A Psicossintese e a Abordagem Holistica

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7/30/2019 A Psicossintese e a Abordagem Holistica http://slidepdf.com/reader/full/a-psicossintese-e-a-abordagem-holistica 1/13 7. A Psicossíntese e a Abordagem Holística(1) - Marina Pereira Rojas Boccalandro (2) Antes de falarmos sobre a Psicossíntese, vamos falar primeiro sobre o seu criador, Roberto Assagioli. Conhecendo melhor o homem, poderemos entender mais facilmente a sua abordagem filosófica de vida, o seu conceito de homem e a sua psicologia. Roberto Assagioli nasceu em Veneza, na Itália, no dia 27.2.1888, ao meio dia. Seu pai faleceu quando Roberto era bem pequeno. Sua mãe casou-se novamente, com um judeu, Alessandro Assagioli, de quem Roberto assumiu o nome. Sua família era de classe média alta e ele recebeu uma educação clássica em que era de suma importância o estudo de línguas. Assagioli dominava, depois de vários anos de estudo, oito línguas, incluindo o grego, o sânscrito e o latim. Em sua casa, falavam inglês, francês e italiano, línguas com as quais se sentia especialmente confortável. Aos oito anos, já falava alemão e também estudou russo na Universidade de Florença após 1906. Fez parte de sua educação como a de toda criança italiana da classe média alta: estudar Dante Aligheri, particularmente a Divina Comédia. Encorajado pelos pais, Assagioli, desde cedo, visitou vários países europeus para ampliar seus conhecimentos sobre as grandes culturas e modos de vida de cada uma delas. Seu pai era grande conhecedor da cabala e, desde cedo, instruiu o pequeno Roberto nos mistérios dessa sabedoria judaica. Ele continuou sempre tendo um grande interesse pela causa e pelo povo judeu. Na 2ª guerra mundial, chegou a ser preso e ficar confinado por um mês. Mais tarde, ele conta que aproveitou esse tempo para fazer exercícios psico-espirituais. Sua mãe era filiada a Sociedade Teosófica, e isso o colocou desde cedo frente ao conhecimento espiritual esotérico. Tornou-se alpinista na juventude e parece que essa atividade serviu como imagem para criar a Psicossíntese. Viveu em Veneza até ir estudar Medicina em Florença, onde se especializou em Psiquiatria e Neurologia. Depois de formado, resolveu fazer seu doutorado em Zurich com Freud e Jung. Sua tese, apresentada em 1910, foi uma crítica à Psicanálise. Em uma entrevista que deu a um jornalista americano em 1974, poucos meses antes de sua morte, Assagioli coloca: "Eu nunca encontrei Freud pessoalmente, mas mantive correspondência com ele, que escreveu para Jung manifestando a esperança de que eu promovesse a causa da Psicanálise na ltália. Porém, eu logo me tornei um herege. Com Jung, tive um relacionamento mais cordial. Nós nos encontramos muitas vezes durante anos e tivemos ótimos papos.

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7. A Psicossíntese e a Abordagem Holística(1)  - Marina Pereira RojasBoccalandro(2) 

Antes de falarmos sobre a Psicossíntese, vamos falar primeiro sobre o seu criador,Roberto Assagioli. Conhecendo melhor o homem, poderemos entender maisfacilmente a sua abordagem filosófica de vida, o seu conceito de homem e a suapsicologia.

Roberto Assagioli nasceu em Veneza, na Itália, no dia 27.2.1888, ao meio dia.

Seu pai faleceu quando Roberto era bem pequeno. Sua mãe casou-se novamente,com um judeu, Alessandro Assagioli, de quem Roberto assumiu o nome. Suafamília era de classe média alta e ele recebeu uma educação clássica em que era desuma importância o estudo de línguas. Assagioli dominava, depois de vários anosde estudo, oito línguas, incluindo o grego, o sânscrito e o latim. Em sua casa,falavam inglês, francês e italiano, línguas com as quais se sentia especialmenteconfortável. Aos oito anos, já falava alemão e também estudou russo naUniversidade de Florença após 1906.

Fez parte de sua educação como a de toda criança italiana da classe média alta:estudar Dante Aligheri, particularmente a Divina Comédia.

Encorajado pelos pais, Assagioli, desde cedo, visitou vários países europeus paraampliar seus conhecimentos sobre as grandes culturas e modos de vida de cadauma delas.

Seu pai era grande conhecedor da cabala e, desde cedo, instruiu o pequenoRoberto nos mistérios dessa sabedoria judaica.

Ele continuou sempre tendo um grande interesse pela causa e pelo povo judeu.

