A Filosofia Do Personagem Que Dividiu a História.
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8/16/2019 A Filosofia Do Personagem Que Dividiu a História.
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CRISTIANISMO PRIMITIVO
A filosofia do personagem que dividiu a história
Augusto C!sar "arros
S#T#"AN $ %&&%
INTRO'()*O
Levando-se em consideração que Cristo e seus ensinamentos são o
foco do nossos estudos teológicos cristãos , faço uma breve pesquisa sobre sua
origem. Onde e como surgiu, o contexto histórico, sócio-econmico e religioso da
!poca, quem eram os personagens existentes, como viviam sua religiosidade, em
que acreditavam, e em que perspectiva esperavam o "alvador de #srael, conforme
previam os profetas atrav!s dos escritos do $ntigo %estamento.
$ linha de pesquisa deste trabalho ! a &istória das 'eligi(es, que se desenvolveu
no s!culo )#), e cu*o +m!todo se voltava para determinar a precisão dos textos
religiosos, comparar os discursos sagrados e comparar as próprias religi(es atrav!s
de seus mitos, smbolos e instituiç(es. $lbuquerque, /0012. $inda segundo
$lbuquerque3
$ &istória das 'eligi(es tem sido praticada de diversas maneiras3 se*a para reafirmar a superioridadede uma religião sobre as demais, se*a para demonstrar que a religião ! parte de um passado a ser ultrapassado pela ra4ão, se*a para demonstrar que a religião ! parte de um sistema de opressão ede poder, se*a para simples conhecimento acad5mico das religi(es ou para reivindicar a perenidadeda experi5ncia religiosa $L67879'879, /00:, p. ;:2.
Levando em consideração o estudo de $lbuquerque, a intenção desta pesquisa ! o
conhecimento acad5mico sobre o Cristianismo.
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"egundo 9liade, que defende a &istória das 'eligi(es como a disciplina que trata de
uma experi5ncia irredutvel a outras di43
9, ;?@A, p. /B, apud $L67879'879, /00:, p. ;B2.
inha intenção nesta pesquisa ! tratar do Cristianismo, de maneira geral, sem me
deter em pormenores ou aspectos especficos, conforme afirma 9liade no texto
supra citado.
O Cristianismo ! tratado como um movimento, doutrina ou instituição religiosa
origin=rios das pregaç(es de Desus e seus discpulos. >entre as numerosas seitas
messiEnicas desenvolvidas no mundo *udeu, surge o Cristianismo, resultado do
reagrupamento dos discpulos de Desus, que primeiramente, foram reunidos dentre
os discpulos de Doão 6atista. $s classes existentes F !poca, como as dos fariseus,
saduceus, 4elotas e ess5nios, re*eitaram a comunidade dos cristãos, que deriva do
latim Christus, +Cristo, e este do grego Ghristós, +ungido. $ aceitação do
Cristianismo pelos *udeus ocorreu at! o ano B: d.C., ano em que se concreti4ou a
ruptura entre as duas facç(es religiosas.
$ convicção dos cristãos de que Desus Cristo, era o messias que havia sido
anunciado pelos profetas de #srael, era inadmissvel para os *udeus. 'epudiado em
seu lugar de origem, o Cristianismo difundiu-se no mundo pagão. esmo com as
perseguiç(es do #mp!rio romano, em B; d.C. *= se encontrava em 'oma, e após as
perseguiç(es o mundo romano abriu-se F nova religião, passando da para os
b=rbaros, sobretudo no Ocidente.
$ seita nascida no *udasmo tornou-se a religião de maior amplitude dentre todas as
conhecidas, cu*o universalismo ela mesma se atribui desde a sua origem. 9sse
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tempos. >esde o incio o Cristianismo organi4a-se como #gre*a, sob a autori4ada dos
apóstolos e dos seus sucessores. Os discpulos espalham-se pelas regi(es do
editerrEneo, inclusive 'oma, e fundam v=rias comunidades. Hos tr5s primeiros
s!culos, os cristãos sofrem grandes perseguiç(es, primeiro das autoridades
religiosas do *udasmo e, a partir do s!culo # d.C., dos romanos. ilhares de cristãos
são mortos durante o reinado dos imperadores Hero, %ra*ano, arco $ur!lio, >!cio
e >iocleciano, por se recusarem a adorar os deuses do #mp!rio e a reconhecer a
divindade do imperador.
9m 1;1 o imperador Constantino converte-se ao cristianismo, que expande-se por
todo imp!rio.
$s quest(es levantadas no incio da introdução serão tratadas no primeiro captulo
do presente trabalho. Ho segundo captulo a pesquisa abordar= as seitas existentes
na !poca de Desus e no terceiro captulo versar= sobre a romani4ação da doutrina
cristã e sua expansão at! se tornar a +religião oficial do #mp!rio 'omano
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+ O CONT#,TO- .IST/RICO0 #CON1MICO0 SOCIA2 # R#2I3IOSO
++ NO M(N'O ORI#NTA2
$ história do Cristianismo, teve incio no Oriente, h= cerca de quatro mil
anos. >esde aquela !poca, o povo hebreu, que habitava a região da
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essa maneira o *udasmo fixou-se e expandiu-se. 7m fator que
fortalecia o poder do essias entre os hebreus, ! que ele viria somente para os
hebreus e não para o resto do mundo, ra4ão pela qual essa religião fosse aceita na
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b2 amlias ilegtimas atingidas por uma mancha leve M composto pelos
descendentes ilegtimos de sacerdotes, pros!litos/ e escravos pagãos
libertosN
c2 amlias atingidas por uma mancha grave M são os bastardos, os escravos do
templo e os filhos de pai desconhecido e as crianças expostas, considerados
o lixo da comunidade.
