Aristóteles

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“O Mestre dos que sabem" ARISTÓTELES " do grego, excelente confidente, ótimo conselheiro” 384 a.C – 322 a.C

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Biografia de Aristóteles

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“O Mestre dos que sabem"

ARISTÓTELES" do grego, excelente confidente, ótimo

conselheiro”

384 a.C – 322 a.C  

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LINHA DO TEMPO

594 ªC – Nebuchadnezar (Nabucodonosor II) invade Israel.

– Gregos colonizam a Espanha.

563 ªC – Nascimento de SIDARTA GAUTAMA (BUDA).

490 ªC – O pensamento de CONFÚCIO começa a se propagar na China.

483 ªC – Morre de SIDARTA GAUTAMA.

400 ªC – É redigido o Livro de Jó.

399 ªC – Julgamento, condenação e morte de SÓCRATES.

387 ªC – PLATÃO abre a sua Academia, em Atenas.

384 ªC – Nascimento de ARISTÓTELES.

359 ªC – Filipe I, é rei na Macedônia.

356 ªC – Nascimento de ALEXANDRE (Magno) na Macedônia.

347 ªC – Morre de PLATÃO.

343 ªC – Filipe convida ARISTÓTELES para preceptor de ALEXANDRE.

336 ªC – Filipe é assassinado e ALEXANDRE assume o trono.

335 ªC – ARISTÓTELES abre o Liceu, em Atenas.

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333 ªC – ALEXANDRE submete os países mediterrâneos dependentes da

Pérsia, conquista o Egito e funda Alexandria.

331 ªC – Vitória de ALEXANDRE sobre Dário III, Imperador da Pérsia.

327 ªC – ALEXANDRE penetra no vale do Indo.

323 ªC – Morte de ALEXANDRE na Babilônia.

322 ªC – Morte de ARISTÓTELES.

321 ªC – Chandragupta firma-se no Pendjab (Ìndia).

312 ªC – Em Roma, construção da Via Àpia e do Aqueduto.

300 ªC – Euclides estuda Geometria

– Desenvolve-se a escrita sânscrita e Maia.

294 ªC – Em Alexandria funcionam o Museu e a Biblioteca.

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Surgiu nos séculos VII - VI ªC nas cidades gregas situadas na Ásia Menor uma interpretação desacralizada dos mitos difundidos pelas religiões daquele tempo. Os mitos foram segundo Platão e Aristóteles o material inicial de reflexão dos filósofos. Tornaram-se um campo comum para religião e a filosofia, revelando que a separação entre estes dois modos de interpretação da realidade não é tão nítida como parece.

O movimento de renovação do pensamento religioso, marcado pela universalização e a procura de uma razão comum a todas as coisas ocorreu antes do primeiro milênio com a atuação de:

- SIDARTA GAUTAMA e Mahiva na Índia.

- LAO-TSÉ e CONFÚCIO na China

- ZARATRUSTRA OU ZOROASTRO, na Pérsia

- Heráclito, Pitágoras e Empédocles na Grécia

- Isaías, Jeremias e EZEQUIEL no cativeiro israelita da Babilônia .

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Todos proclamam uma concepção universal do divino encarando uma realidade que ultrapassava as perspectivas particulares das sociedades em que viviam. A obra Aristotélica só se integra na cultura filosófica européia da Idade Média, através dos árabes, no século XIII, quando é conhecida a versão (orientalizada) de Averróis, o seu mais importante comentarista. Depois, S. Tomás de Aquino incorpora muitos passos das suas teses no pensamento cristão. Os escritos de Aristóteles perfazem grande número de volumes (consta que 150, aproximadamente) e versam sobre assuntos variados: da ciência, política e ética à crítica literária. Desses trabalhos, cerca de dois terços desapareceram. Mesmo os que chegaram até nós ficaram perdidos por séculos, por vezes em mais de uma ocasião. Muitos deles só atravessariam a Idade Média traduzidos para o árabe. Aristóteles pode ser considerado o criador do estudo da Lógica e essa matéria, dentre toda a sua obra, foi a única a continuar sendo estudada na Europa após a queda do Império Romano.

Averrois

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Aristóteles nasceu em Estagira (atual Stavro), próximo de Pela, capital da Macedônia, portanto era Macedônio de origem Grega. Estagiara era colônia fundada pelos calcidenses da ilha Eubéia ( na Trácia), no litoral norte do mar Egeu, em 384 a.C .

Diz Apolodoro nas Crônicas, que “Aristóteles nasceu no primeiro ano da nonagésima olimpíada em uma região sob controle da Macedônia”.

Seu pai, Nicômaco e sua mãe, Féstias, ao dar-lhe um nome grego, quebram um costume: o filho deveria ter o nome do avô, Macaon.

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Timóteo, nas vidas, comenta que “Aristóteles, o mais ilustre dos discípulos de Platão, tinha a voz débil, pernas delgadas e olhos pequenos; que se vestia sempre com esmero, levava anéis e cortava a barba" (Diógenes Laércio, V, 1).

Dois anos depois de Aristóteles, nasce Filipe da Macedônia. Os jovens vão ser companheiros de infância nos jardins do palácio real já que Nicômaco, pai de Aristóteles, é médico do rei Amintas II. Mas, enquanto o filho de Amintas se exercita na cavalaria, no tiro ao arco, na caça, o de Nicômaco não é brilhante nessas artes.

Ambos, no entanto, têm uma paixão pela natureza. Percorrem as florestas, conhecem as plantas, os animais do chão, as aves e os peixes. É aí que Aristóteles desperta para a biologia. As relações entre as duas crianças são afáveis e essa amizade, tão cara a Aristóteles, embora com divergências, prolongar-se-á até o assassínio de Filipe.

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É nesse mar, junto ao Monte Athos, que Aristóteles inicia a investigação dos animais, em especial, os marinhos. Ensinado pelo pai, terá feito as primeiras dissecações. Também é aí que, entre a praia e os rochedos, convive com pessoas do porto, pescadores, marinheiros, crianças do cais e absorve os seus conhecimentos.

É, porém, nos livros que satisfaz completamente a sua curiosidade. Conhece de cor os poetas, sobretudo Homero, conhece os filósofos de Atenas e, mesmo sem compreender tudo, memoriza.

Após a morte de seu pai em 366 ªC vai para a casa da irmã Arimnesta que vive em Mísia com o esposo Proxénos, que fica como seu tutor.

Torna-se amigo de Hermias que também passara pela Academia, eunuco e escravo liberto, rico, poderoso, amigo da filosofia que mantinha uma comunidade de filósofos.

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Aos dezoito anos, em 367, viajou à Atenas para prosseguir os seus estudos e entre as várias opções, escolheu a Academia de Platão, onde ficou por vinte anos e onde tornou-se professor, até à morte do mestre em 347.

