20110225_prhverdegranderelatoriosintese
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Agncia Nacional de guas
Plano de Recursos Hdricos da
Bacia Hidrogrfica do
Rio Verde Grande
(verso para discusso na CTC)
Relatrio Sntese
Braslia, 24 de fevereiro de 2011
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Presidente da Repblica
Dilma Roussef
Ministra do Meio Ambiente
Izabella Teixeira
Agncia Nacional de guas
Diretoria Colegiada
Vicente Andreu Guillo Diretor-Presidente
Dalvino Troccoli Franca
Joo Gilberto Lotufo Conejo
Paulo Lopes Varella
Paulo RodriguesVieira
Superintendncia de Planejamento de Recursos Hdricos
Ney Maranho
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Equipe Tcnica Coordenao Geral Ney Maranho - Superintendente de Planejamento de Recursos Hdricos Joo Gilberto Lotufo Conejo - ex-Superintendente Coordenao Executiva Jos Luiz Gomes Zoby Apoio Tnia Regina Dias da Silva Marcelo Pires da Costa Andr Raymundo Pante Bruno Collischonn Mrcio Bomfim Pereira Pinto Empresa Contratada - ECOPLAN Engenharia LTDA. Responsvel Tcnico Jlio Fortini de Souza Gerente do Contrato Alexandre Ercolani de Carvalho Coordenao Tcnica Henrique Bender Kotzian Sidnei Gusmo Agra Ane Lourdes de Oliveira Jaworowski Carlos Ruberto Fragoso Ciomara Rabelo de Carvalho Dalila Souza Alves Daniel Duarte das Neves Daniel Wiegand Daniela Viegas Eduardo Antonio Audibert Fbio Vieira Fbio Vilella Fabrcia Moreira Gonalves Fernando Falco Pruski Fernando Setembrino Meirelles Francisco Bidone Guilherme Joaquim Joo Csar do Carmo Jos Nelson Machado Karina Galdino Agra Mrcia Cristina Marcelino Romanelli Maria Elizabeth da Silva Ramos Osmar Coelho Otvio Pereira Patrcia Pessi Hoff Paulo Roberto Gomes
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Percy Batista Soares Neto Regina Camara Lins Renata Del Giudice Rodrigues Renato Medeiros Evangelista Ricardo Gazola Hellmann Rodrigo Agra Balbueno Rodrigo Wienskoski Arajo Rudimar Escher Sandra Sontag Srgio Cotrim Vanessa Moraes Lugin Vinicius Melgarejo Montenegro Apoio Tcnico e Institucional dos rgos Gestores de Recursos Hdricos Instituto Mineiro de Gesto das guas Clia Maria Brando Fres Instituto de Gesto das guas e Clima Elba Alves Silva
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NDICE
1. Introduo..........................................................................................................1
2. Metodologia e Base de Dados..........................................................................3
3. Processo de Elaborao...................................................................................6
4. Histrico do Uso da gua e Aes de Gesto................................................8
5. Diagnstico......................................................................................................11
5.1. rea de Estudo..................................................................................................11
5.2. Caracterizao Fsico-Bitica............................................................................11
5.3. Uso e Ocupao do Solo...................................................................................23
5.4. Caracterizao Socioeconmica.......................................................................30
5.5. Saneamento Ambiental......................................................................................37
5.6. Disponibilidade Hdrica......................................................................................41
5.7. Demandas Hdricas e Outorgas.........................................................................52
5.8. Balano Hdrico..................................................................................................55
5.9. Atores ................................................................................................................58
5.10. Sntese do Diagnstico......................................................................................60
6. Prognstico......................................................................................................61
6.1. Demografia e Economia....................................................................................61
6.2. Disponibilidade Hdrica......................................................................................63
6.3. Demandas Hdricas e Outorga..........................................................................70
6.4. Cenrios.............................................................................................................71
6.5. Reduo da Carga Poluidora.............................................................................72
6.6. Balano Hdrico..................................................................................................75
7. Diretrizes, Intervenes e Investimentos......................................................77
7.1. Componente 1 Gesto de Recursos Hdricos e Comunicao Social............80
7.2. Componente 2 Racionalizao dos Usos e Conservao dos Solos...........102
7.3. Componente 3 Saneamento e Incremento da Oferta Hdrica.......................117
7.4. Componente 4 Gesto de guas Subterrneas...........................................142
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8. Arranjo Institucional para Gesto................................................................152
9. Concluses ....................................................................................................159
10. Referncias Bibliogrficas............................................................................166
Anexo 1- Atores participantes da Cmara Tcnica Consultiva (CTC), da Composio
do Comit da Bacia Hidrogrfica do Rio Verde Grande e das Reunies Pblicas.
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1
1. INTRODUO
O rio Verde Grande um importante afluente da margem direita do rio So Francisco que
constitui, em parte de seu curso, o limite entre os Estados da Bahia e de Minas Gerais.
Por esse motivo, assim como seu afluente, o rio Verde Pequeno, considerado um rio de
domnio federal.
Sua bacia tem rea de 31.410 km que abrange 8 municpios na Bahia (13% da rea
total) e 27 municpios em Minas Gerais (87% da rea total). A populao de 741,5 mil
habitantes (ano de 2007), que corresponde a cerca de 5% da populao total da bacia do
So Francisco.
A regio se destaca pela produo agrcola, realizada predominantemente com a
irrigao, e pela presena da cidade de Montes Claros (MG), que representa importante
polo regional e concentra da populao da bacia.
Em funo do expressivo desenvolvimento regional e da expanso urbana, associada a
baixa disponibilidade hdrica dos rios em uma regio de clima semi-rido, so registrados
conflitos pelo uso da gua na bacia desde a dcada de 80.
Para enfrentar os desafios da gesto dos recursos hdricos, foi aprovada pelo Conselho
Nacional de Recursos Hdricos, em 2003, a criao do Comit da Bacia Hidrogrfica do
rio Verde Grande.
Em 2009, foi iniciada a elaborao do Plano de Recursos Hdricos da Bacia Hidrogrfica
do rio Verde Grande (PRH Verde Grande), que visa articular os instrumentos da Poltica
Nacional de Recursos Hdricos e embasa as aes para a gesto e o uso mltiplo e
integrado dos recursos hdricos superficiais e subterrneos. Isso se reflete diretamente
no enfrentamento dos dois principais problemas que se verificam na bacia: a escassez
hdrica com suas repercusses sobre a qualidade e a quantidade de gua e a fragilidade
na gesto de recursos hdricos na regio.
Seu processo de elaborao se estendeu at 2010 e contou com a participao da
sociedade bacia por meio do acompanhamento contnuo do Comit da Bacia e da
realizao de trs rodadas de reunies pblicas. Todo o processo de consulta e
participao permitiu a construo de uma viso ampla das questes mais crticas da
regio, refletindo e buscando integrar os consensos e pontos de vista de diversos atores.
O presente documento, o Relatrio Sntese do PRH Verde Grande se encontra
subdividido em 10 captulos onde revisado e consolidado o acervo de informaes
produzidas e o conjunto de aes propostas para a bacia.
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O Captulo 2 oferece, de forma concisa, uma viso da metodologia utilizada nas trs
etapas de elaborao do Plano e as principais fontes de dados consultadas.
O Captulo 3 apresenta o processo participativo da sua elaborao, que contou com as
reunies pblicas e com o acompanhamento da Cmara Tcnica Consultiva do Comit
da Bacia.
O Captulo 4 apresenta um breve histrico dos conflitos pelo uso da gua na bacia e as
aes de gesto de recursos hdricos realizadas.
O Captulo 5 sintetiza um conjunto de informaes fsico-climticas, socioeconmicas, de
uso e ocupao do solo e ambientais produzidos e organizados sobre a bacia. Apresenta
ainda a disponibilidade hdrica, os diferentes usos da gua e o confronte entre essas duas
variveis.
O Captulo 6 delineia os cenrios de utilizao dos recursos hdricos, considerando os
mltiplos usos da gua, at o ano de 2030, horizonte do PRH Verde Grande.
No Captulo 7 so descritos os programas e aes propostos para a regio at 2030 para
enfrentar as questes identificadas como mais relevantes para o uso sustentvel dos
recursos hdricos, apresentadas nos dois captulos anteriores, no se limitando apenas a
aes estruturais. Nesse sentido, aborda os temas estratgicos e trata da aplicao de
instrumentos como outorga, cobrana e enquadramento, entre outros.
O Captulo 8 analisa o arranjo institucional para a gesto dos recursos hdricos, visando a
implementao das aes previstas no PRH Verde Grande.
O Captulo 9 apresenta as principais concluses e recomendaes do estudo.
Por fim, o Captulo 10 lista as principais referncias bibliogrficas utilizadas e
acrescentado um anexo ao final do documento que apresenta a lista de atores que
participaram do processo de elaborao do PRH Verde.
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2. METODOLOGIA E BASES DE DADOS
A elaborao foi do PRH Verde Grande foi dividida em trs distintas etapas: Diagnstico,
Prognstico e Plano de Recursos Hdricos Propriamente Dito.
No Diagnstico, foi levantada e sistematizada uma grande quantidade de dados
anteriormente dispersos em diferentes rgos e instituies e com diferentes nveis e
escalas de levantamento. Todo o acervo levantado foi atualizado e colocado sobre uma
base nica, que deu subsdios para a criao de um Banco de Dados associado a um
Sistema de Informaes Geogrficas (SIG) denominado SIG-Plano.
Com relao s bases e dados coletados, estes cobrem, de forma geral, adequadamente
a bacia e foram considerados suficientes e dotados da qualidade necessria para a
elaborao do PRH Verde Grande, cuja escala de trabalho foi de 1:100.000 e contou
essencialmente com dados secundrios.
O nico conjunto de dados gerado a partir de dados primrios foi o mapa de uso e
ocupao do solo, elaborado com a utilizao de imagens de satlite, que incluiu o
levantamento de reas irrigadas e o reconhecimento e confirmao de alvos em campo.
Complementado essa atividade de campo, foi realizado sobrevoo de avio por toda a
bacia, o que ocorreu no ms de junho de 2009.
Um aspecto importante identificado nos trabalhos foi a limitao de dados sobre
hidrologia superficial, principalmente estaes fluviomtricas, e subterrnea,
especialmente pela ausncia de dados de monitoramento de poos.
Apesar dessas limitaes, o conjunto de informaes produzidas na etapa de Diagnstico
permitiu constituir um quadro de referncia sobre temas socioeconmicos, ambientais e,
principalmente, hdricos.
O Prognstico foi desenvolvido com o objetivo de analisar as alternativas de incremento
da oferta hdrica para o atendimento das demandas futuras de gua na bacia
considerando o cenrio crtico de escassez. Para isso, foram construdos trs cenrios
tendencial e dois normativos - de crescimento das demandas associado ao incremento da
oferta hdrica. O balano hdrico quantitativo (demandas versus disponibilidade) foi
executado, de modo a verificar o comprometimento dos recursos hdricos para
atendimento aos diversos usos.
Na Etapa do Plano de Recursos Propriamente Dito, foram analisados, de forma integrada,
os resultados das etapas anteriores. As questes identificadas como relevantes para o
desenvolvimento da bacia em bases sustentveis subsidiaram a construo de um
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conjunto de diretrizes para programas e aes na regio. Os custos de investimentos de
cada ao foram quantificados e os atores envolvidos identificados. Ainda nessa etapa,
foram estruturadas as diretrizes para os instrumentos de gesto como a outorga e a
fiscalizao.