$l!m destes tr5s grupos, havia a população estrangeira, ou se*a, os escravos
pagãos, pouco numerosos, pois custavam caroN e os samaritanos, que embora
considerassem o
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alando um pouco das estruturas polticas da sociedade *udaica, !
preciso não esquecer que o modelo organi4acional da sociedade, na
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barreiras. $s despesas chegavam a BAA den=rios; por camelo, antes de se chegar F costa doediterrEneo. O'#H, ;?AA, p. 1U2
$l!m dos impostos romanos, havia tamb!m os impostos *udaicos. Os
rabis especificavam /U tipos de tributos a ttulo religioso. O templo tinha grande
importEncia econmica. >epois do exlio, pouco a pouco, o poder da aristocracia
sacerdotal substituiu o poder real, mas não modificou o modo de produção da
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residia em Cesar!ia, onde morava o próprio governador. 9m Derusal!m, entre UU e
UB antes de Cristo, havia uma coorte comandada por um tribuno romano. Ha
Ralil!ia, &erodes $ntipas tinha poucas tropas e, provavelmente, estrangeiras, como
no tempo de &erodes, o Rrande, seu pai. 'oma tentava controlar as
suscetibilidades *udaicas, especialmente a religiosa, atrav!s dos governadores,
delegados do imperador, mas a lei *udaica não era outra que a Lei de ois!s,
considerada como recebida de Dav!, no "inai, para todos os israelitas. Os fariseus
acrescentavam F Lei a %radição oral de seus escribas. $s quest(es internas do
*udasmo eram, portanto, tratadas sob a autoridade bastante direta do "in!drio de
Derusal!m. O "in!drio se compunha de @; membros, entre eles, os chefes dos
sacerdotes, dos anciãos ou representantes da aristocracia leiga, dos escribas ou
representantes da aristocracia intelectual. $ assembl!ia era presidida pelo sumo
sacerdote. $ compet5ncia do "in!drio, diminuda sob &erodes, o Rrande, foi mais
ampla sob os governadores. 'oma admitia a compet5ncia desta assembl!ia para
todos os *udeus do mundo. Ha Dud!ia, ocupava-se, principalmente, das relaç(es
com o poder romano3 ver, por exemplo, a processo de Desus e de
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O poder poltico *udaico no tempo de Desus tinha sua origem no
templo. Certo que a Dud!ia estava ocupada pela força militar romana, e
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aceitavam novidades religiosas. Como participavam da elite sacerdotal, eram muito
influentes na sociedade.
c2 Welotas M podem ser considerados os mais radicais da sociedade *udaica,
uma ve4 que tratavam a questão religiosa com a determinação de quem abraça a
vida militar.
d2 9ss5nios M tinham um modo de vida bastante tranqXilo, formando uma
comunidade mon=stica assentada na região de 8umrãn. 9ram um grupo muito
fechado e consideravam-se o ex!rcito santo de >eus.
$pesar dos conflitos entre esses grupos, havia um ponto em comum
entre elesN a freqX5ncia ao templo de Derusal!m, onde resolviam quest(es
administrativas, econmicas, religiosas e *urdicas., e tamb!m a religião *udaica era
um grande elo de união entre os hebreus, por causa da profecia da vinda do
essias, servindo tamb!m como ponto de esperança entre os mais pobres, que não
se rebelavam com a situação de desigualdade.
+% 'O O(TRO 2A'O 'O M(N'O
>eixemos um pouco, por ora, a vida da palestina, para saber o que
estava acontecendo do lado ocidental do mundo. Ha !poca, vigorava o domnio do
#mp!rio 'omano no Ocidente. $ sociedade romana não apresentava muitos grupos
sociais, não adorava um >eus especfico e não tinha regras como as que
orientavam os hebreus. Ho campo religioso predominava o paganismo, que permitia
a crença de diferentes deuses, sendo que o Snico elemento que unia os indivduos
era a devoção ao imperador.
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Os governadores romanos na
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O messianismo ! a crença no car=ter salvador e redentor de um
personagem que aparecer= no futuro, designado por messias, palavra que, no
antigo %estamento, significava inicialmente +o ungido em geral. Ho *udasmo
intertestament=rio, o termo ganha o sentido de +ungido por excel5ncia, identificado
como o futuro rei da casa de >avi, prometido por >eus, predito pelos profetas e
esperado pelo povo, que libertar= do *ugo estrangeiro, restaurando a antiga glória de
#srael.
O Cristianismo est= relacionado de maneira estreita com esse
conceitoN por!m, enquanto para a tradição *udaica o essias ainda ! esperado, para
a tradição cristã *= se manifestou como Desus de Ha4ar!, sendo todos os outros
personagens messiEnicos considerados falsos messias.
Ha tradição rabnica, entre o s!c. ## a.C. e o s!c. ## d.C., ! construdo
um conceito de messias que se conserva at! ho*e, ou se*a, um redentor humano
para #srael, eleito por >eus e, por meio de #srael, para toda a humanidade. 7m
mensageiro de >eus e instrumento humano de sua vontade, que libertar= #srael de
sofrimentos, humilhação e opressão seculares, vindo da linhagem de ois!s, como
o maior de todos os profetas.
Tale lembrar que o povo *udeu, desde o tempo de sua volta do exlio
babilnico :AB-:1? a.C.2, fora condenado F exist5ncia de pequena nação numa
terra distante e pobre, se tornado uma comunidade religiosa, reunida em torno do
%emplo de Derusal!m e privado de sua independ5ncia poltica, depois de uma s!rie
de dominaç(es estrangeiras. Rraças F sua religião conseguira isolar-se das
pot5ncias estrangeiras, resistindo F influ5ncia de suas culturas e religi(es.
Com efeito, o povo *udeu não procura sua reali4ação da mesma
maneira que os outros povos da terra. $ $liança e a condição de povo eleito por
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Dav!, um povo santo, que foi separado deste mundo, de seus interesses e ideais, e
cu*o centro de exist5ncia encontra em Dav!, determinam-lhe a vida.
