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October/November/December 2016 Nº 47
VOLUME
HeadacheMedicineHeadacheMedicine
ISSN 2178-7468
EDITORIALXXX Brazilian Congress of Headache - An outstanding scientific event
Marcelo Moraes Valença
VIEW AND REVIEWSecondary nummular headache: a literature reviewArthur C. Holanda, Marília A. Batista, Raiza R. B. Oliveira, Maria Carolina M. de Oliveira,
Carolina A. Asfora, Aída C. S. do Nascimento, Eric C. Arraes, Rafael G.Costa, Marcelo M. Valença
ORIGINAL ARTICLEPrevalência de incapacidade por enxaqueca em estudantes de medicinaLayanne Cavalcante de Moura, Layanna Bezerra Maciel Pereira, Lucyanna Cavalcante de
Moura, Leonardo Halley Carvalho Pimentel
SHORT COMMUNICATION A mobilidade da coluna cervical superior pelo flexion-rotation test em indivíduos com disfunção temporomandibular
Michele P. Ferreira, César Becalel Waisberg, Paulo César R. Conti, Debora Bevilaqua-Grossi
Cefaleia da DiáliseEduardo Sousa de Melo, Rodrigo Pinto Pedrosa, Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
Bruxismo do sono modifica a associação entre disfunção temporomandibular dolorosa e alodínia cutânea em pacientes migranosos
Guilherme Vinícius do Vale Braido*, Marco Túlio Faria Oliveira, Leticia Bueno Campi, Paula Cristina Jordani, Giovana Fernandes, Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves
NEUROIMAGEM EM CEFALEIA Headache as the sole manifestation of a brain abscess
Paulo Sergio Faro Santos, Pedro André Kowacs
THESIS Bezerra e Silva DW, Silva GA, Queiroz MLS, Barros MMMB
OPINIÃO PESSOAL XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia, o dilema da medicina baseada em evidência e o SUS
Alan Chester Feitosa de Jesus
Headache Medicine, v.7, n.4, p.129, Oct./Nov/Dec. 2016 129
CONTENTS
EDITORIALXXX Brazilian Congress of Headache - An outstanding scientific eventXXX Congresso Brasileiro de Cefaleia - Um evento científico excepcional ................................................................. 132Marcelo Moraes Valença
VIEW AND REVIEWSecondary nummular headache: a literature reviewCefaleia numular secundária: Revisão de literatura .................................................................................................. 133Arthur C. Holanda, Marília A. Batista, Raiza R. B. Oliveira, Maria Carolina M. de Oliveira, Carolina A. Asfora,Aída C. S. do Nascimento, Eric C. Arraes, Rafael G. Costa, Marcelo M. Valença
ORIGINAL ARTICLEPrevalência de incapacidade por enxaqueca em estudantes de medicinaPrevalence of disability by migraine in medical students .......................................................................................... 137Layanne Cavalcante de Moura, Layanna Bezerra Maciel Pereira, Lucyanna Cavalcante de Moura,Leonardo Halley Carvalho Pimentel
SHORT COMMUNICATIONA mobilidade da coluna cervical superior pelo flexion-rotation test em indivíduos comdisfunção temporomandibularThe mobility of the upper cervical spine by flexion-rotation test in individuals withtemporomandibular dysfunction .............................................................................................................................. 145Michele Peres Ferreira, César Becalel Waisberg, Paulo César Rodrigues Conti, Debora Bevilaqua-Grossi
Cefaleia da DiáliseDialysis Headache .................................................................................................................................................. 148Eduardo Sousa de Melo, Rodrigo Pinto Pedrosa, Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
Bruxismo do sono modifica a associação entre disfunção temporomandibular dolorosa e alodínia cutânea empacientes migranososSleep bruxism modifies the association between painful temporomandibular dysfunction andcutaneous allodynia in migraine patients ................................................................................................................ 150Guilherme Vinícius do Vale Braido, Marco Túlio Faria Oliveira, Leticia Bueno Campi, Paula Cristina Jordani,Giovana Fernandes, Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves
NEUROIMAGEM EM CEFALEIAHeadache as the sole manifestation of a brain abscessDor de cabeça como única manifestação de um abscesso cerebral .......................................................................... 154Paulo Sergio Faro Santos, Pedro André Kowacs
THESIS ................................................................................................................................................................. 155Bezerra e Silva DW, Silva GA, Queiroz MLS, Barros MMMB
OPINIÃO PESSOALXXX Congresso Brasileiro de Cefaleia, o dilema da medicina baseada em evidência e o SUSXXX Brazilian Congress of Headache, the dilemma of evidence-based medicine and SUS ......................................... 159Alan Chester Feitosa de Jesus
CAPA: Brain Abscess, Figure 1. Santos and Kowacs, Headache Med. 2016;(7)4:154
Scientific Publication of the Brazilian Headache SocietyVolume 7 Number 4 October/November/December 2016
Headache MedicineISSN 2178-7468
130 Headache Medicine, v.7, n.4, p.130-131, Oct./Nov/Dec. 2016
Headache MedicineISSN 2178-7468
A revista Headache Medicine é uma publicação de propriedade da Sociedade Brasileira de Cefaleia, indexada no Latindex e no Index Scholar, publicada pelaTrasso Comunicação Ltda., situada na cidade do Rio de Janeiro, na Rua das Palmeiras, 32 /1201 - Botafogo - Rio de Janeiro-RJ - Tel.: (21) 2521-6905 - site:www.trasso.com.br. Os manuscritos aceitos para publicação passam a pertencer à Sociedade Brasileira de Cefaleia e não podem ser reproduzidos ou publicados,mesmo em parte, sem autorização da HM & SBCe. Os artigos e correspondências deverão ser encaminhados para a HM através de submissão on-line, acesso pelapágina www.sbce.med.br - caso haja problemas no encaminhamento, deverão ser contatados o webmaster, via site da SBCe, a Sra. Josefina Toledo, da TrassoComunicação, ou o editor (mmvalenca@yahoo.com.br). Tiragem: 1.500 exemplares. Distribuição gratuita para os membros associados, bibliotecas regionais deMedicina e faculdades de Medicina do Brasil, e sociedades congêneres.