Nesse período estudou também os filósofos pré-platônicos, que lhe foram úteis na construção do seu grande sistema. Abandonou a Academia provavelmente por divergências quanto à escolha de Espeusito, sobrinho de Platão, para a direção da escola e foi para Atarnéia (Assos), na Mísia onde havia uma comunidade de alunos da Academia, protegida pelo tirano Hermias, rei de Atárnea já seu conhecido, que possibilita o contato com a organização interna e externa do Estado (347-345). Entretanto, não repete a experiência de Platão, junto aos tiranos de Siracusa, e não procura moralizar Hermias. Casa com Pítias, sobrinha de Hermias, e durante cinco anos gere suas propriedades em um casamento que durou dez anos, mas sua permanência em Assos foi subitamente interrompida, quando os persas suspeitando que Hermias estava colaborando com os macedônios, decidem crucifica-lo em Persópolis (345). Ruínas do Templo de Athenas, em ASSOS / Turquia

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Aristóteles foge, refugiando-se em Mitilene, capital da ilha de Lesbos, onde vive Féstias ,sua mãe, e se dedica ao estudo da biologia. Lesbos localiza-se no mar Egeu, próximo à Turquia. Em grego moderno, o nome da ilha é Lesvos.

Pítia dá-lhe uma filha. Mas, pouco depois, Aristóteles enviúva e passa a conviver com uma concubina, Hérpilis, que lhe dará um filho, que recebe o nome do avô paterno como era a tradição, Nicômaco, restabelecendo a tradição..

Em 343, pai de família, com 41 anos, foi convidado pelo Rei Filipe - conquistador da Grécia - para a corte de Pela, na Macedônia, acompanhado da esposa Hérpilis, filho e filha. Foi o professor do Príncipe Alexandre, então jovem de quinze anos, durante três anos em troca da reconstrução de Estagira, arrasada por Filipe em uma guerra e onde teve a oportunidade de organizar as leis.

Alexandre revelou-se um aluno apaixonado pelos autores clássicos e manifestou igualmente interesse pelas discussões filosóficas, a investigação da natureza, medicina, zoologia, botânica, fazendo-se acompanhar nas suas expedições militares por um grupo de investigadores.

Felipe II

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Quando Alexandre subiu ao trono (em 335 ªC), treze anos depois da morte de Platão, Aristóteles regressou à Atenas, onde criou a sua própria escola, a sudoeste da cidade, com apoio de Alexandre, junto ao templo dedicado a Apolo Liceano, o caçador de lobos. Chamada Liceu ou Escola Peripatética, porque o mestre dava suas lições passeando com os alunos da classe exotérica, que era mais numerosa, em amena palestra, no sombreado das colunas (peristilos) através das alamedas (os peripatos) do ginásio comprado junto ao templo. Esta escola seria a grande rival e a verdadeira herdeira da velha e gloriosa academia platônica e teve a presença de Aristóteles por doze anos. Os estudos concentravam-se sobre o que hoje poderíamos denominar "ciências naturais", ao contrário da Academia, onde era dada grande importância à geometria. Tinha dois tipos de cursos, os "exotéricos" para o público, e os "esotéricos" destinados apenas ao pequeno número de alunos iniciados nas várias matérias. No Liceu Aristóteles e os seus discípulos recolhiam informações sobre tudo, organizando depois estes dados num sistema global.

Ruínas de Pella

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Os tratados de Aristóteles provêm de notas tomadas por seus ouvintes e constituem um vasto conjunto enciclopédico, dividido posteriormente em quatro grupos de obras. Toda a sua filosofia baseia-se numa observação minuciosa da natureza, sociedade e indivíduos, organizada de uma forma verdadeiramente enciclopédica. A sua idéia fundamental era a de tudo classificar, dividindo as coisas segundo a sua semelhança ou diferença, obedecendo a um conjunto de perguntas muito simples: Como é esta coisa ? (o gênero). O que é que a difere de outras que lhe são semelhantes? (a diferença). A partir daqui começava a hierarquizar todas as coisas, de uma forma tão ordenada que até então nunca ninguém conseguira fazer. A respeito do caráter de Aristóteles, inteiramente recolhido na elaboração crítica do seu sistema filosófico não se deixava distrair por motivos práticos ou sentimentais. Foi essencialmente um homem de cultura, de estudo, pesquisas, pensamento, que foi se isolando da vida prática, social e política, para se dedicar à investigação científica. A atividade literária de Aristóteles foi vasta e intensa, como a sua cultura e seu gênio universal.

Apolo

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Escreveu sobre todas as ciências, constituindo algumas os primeiros fundamentos, organizando outras em corpo coerente de doutrinas e sobre todas espalhando as luzes de sua admirável inteligência.

Não lhe faltou nenhum dos dotes e requisitos que constituem o verdadeiro filósofo: profundidade e firmeza de inteligência, agudeza de penetração, vigor de raciocínio, poder admirável de síntese, faculdade de criação e invenção aliados a uma vasta erudição histórica e universalidade de conhecimentos científicos.

O grande estagirita explorou o mundo do pensamento em todas as direções. Pelo elenco dos principais escritos que dele ainda nos restam, poder-se-á avaliar a sua prodigiosa atividade literária. A primeira edição completa das obras de Aristóteles é a de Andronico de Rodes pela metade do último século ªC. autêntica, salvo alguns apócrifos e interpolações.

Monastério com o Monte Athos ao fundo

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Classificação das obras doutrinais de Aristóteles conforme a edição de Andronico de Rodes.

I. Escritos lógicos: cujo conjunto foi denominado Órganon mais tarde, corresponde muito bem à intenção do autor, que considerava a lógica instrumento da ciência.

II. Escritos sobre a física: abrangendo a hodierna cosmologia e a antropologia, e pertencentes à filosofia Teorética (Pensamentos), juntamente com a metafísica.

III. Escritos metafísicos: a Metafísica, em catorze livros. É uma compilação feita depois da morte de Aristóteles mediante seus apontamentos manuscritos, referentes à metafísica geral e à teologia. O nome de metafísica é devido ao lugar que ela ocupa na coleção de Andronico, que a colocou depois da física.

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IV. Escritos morais e políticos:

Ética a Nicômaco, em dez livros, provavelmente publicada por Nicômaco, seu filho, ao qual é dedicada;

Ética a Eudemo, inacabada, escrito com base na ética de Aristóteles.

Grande Ética, compêndio da Ética a Nicômaco e, em especial da Ética a Eudemo

Política, em oito livros, incompleta.

V. Escritos retóricos e poéticos:

Retórica, em três livros;

Poética, em dois livros, que, no seu Estado atual, é apenas uma parte da obra de Aristóteles. As obras e doutrinas que nos restam - manifestam um grande rigor científico, sem enfeites míticos ou poéticos, exposição e expressão breve e aguda, clara e ordenada, perfeição maravilhosa da terminologia filosófica, de que foi ele o criador.

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O Pensamento: A Gnosiologia 

 

Segundo  Aristóteles,  a  filosofia  deve  decifrar  o  enigma  do universo,  diante  da  atitude  inicial  de  assombro  com  esse mistério.  Sua  questão  fundamental  é  o  problema  do  ser,  não  o problema da vida. O objeto da filosofia, onde está a solução do problema,  são  as  essências  imutáveis  e  a  razão  última  das coisas, as  formas e suas  relações,   o universal e o necessário, pois  não  pode  haver  ciência  em  torno  do  individual  e  do contingente.  As  formas  são  imanentes  na  experiência,  nos indivíduos, de que constituem a essência. A filosofia aristotélica é  conceitual  como  a  de  Platão  mas  parte  da  experiência;  é dedutiva,  onde  o  ponto  de  partida  dedutivo  é  tirado  pelo intelecto  da  experiência.  Sob  o  ponto  de  vista  metafísico,  o objeto da ciência aristotélica é a forma, como idéia era o objeto da ciência platônica.

