ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DO ...testes físico-químicos e microbiológico do...
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ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DO PRINCÍPIO ATIVO
CARBAMAZEPINA EM COMPRIMIDOS NOS MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA
E GENÉRICO POR MÉTODO COMPARATIVO
Physical chemical and microbiological analysis of principle assets of
carbamazepine in pills referential and generic drugs through comparative
method
Alexsandro Nogueira da SILVA¹. Pedro Marcos FRUGERI².
1 Estudante de Farmácia/ UNINCOR – email: [email protected]
2 Orientador e professor/mestre do curso de Farmácia/UNINCOR
email: [email protected]
RESUMO:
A carbamazepina é um fármaco primário para o tratamento das convulsões parciais e tônico-
clônicas, sendo também usada para tratar a nevralgia do trigêmeo e usada em pacientes maníaco-
depressivos, inclusive em pacientes nos quais o carbonato de lítio não é eficaz. A carbamazepina age
prolongando a inativação dos canais de sódio reduzindo, assim, a capacidade dos neurônios de
disparar em altas freqüências. O objetivo do estudo é comparativo no controle de qualidade nas
análises físico-químicas e microbiológicas nos medicamentos de Referência TEGRETOL® e
Genérico(Biosintética), utilizando métodos analíticos quantitativos e qualitativos especificados na
Farmacopéia Brasileira (2010) como: determinação de peso, dureza, friabilidade, tempo de
desintegração, doseamento e teste microbiológico. A garantia da qualidade e o controle de fabricação
previstos nas boas práticas devem garantir que o produto cumpra as especificações determinadas,
isto é, que atendam além de outros parâmetros, aos limites aceitáveis para microorganismos. Este
estudo justifica-se pela importância do controle de qualidade das indústrias e a garantia da eficaz do
medicamento para o organismo.
PALAVRA-CHAVE: Carbamazepina. Controle de Qualidade. Medicamento.
ABSTRAT:
Carbamazepine is a primary drug used in the treatment of partial seizures and tonic-clonic, as
well as trigeminal neuralgia. Being including in pacients who lithium carbonate is not successful.
Carbamazepine acts extending the inactivation sodium channels, reducing this way the capacity of
neuros shoots high frequency. The purpose of the study is comparative quality control on Physico-
Chemical analyses and microbioligical in reference medications TEGRETOL® and Generic
(Biosyntetica), using analytical quantitative and specified qualitative methods in the Brazilian
Pharmacopoeia (2010), such as: determination of weight, hardness, friability, desintegration time,
2
assay and micobiological test methods. The quality assurance and the manufacturing control provided
in good practice must ensure that the product meets the determined specifications, this means,that
besides meeting others parameters, to the acceptable limits for microorganisms The study is justified
by the importance of the quality control of industries and the ensure effectiveness of the drug for the
orgarnism.
KEYWORDS: Carbamazepine. Quality Control. Medicine.
INTRODUÇÃO:
A carbamazepina é um medicamento amplamente usado no tratamento de
determinados tipos de crises convulsivas(epilepsias), também usado no tratamento
de algumas doenças neurológicas (como por exemplo, a nevralgia do trigêmeo) e
em alguns casos a carbamazepina produz respostas terapêuticas em pacientes
maníaco-depressivos, inclusive em alguns nos quais o carbonato de lítio não é
eficaz.
A qualidade desejada de um produto, principalmente, medicamento, requer
uma série de testes e um processo cuidadoso na sua fabricação e este trabalho tem
como objetivo principal verificar e demonstrar os resultados obtidos através dos
testes físico-químicos e microbiológico do princípio ativo da carbamazepina em
comprimidos de 200 mg no medicamento Referência TEGRETOL® e
Genérico(Biosintética).
Os testes utilizados como: determinação de peso, dureza, friabilidade, tempo
de desintegração, doseamento e teste microbiológico, são todos baseados na
Farmacopéia Brasileira(2010, 5ª edição), para comprovar a qualidade do
medicamento referência e genérico.
O trabalho justifica-se pela importância da comprovação da qualidade do
medicamento segundo as especificações para garantir a confiabilidade e sua
eficácia no organismo.