Editor-in-ChiefMarcelo Moraes ValençaVice-Editor-in-Chief
Fabíola Dach Éckeli
Past Editors-in-ChiefEdgard Raffaelli Júnior (1994-1995)José Geraldo Speciali (1996-2002)Carlos Alberto Bordini (1996-1997)
Abouch Valenty Krymchantowsky (2002-2004)Pedro André Kowacs and Paulo H. Monzillo (2004-2007)
Fernando Kowacs (2008-2013)
Editors EmeritiEliova Zukerman, São Paulo, SP
Wilson Luiz Sanvito, São Paulo, SP
International Associate EditorsCristana Peres Lago, Uruguai
Gregorio Zlotnik, CanadáIsabel Luzeiro, Portugal
José Pereira Monteiro, PortugalKelvin Mok, CanadáMarcelo Bigal, USA
Nelson Barrientos Uribe, Chile
Abouch Valenty Krymchantowski, Rio de Janeiro, RJAlan Chester F. Jesus, Aracaju, SEAna Luisa Antonniazzi, Ribeirão Preto, SPAriovaldo A. Silva Junior, Belo Horizonte, MGCarla da Cunha Jevoux, Rio de Janeiro, RJCarlos Alberto Bordini, Batatais, SPCélia Aparecida de Paula Roesler, São Paulo, SPClaudia Baptista Tavares, Belo Horizonte, MGCláudio M. Brito, Barra Mansa, RJDaniella de Araújo Oliveira, Recife, PEDeusvenir de Sousa Carvalho, São Paulo, SPDjacir D. P. Macedo, Natal, RNÉlcio Juliato Piovesan, Curitiba, PRElder Machado Sarmento, Barra Mansa, RJEliana Meire Melhado, Catanduva, SPFabíola Dach Éckeli, Ribeirão Preto, SPFabíola Lys Medeiros, Recife, PEFernando Kowacs, Porto Alegre, RS
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Headache MedicineScientific Publication of the Brazilian Headache Society
Editorial Board
Headache Medicine, v.7, n.4, p.130-131, Oct./Nov/Dec. 2016 131
Sociedade Brasileira de Cefaleia – SBCe
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Editor da Headache Medicine
Marcelo Moraes Valença
Vice-Editor da Headache Medicine
Fabíola Dach Éckeli
Diretoria Biênio 2016/2018
Comitês
Comitê de Dor Orofacial
Ricardo Tanus Valle
Comitê de Cefaleia na Infância
Marcos Antônio ArrudaThais Rodrigues Villa
Comitê de Leigos
Claudia Baptista TavaresHenrique Carneiro de CamposJoão José de Freitas Carvalho
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Representante junto à SBED
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Representante junto à ABN
Célia Aparecida de Paula RoeslerFernando Kowacs
Raimundo Pereira da Silva Neto
Responsável pelas Midias Sociais
Thais Rodrigues Villa
132 Headache Medicine, v.7, n.4, p.132, Oct./Nov./Dec. 2016
n this issue we have the opportunity to read articles representingsome of the best studies submitted to the XXX Brazilian Congress ofHeadache held at Ribeirao Preto, Sao Paulo, in October 2016, andselected for oral presentation. The highlight of the congress was theunprecedented quality of the presentations, not only by our Braziliancolleagues but also by the invited guest speakers from abroad. New formsof treatment to combat headache were discussed at great length. Theadvances in technology over the past few years have profoundly impactedthe way we are now treating our patients with headache. This can beclearly seen when we are investigating our patients using sophisticatedneuroimaging techniques, indicating neurostimulation devices, or evenwhen employing state-of-the-art pharmacotherapy such as CGRPantibodies.
