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8/6/2019 Tematica comparat
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Docente: Prof. Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha
Discentes: Juliane Emiliano
Tatiele da Cunha Freitas
A TEMÁTICA COMPARATISTAA TEMÁTICA COMPARATISTA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA
MESTRADO EM TEORIA LITERÁRIA
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BIBLIOGRAFIA:� 1 - BELLER, Manfred. ³Tematologia´ In: CHMELING, Manfred. Teoría y práctica de la
literatura comparada. Barcelona: Editorial Alfa. 1984, p.101 a 118;
� 2 - CHARDIN, Philippe. ³A temática´ In: BRUNEL, Pierre. CHEVREL, Yves. (org.)Compêndio de literatura Comparada. Lisboa: Fundação Calouste. Gulbekian, 2004,
p. 167 a 183
� 3 - PAGEAUX, Daniel-Henri. MACHADO, Álvaro Manuel. Da literatura comparada à teoria da literatura. Lisboa: Edições 70. 1998, p.125 a 138;
�
4 ± PIMENTEL, Luz Aurora. ³Tematología y transtextualidad´ In: Nueva revista defilología hispánica.Vol.41 n1.1993. México;
� PIRES, Antonio Donizeti. ³Lugares comum da lírica, ontem e hoje.´ In: Linguagem:Estudos e Pesquisas. Vol10-11.Catalão, 2007;
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QUESTÕES A DISCUTIR:
� 1 - A temática comparatista;
�
2 - Problemas de terminologia;� 3 - Variações temáticas;
� 4 - Métodos de trabalho;
� 5 - Para uma nova temática comparatista;
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A TEMÁTICA COMPARATISTA - NOÇÕES GERAIS
� Tematologia: Descreve o campo metodológico daquelas investigaçõescomparatistas que pesquisam os aspectos temáticos que criam umatradição e os elementos formais na literatura (BELLER);
�
Principal expoente: Trousson
� A tematologia opera uma espécie de ³reagrupação´ dos textos literários,a partir de uma experiência temática;
� Definição clara de tema oferecida pela retórica forense clássica: designaa tarefa proposta ao orador pela matéria ou pelo objeto do processo. Aelaboração do ³tema´ ocorria em frases estreitamente ligadas entre sipela invenção (inventio), ordenação (dispositio) e da expressão verbal(elocutio);
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A TEMÁTICA COMPARATISTA - NOÇÕES GERAIS
� MACHADO & PAGEAUX: Tudo aquilo que é elemento constitutivo eexplicativo do texto literário, elemento que ordena, gera e permiteproduzir o texto;
� Pode revelar-se de forma direta ou indireta, voluntária ou involuntária;
Ex: DomEx: Dom
CasmurroCasmurro
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A TEMÁTICA COMPARATISTA - NOÇÕES GERAIS
� Motivo: Um conceito vasto, designado quer uma certa atitude ± por exemplo, a revolta ± quer uma situação de base, impessoal, em que osatores não foram ainda individualizados ± por exemplo as situações dohomem entre duas mulheres, da oposição entre dois irmãos etc. Trata-sede situações já delimitadas nas suas linhas essenciais, de atitudes já definidas, de tipos mesmo ± por exemplo o revoltado ou o sedutor ± masque continuam no estado de noções gerais, de conceitos (TROUSSON);
�
Motivo � Tema
Motivo possui caráter mais geral/ O motivo separticulariza no tema;
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A TEMÁTICA COMPARATISTA - NOÇÕES GERAIS
� Também em tematologia se denomina tema uma história legada pelatradição literária, a mitologia, a lenda...
� Ex: Tema de Fausto, de Don Juan e Antígona Neles convergem conceitostematizados que selecionam e orientam o conteúdo possível de outrosnovos textos Esquemas de ordem pré-textual (tema-personagem);
� Temas-personagens x temas-valor: temas-personagem possuem um grau mais alto de prefiguração (Ricoeur, 1983), uma espécie de perfil narrativo
que lhes propicia uma identidade como tal, se tornando impossível deesvaziá-los totalmente de conteúdos ideológicos;
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A TEMÁTICA COMPARATISTA - NOÇÕES GERAIS� Os temas-personagens podem ser considerados verdadeiras caixas de
ressonância textual.
� Ex: Don Juan
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A TEMÁTICA COMPARATISTA - NOÇÕES GERAIS
� Um último aspecto a se considerar do tema, é sua recursividade: Não sepode conceber um tema sem estar inscrito em uma tradição literária.
