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Bogotá (Colombia), Volumen XIV No. 27, julio-diciembre de 2010 Agroecologia, Educação & Movimentos Sociais na Amazonia: Integrando para Intervir no Clima* Agroecology, education y movimientos socials en el Amazonas: integrating to intervine in the climate Patricia Chaves de Oliveira* Recibido: 2010-09-07 Aceptado: 2010-11-01 Publicado: 2010-12-30 * Agradecimentos: Aos companheiros dos Movimentos Sociais Rurais e Sindicatos Rurais do Baixo Amazonas pela convivência tão rica na sua solidariedade e pelo aprendizado inesquecível... Este artículo es el producto de una percepción propia de la autora como participante del Consejo para el Desarrollo de la Amazonia. ** Doutora em Ciências Agrárias de La Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA. Correo eletrô- nico: [email protected]

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Agroecologia, Educação & Movimentos Sociais na Amazonia: Integrando para Intervir no Clima*

Agroecology, education y movimientos socials en el Amazonas: integrating to intervine in the climatePatricia Chaves de Oliveira*

Recibido: 2010-09-07Aceptado: 2010-11-01Publicado: 2010-12-30

* Agradecimentos: Aos companheiros dos Movimentos Sociais Rurais e Sindicatos Rurais do Baixo Amazonas pela convivência tão rica na sua solidariedade e pelo aprendizado inesquecível...

Este artículo es el producto de una percepción propia de la autora como participante del Consejo para el Desarrollo de la Amazonia.

** Doutora em Ciências Agrárias de La Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA. Correo eletrô-nico: [email protected]

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Resumo

A Agroecologia como Ciência que resgata formas de produção agro-silvo-pastoril eco-logicamente saudáveis e que tem ainda como prática cultural a prudência ambiental de agroecossistemas associada à geração de renda, capaz de propor modos de vida com qualidade e segurança sócio-política para comunidades amazônicas, pode ser vista atualmente como um instrumento de intervenção e transformação climático quando da interação com outros dois fatores, a Educação e os Movimentos Sociais Rurais.As diferentes interações em que Agroecologia, Educação e Movimentos Sociais se apresentam nos Territórios Rurais da Amazônia determinam um maior ou menor grau de inter-venção climática que este instrumento (a TRIADE) tem territorialmente. Identificar pontos frágeis, ou seja, de pouca intervenção climática desta TRIADE é trabalhar no resgate da sustentabilidade climática, local e global. Este artigo teve por objetivo analisar as diferentes interações entre Agroecologia, Educação e Movimentos Sociais em relação às propostas de mitigação de gases de efeito estufa a partir de vivencias e experiências nossas no âmbito do Conselho para o desenvolvimento do Territorio do Baixo Amazonas entre 2005 e 2009.

Palavras-chave autor: Agroecologia, Educação, Amazonia

Palavras-chave descriptores:

Abstract

The Agro-ecology as Science that rescues ecologically healthful forms of agro-forest production and that it has as cultural practical the ambient prudence of agro-ecosystems associated to the generation of income, capable to consider ways of life with quality and social political security for Amazonian communities, can be seen currently as an instrument of intervention and climatic transformation when of the interaction with others two factors, the Agricultural Education and Social Move-ments. The different interactions where Agro-ecology, Education and Social Movements that appear in the Agricultural Territories of the Amazon determine a greater or minor degree of climatic intervention that this instrument (the TRIAD) has territorially. To identify fragile points, that is, of little climatic intervention of this TRIAD is to work in the rescue of the climatic sustainability, local and global. This article has for ob-jective to analyze the different interactions between Agro-ecology, Education and Social Movements in relation to the proposals of REDD from ours experiences in the scope of the Council for Development of Low Amazon Territory between 2005 and 2009.

Key words author: Agro-ecology, Education, Amazon

Key words plus:

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Introdução

A Agroecologia como Ciência que resgata formas de produção agrossilvopas-toril ecologicamente saudáveis e que tem ainda como prática cultural a pru-dência ambiental de agroecossistemas associada à geração de renda, capaz de propor modos de vida com qualidade e segurança sócio-política para co-munidades amazônicas, pode ser vista atualmente como um instrumento de intervenção e transformação climático quando da interação com outros dois fatores, a Educação e os Movimentos Sociais Rurais.

A complexidade do SISTEMA DE PRODUÇÃO na Amazônia, onde simulta-neamente a Educação de Populações Rurais e a organização das mesmas em Mo-vimentos Sociais são determinantes na sustentabilidade dos processos econômi-cos da região, pretende aqui ser analisada a partir do olhar holístico acerca da Conservação e Uso de recursos naturais frente às mudanças climáticas globais.