A Tabela 2.1 sistematiza as principais bases e estudos consultados ao longo de todo o
PRH Verde Grande.
Tabela 2.1. Principais fontes de dados utilizados na elaborao do PRH Verde Grande
Tema Principais fontes
Aspectos gerais
ANA (2002) Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em
Terra na Bacia do So Francisco, Sub-projeto 4.2A, MMA (2007), IBGE (2005), CIM
(IBGE, 2003).
Hidrografia Base hidroreferenciada (ANA, 2007), CODEVASF, Cartas Topogrficas (Mapeamento
Sistemtico Brasileiro).
Uso e ocupao do solo MMA (2007), IBAMA (2008), IEF (2008), imagens de satlite Landsat TM 5 de agosto
de 2008
Geologia
Carta Geolgica do Brasil ao Milionsimo Folhas SE23 Belo Horizonte, SD23
Braslia, CPRM (2004); Mapa Geolgico do Estado de Minas Gerais, COMIG/CPRM
(2003); Projeto Espinhao, CODEMIG/UFMG (2007); Projeto So Francisco, CPRM
(2003); Projeto Radambrasil, escala 1:1.000.000, Folha SD.23 Braslia (1982).
Geomorfologia
CETEC (1994). Estudo de caso: Bacia do rio Verde Grande; CETEC (1980). Projeto
Jequitinhonha. Folhas Guanambi e Monte Azul, Araua; CETEC (1983). Projeto Alto
So Francisco e parte Central da rea mineira da SUDENE; CETEC (1981). Plano de
Desenvolvimento Integrado do Noroeste Mineiro; RADAM (1982). Folha SD 23
Braslia, volume 29.
Pedologia
CETEC (1995). Desenvolvimento metodolgico para modelo de gerenciamento
ambiental de bacias hidrogrficas. Estudo de caso: Bacia do Verde Grande. Belo
Horizonte.
Suscetibilidade eroso
CETEC (1984). Estudos de eroso acelerada e de prticas conservacionistas.
Programa de Desenvolvimento Rural Integrado da Regio do Jequita/Verde Grande;
CODEVASF /FAO (1994). Estimativa da eroso atual e potencial no vale do So
Francisco. Relatrio de Consultoria Henrique Chaves; CETEC (1991). Estratgias de
Recuperao da Bacia do rio Verde Grande. Estudos de eroso acelerada.
Climatologia e precipitao INMET (2009) e Hidroweb (ANA, 2009).
Disponibilidade hdrica superficial Sistema de Informaes Hidrolgicas (Hidroweb) da Agncia Nacional de guas
(ANA).
Qualidade das guas superficiais CODEVASF (2004). Projeto de Irrigao Estreito; Instituto Mineiro de Gesto das
guas (IGAM)
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Tema Principais fontes
Disponibilidade hdrica
subterrnea
CPRM (2009) - SIAGAS; Instituto de Gesto das guas e Clima ING/BA, Instituto
Mineiro de Gesto das guas IGAM/MG, Fundao Centro Tecnolgico de Minas
Gerais CETEC e Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA. Silva
(1984), CETEC (1996), CODEVASF/IGAM.
Qualidade das guas
subterrneas
CODEVASF (2004). Projeto de Irrigao Estreito; Instituto Mineiro de Gesto das
guas (IGAM); UFMG (2009). Processos geradores de concentrao anmala de
fluoreto na gua subterrnea em regio semi-rida: estudo de caso em aqfero
crstico-fissural do Grupo Bambu nos municpios de Verdelndia, Varzelndia e Jaba,
Minas Gerais.
Irrigao IBGE (1980, 1985, 1995); Rural Minas (1996); e Imagem de satlite para os anos:
1992 e 2009; CODEVASF.
Caracterizao Fitogeogrfica IBGE (2004). Mapa de biomas.
Recursos minerais CPRM (2004); DNPM (2009) SIGMINE.
Bioma IBGE (2004).
Unidades de conservao IBAMA (2008), IEF (2008).
reas prioritrias para
conservao da biodiversidade BRASIL (2007). Portaria n 9 de 23/01/2007 do Ministrio do Meio Ambiente.
Terras indgenas FUNAI (2007).
Saneamento
ambiental
gua BRASIL (2007). Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento SNIS; PERH
Plano Estadual de Recursos Hdricos de Minas Gerais.
Esgoto BRASIL (2007). Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento SNIS
Resduos
slidos
BRASIL (2006). Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento Resduos
Slidos Urbanos SNIS/RSU.
Socioeconomia Sistema Integrado de Informaes Ambientais SIAM, IBGE, PNDU. Atlas do
Desenvolvimento Humano; IPEA; IBGE / RAIS Ministrio do Trabalho (2007).
Sistema de Transportes Cartas Topogrficas (Mapeamento Sistemtico Brasileiro), CIM (IBGE,2003);
Departamento de Estrada e Rodagem - DER/MG.
Cenrios macroeconmicos Censo Agropecurio 1996/2006; IPEA (2007), IBGE (2000 e 2007).
Projees demogrficas e
agropecurias
IBGE (2000) Censo Demogrfico; IBGE (1996 e 2006). Censos Agropecurios; IBGE
(2004, 2005 e 2007). Projees Populacionais; IGBE (1998/2007). PAM Pesquisa
Agrcola Municipal; IBGE (1998/2007). PPM Pesquisa Pecuria Municipal.
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3. PROCESSO DE ELABORAO
A elaborao do PRH foi iniciada em janeiro de 2008 sob a coordenao da Agncia
Nacional de guas (ANA) coordenando que contratou os servios da Ecoplan Engenharia
Ltda. Internamente na ANA, o processo teve a coordenao da Superintendncia de
Planejamento de Recursos Hdricos e contou com a colaborao de outras
superintendncias que deram suporte tcnico conduo do trabalho em suas reas
especficas de atuao.
A construo do PRH Verde Grande foi conduzida por meio de um processo participativo
com a criao de dois espaos de discusso e de recebimento de contribuies ao
estudo: Reunies Pblicas e o Comit da Bacia. Alm disso, os rgos gestores
estaduais de recursos hdricos, do Instituto Mineiro de Gesto das guas (IGAM) do
Estado de Minas Gerais e do Instituto de Gesto das guas e Clima (ING) do Estado do
Bahia, designaram tcnicos que passaram a acompanhar, a partir de maio de 2009, as
reunies mensais realizadas entre a ANA e a contratada.
O princpio participativo da gesto de recursos hdricos, adotado no PRH Verde Grande
aquele preconizado pela Lei no 9.433, de 1997 que estabelece que a implementao da
Poltica Nacional de Recursos Hdricos deve ser descentralizada e participativa.
O Comit da Bacia designou uma Cmara Tcnica Consultiva (CTC) para acompanhar e
contribuir para o desenvolvimento dos trabalhos de elaborao do PRH. A CTC possui 20
membros (Anexo 1) incluindo representantes da sociedade civil, usurios de recursos
hdricos e poder pblico estadual. As reunies sempre abertas ao pblico ocorreram com
freqncia mensal e aconteceram nas seguintes datas:
- no ano de 2009, nos dias 24 de maro, 28 de abril, 27 de junho, 30 de maio, 16 de
junho, 30 de julho, 30 de setembro, 16 de novembro;
- no ano de 2010, nos dias 28 de janeiro, 10 de maro, 13 de abril, 18 de maio, 16 de
junho, 31 de agosto e 21 de outubro.
Ao final de cada etapa de elaborao do estudo, aps o recebimento das contribuies da
CTC, foram realizadas as rodadas de reunies pblicas para apresentao dos
resultados populao da bacia do rio Verde Grande nas seguintes datas e locais:
- etapa de Diagnstico em outubro de 2009: Urandi (BA), dia 26; Nova Porteirinha (MG),
dia 27 e Montes Claros (MG), dia 28;
- etapa de Prognstico em maio de 2010: Urandi, dia 04; Nova Porteirinha, dia 05 e
Montes Claros, dia 06;
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- etapa do Plano de Recursos Hdricos Propriamente Dito em junho de 2010: Urandi, dia
22; Nova Porteirinha, dia 23 e Montes Claros, dia 23.
A apresentao de informaes consolidadas durante as reunies pblicas favoreceu o
debate e estimulou a contribuio dos participantes. Aps a concluso da rodada de
reunies, era realizada a anlise e incorporao das contribuies recebidas.
Assim, durante o processo de elaborao do PRH Verde Grande, os membros da CTC
acompanharam ativamente os trabalhos desenvolvidos por meio de um total de 13
reunies mensais. A participao pblica se deu por meio das 3 rodadas de reunies
pblicas, tendo sido realizadas 9 apresentaes em 3 cidades situadas nos Estados de
Minas Gerais e Bahia, totalizando a participao de mais de 40 entidades, que incluem
governo, sociedade civil e usurios. No Anexo 1, so listados os atores envolvidos nas
discusses e debates do PERHTA, bem como a composio do Comit da Bacia e da
CTC.
Todos os relatrios do PRH foram disponibilizados para consulta aos membros da CTC e
aos participantes das reunies pblicas na pgina do Comit da Bacia localizado no
endereo eletrnico da ANA:
http://www.verdegrande.cbh.gov.br/Plano%20de%20Bacia.aspx. As contribuies
relativas aos relatrios foram recebidas pelo seguinte e-mail: [email protected].
O processo de consulta e participao, conduzido dentro do PRH Verde Grande, permitiu
a construo de uma viso ampla das questes mais crticas da regio. Revelou-se ainda
importante para a adequao do foco em diversos temas e para que fosse obtido o
conjunto de vises que melhor representam os anseios da sociedade.
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4. HISTRICO DO USO DA GUA E DAS AES DE GESTO
O desenvolvimento da agricultura irrigada na bacia do rio Verde Grande iniciou-se na
dcada de 70 atravs das atuaes do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
(DNOCS) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do So Francisco e do
Parnaba (CODEVASF), que iniciaram, respectivamente, a implantao dos Permetros
Irrigados do Estreito (Urandi, BA e Espinosa, MG) e do Gorutuba (Nova Porteirinha, MG).
Essa ao se inseriu no contexto de aes do Programa Nacional de Irrigao (PRONI),
em fins dos anos 70 e incio dos anos 80, que tinha a finalidade de executar a nova
poltica de modernizao da agricultura. criao do PRONI, no mbito nacional, veio
somar-se o Projeto Nordeste no qual foram inseridos os permetros irrigados j existentes
na bacia: Gorutuba e Estreito. Desse modo, a esses projetos que eram voltados para
agricultores de baixa renda, foram acrescentados ento componentes tecnolgicos mais
modernos como a utilizao de insumos e novas tecnologias de irrigao.
As experincias advindas desses projetos, aliada a abundncia de solos aptos para a
irrigao e aos benefcios fiscais e subsdios oferecidos (SUDENE, FINOR/BNB, entre
outros), serviram de atrativos para a instalao de inmeros projetos na bacia.