DESENVOLVIMENTO:
A carbamazepina, assim como os anticonvulsivantes, parecem que atuam
limitando a capacidade dos neurônios em manter o disparo repetitivo de alta
3
freqüência dos potenciais de ação mediante aumento da inativação dos canais de
sódio; podem também impedir a liberação do neurotransmissor bloqueando os
canais de sódio pré-sinápticos e a descarga dos potenciais de ação, o que diminui a
transmissão sináptica. (KOROLKOVAS, 2009-2010, Dicionário Terapêutico
Guanabara).
Segundo Goodman e Gilman(2010, Manual de Farmacologia e Terapêutica),
a carbamazepina parece limitar os disparos repetitivos dos potenciais de ação
evocados por despolarização persistente, por tornar mais lenta a recuperação dos
canais de Sódio, ou seja, prolongam a inativação dos canais de Sódio, reduzindo
assim, a capacidade dos neurônios de disparar em altas freqüências.
De acordo com H.P. Rang & M. M. Dale(2011, Farmacologia, 7ª Edição), a
carbamazepina é bem absorvida, porém de maneira lenta, após a administração
oral. Sua meia-vida plasmática é de cerca de 30 horas, quando dada em dose única,
mas é forte agente indutor de enzimas hepáticas, e a meia-vida plasmática se
abrevia para cerca de 15 horas quando é dada repetidamente. Alguns de seus
metabólitos apresentam propriedades antiepiléticas.
Figura 1: Estrutura Química da Carbamazepina (C15H12N2O)
Medicamento de Referência é um produto inovador, registrado no órgão
federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal
competente por ocasião do registro, conforme a definição dada pela lei nº 9.787 de
10 de fevereiro de 1999. ANVISA, 2015.
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O Medicamento Genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na
mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma
posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, apresentando
eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência podendo, com
este, ser intercambiável. A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do
medicamento de referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de
equivalência terapêutica. ANVISA, 2015.
Controle de Qualidade, segundo a ANVISA 2010, é o conjunto de medidas
destinadas a verificar a qualidade de cada lote de medicamentos e demais produtos
que satisfaçam às normas de atividade, pureza, eficácia e inocuidade.
A qualidade de um produto é verificada através de vários fatores, que se
estendem desde a matéria-prima até o produto final, e afetam de forma significativa
a garantia da segurança e eficácia de um medicamento. Portanto, é esperado que
esses produtos ofereçam a confiança proposta, independentemente da marca ou
laboratório (CAMARGO et al., 2011).
A garantia da qualidade e o controle de fabricação previstos nas boas práticas
devem garantir que o produto cumpra as especificações determinadas, isto é, que
atendam além de outros parâmetros, aos limites aceitáveis para microorganismos.
Farmacopéia Brasileira, 5ª ed..
Nas indústrias farmacêuticas, é imprescindível o cuidado com o controle de
qualidade. Os medicamentos devem ter as especificações corretas como: peso,
dosagem, concentração, para surtir o efeito desejado. Os efeitos colaterais devem
ser estudados e previstos nas bulas. A integridade de comprimidos e caixas que
chegam ao consumidor também devem ser levadas em conta. O armazenamento
adequado também ajuda a garantir a qualidade dos medicamentos.
Segundo Ramalho, et all (2000), o procedimento de Scott – Knott utiliza a
razão de verossimilhança para testar a significância de que n tratamentos podem ser
divididos em dois grupos que maximizem a soma de quadrados entre grupos.
A determinação de peso se aplica a formas farmacêuticas sólidas em dose
unitária (comprimidos não revestidos, comprimidos revestidos, pastilhas, cápsulas
duras e moles e supositórios), formas farmacêuticas sólidas acondicionadas em
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recipientes para dose unitária (pós estéreis, pós liofilizados, pós para injetáveis e
pós para reconstituição de uso oral) e a formas farmacêuticas sólidas e semissólidas
acondicionadas em recipientes para doses múltiplas (granulados, pós, géis, cremes,
pomadas e pós para reconstituição). Farmacopéia Brasileira, 5ª ed.
O teste de dureza permite determinar a resistência do comprimido ao
esmagamento ou à ruptura sob pressão radial. A dureza de um comprimido é
proporcional à sua porosidade. O teste se aplica, principalmente, a comprimidos não
revestidos. Farmacopéia Brasileira, 5ª ed.