As diferentes interações em que AGROECOLOGIA, EDUCAÇÃO E MOVI-MENTOS SOCIAIS se apresentam nos Territórios Rurais da Amazônia determi-nam um maior ou menor grau de intervenção climática que este instrumento (a TRIADE) tem territorialmente. Identificar pontos frágeis, ou seja, de pouca intervenção climática desta TRIADE é trabalhar no resgate da sustentabilida-de climática, local e global.

Este artigo tem por objetivo analisar as diferentes interações entre AGROE-COLOGIA, EDUCAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS em relação às propostas de mitigação de gases de efeito estufa a partir de vivencias e experiências nossas no âmbito do CONSELHO para o DESENVOLVIMENTO DO TERRITORIO DO BAIXO AMAZONAS entre 2005 e 2009.

Metodologia

A análise das Interações entre AGROECOLOGIA, EDUCAÇÃO E MOVI-MENTOS SOCIAIS no Território do Baixo Amazonas foi feita no período compreendido entre 2005 e 2009. Os cenários de observação foram; as Assem-bléias do Conselho para o Desenvolvimento do Território do Baixo Amazonas (CODETER); as Reuniões do Núcleo Diretivo do CODETER; a Política de Go-verno de Fomento a Projetos de Extensão Rural e Assistência Técnica Rural e a Linha de pesquisa-ensino-extensão do Laboratório de Estudos de Ecossiste-mas Amazônicos da UFPA-Campus Santarém.

As narrativas e memórias dos diferentes atores sociais do CODETER foram instrumentos importantes de análise da conjuntura rural do Território do Bai-xo Amazonas. As discussões coletivas, seguidas da reflexão coletiva e individu-

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al moldaram os resultados da análise acerca das Interações entre AGROECO-LOGIA, EDUCAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS.

Resultados

Agroecologia & Educação: intervenção em cenários micro-climáticos no Território do Baixo Amazonas

Modos de produção agrossilvopastoris com prudência ambiental quanto ao manejo de solos, de plantações, de pragas, de doenças e de caça, onde a não retroalimentação do MERCADO de inseticiticas, herbicidas e adubos inorgâni-cos que naturalmente não são utilizados na PRÁTICA AGROECOLOGICA exige per se uma dinâmica de Educação Rural e também urbana muito ábil a fim de garantir a sustentabilidade de comunidades rurais amazônicas frente aos efeitos climáticos já vivenciados. Entendo aqui que a Educação Rural é o único meio com poder de transformação e construção de cidadania de povos amazônicos, onde é possível dizer aqueles que querem pagar pela conservação da floresta amazônica, que conservar está invariavelmente e completamente entrela-çado com produção agrícola dentro da floresta como meio de sobrevivência histó-rico-cultural de comunidades indígenas, quilombolas e nativos amazônicos. A existência de um COSMOS RURAL COMPLETAMENTE HARMONIOSO é im-possível, pois resgatando Kant : “(...) la pensée kantienne est par excellence celle qui s’installe dans la rupture avec le monde antique et, tout particulièrement, avec l’idée d’un cosmos harmonieux et bon” (Ferry, 2006, p. ..).

Contudo, educar e ser educado em cenários rurais na Amazônia, portan-to, deve estar associado ao ensino de praticas agroecologicas, onde é possível gerar renda e conservar meio ambiente e tal interação ainda ser utilizada no processo ecopedagogico (Gutierrez & Prado, 2002) como forma de atenuar a desarmonia deste COSMOS RURAL.

O Movimento que a agricultura faz no tempo Amazônico deixa rastros de per-da gradativa da biodiversidade no sentido mais amplo possível, onde o Bioma Amazônia altera pouco a pouco sua ESTRUTURA & FUNÇÃO de solos, recur-sos hídricos, flora, fauna e CLIMA, uma vez que o preparo das áreas agricul-táveis no entorno ou não de áreas de Reserva & Preservação é feito através da queimada induzida de florestas secundárias, às vezes primarias. Dessa for-ma, a roça se instala em tais áreas por 2 anos no máximo, haja vista o cultivo apenas de grãos e mandioca, a próxima roça, portanto se instalará em outras áreas que serão novamente queimadas. Esta agricultura denominada de Agri-cultura Itinerante (shift agriculture) se movimenta muito rapidamente diante do

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aumento de populações rurais na Amazônia e devido ao uso do fogo, uma enorme alteração microclimática se desenha em função deste MOVIMENTO. É exatamente aqui que a AGROECOLOGIA deve intervir no resgate da sustenta-bilidade CLIMÁTICA local com efeitos globais como modelo de produção mais sustentável.