Com o grande desenvolvimento da irrigao na dcada de 80, iniciaram-se os primeiros
registros de conflito entre usurios de gua na regio. Em fins de 1988, a crescente
demanda e conseqente reduo da disponibilidade hdrica criaram um quadro de
dificuldades de compatibilizao dos vrios usos no rio Verde Grande. Esses conflitos
ocorreram basicamente entre duas categorias: entre irrigantes (incluindo os de irrigao
pblica e privada) e entre irrigantes e outros usurios, conflito que se processou em
diversos nveis, principalmente entre agricultores e pecuaristas.
No incio de 1995, foi contratado o Plano Diretor de Recursos Hdricos da Bacia do rio
Verde Grande sob coordenao executiva da Secretaria de Estado de Agricultura,
Pecuria e Abastecimento, Fundao Rural Mineira (SEAPA/RURALMINAS). Entre os
trabalhos iniciais desenvolvidos, foi realizado o cadastro de 550 usurios de gua
superficial a quase totalidade para a irrigao no ano 1996. Esse estudo sistematizou
grande quantidade de informaes e dados para a bacia, mas no chegou a ser
concludo.
Os conflitos continuaram e ocorreram varias denncias aos rgos pblicos sobre a
situao de disputa pela gua, inclusive pedindo providncias. Medidas paliativas foram
tentadas como a abertura das comportas da barragem Bico da Pedra.
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9
Os constantes conflitos e a constatao de que critrios tcnicos e procedimentos
utilizados na concesso de outorgas para esta bacia precisavam ser revistos, conduziram
o Ministrio do Meio Ambiente e da Amaznia Legal a suspender a emisso de outorgas
de direito de uso de gua superficial para a irrigao em toda a bacia em 30 de dezembro
de 1996, na expectativa de retornar o processo a partir da definio desses critrios.
Cumpre registrar que, aps a entrada em vigor da portaria, houve um acentuado
incremento na utilizao dos recursos hdricos subterrneos que no sofreram restrio
de uso.
Em 2001, a Agncia Nacional de guas (ANA) instituiu o Grupo de Coordenao
Interinstitucional (GCI) para promover e implementar um plano de gesto de recursos
hdricos na bacia por considerar que havia a necessidade da retomada do processo de
outorga, obedecendo a critrios baseados nas caractersticas regionais. Para tanto, foi
tomada a deciso de implementar um plano de estruturao do sistema de gesto,
contemplando a definio de critrios e procedimentos para a outorga e a estruturao do
Comit da Bacia. Como resultado do esforo de implementao desse plano de gesto,
foi instalado, no segundo semestre de 2001, o Escritrio Tcnico do Verde Grande
(ETVG) em Janaba.
No ano seguinte, em 2002, foi realizado o cadastramento de usurios de gua da sub-
bacia do rio Gorutuba, afluente da margem direita do rio Verde Grande. Em 2003, foi
definida a alocao negociada de gua entre os usurios do rio Gorutuba e o
monitoramento da operao do reservatrio Bico da Pedra.
Nesse mesmo ano, considerando as avaliaes e fundamentos constantes da ANA, o
Ministrio do Meio Ambiente revogou a portaria de 1996, que suspendia a emisso de
outorga na bacia.
A criao do Comit da Bacia recebeu aprovao unnime do Conselho Nacional de
Recursos Hdricos em maio de 2003. Posteriormente, por meio de decreto presidencial,
de 3 de dezembro, foi institudo o Comit da Sub-Bacia Hidrogrfica do rio Verde Grande
cujos principais objetivos so de promover o ordenamento, definir as diretrizes e a
necessria articulao de todos os setores de usurios da bacia para melhor
aproveitamento dos recursos hdricos e implantao dos instrumentos tcnicos de gesto.
Em 2004, aps um longo processo de articulao na bacia, o comit foi instalado.
Nesse mesmo ano, a fim de retomar a emisso da outorga no restante da bacia, foi
iniciada a complementao do cadastro de usurios de gua da bacia do rio Verde
Grande, que resultou em 1.929 cadastros.
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Cabe registrar que, por ocasio do cadastro da Bacia Hidrogrfica do Rio So Francisco,
realizado no ano de 2005, os usurios da bacia do rio Verde Grande foram novamente
visitados no mbito do Acordo de Cooperao Tcnica entre a ANA e o Ministrio da
Integrao, objetivando complementar os dados cadastrais. Para tanto, foi utilizada a
base de dados do cadastro anterior, realizado pela ANA, e os dados produzidos foram
inseridos no Cadastro Nacional de Usurios de Recursos Hdricos.
Em 2008, o cadastramento de usurios ao longo do rio Verde Grande foi novamente
validado e, em dezembro, ocorreu a aprovao das regras de uso das guas com a
publicao do marco regulatrio. O marco estabelece que, com exceo do setor de
abastecimento pblico, que no sofrer reduo na captao, os demais setores usurios
de gua tero seus usos reduzidos de acordo com o nvel de gua do rio Verde Grande e
da quantidade de gua captada pelo usurio. Foram emitidas 118 outorgas e
estabelecidas regras para emisso de futuras outorgas no rio.
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5. DIAGNSTICO
5.1 REA DE ESTUDO
A bacia do rio Verde Grande possui rea de 31.410 km dos quais 87% (27.219 km)
correspondem parcela da bacia inserida no Estado de Minas Gerais e 13% (4.191 km)
encontram-se no Estado da Bahia. Abrange 35 municpios, sendo 8 na Bahia e 27 em
Minas Gerais. Desse total, 26 municpios tm sua sede localizada na bacia, destacando-
se Montes Claros, Jaba e Janaba, na poro e mineira, e Sebastio Laranjeiras e
Urandi, na baiana.
A configurao da bacia alongada, com sentido sul-norte, coincidente com o do rio
principal, que sofre uma mudana para uma direo aproximada leste-oeste prxima a
confluncia com o rio So Francisco (Figura 4.1). nesse trecho final, onde o rio principal
flexiona, que o mesmo constitui a divisa estadual entre Minas Gerais e Bahia.
O rio Verde Grande tem como principais afluentes os rios situados na margem diretia: o
rio Gorutuba (rea de drenagem de 9.848 km2), que de domnio estadual (de Minas
Gerais), e o rio Verde Pequeno (rea de drenagem de 2.715 km2), que forma a divisa
estadual entre Minas Gerais e Bahia, constituindo assim tambm um rio de domnio
federal.
A bacia do rio Verde Grande para fins de planejamento do PRH Verde Grande foi
subdividida em 8 sub-bacias (Figura 4.1). A caracterizao de cada unidade
apresentada na Tabela 4.1 em que se destaca a sub-bacia Mdio e Baixo Gorutuba como
a de maior rea, representando 25% (7.715 km) do total da bacia, enquanto a sub-bacia
Baixo Verde Grande a menor com apenas 6% da rea (1.934 km).
5.2 CARACTERIZAO FSICA-BITICA
Clima
A bacia do Verde Grande apresenta clima caracterstico do semi-rido brasileiro.
Segundo a classificao de Kppen, predomina amplamente o tipo Aw, clima tropical
quente e mido com estao seca bem acentuada, enquanto o Cwa, mesotrmico de
altitude com veres quentes e chuvosos e inverno seco com temperaturas mais amenas,
est restrito s pores mais elevadas da Serra do Espinhao, na borda oriental (ANA,
2002).
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Figura 4.1 Mapa de localizao, base municipal e subdiviso da bacia do rio Verde Grande
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Tabela 4.1 Caracterizao das sub-bacias da bacia do rio Verde Grande
Sub-bacia rea
Municpios com sede na sub-bacia Principais corpos d'gua km
2 % na Bacia
Alto Gorutuba (AG) 2.134,3 7% Nova Porteirinha, Janaba e Riacho dos Machados
Rio Gorutuba e Rio da gua Quente
Alto Verde Grande (AVG) 3.102,2 10% Montes Claros, Glaucilndia, Juramento e Guaraciama
Rio Verde Grande, Rio Cana-brava, Ribeiro Boa Vista, Rio do Vieira, Rio da Prata, Rio Juramento e Rio Saracura
Alto Verde Pequeno (AVP) 2.907,5 9% Mamonas, Espinosa e Urandi Rio Verde Pequeno
Baixo Verde Grande (BVG) 1.934,1 6% - Rio Verde Grande e Ribeiro Baixa da Mula
Baixo Verde Pequeno (BVP) 3.369,3 11% Sebastio Laranjeiras Rio Verde Pequeno, Riacho da Macaca, Ribeiro do Poo Triste, Riacho da Mandiroba, Riacho do Aurlio e Crrego Olho-d'gua
Mdio e Baixo Gorutuba (MGB)
7.721,2 25% Monte Azul, Catuti, Mato Verde, Pai Pedro, Gameleiras, Porteirinha e Serranpolis de Minas
Rio Gorutuba, Rio Jacu, Ribeiro Jacu, Rio Tabuleiro, Rio Serra Branca, Crrego Furado Novo, Crrego Bom Jardim e Crrego Veredas das guas
Mdio Verde Grande - Trecho Alto (MVG-TA)
7.107,9 23% Varzelndia, Verdelndia e Jaba
Rio Verde Grande, Rio Arapoim, Riacho Salobro, Ribeiro do Ouro, Rio Suuapara, Rio Jacu, Rio Barreiras, Rio So Domingos, Rio Quem-Quem e Crrego Corgo
Mdio Verde Grande - Trecho Baixo (MVG-TB)
3.161,3 10% Francisco S, Capito Enas, Mirabela, Patis e So Joo da Ponte
Rio Verde Grande, Crrego Macabas, Crrego So Vicente
Bacia Verde Grande 31.437,9 100%
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O regime pluviomtrico mostra que a bacia caracterizada por dois perodos bem
distintos (Figura 4.2). A estao chuvosa se estende de outubro a maro, quando ocorre
cerca de 93% da chuva anual, e a seca, de abril a setembro.
Figura 4.2 - Precipitaes mdias mensais na bacia no perodo 1979-2002
A precipitao mdia anual na bacia, considerando o perodo base de 1979 a 2002, de
866 mm. Os mais altos ndices pluviomtricos ocorrem nas cabeceiras da bacia, atingindo
1.030 mm/ano, e vo diminuindo gradualmente em direo ao centro e nordeste da bacia,
at atingir valores inferiores a 750 mm/ano (Figura 4.3).
A bacia apresenta grande variabilidade interanual da precipitao (Figura 4.4). Na srie
de dados de 24 anos, observa-se que em 3 anos (1979, 1985 e 1992) a precipitao
ultrapassou 1.200 mm/ano, enquanto em 7 anos os valores foram inferiores a 650
mm/ano (1982, 1984, 1986, 1990, 1993, 1996 e 2001), caracterizando assim anos de
maior seca.
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Figura 4.3 - Distribuio da precipitao mdia anual
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Figura 4.4. Precipitaes mdias anuais na bacia no perodo 1979-2002
Geologia
No aspecto regional, a bacia do rio Verde Grande est inserida nos domnios do Crton
do So Francisco.
Os terrenos mais antigos de idade arqueana (superior a 1,8 bilhes de anos) ocorrem na
borda oriental e correspondem ao embasamento composto por rochas gneas e
sedimentares metamorfisadas. So constitudos por gnaisses, migmatitos (Complexo
Santa Izabel e Porteirinha) e seqncias vulcano-sedimentares (Urandi, Licnio de
Almeida e Riacho dos Machados) (Figura 4.5).