� Don Juan não seria um tema se não fosse pela constelação construída emtorno de si;
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PROBLEMAS DE TERMINOLOGIA
� A partir da definição de Greimas do motivo como uma configuração discursivade caráter recorrente e migratório, resulta evidente o conflito terminológico;
� Por uma parte, tanto tema como motivo se caracterizam pela sua condição dematéria-prima;
� Também em ambos os casos se apresenta a recursividade;
� Para complicar ainda mais, da mesma maneira que os motivos, os temas
também vão apresentar diferentes graus de figuração, figurações estas quevão do simples conceito (tema-valor) até a sua individualização (temas-personagens), a saber:
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PROBLEMAS DE TERMINOLOGIA
� A) O tema-valor, por exemplo, da sedução se conjuga com o tipo dosedutor;
� B) Os temas de herói, no quais se resumem diversos valores e conceitos(ex: Prometeu);
�
C) Os temas de situação, que individualizam situações de base ou programas narrativos potenciais (ex; Antígona);
� D) Os temas de figuras históricas, que alcançam grau máximo deindividualização, por estarem ligados a uma época e a um lugar concretos(ex. Napoleão);
�� OBSOBS: Como afirma Philippe Chardin, mesmo a questão das ambigüidades: Como afirma Philippe Chardin, mesmo a questão das ambigüidadesem torno do isolamento do ³substrato´ tema, varia muito de crítico paraem torno do isolamento do ³substrato´ tema, varia muito de crítico paracrítico.crítico.
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VARIAÇÕES TEMÁTICAS
� O tema se assimila na personagem Vários valores ou categoriassemânticas relacionadas entre si que entram em conjunção com o sujeito;
� Cada uma das atualizações do tema-personagem pode se apoiar em umou outro valor Será nele o ponto de descanso da carga temática e,portanto, a orientação ideológica da obra;
� Harry Levin - ³deslocamento da carga temática´ Certas atualizações,reelaborações colocarão ênfase em um determinado tema-valor;
� Ex: O Don Juan de Tirso é condenado, o de Zorrilla é salvo ( estedeslocamento deixa implícito uma mudança de postura ideológica)
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VARIAÇÕES TEMÁTICAS
� Se o tema-personagem é uma unidade complexa, resultado de umacombinatória, o motivo, pelo contrário, se apresenta como unidade simples,seja na forma de micro relato ou de figura;
� Os motivos tem uma maior liberdade de inserção e uma maior capacidade
de migração.
� Ex: Encontro no túmulo
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MÉTODOS DE TRABALHO
�
Tradicionalmente, a tematologia investiga a evolução dos temas com umenfoque essencialmente histórico Trabalhos de compilação ou inventário;
� Livro-bíblia da tematologia: Stoffgeschichte (História dos temas);
� Outra vertente importante dos estudos dos temas e motivos é a taxonômica Stith Thompson, no livro Motif-Index of folk-literature, enumera eclassifica 40.000 incidentes tirados de mitos, fábulas etc.
� Diante desta perspectiva metodológica, os estudiosos tentaram, ou classificar a matéria-prima da literatura, ou se orientaram para a histórialiterária ou história das ideias (Trousson);
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MÉTODOS DE TRABALHO
� Pierre Brunel Di ctionnaire des mythes litter á ires (1988) Parte do p ressuposto de que o mito em si se distin gue c om di f i c uldade do tema de vido a que o ³mito est á animado por um dinamismo de ordem narrati va ́ Seu modo de transmiss ão e sua c onsi gna ção por meio da es c ritura os c on vertem em um f ato liter á rio ;
� Pelo modo de transmissão narrativa, assim como pelo modo de inscriçãoque é essencialmente textual, os mitos, em si, são fenômenos literários etextuais. Ex: Don Juan;
� Segundo Br unel, há ainda uma terceira categoria, constituída por aquelasfiguras, eventos históricos que a pró pria literatura transformou em mitos.
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PARA UMA NOVA TEMÁTICA COMPARATISTA
�
Até hoje, todo o peso da investigação na área dos temas e motivos recaiu na classificação, no rastreamento da evolução dos temas e motivos aolargo da história literária e de sua relação com a história das ideias;
� Pimentel Se tem desc uidado de uma análise mais fina que leve em conta
as transformações textuais e a maneira em que se relacionam com outrostextos (perspectiva comparatista);
� É necessário, contudo, reconhecer que não existe qualquer obra de
literatura comparada que tenha encontrado um público como queobtiveram as grandes sínteses literárias;
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PARA UMA NOVA TEMÁTICA COMPARATISTA
�
Da mesma forma que é importante a f unção taxonômica nos estudos dostemas e motivos, é de igual importância, como afirma Trousson ³rastrear pistas na selva das inter pretações e das transformações de um tema nomarco da história das ideias´;
�
Uma perspectiva literária comparatista poderia certamente contribuir deforma útil para a elaboração de ³novos objetos´ de investigação c u joestudo é verdadeiramente inseparável de uma aproximaçãoverdadeiramente pluridisciplinar;
�
Chardin
Em certo sentido, uma abordagem temática privilegiandodeliberadamente o ponto de vista da ³produção´ relativamente ao ponto devista da ³recepção´ pode surgir, atualmente, como uma espécie decontrapeso indispensável nos estudos comparados.
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Obrigada!!!