Contudo, o processo de transição Agroecologico na Amazônia deverá estar in-variavelmente acoplado a um forte modelo de Educação de Massa Rurais para que seja de fato sustentável no tempo através da promoção do etnodesenvolvimen-to local. Estimular em populações tradicionais amazônicas o querer conhecer, é permitir a qualificação educacional destas populações rurais e formação de massa critica potencial e necessária a criação de políticas publicas com inter-venção as mudanças climáticas. Poder escolher entre tecnologias mais limpas de produção agrícola (sem o uso do fogo, por exemplo) é direito do homem do campo amazônico, porém só é possível após o conhecimento das mesmas, negar ou dificultar estas vias de acesso de informações quase sempre por pro-cessos ecopedagogicos, é retardar o desenvolvimento local na Amazônia.

No Território do Baixo Amazonas a interação que há no binômio AGROE-COLOGIA & EDUCAÇÃO ainda é muito frágil. Minha vivência e experiência junto ao Conselho para o Desenvolvimento do Território do Baixo Amazonas (CODETER-BAM), um poderoso FORUM de discussões rurais locais, onde tí-nhamos um assento enquanto representante da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- Campus Santarém me estimulou a algumas reflexões quanto ao status quo da agricultura no Baixo Amazonas e suas implicações na qualidade de vida de povos rurais e danos microclimáticos. A debilidade nas interações AGROECOLOGIA & EDUCAÇÃO por mim observada ao longo de 2005 e 2009 na região pode ser fundamentada em algumas questões abaixo relacionadas:

1ª Reflexão

Quem pode ou não praticar a AGROECOLOGIA: um discurso excludente no Território do Baixo Amazonas.

O espaço político e democrático (que na verdade, aprendeu a ser democrático ao longo do tempo) que é o CODETER do Baixo Amazonas onde representan-tes de esferas públicas federais (Universidades), estaduais (Secretaria de Agri-cultura, EMATER), municipais (Secretarias Municipais), Movimentos Sociais, Sindicatos Rurais, Federação de Trabalhadores Rurais, Empresas e ONGs dis-cutem ações e diretrizes voltadas ao Desenvolvimento Rural Local. Esta diver-sidade na sua composição enquanto CONSELHO, indubitavelmente conduz

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a uma diversidade política, cultural e técnica teoricamente capaz de propor políticas públicas centrada no etnodesenvolvimento. Contudo, permeia neste processo dialético um DISCURSO que tira completamente o foco do etnode-senvolvimento, sendo o mesmo extremamente excludente e elitista, onde o ar-gumento de que apenas alguns atores sociais teriam a liberdade de praticar a agroecologia e outros não, leva a uma segregação nada desejável na construção do processo de Transição Agroecologico. Aqui relembro Luc Ferry , onde o mesmo coloca a importância da liberdade como propriedade transformadora do mundo: “(...) le travail s’identifie désormais à l’une des manifestations es-sentielles du propre de l’homme, de la liberté comme faculté de transformer le monde et, le transformant, de se transformer et de s’éduquer soi-même” (Ferry, 2006, p. ..).

Contudo, uma tendência nada libertária de determinadas vozes no CODE-TER de que as UNIVERSIDADES não poderiam querer agora discutir e pro-por extensão rural pois foram ausentes dos cenários rurais durante as ultimas décadas.

A afirmação tem um cunho de verdade e enquanto educadora me incluo no erro de que de fato poderíamos ter sido mais eficientes. No entanto, não podemos concordar que a partir de erros do passado, não possamos intervir no presente enquanto parceiros com interesses comuns como o etnodesenvolvi-mento de povos amazônicos e imediatamente construir de forma participativa futuros e melhores cenários de desenvolvimento local. Negar ou inviabilizar nossa contribuição enquanto UNIVERSIDADE, ainda que tardia no processo de desenvolvimento sustentável no Território do Baixo Amazonas é achar que é possível atingir desenvolvimento local sem pesquisa, ensino e extensão rural. Reconhecer que temos que recuperar o dano irreparável que foi a pouca con-vivência entre a UNIVERSIDADE & COMUNIDADES RURAIS ao longo dos anos no Baixo Amazonas é reagir e criar turbulência em partes do SISTEMA, isto é, no DESENVOLVIMENTO LOCAL.

De acordo com Gadotti (2010a, 2010b, 2009), globalização e educação são temas integrados e promotores ou não do desenvolvimento planetário em fun-ção do tipo da interação realizada, mas que certamente é permeada pelas ações dos Movimentos Sociais.