Compem ainda a borda leste, as rochas de idade mesoproterozica (1,6 a 1,2 bilhes de
anos) do Supergrupo Espinhao, representadas pelos metassedimentos
predominantemente arenosos do Grupo Diamantina, na poro mineira da bacia, e do
Grupo Oliveira dos Brejinhos, na divisa entre Bahia e Minas Gerais.
Ocupando a maior parte da bacia, ocorrem as rochas pertencentes ao Supergrupo So
Francisco de idade neoproterozica (1 bilho a 630 milhes de anos) representado pela
Formao Jequita e Grupo Macabas, de ocorrncias restritas, e Grupo Bambu, de
ampla extenso. Esse ltimo se caracteriza por uma sequncia de rochas carbontica
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Figura 4.5 Mapa geolgico
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(calcrias) intercaladas a sedimentos. Nas zonas de ocorrncia de expressiva
participao de rochas calcrias, como nas pores sudoeste da bacia, prximo a Montes
Claros, e noroeste, na confluncia do Verde Grande com o So Francisco, ocorre o
desenvolvimento de feies crsticas como dolinas, sumidouros e cavernas.
De ocorrncia restrita, na parte sudoeste da bacia, ocorrem os sedimentos arenosos do
Grupo Urucuia de idade (145 a 65 milhes de anos).
Por fim, recobrindo grande parte da poro central da bacia, na rea de ocorrncia
principalmente das rochas do Supergrupo So Francisco, ocorrem os depsitos
cenozicos (menos de 65 milhes de anos) representados pelas coberturas detrtico-
laterticas (areias argilosas e argilas arenosas intercaladas com argilas, folhelhos e linhito)
e os aluvies (areia, cascalho e silte), que acompanham principalmente os rios Verde
Grande e Gorutuba.
Geomorfologia
A bacia do Verde Grande est situada sobre trs unidades geomorfolgicas que guardam
estreita relao com a geologia (Figura 4.5) e hipsometria (Figura 4.6). A Depresso
Sanfranciscana, unidade de maior extenso na bacia, est delimitada a oeste pelos
rebordos do Planalto So Francisco e a leste pelo Planalto das Bordas do Espinhao.
A Depresso Sanfranciscana estende-se pelas pores centro, sul e norte (cerca de dois
teros da rea) da bacia, correspondendo geologicamente essencialmente regio de
ocorrncias das rochas do Supergrupo So Francisco. A unidade apresenta
principalmente extensas reas aplainadas e dissecadas, superfcies onduladas, colinas e
reas de relevo crstico, como dolinas e uvalas, desenvolvidas em sua maior parte sobre
rochas pertencentes ao Grupo Bambu. As altitudes esto, em sua maioria, em torno de
500 m (Figura 4.6) e a rede de drenagem instalada comandada pelo eixo do Verde
Grande e os baixos cursos dos principais afluentes, como os rios Gorutuba, Verde
Pequeno, Ouro, Vieira e Macabas.
O Planalto So Francisco, localizado entre Varzelndia e Montes Claros, apresenta
patamares rochosos, interflvios tabulares, vertentes convexas e retilneas, assentados
sobre os siltitos do Grupo Bambu. As chapadas, com cotas entre 800 e 1.000 m de
altitude, esto sob os arenitos do Grupo Urucuia, que normalmente encontram-se
desagregados e transformados em cobertura arenosa. Essas superfcies so delimitadas
por rebordos erosivos bem marcados e constituem aqferos que originam nascente
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Figura 4.6 Mapa hipsomtrico
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muito susceptveis degradao. Em nveis topogrficos mais rebaixados, as veredas
prolongam-se como vales encaixados.
O Planalto das Bordas do Espinhao constitui o limite leste da bacia, representando o
divisor de guas das bacias do Jequitinhonha e Pardo com a do So Francisco.
Apresenta patamares rochosos, cristas, colinas com vales encaixados, vertentes
retilneas desenvolvidas principalmente sobre a borda leste da bacia, correspondente s
cabeceiras do rio Gorutuba e do Verde Pequeno. A densidade de drenagem alta e o
grau de dissecao acentuado.
As nascentes situadas nessa unidade, que dividida em Serra do Espinhao, Serra
Central e Monte Alto, so perenes. A abundncia de fontes e nascentes que alimentam a
rede de drenagem superficial contribui para a manuteno dos tributrios da margem
direita do Verde Grande. Contudo, aps atingirem a regio mais plano, reas de baixa
produtividade de guas subterrneas, esses cursos de gua se tornam intermitentes.
Solos
As classes de solos predominantes na bacia so os Latossolos Vermelho-Amarelos e
Vermelho (57% da rea total), os Argissolos Vermelho-Amarelos e Vermelho (26%) e os
Neossolos (12%) (Figura 4.7).
Os Latossolos so passveis de ampla utilizao, que inclui culturas anuais, perenes,
pastagens e reflorestamento, sendo que um fator limitante normalmente a baixa
fertilidade, que pode ser superada com a aplicao de corretivos e fertilizantes. Os
Argissolos, por sua vez, apresentam grande diversidade nas propriedades de interesse
para a fertilidade e uso agrcola, enquanto os Nessolos so, em geral, de baixa aptido
agrcola e o uso contnuo de culturas anuais pode lev-los rapidamente degradao.
A classificao do United States Bureau of Reclamation para terras irrigadas,
normalizado para as condies brasileiras, indica que cerca de 30% da rea da bacia
classificada como de terras no arveis, 40% como arveis, enquadradas nas classes 2 e
3, para irrigao e 30% como arveis e enquadradas na classe 4 (usos especiais)
(CETEC, 1995). O potencial de terras aptas para irrigao da bacia da Verde Grande ,
portanto, da ordem de 70% da sua rea, totalizando mais de 2.000.000 ha (classes 2, 3 e
4), enquanto a capacidade total de reas irrigveis. Cumpre destacar nesse aspecto que
no se considera a disponibilidade hdrica, que o mais importante fator limitante da
expanso da atividade na bacia.
Com relao susceptibilidade eroso, 13% da superfcie da bacia est propensa aos
processos erosivos. No Planalto So Francisco, esses trechos esto situados no alto
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Figura 4.7 Mapa de solos
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curso dos rios Jacu, ribeiro do Ouro, rio Arapoim e alto e mdio do rio Salobro. A
Depresso Sanfranciscana apresenta baixa susceptibilidade eroso de modo geral,
mas ocorrem reas propensas que se concentram no sul da bacia, abrangendo as
nascentes dos rios Verde Grande e Quem Quem, e na parte centro-sul. No Planalto das
Bordas do Espinhao, as reas propensas eroso esto associadas Serra do
Espinhao, na regio que apresenta alta densidade de drenagem e escoamento
superficial e abrange as cabeceiras do rio Gorutuba.
Biomas e Biodiversidade
A bacia do rio Verde Grande encontra-se em uma regio de transio entre dois grandes
biomas brasileiros. O Cerrado ocupa dois teros da bacia, com a Caatinga respondendo
pelo tero restante. Cabe destacar que essa transio tem grande correlao com os
ndices pluviomtricos que so decrescentes do sul, onde predomina o Cerrado, para
norte, em que ocorre a Caatinga.
O Cerrado apresenta vegetao com estratos herbceo, arbustivo e arbreo dispostos
segundo um gradiente de biomassa. Caracteriza-se por cinco fitofisionomias,
denominadas campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado sensu stricto e cerrado.
A ocorrncia dessas unidades freqentemente dependente das propriedades do solo,
profundidade, fertilidade e capacidade de drenagem, alm do grau de interferncia
humana.
A Caatinga, por sua vez, compreende um complexo de vegetao arbrea, caduciflia
com franca penetrao da luz solar. As variaes no aspecto e na formao da vegetao
recebem denominaes regionais prprias como agreste, carrasco, serto, cariri e serid,
que refletem o carter geral bsico que o xerofilismo, conseqncia da ocupao de um
ambiente seco com deficincia hdrica temporal, onde a gua disponvel s plantas
procede unicamente do curto perodo da estao chuvosa e cujos elementos florsticos
so adaptados a resistirem a esse ambiente.
Recursos Minerais
Os principais recursos minerais encontrados na bacia do rio Verde Grande so o calcrio,
o mangans, o ouro e as substncias com emprego direto na construo civil (areia,
argila e cascalho).
O calcrio explorado est associado s rochas do Grupo Bambu, sendo utilizado na
indstria cimenteira, construo civil e correo de solos. As principais jazidas esto
situadas nos municpios de Montes Claros, Janaba, Januria e Jaba, em Minas Gerais,
e em Iui, na Bahia.
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23
No caso de argila, areia, cascalho e pedra britada, os depsitos ocorrem nas plancies
aluvionares, ao longo das calhas dos rios Verde Grande e Gorutuba, sendo a utilizao
para emprego direto na construo civil na regio.
A nica concesso de lavra para minrio de ouro na bacia, localizada no municpio de
Riacho dos Machados, est com as atividades de lavra suspensas. No municpio de
Urandi verificada uma concesso de lavra para mangans, sendo a lavra empreendida
pela Minerao Urandi S.A.
Conforme dados do cadastro do Departamento Nacional de Produo Mineral, consultado
em maio de 2009, foram levantados 544 processos minerrios na bacia, dos quais 42 se
encontram na fase de lavra, ou seja, classificados como em concesso de lavra ou
licenciamento.
Montes Claros o municpio com maior nmero de reas em fase de lavra, abrangendo
14 concesses de lavra e 6 licenciamentos. Os principais alvos dessas concesses de
lavra so o calcrio e a argila empregados na indstria cimenteira local, destacando-se as
atividades da Lafarge do Brasil S.A. Os licenciamentos visam a produo de areia, argila
e brita de calcrio para emprego direto na construo civil.
5.3 USO E OCUPAO DO SOLO
Histrico da Ocupao
O rio So Francisco e seus afluentes tiveram papel fundamental na ocupao da regio
norte de Minas, servindo de via para transporte de mercadorias e pessoas. Portanto, era
estratgico que os povoados ficassem localizados s margens dos rios navegveis para
comercializao da produo regional (Mata-Machado, 1991).
A populao da regio, originalmente constituda de grupos indgenas, acabou sendo
exterminada ou capturada pela expedio do tenente-general Matias Cardoso no ano de
1690. Na regio, foram fundadas ento as grandes fazendas de gado que nos primeiros
anos dos setecentos se tornariam essenciais para o abastecimento de Minas. Matias
estabeleceu seu arraial na beira do So Francisco, enquanto a famlia dos Figueiras, que
fazia parte da comitiva de Matias, fixou-se junto ao rio Verde Grande (Fagundes e
Martins, 2002), fundando o arrai de Formigas (Montes Claros).
A pecuria e a utilizao dos recursos que a regio dispunha foram os elementos
fundamentais e estimuladores da ocupao da regio, que viria a sofrer um importante
pulso para seu desenvolvimento apenas a partir de meados dos anos de 1940, quando a
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interveno do Estado na bacia do So Francisco ocorreu de forma sistemtica,
impulsionada pela criao da Companhia Hidroeltrica do So Francisco (CHESF), em
1948, seguida pela Superintendncia do Vale do So Francisco (SUVALE), em 1967, e
pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do So Francisco e do Parnaba
(CODEVASF), em 1974, com o propsito de promover a agricultura irrigada e a produo
de energia, ligadas a outros objetivos de desenvolvimento regional.