$ssim, o povo hebreu, durante s!culos, sub*ugado por imp!rios
opressores, possua uma grande e consoladora esperança3 a da redenção, por um
essias divino anunciado insistentemente por todos os grandes profetas, desde a
mais remota antiguidade *udaica. O exlio marca profundamente a alma dos *udeus.
"ua humilhação aumenta com o domnio estrangeiro e a esperança numa
intervenção direta de >eus M atrav!s do essias prometido M torna-se obsessão,
visão utópica ou escatológica.U2 Hesse sentido, os profetas exerceram papel
relevante, mas, tamb!m, Fs ve4es desconcertante, anunciando o abandono de >eus
e a destruição, cada ve4 que o povo *udeu desobedecia a 9le ou ia em busca de
outros deuses. #nstitucionali4ou-se a crença na retribuição divina M uma
recompensa, por!m, de car=ter essencialmente poltico, de obedi5ncia F Lei,
obrigação permanente, regulamentada pelos escribas:.
$costumados F estrita fidelidade F letra dos textos imemorais, os
int!rpretes dos livros santos, somente poderiam imaginar um essias poltico, que
libertasse #srael do *ugo romano e estabelecesse, em todo o seu explendor, a
pu*ança do povo de >eus. $ imagem desse essias poderoso e invencvel não
podia conferir com a realidade do pobre carpinteiro que nem mesmo dava
importEncia Fs tradiç(es da raça. $l!m do mais, e para encerrar qualquer debate
sobre a autenticidade do essias, bastava di4er que o carpinteiro morrera
crucificado, morte infamante e ignominiosa. %odos pensavam numa figura
carism=tica que mudasse o rumo da &istória num segundo, ao sopro de sua vontade
poderosssima, para ocupar o trono do mundo, no exerccio de um poder temporal
4 ,sca"olo#ia: Dou"rina que cuida do des"ino do universo e do -omem ap.s a mor"e$5 ,scriba: /essoa que' en"re os udeus' lia e in"erpre"ava as leis$
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incontest=vel, com sede em Derusal!m, a mais sagrada das cidades. %odos os
gentiosB seriam submetidos a #srael, aceitariam Dav! e obedeceriam F %or=@. >a em
diante, a pa4 se instalaria na terra f!rtil e abundante para sempre.
eita esta breve explanação a respeito da expectativa do povo *udeu
em relação F vinda do essias, vamos nos deter nas principais correntes
messiEnicas que precederam eYou deram origem ao Cristianismo. O *udasmo se
diversificava ao tempo de Desus em quatro seitas, Fs quais ! preciso atentar para
melhor compreensão da fundação do cristianismo3 saduceus conservadores2N
fariseus nacionalistas e reformistas moderados2N 4elotas ativistas, subversivos,
guerrilheiros2 e ess5nios escatologistas, celibat=rios, rurais2. 9stas seitas *= foram
mencionadas neste trabalho, em sua introdução, por!m vamos nos deter em uma
an=lise mais profunda para entendermos a partir de qual delas poderia ter surgido o
Cristianismo.
l=vio Dosefo redu4ia as seitas messiEnicas a apenas tr5s,
considerando que os 4elotas eram apenas ativistas, arrolando seu membros entre
as demais seitas. >i4ia ele3 +&avia entre os *udeus apenas tr5s g5neros de filosofia3
um era seguido pelos fariseus, outro pelos saduceus e o terceiro, que todos pensam
ser o mais aprovado, era o dos ess5nios, *udeus naturais, por!m muito unidos pelo
amor e ami4ade Ruerra Dudaica, ##, @2.
>a luta nacionalista, com inspiração messianista, resultou a divisão dos
*udeus em seitas. Te*amos3
%+ OS SA'(C#(S # O CRISTIANISMO
6 en"io: quele que proessa a reli#io pa# id.la"ra$* ora: /en"a"euco' denominao #re#a dada aos primeiros cinco livros da 7blia' a"ribu7dos a 8ois!s$
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Os saduceus tomam o nome possivelmente de "adoq, sumo-sacerdote
do tempo de >avi, em cima do qual os saduceus queriam se perpetuar. Hos
documentos do ar orto reencontrados em ;?U@ fala-se de +ilhos de "adoc
"egundo &oornaert, os saduceus eram um grupo composto de
sacerdotes que não aceitavam a %ora oral, ou se*a, a livre interpretação da 6blia
praticada pelos fariseus, seus inimigos. &OO'H$9'%, ;??U, p. :A2.
Hão eram os saduceus uma seita organi4ada e definida, nem muito numerosa,
ra4ão pela qual, não podiam alcançar a extensão de massa popular. 9ra uma classe
social, ou se*a, a dominante, rica, mentalmente evoluda e a*ustada ao
desenvolvimento hel5nico. 9les controlavam diretamente o %emplo, o culto divino e
as finanças do %emplo, uma das maiores fontes de poder na eus a
ser estabelecido na %erra. &OO'H$9'%, ;??U, p. B;2
>o ponto de vista poltico, eram pacifistas, mesmo porque não tinham ra4(es
ideológicas profundas de oposição ao esprito hel5nico-romano. %inham a visão
ampla do homem cosmopolita, pois tinham *= h= tempos superado os conceitos de
9stado-cidade.
O esprito não messianista dos saduceus permitiu que fossem ao
mesmo tempo capa4es de abertura para o helenismo. Conserva como inspirados
apenas os livros da Lei %or=2 e não os avi, ou at! o final do
reino em UA@ a.C.. Os acrescentamentos posteriores, mais especiali4antes como a
ressurreição, vida futura, an*os, culto de ritual muito rigoroso, etc., são re*eitados,
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visto que não procedem de ois!s, facilitando aos saduceus a acomodação com a
modernidade helenstica.