During the congress we also had the opportunity to discuss how ourfinancially underprivileged SUS patients can benefit, in the absence ofaccess to these new technologies, using the drugs regularly encounteredin public institutions.
XXX Brazilian Congress of Headache - An outstandingscientific eventXXX Congresso Brasileiro de Cefaleia - Um evento científico
excepcional
I
EDITORIAL
Marcelo ValençaEditor da Headache Medicine
Headache Medicine, v.7, n.4, p.145-147, Oct./Nov./Dec. 2016 145
A mobilidade da coluna cervical superior peloflexion-rotation test em indivíduos com disfunçãotemporomandibularThe mobility of the upper cervical spine by flexion-rotation test in individuals withtemporomandibular dysfunction
Michele Peres Ferreira1, César Becalel Waisberg2, Paulo César Rodrigues Conti2, Debora Bevilaqua-Grossi1
1Laboratório LAPOHM, Faculdade de Fisioterapia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil2Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, Bauru, São Paulo, Brasil
Ferreira MP, Waisber CB, Conti PCR, Bevilaqua-Grossi D. A mobilidade da coluna cervical superior peloflexion-rotation test em indivíduos com disfunção temporomandibular. Headache Medicine. 2016;7(4):145-7
SHORT COMMUNICATION
INTRODUÇÃO
As disfunções da coluna cervical (DCC) têm sido fre-
quentemente descritas em indivíduos com DTM. A
prevalência varia entre 23% a 79%, sendo 91% deles em
condições crônicas. Tem sido sugerido que pessoas que
sofrem com DTM têm duas vezes mais chances de terem
dor cervical do que a população em geral.(1) Apesar de
ainda não ter sido demonstrado uma relação entre causa
e efeito, os sinais e sintomas cervicais parecem estar rela-
cionados com a severidade da DTM. Ou seja, a presença
da sintomatologia cervical pode perpetuar mais do que
predispor o aparecimento da DTM.(2)
A literatura aponta que os níveis superiores da coluna
cervical demonstram ser os mais acometidos nesses paci-
entes.(3) As raízes cervicais C1-C2-C3 convergem com a
entrada das vias aferentes trigeminais da região orofacial,
e esse processo poderia induzir a sensibilização dos
neurônios de segunda ordem, facilitando a entrada de
informações nociceptivas da coluna cervical superior, re-
sultando em sintomas dolorosos orofaciais, ou vice-ver-
sa.(4) Além disso, estudos demonstram que esse segmento
superior da coluna apresenta menor mobilidade através
de análises palpatórias.
Recentemente, um único estudo verificou que mulhe-
res com DTM e cefaleia apresentam maior restrição da
mobilidade do segmento superior da coluna cervical e su-
gerem a avaliação desse segmento nesses pacientes.(5)
Desde então, resultados semelhantes foram observados
apenas em pacientes com cefaleia cervicogênica e sinais
de DTM,(6) estimulando maiores investigações para me-
lhor compreensão da relação da coluna cervical em indi-
víduos com DTM.
OBJETIVOS
Verificar a amplitude de movimento passiva da colu-
na cervical no segmento superior pelo Flexion-Rotation
Test (FRT) em mulheres com Disfunção Temporo-
mandibular (DTM) com e sem relato de dor de cabeça.
MATERIAL E MÉTODOS
Todos os voluntários da pesquisa assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido e o trabalho foi apro-
vado pelo comitê de ética em pesquisa com número do
protocolo: 100946/2015.
Quarenta mulheres foram diagnosticadas com DTM
por uma equipe de dentistas especializados de acordo com
o RDC/TMD. Dezesete mulheres foram incluídas no grupo
controle (Tabela 1). Todas as voluntárias foram avaliadas
por um fisioterapeuta experiente que executou o exame
para analisar a mobilidade do segmento C1-C2 da colu-
na cervical superior com o Flexion-rotation Test (FRT)
CROM® (Cervical Range of Motion - Performance
Attainment Associates) (Figura 1).
146 Headache Medicine, v.7, n.4, p.145-147, Oct./Nov./Dec. 2016
FERREIRA MP, WAISBER CB, CONTI PCR, BEVILAQUA-GROSSI D
Dada a alta frequência de relato de dor de cabeça, a
amostra de DTM foi estratificada pelo presença de relato
de dor, em DTM com cefaleia (n= 25) e DTM sem cefaleia
(n= 15). Foram aplicados ANOVA one way, seguida por
teste post hoc de Tukay e aplicado o test T-student. O nível
de significância adotado foi de 5%. A análise de relevân-
cia clínica foi conduzida conforme o método descrito por
Armijo-Olivo em 2011, baseado na distribuição do Effect
Size (ES) proposto por Cohen (Tabela 2).
