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Marlia Xavier Cury
Museloga formada no Intituto de Museologia de
So Paulo. Atuo na rea de museologia e museus
desde 1985, tendo trabalhado no Museu Municipal
Famlia Pires, Estao Cincia, Museu Lasar Segall.
Atualmente sou professora da Universidade de So
Paulo, lotada no Museu de Arqueologia e Etnologia,
onde ministro cursos, desenvolvo pesquisa e
coordeno aes expogrfi cas. Tenho diversos artigos
publicados no Brasil e no exterior.
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NOVAS PERSPECTIVAS PARA A COMUNICAO MUSEOLGICA E OS DESAFIOS DA PESQUISA
DE RECEPO EM MUSEUS*Marlia Xavier Cury
Resumo
Muito se fala em comunicao em museus e em comunicao museolgica,
sem os cuidados nas distines entre os dois termos. O primeiro remete s aes em
um museu e o segundo subrea de conhecimento da museologia.
Os dois termos esto ligados, mas a comunicao museolgica que fundamenta
as aes comunicacionais em museus, alm de construir conhecimento terico.
A abordagem contempornea da comunicao de ne o lugar do pblico como
sujeito do processo comunicacional. Dessa maneira, os plos da emisso e da recepo
se equilibram em termos do poder que possuem. Por outro lado, a abordagem coloca o
cotidiano do visitante como lugar primordial para se pensar a comunicao, inclusive
a museolgica, considerando o deslocamento do foco dos meios para as mediaes
culturais.
O artigo tem como objetivo discutir novas abordagens comunicacionais para
os museus, a partir de pressupostos fundamentados na comunicao museolgica.
Igualmente, ser discutida a importncia dos estudos de recepo para os museus e
para o desenvolvimento de conhecimentos comunicacionais e museolgicos.
Palavras-chave: Comunicao Museolgica, Pesquisa de Recepo, Pblico de
Museu
* Este artigo uma sntese de outro, no prelo, elaborado para o MAST Colloquia 2008,
Museu de Astronomia e Cincias Afi ns, Rio de Janeiro, Brasil.
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Museologia
A discusso sobre Museologia e seu objeto de estudo remete-nos ao ICOFOM
Comit de Museologia do ICOM Conselho Internacional de Museus, que,
aps da sua criao, tornou-se um dos principais lugares para a reunio da
discusso sobre a disciplina. Outro lugar primordial para o debate e construo
de conhecimento em Museologia passou a ser a universidade de forma especial e
particular, sobretudo nos anos recentes.
No contexto do ICOFOM, em 1980 Zbynek Z. Strnsky, prope que museologia seja
entendida como o estudo da relao espec ca do Homem com a Realidade, tendo
como objeto
[...] uma abordagem espec ca do homem frente realidade, cuja expresso o fato de que ele seleciona alguns objetos originais da realidade, insere-os numa nova realidade para que sejam preservados, a despeito do carter mutvel inerente a todo objeto e da sua inevitvel decadncia, e faz uso deles de uma maneira, de acordo com suas prprias necessidades.
(apud MENSCH, 1994, p. 12)
A proposio de Strnsky foi bem aceita por outros integrantes do ICOFOM. Em
1981, Anna Gregorov, corroborando com Strnsky, acrescenta que museologia
[...] cincia que estuda a relao espec ca do homem com a realidade, que consiste na coleo e conservao intencional e sistemtica de objetos selecionados, quer sejam inanimados, materiais, mveis e principalmente objetos tridimensionais, documentando assim o desenvolvimento da natureza e da sociedade e deles fazendo uso cient co, cultural e educacional.
(apud MENSCH, 1994, p. 12)
Posteriormente, e seguindo essa proposio, Peter van Mensch, comenta que
museologia :
[...] uma abordagem espec ca do homem frente realidade, cuja expresso o fato de que eles selecionam alguns objetos originais da realidade, inserindo-os numa nova realidade para que sejam preservados, a despeito do carter mutvel inerente a todo objeto e da sua inevitvel decadncia, e faz uso deles de uma nova maneira, de acordo com suas prprias necessidades.