O conceito saduceu de >eus ! mais filosófico, ou metafsico, que o das
seitas inovadoras. >eus seria pessoa distante e de raras interfer5ncias no mundo,
contrastando com a concepção de Desus a respeito de >eus, mais antropomorfista,
na descrição dos evangelistas. >eus ! o entro desta mentalidade est= coerente a
narrativa de que os saduceus entregaram Desus a
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Os fariseus buscavam manter a identidade do *udasmo na fidelidade F
lei e aos profetas, num momento em que a simpatia pelo humanismo hel5nico
levava muitos a um posicionamento mais liberal. Os fariseus tomaram seu nome da
palavra peroukim, que tem o sentido de separados, definindo-os como separados
dos *udeus heleni4antes, e portanto, tamb!m contr=rios aos saduceus.
>e acordo com &oornaert3
%rata-se do grupo religioso que detinha a maior autoridade na sociedade civil. 9mbora sendocomposto em grande parte por sacerdotes, o movimento fariseu se proclamava leigo e defendia aid!ia de que todos, e não só os sacerdotes, eram chamados F santidade e F fidelidade F %or=.&OO'H$9'%, ;??U, p. B02.
O ideal dos fariseus era a santidade, pela fiel observEncia da Lei de ois!s, dividida
em B;1 mandamentos, sendo /UA prescriç(es e 1B: proibiç(es.
Como oposição situam-se fora do crculo dos sumos sacerdotes, os quais
dependem diretamente dos governantes. "ão geralmente leigos, nas funç(es de
escribas e rabinos. $ influ5ncia dos fariseus se estendeu especialmente Fs
sinagogas, modalidade associativa originada nos tempos do cativeiro babilnico, e
agora difundida pelas cidades da
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que dava a eles ampla influ5ncia popular. 9ncabeçaram os fariseus a oposição a
Desus, como mostra o trecho bblico a seguir3
Os pontfices e os fariseus convocaram o Conselho e disseram3 +8ue faremosI 9ste homemmultiplica os milagres. "e o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão earruinarão a nossa cidade e toda a nação. 7m deles chamado Caif=s, que era o sumo sacerdotedaquele ano, disse-lhes3 +Tós não entendeis nadaK Hem considerais que vos conv!m que morra umsó homem pelo povo, e que não pereça toda a nação. DOZO, ;;, U@-:02.
Desus tinha os fariseus como hipócritas, conforme mostra o trecho
evang!lico seguinte3
9nquanto Desus falava, pediu-lhe um fariseu que fosse *antar em sua companhia. 9le entrou e ps-seF mesa. $dmirou-se o fariseu de que ele não se tivesse lavado antes de comer. >isse-lhe o "enhor3+Tós, fariseus, limpais o que est= por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior est= cheio deroubo e maldadeK #nsensatosK 8uem fe4 o exterior não fe4 tamb!m o conteSdoI >ai antes em esmolao que possus, e todas as coisas vos serão limpas. +$i de vós, fariseus, que pagais o d4imo dahortelã, da arruda e de diversas ervas e despre4ais a *ustiça e o amor de >eus. Ho entanto, eranecess=rio praticar estas coisas, sem contudo deixar de fa4er aquelas outras coisas. +$i de vós,fariseus, que gostais das primeiras cadeiras nas sinagogas e das saudaç(es nas praças pSblicasK +$i
de vós, que sois como os sepulcros que não aparecem, e sobre os quais os homens caminham semo saber. L7C$", ;;, 1@-UU2
$ palavra fariseu tinha v=rios alcances, pois havia segundo o %almudA,
sete tipos de fariseus, dos quais um apenas seria bom. 7m certo equilbrio entre o
severo e o moderado caracteri4ou o farisasmo, o que torna difcil o uso dos termos
para qualificar o farisasmo e avali=-lo. 'eferente Fs doutrinas e Fs prescriç(es
morais, herdou o cristianismo muito do farisasmo, com algumas diferenças
essenciais.
Os fariseus no que se refere F doutrina, admitem os livros sagrados da
Lei %or=2, e tamb!m os
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desenvolveu após o exlio babilnico, onde tiveram contato com os persas e sua
religião, e deles tomaram conhecimento da doutrina sobre os an*os, os demnios, a
ressurreição, incorporando-as ao seu elenco doutrin=rio, passando-as
posteriormente aos cristãos.
Ho que concerne Fs prescriç(es legais, foram praticadas com rigor
pelos fariseus, como o *e*um, a observEncia do s=bado, etc., e tamb!m o rigor em
relação Fs prescriç(es bblicas de não contaminação com os gentios, levando as
comunidades *udias fora da
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vos façam, fa4ei tamb!m por elesN porque esta ! a Lei e os a tamb!m as constantes discuss(es com os fariseus em virtude
das inovaç(es doutrin=rias de Desus.
%6 OS 7#2OTAS # O CRISTIANISMO
$ seita dos 4elotas seria a ala esquerda do farisasmo, ativista,
subversiva, guerrilheira, talve4 at! mesmo terrorista. Hão tinha organi4ação definida
e contava com elementos de todos os demais grupos, na medida em que
rivali4avam com as tropas dos procuradores romanos. $ simpatia popular crescia em
relação ao movimento nacionalista ativista dos 4elotas, solidificando a doutrina de
que o poder maior de >eus dar= aos *udeus a possibilidade de vitória sobre as
forças romanas. O messianismo foi, portanto, a principal id!ia clara dos 4elotas. Hão
apresentavam como os fariseus, uma doutrina de escola, mas tinham em torno de
uma id!ia-força um ob*etivo. Hão fa4iam oposição direta Fs demais seitas, mas
*ulgavam que estas, ao preferirem a pa4 e a concórdia, seriam coniventes com os
romanos.
9m vista do car=ter não organi4ado dos 4elotas, ligados apenas a uma
id!ia-força messiEnica, de onde decorriam suas relaç(es f=ceis com os demais
grupos ideológicos, resultava que tamb!m poderiam existir cristãos 4elotas.