A força pode ser exercida manualmente ou mecanicamente. À medida que a
pressão aumenta, um êmbulo, uma placa ou um pistão aplica determinada força
sobre o comprimido, apoiado em base fixa. Mínimo aceitável é 3 N (Newtons) ou 3
kgf a 4 N (Newtons) ou 4 kgf. Farmacopéia Brasileira, 5ª ed..
O teste de friabilidade permite determinar a resistência dos comprimidos à
abrasão, quando submetidos à ação mecânica de aparelhagem específica. O teste
se aplica, unicamente, a comprimidos não revestidos.
O teste consiste em pesar com exatidão um número determinado de
comprimidos, submetê-los à ação do aparelho e retirá-los depois de efetuadas 100
rotações. Após remover qualquer resíduo de pó dos comprimidos, eles são
novamente pesados. A diferença entre o peso inicial e o final representa a
friabilidade, medida em função da porcentagem de pó perdido. Farmacopéia
Brasileira, 5ª ed..
O teste de desintegração permite verificar se comprimidos e cápsulas se
desintegram dentro do limite de tempo especificado, quando os comprimidos são
submetidos à ação de aparelhagem específica sob condições experimentais
descritas. A desintegração é definida, para os fins desse teste, como o estado no
qual nenhum resíduo das unidades testadas permanece na tela metálica do
aparelho de desintegração. Farmacopéia Brasileira, 5ª ed..
O teste de doseamento consiste em pesar, exatamente, cerca de 50 mg da
amostra. Transferir para balão volumétrico de 50 mL, adicionar 25 mL de metanol e
deixar em ultrassom por 15 minutos. Preparar solução padrão, na mesma
concentração, utilizando o mesmo solvente. Utilizando uma concentração de 0,001%
6
(p/v). Medir as absorvâncias das soluções resultantes em 285 nm, utilizando metanol
para ajuste do zero. Farmacopéia Brasileira, 5ª ed..
A Contaminação Microbiana de um produto pode acarretar alterações em
suas propriedades físicas e químicas e ainda caracteriza risco de infecção para o
usuário. Assim, produtos farmacêuticos de uso oral e tópico (cápsulas, comprimidos,
suspensões, cremes, adesivos, etc.) que não têm como requerimento serem estéreis
devem estar sujeitos ao controle de contaminação microbiana.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Foram utilizados os seguintes reagentes: metanol e água destilada. Os
medicamentos que passaram pelo teste estão descrito a seguir:
- TEGRETOL® 200 mg, caixa com 60 comprimidos, lote ZC 529, data de
fabricação 09/2014, validade 08/2016, registro no Ministério da Saúde:
1.0068.0085.007-0, registrado e fabricado por: Novartis Biociências S.A.(Bulário
eletrônico, 2013)
- CARBAMAZEPINA 200 mg, caixa com 30 comprimidos, lote 1402372, data de
fabricação 07/2013, validade 07/2016, registro no Ministério da Saúde:
1.1213.0224.001-7, registrado por Biosintética Farmacêutica LTDA, Medicamento
Genérico Lei nº 9.787, de 1999, fabricado por Teva Pharmaceutical Indústries LTDA.
(BulaMedicamento.com.br).
- PADRÃO primário de Carbamazepina, Lote: 068K0002V, Concentração : 100
%, Marca: SIGMA PHARMA S/A.
EQUIPAMENTOS:
• Vidro de relógio
• Espátula
• Balança
• Pipeta graduada
• Pipeta volumétrica
• Pipetado de borracha
• Balão volumétrico
• Pipeta de Pasteur
7
• Béquer
• Espectrofotômetro
• Cubeta
• Durômetro
• Friabilômetro
• Aparelho de desintegração
• Bastão de vidro
• Funil
• Papel de filtro
• Proveta
• Pinça
• Graal
• Pistilo
MÉTODOS:
Os métodos utilizados para o controle de qualidade nos testes físico-químicos e
microbiológicos foram qualitativos e quantitativos. Foram utilizados 54 comprimidos
de medicamento referência TEGRETOL® e 54 comprimidos de medicamento
genérico BIOSINTÉTICA.
RESULTADOS:
DETERMINAÇÃO DE PESO:
A determinação de peso consiste em pesar individualmente a quantidade de
20 comprimidos (não revestidos) utilizando balança de precisão. Segundo a
Farmacopéia Brasileira 5ª ed., a variação para comprimidos acima de 250 mg é de
5 % para mais ou para menos e a sua tolerância não pode ultrapassar mais do que 2
unidades. Se ultrapassar o medicamento está reprovado.