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A filosofia, segundo Aristóteles, abrange todo o saber humano, racional e divide-se em:

Teorética (Pensamentos) 

Prática

Poética

 

A  Teorética  (Pensamentos),  por  sua  vez,  divide-se  em  física, matemática e filosofia primeira (metafísica e teologia);

A Prática divide-se em ética e política;

A Poética em estética e técnica.

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Aristóteles é o criador da lógica, como ciência especial, sobre a base  socrático-platônica;  é  denominada  por  ele  ANALÍTICA  e representa  a  metodologia  científica.  Aristóteles  trata  dos problemas  lógicos  e  gnosiológicos  que  tomou  mais  tarde  o nome de Órganon.

A ciência aristotélica é objetiva, realista onde tudo que se pode aprender  precede  a  sensação  e  é  independente  dela,  é  a dedução  do  particular  pelo  universal,  explicação  do condicionado  mediante  a  condição,  porquanto  o  primeiro elemento depende do segundo. 

Também aqui se segue a ordem da realidade, onde o fenômeno particular  depende  da  lei  universal  e  o  efeito  da  causa.  Objeto essencial da lógica aristotélica é precisamente este processo de derivação ideal, que corresponde a uma derivação real. 

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A  lógica  aristotélica,  portanto,  bem  como  a  platônica,  é essencialmente  dedutiva,  demonstrativa.  O  seu  processo característico, clássico, é o silogismo. Os elementos primeiros, os  princípios  supremos,  as  verdades  evidentes,  consoante Platão, são fruto de uma visão imediata, intuição intelectual, em relação com a sua doutrina do contato imediato da alma com as idéias  –  a  reminiscência.  Segundo  Aristóteles,  entretanto,  de cujo  sistema  é  banida  toda  forma  de  inatismo,  também  os elementos  primeiros  do  conhecimento  -  conceito  e  juízos  - devem  ser,  de  um  modo  e  de  outro,  tirados  da  experiência,  da representação sensível, cuja verdade imediata ele defende, pois os sentidos por si nunca nos enganam. O erro começa de uma falsa  elaboração  dos  dados  dos  sentidos:  a  sensação,  como  o conceito,  é  sempre  verdadeira.  Certamente  que, metafisicamente,  o  universal,  o  necessário,  o  inteligível,  é anterior  ao  particular,  ao  contingente,  ao  sensível:  mas,   psicologicamente  existe  primeiro  o  particular,  o  contingente,  o sensível,  que  constituem  precisamente  o  objeto  próprio  do nosso  conhecimento  sensível,  que  é  o  nosso  primeiro conhecimento. 

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Assim  sendo,  compreende-se  que  Aristóteles,  paralelamente,  e em  conseqüência  da  doutrina  de  dedução,  seja  constrangido  a elaborar, na lógica, a doutrina da indução. Não está efetivamente acabada,  mas  pode-se  integrar  logicamente  segundo  o  espírito profundo  da  sua  filosofia.  Com  relação  aos  elementos  básicos do  conhecimento  racional,  como  os  conceitos,  a  indução  nada mais  é  que  a  abstração  do  conceito,  do  inteligível,  da representação  sensível,  isto  é,  a  "desindividualização"  do universal  do  particular,  em  que  o  universal  é  imanente.  A formação do conceito é retirada da experiência. Quanto ao juízo, que  é  o  elemento  constitutivo  da  ciência,  onde  temos unicamente ou não  temos a verdade,   depende do princípio da demonstração,  dos  juízos  imediatamente  evidentes.  Aristóteles reconhece que é impossível uma indução completa,  isto é, uma resenha  de  todos  os  casos  de  fenômenos  particulares  para poder  tirar com certeza absoluta as  leis universais abrangendo todas  as  essências.  Então  só  resta  possível  uma  indução incompleta  do  juízo  onde  os  conceitos  são  tirados  da experiência,  e  seu  nexo  analítico,  colhido  imediatamente  pelo intelecto humano mediante a sua evidência. 

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Filosofia de Aristóteles  

Partindo  como  Platão  do  mesmo  problema  acerca  do  valor objetivo dos conceitos, mas abandonando a solução do mestre, Aristóteles  constrói  um  sistema  inteiramente  original.  Os caracteres desta grande síntese são: 

1. Unidade do conjunto  - Sua vasta obra filosófica constitui um verdadeiro  sistema,  uma  verdadeira síntese.Todas  as  partes  se compõem, se correspondem, se confirmam. 

2.  Observação  fiel  da  natureza  -  Platão,  idealista,  rejeitara  a experiência como fonte de conhecimento certo. Aristóteles, mais positivo,  toma  sempre  o  fato  como  ponto  de  partida  de  suas teorias,  buscando  na  realidade  um  apoio  sólido  às  suas  mais elevadas especulações metafísicas.  

3. Rigor no método - Depois de estudar as leis do pensamento, o processo  dedutivo  è  aplicado  em  todas  as  suas  obras, substituindo à linguagem figurada de Platão, em estilo conciso e criando uma terminologia filosófica de precisão admirável. Pode ser considerado o autor do método científico.

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Geralmente, no estudo de uma questão, Aristóteles procede por partes: 

 a)       define o objeto;

 b)       enumera as soluções históricas;

 c)       propõe as dúvidas;

 d)       indica, a solução;

 e)       refuta as sentenças contrárias.

 

Page 23: Aristóteles

A Teologia  

Objeto  a  teologia  é  o  primeiro  motor  imóvel,  ato  puro,  o pensamento  do  pensamento,  isto  é,  Deus,  a  quem  Aristóteles chega  através  de  uma  sólida  demonstração,  baseada  sobre  a imediata  experiência,  indiscutível,  realidade  do  vir-a-ser,  da passagem  da  potência  ao  ato.  Os  objetos  sensíveis  são constituídos  pelo  princípio  da  perfeição  (o  ato),  são  enquanto são e pelo princípio da imperfeição (a potência), através do qual se lhes permite a aquisição de novas perfeições. O ato explica a unidade do ser, a potência, a multiplicidade e a mudança. Esta passagem  da  potência  ao  ato,  requer  finalmente  um  não-vir-a-ser.  A  necessidade  deste  primeiro  motor  imóvel  não  é absolutamente  excluída  pela  eternidade  do  vir-a-ser,  do movimento,  do  mundo.  Mesmo  admitindo  que  o  mundo  seja eterno,  isto é, que não  tem princípio e  fim no  tempo, enquanto for passagem da potência ao ato, fica eternamente inexplicável, contraditório,  sem  um  primeiro  motor  imóvel,  origem  extra-temporal, causa absoluta, razão metafísica de todo devir. 

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Deus, o  real puro, é aquilo que move sem ser movido, é aquilo que é movido, sem mover a si mesmo.

Da análise do conceito de Deus, concebido como primeiro motor imóvel,  conquistado  através  do  precedente  raciocínio, Aristóteles,  pode  deduzir  logicamente  a  natureza  essencial  de Deus,  concebido,  antes  de  tudo,  como  ato  puro,  e,  como pensamento de si mesmo.