Na 2ª guerra mundial, chegou a ser preso e ficar confinado por um mês. Maistarde, ele conta que aproveitou esse tempo para fazer exercícios psico-espirituais.

Sua mãe era filiada a Sociedade Teosófica, e isso o colocou desde cedo frente aoconhecimento espiritual esotérico.

Tornou-se alpinista na juventude e parece que essa atividade serviu como imagempara criar a Psicossíntese.

Viveu em Veneza até ir estudar Medicina em Florença, onde se especializou em

Psiquiatria e Neurologia. Depois de formado, resolveu fazer seu doutorado emZurich com Freud e Jung. Sua tese, apresentada em 1910, foi uma crítica àPsicanálise.

Em uma entrevista que deu a um jornalista americano em 1974, poucos mesesantes de sua morte, Assagioli coloca:

"Eu nunca encontrei Freud pessoalmente, mas mantive correspondência com ele,que escreveu para Jung manifestando a esperança de que eu promovesse a causada Psicanálise na ltália.

Porém, eu logo me tornei um herege. Com Jung, tive um relacionamento maiscordial. Nós nos encontramos muitas vezes durante anos e tivemos ótimos papos.

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De todos os psicoterapeutas modernos, Jung é o mais próximo em teoria e práticaà psicossíntese."

Após o doutoramento, Assagioli foi estudar com Bleuler, o criador do termoesquizofrenia, em um hospital de Zurich. Terminando seus estudos em Zurich,voltou à Itália onde começou a praticar psicanálise. Logo começou a perceber alimitação desse método que, segundo ele, lidava apenas com uma parte do serhumano, "o porão".

Sempre trabalhando na sua profissão, foi buscando um método ou abordagemterapêutica que se coadunasse melhor com sua visão de mundo. Essa buscaresultou na criação da psicossíntese, que também podia ser aplicada na Educação,nas relações interpessoais, no desenvolvimento e fortalecimento da personalidadehumana.

Entre as duas guerras, viveu em Roma e casou-se com Nella, uma católica romanae teosofista na década de 20. Viveram juntos durante 40 anos e tiveram um filhode nome llário.

Também, nessa época, continuou suas pesquisas tendo entre seu círculo deamizades e estudos sobre a base espiritual da vida, pessoas como Groce, Tagore,Suzuki, Ouspensky e Alice Bailey.

Em 1926, fundou o Instituto de Cultura e Terapia Psíquica em Roma. Nessa época,publicou muitos artigos em revistas e jornais da área. Esses artigos, mais tarde,formariam o seu livro Psicossíntese manual de Princípios e Técnicas.

Com o início da 2ª Guerra Mundial, teve de fechar o Instituto, pois foi duramenteperseguido pelo governo fascista, que não concordava com suas atitudes e idéias

humanitárias. Refugiou-se nas montanhas e, depois da Guerra, abriu seu Institutoem Florença, onde funciona até hoje.

Durante toda sua vida profissional, escreveu muitos artigos publicados em Revistase Jornais de Psicologia e Medicina. Deu várias palestras em vários países da Europae também nos Estados Unidos. Além do livro Psicossíntese (1965), escreveutambém O ato da vontade (1974). Ele era considerado um homem de grandesabedoria, humor e originalidade.

Assagioli era contra um controle institucional central; achava que a Psicossínteseera um processo em evolução e que deveria ir se adequando a cada cultura que arecebia.

Tudo indica que a Psicossíntese continua crescendo, pois, diferente do que ocorrecom outros métodos similares destinados ao auto conhecimento, ela "não é umsistema fechado, mas uma abordagem que procura modificar e evoluir de acordocom as transformações e evoluções mundiais" (Parfitt, 1994: pág. 16).

Assagioli morreu em 1974, em Florença, em plena atividade, escrevendo, dandopalestras e entrevistas.

Agora vamos começar a falar de psicossíntese. Primeiro vamos deixar o próprioAssagioli falar sobre ela.

Na mesma entrevista dada ao jornalista americano Keen, quando ele lhe perguntasobre as diferenças entre Psicossíntese e Psicanálise, Assagioli responde o seguinte:

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"Nós prestamos muito mais atenção ao inconsciente superior e ao desenvolvimentodo Self Transpessoal". Em uma de suas cartas, Freud disse: "Estou interessadosomente no subsolo do ser humano".

A psicossíntese está interessada na construção toda. Nós tentamos construir umelevador que permitirá a uma pessoa acessar cada nível de sua personalidade.Afinal, uma construção com apenas um porão é muito limitada; nós queremos abriro terraço onde você pode tomar sol ou olhar para as estrelas.