A seguir o gráfico representativo de acordo com Farmacopéia Brasileira 5ª
ed., dos medicamentos referência e genérico:
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Gráfico 1: Determinação de Peso; Referência em azul e Genérico em vermelho
Gráfico 2: Determinação de peso, de acordo com a Farmacopéia brasileira(2010)
Tabela de resultados: Referência
unidades xn (g) xm (xn - xm) Variação (%)
1 296 293,4 2,6 0,89%
2 287,6 293,4 -5,8 -1,98%
3 289,6 293,4 -3,8 -1,30%
-2,50%
-2,00%
-1,50%
-1,00%
-0,50%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
0 5 10 15 20 25
% de Variação
270
275
280
285
290
295
300
305
Tegretol Carbamazepina
Boxplot
9
4 295,9 293,4 2,5 0,85%
5 289,6 293,4 -3,8 -1,30%
6 293,6 293,4 0,2 0,07%
7 292,8 293,4 -0,6 -0,20%
8 291,5 293,4 -1,9 -0,65%
9 296,2 293,4 2,8 0,95%
10 293,1 293,4 -0,3 -0,10%
11 297 293,4 3,6 1,23%
12 295,4 293,4 2 0,68%
13 292,5 293,4 -0,9 -0,31%
14 295,2 293,4 1,8 0,61%
15 296,3 293,4 2,9 0,99%
16 288,1 293,4 -5,3 -1,81%
17 292 293,4 -1,4 -0,48%
18 297,4 293,4 4 1,36%
19 293,6 293,4 0,2 0,07%
20 294,6 293,4 1,2 0,41%
Tabela 1: Determinação de Peso: Referência
Tabela de resultados: Genérico
unidades xn (g) xm (xn - xm) Variação (%)
1 287,9 285,445 2,455 0,86%
2 289 285,445 3,555 1,25%
3 285,7 285,445 0,255 0,09%
4 285 285,445 -0,445 -0,16%
5 286,4 285,445 0,955 0,33%
6 290,8 285,445 5,355 1,88%
7 285 285,445 -0,445 -0,16%
8 281,6 285,445 -3,845 -1,35%
9 283,8 285,445 -1,645 -0,58%
10 285,6 285,445 0,155 0,05%
11 284 285,445 -1,445 -0,51%
12 283,1 285,445 -2,345 -0,82%
13 286,5 285,445 1,055 0,37%
14 286,2 285,445 0,755 0,26%
15 285,5 285,445 0,055 0,02%
16 284,1 285,445 -1,345 -0,47%
17 285,9 285,445 0,455 0,16%
18 283,8 285,445 -1,645 -0,58%
19 284,4 285,445 -1,045 -0,37%
20 284,6 285,445 -0,845 -0,30%
Tabela 2: Determinação de Peso: Genérico
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Xm = Média
Referência - Xm = 0,293
Genérico - Xm = 0,285
Portanto, todas as duas marcas testadas foram aprovadas segundo a
Farmacopéia Brasileira 5ª ed., sendo o produto de referência com a média de 0,293
podendo chegar em (-5%=0,278 e +5%=0,307) e o produto genérico com a média de
0,285 podendo chegar em (-5%=0,270 e +5%=0,299).
DUREZA:
A dureza é a resistência do comprimido ao esmagamento ou a ruptura sob
pressão. A força é de 4 N (Newtons) ou 4 kgf. Foram testados 7 comprimidos de
cada marca, do medicamento referência e do medicamento genérico, obedecendo
sempre, antes de cada teste, a limpeza do equipamento (durômetro) para eliminar
quaisquer resíduo que possa comprometer o teste individual de cada comprimido.
COMPRIMIDOS: REFERÊNCIA GENÉRICO
1 APROVADO APROVADO
2 APROVADO APROVADO
3 APROVADO APROVADO
4 APROVADO APROVADO
5 APROVADO APROVADO
6 APROVADO APROVADO
7 APROVADO APROVADO
Tabela 3: Teste de Dureza, de acordo com a Farmacopéia Brasileira(2010).
Portanto, todos os comprimidos testados, referência e genérico, após os
testes permaneceram intactos e não sofrerão alterações, sendo assim, foram
aprovados segundo a Farmacopéia Brasileira, 5ª ed..