Deus é unicamente pensamento, atividade Teorética), enquanto que outra atividade teria fim extrínseco, incompatível com o ser perfeito, auto-suficiente. Se o agir, e o querer têm objeto diverso do  sujeito  agente  e  "querente",  Deus  não  pode  agir  e  querer, mas  unicamente  conhecer  e  pensar,  conhecer  a  si  próprio  e pensar  em  si  mesmo.  Deus  é,  portanto,  pensamento  de pensamento, pensamento de si, que é pensamento puro. E nesta autocontemplação imutável e ativa, está a beatitude divina.

 

Page 25: Aristóteles

Se  Deus  é  mera  atividade  Teorética,  tendo  como  objeto unicamente  a  própria  perfeição,  não  conhece  o  mundo imperfeito, e menos ainda opera sobre ele. 

Deus  não  atua  sobre  o  mundo,  voltando-se  para  ele,  com  o pensamento  e  a  vontade;  mas  unicamente  como  o  fim  último, atraente,  isto  é,  como  causa  final,  e,  por  conseqüência,  e  só assim, como causa eficiente e formal (exemplar).

De  Deus  depende  a  ordem,  a  vida,  a  racionalidade  do  mundo; ele,  porém,  não  é  criador,  nem  providência  do  mundo.  Em Aristóteles  o  pensamento  grego  conquista  logicamente  a transcendência  de  Deus;  mas,  no  mesmo  tempo,  permanece  o dualismo,  que  vem  anular  aquele  mesmo  Absoluto  a  que logicamente  chegara,  para  dar  uma  explicação  filosófica  da relatividade  do  mundo  pondo  ao  seu  lado  esta  realidade independente dele. 

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A Moral

Aristóteles  afirma  que  todo  ser  tende  necessariamente  à realização da sua natureza, à atualização plena da sua forma: e nisto  está  o  seu  fim,  seu  bem,  e  sua  felicidade,  e,  por conseqüência, sua  lei. Sendo a    razão a essência característica do  homem,  ele  realiza  sua  natureza  vivendo  racionalmente  e sendo consciente. Assim consegue a felicidade e a virtude, isto é, consegue a felicidade mediante a virtude, que é precisamente uma  atividade  conforme  à  razão,  isto  é,  uma  atividade  que pressupõe o conhecimento racional. Logo, o fim do homem é a felicidade, a que é necessária à virtude, e a esta é necessária a razão.  A  característica  fundamental  da  moral  aristotélica  é, portanto,  o  racionalismo,  sendo  a  virtude  ação  consciente segundo  a  razão,  que  exige  o  conhecimento  absoluto, metafísico, da natureza e do universo, natureza segundo a qual e na qual o homem deve operar.

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As  virtudes  éticas,  morais,  não  são  mera  atividade  racional, como as virtudes intelectuais, pensamentos; mas implicam, por natureza, um elemento sentimental, afetivo, passional, que deve ser  governado  pela  razão,  e  não  pode,  todavia,  ser completamente resolvido na razão. A razão aristotélica governa, domina  as  paixões,  não  as  aniquila  e  destrói,  como  queria  o ascetismo platônico. A virtude ética não é, pois, razão pura, mas uma  aplicação  da  razão;  não  é  unicamente  ciência,  mas  uma ação com ciência. 

Uma doutrina aristotélica a respeito da virtude teve muita prática popular,  embora  se  apresente  discutível  onde  a  virtude  é precisamente  concebida  como  um  justo  meio  entre  dois extremos,  isto  é,  entre  duas  paixões  opostas:  porquanto  o sentido  poderia  esmagar  a  razão  ou  não  lhe  dar  forças suficientes.  Naturalmente,  este  justo  meio,  na  ação  de  um homem,  não  é  abstrato  ou  igual  para  todos  e  sempre;  mas concreto, personalizado e variável conforme as circunstâncias.

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No  que  diz  respeito  à  virtude,  tem,  ao  contrário,  certamente, maior  valor  uma  outra  doutrina  aristotélica:  precisamente  a  da virtude  concebida  como  hábito  racional.  Se  a  virtude  é, fundamentalmente,  uma  atividade  segundo  a  razão,  mais precisamente  é  ela  um  hábito  segundo  a  razão,  um  costume moral,  uma  disposição  constante,  reta,  da  vontade,  isto  é,  a virtude não é  inata, como não é  inata a ciência; mas adquiri-se mediante  a  ação,  a  prática,  o  exercício  e,  uma  vez  adquirida, estabiliza-se,  mecaniza-se;  torna-se  quase  uma  segunda natureza e, logo, torna-se de fácil execução - como o vício.

Como  já  foi  mencionado,  Aristóteles  distingue  duas  categorias fundamentais  de  virtudes:  as  éticas,  que  constituem propriamente  o  objeto  da  moral,  e  as  dianoéticas,  que  a transcendem.  É  uma  distinção  e  uma  hierarquia,  que  têm  uma importância  essencial  em  relação  a  toda  a  filosofia  e especialmente  à  moral.  As  virtudes  intelectuais,  Teorética, contemplativas,  são  superiores  às  virtudes  éticas,  práticas, ativas.  Noutras  palavras,  Aristóteles  sustenta  o  primado  do conhecimento, do intelecto, da filosofia, sobre a ação, a vontade e a política.

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A Política 

A política aristotélica é essencialmente unida à moral, porque o fim  último  do  Estado  é  a  virtude,  isto  é,  a  formação  moral  dos cidadãos  e  o  conjunto  dos  meios  necessários  para  isso.  O Estado  é  um  organismo  moral,  condição  e  complemento  da atividade  moral  individual,  e  fundamento  primeiro  da  suprema atividade contemplativa. A política, contudo, é distinta da moral, porquanto  esta  tem  como  objetivo  o  indivíduo,  aquela  a coletividade. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. Desta ciência trata Aristóteles na Política. 

O  Estado,  então,  é  superior  ao  indivíduo,  porquanto  a coletividade é superior ao  indivíduo, o bem comum superior ao bem particular. Unicamente no Estado efetua-se a satisfação de todas  as  necessidades,  pois  o  homem,  sendo  naturalmente animal social, político, não pode realizar a sua perfeição sem a sociedade do Estado.

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Visto que o Estado se compõe de uma comunidade de famílias, assim como estas se compõem de muitos  indivíduos, antes de tratar  propriamente  do  Estado  será  mister  falar  da  família,  que precede cronologicamente o Estado, como as partes precedem o todo.

Segundo Aristóteles, a  família compõe-se de quatro elementos: os filhos, a mulher, os bens, os escravos; além, naturalmente, do chefe a que pertence a direção da família. 

Deve ele guiar os filhos e as mulheres, em razão da imperfeição destes. Deve fazer frutificar seus bens, porquanto a família, além de  um  fim educativo,  tem  também um  fim econômico. E,  como ao  Estado,  é-lhe  essencial  a  propriedade,  pois  os  homens  têm necessidades materiais. No entanto, para que a propriedade seja produtora,  são  necessários  instrumentos  inanimados  e animados; estes últimos seriam os escravos.