Nosso interesse é pela síntese de todas as áreas da personalidade. Isso quer dizerque a Psicossíntese é HOLÍSTICA, global e, inclusive, não é contra a Psicanálise,nem mesmo contra a mudança comportamental, mas insiste que a necessidade designificado, de valores elevados, de uma vida espiritual são tão reais como asnecessidades biológicas ou sociais. Nós negamos que haja quaisquer problemasisolados. Tome o sexo, por exemplo: Não há sexo per se.

O sexo está conectado com cada outra função. Os chamados conflitos sexuais são,freqüentemente, causados por conflitos de poder entre duas pessoas e só podemser resolvidos desfazendo-se as complexas interações entre elas.

Antes de abordarmos a concepção da personalidade de Assagioli, vamos apresentaruma pequena estória, contada por Piero Ferrucci, na introdução do seu livro Whatwe way be.

Era uma vez um homem que há muito tempo procurava o que era a Verdade.Depois de muitos anos de busca, recebeu informações de que, se ele fosse a umpoço, que ficava em determinada localização, receberia a resposta que há tantoprocurava. Chegando ao poço indicado, ele grita a pergunta. - O que é a verdade?

Das profundezas veio a resposta: - Vá até a encruzilhada da vila e lá vocêencontrará o que procura. Então, ele se dirigiu prontamente para lá e encontrouapenas três lojas bem desinteressantes: uma vendia pedaços de metal, outravendia madeira e a terceira, arames finos. Ele ficou desapontado, não vendonenhuma relação com o que procurava. Voltou ao poço, exigindo uma explicação ea única resposta que ouviu foi: - "Você compreenderá no futuro". Ficou furioso,sentiu-se feito de tolo e foi embora indignado.

Continuou na busca pela verdade. Com o passar dos anos, esqueceu-se do poço edo que ele tinha lhe dito.

Certa vez, ouviu uma música maravilhosa que o atraiu irresistivelmente e foi em

direção a ela. Encontrou um homem tocando uma cítara de forma perfeita. Derepente, teve um lampejo de entendimento. Via que a cítara era feita de madeira,metal e fios de arame, iguais aos que tinha visto nas três lojas da encruzilhada.

"Finalmente compreendera a mensagem do poço: já recebemos tudo aquilo de quenecessitamos, nossa tarefa é reunir e usar tudo de maneira apropriada. Nada temsignificado se percebemos apenas fragmentos separados. Porém, à medida que osfragmentos unem-se em síntese, uma nova entidade emerge, cuja natureza nósnão poderíamos ter previsto considerando apenas os fragmentos."

Assagioli tinha uma concepção pluridimensional da personalidade humana. Paratentar explicá-la, criou um diagrama que, segundo ele, apesar de ser uma

representação grosseira e elementar, que dá apenas um quadro estático de umaconstrução interna e deixa de fora o seu aspecto dinâmico, que é o mais importante

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e essencial, este diagrama pode nos ajudar a compreender a sua concepção depersonalidade humana.

Com essas reservas e restrições, o mapa é o seguinte:

Diagrama 1:

1)  Inconsciente Inferior2)  Inconsciente Médio3)  Inconsciente Superior ou Superconsciente4)  Campo da Consciência5)  "Eu" Consciente ou "Ego"6)  Eu Superior7)  Inconsciente Coletivo 

Nota: atenção nas linhas pontilhadas. Todos os aspectos da personalidadeestão em constante intercâmbio, em constante relação.

INCONSCIENTE INFERIOR: (também chamado por seguidores de Assagioli,"profundo" ou "interior"). Aqui encontramos todos os impulsos básicos ou desejosprimitivos, as atividades fisiológicas fundamentais. Os complexos, carregados deemoção, os sonhos e imaginações de espécie inferior. As manifestações patológicascomo as fobias, obsessões, compulsões, crenças, paranóides.

Esse inconsciente é muito parecido com o conceito de inconsciente de Freud. Nãotemos como acessar esse inconsciente, mas podemos criar condições para que eleemerja mais facilmente, por meio de exercício de relaxamento, estados alterados

de consciência. Podemos contatá-lo mediante material que aparece nos sonhos epelos atos falhos.

INCONSCIENTE MÉDIO: aqui está todo o material a que facilmente podemos teracesso. Aqui estão as nossas experiências elaboradas, desenvolvidas, as nossaslembranças, a nossa história. É tudo aquilo que não está no campo de nossaconsciência no momento, mas que podemos lembrar assim que quisermos.

CAMPO DA CONSCIÊNCIA: designa a parte da personalidade da qual possuímosuma percepção direta: o fluxo incessante de sensações, imagens, pensamentos,sentimentos, desejos, impulsos que podemos analisar e julgar.