(MENSCH, 1994, p. 12)
No contexto do Brasil, essa proposio foi trabalhada por Waldisa Russio Camargo
Guarnieri igualmente membro do ICOFOM. Para essa autora museologia a
cincia que tem como estudo o fato museolgico:
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Fato museolgico a relao profunda entre o Homem, sujeito que conhece, e o Objeto, parte da realidade qual o Homem tambm pertence e sobre a qual tem poder de agir relao esta que se processa num cenrio institucionalizado chamado museu.
(1990, p. 7)
A proposio de Strnsky incorporada por diversos autores tornou-se uma tradio
(ou modelo) que pode ser sintetizada no ternrio HOMEM, OBJETO e MUSEU ou
H x O x M. O ternrio representa a relao entre o homem e a realidade mediada
pelo objeto musealizado.
O ternrio replicado, em uma outra verso, para atender nova museologia.
rplica como outra reproduo e como resposta s novas demandas da museologia
e seu contexto de aplicao fora dos muros do que podemos denominar como
museus tradicionais. Nesse sentido, o ternrio constitudo pela SOCIEDADE, o
PATRIMNIO e o TERRITRIO, ou S x P x T.
O Campo museolgico trata do ternrio em seu conjunto ou a partir de um de seus
aspectos, sem perder de vista o todo trilgico. Assim, a produo em museologia
pode ser considerada aquela em que o objeto de estudo trata do ternrio, mesmo
que considerando uma de suas partes, sem perder, no entanto, a perspectiva do
todo. Talvez este seja um dos pontos para discernirmos sobre a produo em
museologia da produo de outras reas que se aproximam do ternrio ou de um de
seus pontos constitutivos, mas com outras problemticas. Essas reas, certamente,
contribuem com a museologia trazendo outros elementos, argumentos, teorias
e conceitos, ampliam os limites da e uma crtica sobre a disciplina museolgica,
trazendo contribuies que podero ser apropriadas pelo campo, transformando-o.
De outra forma, essas mesmas reas e/ou outras que, inseridas no ternrio no
todo ou em um de seus pontos constitutivos , produzem museologia, participando
dela. Sem perder sua identidade original, essa outra rea se identi ca com
os discursos museolgicos, sentindo-se parte dele. As contribuies para ou
participaes de outras reas na museologia acontecem na multidisciplinaridade ou
na interdisciplinaridade. Como a museologia uma transdisciplina em formao,
semelhana da rea de comunicao, a aproximao e reciprocidade com outras
reas essencial para a construo da transversalidade, da estrutura epistemolgica
transdisciplinar e do quadro terico-conceitual.
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A museologia, h dcadas, deslocou o seu objeto de estudo dos museus e das
colees1 para o universo das relaes, como: a relao do homem e a realidade;
do homem e o objeto no museu; do homem e o patrimnio musealizado; do
homem com o homem, relao mediada pelo objeto. Esse universo de relaes
deve ser enfrentado na perspectiva transdisciplinar dada a sua complexidade. Se a
museologia disciplina com objeto de estudo, o enfrentamento desse objeto deve
ocorrer com clareza e com bases tericas fundamentadas nas cincias humanas e
sociais.
Museografi a e gesto
No ternrio HOMEM, OBJETO E MUSEU o museu adquire uma posio
fundamental, pois se constitui no cenrio que permite a relao entre o homem
e a realidade de uma forma particular. O museu um cenrio construdo e sua
construo processual denomina-se museogra a.
A museogra a abrange toda a prxis da instituio museu, compreendendo
administrao, avaliao e parte do processo curatorial (aquisio, salvaguarda e
comunicao).
A gesto museolgica organiza a prxis formando o cotidiano institucional que
opera no tempo. A gesto museolgica faz as aes museogr cas atuarem em
sinergia, como um sistema que opera com atividades meio e m. A administrao
atividade meio que d suporte ao processo curatorial, aes m em torno do objeto
museolgico.