Uso atual
O mapa de uso e ocupao do solo (Figura 4.8), elaborado a partir de imagens de
satlite, revela que a rea considerada antropizada corresponde a 53% assim
distribudos: 50,1% para uso agropecurio, o qual inclui reas de cultivos no irrigados e
pastagens; 1,2% de agricultura irrigada; 1,1% de silvicultura; 0,4% de reas urbanas e
0,015% de reas queimadas.
A parte considerada natural, classificada como reas midas, afloramentos rochosos,
mata ciliar e vegetaes arbustiva e arbrea-arbustiva, ocupa 47% da bacia. As sub-
bacias do Baixo Verde Grande e do Alto Verde Pequeno e, em especial, a regio das
cabeceiras da sub-bacia Alto Gorutuba se destacam por serem as nicas na qual
predominam as reas naturais. Nas demais, predominam os usos antrpicos (Tabela 4.2).
reas Protegidas e Terra Indgena
As unidades de conservao correspondem a territrios constitudos legalmente pelo
poder pblico com o objetivo de proteo e conservao dos recursos naturais. Na bacia,
totalizam 126.613 ha, que corresponde a 4% da rea total e se dividem, quanto ao tipo,
em 80% para proteo integral e 20% para uso sustentvel (Figura 4.9 e Tabela 4.3). A
sub-bacia do Baixo Verde Grande (BVG) se destaca por apresentar 23% do seu territrio
formalmente protegido por unidades de conservao.
Cabe destacar, contudo, que a rea total dessas unidades de conservao soma 223.678
ha, o que significa que a maior parte delas tem sua superfcie fora da bacia (Tabela 4.3).
De fato, apenas a APA Lajedo, a RB Jaba, o PE Caminho dos Gerais e o PE Verde
Grande podem ser considerados como integralmente na bacia do rio Verde Grande.
Alm das unidades de conservao, a bacia apresenta uma terra indgena, denominada
Luisa do Vale, que est situada na poro leste da sub-bacia do Mdio e Baixo Gorutuba
(Figura 4.9).
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Figura 4.8 Mapa de uso e ocupao do solo
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Tabela 4.2 Caracterizao da ocupao do solo
Sub-bacia
Uso de Solo e Cobertura Vegetal (% da rea total da sub-bacia)
Afloramento
Rochoso
Agricultura
Irrigada Agropecuria
rea mida
com
Vegetao
rea
Urbana Hidrografia Mata Ciliar Queimada Silvicultura
Vegetao
Arbrea-
Arbustiva
Vegetao
Arbustiva
AG 0,02 3,15 21,80 0,00 0,73 1,74 5,59 0,16 4,77 20,18 41,86
AVG 0,02 0,18 48,10 0,00 2,40 0,14 5,76 0,02 3,17 20,07 20,14
AVP 0,01 2,24 45,04 0,06 0,26 0,72 1,56 0,02 0,41 21,26 28,43
BVG 3,08 1,04 43,51 8,49 0,01 0,09 1,00 0,00 0,20 0,05 42,73
BVP 1,79 0,14 53,25 1,27 0,04 0,06 0,98 0,00 3,08 5,94 36,42
MGB 0,09 1,38 53,18 1,14 0,13 0,03 1,35 0,00 0,54 11,85 29,51
MVG-TA 0,10 0,62 54,76 0,20 0,18 0,05 3,54 0,01 0,00 7,46 32,50
MVG-TB 1,45 2,34 58,18 1,63 0,18 0,17 1,23 0,00 0,00 0,00 34,83
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Figura 4.9 Unidades de conservao e terra indgena
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Tabela 4.3 Distribuio das unidades de conservao e terra indgena
Nome rea total (ha) % na bacia Tipo
Parque Estadual Lagoa do Cajueiro 21.229,0 21,4 Proteo Integral
Parque Estadual Verde Grande 25.551,6 98,9 Proteo Integral
Reserva Biolgica Serra Azul 7.403,8 12,0 Proteo Integral
Reserva Biolgica Jaba 6.404,1 99,7 Proteo Integral
rea de Proteo Ambiental Lajedo 11.389,0 100,0 Uso Sustentvel
rea de Proteo Ambiental Serra do Sabonetal 85.794,0 16,0 Uso Sustentvel
Parque Estadual Caminho dos Gerais 56.244,9 100,0 Proteo Integral
Parque Estadual Lapa Grande 9.663,1 84,5 Proteo Integral
Terra Indgena Luisa do Vale 10.122,1 52,0 -
Observao: No levantamento foram consideradas as unidades de conservao estaduais e federais e as terras indgenas, no tendo sido includas as reservas particulares do patrimnio natural e unidades de conservao municipais, em funo das dificuldades de delimitar essas reas e de obteno desse tipo de informao.
A fim de avaliar o grau de preservao da vegetao proporcionadas pelas unidades de
conservao de proteo integral, foi realizado cruzamento com o mapa de uso e
ocupao do solo que revelou que, das seis unidades, quatro apresentam predomnio de
reas preservadas: PE Lagoa do Cajueiro, PE Verde Grande, REBIO Jaba e REBIO
Serra Azul.
reas Prioritrias para a Conservao da Biodiversidade
O Ministrio do Meio Ambiente identificou as reas prioritrias para a conservao da
biodiversidade brasileira, classificadas segundo a sua importncia e prioridade, segundo
que algumas esto situadas na bacia.
importante destacar que, para cada uma das reas prioritrias mapeadas, existe uma
indicao de manejo correspondente que no implica, necessariamente, qualquer tipo de
restrio quanto ao uso ou mesmo perspectiva de implantao de reas protegidas,
embora essa alternativa se inclua entre as aes de manejo.
Nas sub-bacias do Mdio e Baixo Gorutuba e Alto Gorutuba, que tm 91,4% e 89,7% de
seu territrio coincidindo com a rea prioritria Ca001 Jaba, respectivamente, a ao
recomendada de inventrio. O Baixo Verde Grande tem 53% de seu territrio
coincidindo com as reas de importncia extremamente alta Ce148 Regio do Jaba e
Ca003 Corredor do Rio Japor, para as quais as aes recomendadas so a
recuperao da primeira e o incremento da conectividade, da segunda. As reas
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29
indicadas para a criao de novas unidades de conservao esto includas na regio de
cabeceiras do Alto Verde Pequeno (Ce139 Areio) e no Mdio e Baixo Gorutuba
(Ce119 Luisa do Vale), essa ltima apresentando uma sobreposio com a terra
indgena de mesmo nome j existente.
rea de Aplicao da Lei da Mata Atlntica
A Lei Federal n 1.428 de 2006 Lei da Mata Atlntica visa preservar os
remanescentes da Mata Atlntica e criar alternativas para sua recuperao nas regies
onde essa formao vegetal se encontra mais degradada. Ela contempla outros
ambientes que no so considerados Mata Atlntica stricto sensu, como o caso, por
exemplo, das matas secas includas na bacia.
Na bacia do rio Verde Grande, foram mapeadas reas pertencentes Floresta Estacional
Decidual, que se incluem na rea de aplicao da Lei n 1.428 de 2006 (Tabela 4.4).
Tabela 4.4 Distribuio da rea de aplicao da Lei da Mata Atlntica
Sub-bacia rea (ha) % Sub-bacia
Alto Gorutuba 57.828,0 27,1
Alto Verde Grande 82.232,8 26,5
Alto Verde Pequeno 57.812,6 19,9
Baixo Verde Grande 144.273,7 74,6
Baixo Verde Pequeno 148.814,1 44,2
Mdio e Baixo Gorutuba 218.874,0 28,3
Mdio Verde Grande - Trecho Alto 488.150,0 68,7
Mdio Verde Grande - Trecho Baixo 143.805,1 45,5
As unidades que apresentam maior interferncia com os polgonos de aplicao da lei
so o Baixo Verde Grande (74,6%) e o Mdio Verde Grande Trecho Alto (68,7%), que
apresentam mais da metade de seus territrios pertencendo rea de abrangncia.
importante destacar que se verifica neste momento, em todo o Brasil, um esforo dos
rgos estaduais de meio ambiente para adequao s exigncias da lei, estabelecendo
critrios de licenciamento das atividades em suas reas de abrangncia.
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30
5.4 CARACTERIZAO SOCIOECONMICA
Os municpios que compem a bacia do rio Verde Grande tm como referncia o
municpio de Montes Claros, considerado centro de expresso regional, que influencia o
desenvolvimento da regio norte de Minas, parte do Vale do Jequitinhonha e sul da
Bahia. A grande transformao da cidade se deu atravs dos incentivos fiscais da
Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) a partir da dcada de 60.
Os municpios baianos da bacia apresentam seus subsistemas urbanos fortemente
polarizados por Montes Claros. Entretanto, sofrem a influncia poltica, econmica e
social do municpio de Guanambi, que est situado fora da bacia e influencia mais de 30
municpios da regio, constituindo-se como cidade plo regional do centro-sul da Bahia.
Do ponto de vista demogrfico, a bacia do rio Verde Grande conta com populao
estimada de 741,5 mil (ano de 2007) habitantes contra 485,8 mil habitantes, em 1980
(Tabela 4.5). A populao est concentrada em trs sub-bacias: Alto Verde Grande
detm 48% do total de populao, influenciada pela sede urbana de Montes Claros (332
mil habitantes), a maior e nica sede urbana regional; Mdio e Baixo Gorutuba (13%),
onde se situa a cidade de Porteirinha (terceira maior sede urbana com 18,3 mil
habitantes); e o Mdio Verde Grande Trecho Alto (12%), que abrange as sedes dos
municpios de Francisco S, Capito Enas e So Joo da Ponte.
A taxa de urbanizao na bacia, que era de 55% em 1980 chegou a 75% em 2007
(Tabela 4.5). A distribuio da taxa de urbanizao muito diferenciada por sub-bacia. As
sub-bacias do Alto Verde Grande, por incluir a populao urbana de Montes Claros, e do
Alto Gorutuba registram, respectivamente, taxas de 96% e 84%. As demais possuem,
-
31
Tabela 4.5 Caracterizao demogrfica
Sub-bacia
Populao Total
(hab)
2000
Taxa de Urbanizao
(%)
2000
Populao Urbana
(hab)
2007
Populao Rural
(hab)
2007
Populao Total
(hab)
2007
Densidade
Demogrfica (hab/km2)
2007
Taxa de Urbanizao
(%)
2007
AG 74.107 83 66.216 12.298 78.514 36,79 84
AVG 309.480 95 337.707 15.871 353.578 113,98 96
AVP 53.984 43 25.148 28.817 53.965 18,56 47
BVG 6.387 0 0 6.694 6.694 3,46 0
BVP 18.669 20 4.053 15.783 19.836 5,89 20
MGB 97.866 47 47.098 48.905 96.003 12,43 49
MVG-TA 83.772 51 46.693 40.050 86.743 12,20 54
MVG-TB 42.537 60 29.081 17.058 46.139 14,59 63
Bacia VG 686.802 72 555.996 185.475 741.472 23,59 75
-
32
valores inferiores ao total da bacia, sendo que quatro apresentam taxas inferiores a 50%
(a sub-bacia do Baixo Verde Grande no registra populao urbana).