O "EU" CONSCIENTE OU "EGO": O "eu" é o centro do campo da consciência. Écomo se fosse uma tela branca, na qual se projetam as mais diferentes imagens(pensamentos, emoções, sentimentos). A tela branca permanece sempre a mesma,o que muda são as projeções que nela acontecem.

O "eu" para Assagioli é um reflexo do "Eu Superior", só cognoscível pelas "vivênciastranspessoais" de muito difícil comunicação.

INCONSCIENTE SUPERIOR: É a região de que emana todo o esclarecimento,nossas intuições, nossas inspirações superiores - artísticas, filosóficas, científicas,"imperativos" éticos, impulsos para a ação humanitária e heróica. É a fonte desentimentos superiores, como o amor altruísta, os estados de contemplação,iluminação e êxtase. Aqui estão latentes todas as funções psíquicas superiores e asenergias espirituais.

Assagioli, 1982,pág 

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O EU SUPERIOR OU SELF TRANSPESSOAL: Também chamado Eu Espiritual, aCentelha Divina, o Espírito, etc. É o centro ordenador, um centro de energia depura consciência. É o si mesmo, aquele aspecto nosso que permanece sempreinalterado.

Quando dormimos, desmaiamos, estamos anestesiados ou hipnotizados e o "eu"pessoal desaparece, mas quando acordamos, ele reaparece novamente. Isso nosleva a supor que o reaparecimento do eu consciente ou ego se deve à existência deum centro permanente, de um Eu verdadeiro situado "além" ou "acima" daquele.

Assagioli dizia que "no estágio atual da investigação psicológica, pouco se sabe emdefinitivo a respeito do Eu, mas a importância desse centro sintetizador justificaplenamente o prosseguimento das pesquisas. Eu creio que ainda pouco sabemos arespeito dele, apenas sentimos que existe." É a consciência de sermos nósmesmos, independente do nosso corpo físico (criança, adolescente, adulto ouvelho); independente das nossas emoções (ira, felicidade, amor, angústia, porexemplo); independente dos nossos pensamentos e valores, que podem mudarconstantemente.

INCONSCIENTE COLETIVO: Nós não estamos isolados no mundo. A linhadivisória do diagrama do ovo deve ser vista como delimitadora e não "divisora". Damesma forma como a nossa pele recebe e envia energia física (calor) para oexterior, também recebemos e enviamos energia emocional e mental. É nesseInconsciente Coletivo que se supõe estarem as memórias da raça e o conhecimentodos mitos.

Com o diagrama acima descrito, Assagioli diz pretender mostrar que é só naaparência que existem dois eus. O "eu pessoal" não toma geralmente conhecimentodo outro e o "Eu Superior" é latente e não se revela diretamente a nossaconsciência. Diz, ainda, que não existem dois eus, duas entidades separadas eindependentes. Para ele, o "Eu" é uno; manifesta-se em diferentes graus deconsciência e auto-realização, e que o "eu pessoal" é uma projeção de sua fonteluminosa, o "Eu Superior" (p. 34).

Algumas das técnicas usadas pela Psicossíntese:

Na psicossíntese, pode-se usar uma quantidade muito grande de técnicas paraajudar o processo psicoterápico e o auto-conhecimento.

Entre elas, podemos citar:

-Catarse-Interpretação de sonhos-Escrever os sonhos-Reviver situações-Escrever-Fazer diário-Auto identificação-Desindentificação-Desenvolvimento e treinamento da vontade-Treinamento e uso da imaginação-Visualização-Meditação-Relaxamento-Exercícios respiratórios-Utilização de símbolos

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-Musicoterapia-Terapia artista-Testes projetivos-Contos de fadas-Terapia grupal-Psicodrama Como vemos, o leque de possibilidades que podemos atingir com todas essastécnicas é muito grande.

O importante é que, como terapeutas, usemos aquelas de que mais temosconhecimento e experiência.

Precisamos, também, procurar quais as técnicas que mais se adaptam aos nossosclientes.

Já na psicossíntese pessoal, no nosso próprio processo de auto-conhecimentotambém podemos fazer uso daquelas, com as quais sentimos mais afinidade.

Existem alguns conceitos que são básicos na psicossíntese.

Os principais, que vamos ver aqui são: Vontade, Subpersonalidade,Desindentificação e Identificação.

É sobre esses quatro conceitos que falaremos a seguir.

VONTADE

Na Psicossíntese, a Vontade é um processo central; faz parte do "Eu" ou "Self'. APsicossíntese valoriza o ato de querer, as qualidades da Vontade e seus aspectos etambém ensina técnicas práticas para o desenvolvimento e o uso adequado dessafunção.