RESULTADOS
O presente estudo identificou que a média da amplitu-
de de movimento da coluna cervical superior (C1-C2)
pelo FRT foi significativamente menor no grupo DTM em
relação ao grupo controle (p<0.05), sendo essas dife-Figura 1. Flexion-rotationTest
Headache Medicine, v.7, n.4, p.145-147, Oct./Nov./Dec. 2016 147
A MOBILIDADE DA COLUNA CERVICAL SUPERIOR PELO FLEXION-ROTATION TEST EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
renças consideradas clinicamente relevantes. Não foram
observadas diferenças entre os grupos DTM com e sem
cefaleia.
DISCUSSÃO
O segmento da coluna cervical superior tem demons-
trado uma maior restrição da mobilidade articular através
de análises palpatórias em sujeitos com DTM.(3) Adicional-
mente, o FRT foi descrito como útil para identificar a mobi-
lidade desse segmento e auxiliar os diagnósticos de cefaleia
cervicogênica.(6)
Piekartz et al. foram os primeiros a sugerir uma relação
entre presença de CC e sinais ou sintomas de DTM, após
observarem que a intervenção terapêutica na região orofacial
proporcionou um aumento da mobilidade cervical, medida
pelo FRT, além de reduzir os sintomas de dor de cabeça.(7)
Mesmo indivíduos que não foram diagnosticados com uma
DTM clássica, essa associação clínica despertou a atenção
para explorar o segmento superior cervical nos indivíduos
com DTM sem cefaleia. De fato, a literatura aponta uma
menor mobilidade no FRT em indivíduos com CC, porém,
isso nos fez considerar a presença de queixas de dor de
cabeça no indivíduos com DTM, para entender se haveria
uma influência na resposta dos testes clínicos.
No estudo de Grondin et al., todos as mulheres com
DTM apresentaram redução no FRT; contudo, a presença
de cefaleia demonstrou menores valores comparados aos
sujeitos sem dor de cabeça.(4) Interessantemente, em con-
traste, o presente estudo registrou relatos de dor de cabeça
em 65% da amostra do grupo DTM e, apesar de não te-
rem sido diagnosticadas, as queixas foram consideradas
no intuito de observar se a resposta do FRT poderia ser
influenciada pela presença de cefaleia e não pela DTM.
Figura 2. Gráfico da comparação do FRT entre os gruposDiferença significativa comparada com grupo controle (p < 0.05)
No entanto, os dados analisados não demonstraram dife-
renças significativas entre os grupos com e sem cefaleia.
Adicionalmente, estudos afirmam efeitos benéficos nas
DTM's após intervenções terapêuticas direcionadas ao
segmento superior da coluna cervical. Os estudos suge-
rem que a mobilização articular nos níveis superiores da
coluna cervical promovem um efeito de modulação
nociceptiva no complexo trigeminocervical.(8)
CONCLUSÃO
Pacientes com DTM com ou sem relato de dor de
cabeça apresentam menor ADM de rotação passiva do
segmento superior (C1-C2) da coluna cervical.
REFERENCES1. Visscher CM, Boer W, Lobbezoo F, Habets LL, Naeiji M. Clinical
tests in distinguishing between persons with or withoutcraniomandibular or cervical spine pain complaints. Eur J OralSci. 2000;108(6):475-83.
2. Bevilaqua-grossi D, Chaves TC, Oliveira AS. Cervical Spine Signsand Symptoms: Perpetuating Rather Than Predisposing Factorsfor Temporomadibular Disorders in Woman. J Appl Oral Sci2007;15(4):259-64.
3. De Laat A, Meuleman H, Stevens A, Verbeke G. Correlationbetween cervical spine and temporomandibular disorders.Clinical oral investigations. 1998;2(2):54-7.
4. Hu JW, Sun KQ, Vernon H, Sessle BJ. Craniofacial inputs to uppercervical dorsal horn: implications for somatosensory informationprocessing. Brain Res. 2005;1044:93-106.
5. Grondin F, Hall T, Laurentjoye M, Ella B. Upper cervical range ofmotion is impaired in patients with temporomandibular disorders.Cranio. 2015 Apr;33(2):91-9.
6. Ogince M, Hall T, Robinson K, Blackmore AM. The diagnosticvalidity of the cervical flexion-rotation test in C1/2- relatedcervicogenic headache. Man Ther 2007;12:256-62.
7. Von Piekartz H, Ludtke K. Effect of treatment of temporomandibulardisorders (TMD) in patients with cervicogenic headache: a single-blind, randomized controlled study. Cranio. 2011;29:43-56.
8. La Touche R, París-Alemany A, Mannheimer JS, Angulo-Díaz-Parreño S, Bishop MD, Lopéz-Valverde-Centeno A, von PiekartzH, Fernández-Carnero J. Does Mobilization of the Upper CervicalSpine Affect Pain Sensitivity and Autonomic Nervous SystemFunction?in Patients With Cervico-craniofacial Pain? Clin J Pain.2013 Mar;29(3):205-15.
