Art 3.0 - Motivação Sazonal

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Hugo S. Pensamentos de Motivação Motivação Sazonal “Many efforts to change others are unsuccessful. After all, it’s hard enough to change ourselves even when we’re motivated” i A hotelaria é daquelas indústrias em que são longas as horas de trabalho, os verões e dias festivos perdidos, as férias no inverno, os fins-de-semana preenchidos. A disponibilidade tem de ser uma constante. Mas apesar de toda a pressão, e em qualquer que seja o estabelecimento, categoria ou mesmo região do globo, impera uma lei: eye contact and smile. Ora, a todos aqueles aspetos menos positivos, junta-se uma variedade de backgrounds, motivos, meios, ambições e aspirações, a cujo conjunto chamamos de equipa. ii Nem todos estamos, porém, em uníssono. A contratação aberta (ver art. 2.0 Influência da História) pode provocar que os membros da equipa se exponham ao contágio do negativismo - por exemplo de colaboradores com formações distintas ou que se encontram em períodos sazonais ou mesmo pela tendência empresarial da região - não atingindo a mesma performance daqueles que aspiram a uma carreira na área, daqueles que trabalharam para ocupar uma vaga ou dos que se esforçam por melhorar a indústria. Falta de concentração, diversidade de intuitos, desmotivação, são alguns dos pontos em que o estudo da liderança se deve focar nos dias de hoje. Um líder não é apenas um mero coordenador, que distribui funções, que emite uma ordem de serviço ou que marca presença perante uma reclamação. Um líder tem ainda de ser um counselor e de, imparcialmente e sem fazer distinções, ter uma acção personalizada e individual. Este é o approach adequado à criação de um espírito de equipa. Para que isso aconteça é preciso em primeiro lugar compreender o que motiva particularmente a equipa, fazer com que as razões de determinadas tarefas sejam bem

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Hugo S.

Pensamentos de Motivação

Motivação Sazonal

“Many efforts to change others are unsuccessful. After all, it’s hard enough to change ourselves

even when we’re motivated” i

A hotelaria é daquelas indústrias em que são longas as horas de trabalho, os verões e

dias festivos perdidos, as férias no inverno, os fins-de-semana preenchidos. A disponibilidade

tem de ser uma constante.

Mas apesar de toda a pressão, e em qualquer que seja o estabelecimento, categoria ou mesmo

região do globo, impera uma lei: eye contact and smile.

Ora, a todos aqueles aspetos menos positivos, junta-se uma variedade de

backgrounds, motivos, meios, ambições e aspirações, a cujo conjunto chamamos de equipa.ii

Nem todos estamos, porém, em uníssono. A contratação aberta (ver art. 2.0 Influência da

História) pode provocar que os membros da equipa se exponham ao contágio do negativismo -

por exemplo de colaboradores com formações distintas ou que se encontram em períodos

sazonais ou mesmo pela tendência empresarial da região - não atingindo a mesma

performance daqueles que aspiram a uma carreira na área, daqueles que trabalharam para

ocupar uma vaga ou dos que se esforçam por melhorar a indústria.

Falta de concentração, diversidade de intuitos, desmotivação, são alguns dos pontos

em que o estudo da liderança se deve focar nos dias de hoje.

Um líder não é apenas um mero coordenador, que distribui funções, que emite uma

ordem de serviço ou que marca presença perante uma reclamação. Um líder tem ainda de ser

um counselor e de, imparcialmente e sem fazer distinções, ter uma acção personalizada e

individual. Este é o approach adequado à criação de um espírito de equipa.

Para que isso aconteça é preciso em primeiro lugar compreender o que motiva

particularmente a equipa, fazer com que as razões de determinadas tarefas sejam bem

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entendidas explicando a sua importância e, em sequência, valorizar o desempenho e apontar

os acertos.

Em segundo lugar, as aspirações individuais da equipa quer a nível interino ou social podem e

devem ser direcionadas através de uma abordagem profissional, isto é, se cabe ao colaborador

vir trabalhar todos os dias, cabe pois ao seu responsável dar-lhe razões para que venha

disposto a dar o seu melhor.

Parece fácil, mas muitos não conseguem dar luz a esta simples solução, “ouvir com os

olhos abertos”, ou seja, saber dar a devida importância ao colaborador, pois é este soldado

raso que diariamente enfrenta o hóspede nas linhas da frente.

Para que este funcionário tenha uma performance de qualidade, ele tem que sentir que faz

parte de algo, que faz parte da solução e que existe preocupação com o seu bem-estar.

Mesmo no caso dos trabalhadores sazonais a abordagem precisa de ser cuidada e

direcionada. São longas as horas de convivência e por vezes as preocupações pessoais são

trazidas para o local de trabalho. Só mostrando um interesse autêntico nos seus problemas e

pretensões, em ajudar a alcançar os seus objetivos pessoais bem como profissionais, se

consegue criar o equilíbrio necessário ao sucesso.

Mas porquê esta preocupação?

Porque o vai manter concentrado e prestativo. Porque vai valorizar a instituição e, mesmo

sendo uma passagem fugaz, sentir que faz parte de algo maior. Porque vai aprender a ser um

profissional capaz de adaptar-se e as características ali adquiridas lhe darão vantagem

competitiva num mercado onde o saber-ser e o saber-estar superiorizam-se aos anos de

serviço.

“A gestão de pessoal, a qualquer nível hierárquico, implica dos responsáveis, certas

responsabilidades, entre as quais tem papel preponderante o da motivação. Motivação gera

satisfação pessoal, e esta gera qualidade. Quem faz com gosto, faz melhor. Quem faz melhor,

aumenta o nível de qualidade final.” iii

Seja em que categoria for, dedicação, organização, disciplina, assiduidade,

pontualidade, profissionalismo, são características que distinguem um chefe de um líder.

Porque qualquer responsável deve ser um líder.

“É mais fácil desmotivar do que motivar. Cuidado, pois; se não puder motivar, não desmotive” iv

i Hedges, Kristi - How to change your employee’s behavior 2015 - Forbes ii É um grupo de pessoas que se junta para alcançar um objetivo em comum.

iii J. Albano Marques - Manual de Hotelaria Politicas e Procedimentos 2007 – Civilização Editora

iv J. Albano Marques - Manual de Hotelaria Politicas e Procedimentos 2007 – Civilização Editora