Atividades Econmicas
A fim de avaliar a gerao de riqueza na bacia do Verde Grande, foi utilizado o PIB
municipal mdio do quinqnio 2002/2006, que apresenta a seguinte distribuio: 66%
para o setor de servios; 24% para o setor industrial e 10% para o setor agropecurio. Os
resultados mostram que a sub-bacia do Alto Verde Grande representa 63% do PIB da
bacia, sendo que concentra 76% do PIB industrial e 66% do PIB dos servios. A segunda
sub-bacia com maior participao, em termos de PIB municipal, Mdio Verde Grande
Trecho Alto (9%), seguida do Alto Gorutuba (8%) e Mdio-Baixo Gorutuba (8%).
A anlise do PIB agropecurio revela que as sub-bacias Mdio Verde Grande Trecho
Alto (25%), Mdio e Baixo Gorutuba (21%) e Alto Verde Grande (14%) concentram 62%
do total da bacia.
O PIB per capita da bacia, no ano de 2006, foi de R$ 3.429, valor prximo ao do Estado
de Minas Gerais (R$ 3.492) e superior ao do Estado da Bahia (R$ 2.162).
O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) Municipal, utilizado para caracterizar a
condio de vida da populao da bacia, mostra que os valores mais elevados ocorrem
nos municpios da parte alta da bacia e diminuem nos trechos mdio e baixo, com
exceo do municpio de Janaba.
Verifica-se tambm uma condio muito desigual de qualidade de vida da populao,
identificando-se regies com indicadores sociais muito baixos. Tomando-se como
referncia o IDH dos Estados de Minas Gerais (0,773 em 2000) e o da Bahia (0,688 neste
mesmo ano), verifica-se que somente Montes Claros possui IDH superior ao de Minas
Gerais, ou seja, condio melhor que sua referncia regional. Entre o valor de Minas
Gerais e da Bahia, a bacia registra apenas quatro municpios: Guaraciama, Glaucilndia,
Janaba e Bocaiva, sendo que o valor deste ltimo (0,736), maior entre os deste grupo,
muito inferior ao de Montes Claros (0,783). Todos os demais 30 municpios que
compem a bacia registram IDH inferior ao da Bahia, sendo que desse total, 17 registram
valor inferior a 0,650, que pode ser considerado um valor baixo.
O crescimento do IDH na bacia, no perodo de 1991 a 2000, foi de 18,0%, valor mais
elevado que o das referncias estaduais. As sub-bacias que registraram IDH mais baixo
so tambm as que registraram taxas mais elevadas de crescimento, impulsionado
principalmente pela dimenso educao, enquanto as dimenses longevidade e renda
registraram crescimento bem menor no perodo.
-
33
Setor Primrio
A agricultura na bacia do Verde Grande implantou-se a partir de duas frentes. Foram
instalados na bacia grandes projetos de irrigao, destinados inicialmente produo de
cereais e, posteriormente, direcionados para a produo de frutas, especialmente
banana. Nestes permetros irrigados, o volume maior de produo tem como base uma
agricultura empresarial e mais exigente tanto em termos de investimento quanto em
termos de manejo. A outra frente se destinava incluso da agricultura familiar no
mercado, atravs da produo de matria-prima para a indstria em detrimento da
produo destinada ao abastecimento local e da agricultura tradicional de subsistncia.
A rea de cultivos temporrios na bacia era de 106,2 mil hectares no perodo 1998/2002 e
reduziu-se para 98,9 mil hectares na srie 2003/2007. Optou-se pela utilizao de mdias
de perodos de cinco anos como forma de minimizar flutuaes anuais e oferecer uma
perspectiva mdia da evoluo da rea plantada nos ltimos 10 anos.
O principal cultivo temporrio da bacia o milho (42,1% da rea, equivalente a 41,6 mil
hectares em mdia no perodo 2003/2007), seguido do feijo (21,1%) e do algodo
(14,0%).
A sub-bacia Mdio e Baixo Gorutuba concentra a maior parte da rea cultivada (37% da
bacia no perodo 2003/2007) em que se destacam o algodo, milho e feijo. As sub-
bacias do Mdio Verde Grande Trecho Alto (15%) e Alto Verde Pequeno (15%) tambm
apresentam expressiva participao na bacia com destaque para a produo de milho.
Nos cultivos permanentes, as principais culturas, em termos de rea ocupada, no perodo
2002/2003, foram a banana (73% da rea total) e a manga (10%), que so seguidos pelo
coco (5%) e o limo (4%).
A produo agrcola das sub-bacias Mdio Verde Grande Trecho Alto, Alto Gorutuba,
Mdio e Baixo Gorutuba e Mdio Verde Grande - Trecho Baixo possui destacada
participao da fruticultura, sendo a banana o principal produto dos municpios de Jaba,
Matias Cardoso, Janaba e Nova Porteirinha. A banana produzida por mdios e
grandes produtores. O municpio de Janaba sedia a Associao Central dos
Fruticultores do Norte de Minas ABANORTE que congrega 16 associaes,
cooperativas, sindicatos e empresas ligadas ao agronegcio da fruticultura com cerca de
3.500 produtores rurais.
O municpio de Jaba exporta limo para a Comunidade Europia atravs de empresas
de packing house (casa de embalagem), sendo que uma dessas pertence Associao
Central Ja formada por diversos produtores de limo.
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34
Boa parte produo agrcola das pequenas propriedades da bacia serve apenas para
auto-consumo das famlias ou so comercializados nas diversas feiras que ocorrem em
todos os municpios da regio. Em Urandi, duas feiras semanais movimentam a economia
do municpio. A grande feira da regio sudoeste da Bahia acontece, contudo, em
Guanambi especialmente na segunda-feira. Os produtos comercializados vm de todas
as cidades do entorno, incluindo desde produtos como feijo, milho, rapadura, frutas de
todas as espcies, alho, cebola, at gado.
Em relao pecuria, a bacia apresentou, no perodo 2003/2007, rebanho de 3,5
milhes de cabeas em que se destacam as aves (64%) e os bois (29%). Do total de
gado, cerca de 1 milho de cabeas, a maior parte est concentrada nas sub-bacias do
Mdio Verde Grande Trecho Alto (33%) e Mdio-Baixo Gorutuba (20%), que
correspondem aproximadamente ao trecho mdio da bacia do Verde Grande.
Em termos de crescimento, comparadas as mdias anuais dos perodos 1998/2002 e
2003/2007, o rebanho bovino registrou taxa de 17,3% e o de galinhas, 7,7%.
A produo pecuria de Janaba absorvida pelo frigorfico Independncia que a maior
empregadora do setor privado local com cerca de 800 trabalhadores. Alm do frigorfico,
alguns municpios da bacia possuem abatedouros municipais que servem para abastecer
o consumo local de carne.
Em termos de empregos formais, a atividade agropecuria registra um considervel
nmero com mais de 7 mil empregos em 2007. O principal grupo de atividade econmica
a criao de bovinos (32,5% do emprego e 56,1% dos estabelecimentos), constituindo-
se em uma atividade muito pulverizada em um grande nmero de estabelecimentos
(mdia de apenas 2 empregos por estabelecimento). O segundo grupo de atividade com
destaque no emprego formal o cultivo de frutas de lavoura permanente (30,8%), o qual
registra uma mdia de empregos por estabelecimento maior (10 empregos por
estabelecimento).
Setores Secundrio e Tercirio
A atividade industrial e de servios na bacia foi avaliada por meio da distribuio das
pessoas ocupadas e do emprego formal, tendo sido considerados somente os municpios
com sede na bacia.
Em 2000, o censo demogrfico registrava 246,5 mil pessoas ocupadas, sendo 28,7%
deste total na atividade agropecuria, 16,1% no comrcio, 8,9% na indstria de
transformao, 8,5% em servios domsticos, 7,6% na indstria de construo e 7,4% na
educao.
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35
Quando se considera o emprego formal (RAIS), ou seja, a parcela das pessoas ocupadas
com registro de emprego, havia, em 2007, um total de 89.875 pessoas distribudas em
10.110 estabelecimentos. Considerando o emprego formal, entretanto, decresce a
participao do setor primrio (apenas 8,6%) e aumenta a participao da indstria da
transformao (14,1%) e de algumas sees do setor tercirio, notadamente a
administrao pblica (23,4%) que se torna a seo com maior participao no emprego
formal, seguida do comrcio (23,0%).
A distribuio do emprego formal na bacia est concentrada na sub-bacia Alto Verde
Grande, que registra 6,6 mil estabelecimentos e 60,2 mil empregos (65,4% e 67,0%,
respectivamente). Montes Claros concentra 66% do emprego formal na bacia do Verde
Grande (59,2 mil empregos), sendo que seu distrito industrial possui 36 empresas ligadas
aos setores de alimentao, comrcio atacadista, madeireiro, txtil, embalagens de polpa,
produtos veterinrios, farmacutico, bebidas, plsticos, transportes, reciclagem e
metalurgia. Mais recentemente foi incorporado ao parque industrial foi inaugurada uma
usina de biodiesel da Petrobrs. Alm disso, algumas indstrias so exportadoras, como
o caso da Coteminas do setor txtil e a Nordisk do ramo farmacutico.
Cabe destacar ainda que Montes Claros se tornou referncia para a regio norte do
Estado de Minas Gerais em educao, possuindo 8 unidades de ensino superior.
A segunda sub-bacia com participao importante no emprego formal Alto Gorutuba
(12,1%) com destaque para Janaba, que o segundo municpio em concentrao de
empregos (10,2%) com destaque para a presena de frigorfcio e de diversas pequenas
empresas.
Na bacia, um grande nmero de municpios possui grande parte de seu emprego formal
concentrado na administrao pblica, a qual contrata exclusivamente atravs de
emprego formal. Para exemplificar, oito municpios apresentam mais de 80% do emprego
formal concentrado nessa atividade.
Irrigao
De acordo com o mapeamento de uso do solo, a bacia do rio Verde Grande apresentava,
em 2009, rea irrigada de 38.716 com destaque para a sub-bacia Mdio e Baixo
Gorutuba (28% do total) e do Mdio Verde Grande Trecho Alto (19%) (Tabela 4.6).
-
36
Tabela 4.6 - Distribuio das reas irrigadas
Sub-bacia rea Irrigada (ha) % da bacia
AVG 573,00 1,5
MVG - TA 4.388,50 11,3
AG 6.746,46 17,4
MBG 10.638,33 27,5
MVG - TB 7.386,55 19,1
AVP 6.504,33 16,8
BVP 461,19 1,2
BVG 2.018,07 5,2
Total geral 38.716,42 -
A Figura 4.10 mostra o histrico do crescimento da rea irrigada na bacia que evoluiu de
12.454 ha, em 1980, at 38.716 ha, no ano de 2009. Cabe destacar que o grande
crescimento entre 2006 e 2009 possivelmente tem origem nas diferenas metodolgicas,
j que o dado de 2006 corresponde ao censo agropecurio, enquanto o outro em
imagens de satlite. Nesse aspecto, cabe acrescentar que imagens tambm foram
utilizadas em 1992.