O museu como um sistema o conjunto de procedimentos metodolgicos,
infra-estrutura, recursos humanos e materiais, tcnicas, tecnologias, polticas,
informaes, procedimentos e experincias necessrios para o desenvolvimento de
processos museais.
Processo curatorial
O conceito de curadoria foi se alterando no decorrer do tempo e, mesmo hoje, h
diferentes concepes em lugares, instituies, regies ou pases diferentes. No
raro, em uma mesma instituio encontramos distintas formas de entender, tratar e
fazer curadoria.
1 Mensch, 1994, discrimina essas tendncias ora superadas: Museologia como o Estudo da Finalidade e Organizao de Museus; Museologia como o Estudo da Implementao e Integrao de um Conjunto de Atividades Visando Preservao e Uso da Herana Cultural e Natural; Museologia como o Estudo dos Objetos de Museu, Museologia como Estudo da Musealidade.
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Uma forma contempornea de entender curadoria seria aquela elaborada por
Ulpiano Bezerra de Meneses. Para esse autor
[...] curadoria o ciclo completo de atividades relativas ao acervo, compreendendo a execuo e/ou orientao cient ca das seguintes tarefas: formao e desenvolvimento de colees, conservao fsica das colees, o que implica solues pertinentes de armazenamento e eventuais medidas de manuteno e restaurao; estudo cient co e documentao; comunicao e informao, que deve abranger de forma mais aberta possvel, todos os tipos de acesso, apresentao e circulao do patrimnio constitudo e dos conhecimentos produzidos, para ns cient cos, de formao pro ssional ou de carter educacional genrico e cultural (exposies permanentes (sic) e temporrias, publicaes, reprodues, experincias pedaggicas, etc.).
(USP, 1986)
Curadoria ou processo curatorial uma das formas de se entender o trabalho
do museu, agora a partir da cadeia operatria em torno do objeto. A partir desta
concepo o papel do curador se amplia, ou seja, so curadores todos aqueles que
participam do processo curatorial.
Em sntese, esse processo constitudo pelas aes integradas (realizadas por
distintos pro ssionais) por que passam os objetos em um museu, denominados
objetos museolgicos ou muselia, conforme de nido por Strnsk em 1969.
As aes do processo curatorial so: Formao de acervo, pesquisa, salvaguarda
(conservao e documentao museolgica), comunicao (exposio e educao).
Apesar de ser cadeia operatria, no deve ser entendido como sequncia linear, o
que o caracterizaria como estrutura esttica, mecnica e arti cial. Ao contrrio, uma
viso cclica seria a melhor representao do processo, visto a interdependncia
de todos os fatores entre si e a sinergia que os agrega e que agrega valor dinmico
curadoria. Se um museu deve ser dinmico, igualmente deve ser o processo
curatorial.
O processo curatorial organiza o cotidiano em torno do objeto museolgico, mas
traz luz do processo um outro elemento constitutivo do que entendemos ser o
museu: o pblico. O pblico o receptor dos museus e do patrimnio cultural
musealizado e traz consigo, como sujeito ativo, uma participao no processo
curatorial.
Avaliao museolgica e pesquisa de recepo
Para os museus, a avaliao museolgica est ligada ao projeto de gesto. O projeto
de gesto integra organicamente a museogra a com o processo curatorial. O projeto
de gesto tambm uni ca, de modo a operar com e cincia, as atividades meio com
as atividades m. A avaliao museolgica parte inerente do projeto de gesto,
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pois traz luz da conscincia o andamento das estratgias, mtodos, tcnicas, aes
propostas, posies, comportamentos etc. a avaliao que uni ca o cotidiano
do museu ao projeto de gesto, ajustando-os reciprocamente para a e cincia e
a e ccia. Para tanto, a avaliao deve ser praticada em todo o museu e atingir
diferentes nveis e planos, envolvendo seus atores (pblico interno e externo), ou
seja, avaliar os mtodos e estratgias, aes, atividades, produtos e servios. A
avaliao alimenta, ajusta, adequa, corrige..., faz o sistema andar em direo aos
objetivos traados e aos propsitos institucionais.