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"egundo &oornaert3
Os 4elotes eram movidos por uma profunda inquietação religiosa, associada a um compromisso não
menos s!rio de ordem social. 9les uniam a religião F realidade social e poltica em que viviam. O 4eloardente pelas coisas de >eus os caracteri4ava como, ali=s, di4 o termo +4elote. "egundo eles, os"acerdotes e demais lderes do povo não seguiam o primeiro mandamento da lei de >eus ao+adorarem o princpio do poder e permitirem o domnio estrangeiro sobre o +povo de >eus.&OO'H$9'%, ;??U, p. B/2.
$ origem e o desenvolvimento da seita dos 4elotas como partido
poltico-religioso se encontra nos primeiros anos de quando a Dud!ia no ano B foi
posta sob a administração direta dos procuradores romanos. oram v=rios os
procuradores da Dud!ia, que obedeciam ao governador da "ria, e em virtude da
obrigação de recenseamento e pagamento de impostos, era natural que surgissem
grupos descontentes.
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cada ve4 mais forte e o povo mais sensvel ao nacionalismo messiEnico. Com
assaltos sistem=ticos, saindo de seus refSgios no deserto, alcançam um ativismo
eficiente. 9lea4ar era o principal chefe 4elota. $pós ele, surgiu um pregador
exaltado, *udeu egpcio, que reuniu mil seguidores no monte das Oliveiras, para
atacar os romanos, por!m foram dispersados pela guarnição e cerca de
quatrocentos foram mortos e mais du4entos presos. Rrande parte da população,
sobretudo *ovens, aderiram definitivamente aos 4elotas, formando o partido da
'evolução, onde se firmou a convicção coletiva, de que uma intervenção
extraordin=ria do poder divino lhes daria a vitória sobre os romanos, em que pese o
grande poderio destes. 9ste movimento insuflado pelos 4elotas M a guerra de B@ a
@0 foi um desastre para a nação e mais uma ve4 a crença no messianismo
fracassava quanto aos resultados.
O estado de luta, no reino messiEnico, ! em que ocorrem semelhanças
entre 4elotas e cristãos, por!m com a diferença que para os 4elotas a luta ! poltica,
enquanto que para os cristãos se trata tamb!m de luta moral, contra o pecado e as
tentaç(es do demnio.
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tinham nada a perder se nada lhes fosse bem. D= os cristãos tinham entre seus
seguidores uma população menos flutuante e menos disposta ao ativismo
aventureiro. Os 4elotas estão presentes no grupo cristão, mesmo tendo Desus
descrito que seu reino não seria temporal, alguns viam nele a possibilidade de um
lder temporal que os libertaria de 'oma. $t! mesmo um apóstolo leva o nome de
"imão, o Welota. t. ;0, U2. &= a possibilidade de Dudas Oscariotes ter sido um
4elota esclarecido, que percebendo que a direção espiritual de Desus, dele tivesse
se desviado, al!m de o entregar aos seus inimigos. $inda segundo Cullmam o nome
#scariotes ! uma deformação do termo latino sicarius [sic=rio2, que deriva de sica
[faca2.
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religião cristã, no entanto deve-se di4er que a id!ia vingou em parte, *= que para a
maioria dos *udeus, o essias historicamente ideali4ado ! aquele que ainda não
veio.
%8 OS #SS9NIOS # O CRISTIANISMO
Os ess5nios merecem especial atenção no estudo das origens do
cristianismo, pois os primeiros cristãos se confundem com eles, ha*a vista, que os
documentos cristãos não citam os ess5nios, assim como os que tratam dos
ess5nios não citam os cristãos como uma das seitas havidas entre os *udeus.
8uem d= informaç(es sobre os ess5nios ! o historiador l=vio Dosefo
Ruerra Dudaica, livro /, @2, que os chama de 9ssene. O filósofo ilon de $lexandria,
os chamou de 9ssaens. &= algumas refer5ncias em peni"?ncia e a con"emplao
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"egundo l=vio Dosefo, os ess5nios surgiram ;:0 anos a.C., de origem
prolet=ria rural, como os 4elotas, chegaram a ter quatro mil membros, e tiveram seu
fim marcado pela destruição da nação *udia com a queda de Derusal!m em @0 d.C.,
onde foram dispersados, tendo alguns aderido ao *udasmo farisaico e outros F
igre*a cristã. &= a crença de que existiam comunidades ess5nias na "ria, as quais
teriam se transformado em igre*as cristãs. Os escritos do ar orto reforçam a
teoria de que o cristianismo foi um movimento surgido em interação com o
essenismo. 9xternamente os ess5nios teriam contato e afinidades com os
pitagóricos;;.
"urge no s!culo # a.C. e prossegue nos imediatos um movimento
mstico e religioso que leva o nome de neopitagorismo, que ! um movimento de
inspiração nova e intensamente religiosa, e envolveu-se com todas as religi(es da
!poca, influenciando sobretudo as novas formas, como os ess5nios e atrav!s destes
o cristianismo. $lguns pontos a serem analisados do neopitagorismo3
a2 O dualismo ! o ponto de partida3 dualismo de esprito e mat!ria, em que a alma
sente ao mesmo tempo, algo de elevado, mas apegada F mat!ria, da qual procura
se desprender.
b2 Revela:;o3 formula o princpio de autoridade em forma de revelação divina,passa a ser uma teologia sobrenatural e ! invocada como princpio de autoridade
doutrin=ria. >epois crescer= dentro de outras religi(es a teologia da revelação
divina.