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FRIABILIDADE:
O teste consiste em pesar com exatidão os comprimidos, não revestidos, e
introduzi-los ao aparelho e submetê-los à ação da abrasão(atrito) e retirá-los após
100 rotações. De acordo com a Farmacopéia Brasileira 5ª ed., a perda de massa
aceitável de cada comprimido é de 1,5%.
Cada comprimido testado do medicamento referência e genérico, após ser
retirado do aparelho, foi removido qualquer resíduo de pó de sua superfície e
pesados novamente, com exatidão.
Gráfico 3: Teste de friabilidade, de acordo com a Farmacopéia Brasileira(2010)
O medicamento referência apresentou antes do teste a massa de 5,8504 g
e após o teste a massa de 5,8376 g, apresentado assim uma perda de 0,21% de sua
massa, portanto está aprovado.
O medicamento genérico apresentou antes do teste a massa de 5,7059 g e
após o teste a massa de 5,6911 g, apresentando um perda de sua massa de 0,26%,
sendo assim, fica aprovado.
5,6
5,65
5,7
5,75
5,8
5,85
5,9
REFERÊNCIA GENÉRICO
ANTES DO TESTE
APÓS O TESTE
12
Todos os comprimidos após o teste, não apresentaram nenhum dano como:
rachaduras, quebras, lascas, e portanto, estão aprovados segundo as
especificações da Farmacopéia Brasileira 5ª ed..
DESINTEGRAÇÃO:
De acordo com a Farmacopéia Brasileira, 2010, 5ª ed., o tempo para a
desintegração de comprimidos de liberação convencional deve ser inferior a 30
minutos ou 1800 segundos. Ambas as marcas foram bem neste teste, não ficando
nenhum resíduo do medicamento no aparelho. O medicamento de referência
desintegrou-se em 33 segundos e o medicamento genérico desintegrou-se em 62
segundos. Sendo assim todos os medicamentos foram aprovados conforme as
especificações.
Tempo de Desintegração
Medicamento Referência
Medicamento Genérico
Segundos 33 62
Tempo Máximo para
Desintegração
1800 segundos
Tabela 4: Teste de Desintegração, de acordo com a Farmacopéia Brasileira(2010).
DOSEAMENTO:
Conforme está especificado na Farmacopéia Brasileira, 2010, 5ª ed., os
medicamentos referência e genérico se encontram dentro dos intervalos de
confiança que o medicamento carbamazepina é aprovado, que é de no mínimo 98%
e de no máximo 102%.
Amostra Medicamentos
Referência (%) Genérico (%)
13
1 101.22 99,54
2 101,53 99,18
3 101,75 99,78
Média 101,50 99,50
Desvio Padrão 0,26 0,30
Coeficiente de Variação 0,27 0,30
p - Valor 0,837
INTERVALO DE CONFIANÇA 101,16% a 101,89% 98,91% a 99,45%
Tabela 5: Teste de Doseamento, de acordo com a Farmacopéia Brasileira(2010).
Através da tabela 5, é possível verificar que as duas marcas de comprimidos
estão dentro das especificações conforme determinado na Farmacopéia Brasileira
(2010).
Para avaliar os resultados, foi aplicado o teste de avaliação das médias
através do modelo estatístico Skott-Knott, onde foi possível verificar pelo resultado
do p-valor ( p > 0,05) mostrando que não ocorreu diferença significativa entre os
resultados das duas marcas, ou seja, usando o mesmo método analítico para as
duas marcas de medicamentos, podemos dizer que num intervalo de 95% os dois
tipos de comprimidos são iguais.
TESTE MICROBIOLÓGICO:
As análises microbiológicas estão baseadas na Farmacopéia Brasileira, 2010,
5ª ed., método 5.5.3.1 - ensaios microbiológicos para produtos não-estéreis,
analisando os seguintes microorganismos:
MICROORGANISMO REFERÊNCIA GENÉRICO
Bactérias aeróbicas totais Inferior a 10 UFC/g Inferior a 10 UFC/g
Staphylococcus aureus Ausência de crescimento Ausência de crescimento
Escherichia coli Ausência de crescimento Ausência de crescimento
Coliformes termotolrantes Ausência de crescimento Ausência de crescimento
Salmonella sp. Ausência de crescimento Ausência de crescimento
Pseudomonas aeruginosa Ausência de crescimento Ausência de crescimento
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Candida albicans Ausência de crescimento Ausência de crescimento
Fungos/leveduras Ausência de crescimento Ausência de crescimento
Tabela 6: Teste Microbiológico. Fonte: IPD Laboratórios
Os resultados apresentados referem-se à amostra enviada para análise de
1 g de medicamento referência e 1 g de medicamento genérico e todos foram
aprovados por ausência de crescimento e inferior a 10 UFC/g nas bactérias
aeróbicas totais.