Figura 4.10 Evoluo da rea irrigada na bacia Fonte: Censo IBGE para os anos: 1980, 1985, 1995 e
2006; Rural Minas 1996; e Imagem de satlite para os anos: 1992 e 2009.
-
37
A grande rea irrigada na bacia se deve em grande parte presena de grandes
permetros pblicos de irrigao que so mantidos pela CODEVASF: Gorutuba (municpio
de Nova Porteirinha), Lagoa Grande (Janaba), Estreito (Urandi, Espinosa e Sebastio
Laranjeiras) e Jaba (Jaba, Manga, Verdelndia e Matias Cardoso). Cabe destacar que o
permetro de Jaba est apenas parcialmente inserido na bacia - aproximadamente 6.300
ha esto na bacia, dos quais cerca de 2.225 em irrigao em 2009 - e que sua fonte
hdrica externa bacia, correspondendo ao rio So Francisco.
Tabela 4.7 - Projetos de irrigao
Projeto Estado Estgio Rio
rea
Bruta
do
Projeto
(ha)
rea do Projeto (ha)
Culturas
Produzidas
Valor bruto da
produo em
R$ (2005)
Irrigvel Operao
Gorutuba MG Implantado Gorutuba 7.064 7.064 4.745
Banana, manga,
limo, coco,
feijo e milho.
15.510.564,00
Lagoa
Grande MG Implantado Gorutuba 1.689 1.689 995
Banana, caju,
coco, manga,
pepino, feijo e
milho
4.200.299,00
Jaba MG Implantado So
Francisco 100.000 29.593 6.366
Banana, manga,
milho, limo,
sementes,
feijo,
mandioca,
cebola
27.413.494,00
Estreito BA Implantado
Verde
Pequeno,
Raz,
Cachoeira
e Cova da
Mandioca
8.101 2.745 2.903
Banana, manga,
feijo,
mandioca,
algodo, milho
10.275.500,00
Fonte: Codevasf (levantamento de campo)
5.5 SANEAMENTO AMBIENTAL
gua
O ndice de atendimento com servios de gua tem impacto direto na sade e qualidade
de vida das populaes e nas disponibilidades para a fixao de empreendimentos
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38
diversos, industriais e comerciais. Entre os 26 municpios com sede na bacia do rio Verde
Grande, 24 so atendidos so atendidos pela COPASA e 6 tm sistemas autnomos,
sendo 4 em Minas Gerais e 2 na Bahia. No h, assim, municpios atendidos pela
companhia baiana de saneamento, a EMBASA.
Os resultados das sub-bacias do rio Verde Grande em relao ao abastecimento de gua
so apresentados na Tabela 4.8. Cabe comentar que, na falta de informaes disponveis
sobre os municpios da poro baiana da bacia, Sebastio Laranjeiras e Urandi, foram
utilizados os dados do Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento (SNIS),
considerando a mdia do estado da Bahia.
Tabela 4.8 - ndice mdio de cobertura dos servios de abastecimento de gua nas sub-
bacias do rio Verde Grande.
Estado Sub-bacia ndice de atendimento
urbano de gua (%)
Volume produzido
1.000m/ano
Percentual mdio
de perdas na
distribuio
Bahia
AVP / BVP 90,1 382 70,00
Estado BA 90,1 382 70,00
Minas Gerais
AVG 99,88 25.967,20 46,03
MVG -TA 98,11 1.653,16 15,78
AG 98,74 2.961,59 19,89
MBG 97,89 2.400,21 25,01
MVG -TB 98,39 1.299,60 19,94
AVP 97,56 1107,88 43,70
Estado MG 98,4 35.389,60 28,40
Bacia Verde Grande 94,3 35.771,60 49,20
BRASIL - SNIS 80,9 -
As sub-bacias do Alto e Baixo Verde Pequeno com 90,1% apresentam os piores
indicadores de cobertura. As demais sub-bacias, que tm as sedes municipais no Estado
de Minas Gerais apresentam nveis elevados de atendimento, variando de 96,2% a 100%,
considerados como de alcance da universalizao do abastecimento.
-
39
As perdas na distribuio so especialmente elevadas nas sub-bacias Alto e Baixo Verde
Pequeno e Alto Verde Grande, sendo que nessa ltima adquire maior relevncia em
funo da grande populao urbana presente.
Esgotos
A situao do tratamento de esgotos mostra, que do total de 26 municpios, 8 tm
sistemas operados pela COPASA e os demais so autnomos.
A Tabela 4.9 mostra que aproximadamente 74% do esgoto produzido na bacia recebe
tratamento. Cabe ressaltar que essa situao melhorou bastante com a entrada em
operao, em fevereiro de 2010, da Estao de Tratamento de Esgotos (ETE) de Montes
Claros, pois o valor anterior era de 4%.
Tabela 4.9 Situao do tratamento e coleta dos esgotos domsticos urbanos
Estado Sub-bacia
Volume de
esgoto
produzido
(1.000m/ano)
Volume de
esgoto coletado
(1.000m/ano)
Volume de
esgoto tratado
(1.000m/ano)
Carga
remanescente de
DBO (kg/dia)
Bahia
AVP / BVP 305,62 0 0 514
Estado BA 305,62 0 0 514
Minas
Gerais
AG 2.369,27 566,03 543,37 3.001
AVG * 20.773,73 20.297,07 20.296,86 2.367
AVP 885,66 2,56 0 1.064
MBG 1920,17 400,49 340,33 2.262
MVG -TA 1322,53 70,12 0 2.645
MVG -TB 1039,68 126,87 124,81 1.412
Estado MG 28.311,04 21.463,14 21.305,37 12.751
Bacia VG 28.616,66 21.463,14 21.305 13.265
(*) Atualizado com dados ETE Montes Claros (2010)
Em Minas Gerais, os ndices de coleta de esgotos nos municpios variam de 0,00% a
98,46% da populao urbana. Quatorze cidades tm ndices de coleta inferiores a 7%,
assim praticamente no possuem redes, nove cidades tm valores entre 10,60% a
64,12%, sendo que apenas Montes Claros declara possuir 98,46%.
-
40
Em Minas Gerais, apenas 7 cidades tm o esgoto coletado integralmente tratado:
Glaucilndia, Jaba, Janaba, Juramento, Nova Porteirinha, Porteirinha e Varzelndia. A
cidade de Nova Porteirinha lana seus efluentes na ETE de Janaba, otimizando assim
esta unidade. As demais, 19 cidades, no dispem de qualquer tipo de tratamento.
Todas as ETEs em operao utilizam o reator anaerbio do tipo RAFA seguido, na
maioria dos casos, de filtro biolgico e decantador secundrio com eficincias variando de
60% (RAFA) a 90% (com o secundrio). A exceo a ETE de Porteirinha que
constituda de lagoas.
No Estado da Bahia no h coleta nem tratamento do esgoto.
Resduos Slidos
Na bacia do rio Verde Grande, a gesto dos resduos slidos urbanos realizada
exclusivamente pelos municpios. Na questo de destinao, os indicadores mostram
uma situao preocupante (Tabela 4.10), pois em nenhum dos municpios da bacia h
aterros sanitrios.
Tabela 4.10 Destinao dos resduos slidos urbanos
Estado Sub-bacia Volume
Produzido total (ton/dia)
Tipo de Destinao Final
Lixo Aterro
Controlado Aterro Sanitrio
Bahia AVP / BVP 7.135,50 2 0 0
Estado BA 7.135,50 2 0 0
Minas Gerais
AVG 88.530,80 3 1 0
MVG -TA 34.823,30 3 2 0
AG 49.683,00 3 0 0
MBG 35.307,00 5 2 0
MVG -TB 21.781,50 3 0 0
AVP 14.781,00 2 0 0
Estado MG 244.906,60 19 5 0
Bacia Verde Grande 252.042,10 21 5 0
Fontes: PNSB (IBGE, 2000); SNIS RSU (2006) - Para o Estado de Minas Gerais h o Relatrio da FEAM de 2008.
Cinco municpios mineiros da bacia possuem aterro controlado: Catuti, Glaucilndia,
Mirabela, Patis e Porteirinha. Os aterros controlados so instalaes na qual alguns tipos
de controle so periodicamente exercidos, quer sobre o macio de resduos, quer sobre
-
41
seus efluentes. Admite-se, que esse tipo de aterro se caracterize por um estgio
intermedirio entre o lixo e o aterro sanitrio. Adicionalmente cabe registrar que no h
registros de unidades de triagem, compostagem e reciclagem de resduos na bacia.
5.6 DISPONIBILIDADE HDRICA
Disponibilidade Hdrica Superficial
A disponibilidade de gua nos rios da bacia do rio Verde Grande especialmente
importante para uma regio com intenso desenvolvimento da irrigao e, por outro lado,
situada em um clima semi-rido. Para sua avaliao foram consideradas vazes de
estiagem, nos trechos onde no houver barramentos que alterem o regime fluvial, e a
vazo regularizada com 95% de garantia somada vazo incremental de estiagem, em
sees a jusante de reservatrios de regularizao.
As vazes, consideradas representativas do perodo de estiagem, adotadas foram aquela
com 7 dias de durao e perodo de retorno de 10 anos (Q7,10) e as com permanncias de
90% (Q90) e 95% (Q95), que correspondem s vazes de referncia para outorga
adotadas, respectivamente, por Minas Gerais, Bahia e ANA.
A fim de caracterizar as vazes de estiagem, foram utilizadas as sries de dados
anteriores a 1979 das duas estaes com sries de dados mais expressivas: Colnia do
Jaba (44670000), perodo de 1963 a 1978, e de Boca da Caatinga (44950000), perodo
de 1970 a 1978. O estudo de regionalizao, utilizando a srie 1979-2002, mostrou que
os valores observados estavam significativamente influenciados pelos reservatrios e o
elevado consumo de gua para irrigao na bacia, que se expandiu fortemente a partir da
dcada de 80.
Alm das vazes naturais, a bacia apresenta importantes barramentos que so
responsveis pelo incremento da disponibilidade de gua (Tabela 4.11). Foram avaliadas
as 9 barragens de grande e mdio porte da bacia, que totalizam uma vazo regularizada
com 95% de garantia de 5,5 m3/s (Tabela 4.12).
