel, com densidade líquida, dentro de uma cavidade, e separada da parede por espaço aéreo (sinal do crescente), além de espessamento pleural adjacente à cavidade.
ASPERGILOMA PULMONAR CAVITÁRIA
CRÔNICA- ASPERGILOMA COMPLEXO
Definição
Apresenta-se com múltiplas cavidades contendo ou não aspergiloma, associadas a sintomas pulmonares e sistêmicos e ao aumento de marcadores inflamatórios.
Sem tratamento, essas cavidades podem aumentar de tamanho e coalescer.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com APNC.
TRATAMENTO PARA ASPERGILOMA
SIMPLES E COMPLEXO
• Tratamento definitivo para aspergiloma simples;
• Para casos especiais do aspergiloma complexo (↑morbidade e mortalidade).
Ressecção cirúrgica
• É recomendado para o aspergiloma complexo.Tratamento antifúngico prolongado com itraconazol ou
voriconazol
• Para pacientes com hemoptise com risco de morte;
• Os pacientes, após a estabilização da hemoptise, deverão receber tratamento medicamentoso ou cirúrgico.
Embolização da artéria brônquica
• Tem sido relatada em casos isolados com algum sucesso.Instilação endobrônquica ou intracavitária de anfotericina
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SALES, Maria da Penha. Curso de atualização –Micoses. J.Bras Pneumol. Capítulo 5:Aspergilose: do diagnóstico ao tratamento.2009;35(12):1238-1244 .
AMORIM, Daniela; MOREIRA, Nelson; AMORIM,Carlos; SANTOS, Sávio et al. Infecção porAspergillus spp.: aspectos gerais. Rev Pulmão RJv.13,n.2 ,Abr-Mai-Jun, 2004.
“Não é o diploma médico, mas a qualidade humana, o decisivo.”
Carl jung