 

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Aristóteles não nega a natureza humana ao escravo; mas constata que na sociedade são necessários também os trabalhos materiais, que exigem indivíduos particulares, a que fica assim tirada fatalmente a possibilidade de providenciar a cultura da alma, visto ser necessário, para tanto, tempo e liberdade, bem como aptas qualidades espirituais, excluídas pelas próprias características qualidades materiais de tais indivíduos. Daí a escravidão.

O Estado surge, pelo fato de ser o homem um animal naturalmente social, político. O Estado provê, inicialmente, a satisfação daquelas necessidades materiais, negativas e positivas, defesa e segurança, conservação e engrandecimento, de outro modo irrealizáveis. Mas o seu fim essencial é espiritual, isto é, deve promover a virtude e, conseqüentemente, a felicidade dos súditos mediante a ciência.

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A tarefa essencial do Estado é a educação, que deve desenvolver harmônica e hierarquicamente todas as faculdades: antes de tudo as espirituais, intelectuais e, subordinando as materiais e físicas.

O fim da educação é formar homens mediante as artes liberais, importantíssimas a poesia e a música, e não máquinas, mediante um treinamento profissional. Eis porque Aristóteles, como Platão, condena o Estado que, ao invés de se preocupar com uma pacífica educação científica e moral, visa a conquista e a guerra. E critica, dessa forma, a educação militar de Esparta, que faz da guerra a tarefa precípua do Estado, e põe a conquista acima da virtude, enquanto a guerra, como o trabalho, são apenas meios para a paz e o lazer sapiente.

Não obstante a sua concepção ética do Estado, Aristóteles, diversamente de Platão, salva o direito privado, a propriedade particular e a família.

O comunismo como resolução total dos indivíduos e dos valores no Estado é fantástico e irrealizável. O Estado não é uma unidade substancial, e sim uma síntese de indivíduos substancialmente distintos.

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Se quiser a unidade absoluta, será mister reduzir o Estado à família e a família ao indivíduo; só este último possui aquela unidade substancial que falta aos dois precedentes.

Reconhece Aristóteles a divisão platônica das castas, e reconhece duas classes: a dos homens livres, possuidores, isto é, a dos cidadãos e a dos escravos, dos trabalhadores, sem direitos políticos.

Quanto à forma exterior do Estado, Aristóteles distingue três principais: a monarquia, que é o governo de um só, cujo caráter e valor estão na unidade, e cuja degeneração é a tirania;

a aristocracia, que é o governo de poucos, cujo caráter e valor estão na qualidade, e cuja degeneração é a oligarquia;

a democracia, que é o governo de muitos, cujo caráter e valor estão na liberdade, e cuja degeneração é a demagogia.

As preferências de Aristóteles vão para uma forma de república democrático-intelectual, a forma de governo clássica da Grécia, particularmente de Atenas. No entanto, com o seu profundo realismo, reconhece Aristóteles que a melhor forma de governo não é abstrata, e sim concreta: deve ser relativa, acomodada às situações históricas, às circunstâncias de um determinado povo.

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De qualquer maneira a condição indispensável para uma boa constituição, é que o fim da atividade estatal deve ser o bem comum e não a vantagem de quem governa despoticamente.

Aristóteles compôs dois grandes trabalhos sobre a ciência política:

"Política" (Politéia) que provavelmente eram lições dadas no Liceo e registradas por seus alunos, e a "Constituição de Atenas", obra que só se tornou mais conhecida, ainda que em fragmentos, no final do século XIX, mais precisamente em 1880-1881, quando foi encontrada no Egito; registra as várias formas e alterações constitucionais que ela passou por obra dos seus grandes legisladores, tais como Drácon, Sólon, Pisístrato, Clístenes e Péricles e que também pode ser lida como uma história política da cidade.

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A Religião e a Arte

Com Aristóteles afirma-se o teísmo do ato puro. No entanto, este Deus, pelo seu efetivo isolamento do mundo, que não conhece, não cria, não governa, não está em condições de se tornar objeto de religião, mais do que as transcendentes idéias platônicas. E não fica nenhum outro objeto religioso. Também Aristóteles, como Platão, se exclui filosoficamente o antropomorfismo, não exclui uma espécie de politeísmo, e admite, ao lado do Ato Puro e a ele subordinado, os deuses astrais, isto é, admite que os corpos celestes são animados por espíritos racionais. Entretanto, esses seres divinos não parecem e não podem ter função religiosa sem a física.Não obstante esta concepção filosófica da divindade, Aristóteles admite a religião positiva do povo, até sem correção alguma. Explica e justifica a religião positiva, tradicional, mítica, como obra política para moralizar o povo, e como fruto da tendência humana para as representações antropomórficas; e não diz que ela teria um fundamento racional na verdade filosófica da existência da divindade, a que o homem se teria facilmente elevado através do espetáculo da ordem celeste.

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Aristóteles como Platão considera a arte como imitação, conforme o fundamental realismo grego. Não, porém, imitação de uma imitação, como é o fenômeno, o sensível, dos platônicos; e sim imitação direta da própria idéia, do inteligível imanente no sensível, imitação da forma imanente na matéria.

Na arte, esse inteligível, universal é encarnado, concretizado num sensível, num particular e tornando intuitivo, graças ao artista. Por isso, Aristóteles considera a arte a poesia de Homero que tem por conteúdo o universal, o imutável, ainda que encarnado fantasticamente num particular, como superior à história e mais filosófica do que a história de Heródoto que tem como objeto o particular, o mutável, embora seja real.

O objeto da arte não é o que aconteceu uma vez como é o caso da história, mas o que por natureza deve, necessária e universalmente, acontecer. Deste seu conteúdo inteligível, universal, depende a eficácia espiritual pedagógica, purificadora da arte.

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A Metafísica

A metafísica aristotélica é "a ciência do ser como ser, ou dos princípios e das causas do ser e de seus atributos essenciais". Ela abrange ainda o ser imóvel e incorpóreo, princípio dos movimentos e das formas do mundo, bem como o mundo mutável e material, mas em seus aspectos universais e necessários. A Metafísica tem como objeto o mundo que vem-a-ser - natureza e homem - e culmina no que não pode vir-a-ser, isto é, Deus.

Podem-se reduzir fundamentalmente a quatro as questões gerais da metafísica aristotélica:

potência e ato

matéria e forma

particular e universal

movido e motor.

A primeira e a última abraçam todo o ser, a segunda e a terceira todo o ser em que está presente a matéria.

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I. A doutrina da potência e do ato:

È fundamental na metafísica aristotélica, potência significa possibilidade, capacidade de ser, não-ser atual; e ato significa realidade, perfeição, ser efetivo.

Todo ser, que não seja o Ser perfeitíssimo, é portanto uma síntese de potência e de ato, em diversas proporções, conforme o grau de perfeição, de realidade dos vários seres.

Um ser desenvolve-se, aperfeiçoa-se, passando da potência ao ato; esta passagem da potência ao ato é atualização de uma possibilidade, de uma potencialidade anterior. Esta doutrina fundamental da potência e do ato é aplicada - e desenvolvida - por Aristóteles especialmente quando da doutrina da matéria e da forma, que representam a potência e o ato no mundo, na natureza em que vivemos.

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II. Aristóteles não nega o vir-a-ser de Heráclito, nem o ser de Parmênides, mas une-os em uma síntese conclusiva, já iniciada pelos últimos pré-socráticos e grandemente aperfeiçoada por Demócrito e Platão. Segundo Aristóteles, a mudança, que é intuitiva, pressupõe uma realidade imutável, que é de duas espécies.