Algumas políticas de governo praticadas acabavam por reforçar o discurso excludente acima comentado, pois nos 2 primeiros anos (2005 a 2007) alguns EDITAIS voltados a Extensão Rural e vinculados ao Ministério do Desenvolvi-mento Agrário inviabilizavam por completo a participação das Universidades enquanto Instituições proponentes. Como se a natureza extensionista não fosse própria do metabolismo acadêmico. Não posso esquecer e não esqueço de que,

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enquanto extensionista reaprendo ao ensinar e me educo ao mesmo tempo. A Ex-tensão é o ponto mais externo do universo acadêmico, é a trilha que aproxima a EDUCAÇÃO de COMUNIDASES RURAIS, portanto do processo de TRANSI-ÇÃO AGROECOLOGICO na AMAZONIA.

Colocamos na pauta do CONSELHO a discussão quanto a APROPRIAÇÃO DAS PRATICAS AGROECOLOGICAS. Argumentamos que a troca de saber aca-demico-cientifico com o tradicional é o SUBSTRATO indispensável à susten-tabilidade de ações de desenvolvimento rural e que, portanto integrar projetos com as UNIVERSIDADES é solidificar e fortalecer propostas territoriais de desenvolvimento sustentável. O ato de fazer extensão rural não pode ser deter-minado por alguém ou um grupo de pessoas, pois ele é tão vital para aquele que o pratica, no caso o educador - extensionista, que dificilmente pressões exter-nas iriam paralisá-lo. O estigma colocado por alguns sobre nós, aos poucos foi se desfazendo. Com o tempo já conseguíamos ser vistos como uma entidade que está de fato comprometida com o desenvolvimento rural. Este primeiro reconhecimento se fundamentou na aprovação de projetos construídos de for-ma participativa com os MOVIMENTOS SOCIAIS. Agora éramos um só na nossa diversidade...

Sendo assim, ao longo do período de 4 anos observados foram restabeleci-dos laços de confiança entre a Universidade Federal Publica local e Movimen-tos RURAIS no Território do Baixo Amazonas. A convivência cordial, mas, sobretudo perpiscaz no sentido mais construtivo possível da palavra, possibili-tou o desenvolvimento da nossa interação...

Os resultados desta interação e implicações sobre a dinâmica micro-climática local:

1. Aprovação do projeto SISTEMAS AGROFLORESTAIS: UMA ESTRATE-GIA DE TRANSIÇAO AGROECOLOGICA PARA O BAIXO AMAZONAS. Edital 20-2005 CNPq/MCT; Laboratório de Estudos de Ecossistemas Amazônicos (LEEA)-UFPA-Campus Santarém e Assentamento Agroextrativista Eixo For-te, Município de Santarém. Finalizado. Coordenação Prof. Dra. Patricia Chaves de Oliveira.

Neste projeto foi possível iniciar o processo de transição Agroecologico proposto através de tecnologia agrícola limpa, sem uso do fogo, denominada de corte-trituração e mulch de florestas secundarias (SHIFT-EMBRAPA) com implantação de modelos agroflorestais em áreas de agricultura familiar em As-sentamento Rural Coletivo do Eixo Forte. A intervenção desta pratica agroeco-logica permite ao agricultor reduzir a emissão de gases que contribuem para o aumento do efeito estufa localmente. Nossa preocupação aqui é a exclusão da pratica do uso do fogo sobre florestas o que acaba sendo possível quando se mexe

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na composição deste agroecossistema. O plantio de espécies perenes em SISTE-MAS AGROFLORESTAIS inviabiliza o uso do fogo nos sistemas de produção agrícola, onde a roça de grãos foi incorporada considerando a valorização da cultura de povos tradicionais amazônicos. O que se pretendeu com este projeto foi disponibilizar tecnologias alternativas ao uso do fogo no preparo de áreas agrícolas para agricultores familiares, contudo a baixa infra-estrutura quanto a Maquinas Agrícolas acaba por dificultar a implantação destes modelos. O envol-vimento de parceiros como SAGRI e EMATER são indispensaveis neste processo.

2. Aprovação do projeto ESCOLAS RIBEIRINHAS: SITIOS PARA O ENSINO APRENDIZAGEM- CAPES/ MEC/ Laboratório de Estudos de Ecossistemas Amazônicos (LEEA)-UFPA-Campus de Santarém & Comunidade Porto Novo, Município de Belterra. Finalizado. Coordenação Prof. Dra. Patricia Oliveira