Ela é a força construtiva que guia intuição, impulso, emoção, sensação, imaginaçãoe pensamento em direção de objetivos imediatos ou transcendentes. É por meio dafunção da Vontade que o Self pode coordenar, integrar e direcionar as nossasmetas e propósitos.

Segundo Assagioli, "a Vontade é a força central de nossa individualidade, aessência mais íntima de nós mesmos, portanto, de certo modo, a descoberta da

Vontade significa a descoberta de nosso verdadeiro ser".

A Vontade é a energia interior que nos proporciona a qualidade que chamamosquerer.

Se dentro da psicologia analítica, dois dos arquétipos mais importantes são animuse ânima, na Psicossíntese os dois mais importantes são: Vontade e Amor.

Se olharmos um pouco para o processo evolutivo, podemos verificar que na escalado reino animal, dos menos desenvolvidos (ex: os insetos) aos medianamentedesenvolvidos (peixes, aves) até os mais desenvolvidos (mamíferos), vamos verque apenas com os seres humanos se entra num reino diferente.

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"Do mesmo modo que os animais são mais livres que os vegetais devido ao fato depoderem mover-se no mundo físico, os humanos são mais livres porque podemmover-se no mundo das idéias, planos e visões de variabilidade infinita - e elespodem fazer isto, independentemente do meio ambiente ..." Nós podemosverdadeira e livremente escolher, assumindo total responsabilidade deautodeterminação. É a esta aquisição evolucionária, ainda muito em

desenvolvimento, que damos aqui o nome de vontade." ( Fiorucci, P. cap. VI).

Com algumas ressalvas à afirmação de Fiorucci, podemos ver a importância davontade nos diferenciando dos outros seres da natureza.

É importante não confundirmos desejo com vontade. O desejo é emoção, impulsoinstintivo, mais ligada ao biológico, ao eu pessoal; já a vontade está ligada ao quechamamos Eu Superior, Self ou Espírito.

Na entrevista que Keen fez com Assagioli, ele pergunta: - "Por que você posiciona avontade no centro do ego? Você está advogando uma nova forma de voluntarismo?Deveríamos emendar Descartes para lermos: Exerço um ato de vontade, logoexisto?"

Ao que Assagioli responde:

"Creio que a vontade é a Cinderela da psicologia moderna. Tem sido relegada àcozinha. A noção vitoriana de que a força de vontade poderia superar todos osobstáculos foi destruída pela descoberta da motivação inconsciente por Freud. Mas,infelizmente, isso levou a psicologia moderna para uma visão determinística dohomem como sendo um feixe de forças competitivas sem nenhum centro. Isso écontrário a toda a experiência direta do ser humano com referência a si mesmo.

Em algum ponto, talvez durante uma crise quando o perigo ameaça, ocorre umdespertar no qual o indivíduo descobre sua vontade. Essa revelação, de que o Self e a Vontade estão intimamente conectados, pode mudar toda uma percepção queuma pessoa tenha de si mesma e do mundo. Ela vê que é um sujeito vivo, um ator,dotado de poder de escolha, de relacionar-se, de provocar mudanças em suaprópria personalidade, nos outros, nas circunstâncias. E essa percepção leva a umsentimento de totalidade, segurança e alegria.

Em decorrência da negação da vontade pela psicologia moderna, ela negou quetenhamos experiência direta do Self. Com a certeza de que se tem uma vontade,vem a constatação da íntima conexão entre Vontade e o Self. Essa é a experiênciaexistencial da percepção direta de pura auto consciência. É a auto consciência quedistingue o homem dos animais. Os seres humanos são conscientes e tambémsabem disso.

Podemos expressar a importância da auto consciência, a união de volição e ser,dizendo (em oposição a Descartes): "Estou ciente de ser e ter vontade" ou "Sou umSelf volitivo". Assagioli, ainda falando sobre a vontade nessa entrevista, diz que ospsicólogos acadêmicos, em vez de colocarem ratinhos dentro dos laboratórios,deveriam examinar suas próprias vivências da Vontade, e os comparam aosteólogos que se recusaram a olhar através do telescópio de Galileu por temeremperturbar sua visão de mundo. Diz, ainda, que é impossível descrevê-la e que ela éuma questão de experiência direta.

Assagioli usa três categorias ou dimensões para o estudo e treinamento davontade. São elas: aspectos, qualidades e estágios.