11 /i"a#orismo: Conjunto de doutrinas e regras de vida atribuídas a Pitágoras de Samos (séc. VI-V a.C.), fi!sofo e matemático grego, e a seus seguidores, os "itag!ricos, #ue, dos sécs. VI ao IV a. C.,organi$ados em comunidades fios!fico-reigiosas muti"icadas "ea %agna &récia, constituíram ac'amada escola itálica ou escola pitagórica. efine-se o "itagorismo "or duas tendncias* a místico-
moraista, igada ao orfismo e ao +amanismo, e a fios!fico-matemática, de #ue resutou bri'anteacervo de con'ecimentos aritméticos, geométricos, astronmicos e acsticos, integrados "eodescobrimento de corres"ondncias numéricas entre as várias ordens de reaidade.
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c2 Purifi
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6ati4avam.
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9ra certo que os ess5nios praticavam o exorcismo, o perdão dos
pecados e o curandeirismo.
a4em estudos das 9scrituras dos antigos, tirando delas principalmente aquilo que conv!m para suaalma e corpos, e, portanto, costumam saber a virtude de muitas ervas, plantas, ra4es e pedras,sabem a força de todas e o investigam com grande dilig5ncia DO"9O, Ruerra Dudaica /, @2.
>e novo evoca-se a figura de Desus e dos primeiros cristãos, quando
se fala em curandeirismo, *= que tinham a preocupação com a cura dos doentes. Ha
epstola do $póstolo %iago h= uma recomendação3
9st= algu!m doente entre vósI Chame os presbteros da igre*a, e orem sobre ele, ungindo-o comóleo em nome do "enhorN e a oração da f! salvar= o enfermo, e o aliviar= o "enhor, e se estiver empecado ser-lhe-ão perdoadosQ %#$RO, :, ;U-;:2.
$ expressão de Desus quando acabava de curar um enfermo M +vai
teus pecados te são perdoados M não deixa de ser um ritual ess5nio. 8uanto aos
rituais, os dos ess5nios tamb!m se assemelham aos dos cristãos. 9m relação aos
sacrifcios do templo, divergiam os ess5nios e os cristãos, em relação aos *udeus.
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em outro dia, e Desus tamb!m teria praticado a chamada "anta Ceia antes da data
oficial. $nnie Deubert, uma erudita católica, procurou demonstrar em livro de farta
documentação que Desus obedecia ao calend=rio de 8umram, o qual celebra a
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o mesmo para os outros, e, pelo seu separatismo, torna-se um escravo e não um
homem livreQ. $ doutrina ess5nia sobre o celibato ! enfati4ada por Desus, quando
di43 P&= aqueles que se fa4em de eunucos pelo 'eino de >eus. $quele que puder
compreender que compreendaQ. $%97", ;?, ;/2.
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6 A #,PANS*O 'O CRISTIANISMO
$ expansão do Cristianismo primitivo ! favorecida pelas estruturas de comunicação
do #mp!rio 'omano, cu*a rede de estradas chegava a ;U0 mil quilmetros, pelas
rotas martimas mediterrEneas e pelos rios e canais naveg=veis. $ nova f! em geral
chega primeiro Fs cidades, ao passo que o campo, em latim +
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$ difusão do Cristianismo inicia-se no seio da comunidade *udaica de Derusal!m,
escolha arriscada, por!m *ustificada *= que os primeiros discpulos de Desus
acreditavam no seu retorno iminente. Outro fator importante, ! que em Derusal!m a
cada festa acorria de toda
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>epois de
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$ntioquia, Corinto e outros centros, lança as primeiras bases para se fa4er ouvir
pelos pagãos. $t! meados do s!culo ## d.C., o nSmero de seus seguidores cresce
em 'oma, penetra na R=lia e no norte da Jfrica. $pesar de submetido a duras
perseguiç(es, por parte dos romanos e dos *udeus, o Cristianismo adquire, no
decorrer dos s!culos ## e ###, grande força poltica que se consolida no governo de
Constantino 10B-11@2.
$ primeira ve4 em que os discpulos foram chamados de cristãos foi em $ntioquia,
conforme $tos dos $póstolos, captulo ;;, versculo /B, e cu*a designação os
seguidores de Cristo começam a aplicar a si mesmos por volta do s!culo ##.
as para falar em expansão do Cristianismo vamos nos deter no
personagem principal desta tarefa =rdua, perigosa e, sobretudo cora*osa que !
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evangelho por mim anunciado não ! segundo o homem, pois eu não o recebi nem
aprendi de algum homem, mas por revelação de Desus Cristo.
$ partir desde momento, consagrar= toda sua vida ao serviço de Cristo
que o conquistou. >epois de uma temporada na $r=bia e do regresso a >amasco,
onde *= prega, sobe a Derusal!m por volta do ano 1@N depois retira-se para a "ria-
Cilcia, de onde ! recondu4ido F $ntioquia por 6arnab!, com o qual ensina.
Ha carta aos R=latas,
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apedre*ados diversas ve4es, encarcerados e expulsos de muitas localidades, mas a
palavra de >eus ficava no coração de muita gente.
9m U? d.C.,
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converter os que a freqXentavam. $lguns filósofos interessados em conhecer a
religião que ele pregava, levaram-no at! o $reópago;:, e ali, ele falou3
Cidadãos ateniensesK Te*o que, sob todos os aspectos, sois os mais religiosos dos homens. eus desconhecidoQ. Ora bem, o que adorais sem conhecer, isto venho euanunciar-vos. $%O", ;@, /12.
eus, que somos da graça
de >eus e que não devemos pensar que a divindade se*a semelhante ao ouro, F
prata, ou F pedra trabalhada pela mão do homem, por!m quando falou da obra do
ilho de >eus em favor da humanidade, que tinha sido crucificado pelos *udeus, mas
que tinha ressuscitado para a vida eterna, 4ombaram dele, pois não acreditavam na
ressurreição dos mortos. e $tenas,
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falar em lnguas e profeti4ar. 9vangeli4ou por dois anos na região da Jsia, que tem
^feso como centro e forma um grupo com sete cidades, as mencionadas sete
igre*as no apocalipse de "ão Doão, captulo ;, versculo ;;, ou se*a, _feso, 9rmirna,
"eguindo sua missão, partiu em direção F acednia, onde trabalhou
por um bom tempo, partindo depois para a Rr!cia, onde permaneceu evangeli4ando
por tr5s meses. >e volta para a acednia, *= com novos companheiros, como
"ópatros, $ristarco, "egundo, Raio, %quico e %rófimo, al!m de %imóteo,
evangeli4aram %rade e ileto.