Este projeto teve por objetivo exercitar o futuro professor em Ciências Bio-lógicas a ser formado pela UFPA em processos de ensino ecopedagogico especifi-co para determinadas comunidades amazônicas, como as ribeirinhas. Treinar a dodiscencia em contextos ribeirinhos, é aproximar o professor da realidade ecológico-social local. Enriquecer o substrato de trabalho do futuro do professor a partir de vivencias e experiências trocadas com os alunos de ensino funda-mental de escolas ribeirinhas é contribuir para formação de massa critica com preocupação político-ambiental local. Neste trabalho a linha pedagógica se-guida foi a da ecopedagogia, onde a apropriação de contextos ecológicos locais e reflexões sobre o uso sustentável deles possa servir de substrato ao processo de ensino-aprendizado na Amazônia tendo o painel de mudanças climáticas como um dos cenários trabalhados. Formar massa critica a nível de ensino fundamental em cenários ribeirinhos amazônicos, onde os princípios de cida-dania, de vida sustentável planetária e possibilidades de intervenção climática é poder EDUCAR gerações futuras para hábitos de vida mais ecológicos.

3. Aprovação do projeto ECOPEDAGOGIA PARA O ENSINO MÉDIO NO BAI-XO AMAZONAS; DEB-MEC; Laboratório de Estudos de Ecossistemas Amazô-nicos (LEEA)-UFPA-Campus de Santarém & Escola Onesima Pereira de Bar-ros, Municipio de Santarém. Em andamento. Coordenação Prof. Dra. Patricia Chaves de Oliveira

Com este projeto, o objetivo estava focado na aproximação do ENSINO MEDIO com a UNIVERSIDADE, onde a ecopedagogia era mais uma vez a pro-posta principal. Acredito que ensino na Amazônia deve estar completamen-te envolvido com preocupação ambiental. Alfabetizando cientificamente massa critica de nível médio, consciente de que ações coletivas globais de prudência ambiental conduzem ao desenvolvimento sustentável, formamos profissionais mais qualificados no futuro e que pensem no clima.

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Educação & Movimentos Sociais no Território do Baixo Amazonas

Os Movimentos Sociais Rurais e as Revoluções Rurais Locais que natu-ralmente a reboque acontecem, necessitam para a própria existência de uma EDUCACAO DE MASSAS

agregadora e CIDADÃ. Contudo, este processo de Educação necessita de maturação e, portanto de TEMPO. Aqui, como conciliar Revoluções, Reivin-dicações de Sindicatos Rurais, de Grupos Indígenas na Amazônia, com EDU-CAÇÃO (TEMPO)?

“(...) L’éducation des masses ne doit pas intervenir après la révolution, mais avant elle” (Ferry, 2007, p. ..) Contudo, no Território do Baixo Amazonas, as Manifestações Políticas dos Movimentos Sociais saem às ruas e ocupam ins-talações de Instituições de Reforma Agrária no Território do Baixo Amazonas mesmo com um nível educacional ainda baixo. Este fato é num primeiro mo-mento positivo enquanto Formas de Organização & Ação Populares, porém de pouca eficiência, pois a construção, argumentação e discurso embora politica-mente forte é técnico-cientificamente débil. É neste ponto de constrangimento do SISTEMA que perdemos Potencial de sustentabilidade das políticas publi-cas propostas por massas rurais. O processo de Educação sem duvida preenche esta lacuna e fortalece Reivindicações de Desenvolvimento Rural no Território do Baixo Amazonas.

Observei que ao longo de 2005 a 2009 no âmbito do CONSELHO PARA O DESENVOLVIMENTO DO TERRITORIO do Baixo Amazonas foi sendo cons-truída uma relação de confiança entre Universidade Publica do Oeste do Pará e Movimentos Sociais. Esta interação foi muito pacifica, honesta e produtiva, com Movimentos Sociais tais como Associação das Mulheres Pescadoras, Agri-cultoras e Artesãs do Baixo Amazonas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Curua, Associação das Arte-sãs do Tapajós – Arapiuns, Conselho Indígena Tapajós – Arapiuns entre outros. As trocas de saberes tradicionais e científicos enriqueceram o nosso universo, de ensino-extensao e pesquisa em cenários rurais do território do Baixo Ama-zonas, enquanto educadores. Para um professor, criar e discutir agroecologia in loci com Movimentos Sociais para Amazônia através do viés da ecopedagogia representa a inclusão de atores sociais e, portanto publico alvo, em cenários ino-vadores tecnológicos de produção rural com prudência climática.

Ao discutir EDUCAÇÃO JUNTO A MOVIMENTOS SOCIAIS RURAIS, a tal neutralidade da EDUCAÇÃO, outrora embutida nos processos POLITICO--Educacionais da historia, se desfaz completamente. A educação deve na sua

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natureza se posicionar poilticamente e sair da neutralidade, como já discutido por Freire (1981).

A intervenção da Educação através da Extensão Universitária enquanto instrumento transformador de políticas publica é parceira na construção da integridade e indissosiabilidade que há entre a Extensão Rural e a Assistência Técnica Rural. Contudo, nem todos pensavam assim...

