A História de São Salvador Do Kongo

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A histria de So Salvador do KongoPosted on Maio 28, 20111Incio do Baptismo

Portugal enviou missionrios para a cidade de Mbanza Kongo e comearam os baptismos. No dia trs de Maio de 1492, dia de Santa Vera, frei Joo, vigrio geral dos missionrios, baptizou o rei do Congo com o nome de D. Afonso I, tendo abdicado do nome de Ne Nvemba Nzinga e assim foi acontecendo com os outros reis que o sucederam. O nttela Nenyanga foi baptizado com o nome de D.Pedro II e o penltimo rei, John Lengu por D. Pedro VII, disse Nicolau Cabeia.O rei Dom Afonso I ordenou que fossem queimados todos os locais onde decorriam os cultos tradicionais. Quem no cumpria, sofria a pena de morte ou outras punies. Em funo dos mandamentos, ele prprio, o rei do Kongo, a ttulo de exemplo, decidiu deixar as muitas mulheres que tinha, tendo ficado apenas com uma, conforme ditava a regra dos missionrios, quando instalaram a religio catlica em Mbanza Kongo.

Kulumbimbi a primeira igreja construda na frica subsaariana, por missionrios catlicos que faziam parte da primeira expedio portuguesa liderada por Diogo Co, e que chegou a Angola em 1482. O local do desembarque, na foz do rio Zaire , tem um padro (Ponta do Padro), no Soyo, provncia do Zaire.A lenda diz que o templo foi construdo de pedra e cal, durante uma noite. Hoje est em runas. A igreja est localizada no centro da cidade de Mbanza Kongo, ao lado do cemitrio dos reis do Congo.Documentos da poca desmentem a lenda. Os trabalhos de construo da igreja de Kulumbimbi foram executados entre seis de Maio e seis de Julho de 1491. As runas tm despertado o interesse de especialistas nacionais e estrangeiros, pela raridade do seu aspecto arquitectnico.Nicolau Cabeia conhece a histria do templo. Diz que o ntotela Ne Nvemba Nzinga autorizou os emissrios de Diogo Co a construir a igreja no centro de Mbanza Kongo, que mais tarde foi baptizada de S. Salvador do Kongo: a obra contribuiu para a pacificao dos espritos e a elevao cultural dos povos naquela altura.Enquanto decorriam as obras, o espao foi vedado aos olhos dos mortais. E quando o rei disse ao povo que j podia ir ao centro da mbanza real, toda a gente ficou admirada por ver uma bela igreja que no dia anterior ningum tinha visto. Por isso que correu a lenda que Kulumbimbi tinha sido construda da noite para o dia.A igreja foi arrasada pelo tempo e desapareceram os seus apetrechos. Hoje resta apenas o altar.

Rei mata me

Nicolau Cabeia diz que o rei, era intolerante: mandou enterrar viva a sua prpria me, Mam Mpolo, Dona Apolnia, depois de baptizada. Foi sentenciada por recorrer aos curandeiros tradicionais.O rei simulou uma cerimnia, convidando toda populao. No local onde mandou sua me sentar, havia um buraco de tamanha profundidade, com paus ligeiros atravessados e cobertos com um Luando (esteira) e uma cadeira executiva por cima para a me do rei afianou.A morte de Dona Apolnia provocou momentos de muita consternao ao povo Congo. O rei D. Afonso I (Ne Nvemba Nzinga) veio a falecer de forma trgica numa missa dominical realizada em Mbanza Kongo.

Reis embalsamados

Os cadveres dos reis eram transportados para o sunguilu, local onde eram lavados para depois serem levados para Mpinda Etadi (casa morturia), onde eram recebidos por mams especializadas na arte de embalsamar.O historiador explicou que na casa morturia o cadver era estendido numa maca com fogo por baixo para garantir o escorrimento de toda a gua contida no corpo, processo que permitia a conservao natural do defunto, de seis meses a um ano, enquanto os seus colaboradores preparavam a eleio do novo sucessor, por sufrgio universal.O squito do rei, incluindo a equipa das mams que embalsamavam os corpos dos reis, tinha a obrigao de manter sigilo sobre a morte do rei at eleio do sucessor para, conforme aludiu Nicolau Cabeia, prevenir desordens e invases.

Revolta popular

Antes da chegada dos portugueses, Mbanza Kongo chamava-se Mpemba na poca de Nimi a Lukeni, o fundador da cidade. Nicola Cabeia, elucidou que por altura da prestao de contas, Mbanza Kongo, como capital do reino, acolhia as grandes reunies que juntavam todos os manis (governadores provinciais).A capital do reino do Kongo foi descoberta por Nimi a Lukeni, que era um exmio caador proveniente da Lunda, das margens do rio Kuango.Nimi a Lukeni mereceu a confiana do povo sua chegada a Mbanza Kongo, por apresentar propostas que melhoravam a vida das pessoas. Foi aclamado rei.

rvore secular

Yala Nkwo conhecida como a rvore secular de Mbanza Kongo. Segundo reza a tradio, a sua existncia anterior chegada dos portugueses. A colorao da sua seiva avermelhada. A populao confundia a seiva com sangue. Aproveitando a brisa da sua sombra, o rei do Kongo escolheu o local para recepo de visitantes ilustres e descanso nas horas de lazer, disse Nicolau Cabeia.Nicolau Cabeia disse a terminar que at hoje paira ainda o mito de que ningum pode tocar na Yala Nkwu com objectos cortantes, porque seno, quem golpear a rvore pode morrer ou ter problemas de sade.

Joo Mavinga/Jornal de Angola