Um substrato comum, elemento imutável da mudança, em que a mudança se realiza; e as determinações que se realizam neste substrato, a essência, a natureza que ele assume. O primeiro elemento é chamado matéria (prima), o segundo forma (substancial). O primeiro é potência, possibilidade de assumir várias formas, imperfeição; o segundo é atualidade - realizadora, especificadora da matéria - , perfeição.

A síntese da matéria e da forma constitui a substância, e esta, por sua vez, é o substrato imutável, em que se sucedem os acidentes, as qualidades acidentais. A mudança, portanto, consiste ou na sucessão de várias formas na mesma essência, forma concretizada da matéria, que constitui precisamente a substância.

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A matéria sem forma, a pura matéria, chamada matéria-prima, é um mero possível, não existe por si, é um absolutamente interminado, em que a forma introduz as determinações.

A matéria aristotélica, porém, não é o puro não-ser de Platão, mero princípio de decadência, pois ela é também condição indispensável para concretizar a forma, ingrediente necessário para a existência da realidade material, causa concomitante de todos os seres reais.

Então não existe, propriamente, a forma sem a matéria, ainda que a forma seja princípio de atuação e determinação da própria matéria. Com respeito à matéria, a forma é, portanto, princípio de ordem e finalidade, racional, inteligível.

Diversamente da idéia platônica, a forma aristotélica não é separada da matéria, e sim imanente e operante nela. Ao contrário, as formas aristotélicas são universais, imutáveis, eternas, como as idéias platônicas.

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Os elementos constitutivos da realidade são, portanto, a forma e a matéria. A realidade, porém, é composta de indivíduos, substâncias, que são uma síntese de matéria e forma. Por conseqüência, estes dois princípios não são suficientes para explicar o surgir dos indivíduos e das substâncias que não podem ser atuados - bem como a matéria não pode ser atuada - a não ser por um outro indivíduo, isto é, por uma substância em ato.

Daí a necessidade de um terceiro princípio, a causa eficiente, para poder explicar a realidade efetiva das coisas. A causa eficiente, por sua vez, deve operar para um fim, que é precisamente a síntese da forma e da matéria, produzindo esta síntese o indivíduo. Daí uma quarta causa, a causa final, que dirige a causa eficiente para a atualização da matéria mediante a forma.

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III. Mediante a doutrina da matéria e da forma, Aristóteles explica o indivíduo, a substância física, a única realidade efetiva no mundo, que é precisamente síntese de matéria e de forma. A essência - igual em todos os indivíduos de uma mesma espécie - deriva da forma; a individualidade, pela qual toda substância é original e se diferencia de todas as demais, depende da matéria.

O indivíduo é, portanto, potência realizada, matéria enformada, universal particularizado.

Mediante esta doutrina é explicado o problema do universal e do particular, que tanto atormenta Platão;

Aristóteles faz o primeiro - a idéia - imanente no segundo - a matéria, depois de ter eficazmente criticado o dualismo platônico, que fazia os dois elementos transcendentes e exteriores um ao outro.

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IV. Da relação entre a potência e o ato, entre a matéria e a forma, surge o movimento, a mudança, o vir-a-ser, a que é submetido tudo que tem matéria, potência.

A mudança é, portanto, a realização do possível. Esta realização do possível, porém, pode ser levada a efeito unicamente por um ser que já está em ato, que possui já o que a coisa movida deve vir-a-ser, visto ser impossível que o menos produza o mais, o imperfeito o perfeito, a potência o ato, mas vice-versa.

Mesmo que um ser se mova a si mesmo, aquilo que move deve ser diverso daquilo que é movido, deve ser composto de um motor e de uma coisa movida. Por exemplo, a alma é que move o corpo.

O motor pode ser unicamente ato, forma; a coisa movida - enquanto tal - pode ser unicamente potência, matéria. Eis a grande doutrina aristotélica do motor e da coisa movida, doutrina que culmina no motor primeiro, absolutamente imóvel, ato puro, isto é, Deus.

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A Psicologia

Objeto geral da psicologia aristotélica é o mundo animado, isto é, vivente, que tem por princípio a alma e se distingue essencialmente do mundo inorgânico, pois, o ser vivo diversamente do ser inorgânico possui internamente o princípio da sua atividade, que é precisamente a alma, forma do corpo.

A característica essencial e diferencial da vida e da planta, que tem por princípio a alma vegetativa, é a nutrição e a reprodução. A característica da vida animal, que tem por princípio a alma sensitiva, é precisamente a sensibilidade e a locomoção. Enfim, a característica da vida do homem, que tem por princípio a alma racional, é o pensamento.

Todas estas três almas são objeto da psicologia aristotélica. Aqui nos limitamos à psicologia racional, que tem por objeto específico o homem, visto que a alma racional cumpre no homem também as funções da vida sensitiva e vegetativa; e, em geral, o princípio superior cumpre as funções do princípio inferior.

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Segundo Aristóteles diversamente de Platão todo ser vivo tem uma só alma, ainda que haja nele funções diversas faculdades diversas porquanto se dão atos diversos. E assim, conforme Aristóteles, diversamente de Platão, o corpo humano não é obstáculo, mas instrumento da alma racional, que é a forma do corpo.

O homem é uma unidade substancial de alma e de corpo, em que a primeira cumpre as funções de forma em relação à matéria, que é constituída pelo segundo. O que caracteriza a alma humana é a racionalidade, a inteligência, o pensamento, pelo que ela é espírito. Mas a alma humana desempenha também as funções da alma sensitiva e vegetativa, sendo superior a estas.

Assim, a alma humana, sendo embora uma e única, tem várias faculdades, funções, porquanto se manifesta efetivamente com atos diversos. As faculdades fundamentais do espírito humano são duas: Teorética (Pensamentos) e prática, cognoscitiva e operativa, contemplativa e ativa.

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Cada uma destas, pois, se desdobra em dois graus, sensitivo e intelectivo,  se  se  tiver  presente  que  o  homem  é  um  animal racional, quer dizer, não é um espírito puro, mas um espírito que anima um corpo animal. O conhecimento sensível,  a sensação, pressupões  um  fato  físico,  a  saber,  a  ação  do  objeto  sensível sobre  o  órgão  que  sente,  imediata  ou  à  distância,  através  do movimento de um meio. Mas o fato físico transforma-se num fato psíquico,  isto  é,  na  sensação  propriamente  dita,  em  virtude  da específica  faculdade  e  atividade  sensitivas  da  alma.  O  sentido recebe as qualidades materiais sem a matéria delas, como a cera recebe  a  impressão  do  selo  sem  a  sua  matéria.  A  sensação embora  limitada  é  objetiva,  sempre verdadeira com  respeito ao próprio  objeto;  a  falsidade,  ou  a  possibilidade  da  falsidade, começa  com  a  síntese,  com  o  juízo.  O  sensível  próprio  é percebido  por  um  só  sentido,  isto  é,  as  sensações  específicas são  percebidas,  respectivamente,  pelos  vários  sentidos;  o sensível  comum,  as  qualidades  gerais  das  coisas  tamanho, figura,  repouso,  movimento,  etc.  são  percebidas  por  mais sentidos. 