Correspondência
Michele Peres Ferreira
Laboratório LAPOHM, Faculdade de Fisioterapia,Universidade de São Paulo
Ribeirão Preto, SP, Brasil
Recebido: 05 de outubro de 2016Aceito: 20 de outubro de 2016
148 Headache Medicine, v.7, n.4, p.148-149, Oct./Nov./Dec. 2016
Cefaleia da DiáliseDialysis Headache
Eduardo Sousa de Melo, Rodrigo Pinto Pedrosa, Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
Universidade Federa de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil
Melo ES, Pedrosa RP, Rocha-Filho PAS. Cefaleia da Diálise. Headache Medicine. 2016;7(4):148-9
SHORT COMMUNICATION
INTRODUÇÃO
A prevalência de pacientes que realizam tratamen-to hemodialítico no mundo vem crescendo. A cefaleiaencontra-se entre os principais transtornos transdiálise.Estima-se uma prevalência de cefaleia da diálise entre27% a 73%.(1-3) Existem poucos estudos que avaliam acefaleia da diálise (CD) e, apesar de sua alta preva-lência, não se sabe seu real impacto e mecanismosfisiopatológicos.
Nosso trabalho tem como objetivos determinar afrequência, características, impacto da CD e comparar ocomportamento vascular cerebral nos pacientes com e semo diagnóstico desta cefaleia.
MÉTODOS
Este é um estudo transversal. Foram incluídos 100pacientes submetidos consecutivamente à hemodiálise emduas unidades de hemodiálise na cidade do Recife, Hos-pital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambucoe Clínica Miltirim.
Todos os pacientes foram avaliados por neurologistacom experiência no diagnóstico e tratamento de cefaleiasque os entrevistou e realizou exame clínico e neurológicoantes da realização da sessão de hemodiálise.
Foi utilizado questionário semiestruturado contendodados sociodemográficos, sobre a insuficiência renal crô-nica e seu tratamento, sobre a presença e característicasdas cefaleias apresentadas na vida e sobre a presença ecaracterísticas da cefaleia da diálise. Utilizaram-se tam-bém as escalas Headache Impact Test (HIT-6), Hospital
Anxiety and Depression Scale e Short Form-36 Health
Survey (SF-36).
Foi realizada ultrassonografia Doppler transcranianana primeira e quarta horas de hemodiálise para avalia-ção das artérias cerebrais médias. Foram realizadas re-gressões logística para avaliar o que estava relacionadoao diagnóstico da cefaleia da diálise e ao impacto dascefaleias.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-quisa do Centro de Ciências da Saúde da UFPE (CAAE47077715.3.0000.5208) e obtida assinatura do termode consentimento livre e esclarecido (TCLE) pela popula-ção investigada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cem pacientes foram incluídos neste estudo. Estes ti-nham idade média de 51,8 (±13,6) anos, 50 eram mu-lheres, 49 tinham CD.
As características mais frequentes da CD foram o ca-ráter pulsátil, início insidioso, localização bilateral e inícioda dor após a segunda hora de diálise. O padrão maisfrequentemente encontrado foi um padrão equivalente aoda cefaleia tipo tensional. Um estudo prévio encontroucomo padrão mais frequente o padrão migranoso.(3) Otempo de início da dor está de acordo com a literatura.(4)
Foram avaliadas que características dos pacientes es-tiveram relacionadas à CD. As mulheres, os com menoridade, maior escolaridade e maior tempo em programade hemodiálise tiveram significativamente mais cefaleia dadiálise (regressão logística).
Os pacientes com e sem CD foram comparados quantoà qualidade de vida. Os com CD tiveram significativa-mente pior qualidade de vida nos domínios dor (p<0,05,teste de Mann Whitney) e estado geral de saúde (p<0,05,teste de Mann Whitney) do SF-36.
Headache Medicine, v.7, n.4, p.148-149, Oct./Nov./Dec. 2016 149
CEFALEIA DA DIÁLISE
Foram avaliadas que características dos pacientes edas cefaleias apresentadas por estes estiveram relaciona-das ao impacto das cefaleias (HIT-6).Ter uma renda fami-liar menor, ter ansiedade e ter a cefaleia da diálise tiveramassociação significativa com um maior impacto da cefaleia(regressão logística).
Dezessete pacientes não realizaram ultrassonografiaDoppler transcraniana porque não apresentavam janelaóssea transtemporal adequada para realização do exame.Foram comparadas as medidas do Doppler transcranianoantes e depois da sessão de hemodiálise entre os que ti-nham ou não cefaleia da diálise. O índice de pulsatilidade,que avalia a resistência dos vasos estudados, foi significa-tivamente menor no grupo com cefaleia da diálise nasartérias cerebrais médias direitas (p=0,01, teste de MannWhitney) e esquerdas (p=0,02, teste de Mann Whitney)antes da hemodiálise e nas artérias cerebrais médias es-querdas após a diálise (p=0,02, teste de Mann Whitney).O estudo do comportamento da vascular cerebral em pa-cientes com CD, até onde temos conhecimento, não ha-via sido reportada. Esses dados sugerem padrão devasodilatação cerebral no grupo da cefaleia da diálise.