ASSISTENCIA TECNICA RURAL X EXTENSAO RURAL: UM OU DOIS NO TERRITORIO DO BAIXO AMAZONAS?

Observei que entre 2005 e 2009 houve no âmbito do CODETER do Baixo Amazonas uma segregação entre ASSITENCIA TECNICA E A EXTENSAO RURAL e que provavelmente esta segregação estivesse relacionada por con-textos político-partidários. Fato é que, esta segregação acaba então tentando dissolver a UNIDADE que há entre Assistência Técnica e Extensão Rural em função de conveniências partidárias em espaços importantes de discussão so-bre desenvolvimento rural. Este fato retrocede a discussão de múltiplos atores com historias de vida diferente e que naturalmente é necessário os momentos de conflitos para crescimento intelectual do grupo (CODETER) enquanto Uni-dade Diversa, mas apartidária por natureza, fiel apenas a política de igualdade social e econômica. Contudo, a ausência de sincronia conceitual acerca de Assistência Técnica e Extensão Rural foram e são determinante na DINAMICA da discus-são multi-ética que naturalmente tivemos e teremos no CODETER.

Entendo que Extensão rural na Amazônia é um ato humano e cientifico ao mesmo tempo, humano enquanto solidário e cientifico enquanto democrático, quanto ao diálogo e construção de práticas agrícolas ambientalmente mais saudáveis e economicamente mais justas junto às comunidades rurais tradi-cionais amazônicas que praticam historicamente o agroextrativismo, a agri-cultura de grãos, a pesca tradicional, a agricultura de quintal e a caça.

A Assistência Técnica por sua vez, é a operacionalização dos Modelos de Extensão Rurais propostos através de técnicas de construção, divulgação e dis-seminação de praticas agrícolas previamente discutidas no meio rural. Pres-tar assistência técnica é colocar em pratica o que foi construído na discussão de EXTENSAO RURAL. A Assistência técnica pode ser vista ainda como um indicador importantíssimo dos processos de sustentabilidade de Modelos de Extensão Rural e de Desenvolvimento Local.

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Contudo, a Extensão Rural não existe sem a Assistência Técnica, e esta não existe sem a Extensão Rural. Este binômio, portanto deve ter seu metabolismo preservado no âmbito das discussões de desenvolvimento rural local.

Porém, o discurso persistente de priorização da Assistência Técnica em de-trimento á discussão de modelos de Extensão Rural inevitavelmente teve seu embate. Enquanto Educador e parceiro na construção difícil que é a conceitual acerca de abordagens mais sistêmicas, integradas, onde o olhar do TODO seja priorizado em detrimento ao olhar das PARTES deste todo, não pude deixar de colocar algumas questões para refletirmos dentro do CODETER, como fórum Maximo de Discussão de Desenvolvimento Rural Territorial.

Dessa forma, começamos a discutir o porquê da impossibilidade da segre-gação da Extensão Rural da Assistência Técnica Rural e os benefícios desta integração. Para no momento seguinte discutir como PRATICAR de forma participativa esta integração.

A Assistência Técnica sem duvida é mais complexa, mas decorre da Exten-são Rural e não o inverso, como algumas percepções de determinados atores sociais do CODETER. Aqui mais uma vez, as posturas de Ministérios relacio-nados ao Desenvolvimento Agrário reforçam não só as segregações entre Assis-tência Técnica Rural e Extensão Rural quanto priorizam a Assistência Técnica em Editais onde apenas Instituições que praticam a Assistência Técnica podem encaminhar propostas.

No entanto, a prática da Extensão Rural é direito e dever daqueles que se comprometem com o desenvolvimento sustentável de sociedades locais, como por exemplo, as UNIVERSIDADES PUBLICAS. Inviabilizar nossa participa-ção enquanto atores que praticam extensão rural seria tirano.

A partir de 2008 já observamos alterações marcantes na estrutura dos EDI-TAIS vinculados ao MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRARIO, agora eles eram voltados a EXTENSAO RURAL, viabilizando, portanto a par-ticipação das UNIVERSIDADES como Instituições proponentes. Contudo, o inicio desta aproximação (2005-2007), da Universidade PUBLICA Local e os Movimentos Sociais também foi difícil, pois para alguns...

...UNIVERSIDADE É ENSINO e não EXTENSAO RURAL... A EXTENSAO RU-RAL é pra EMATER...