Com o plano museolgico o sistema opera plenamente na interdependncia de
elementos e na sinergia, na globalidade onde o todo maior do que a soma das
partes. Planejamento pensar e agir, sendo que a avaliao move o processo
nos limites de nidos pela equipe de pro ssionais e cria uma conscincia sobre
o processo e a tomada de deciso. Uni cao das aes, construindo o cotidiano
institucional e uma rotina a nada com os propsitos institucionais e com as
nalidades museais.
A avaliao serve ao museu para organizao do cotidiano, re exo sobre cultura
de trabalho, construo de conhecimento prtico e para a implementao de uma
inteligncia da prxis. Porque serve ao museu, a avaliao est no domnio da
museogra a.
Para a museologia, a avaliao museolgica2 passa a ser pesquisa ou estudo de
recepo, ou seja, ela deixa de ser avaliao de processos e resultados para
alimentar, corrigir e ajustar o projeto de gesto, faz-lo acontecer, en m , e passa
a ser estudo de recepo, das formas de uso que o pblico faz do museu e das
interaes geradas pelas exposies, em face das mediaes culturais. A pesquisa de
recepo de pblico importante para o museu, porque so os usos que o pblico
faz dele que lhes do forma social. A pesquisa de recepo fundamental para
a museologia porque uma das possibilidades de produo de conhecimento e
construo terica.
Porque a pesquisa de recepo ocorre na relao do pblico com o patrimnio
musealizado, o campo para a construo de experimentos empricos de coleta e
anlise de dados a museogra a, campo autnomo e auxiliar como a etnogra a
para a antropologia. Por outro lado, o campo para a construo da interpretao
dos dados coletados e analisados transpondo esses dados descritivos para um
contexto compreensivo e terico a museologia. Sendo assim, e referenciando-
nos no Quadro Geral da Disciplina Museologia, a avaliao museolgica um item
2 A avaliao museolgica uma denominao (ou termo) que engloba, at ento, todos os estudos com pblico realizados no contexto do museu, inclusive aqueles relativos a produo cientfi ca.
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da Museologia Aplicada, ao passo que a recepo enquadra-se perfeitamente e
honestamente na Museologia Geral.
Museologia, museografi a e musealizao
Houve um tempo que museogra a e museologia eram a mesma coisa, hoje elas se
diferenciam.
O cenrio museu onde se d a construo museogr ca, campo prtico do museu
e auxiliar da museologia. O lugar da museogra a no museu, o tradicional ou
outras formas, na sua estruturao administrativa, tcnica, poltica e metodolgica.
O lugar da museologia onde esto as relaes do homem com o patrimnio
cultural e a posio da museologia est na construo de conhecimento para
compreenso do fato museolgico.
O processo de musealizao aproxima a museogra a e a museologia porque
descreve (o qu), especi ca (para quem) e analisa (como) o processo no qual a
sociedade atribui o status patrimonial a determinados objetos e preserva-os para
distintos usos (BRUNO, 2007, p. 147).
Por outro lado, e a partir da de nio de Guarnieri, podemos entender o fato
museolgico como um processo comunicacional, numa perspectiva da interao
entre o museu e a sociedade. Para tanto, o museu vai de encontro cultura ao
assumir que a signi cao da mensagem museal uma construo cultural que
acontece a partir das mediaes do cotidiano do pblico visitante, ou seja, o
cotidiano cultural sustenta a interpretao do pblico, da mesma forma que o
receptor (o visitante de museu) construtor ativo de sua prpria experincia
museal. Dessa maneira, a exposio o local de encontro e negociao do
signi cado museal (a retrica) e do meio (a exposio mesma) para a interao,
como dilogo e exerccio de tolerncia, onde h reciprocidade entre museu e
pblico.
A pesquisa museolgica, na forma como apresentamos, pesquisa de recepo de
pblico de exposio e de outras aes de comunicao, onde o processo museal
todo revisto, revisitado a partir do ngulo de viso do pblico.