O tempo de início da cefaleia em relação à diálise,um menor nível sérico de magnésio pós-diálise(2) e umamaior concentração de peptídeo relacionado ao gene dacalcitonina (CGRP) pré-diálise nos pacientes com CD(5)
em estudos prévios nos sugeriram uma possível participa-ção vascular.
CONCLUSÕES
A CD é frequente, ocorre mais nas mulheres, nos maisjovens, com maior escolaridade e maior tempo em pro-grama de hemodiálise, tem impacto negativo na qualida-de de vida dos pacientes. A avaliação por ultrassonografiaDoppler transcraniano sugere padrão de vasodilataçãocerebral nos pacientes com CD.
Correspondência
Pedro Augusto Sampaio Rocha-FilhoDepartamento de Neuropsiquiatria, CCS
Universidade Federa de PernambucoRecife, Pernambuco, Brasil
Recebido: 5 de outubro de 2016
Aceito: 10 de novembro de 2016
REFERÊNCIAS1. Göksan B, Karaali-Savrun F, Ertan S, Savrun M. Haemodialysis-
related headache. Cephalalgia. 2004;24(4):284-7.
2. Goksel BK, Torun D, Karaca S, Karatas M, Tan M, Sezgin N, etal. Is low blood magnesium level associated with hemodialysisheadache? Headache [Internet]. 2006;46(1):40-5.
3. Antoniazzi AL, Bigal ME, Bordini C a, Tepper SJ, Speciali JG.Headache and hemodialysis: a prospective study. Headache .2003 Feb;43(2):99-102.
4. Sousa Melo E, Carrilho Aguiar F, Sampaio Rocha-Filho PA. DialysisHeadache: A Narrative Review. Headache. 2016; In press.D.O.I.: 10.1111/head.12875
5. Alessandri M, Massanti L, Geppetti P, Bellucci G, Cipriani M,Fanciullacci M. Plasma changes of calcitonin gene-relatedpeptide and substance P in patients with dialysis headache.Cephalalgia. 2006;26(11):1287-93.
150 Headache Medicine, v.7, n.4, p.150-153, Oct./Nov./Dec. 2016
Bruxismo do sono modifica a associação entredisfunção temporomandibular dolorosa e alodíniacutânea em pacientes migranososSleep bruxism modifies the association between painful temporomandibulardysfunction and cutaneous allodynia in migraine patients
Guilherme Vinícius do Vale Braido*; Marco Túlio Faria Oliveira; Leticia Bueno Campi;Paula Cristina Jordani; Giovana Fernandes; Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves
Disciplina de Disfunção Temporomandibular e Oclusão, Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese,Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP, SP, Brasil
Braido GVV, Oliveira MTF, Campi LB, Jordani PC, Fernandes G, Gonçalves DAG. Bruxismo do sono modifica aassociação entre disfunção temporomandibular dolorosa e alodínia cutânea em pacientes migranosos.
Headache Medicine. 2016;7(4):150-3
SHORT COMMUNICATION
INTRODUÇÃO
A alodínia cutânea (AC) refere-se à percepção de dorem resposta a estímulos não nocivos, e é considerada umamanifestação clínica da sensibilização central (SC).(1) Apro-ximadamente dois terços dos indivíduos migranosos de-senvolvem AC durante as crises de migrânea (AC ictal).(2)
Estudos prévios demonstraram uma relação de comor-bidade entre migrânea e disfunção temporomandibular(DTM) dolorosa. Ainda, a presença da DTM dolorosa podeaumentar a frequência e a intensidade das crises demigrânea(3) e também a severidade da AC.(4)
Adicionalmente, o bruxismo do sono (BS) associadoà DTM dolorosa parece aumentar o risco para migrâneacrônica.(5) A possível atividade nociceptiva periférica con-tínua, consequente do BS, pode colaborar com a manu-tenção da SC aumentando o risco para DTM dolorosa emigrânea crônica. Assim, nossa hipótese é de que o BSpode interferir na associação entre DTM dolorosa e ACem pacientes migranosos.
PROPOSIÇÃO
Investigar a influência do provável bruxismo do sonona associação entre disfunção DTM dolorosa e alodíniacutânea ictal em pacientes migranosos.
MÉTODO
Realizamos um estudo transversal em uma amostrade 238 indivíduos migranosos que procuraram tratamen-to para dor orofacial na Faculdade de Odontologia deAraraquara – UNESP. O estudo foi aprovado pelo Comitêde Ética em Pesquisa (CAAE 15636913.6.0000.5416) ecada participante assinou um termo de consentimento li-vre e esclarecido.
Todos os indivíduos foram avaliados de acordo comum protocolo padronizado. Três pesquisadores conduzi-ram as avaliações, sendo que o pesquisador responsávelpela avaliação da AC ictal não tinha acesso às informa-ções sobre a presença de BS e DTM dolorosa.