Este discurso ao longo de 2005 -2007 explicitaram nas vozes de determina-dos atores SOCIAIS comprometidos com o desenvolvimento sustentável local dentro do CODETER lamentavelmente o tom discriminatório ou incredibili-dade acerca do papel das UNIVERSIDADES PUBLICAS enquanto INSTITUI-ÇOES DE EXTENSAO RURAL e não apenas de ensino e pesquisa. Esta reação por determinadas lideranças dentro do Movimento SINDICAL RURAL DO

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BAIXO AMAZONAS nos faz refletir enquanto Universidade Publica Federal deste Território, que os FLUXOS de saberes, vivências e experiências entre ACA-DEMIA E COMUNIDADES RURAIS dentro do SISTEMA, no caso o território do Baixo Amazonas, pouco foi desenvolvido ao longo da ultima década. In-cluímo-nos no erro, enquanto metade da laranja... E ao mesmo tempo reagimos a fim de restabelecer estes FLUXOS. Em outras palavras, seria necessária uma reanimação na extensão universitária local, pois a EXTENSAO RURAL, carac-teriza per se, tais FLUXOS.

Neste contexto, os movimentos sociais associados a UNIVERSIDADE são o principal ponto de turbulência no SISTEMA (O TERRITORIO), são em outras palavras, os agentes modificadores de dinâmicas no SISTEMA e, portanto de fluxos, isto é, de CONHECIMENTOS CIENTIFICOS + VIVENCIAS/ EXPERIEN-CIAS das comunidades agrícolas.

O nível de Educação Rural no Território do Baixo Amazonas ainda é baixo. A existência de Casas Familiares Rurais é fator positivo na região, porém isola-do das discussões acerca de planos pedagógicos e estruturas curriculares com a UNIVERSIDADE. Aqui mais um ponto de constrangimento do Sistema, o fluxo entre universidade & casas familiares rurais, praticamente não há. Não nos procuramos, em outras palavras...

O resgate desta interação, EDUCAÇÃO & MOVIMENTOS SOCIAIS foi feito através da elaboração conjunta do Projeto de Educação de Nível médio em AGRECOLOGIA para assentamentos rurais no Baixo Amazonas. Uma proposta en-caminhada via PRONERA (PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO RU-RAL) e aprovada junto ao MDA-INCRA. Contudo, até o presente momento não Executada pelo INCRA - Sub-regional 030, associado a não apropriação do PROJETO pelos assentados da REFORMA AGRARIA, completamente ab-sortos nas questões de ASSITENCIA TECNICA e esquecendo, esperamos tem-porariamente, a EDUCAÇÃO, direito e conquista deles.

Observamos que a aprovação dos projetos encaminhados pelo CODETER através de propostas como as nossas, da UFPA-CAMPUS DE SANTAREM re-presentam ganhos técnicos-politicos importante no contexto do desenvolvi-mento local. No entanto, isto tem parecido ser insuficiente para a execução dos mesmos. Seria como não levar em consideração as demandas do CODE-TER, enquanto fórum Maximo de discussão e de encaminhamento de de-mandas, como foi o caso do Projeto Educação de Nível médio em AGRECOLOGIA para assentamentos rurais no Baixo Amazonas, uma demanda da FETAGRI BAIXO AMAZONAS. Uma proposta interdisciplinar e multi-institucional, represen-tando o grau de interação nossa, enquanto parceiros no CODETER do Baixo Amazonas.

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Provocar o diálogo sobre EDUCAÇÃO em cenários de distúrbio socioeco-nômico rural como o do Território do Baixo Amazonas, onde a baixa tecno-logia de produção agrícola familiar se arrasta por muitas décadas e afeta a qualidade da vida de milhares de famílias rurais é praticamente impossível, haja vista, que o porto seguro imediato parece ser a ASSISTENCIA TECNICA RURAL, uma grande ilusão...

A rigor precisamos conhecer além de nossas vivencias e experiências pra discutir e escolher o melhor modelo que queremos acerca de extensão e assis-tência técnica rural. Se não conhecemos em que reside a extensão rural, seus princípios, seus compromissos com comunidades rurais, tradicionais ou não, Planos Safras, Praticas Agroecologicas, Ecopedagogia, Recuperação de agroe-cossistemas, Potencialização do Extrativismo, Sistemas Agroflorestais, Mane-jo de Solos entre tantos outros temas indispensaveis as discussões acerca de ASSISTENCIA TECNICA E EXTENSAO RURAL não podemos dialogar e tão pouco caminhar rumo ao desenvolvimento sustentável local.