Cabe destacar que as 3 barragens de grande porte da bacia foram construdas para
atender os permetros pblicos de irrigao que so: Bico da Pedra, cuja operao foi
iniciada em 1979 para atender aos permetros de irrigao da Lagoa Grande e Gorutuba,
com volume til de 481 hm3 e regularizao de 3,1 m3/s; Estreito, cuja operao foi
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42
Tabela 4.11 Reservatrios localizados na bacia do rio Verde Grande
Nome Curso dgua Municpio Incio de operao
Volume do reservatrio (hm3) Entidade responsvel
pela operao Finalidades principais
Total til
Bico da Pedra Gorutuba Janaba/ Porteirinha 1979 705 481 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Gameleiras Gameleiras Mamonas 1991 1,80 1,75 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Mocambinho Mocambinho (Mosquito)
Porteirinha 1989 0.60 0,57 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Canabrava Canabrava
(Quem Quem) Francisco S 1982 2,50 2,30 CODEVASF
Irrigao, abastecimento humano e animal
Pedro J Mamona
(Quem Quem) Francisco S 1989 3,00 2,80 CODEVASF/ PREFEITURA
Irrigao, abastecimento humano e animal
So Domingos So Domingos Francisco S 1988 4,50 4,20 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Lajes Lajes Porteirinha 1984 1,40 1,20 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Serra Branca Serra Branca Porteirinha 1983 0,006 0,004 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Estreito Verde Pequeno Espinosa/Urandi 1975 76 63 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Cova da Mandioca
Cova da Mandioca
Urandi 1996 126 120 CODEVASF Irrigao, abastecimento humano e
animal
Juramento Juramento Juramento 1982 42,50 25,24 COPASA Abastecimento humano
Mosquito Mosquito Porteirinha 1991 8,80 8,05 CEMIG Abastecimento humano e
perenizao
Angical Tremendal Monte Azul 1991 1,00 1,00 PREFEITURA/COPASA Abastecimento humano
Viamo Viamo Mato Verde 1992 Barragem de nvel COPASA Abastecimento humano
Umburama Canabrava (Salobro)
So Joo da Ponte 1992 0,47 0,40 PREFEITURA Irrigao, abastecimento humano e
animal
Jos Custdio Canabrava (Salobro)
Monte Azul 1993 2,51 2,30 PREFEITURA Irrigao, abastecimento humano e
animal
Aurlio Aurlio Iui N.D. < 0,50 < 0,50 PARTICULAR Irrigao, abastecimento humano e
animal
Razes Razes Urandi N.D. < 1,00 < 1,00 RFFSA Perenizao e amortecimento de
cheias
Fonte: Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hdricos da bacia do rio Verde Grande: Relatrio Final de dados bsicos R2 (Relatrio de Diagnstico), Novembro de 1996.
-
43
iniciada em 1975 com 63 hm3 de volume til, e Cova da Mandioca com 120 hm3, que so
interligadas para atendimento do permetro de irrigao de Estreito e regularizam
conjuntamente 1,8 m3/s (Tabela 4.11). As outras barragens de mdio porte (volume til
entre 2 e 26 hm3) - Juramento, Cana Brava, Jos Custdio, Mosquito, Pedro Ju e So
Domingos - regularizam 0,6 m3/s.
Tabela 4.12 Vazes regularizadas pelas principais barragens com 95% de garantia
Nome Municpio Curso dgua Qreg
(m3/s)
Bico da Pedra Janaba / Nova Porteirinha Gorutuba 3,079
Estreito / Cova da Mandioca
Urandi / Espinosa Verde Pequeno / Cova da
Mandioca 1,801
Juramento Juranmento Juramento 0,404
Jos Custdio Monte Azul Canabrava/ Salobro 0,031
Mosquito Porteirinha Mosquito 0,106
Pedro J Francisco S Mamona/ Quem Quem 0,042
So Domingos Francisco S So Domingos 0,031
Total 5,494
A disponibilidade hdrica da bacia varia de 6,3 m3/s a 7,2 m3/s, dependendo da vazo de
estiagem adotada (Tabela 4.13). Evidencia-se assim, o pronunciado efeito de
regularizao dos barramentos que respondem por 5,5 m3/s da disponibilidade hdrica
(entre 76% e 89%).
-
44
Tabela 4.13 Disponibilidade hdrica superficial segundo as vazes de referncia adotadas pelos Estados de Minas Gerais e Bahia e a ANA. Vazes esto acumuladas nas sub-bacias
Sub-bacia Vazo mdia
(m/s)
Disponibilidade hdrica (m/s)
Qreg
+ Q90%
Qreg
+ Q95%
Qreg
+ Q7,10
AVG 5,121 0,971 0,798 0,682
MVG-TA 16,861 2,432 1,811 1,398
AG 3,118 3,162 3,135 3,119
MBG 14,396 4,419 3,978 3,731
MVG-TB 36,483 7,500 6,240 5,447
AVP 3,025 1,866 1,835 1,831
BVP 6,539 2,100 1,956 1,939
BVG 32,776 7,195 6,176 6,268
Qualidade das guas Superficiais
A bacia do rio Verde Grande possui redes de monitoramento de qualidade das guas
superficiais na poro mineira, sendo que no se dispe de monitoramento sistemtico na
bacia do rio Verde Pequeno, que compartilhada entre os Estados de Minas Gerais e
Bahia.
Os dados indicam que a bacia significativamente impactada pelo lanamento dos
esgotos sem tratamento e por cargas difusas associadas s caractersticas de uso e
ocupao do solo em que predomina o uso agropecurio. No caso dos esgotos, destaca-
se o significativo impacto que o lanamento da carga da cidade de Montes Claros
apresenta sobre o rio Vieira e que tambm repercute sobre o rio principal, que o Verde
Grande. Nesse aspecto, cumpre registrar que, com o incio da operao em 2010 da
estao de tratamento de esgoto (ETE) de Montes Claros, esperada uma melhoria
significativa da qualidade da gua desses rios, que dever ocorrer especialmente no que
se refere DBO, coliformes termotolerantes e oxigenao das guas.
Cabe destacar que, no PRH, foram utilizados os dados mais recentes ento disponveis
para a bacia que se estendem at o ano de 2009. Desse modo, os resultados
apresentados ainda no incorporam os benefcios advindos da operao da ETE de
Montes Claros.
Os resultados obtidos mostram que os parmetros mais representativos da qualidade das
guas superficiais na bacia so fsforo total, oxignio dissolvido, coliformes
termotolerantes e turbidez. Na bacia ocorrem ainda, de forma isolada, teores elevados de
cromo total, cdmio total, chumbo total, cobre dissolvido e fenis totais, cuja anlise
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temporal mostra diminuio do nmero de parmetros no conformes no monitoramento
recente, entre 2007 e 2008.
A anlise do comportamento sazonal indica que a bacia sofre o impacto de fontes difusas,
que produzem a degradao da qualidade no perodo das chuvas. Nesse aspecto se
destaca o trecho superior do rio Verde Grande e seus tributrios do curso mdio. No caso
do rio Vieira, coliformes termotolerantes, fsforo total, turbidez e cor verdadeira mostram
registros mdios compatveis com a classe de qualidade 4.
Os registros mdios de turbidez na bacia atendem, em geral, classe 1 nos dois perodos
climticos. No entanto, a degradao devido s fontes difusas contribui para a ocorrncia
de valores acima do limite da classe 3 nas chuvas em vrios pontos da calha do rio Verde
Grande e nos afluentes rios do Vieira, Quem Quem, Arapoim e Gorutuba a montante da
barragem Bico da Pedra (Figura 4.11). No rio das Poes e Suuapara, as concentraes
tambm superam o padro da classe 3 nos dois perodos climticos.
Os teores mdios de fsforo total indicam sobrecarga de nutrientes, com atendimento
classe 3 em diversos pontos, sendo relevante a ocorrncia da classe 4 no perodo
chuvoso, associada degradao por fontes difusas. Quadro de maior sensibilidade
registrado no rio do Vieira e no rio Verde Grande prximo a Capito Enas, Verdelndia e
Jaba, com ocorrncia da classe 4 nos dois perodos.
No que se refere carga orgnica, a situao mais confortvel, uma vez que as
concentraes mdias de DBO em geral atendem s classes 1 e 2, essa principalmente
no rio Gorutuba e afluentes monitorados com variao sazonal pouco expressiva. No rio
do Vieira, h compatibilidade com a classe 3 na chuva e superao do limite dessa classe
na estiagem, indicando degradao por fontes pontuais, com reflexo no rio Verde Grande
aps a confluncia com o rio Caititu, mas j apontando leve recuperao a jusante de
Capito Enas.
Os resultados mdios de oxignio dissolvido indicam condies de oxigenao
desfavorveis em vrios pontos, compatveis com as classes 3 e 4 e at mesmo fora de
classe (inferior a 2,0 mg/L) nos rios do Vieira e Gorutuba, e em seu afluente, o rio
Mosquito (Figura 4.12). Os esgotos domsticos in natura constituem as principais fontes
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Figura 4.11 - Condio mdia frente s classes de qualidade do parmetro oxignio dissolvido (perodo de 2005 a 2009)
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Figura 4.12 - Condio mdia frente s classes de qualidade do parmetro oxignio dissolvido (perodo de 2005 a 2009)
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de poluio lanadas nos citados rios. No caso do rio Gorutuba, possvel que os baixos
valores de oxignio estejam tambm relacionados s descargas de fundo da barragem do
Bico da Pedra.
Com relao s contagens mdias de coliformes termotolerantes, um expressivo nmero
de pontos aponta para compatibilidade com a classe 2 nas chuvas e com as classes 3 e 4
na estiagem.
Disponibilidade Hdrica Subterrnea
As guas subterrneas desempenham importante papel no desenvolvimento
socioeconmico da bacia e no atendimento da demanda de gua. A partir dos bancos de
dados existentes, considerando como referncia o do Sistema de Informaes de gua
Subterrnea (SIAGAS) do Servio Geolgico Brasileiro, foram identificados 5.379 poos
sendo que 2.767 apresentavam informaes sobre uso e 3.683 possuam a informao
de estarem equipados, ou seja, dotados de equipamentos que permite o funcionamento
do poo. A partir desses dados foram estimados 3.833 poos em operao na bacia, que
representa uma demanda de gua aproximada de 2,4 m3/s. A distribuio estimada desse
volume a seguinte: 23% para abastecimento humano; 21% para irrigao; 7% para
pecuria; 4% para uso industrial e 45% para usos mltiplos.
Para a caracterizao hidrogeolgica, os sistemas aqferos da regio foram divididos
nos domnios poroso, fissurado e crstico-fissurado. A Figura 4.13 apresenta os principais
sistemas aquferos e suas principais caractersticas.
O domnio poroso, que ocupa 29% da bacia, engloba as unidades sedimentares que
capeiam as rochas mais antigas representado pelos sedimentos inconsolidados
constitudos de areia, cascalho e argila, associados aos aluvies recentes, aos colvios,
s coberturas detrticas e s coberturas detrito-laterticas. Tambm compem o domnio,
os sedimentos associados ao Grupo Urucuia, que tm um potencial hdrico superior
dentro do conjunto.
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Figura 4.13 Mapa hidrogeolgico
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O domnio crstico-fissurado composto pelas rochas carbonatadas (predomnio de
calcrios) e pelito-carbonatadas (presena de calcrios subordinada em relao aos
pelitos) do Grupo Bambu, que ocupam uma rea de cerca de 43% da bacia distribudos
pelas pores centro e ocidental da bacia do rio Verde Grande. Esse domnio contm os
melhores sistemas aquferos da bacia, especialmente naqueles em que predominam as
rochas carbonatadas, embora sua heterogeneidade possa resultar em poos de baixa
vazo. Cabe destacar que nesse domnio que esto concentrados aproximadamente
78% dos poos cadastrados.
O domnio fissurado corresponde aos sistemas aquferos compostos por rochas
quartzticas, xistosas, granito-gnissicas e sienticas que afloram na poro leste da
bacia, ocupando 28% da bacia. Apresentam, de forma geral, baixo potencial hdrico.
Na bacia do rio Verde Grande, as curvas potenciomtricas mostram que as reas de
recarga esto, quase sempre, associadas aos altos topogrficos onde esto as nascentes
dos rios, ou seja, vem coincidir com os divisores das guas superficia