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e bateram nele. >evido a essa agitação
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preso. $pós dois anos, $ntonio !lix foi substitudo por
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Hero no ano de BU incendiou 'oma e colocou a culpa nos cristãos, e
por isso os perseguiu caçando homens, mulheres e crianças para serem presos e
lançados aos le(es na arena do Coliseu 'omano.
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$ pregação de
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6D #,PANS*O NO ORI#NT#
O Oriente era o centro de difusão do Cristianismo.
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&= poucas fontes em relação a cristiani4ação do 9gito, por!m
$lexandria constituiu seu ponto de partida, atrav!s de sua escola de teologia, e pelo
fato do bispo >em!trio de $lexandria ter organi4ado a #gre*a egpcia.
6E #,PANS*O NO OCI'#NT#
'oma era o centro da #gre*a no Ocidente. 9m meados do s!culo ###, o
papa "ão abião, reorgani4ou a comunidade urbana romana, provavelmente com
nSmeros mSltiplos de de4 mil em seus membros.
ran4en afirma3
$s enormes proporç(es da comunidade romana surgiam *= de tal forma ameaçadoras ao imperador >!cio /U?-/:;2, que este ter= afirmado que reagia de forma mais tranqXila e serena face Fsublevação de um rival imperial do que F notcia da eleição de um novo bispo de 'oma Cipriano,epstola ::, ?2. '$HW9H, p. 1U2.
9m relação a Jfrica, a primeira fonte segura de sua cristiani4ação ! o
relato do martrio de Clio na Humdia por volta de ;A0, e a partir dos escritos de
%ertuliano em Cartago por volta de //0 podemos concluir um nSmero grande de
cristãos no continente africano. 9m Cartago no ano de //0, o bispo $gripino de
Cartago reuniu um snodo de mais de @0 bisposN vinte anos mais tarde, *= eram ?0 e
em fins do s!culo ###, a predominEncia nas cidades, eram de cristãos.
Ha R=lia no s!culo ###, cresce o nSmero de comunidades em cidades
como arselha, Lião, Tienne. Ha RermEnia, as mais recentes escavaç(es provam a
exist5ncia de locais de cultos cristãos em %rier, Colnia, 6ona e $ugsburgo, datados
do s!culo ###.
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Concluindo este pequeno histórico da expansão do Cristianismo,
apresentamos nSmeros apresentados por Ludig von &erling, onde ele divide o
imp!rio ocidental e o oriental.
"ua conclusão ! de que no ano ;00 no Ocidente, existiam cerca de
poucos milhares de cristãosN por volta do ano /00, v=rias de4enas de milhar e no
ano 100, cerca de dois milh(es. D= no Oriente, nos primeiros tr5s s!culos, não se
pode esboçar vagas suposiç(es, mas afirma que no ano 100 poderiam existir de : a
B milh(es de cristãos.
8 CONSI'#RA)F#S 5INAIS
O Cristianismo surgiu da *unção do misticismo oriental, do
messianismo *udeu, do pensamento grego e do universalismo romano.
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num dado momento da explanação do professor de etodologias do 9nsino de
&istória sobre paradigmas, pensei comigo mesmo, se Desus Cristo não teria
quebrado todos os paradigmas religiosos at! então aceitos pelo povo *udeu.
$s profecias eram claras em relação a chegada de um essias, e por
isso mesmo, muitos +messias surgiramN lun=ticos e fan=ticos se di4iam um deles.
T=rias seitas messiEnicas existiam, e que acabaram de um modo ou de outro,
servindo de base para o surgimento da filosofia que ganharia o mundo e se
estabeleceria at! os dias de ho*e.
O essias esperado por eles tinha conotação poltica, capa4 de libertar
o povo *udeu sub*ugado e cativo, fa4endo dele uma grande nação capa4 de
enfrentar qualquer imp!rio. $l!m dessa expectativa não ter se concreti4ado, o
essias rec!m-chegado, ainda prega o amor aos inimigos, a tolerEncia, a caridade
sem limites, quebrando inclusive costumes tradicionais do povo, Snica e
exclusivamente com a intenção de mudar o interior do homem. 9xemplos disso,
podemos citar, a cura de doente no s=bado que era proibido pela %or=, comer em
casa de pecadores e sem lavar as mãos, dar lugar Fs mulheres excludas da
sociedade *udaica, dar ve4 aos doentes com doenças infecto-contagiosas de se
aproximarem dele e receberem a cura, e outras situaç(es que quebravam todas as
regras conhecidas e praticadas pelos *udeus.
9sse Cristo que pregava e vivia o amor universal não interessava F
sociedade *udaica, ra4ão pela qual foi despre4ado, perseguido, preso, humilhado e
condenado F morte mais humilhante conhecida na !pocaN a morte de cru4. O povo
para o qual fora enviado para salvar, condenou-o por afrontar seus costumes e suas
posiç(es privilegiadas exercidas sobremaneira no %emplo de Derusal!m.
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eus.
oi acreditando nesses ensinamentos que os $póstolos partiram em
busca de adeptos para essa filosofia cristã, mesmo que custasse suas vidas, como
aconteceu com a maioria. oi em $ntioquia que o nome Cristão foi utili4ado pela
primeira ve4, como aqueles que seguiam a Cristo, e embora se questione uma s!rie
de coisas dentro do Cristianismo, o fato concreto ! que ele atravessou vinte s!culos
e est= vivo nos dias atuais em todo o mundo.