CONCLUSÃO:
Diante das análises físico-químicas e microbiológica utilizando metodologia
quantitativas e qualitativas, o medicamento referência TEGRETOL® e o
medicamento genérico(BIOSINTÉTICA) foram aprovados. Nos testes de
determinação de peso, friabilidade, desintegração e doseamento, houve uma
pequena variação entre as marcas, mas todas estão dentro das especificações. Já
nos teste de dureza e microbiológico são idênticos entre si.
Em geral todos os comprimidos analisados dos lotes do medicamento
referência TEGRETOL® e o medicamento genérico(BIOSINTÉTICA) foram
aprovados conforme a Farmacopéia Brasileira, 2010, 5ª ed., e podemos garantir sua
qualidade e segurança aos pacientes.
AGRADECIMENTOS:
Agradeço primeiramente ao meu mestre professor e orientador Pedro Marcos
Frugere pela disposição e ajuda em todas as etapas desse trabalho;
À indústria farmacêutica JOFADEL pelos equipamentos cedidos para os
testes realizados nesse trabalho;
Ao laboratório IPD (Instituto de Prevenção e Diagnóstico J. Janini) na pessoa
do professor Farmacêutico/Bioquímico Dr. Orildo dos Santos Pereira e a
Farmacêutica/Bioquímica Drª Helga Venâncio pelo teste Microbiológico realizado
com perfeição e padronização conforme exigidos pela Farmacopéia Brasileira,2010;
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Aos meus coordenadores do curso de farmácia professor João Paulo Rosa e
Daniela dos Reis pelo apoio e também ao professor Helder pela ajuda na construção
do artigo;
Aos meus colegas que sempre me apoiaram e acreditaram nesse projeto,
vocês são muito especiais, nunca me esquecerei de vocês.
À UNINCOR por proporcionar a oportunidade da realização desse projeto
com toda a infraestrutura necessária que permitiu a conclusão e a divulgação desse
trabalho.
REFERÊNCIAS:
1. ANDREJUS KOROLKOVAS, Dicionário Terapêutico Guanabara; editora
Guanabara Koogan, 2009-2010, Rio de Janeiro-RJ, Cap. 1, pág. 1.16.
2.ANVISA,2015.www.anvisa.gov.br.portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+portal/A
nvisa/Inicio/Medicamento. Acesso em: 17/05/2015.
3. Bula de medicamento,http://www.bulamedicamento.com.br/carbamazepina-
biosintetica-farmaceutica-ltda/. Acesso em: 19/06/2015
4. Bulário Eletrônico, Anvisa, Ministério da Saúde, 2013. Acesso em: 01/05/2015
5. CAMARGO, C. F. A.; SÁ, V. B.; NOGUEIRA, L. G. Estudo comparativo de dipirona
gotas entre medicamentos de Referência, genérico e similar comercializado na
cidade de Trindade/GO. Trindade: FUG, 2011.
6. Farmacopéia Brasileira, 5ª edição, 2010, pág.59,62,63,64,236,237,730 e 731.
7. GOODMAN & GILMAN, BRUNTON, Laurence; PARKER, Keith; BLUMENTHAL,
Donald; BUXTON, Lain; Manual de Farmacologia e Terapêutica; editora Mc Graw
Hill e Artmed, 2010, Porto Alegre-RS, Cap.19, pág. 326 a 330.
8. RAMALHO, M. A. P.; FERREIRA, D. F.; OLIVEIRA, A. C. Experimentação em
genética e melhoramento de plantas. Lavras: UFLA, p. 87 -134, 2000.
9. RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; FLOWER, R.J.; HENDERSON, G.;
Farmacologia, 7ª edição, editora Elsevier, 2011, Rio de Janeiro-RJ, cap. 43, pág.
540 e 546.