Se faz necessário novos modelos de EXTENSÃO RURAL, onde simultane-amente EDUCAÇÃO E ASSISTENCIA TECNICA RURAL possam caminhar lado a lado ... Os Movimentos Sociais no Território do Baixo Amazonas tem se apropriado destas discussões muito nobremente, mas ainda não se fazem ouvir por Instituições de Reforma Agrária financiadoras de projetos para assenta-mentos neste Território... A completa inércia de setores de desenvolvimento do INCRA neste território parece ser o grande entrave na execução de vários projetos.Aqui mais um ponto de constrangimento do SISTEMA, não há fluxo dos projetos já aprovados por comissões nacionais.

Agroecologia, Educação & Movimentos Sociais: intervenções microclimáticas locais.

Quando finalmente conseguimos integrar Agroecologia, Educação e Mo-vimentos Sociais num único MOVIMENTO em direção a ações com prudência climática, então os resultados são promissores para o desenvolvimento sus-tentável LOCAL. Os resultados demonstraram que ao pensarmos enquanto UNIDADE (no caso, UNIVERSIDADE-MOVIMENTOS SOCIAIS) podíamos propor projetos, onde AGROECOLOGIA E EDUCAÇÃO estivessem sempre asso-ciados como binômio de intervenção microclimática local. Sendo assim aprovamos em arranjos multiinstitucionais os seguintes projetos com base Agroecologica:

1. Em arranjo multi-institucional composto por UFPA-Campus de Santa-rém, Associação de Pescadoras, Agricultoras e Artesãs do Baixo Amazo-

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nas (AMUPAA), Associação das Artesãs do Tapajós-Arapiuns (ARTA), Sindicato Rural de Curuá (STR-Curua) e CODETER foi aprovada uma proposta voltada a mulheres trabalhadoras rurais junto ao MDA; As-sessoria Especial de Gênero, Raça e Etnia (AEGRE). A proposta se inti-tula Fortalecimento de Organizações Produtivas de Pescadoras, Aquicultoras e Agroextrativistas do Baixo Amazonas. A mesma encontra-se em tramitação no MDA. Coordenação Prof. Dra. Patricia Chaves de Oliveira

2. Em arranjo multi-institucional composto por UFPA - Campus de San-tarém, SAGRI, EMBRAPA E CODETER foi aprovado o projeto LABO-RATORIO DE AGROECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS AMAZONICOS (LABAM) via SEDECT-PARÁ, FUNDO ALEMO MLW. Em tramitação no ESTADO.

Coordenação Prof. Dra. Patricia Chaves de Oliveira 3. Em arranjo multi-institucional composto por UFPA-Campus de Santa-

rém, Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns (CITA), SAGRI E CODETER foi aprovado junto ao MDA-Recurso Territórios da Cidadania o projeto intitulado Sistemas Agroflorestais para comunidades Indígenas do Tapajos-Ara-piuns. Em tramitação na CAIXA ECONOMICA. Coordenação Prof. Dra. Patricia Chaves de Oliveira

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Conclusões

A delicada complexidade que há em cenários de desenvolvimento susten-tável local como o do Território do Baixo Amazonas onde vários processos Educacionais, Agrário-Politicos e Sindicais acontecem ao mesmo tempo, po-rém, muitas vezes em direções e velocidades não compatíveis entre si, é um desafio para a construção de políticas publicas capazes de mudar o cenário de paralisação parcial que o território se encontra, com o entrave de vários proje-tos. Quando isto acontece, invariavelmente o pêndulo da sustentabilidade sócio--econômica e ambiental se movimenta de forma negativa ao desenvolvimento local. Por outro lado, o grau de maturidade de discussão a nível de Conselho de Desenvolvimento Territorial por todas as categorias, com especial envolvi-mento das lideranças de agricultores, extrativistas, pescadores, quilombolas, indígenas e grupo de mulheres cresceu do ponto de vista da reflexão, do ques-tionamento acerca de assistência técnica e extensão rural. A introdução de modelos de Educação rural de nível médio, profissional e superior para áreas de reforma agrária e outras se faz urgente no Território do Baixo Amazonas. Elevar o nível educacional do homem do campo é dever nosso enquanto EDU-CADOR, porém a vontade política é imprescindível aqui. A presença de pontos de constrangimento no SISTEMA , onde baixos fluxos de troca de saberes e viven-cias ocorrem, caracteriza os pontos a serem trabalhados daqui pra frente. A aproximação entre a UNIVERSIDADE PUBLICA FEDERAL e os Movimentos Sociais foram realizados, os laços de confiança entre os atores sociais envolvi-dos estão representados nos 6 projetos aprovados coletivamente entre 2005 e 2009. Intervenções climáticas por sociedades rurais locais, portanto podem ser obtidas através de Praticas Agroecologicas associadas à Ecopedagogia, mas apenas se sustentam ao longo do tempo quando da interação entre Movimentos Sociais e Universidades.

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Referencias

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