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O senso comum é uma faculdade interna, tendo a função de coordenar, unificar as várias sensações isoladas, que a ele confluem, e se tornam, por isso, representações, percepções. Acima do conhecimento sensível está  o  conhecimento  inteligível,  especificamente  diverso  do  primeiro. Aristóteles  aceita  a  essencial  distinção  platônica  entre  sensação  e pensamento, ainda que rejeite o  inatismo platônico, contrapondo-lhe a concepção do intelecto como tabula rasa, sem idéias inatas. Objeto do sentido  é  o  particular,  o  contingente,  o  mutável,  o  material.  Objeto  do intelecto  é  o  universal,  o  necessário,  o  imutável,  o  imaterial,  as essências, as formas das coisas e os princípios primeiros do ser, o ser absoluto.  Por  conseqüência,  a  alma  humana,  conhecendo  o  imaterial, deve ser espiritual e, quanto a tal, deve ser  imperecível. Analogamente às atividades Teorética, duas são as atividades práticas da alma: apetite e vontade. O apetite é a tendência guiada pelo conhecimento sensível, e é próprio da alma animal. Esse apetite é concebido precisamente como sendo um movimento finalista, dependente do sentimento, que, por sua vez  depende  do  conhecimento  sensível.  A  vontade  é  o  impulso,  o apetite  guiado  pela  razão,  e  é  própria  da  alma  racional.  Como  se  vê, segundo  Aristóteles,  a  atividade  fundamental  da  alma  é  Teorética, cognoscitiva,  e  dessa  depende  a  prática,  ativa,  no  grau  sensível  bem como no grau inteligível.

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A Cosmologia

 

Uma questão geral da física aristotélica, como filosofia da natureza, é a análise  dos  vários  tipos  de  movimento,  mudança,  que  já  sabemos  ser passagem  da  potência  ao  ato,  realização  de  uma  possibilidade. Aristóteles distingue quatro espécies de movimentos:

 

1. Movimento substancial - mudança de forma, nascimento e morte;

 

2. Movimento qualitativo - mudança de propriedade;

 

3. Movimento quantitativo - acréscimo e diminuição;

 

4.  Movimento  espacial  -  mudança  de  lugar,  condicionando  todas  as demais espécies de mudança.

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Biologia:

Recusando  a  separação  das  idéias  da  natureza,  como  fazia  Platão,  Aristóteles, apontou como  tarefa para o  investigador a de descobrir e classificar as  formas do mundo material. Os últimos 12 anos da sua vida foram preenchidos com esta tarefa.  Partindo  de  uma  observação  sistemática  dos  seres  vivos,  e  não desdenhando  estudar  vermes  ou  insetos,  registrou  perto  de  500  classes diferentes  de  animais,  dos  quais  dissecou  aproximadamente  50  tipos.  Foi  o primeiro  que  dividiu  o  mundo  animal  entre  vertebrados  e  invertebrados;  sabia que  a  baleia não  era um peixe e que  o morcego não era um pássaro, mas que ambos eram mamíferos. 

Política:

  Sua  primeira  preocupação  foi  a  elaborar  uma  listagem  tão  completa  quanto possível  sobre  os  diferentes  modelos  políticos  que  existiam  no  seu  tempo. Enumerou  um  total  de  158  constituições  de  cidades  ou  países  diferentes. Partindo da sua diversidade procurou depois as suas semelhanças e diferenças, pondo em evidência o que constituía a natureza de cada regime. Evitou, quanto pode, mostrar as suas preferências por um ou outro regime político.

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Física:

A física era a chave da natureza das coisas, não apenas da forma como se  comportavam  no  presente,  mas  também  no  que  potencialmente viriam  a  transformar-se.  Quanto  à  constituição  das  coisas  defendia  a teoria dos quatro elementos: água, terra, fogo e ar. 

Os  corpos  celestes,  com  exceção  da  terra,  eram  constituídos  por  um quinto elemento puro e incorruptível. O universo é concebido de forma hierarquizada,  tendo  no  centro  a  terra,  girando  à  sua  volta  todos  os corpos celestes. Aristóteles explicou que as fases da Lua dependem de quanto da parte da  face da Lua  iluminada pelo Sol está voltada para a Terra. Explicou, também, os eclipses: um eclipse do Sol ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol; um eclipse da Lua ocorre quando a Lua  entra  na  sombra  da  Terra.  Aristóteles  argumentou  a  favor  da esfericidade  da  Terra,  já  que  a  sombra  da  Terra  na  Lua  durante  um eclipse lunar é sempre arredondada.

Afirmava  que  o  Universo  é  esférico  e  finito.  Aperfeiçoou  a  teoria  das esferas concêntricas de Eudoxus de Cnidus (408-355 a.C.), propondo eu seu  livro  De Caelo,  que  "o  Universo  é  finito  e  esférico,  ou  não  terá centro e não pode se mover."

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O espaço e tempo foi alvo de  investigações profundas, sendo definido como o  limite do corpo,  isto é, o  limite  imóvel do corpo "circundante" com  respeito  ao  corpo circundado. O  tempo é definido como sendo o número - isto é, a medida - do movimento segundo a razão, o aspecto, do  "antes"  e  do  "depois".  Admitidas  as  precedentes  concepções  de espaço  e  de  tempo  -  como  sendo  relações  de  substâncias,  de fenômenos - é evidente que fora do mundo não há espaço nem tempo: espaço e tempo vazios são impensáveis. 

Uma  terceira  questão  fundamental  da  filosofia  natural  de  Aristóteles  é relativa ao  teleologismo -  finalismo - por ele propugnado com base na finalidade, que ele descortina em a natureza.  "A natureza faz, enquanto possível,  sempre  o  que  é  mais  belo".  Fim  de  todo  devir  é  o desenvolvimento da potência ao ato, a realização da forma na matéria.

Quanto às ciências químicas, físicas e especialmente astronômicas, as doutrinas  aristotélicas  têm  apenas  um  valor  histórico,  e  são logicamente  separáveis  da  sua  filosofia,  que  tem  um  valor  teorética. Especialmente  célebre  é  a  sua  doutrina  astronômica  geocêntrica,  que prestará a estrutura física à Divina Comédia de Dante Alighieri.

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Juízo sobre Aristóteles 

É  difícil  aquilatar  em  sua  justa  medida  o  valor  de  Aristóteles.  A influência  intelectual  por  ele  até  hoje  exercida  sobre  o  pensamento humano  não  se  pode  comparar  a  de  nenhum  outro  pensador  tal  é  a   envergadura de seu gênio excepcional.

Criador  da  lógica,  autor  do  primeiro  tratado  de  psicologia  científica, primeiro escritor da história da filosofia, patriarca das ciências naturais, metafísico,  moralista,  político,  ele  é  o  verdadeiro  fundador  da  ciência moderna e "ainda hoje está presente com sua linguagem científica não somente  às  nossas  cogitações,  senão  também  à  expressão  dos sentimentos e das idéias na vida comum e habitual". 

Nem  por  isso  podemos  deixar  de  apontar  as  lacunas  do  seu  sistema. Sua moral, sem obrigação nem sanção, é defeituosa e mais gravemente defeituosa  ainda  que  a  teodicéia,  sobretudo  na  parte  que  trata  das relações de Deus com o mundo. O dualismo primitivo e irredutível entre Deus,  ato  puro,  e  a  matéria,  princípio  potencial,  é,  na  própria  teoria aristotélica.