A. Variável Dependente: migrânea foi classifi-cada de acordo com os critérios da Classificação Inter-nacional das Cefaleia, 2° ed. A amostra foi estratificadade acordo com a frequência das crises de migrâneadurante o último mês em: (1) episódica de baixafrequência (< de 5 crises); (2) episódica de frequênciaintermediária (5-9 crises); (3) episódica de alta (10-14dias); e (4) crônica diária (15 ou mais dias). AAC ictalfoi avaliada pelo questionário Allodynia Symptoms
Checklist 12, traduzido e validado para a língua por-tuguesa do Brasil.(6)
Headache Medicine, v.7, n.4, p.150-153, Oct./Nov./Dec. 2016 151
B. Variáveis Independentes: DTM foi classifica-da pelo Eixo I do Research Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders (RDC/TMD), e o provávelbruxismo do sono pelos critérios clínicos da American
Academy of Sleep Medicine.
C. Variáveis de confusão: o gênero e a idade;presença de obesidade (Índice de Massa Corporal - IMC)e depressão (Eixo II do RDC/TMD).
Critérios de exclusão: ausência total de den-tes (mesmo usando próteses totais convencionais); au-sência parcial de dentes sem uso de prótese; com-prometimento da capacidade de comunicação; usocontínuo de substâncias para alívio da dor ou queatuem no sistema nervoso central; presença de outrascondições dolorosas (como outras cefaleias e fibro-mialgia).
Análise estatística: estatística descritiva e conta-gens de frequência foram utilizados para caracterizar aamostra. Para o para estudo da influência do BS na asso-ciação entre AC e DTM dolorosa foram construídos mo-delos de regressão logistíca uni e multivariado (métodobackward).
RESULTADOS
A AC foi identificada em 79% da amostra compostapor 238 migranosos (63,4% mulheres) (Tabela 1).
BRUXISMO DO SONO MODIFICA A ASSOCIAÇÃO ENTRE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DOLOROSA EALODÍNIA CUTÂNEA EM PACIENTES MIGRANOSOS
O modelo de regressão multivariado identificou queo provável BS foi significativamente associado com AC(OR = 2,6)(Tabela 2).
Ainda, encontramos que a associação entre DTM do-lorosa e provável BS aumentou significativamente a chancede AC ictal em migranosos (OR=3,6) (Tabela 3).
Finalmente, o provável BS estava estatisticamente as-sociado com a migrânea episódica de frequência inter-mediária (OR=2,8)e coma migrânea crônica (OR=2,4)(Tabela 4).
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DISCUSSÃO
Nossos resultados mostraram que a presençaconcomitante de DTM dolorosa e BS aumentou significa-tivamente as chances do indivíduo apresentar AC ictal.Não foram encontrados estudos prévios similares. Entre-tanto, estudos experimentais têm demostrado que con-trações musculares excêntricas provocam hipóxia e libe-ração de substâncias inflamatórias e algogênicas. A pre-sença dessas substâncias em associação com pH reduzi-do pode sensibilizar nociceptores musculares e causarsensibilização periférica, frequentemente encontrada emcasos de DTM dolorosa.(7) É importante considerar queindivíduos com DTM dolorosa frequentemente apresen-tam bruxismo do sono, causando uma sensibilização pe-riférica contínua. Os impulsos nociceptivos vindos de es-truturas do sistema mastigatório podem continuamenteestimular o subnúcleo caudado do nervo trigêmeo, es-trutura de grande importância na fisiopatologia damigrânea, e assim colaboram para um aumento do riscode cronificação da migrânea e desenvolvimento de ACictal.(8) Esta hipótese é corroborada por achados de estu-dos prévios, demonstrando que BS associado à DTM do-lorosa aumenta a chance para presença de migrâneacrônica.(5)
Em nossa amostra a presença isolada de BS não esta-va associada com AC ictal. É importante enfatizar que BSe DTM dolorosa podem estar associadas no mesmo indiví-duo, mas são entidades distintas. Tem sido sugerido queindivíduos com BS e sem dor são capazes de se adaptar àsobrecarga mecânica e são mais resistentes a fadiga.
Nossos resultados são relevantes para o controle daDTM dolorosa e da migrânea em indivíduos apresentandoessa comorbidade. A redução de sensibilização periféricainduzida pelo BS pode contribuir para uma redução signi-ficativa da sensibilização central e melhora de ambas ascondições.