O que as pesquisas nos permitem questionar, ! que o Cristianismo
vivido ho*e, não tem nada a ver com o Cristianismo primitivo. 9sta mesma conclusão
levou Randhi a afirmar ao ler os 9vangelhos3 +Como pode uma =rvore com esta dar
os frutos que conhecemosI Galil Ribran Galil viu metafisicamente numa colina do
Lbano Desus de Ha4ar! conversando com o Desus dos Cristãos, e retirar-se
murmurando3 +Hão podemos nos entender.
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"ão con*ecturas que nos remete ao Cristianismo dos primeiros tempos,
Fs primeiras comunidades cristãs descritas em $tos, captulo /, versculos U/ a U@,
que di43
+9les mostravam-se assduos ao ensinamento dos $póstolos, F comunhão fraterna, F fração do pão eFs oraç(es. $possava-se de todos o temor, pois numerosos eram os prodgios e sinais que sereali4avam por meio dos apóstolos. %odos os que tinham abraçado a f! reuniam-se e punham tudoem comum3 vendiam suas propriedades e bens, e dividiam-nos entre todos, segundo asnecessidades de cada um. >ia após dia, unEnimes, mostravam-se assduos no %emplo e partiam opão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a >eus ego4avam da simpatia de todo o povo. 9 o "enhor acrescentava cada dia ao seu nSmero os queseriam salvos. $%O", /, U/-U@2.
$o prov=vel leitor deste trabalho, deixo os seguintes questionamentos3
; "e o Cristianismo vem de Cristo, porque tantos ensinam tantas coisas diferentes
em nome >eleI
/ "e Cristo veio para que todos tivessem vida e vida em abundEncia, por que tantos
mataram e morreram em nome >eleI
1 "e Cristo ensinou que o importante ! o interior do homem, por que tantos se
destroem e destroem seu próximo para acumular o que não levarão a lugar
nenhumI
U "e Cristo ! um só, e veio para salvar a todos, por que se disputam fi!is nas #gre*as
ditas cristãs, cada um enaltecendo a sua e desmerecendo a do outroI
: "e Cristo voltasse ho*e F %erra, o que diria aos que falam em nome >eleI
B 9 nós que acreditamos que os Dudeus mataram o seu essias, como agiramos
se Cristo aparecesse e dissesse para nós que veio nos salvarI
O homem tem o poder de criar mitos e o poder de destru-los. 9ste
trabalho se encerra, abrindo caminho para pesquisas mais profundas a respeito do
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CristianismoN de seu surgimento, de sua expansão, de sua evolução, enfim de sua
história atrav!s dos s!culos.
>eixo para reflexão a afirmação de Dos! Carlos 'eis, num discurso
teleológico da conquista romana do mundo3
+ O cristianismo, inicialmente combatido, foi depois reconhecido e incorporado como religião oficial,pois apoiaria com o sentimento religioso e o discurso teológico a conquista romana do mundo. &aviauma aparente tensão entre os pro*etos de história universal dos romanos e dos cristãos. Os romanosqueriam sub*ugar politicamente os povos não-romanos e só encara-los como +humanos depois dedespo*=-los de sua diferençaN os cristãos, por serem originariamente +religiosos orientais, tinhamuma id!ia mais radical de +humanidade3 para eles, a ela tamb!m pertenceriam os pagãos, quemereciam conhecer a Terdade. 9ssa tensão se dissolveu no curso da conquista do mundo pelos
romanos, que se apresentavam como cristãos e portadores da Terdade, tendo portanto, o direitodivino de sub*ugar e catequi4ar os +pagãos, que, coincidentemente, eram todos os povos não-romanos. $ #gre*a 'omana e o #mp!rio 'omano formaram o verso e o anverso de uma mesma eprimeira2 id!ia de +história universal, como vontade de pot5ncia universal legitimada por um discursode salvação da humanidade. '9#", /001, p. ;?2
R#5#R9NCIAS "I"2IO3R=5ICAS
$L67879'879, 9duardo 6asto de, Manual de introdu:;o G .istória dasReligiHes Laboratório de &istória das 'eligi(es do >epartamento de &istoria daaculdade de Ci5ncias e Letras da 7H9"
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'$HW9H, $ugust. "reve .istória da Igrea. %radução3 anuela 'ibeiro"anches. Org. 'emigius 6umer. 9ditorial esus.
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"%'#$ T#T$. Os Primeiros Crist;os. "ão uetto 9ditorial. $no ##, n.;@, março, /00:.
ManusbliaY8umranV/0;.htm. $cesso em //Y0AY/00@.
O Apóstolo Paulo. >isponvel emhttp3YY.geocities.comY$thensY$goraYA11@Yteologia/;b.htm. $cesso em//Y0AY/00@.
'$#H&$ >$ isponvel emhttp3YY.geocities.comYnovaes0;[email protected]. $cesso em //Y0AY/00@.
62
http://www.presbiteros.com.br/B%EDblia/Qumran%201.htmhttp://www.presbiteros.com.br/B%EDblia/Qumran%201.htmhttp://www.geocities.com/Athens/Agora/8337/teologia21b.htm.%20http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/historiahttp://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/historiahttp://www.geocities.com/novaes01/index37.htm.%20http://www.presbiteros.com.br/B%EDblia/Qumran%201.htmhttp://www.presbiteros.com.br/B%EDblia/Qumran%201.htmhttp://www.geocities.com/Athens/Agora/8337/teologia21b.htm.%20http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/historiahttp://www.geocities.com/novaes01/index37.htm.%20
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AN#,OS
AN#,O A
Mapa da Palestina no tempo de >esus
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AN#,O "
Mapa de >erusal!m no tempo de >esus
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AN#,O C
Mapa da primeira viagem missionria de Paulo
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AN#,O '
Mapa da segunda viagem missionria de Paulo
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AN#,O #
Mapa da ter
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6+