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Com  Sócrates  entra  a  filosofia  em  seu  caminho  definitivo.  O problema  do  objeto  e  da  possibilidade  da  ciência  é  posto  em seus  verdadeiros  termos  e  resolvido,  nas  suas  linhas  gerais, pela doutrina do conceito. Platão dá um passo além, procurando determinar a relação entre o conceito e a realidade, mas encalha, de  um  lado,  nas  dificuldades  insolúveis  de  um  realismo exagerado;  de  outro,  nas  extravagâncias  de  um  idealismo extremo.

Aristóteles, com o seu espírito positivo e observador,  retoma o mesmo problema no pé em que o pusera Platão e dá, pela teoria da abstração e da  inteligência ativa, uma solução satisfatória e definitiva  nas  grandes  questões.  Em  torno  desta  questão  com relação  à  metafísica,  psicologia  e  lógica,  vi  se  desenvolvendo harmoniosamente as outras partes da  filosofia até constituírem em Aristóteles esta grandiosa síntese do saber universal, o mais precioso  legado  da  civilização  grega  que  declinava  diante  da civilização ocidental que surgia. 

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Alexandre,  o  Grande,    prossegue  a  campanha  da  Ásia  cometendo excessos que o filósofo criador da teoria do justo meio, o que se situa entre  o  defeito  e  o  excesso,  enfim,  o  bom  senso,  desaprovou  e  não perdoa  a  morte  de  Clístenes,  o  sobrinho  querido  que  se  recusara  a aceitar Alexandre como um deus. Mas em 323 a.C. Alexandre morre de febres e a unidade Macedônia-Grécia, se desmonta e em Atenas surgem os  desejos  de  independência,  estourando  uma  reação  nacional, chefiada por Demóstenes. Aristóteles era malvisto pelos atenienses, por causa  do  apoio  macedônio.  O  governador  de  Atenas  foi  Antipater, indicado  por  Alexandre  e  velho  amigo  de  Aristóteles.  É  imperioso expulsar tudo e todos os que tenham ligação com os macedônios. Tudo que  recorde  o  domínio  de  Alexandre,  deve  ser  banido.  É  preciso encontrar  um  expediente  para  proscrever  Aristóteles.  Recorda-se Sócrates:  o  melhor  é  uma  acusação  de  impiedade.  Vasculha-se  o passado para encontrar o "crime", algo que ponha em causa os valores da liberdade e da independência, como, por exemplo, adorar um homem como  se  fosse  um  deus.  Um  hino,  um  péan  que  Aristóteles  escrevera dedicado  a  um  tirano,  Hermias  como  louvor,  tornando    herói  um  ex-escravo,  depravado,  eunuco,  bárbaro,  estrangeiro,  déspota,  serve  de pretexto.  Prudente,  reconhece  que  não  pode  esperar  a  decisão  do tribunal.e  prevendo  a  condenação  à  morte  pelo  Areópago,  refugia-se voluntariamente em Cálcis, na Eubéia (Eugéia).

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Com  os  manuscritos,  a  esposa  Hérpilis,  os  filhos  Pítia  e Nicômaco  parte  para  o  último  exílio.  Aos  61  anos.  Dirá, pensando em Sócrates: "não quero que os Atenienses cometam um novo assassínio contra a filosofia".

Féstias, a mãe, era de Cálcis, a principal cidade da ilha Eubéia, a norte de Atenas. Aristóteles e a sua troupe atravessam o estreito de Euripo que separa a ilha da Ática. Instala-se na casa que fora de sua mãe, uma propriedade de dimensão razoável. Regressar a Estagira seria cortar definitivamente com Atenas.  A direção do Liceu, após a sua saída foi confiada ao seu discípulo Teofrasto. Na casa da mãe, Aristóteles está doente. Há muito que sofre do estômago,  provavelmente  da  bílis,  do  fígado.  O  corpo  que sempre  preservara,  cuidadosamente,  abandona-o.  A  casa  da mãe é o regresso ao útero. Em Atenas humilham-no, vexam-no, retiram-lhe as honras, degradam-no. 

Quando Antipater desbarata as forças gregas e retoma o poder em Atenas, Aristóteles já não tem forças para regressar. Terá de deixar-se a si mesmo e entrar na morte no  verão de 322, aos 62 anos. 

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Citações:

 

"Todos os homens desejam por natureza saber" 

 

“O nosso caráter é o resultado da nossa conduta.”

“Só fazendo o bem se pode realmente ser feliz.”

“O amor só se dá entre pessoas virtuosas.”

Busto de mármore (Museu Spada, Roma).

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Obras de Aristóteles  

q  Livros  de  lógica  ("organon"  ou  instrumento):  Categorias; Sobre a Interpretação; Primeiros Analíticos ( 2 livros),; Segundo Analíticos (2 Livros); Tópicos (8 livros); Refutações Sofísticas. 

q Livros de física e a concepção do universo: Física (8  livros);   Sobre o Céu (2 livros); Sobre a Geração e a Corrupção (2 livros); Meteorológicos (4 livros). 

q  Livros  de  psicologia:  Acerca  da  Alma  (3  livros);  "Parva Naturalia"  (4  tratados),  incluindo os seguintes  livros: Acerca da da percepção dos sentidos; Acerca da memória e reminiscência; acerca do sono; acerca dos sonhos;  

Livros de biologia: História dos Animais  (10  livros,   com partes de autoria duvidosa); Acerca das partes dos animais  (4  livros); acerca  do  movimento  dos  animais;  acerca  da  marcha  dos animais; acerca da geração dos animais (5 livros). 

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Livros  de  metafísica:  Foi  Andronico  que  atribuiu  a  estes  livros (14) a denominação de Metafísica (literalmente "depois da física), por  os  mesmo  se  seguirem  aos  seus  apontamentos  que tratavam da física.

Livros  de  ética:  Ética  a  Nicômaco  (organizada  por  Nicômaco, filho de Aristóteles); Ética a Eudemo  (7  livros, organizados por Eudemo, discípulo de Aristóteles); a Grande Moral ( 2 livros, com fragmentos das éticas anteriores e de autoria duvidosa): 

Livros de Política: Política (8 livros); Constituição de Atenas. 

Livros sobre a linguagem e a estética: Retórica e Poética.  

Lógica: o primeiro sistema  lógico, que permitiu estabelecer um conjunto  de  princípios  e  regras  formais  por  meio  das  quais  se tornou  possível  distinguir  as  conclusões  falsas  das  exatas.  Na Idade  Média  os  seus  escritos  sobre  lógica  foram  os  manuais mais importantes usados nas universidades, sobretudo na forma que  lhes  deu  o  filósofo  português  Pedro  Hispano  (  Papa  João XXI). 

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Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles

http://afilosofia.no.sapo.pt/AristotelesBib.htm

http://afilosofia.no.sapo.pt/Aristoteles.htm 

http://www.vidaslusofonas.pt/aristoteles.htm 

http://paginas.terra.com.br/educacao/fisicavirtual/grandes/aristoteles.htm 

http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm 

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Fim