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BRAIDO GVV, OLIVEIRA MTF. CAMPI LB, JORDANI PC, FERNANDES G, GONÇALVES DAG
Headache Medicine, v.7, n.4, p.150-153, Oct./Nov./Dec. 2016 153
BRUXISMO DO SONO MODIFICA A ASSOCIAÇÃO ENTRE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DOLOROSA EALODÍNIA CUTÂNEA EM PACIENTES MIGRANOSOS
Correspondência
Guilherme Vinícius do Vale Braido
Disciplina de Disfunção Temporomandibular e Oclusão,Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese,
Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESPAraraquara, SP, Brasil
Recebido: 5 de outubro de 2016
Aceito: 20 de outubro de 2016
4. Bevilaqua-Grossi D, Lipton RB, Napchan U, Grosberg B, AshinaS, Bigal ME. Temporomandibular disorders and cutaneousallodynia are associated in individuals with migraine.Cephalalgia [Internet]. 2010 Apr [cited 2012 Jan 5];30(4):425-32. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19614688
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Headache Medicine, v.7, n.4, p.159, Oct./Nov./Dec. 2016 159
Alan Chester Feitosa de Jesus
Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cefaleia
Chegamos ao final de mais uma edição do nosso
congresso e acredito que o balanço é altamente positivo,
já deixando saudades e crescente expectativa para o pró-
ximo evento.
Sem sombra de dúvidas, o instante de discussão de
casos por renomados especialistas é um momento único e
sempre muito esperado por todos. Entretanto, como em
outros congressos, é natural que aconteçam embates de
ideias e condutas díspares entre os colegas que analisam
a problemática virtual de casos brilhantemente seleciona-
dos. De uma forma geral, acabamos por entender as
nuances de cada conduta, mesmo não concordando com
essa ou aquela escolha, e ao final é cumprida a tarefa de
ampliar ainda mais nosso leque de conhecimentos e alter-
nativas diante de casos complexos, ou apenas pitorescos.
Ora, mas por que condutas tão distintas em casos
pontuais se vivemos a "Era da Medicina Baseada em Evi-
dências"? Por que, apesar de discutirmos um caso de
Migrânea Crônica, em nenhum momento pensamos – e
me incluo neste rol – em usar Toxina Botulínica? Será que
a Medicina Baseada em Evidência não é plenamente apli-
cável à vida real e os protocolos são guias particularmen-
te úteis aos não especialistas? Seria o "toque do chef" dos
ultra especialistas uma consequência natural da árdua de-
dicação aos estudos, além do conjunto de experiência
adquirida dos milhares de pacientes atendidos ao longo
dos anos, ao melhor estilo Saint Exupery?
Diante das divagações anteriores, lembro da exce-
lente palesta do Dr Luiz Paulo Queiroz, que nos brindou
com assertivas referentes às peculiaridades do manejo dos
cefaleicos usuários do SUS.
Claramente saímos de sua aula com o reforço da
ideia de que nós, médicos neurologistas e especialistas
em cefaleias, somos a solução – ou parte dela – dentro de
um contexto de dificuldades, especialmente de falta de
medicamentos ou mesmo da indisponibilidade das me-
lhores opções terapêuticas em alguns casos.
Nesse átimo percebo então que talvez essas duas dis-
cussões do XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia tenham
XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia, o dilema damedicina baseada em evidência e o SUS
OPINIÃO PESSOAL
uma ligação direta entre elas: "...vende mais porque é
fresquinho ou é fresquinho porque vende mais"?
Certamente todos nós, médicos brasileiros, em maior
ou menor escala já vivenciamos a realidade do SUS e, de
certa forma, as dificuldades estruturais deste sistema nos
levaram a encontrar alternativas para a investigação
diagnóstica e o tratamento de muitos dos pacientes que
avaliamos. Porém, o fato de conseguirmos efetivamente
lidar com adversidades não deveria ser um limitante ou
justificativa tácita para não lutarmos pela inclusão em pro-
tocolos de dispensação de medicamentos que julguemos
pertinentes ao tratamentos de nossos clientes. Acrescento
aos motivos de diversidade de condutas as particularida-
des de cada região em que atende cada especialista, infe-
lizmente encarada de forma natural num país de dimen-
sões continentais e com população cada vez mais depen-
dente das decisões políticas que interferem na saúde pú-
blica.
Realmente o tema é complexo e somos apenas uma
parte do todo. Porém, somos a parte que tem respaldo na
experiência prática do contato direto com o portador do
problema, e respaldo na literatura médico científica. Fa-
çamos então a nossa "Escolha de Sofia": se acreditamos
na nossa capacidade de improvisar, de realizar combina-
ções magistrais de fármacos e medidas não medica-
mentosas disponíveis ou, se compraremos a difícil peleja
de tentar convencer os órgãos competentes para que
disponibilizem e incorporem as inovações farmacológicas
e tecnológicas da nossa especialidade. Seria gratificante,
além de utópico, pensar em um mundo ideal, em que
faríamos uma escolha terapêutica específica por acredi-
tarmos em sua superioridade e não por esta ser apenas a
única opção disponível.
Recebido: 1º de novembro de 2016
Aceito: 3 de novembro de 2016
Headache Medicine, v.7, n.4, p.160, Oct./Nov/Dec. 2016
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Corresponding AddressMarcelo M. Valença (mmvalenca@yahoo.com.br)Editor-in-chief
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