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Diz que os aspectos da vontade humana plenamente desenvolvida são:

-vontade forte;-vontade hábil;-vontade boa;-vontade transpessoal. A vontade forte: a mais fundamental é o mais íntimo aspecto de vontade. É naforça de vontade que reside o seu poder e a sua energia e isso é necessário paraque possamos dar início e andamento a qualquer projeto por nós almejado. Esseaspecto como os outros podem ser treinados. A mesma lei que serve para o físico(treinamento com exercícios físicos, levam a um preparo e/ou aumento de volumee força muscular) também serve para a vontade: treinamento constante comdisciplina nos leva a ter uma vontade cada vez mais desenvolvida.

A vontade hábil: se ficarmos apenas no primeiro aspecto da vontade: a força,estaremos usando-a, muitas vezes, de forma inadequada e até desastrosa. Afunção essencial da vontade hábil é fazer com que usemos a melhor estratégia,economizando energia e direcionando a nossa vontade de forma mais direta eeficaz.

A vontade boa: nas duas categorias anteriores, o homem é visto como umaunidade isolada, e a vontade como um instrumento de realização pessoal. Narealidade, porém, o homem isolado não existe, ele está em constante interaçãocom os outros seres, família, companheiros de trabalho, sociedade em geral.

Aqui já se pensa como os objetivos individuais podem (e devem) ajustar-se a umcírculo de solidariedade humana mais ampla. Aqui vontade deve ser direcionadapara escolher os objetivos que se harmonizam com a felicidade dos outros e com obem comum da humanidade.

A vontade transpessoal: quando o homem se sente insignificante, quando suavida não tem sentido, quando suas necessidades básicas e pessoais já estãosatisfeitas ou não, é preciso buscar um sentido mais amplo e mais transcendentepara se continuar vivendo. Vários autores tem tratado desse assunto, e entre eles,Maslow, Frankl e até Einstein que diz "O homem que acha a própria vida semsentido não é apenas um infeliz, mas é quase indigno de viver".

A vontade transpessoal é expressão do Self Transpessoal que opera nos níveissupraconscientes da psique. Sua ação é sentida pelo self pessoal ou ego, como uma"chamada" ou "atração". A exemplo disso, temos a conversão de Saulo (São Paulo,apóstolo). "Saulo era um feroz perseguidor dos cristãos.

Numa viagem a Damasco a fim de prender todos o cristãos que encontrasse, foicercado por uma luz vinda do céu e caindo por terra ouviu uma voz que lhe dizia:Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és tu, senhor? E elerespondeu: Eu sou Jesus a quem tu persegues; dura coisa é para ti recalcitrarcontra o aguilhão. E ele tremendo e atônito disse: Senhor, que queres tu que eufaça? E o senhor respondeu-lhe: Levanta-te, e entra na cidade e aí será dito o quedeves fazer.

Aqueles que o acompanhavam estavam espantados, ouvindo a voz, mas não vendoninguém. E Saulo, levantando-se da terra e tendo os olhos abertos não via nada.

Eles, porém levando-o pela mão, conduziram-no a Damasco. E esteve ali três diassem ver, e sem comer e nem beber" (pág. 1324)3. Depois desse episódio, Paulo

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fica dez anos se preparando, estudando e meditando e passa então a pregar emnome de Jesus e do Cristianismo.

Para Assagioli, essa iluminação, esse chamado constituem uma manifestação doque ele denomina vontade transpessoal.

Podemos falar que vários outros indivíduos tiveram essa vontade transpessoal bemdesenvolvida e entre eles: Jesus, Buda, São Francisco de Assis, Gandhi e muitosoutros.

Quanto à qualidades da Vontade, ele diz que ela precisa ser enérgica, disciplinada,concentrada, determinada, persistente, corajosa e organizada.

São seis os estágios da Vontade para ele:

1) Propósito, objetivo ou meta, baseadas na avaliação, motivação e intenção;2) Deliberação;

3) Escolha e Decisão;4) Afirmação;5) Planejamento;6) Direção da execução. Esses seis estágios são iguais aos elos de uma corrente, portanto, a própriavontade, isto é, o ato da vontade.

SUBPERSONALIDADES

Antes de começarmos a falar das Subpersonalidades, vamos ver o que Jung tem afalar de complexo:

"Os complexos são personalidades parciais ou fragmentárias... Um complexo é umaglomerado de associações... O complexo é dotado de tensão ou energia própria,tem a tendência de formar, também por conta própria, uma pequenapersonalidade... Os complexos são grupos autônomos de associações, comtendência de movimento próprio, de viverem sua vida independentemente de nossaintenção... Gostamos de pensar que somos unificados, mas isso não acontece, nemnunca aconteceu.