A museogra a (da qual a expogra a faz parte), aqui entendida como conjunto de
aes prticas que existem e acontecem em sinergia sistmica a prxis museal
campo de conhecimento autnomo ligado ao museu a instituio , ao mesmo
tempo que auxiliar da museologia a disciplina. Ento, a museogra a o suporte
que a pesquisa de recepo em exposies necessita para se realizar como pesquisa
em museologia, porque corrobora na construo do experimento investigativo e
anlise e interpretao dos dados coletados. Ento, ao invs de fazer a etnogra a de
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uma exposio devemos fazer a museogra a da mesma.
Museogra a est para a museologia, assim como a etnogra a est para a
antropologia. Isso um dos pontos que queremos pr em discusso.
Pesquisa em Museologia
A pesquisa em museologia pode se dar a partir de distintas perspectivas, tanto as de
carter processual, metodolgica e historiogr ca quanto as tericas, sendo que as
possibilidades de abordagens no so excludentes.
A pesquisa terica em museologia, por seu lado, pode se dar a partir de distintas
vises epistemolgicas e paradigmticas.
A pesquisa de recepo , no entanto, uma possibilidade de problematizao do fato
museolgico (relao do homem e o objeto mediada pelo museu, qualquer que seja
o seu formato), aprendendo a identi c-lo e a delimit-lo na realidade emprica,
apreendendo-o. Em sntese, a aproximao das reas de comunicao e recepo
para possibilitar o posicionamento do cotidiano do pblico e suas interpretaes
e signi caes junto ao universo patrimonial das coisas musealizadas. Tambm,
entender como as mensagens museolgicas so apropriadas, reelaboradas
e inseridas no cotidiano do pblico visitante, ou seja, como as mensagens
museolgicas so veiculadas na vida das pessoas e qual o impacto sociolgico dessa
veiculao. Dos meios s mediaes proposio de Jesus Martn-Barbero (1997)
consiste no deslocamento dos estudos de recepo dos meios (no caso do museu,
a exposio) para as mediaes culturais, desde onde as mensagens museolgicas
fazem sentidos e onde elas passam a ter importncia ou caem no esquecimento.
Com isto e a partir desta perspectiva, deslocam-se as nossas atenes do museu
como meio para as mediaes que ocorrem no cotidiano do pblico visitante. Isto
no signi ca mudana de objeto de estudo o fato museolgico como apresentado
, mas sim entender essa mudana como um novo lugar metodolgicvo. Dessa
maneira, desloca-se o foco de anlise do museu para o cotidiano das pessoas e
distingue-se com clareza a museologia da museogra a, sem necessariamente
separ-las.
Nesse sentido, duas iniciativas se fazem necessrias:
1- criar um quadro terico-metodolgico que sustente as pesquisas de recepo
em face de hipteses museolgicas, que so distintas de outras hipteses de outras
reas, mesmo que o objeto de anlise seja o museu e/ou seu pblico.
2- construo de uma teoria compreensiva da relao do pblico com o patrimnio
cultural musealizado, partindo da construo de um conjunto de dados descritivos
sobre a relao do pblico com o patrimnio musealizado o que inexiste, visto que
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Para nalizar, importante discernirmos entre pesquisar o e pesquisa no. Pesquisar
um contexto diferente de pesquisar no contexto. O contexto o museu. Pesquisar
o museu tarefa do plano de gesto, a avaliao a servio da gesto e da produo
de conhecimento oriundo da re exo sobre a prxis, visando construo de
uma inteligncia prtica. Pesquisar no museu outra forma de produo de
conhecimento que transcende o cotidiano institucional. Consiste em, a partir da
de nio de um objeto de estudo, construir conhecimento terico museolgico.
Nestas perspectivas esto presentes as correlaes entre museogra a e museologia.
Os contextos para a pesquisa museolgicas so inmeros, superando o espao do
museu tradicional. A museologia est se libertando dos museus tradicionais e,
com isto, ampliando a concepo de cenrio e da idia do que seja museu. Com isto,
outras transformaes so possveis, a prpria museologia se transformando e se
construindo de uma forma dinmica e acadmica.
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Bibliografi a
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