Realmente, não somos senhores dentro de nossa própria casa. É agradável pensarno poder de nossa Vontade, em nossa energia e no que podemos fazer, mas nahora 'h', descobrimos que podemos fazê-lo até certo ponto, porque somos

atrapalhados por esses pequenos demônios, os complexos..."

Essas afirmações de Jung nos deixam perceber como ele fala do complexo, mas éreticente para descrever a energia básica, a energia que está na raiz do complexo.

Assagioli, continuando o trabalho de Jung, como discípulo seu que foi, traz para nóso conceito de Subpersonalidade, que é muito parecido como o conceito decomplexo de Jung.

Assagioli consegue dar dois passos muito importantes além de Jung; descreve deforma mais clara que a energia básica da subpersonalidade é de cunho emocional.Para ele, as subpersonalidades são formadas por traços psicológicos que não foram

bem integrados.

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A subpersonalidade seria o papel representado por nós, dessa ou daquela maneira,isto é, não o nosso desempenho, mas o estilo do desempenho. Ex: o papel de mãepode ser representado como sendo mãe dominadora, castradora, fraca ou omissae, assim por diante.

Esse processo não é consciente, na maioria das vezes.

A segunda grande contribuição de Assagioli em relação a esse conceito são osexercícios para integrarmos esses vários aspectos da personalidade, num todoharmonioso, não desprezando a energia básica que existe na raiz de cada arquétipo(que é a fonte de cada subpersonalidade), mas deixando de lado aquilo que nãonos serve, aquilo que é negativo, para deixar aparecer o real arquétipo positivopara a personalidade.

Assagioli diz: "devemos nos tornar cônscios dessas sub personalidades e, assim,poder sintetizá-las num todo orgânico maior, sem reprimir qualquer dos traçosúteis".

Podemos encontrar casos de subpersonalidades bem descritos na literaturapsiquiátrica. Não são muito comuns, mas todos nós conhecemos alguns casosinclusive que foram levados para as telas dos cinemas em que aparecem duas oumais subpersonalidades em um único indivíduo.

Continuando os estudos de Assagioli sobre esse conceito, creio ser importantemencionar Sasportas, psicólogo e astrólogo com formação em Psicossíntese. Paraele, "subpersonalidades são "satélites psicológicos" que coexistem dentro dapersonalidade..." "São padrões de sentimentos, pensamentos, comportamentos,percepções, posturas e modos de movimentar-se que tendem a se unir emresposta às várias situações da vida."

Para ele, o núcleo de cada subpersonalidade é um arquétipo.

"No fundo de cada subpersonalidade existe algo que surge e que a constrói, umimpulso, uma pressão, um princípio arquetípico."

Para ele, "a subpersonalidade é uma síntese de vários traços e de outros elementospsicológicos".

IDENTIFICACÃO DESIDENTIFICACÃO

"Somos dominados por tudo aquilo com que o nosso eu se identificou.

Podemos dominar e controlar tudo aquilo de que nos desidentificamos"  Assagioli Segundo Assagioli, nesse princípio reside o segredo de nossa escravidão ou denossa liberdade.

Para ele, identificar-se com uma fraqueza, um defeito, uma emoção ou impulsopessoal nos leva a uma limitação, a uma paralisação.

Se falamos "estou com medo", ou "estou irritado" ficamos mais dominados aindapelo medo e pela ira.

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Conta uma discípula de Assagioli que, quando foi visitá-lo, logo após ele ter semudado, perguntou-lhe: O senhor está muito cansado? Ele lhe respondeu: "Eu nãoestou cansado, quem está cansado é o meu corpo físico".

O processo de identificação - desidentificação baseia-se principalmente noreconhecimento de que temos um corpo físico, um corpo emocional e um corpomental mas não somos apenas esses corpos, eles nos pertencem, são nossosinstrumentos para vivermos, para fazermos coisas, nos relacionarmos, pensarmos epodermos ter valores. Nós temos subpersonalidades, mas nós não somos essassubpersonalidades.

É preciso, inicialmente, reconhecermos que o poder dessas identificações resideprincipalmente no fato de não termos consciência delas.

Quando essas subpersonalidades forem "desmascaradas" estaremos mais aptos alidar com elas.

Depois de as reconhecermos, o segundo passo seria aceitá-las como existentes emnós para depois, num terceiro momento, transformá-las.

Não se pretende excluí-las, matá-las em nós, mas deixar que a energia positiva que jaz na raiz dessas subpersonalidades, complexos ou emoções possa vir à tona paranosso uso e nosso desenvolvimento pessoal.

Agora, ao nos desidentificarmos, precisamos buscar a identificação com o nosso EUsuperior ou nosso SELF Superior.

Assagioli coloca o seguinte diagrama para explicar a identificação com algum centrounificador externo a nós:

Diagrama II: 1) Eu consciente ou "Ego"2) Centro Unificador Externo3) Eu Superior 

Depois do processo de desidentificação, precisamos nos identificar com o nossoverdadeiro EU, nosso Self.

Quando reconhecemos e aceitamos esse nosso EU Maior, podemos, então, construirem torno dele uma nova personalidade mais coerente, organizada e unificada.

Podemos, então, criar uma imagem ideal genuína, não fantasiosa, que tem umpoder criativo dinâmico. Assim, vão se eliminando as incertezas, vai-seconcentrando a energia e utilizando o grande poder criador sugestivo das imagens.

"Uma vez feita a escolha da forma ideal, começa a psicossíntese prática, aconstrução efetiva da nova personalidade." 

Assagioli, 1982,pág. 39 

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Esse trabalho Assagioli divide em três partes:

1) Utilização das energias disponíveis;2) Desenvolvimento dos aspectos da personalidade que são deficientes;3) Coordenação e subordinação das várias energias e funções psicológicas à criaçãode uma sólida organização da personalidade. Para melhor explicarmos o processo de identificação desidentificação, vamos usar aseguinte analogia:

A luz do sol, como chega a nós, à nossa visão, é uma luz transparente, sem cor.

Se essa mesma luz passar por um prisma nós a veremos como sete coresdiferentes.

Supondo que a nossa consciência pudesse ver apenas uma cor de cada vez e,subindo em termos de freqüência vibratória, da cor vermelha (a mais baixa

freqüência) até a faixa violeta (a de mais alta freqüência), ela ficasse apenas nonível de vibração vermelha (que corresponde ao chacra4 básico ou Kundalini),estaria identificada com os impulsos animais em nós, com o princípio do prazer,com compulsões que precisam ser satisfeitas, no aqui e agora.

Se subirmos na faixa vibratória, até a cor verde (que corresponde à vibração dochacra cardíaco), a consciência se identificaria com o Amor fraterno edesinteressado, com o Amor filial, com a criação artística, com o Amor incondicionale a compaixão.

Se subirmos nessa escala vibratória, ao chegarmos na cor violeta (o sétimo chacra,a Coroa), estaríamos num plano Transpessoal em que a consciência poderia

identificar-se com o Atman, o Espírito Universal e já estaríamos dentro daPsicossíntese Transpessoal.

Notas e Referências Bibliográficas:

(1) Esse artigo foi baseado na parte teórica de uma aula por nós ministrada no curso "Abordagem Holística naMedicina e na Psicologia", promovido pela COGEAE, da PUC-SP, no 2osemestre de 1996. voltar ao texto

(2) Psicóloga, Mestre e Doutoranda em Psicologia Clínica pela PUC-SP, Professora Assistente-Mestre da PUC-SPe Chefe da Clínica Psicológica "Ana Maria Poppovic" da PUC-SP. voltar ao texto

(3) Bíblia Sagrada - trad. do Pe. Matos Soares - 9° ed., SP, Paulinas,1955. voltar ao texto

(4) Os chacras são vórtices de energia que poderíamos comparar a dínamos: na medida em que se acelera afreqüência de giros aumenta-se a intensidade e a qualidade de energia. voltar ao texto

ASSAGIOLI, R. Psicossíntese: manual de princípios e técnicas. São Paulo, Cultrix, 1982. _____. O ato da vontade. São Paulo, Cultrix, 1985.Bíblia Sagrada. trad. Pe. Matos Soares. 9ª edição. São Paulo, Edições Paulinas, 1955.Curso sobre Psicossíntese, publicada pelo Centro de Estudos de Psicossíntese de Devon. Tradução inédita deBeatriz Galves, lnglaterra, (mimeo) 1995.GALVES, B. - Palestra realizada na Totalidade Editora. São Paulo, 1993.GREENE, L. e SASPORTAS, H. O desenvolvimento da personalidade. São Paulo, Ed. Pensamento, 1994.FERRUCCI, P. What we may be - Jeremy P. Tarcher - lnc. Los Angeles, 1982.JUNG, C. G. Fundamentos de Psicologia Analítica. Rio de Janeiro, Ed. Vozes Ltda, 1972.KEEN, S. "A média aurea de Roberto Assagioli". Entrevista publicada no Psychological Today. Tradução deBeatriz Galves. Dez. 1974.PARFITT, W. Elementos de psicossíntese. Rio de Janeiro, Ed. Ediouro, 1994. Texto retirado de: http://www.pucsp.br/clinica/publicacoes/boletins/boletim04_07.htm 

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